FUSÕES, AQUISIÇÕES E CRIAÇÃO DE VALOR: UMA ANÁLISE SISTEMÁTICA A PARTIR DAS QUESTÕES CULTURAIS, ECONÔMICAS E SOCIAIS, BEM COMO SUA PRESENÇA EM PAÍSES EMERGENTES.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202409191505


Samuel Antônio Martin


RESUMO

Este artigo relata algumas situações importantes no âmbito das fusões e aquisições envolvidas no processo de diversificação do capital. Não obstante, é imperioso verificar também que existe uma relação maior entre as fusões e aquisições com a criação de valor nas organizações, tendo em vista a necessidade de se elencar um objetivo de resolução a ser adotado no âmbito do mercado financeiro. Todas essas questões envolvem muito mais do que apenas uma relação comercial, mas também um jogo de existência do próprio capitalismo, onde se verifica também a existência de relações sociais, econômicas, legais e de justiça, a serem apreciadas do ponto de vista econômico. Não obstante, o texto relatará também sobre a análise do papel das fusões e aquisições no âmbito da gestão em países considerados emergentes, tais como a China e a Índia. Nesta situação, o texto relatará também sobre a intensidade que existe da própria atuação da criação de valor no mercado financeiro, e o desenvolvimento empresarial decorrente das fusões e aquisições, sempre relacionado com o crescimento econômico, as questões legais, territoriais, de justiça e sociais existentes.

Palavras-chave: Fusões; aquisições; criação de valor.

ABSTRACT

This article reports some important situations in the context of mergers and acquisitions involved in the process of capital diversification. However, it is also imperative to verify that there is a greater relationship between mergers and acquisitions with the creation of value in organizations, in view of the need to list a resolution objective to be adopted within the financial market. All these issues involve much more than just a commercial relationship, but also a game of existence of capitalism itself, where there is also the existence of social, economic, legal and justice relationships, to be appreciated from an economic point of view. However, the text will also report on the analysis of the role of mergers and acquisitions in the context of management in countries considered emerging, such as China and India. In this situation, the text will also report on the intensity of the very action of creating value in the financial market, and the business development resulting from mergers and acquisitions, always related to economic growth, legal, territorial, justice and social issues existing.

Keywords: Mergers; acquisitions; value creation.

1 – INTRODUÇÃO

A carreira acadêmica tem sido uma escolha de atuação de cada vez mais formandos nas últimas décadas. Isso se deve a diversos fatores, como o aumento de maiores universidades ao longo deste período, o maior conhecimento dos graduandos acerca da carreira acadêmica, bem como maior interesse pela docência. Realmente o número de cursos de pós-graduação, sobretudo na área de doutoramento, tem crescido nos últimos anos, não somente no Brasil, mas também no mundo todo. Nos países da Europa por exemplo, tem havido uma intensificação acerca destes cursos, o que é bom para a educação do país e para o desenvolvimento das áreas de pesquisa.

No entanto, embora tenha crescido, a carreira acadêmica ainda não possui a preferência da maior parte alunos que realizam a graduação. Seja porque realmente os estudantes preferem o mercado de trabalho, seja por desconhecimento da vida acadêmica, ou seja por falta de atrativos no que concerne à carreira.  Dessa forma, é necessário que haja estudos que identifique estas questões e que possam discuti-las, de modo a encontrar uma análise de melhor compreensão acerca dos temas, com o intuito de, futuramente, poder inserir formas de resolver os problemas ou atenuá-las.

Esta revisão sistemática observa alguns fatores que estão relacionados ao interesse pela carreira acadêmica, bem como a influência dos mesmos no seu desempenho. Um dos mais importantes diz respeito ao gênero. Por mais que se busque a equidade no tratamento entre homens e mulheres, a verdade é que há uma questão ainda de muita disparidade entre os mesmos no âmbito acadêmico. As mulheres ainda possuem muita dificuldade no exercício da carreira acadêmica em alguns países, como por exemplo na Europa. Uma dessas dificuldades, conforme será relatado, diz respeito à questão de plano de cargos e salários, nos quais as mulheres tem mais dificuldade em subir ao topo destes cargos no âmbito da docência.

