THE IMPORTANTE OF THE PERCHERON IN THE POST – DAR PERIOD: A HISTORICAL ANALYSIS
LA IMPORTANCIA DELE PERCHERÓN EM LA POSGUERRA: UM ANÁLISES HISTÓRICO
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202409152016
Lenir Virginia Dos Santos Vieira1; João Victor Freire de Souza2; Karina Abrahamsen de Aguiar Amorim3; João Gabriel de Souza Santos4; José Guilherme Gomes de Oliveira5; Júlia Lapagesse Marques Carriço6; Alana Camargo Poncio7
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar um estudo sistemático sobre a correlação entre o período pós guerra, a importância e as mudanças do cavalo Percheron no contexto histórico e econômico do desenvolvimento mundial. Um cavalo oriundo da França com descendência de raças como Shire, Belga e Árabe, de temperamento dócil, morfologia forte e resistente participou de diferentes cenários históricos que variam desde o campo de guerra ao campo de trabalho e novas modalidades da Atualidade. Conhecido por sua grande força é um dos equinos de tração mais destacado no mundo com uma aparência robusta porém elegante. Contudo com a Modernização e a utilização de veículos mecanizados sua criação sofreu diminuição e valorização sendo comercializado por preços mais baixos. Chegou ao Brasil por volta do século XX, trazido pelo exército brasileiro, pela companhia Matarrazo e pela Companhia Cervejaria Antárctica com o intuito de transporte de cargas. A Pesquisa baseou – se em uma revisão bibliografia de artigos, livros e teses que dessertaram sobre o assunto e apresentou a compreensão sobre a temática. Frente a muitos impasses e mudanças socioeconômicas e tecnológicas no período pós guerra a criação e destino do cavalo Percheron na agricultura e sociedade sofreu alterações que comprometeram por determinado período a sua existência. De um animal requisitado e luxuoso usado no transporte e combates na guerra devido sua morfologia compacta e boa musculatura, para novas modalidades de trabalho agrícola e lazer, além de seu papel na sociedade Moderna.
PALAVRAS-CHAVE: Pós Guerra, Percheron, Agricultura, Trabalho
ABSTRACT:
This article aims to present a systematic study on the correlation between the post-war period, the importance and changes of the Percheron horse in the historical and economic context of world development. A horse from France with descendants of breeds such as Shire, Belgian and Arabian, with a docile temperament, strong and resistant morphology, participated in different historical scenarios that range from the war field to the work field and new modalities of today. Known for its great strength, it is one of the most outstanding draft horses in the world with a robust but elegant appearance. However, with Modernization and the use of mechanized vehicles, its creation suffered a decrease and appreciation, being sold at lower prices. It arrived in Brazil around the 20th century, brought by the Brazilian army, the Matarrazo company and the Companhia Cervejaria Antárctica with the aim of transporting cargo. The research was based on a bibliographical review of articles, books and theses that discussed the subject and presented an understanding of the topic. Faced with many impasses and socioeconomic and technological changes in the post-war period, the creation and destiny of the Percheron horse in agriculture and society underwent changes that compromised its existence for a certain period. From a sought- after and luxurious animal used in transportation and fighting in war due to its compact morphology and good musculature, to new forms of agricultural work and leisure, in addition to its role in Modern society.