Um fator que acaba fazendo com que as mulheres acabam tendo mais dificuldades de obter titulações na carreira é que, em via de regra, muitas acabam se dedicando à maternidade, bem como as tarefas domésticas, o que acabam desestimulando as mesmas a realizarem os cursos de doutoramento, enquanto que os homens acabam se dedicando mais ao doutoramento por estas questões. É óbvio que não se pode realizar generalizações e é verdade que, com a sociedade contemporânea, esta questão tem se modificado bastante, sobretudo nos papéis familiares. Entretanto, tal aumento, embora seja realizado, ainda caminha lentamente. Além disso, o desempenho da mulher que exerce a maternidade, em termos numéricos, não se diferencia do homem, conforme relatam os artigos revisados.

Outro fator que se encontra relevante para se determinar o prosseguimento da carreira acadêmica diz respeito ao país onde a carreira é ofertada e à política que tal país possui acerca de incentivar os alunos de graduação a construir sua carreira em âmbito acadêmico, tendo em vista sobretudo a questão do mercado de trabalho. É verdade que vários países possuem culturas diferentes e muitas pessoas podem ver a graduação de formas distintas. Algumas relacionam as mesmas mais como uma forma de chegar ao mercado de trabalho, enquanto outras relacionam a universidade como uma forma de poder fazer pesquisas com alta qualidade. Fato é que os países possuem distinções acerca das pessoas que tendem a seguir carreira acadêmica. Assim, este artigo estudará a revisão deste tratamento em alguns países europeus, de modo a facilitar tal entendimento.

Uma outra questão que será elencada neste estudo diz respeito à área de estudo do profissional em sua graduação. A carreira escolhida pelo indivíduo pode causar diferença na escolha de atuação do mesmo, tendo em vista sobretudo a questão elencada no mercado de trabalho. Algumas profissões acabam sendo mais seduzidas a entrar no mercado de trabalho, com melhores atrativos como o salário maior ou a carga horária menor. Conforme veremos nos textos, tais profissões acabam tendo menor interesse em seguir carreiras acadêmicas, sobretudo porque muitos profissionais veem que o tempo de trabalho no mercado pode gerar maior rentabilidade do que o tempo dedicado a um doutoramento.

Assim, o estudo destes fatores mostram-se relevantes para o entendimento da referida questão. Assim, este artigo de revisão buscou esclarecer, ainda que de forma não muito profunda, a respeito destas questões, buscando estabelecer uma relação entre as carreiras acadêmicas e as questões geográfico-culturais, de gênero e de área de estudo. O artigo busca levar em conta todas estas variáveis análises a serem realizadas e considerar as carreiras acadêmicas uma nova e ampla rede de possibilidades de pesquisa, considerando também que sua importância tem aumentado muito com o rápido crescimento de cursos e de universidades em âmbito atual, bem como do crescimento de estudantes interessados em seguir as carreiras acadêmicas. Claro que a carreira não é somente o trabalho, mas é também o trabalho e, dessa forma, as pessoas que preferem seguir a área acadêmica acabam vendo isso não somente como trabalho, mas também como uma profissão que, com certeza, pode influenciar em sua vida pessoal. Assim, justifica-se a importância do estudo sobre o tema.

2 – REFERENCIAL TEÓRICO

No que se refere às fusões e aquisições, bem como à criação de valor, vários autores também relataram questões a serem desenvolvidas em âmbito empresarial. Quanto às versões elaboradas, é interessante notar que todas as considerações levam em conta as fusões e aquisições elaboradas. O estudo de King et al (2020) “buscou integrar a pesquisa em fusões e aquisições em um conjunto diversificado de variáveis e fornecer evidências sobre a validade de várias perspectivas teóricas”. Nesse sentido, os pesquisadores relataram a importância do estudo das fusões e aquisições no campo teórico e prático. Também por isso, o estudo de Zollo et al. (2008) procurou “mergulhar profundamente no dependente variável usada na maioria dos estudos empíricos com foco no processo de fusões e aquisições”, com o objetivo de aprofundar o estudo nesta temática.

Assim, devemos levar também em consideração o estudo de Ishii et al. (2012), que procurou investigar “o efeito dos laços sociais entre adquirentes e metas na atuação da fusão”. Já na visão de Rabier et al. (2017), seu estudo procurou “como os motivos de aquisição se relacionam com a distribuição do desempenho da aquisição pós-aquisição”, de modo a verificar todas estes resultados elencados no âmbito organizacional após as mudanças. Já na visão de Bauer et al. (2017), o estudo buscou gerar uma compreensão das fases de fusões e aquisições. 

Além disso, o estudo de Ye Cae (2010) procurou verificar o modelo de fusões e aquisições em distintas escolas de pensamento. Além disso, o estudo de Bresman et al. (2008), demonstrou-se interessante, ao relatar “um estudo do processo de integração pós-aquisição em três aquisições estrangeiras feitas por multinacionais suecas”. Essas análises se mostram relevantes no intuito de verificar as análises mais aprofundadas a respeito das fusões e aquisições. Outro estudo relevante estudado diz respeito ao de Molyneux et al. (2009), em que se “fornece uma revisão das recentes fusões da instituição financeira e literatura de aquisição (fusões e aquisições), cobrindo mais de 150 estudos”.

Além disso, as fusões e aquisições possuem um papel importante no âmbito cultural, sendo este cada vez mais intenso. Na visão de Stahl et al. (2008), o artigo pretendeu procurar verificar o papel da cultura organizacional no âmbito das fusões e aquisições. Essa cultura organizacional possui diferenças no âmbito de mudanças de países. Nesse sentido, Meyer et al. (2008), em sua pesquisa, procuraram “explorar os problemas de estratégias incompatíveis em fusões internacionais”, o que geralmente se demonstra relevante neste processo, de modo a superar problemas que podem acontecer. Outra visão interessante é a de Zhang et al. (2017), em que se discute a questão do poder e da energia no âmbito da tomada de decisão, sobretudo nas fusões e aquisições.

Já no estudo de Harrison (2019), se objetiva verificar os destinos da corporação a partir da criação de valor da organização. Este estudo demonstra que a criação de valor poderá ser elaborada principalmente através das atitudes dos CEO’s da organização. Já no estudo realizado por Capron (2002), objetiva-se analisar “as condições sob as quais os adquirentes ganham retornos anormais”, sobretudo quando ganham sinergia. Na visão do estudo de Cuypers et al. (2015), observa-se que o estudo objetiva analisar a questão da experiência e sua consequência na criação de valor na empresa. Já para Seth et al. (2000), há um estudo em que se analisa o motivo para as aquisições estrangeiras de empresas americanas. Além disso, o estudo de Capron (1999) analisa o desdobramento de “como o valor é criado em fusões e aquisições horizontais”. Estes estudos relatam a importância que há na criação de valor e na sinergia, que resulta em ganhos positivos aos acionistas. No entanto, o estudo de Harford et al. (2012), vai na mão contrária, estabelecendo hipóteses de determinados tipos de gerentes que destroem valor na organização.

Outra questão a ser elencada diz respeito à justiça em âmbito das fusões e aquisições. De acordo com Monin et al. (2019), seu estudo trabalhou com a questão da justiça organizacional e sua relação no âmbito das fusões e aquisições. Além disso, de acordo com o estudo de Ellis et al. (2008), há o entendimento de que a justiça processual também poderia ser analisada no aspecto das fusões e aquisições. Como se percebe, é possível verificar que os conceitos de justiça estão bastante presentes nesta área da administração.

Já o posicionamento de Benitez et al. (2018), foi interessante no sentido de verificar a importância e, sobretudo, a influência da estrutura da tecnologia da informação no âmbito das fusões e aquisições. Este novo mundo tecnológico demonstra-se importante para um melhor uso de novas operações e seu estudo será cada vez mais de extrema relevância para o entendimento. Além disso, outra novidade se trata do estudo de Li (2009), em que os estudos se concentram na possibilidade de criação de valor a partir de um ecossistema organizacional saudável. Além disso, na visão de Cartwright (2006), é possível analisar estudos referentes ao aumento elevado no número de fusões nas últimas três décadas, o que mostra a importância destes processos no âmbito da atualidade. Inclusive, o estudo de Travlos et al. (2017), demonstra que a partir de 2009 as fusões cresceram como nunca.

A preocupação para Martynova et al. (2008), já é com a questão patrimonial acerca das organizações e seus possíveis riscos no âmbito da realização de fusões e aquisições. Já para Dranev et al. (2009), a preocupação maior se encontra na questão cultural de instalação de empresas em diferentes países, bem como a análise de aquisições internacionais. 

Além disso, vários estudos se preocuparam em analisar o crescimento das fusões e aquisições em economias emergentes, como a China e a Índia. O mundo inteiro vê esses dois países como sendo de importante fator na economia mundial. O estudo de Sun et al. (2014) elenca tais questões, demonstrando o crescimento de determinados países na economia, bem como com as preocupações decorrentes. Já para Li et al. (2015), a preocupação se encontra nas aquisições transfronteiriças e estudos decorrentes. Salaber et al. (2013), também se preocupa com essas aquisições transfronteiriças, na China e na Índia. Du et al. (2015) também trabalha neste aspecto, elencando a criação de valor destas aquisições. Já Chand (2010) se preocupa com a satisfação de clientes na rede hoteleira na Índia.