KEYWORDS: Post War, Percheron, Agriculture, Work
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo presentar un estudio sistemático sobre la correlación entre el período de posguerra, la importancia y los cambios del caballo Percherón en el contexto histórico y económico del desarrollo mundial. Un caballo procedente de Francia con descendientes de razas como Shire, Belga y Árabe, de temperamento dócil, morfología fuerte y resistente, participó en diferentes escenarios históricos que van desde el campo bélico hasta el campo laboral y nuevas modalidades de la actualidad. Conocido por su gran fuerza, es uno de los caballos de tiro más destacados del mundo con una apariencia robusta pero elegante. Sin embargo, con la Modernización y el uso de vehículos mecanizados, su creación sufrió un descenso y revalorización, vendiéndose a precios más bajos. Llegó a Brasil alrededor del siglo XX, traído por el ejército brasileño, la empresa Matarrazo y la Companhia Cervejaria Antárctica con el objetivo de transportar carga. La investigación se basó en una revisión bibliográfica de artículos, libros y tesis que discutieron el tema y presentaron una comprensión del tema. Ante numerosos impasses y cambios socioeconómicos y tecnológicos en la posguerra, la creación y el destino del caballo percherón en la agricultura y la sociedad sufrió cambios que comprometieron su existencia durante un determinado período. Desde un cotizado y lujoso animal utilizado en el transporte y combate en la guerra por su morfología compacta y buena musculatura, hasta nuevas formas de trabajo agrícola y ocio, además de su papel en la sociedad Moderna.
PALABRAS CLAVE: Posguerra, Percherón, Agricultura, Trabajar
1. Introdução
Os cavalos da raça Percheron são de origem francesa e durante muito tempo foram utilizados na guerra e posteriormente na agricultura por ser considerado um cavalo de tração devido sua grade força. Com a chegada dos veículos motorizados a raça Percheron teve seu valor reduzido gerando inquietações em seus criadores. Contudo, alguns produtores se dedicaram a preservação da raça e juntamente os americanos redescobriram a utilidade do cavalo em outras modalidade. ( CINTRA, 2018).
Em um determinado momento da história o Percheron chegou a ser utilizado para a produção de carne na França , uma vez que poucos criadores estavam manuseando a raça no campo após o período das guerras. Ainda com a reutilização no campo o número de nascimentos por ano era baixo. Mesmo com uma diversificação da raça entre Percheron Diligencer (modelo leve) utilizado para lazer e o modelo Percheron Trait (mais pesado) adequado a atividade no campo. ( RUSSELL, 1983).
A raça chegou ao Brasil no começo do século XX pela Cia Matarrazo e a companhia cervejaria Antárctica com a função de puxar carroças e fazer entregas das companhias. Atualmente existem poucos cavalos da raça Percheron no Brasil, estando concentrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. ( CINTRA, 2018).
Diante deste enquadramento antes citado torna – se relevante mostrar como os cavalos da raça Percheron foram e ainda podem ser úteis não somente como uma raça de tração nos campos mas também associados a atividades de lazer e entretenimento, salientando a importância de manter a criação da raça no mundo.
Sendo assim, o objetivo desta revisão literária é traçar uma análise aprofundada da origem, utilização e importância da raça Percheron durante os séculos que se caracterizou com grandes avanços e alterações no cenário econômico, político e social. Destacar como foi o processo da transição do campo de batalha ao campo de trabalho, sua morfologia que realça suas habilidades, o início das importações e a reutilização do Percheron após o período de esquecimento.
2. Referencial Teórico
– Percheron : Do conflito à paz no Pós – Guerra, o Renascimento
A busca por conquistas e avanços econômicos norteou por séculos a história da humanidade. Disputas territoriais, interesses políticos, desentendimentos religiosos, rivalidades étnicas dentre tantos fatores proporcionaram conflitos que ocasionou ao longo dos anos batalhas e massacres violentos.(FERRAZ,2022) Assegura que a Segunda guerra mundial foi o evento que marcou o século XX, uma vez que se caracterizou como o combate que produziu mais mortos gerando impactos permanentes à sociedade. Contudo, a prevalência de uma nação estava fortemente vinculada à potências e estratégias de seu exército. ( FERRAZ, 2022).
A presença de uma cavalaria forte representou uma das principais forças militares nas guerras durante muitos anos. Visto que aspectos como resistência, versatilidade, prestígio e potência acompanhou as atividades e serviços empregados pelos equinos. (BOSCATTI E ADELMAN, 2021) destacam o quanto a domesticação dos cavalos possibilitou conquistas e dominações no uso militar, e a convivência próxima ao homo sapiens sapiens caracterizou uma troca de alianças que afetaram a história da humanidade. ( BOSCATTI E ADELMAN, 2021).