Estes estudos relatam que a realização dessa pesquisa se mostra relevante, sendo que o posicionamento dos autores são importantes para a construção de uma melhor atuação no âmbito das fusões e aquisições, de modo a intensificar a pesquisa nesta área, que cresce a cada dia no âmbito das organizações.

3 – FUSÕES, AQUISIÇÕES E CRIAÇÃO DE VALOR: UMA ANÁLISE A RESPEITO DESTAS ATIVIDADES 

As fusões e aquisições tem-se demonstrado como uma prática que vem sendo utilizada ao longo dos anos muito intensa no âmbito da relação empresarial. No que concerne a tais atividades, é necessário observar que ambas se registram de modo a selecionar todas as teorias que as relatam. No olhar de King et al. (2020), a teoria da agência foi vista como sendo de uma importante verificação para a inovação, pois relata que “a dívida do adquirente tem um impacto significativo e positivo no desempenho agregado de ações de curto prazo”, o que torna as fusões e aquisições mais presentes no âmbito empresarial a serem relatados, tendo em vista a existência de todos estes fatores.

Já na visão de Zollo et al. (2008), o conceito de fusão e aquisições demonstra-se como algo extremamente complexo, “que certamente pode ser abordado de maneiras diferentes, mas para as quais nenhuma maneira individual parece ser suficiente”. Essa análise de fusão e aquisição vem se tornando cada vez mais complexa com a globalização da economia mundial e negociações transfronteiriças.

Além disso, deve-se observar também que na visão de Ishii et al. (2012), é possível relacionar que as questões de relações sociais existentes devem estar relacionadas ao âmbito da relação entre as empresas adquirentes, de modo que para esta teoria, “para as empresas adquirentes, é mais provável que as aquisições ocorram entre duas empresas que estão bem conectadas entre si por meio de laços sociais e que essas aquisições são mais prováveis de ser posteriormente despojadas por razões relacionadas ao desempenho”. Não obstante, a visão de Ishii demonstra que os laços sociais entre o adquirente e a sociedade pode gerar uma série de tomada de decisão que pode criar menores valores para os acionistas como um todo. Nessa visão, os laços sociais possuem um impacto muito grande na visão econômica das empresas, o que confirma as relações sociais a serem vividas no âmbito das organizações. Tais laços sociais possuem um relacionamento importante na fusão de empresas, uma vez que associam todas essas questões.

Assim, é difícil verificar, sobretudo, as análises econômicas. Na visão de Rabier et al. (2017), as aquisições podem tanto ser motivadas por sinergias operacionais quanto financeiras. As aquisições motivadas por sinergias operacionais podem causar um maior impacto e vantagem para o adquirente, mas são mais difíceis de valorizar, bem como de implementar, mas mesmo assim, as aquisições que envolvem sinergia resultam em maior eficiência por parte da aquisição. 

Já na visão de Bauer et al. (2017), a perspectiva é a de que todas as transações demonstram-se como sendo uma importante fonte de crescimento externo e desenvolvimento corporativo. Além disso, um processo de integração eficaz e eficiente é decisivo para que se realize uma boa integração, de modo que haja sucesso nas transações e aquisições. No âmbito dessa visão, é necessário observar que as transações de fusões e aquisições representam uma importante fonte de crescimento externo e desenvolvimento corporativo. Nesse âmbito, é importante verificar os resultados das fusões e aquisições, bem como as relações são estabelecidas no processo de integração a ser realizado no âmbito da questão a ser verificada. No âmbito das aquisições, Bauer também relata que uma fusão ou aquisição necessita de um período de três a cinco anos para que seu sucesso seja medido. Esta análise se demonstra um prazo razoável de análise a ser relatada no âmbito de tais transações financeiras, objetivando maior integração das relações comerciais.

Na visão de Ye Cai (2010), é necessário observar uma atuação de uma conexão de placa entre duas empresas no momento da aquisição, o que demonstra-se que uma integração de maior visão no âmbito da análise acerca das aquisições. O autor relata conexões de primeiro grau (quando compartilham um diretor comum antes do início do negócio), e de segundo grau (quando há um diretor que atua no conselho de uma terceira empresa antes do início do acordo). Além disso, uma conexão entre as empresas antes das fusões e aquisições acaba melhorando o fluxo de informações e permitindo maior crescimento e compreensão de uma organização a respeito de outra empresa, sobretudo tendo em vista o processo de aquisição de uma por parte de outra.

Já na visão de Stahl et al. (2008), deve-se observar que as diferenças culturais podem criar alguns grandes obstáculos à conquista de benefícios de integração entre as fusões e aquisições. Nessa condição, as diferenças culturais variam a depender das dimensões culturais relatadas em âmbito empresarial. No âmbito dessa situação, existe um resultado inconclusivo a respeito da influência das diferenças culturais na organização. Enquanto algumas geram um resultado de impacto positivo, outras geram impacto negativo.

Já na visão de Benitez et al. (2018), a infraestrutura de Tecnologia da Informação é vista como um fator que afeta as fusões e aquisições. Uma infraestrutura flexível de TI afeta positivamente as fusões e aquisições, uma vez que facilita o desenvolvimento de flexibilidade de aproveitar oportunidades de fusões e aquisições, bem como facilita o desenvolvimento da capacidade de integração de recursos de negócios da empresa adquirida. A flexibilidade da infraestrutura de TI tem um relacionamento positivo com a capacidade de integração na organização. Além disso, aprimora o desempenho através da capacidade de integrar a tecnologia de informação com os recursos comerciais das organizações. Essa flexibilidade auxilia para que haja a criação de valor no âmbito da fusões e aquisições.

Já na visão de Meyer et al. (2008), é necessário observar que é necessário que os gerentes seniores das empresas operem de forma estratégia de modo a implementar estratégias compatíveis com as operações a serem elaboradas, para que haja um processo promissor de sinergia no âmbito das fusões. No entanto, deve-se observar que existem estratégias que são incompatíveis com as funções de sinergia, o que deve ser resolvido pelos gestores. Os autores também relatam que as estratégias podem se tornar incompatíveis quando há a ocorrência de influência por questões políticas nacionais. Nesse sentido tais problemas devem ser resolvidos pelos setores estratégicos da organização.

Já na visão de Zhang et al. (2017), é possível verificar a existência do âmbito do poder institucional na expectativa do uso do poder na tomada de decisão, o que leva em consideração a verificação da existência das coalizões no âmbito das fusões e aquisições. Nesta situação, é salutar a verificação de que o apoio de coalizão orientada para o mercado aumenta a atividade de fusões e aquisições. Neste âmbito, há uma relação positiva entre os índices de mercado e a frequência de fusões e aquisições, o que resulta na necessidade da alta gerência, de todas essas questões, para que haja uma análise anticética das fusões elencadas.

No posicionamento de Bresman et al. (2000), é necessário observar que existe uma relação entre o processo de aquisição de tarefas e o sucesso da aquisição, que é mediado pelo nível atual de desempenho das unidades operacionais individuais. Dessa forma, um nível muito baixo de desempenho das unidades operacionais limitarão a eficácia da integração da aquisição de tarefas como um fator de sucesso no processo de aquisição. Assim, a relação entre o processo de integração de tarefas e o sucesso da aquisição é mediada pela integração humana existente.

Já para Molyneux et al. (2009), há uma preocupação no âmbito das relações de fusões e aquisições no âmbito do sistema financeiro, principalmente a partir do novo milênio. Neste passo, há a verificação de poucas evidências de que as fusões e aquisições acabam beneficiando as empresas financeiras, embora houve a conclusão de que as fusões melhoram, ainda que de forma tímida, o potencial de eficiência.

Já para Harrison et al. (2019), é possível verificar a preocupação de análise acerca dos objetivos da corporação, estabelecendo uma maior relação entre todas essas aquisições. Nesta situação, o autor elenca que o sistema de criação de valor, bem como a teoria de destruição, são questões envolvidas que necessitam de um maior número de pesquisa no âmbito comercial.

Na visão de Capron et al. (2002), é de se observar que as aquisições demonstram-se como sendo relacionadas à utilização da criação de sinergia, a serem utilizadas sobretudo pelos detentores de ações, mas isso se tornou evidente a relação entre a empresa adquirente e adquirida, mas que a criação de valor não causa, por si só, uma captura de valor para o adquirente.

Já para Cuypers et al. (2015), a questão das fusões e aquisições passa por uma análise da experiência, barganha e economia de informação. Nesse sentido, há o entendimento de que a compreensão da experiência demonstra-se como sendo uma boa forma de relação para com a obtenção de fusões e aquisições, objetivando criar valor. Nesse sentido, a experiência demonstra-se como sendo um trunfo relevante no âmbito dessa análise.