Para Cintra (2018, pág 7) a origem dos equídeos se deu a partir de um animal que habitou a terra no período oceânico , há cerca de 55 milhões de anos denominado Hyracotherium ou Eohippus que possuía cerca de:
[…] 40 cm de altura, 70 cm de comprimento, com quatro dedos e dorso arqueado o que lhe dava agilidade para correr para pântanos de florestas tropicais à procura de alimentos e para fugir de predadores. Possui dentes adaptados para se alimentar de folhas tenras e brotos de plantas.
( CINTRA, pág 7, 2018)
A seguir, longas transformações ocorreram durante os períodos oligoceno, mioceno,plioceno, pleistoceno e haloceno. O que proporcionou a domesticação dos cavalos entre os anos de 4.500 e 2.500 a.C nas redondezas da China e Mesopotânea sendo expandido na Europa, Ásia e África. Por meio do domínio de tais animais o homem não só domesticou mas descobriu nos cavalos um recurso para cargas e transportes para batalha, diversão e competições esportivas, entrelaçando suas conquistas ao dorso dos cavalos. ( CINTRA, 2018).
– Do campo de batalha ao campo de trabalho
No período pós guerra o cenário mundial sofria alterações tanto em sua estrutura econômica quanto em seus recursos utilizados. Mischka (1991) relata que após o fim da batalha as autoridades francesas anteviam o embarque de cargas em até pelo menos seis meses até o final do cenário, e a utilização dos cavalos Percheron na guerra e pós guerra seria uma solução para alguns países, dentre eles os Estados Unidos de América que solicitou à França 59 espécies pra reforçar sua frota. ( CINTRA, 2018).
Contudo, o fato da utilização frequente destes equinos para a guerra comprometeu a qualidade e quantidade dos cavalos solicitados pelos americanos. Visto que, o governo francês não havia abastecido sua cavalaria durante a guerra, antes o haviam vendido para trabalho à preços altos. (CINTRA, 2018).
Cintra (2018) esclarece que os cavalos da raça Percheron são oriundos da região Nordeste, nas províncias de Sarthe, Eure – et – loir – et – cher, da França. Com formação mista das raças Shire, Belga e Árabe e conhecidos por sua força e elegância ganhando notoriedade por volta do século XIX. Nos Estados Unidos da América estes cavalos haviam assumido a responsabilidade por todo trabalho de tração em fazendas e cidades.
Embora a situação francesa estivesse comprometida com a criação do
Percheron os Estados Unidos da América estavam preparados para assumir a posição antes ocupada pelos franceses. Mischka (1991) afirma que registros contabilizavam cerca de 37.000 éguas reprodutoras de Percheron e quase 10.000 potros que estavam sendo produzidos e possibilitando à América a liderança na comercialização da raça.
Porém os primeiros anos da década de 1990 desenhou – se como uma dura realidade ao mercado de cavalos, os valores que antes eram luxuosos diminuíram significativamente, obrigando criadores a reduzir o número de produções das raças, os que não aderiram à está iniciativa sofreram impactos econômicos. O que representava uma preocupação para os criadores transformou – se em uma oportunidade para amantes de cavalos que antes não conseguiam te – los devido seu alto preço. ( MISCHKA, 1991).
A disponibilidade de equinos à baixo preço movimentou a economia em momentos de crise e possibilitou a criação de novas modalidades no mercado. Trouxe ao contexto emergente a ampliação nas formas de utilização dos cavalos sendo agora destinados não só para trabalhos como esportes, lazer, criações e agronegócios. ( MISCHKA, 1991).