Já para Seth et al. (2000), há o entendimento de que as pessoas são motivadas por interesses dos acionistas em criar valor, bem como por elevar o potencial de valor da empresa estabelecido. Além disso, é de se observar também que as fronteiras transfronteiriças, ou seja, a utilização de fusões fora do âmbito territorial, se elenca na formação da utilização. Assim, essas motivações que são dadas às pessoas podem causar uma melhoria no potencial de produção da organização.

De acordo com Monin et al. (2019), é de se observar a questão da justiça organizacional, que desempenha um papel central em fusões e aquisições, de modo que é de também relatar que o que é justo e apropriado é socialmente estruturado e gerenciado. Além disso, as questões de justiça se verificam no âmbito prático, tendo em vista que é necessário observar a questão da justiça como sendo a principal no âmbito das fusões e aquisições no âmbito operacional, tendo em vista que existe uma melhoria no âmbito da sua percepção de modo a realizar equidade nas instituições organizacionais. Uma relação mais justa e mais equânime acaba desenvolvendo uma sinergia geral no âmbito das organizações, o que causa um bem a toda a organização.

Já para Ellis et al. (2008), há um entendimento muito importante que deve ser elencado: o da justiça processual. Esta se mostra fundamental para que se melhore a posição da referida organização no mercado. A justiça se mostra um artefato relevante para a ocorrência da fusão e da aquisição, sobretudo no âmbito da questão de mercado. O autor relata sobre quatro tipos essenciais de justiça: distributiva, processada, informacional e interpessoal. Neste processo, o ponto de vista da justiça se torna analisado separadamente em cada país e pode causar problema com as aquisições transfronteiriças, uma vez que influencia a cultura organizacional do ambiente em questão. Mas é de se observar que a justiça processual e informativa possui participação no retorno financeiro da organização. 

Já para Capron (1999), uma questão que pode influenciar no campo das fusões e aquisições diz respeito às aquisições horizontais, que existem dentro do âmbito empresarial e que também torna forte a influência da eficiência das economias de escala e escopo, bem como na visão baseada em recursos, que se deve elencar a utilização no âmbito empresarial, que pode ter ou não um impacto positivo na sua economia de custos, a depender ou não da utilização de ativos por parte do adquirente.

No entendimento de Harford et al. (2012), os valores da empresa, ao invés de serem criados, são destruídos quando são relacionados por uma situação na qual os gerentes parcialmente arraigados, o que resulta em uma desvalorização da respectiva sinergia no âmbito organizacional. Assim, a conduta gerencial torna-se essencial no âmbito das fusões e aquisições, uma vez que um erro na atitude pode causar em uma desvalorização organizacional.

Já na concepção de Li (2009), uma organização pode criar valor através de um ecossistema saudável e que permite enfrentar a concorrência, tendo em vista o valor agregado, o ciclo de vida e a globalização. Neste caso, é necessário administrar o ecossistema organizacional, que vincula os custos, os funcionários, contratos, bem como cadeia de suprimentos, bem como rede eletrônica e de tecnologia da informação. Avançando no ecossistema, é possível realizar inovações que permitem que a organização inove, tendendo a liderar o mercado.

No âmbito da visão de Cartwright (2006), a verificação da pesquisa em fusões e aquisições, embora esteja se intensificando nos últimos 30 anos, existem razões que impedem a melhoria no âmbito das fusões e aquisições, como a pesquisa incompleta dessa temática, a falta de aplicabilidade das pesquisas acadêmicas e realização de aquisições impulsionadas por motivos de maximização de não valor. Esses fatores acabam contribuindo para a redução dos valores de sucesso das fusões e aquisições.

Na concepção de Travlos et al. (2017), é necessário observar que a realização das aquisições “geram retornos anormais positivos para a aquisição de acionistas”, o que, a depender da situação, pode significar maior relação de vantagem ou talvez de desvantagem, a depender da destinação dada pela gerência do ponto de vista organizacional. Os ganhos de aquisição podem ser consumados pelos acionistas, quando realizar vantagem para os mesmos, bem como no âmbito das fusões.

Para Martynova et al. (2008), deve ser levada em consideração que as “fontes externas de financiamento (questões de dívida e patrimônio) são frequentemente empregadas em aquisições que envolvem dinheiro e pagamentos mistos”. A atividade de fusões e aquisições geralmente envolvem relações complexas que envolvem uma situação de verificação de análise patrimonial no âmbito empresarial, envolvendo um certo risco nessa situação.

Já para Dranev et al. (2009), um fator que deve ser considerado existente nas fusões e aquisições diz respeito à sensibilidade existente na integração dessas relações quando envolvem diferentes países, tendo em vista as diferenças de gestão e culturais existentes, fatores estes que podem ser cruciais. Também elenca que as aquisições internacionais são consideradas mais arriscadas para investimentos do que as aquisições domésticas. Neste âmbito, é salutar concluir que tal análise é muito complexa e depende da organização a ser adquirida no mercado de ações.

4 – FUSÕES E AQUISIÇÕES: UMA ANÁLISE EM ECONOMIAS EMERGENTES

As fusões e aquisições tem se tornado uma temática cada vez mais presente em economias emergentes, sobretudo na China e na Índia. Nesse sentido, na visão de Sun et al. (2010), “enquanto o os fluxos mundiais de Investimento Direto Estrangeiro diminuíram 14% em 2008, IDE externo (OFDI) da China aumentou 111%, até US$ 56 bilhões, tornando-o o 12º maior país de origem de OFDI do mundo”. Para este autor, o crescimento chinês e indiano é visto como sendo um forte atrativo de investimentos, tendo em vista que ambos os países acabaram explorando agressivamente interesses econômicos através de fusões e aquisições. 

As finanças, no âmbito da região asiática, acabam tendo uma análise de crescimento no âmbito das fusões e aquisições e estão causando um novo impacto no mundo das fusões e aquisições elencadas, revelando que o foco “em fusões e aquisições chinesas e indianas parecem estar reescrevendo as regras de fusões e aquisições” (SUN et al., 2010). Neste âmbito, verifica-se também que, além do crescimento das respectivas fusões e aquisições na Ásia, há o aumento das respectivas transações do ponto de vista de transações internacionais.

No âmbito do posicionamento de Li et al. (2015), a criação de valor nas organizações vai depender da capacidade das empresas adquirentes. Nesta circunstância, é possível verificar que, no âmbito das organizações, as economias desenvolvidas acabam tendo maior probabilidade de desenvolver seus ativos. Do ponto de vista mercadológico, é possível verificar que a economia chinesa tem avançado nesse quesito, uma vez que grandes empresas podem, além de criar valor para suas economias interna, atuar de forma transfronteiriças, sobretudo com o advento da Tecnologia da Informação. Além disso, é de se verificar a necessidade da relação entre a questão cultural dos indivíduos e o elevado tamanho das organizações, de modo a verificar a capacidade que a mesma possui de reduzir os problemas relacionados pelas diferenças culturais. A China tem se demonstrado como uma representação em termos de desenvolvimento e motivação para fusões e aquisições transfronteiriças.

Já para Du et al. (2015), a China apresenta-se como um país que impulsionou as fusões e aquisições, que saltou de US $ 185 milhões de dólares em 1991 para US $ 34.355 milhões em 2011 (UNCTAD, 2012). De acordo com o autor, deve-se levar em consideração que um dos fatores que elevou este número foi o incentivo nacional de políticas chinesas para ir ao exterior, realizando investimentos em empresas fora do país. A China apresenta-se, portanto, como maior economia emergente e com, tal crescimento, há o oferecimento para a oportunidade de criação de valor. 

No que se refere à Índia, uma pesquisa muito interessante de criação de valor pode ser interpretada, quanto à empresa de hotelaria, conforme demonstra o trabalho de Chand (2010). Neste sentido, foi relatado que a satisfação dos clientes da rede hoteleira está intimamente relacionada à capacidade de resposta dos clientes quanto à sua satisfação apresentada, o que demonstra um impacto positivo na lucratividade da rede hoteleira, adquirindo a criação de valor.

Já para Salaber et al. (2013), às questões envolvendo a China e a Índia levam em consideração fatores de aquisições transfronteiriças, que tem criado um elevado número de riquezas no âmbito de fusões e aquisições. O rápido crescimento econômico destes países nas últimas décadas intensificou as aquisições e fusões internacionais. As empresas indianas, especificamente, estão buscando recursos avançados, com tecnologia baseada no conhecimento.

5 – CONCLUSÃO

Este artigo procurou compreender melhor diversos fatores ligados à carreira acadêmica sob diversas perspectivas. Sob esta análise, é possível verificar que a academia é um ambiente muito mais complexo do que se imagina. A questão do doutoramento, muito tratada nesta revisão, apresenta variáveis que se distinguem a depender do gênero, do país de estudo e dos objetivos dos estudantes graduados. O interesse na carreira acadêmica acabou sendo proporcionou às tais questões. Entretanto, a rapidez na criação de novos cursos de pós-graduação stricto sensu a partir de maiores programas de expansão de universidades, tanto no Brasil quanto como no mundo, intensificou o maior número de estudantes, sobretudo mulheres.

No que tange às questões de gênero, os textos foram muito enfáticos no sentido de afirmar que a participação das mulheres nas reuniões de pós-graduação, em todas áreas do conhecimento, tem crescido nas últimas décadas. No entanto, é de se observar que tal crescimento ainda não tem se tornado muito acentuado, ocorrendo lentamente. Nesse sentido, verifica-se que as mulheres que acabam indo para a carreira acadêmica acabam tendo mais dificuldade nos outros países para progredirem para os graus mais elevados na carreira, em outros países. Além disso, ambas possuem maior dificuldade para se dedicar em tempo integral à sua pesquisa, tendo em vista as atividades que exercem além das acadêmicas, como a maternidade, por exemplo. É claro que não se deve generalizar, mas os estudos mostram que este é um fator muito existente. Assim, as mulheres são âmbito de injustiça até mesmo dentro das carreiras acadêmicas, em regra. Isso acaba fazendo com que as mesmas acabem sendo desestimuladas a seguirem o referido caminho da academia, entrando logo após a graduação no mercado de trabalho. Não que o mercado de trabalho não possua injustiça, mas a motivação para seguir a carreira acadêmica pode deixar de ocorrer por conta disso.

Além disso, é necessário observar também que os países nos quais se relatam as análises a respeito da carreira acadêmica ocorrem acabam diferenciando as relações entre a motivação para a atuação no âmbito da academia. Na Suíça, uma pequena parte dos formandos segue a carreira acadêmica, e os que nela ficam ainda encontram muitas dificuldades e desafios em seu trabalho. Na Alemanha, a academia, em âmbito médico, tem sofrido uma carência muito grande de profissionais, que parece também ser retratada em demais setores da ciência. Na Itália, embora se busque a concorrência no desejo de assumir a carreira acadêmica, levando a profissionais com maior âmbito de atuação, há uma suspeita de nepotismo acerca dos possíveis orientados que tendem a conseguir as carreiras acadêmicas. Já a Islândia, apesar de ser um país que possuem carreiras em certas áreas, possui poucas instituições acadêmicas, tendo em vista sobretudo que possui poucas universidades, até mesmo por ser um país não muito populoso, tendo menos de quatrocentos mil habitantes. Assim, tais estudos mostram que a atuação da carreira acadêmica sofre problemas nos diversos campos da Europa.

Assim, é importante que se faça uma reflexão sobre o Brasil, que, embora seja um país com uma população bem maior do que a dos países europeus citados, possui um baixo número de pesquisadores em proporção a estes, Até mesmo a proporção de pessoas que possuem o título não exercendo necessariamente a pesquisa, é muito pequena, Isso se deve a vários fatores, os quais podemos citar a falta de conhecimento da população a respeito de tais carreiras. No entanto, essa realidade tem mudado atualmente, com a expansão de universidades e projetos educacionais pelo país. No entanto, essa mudança vem acontecendo de uma forma lenta e gradual e, para um país como o nosso, é necessário que haja políticas públicas de forma a intensificar melhor este interesse acadêmico por parte dos estudantes.

Outro fator descrito nesse artigo que deve ser levado em consideração diz respeito às áreas de atuação e suas consequências no sentido de seguir ou não a carreira acadêmica. É verdade que profissões que possuem maior rentabilidade após a formatura, como medicina por exemplo, faz com que haja menos pessoas interessadas no ambiente acadêmico. Também ficou demonstrado que os profissionais que atuam em âmbito prático acabam tendo menos disponibilidade para prosseguir nos estudos de pós-graduação em nível acadêmico. Nesse sentido, é essencial que haja, por parte das instituições e dos órgãos de fomento, maiores atrativos para que os indivíduos sigam na carreira acadêmica, com melhores remunerações e maior incentivo ao desempenho da pesquisa, como maiores oportunidades para publicações de artigos em congressos e também em periódicos, o que facilitariam, sem dúvida, maior procura pela carreira acadêmica.

Assim, é interessante observar que a carreira acadêmica apresenta dilemas que são altamente importantes e nos quais é recomendável o seu estudo. Além disso, deve-se entender que a carreira de uma pessoa não pode ser vista como uma ciência exata, como dois e dois são quatro. Existem fatores sociais, econômicos e até mesmo culturais, que intensificam a decisão de seguir ou não em uma carreira acadêmica. São fatores subjetivos que demonstram a complexidade da pesquisa, bem como da decisão por realizá-la.

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