– Morfologia do Percheron : O Cavalo de tração por excelência
Segundo Cintra (2018) a genética define características intrínsecas do animal, grupos musculares adequados e capacidade cardiorrespiratória lhe permite executar funções e atividades a ele destinada. Destaca que a avaliação da raça, suas características, qualidades e defeitos se baseia na base anatômica dos equinos que se divide em seis regiões zootécnicas sendo elas os componentes da cabeça e seu formato, pescoço destacando a forma, o tamanho e a direção, o tronco que abrange a cernelha, dorso, lombo e peito, membros anteriores, membros posteriores e cascos. ( CINTRA,2018).
Ao descrever sobre as características Cintra (2018) esclarece que apesar de ser um animal pesado, sua aparência não é tão atacarracada como a do Bretão, uma vez que sua estatura é superior e suas pernas são um pouco mais curtas a dos cavalos comuns e bem mais fortes. Sua pelagem predomina a tortilha e nuanceas de tordilho negro e tortilho claro, também sendo permitida a cor negra. Quanto a sua estatura a mesma varia entre 1,60 a 1,70m pesando entorno de 800 A 1.000 kg como apresentado na figura 1.( CINTRA, 2018).
Pizzi (2020) afirma que os equinos sofreram transformações em sua constituição muscoesquelética ao longo dos tempos resultando em uma locomoção mais eficiente. Sendo assim destaca que em geral raças e linhagens existentes da espécie, sem exceção, foram todas frutos de modificações anatômicas que tornaram os animais apreciados por sua força e agilidade ao moverem – se com eficiência. ( PIZZI, 2020).
Figura 1 – Exemplar da raça Percheron ( França)
FONTE: CINTRA, André Galvão do Campos(2018, p.145)
– Desafios na importação
Com o advento da tecnologia e mecanização, a utilização de cavalos de tração e transportes começou assombrar o mercado de equinos. A possibilidade destes cavalos serem substituídos por tratores e caminhões geraram preocupações para grandes criadores. Embora os carros em valores reduzidos despertassem alto interesse (MISCHKA,1991) alega que os tratores representavam pouca ameaça a proeminência de cavalo de tração nos campos agrícolas americanos. Animais que se moviam em passos rápidos era uma das qualidades que os fazendeiros buscavam e encontraram no Percheron.
Cintra (2024) ao relatar sobre as características desta espécie ressalta que com o andamento trote seu porte apresentava movimento ágil e leve, suas fêmeas são excelentes produtoras de leite e muito procurada para serem receptoras de embrião. A raça chegou ao Brasil no século XX na década de 1920 por meio do exército brasileiro da companhia Matarazzo e pela companhia cervejaria Antárctica sendo usados para puxar carroças na cidade de São Paulo.
Cintra (2024) menciona que foi no ano de 1936 os primeiros registros no site boor brasileiro da raça que funciona ate hoje em Pelotas (RS) na associação de criadores “ HERD – BOOM COLLARES “ que contém cerca de 711 animais puros de origem, 122 de cruzamento, 531 mestiços e 920 éguas para obtenção de meio sangue, inscritos até a sua abertura. Todavia, existem poucos criadores de Percheron no Brasil sendo encontrados no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
– Restrições a criação de cavalos
A pressão agrícola do pós guerra embora tenha gerado dúvidas na mente dos produtores americanos também gerou um renascimento na criação os cavalos de tração, no entanto isto não é o suficiente para apaziguar a preocupação quanto aos negócios vinculados aos cavalos de tração. Mischka (1991) defende que o Percheron era o preferido como cavalo de tração na população americana devido ser um cavalo completo com atitudes, expressões e ações que demonstram força, energia, atividade, robustez e resistência. Destaca – se como a mais equilibrada entre as raças grandes sendo adequado a fazer qualquer tipo de trabalho em uma fazenda, inclusive proporcionando o transporte de cargas.
Cintra (2018) assegura que desde o período da mecanização até hoje o Percheron é utilizado em pequenas fazendas como cavalo de tração, animação de jogos e eventos além de participação em exposições. Divide juntamente ao Bretão a preferência dos pequenos e médios agricultores com alimentação a base de capim e complementação com sal mineral podendo ser acrescida com pequenas porções de ração granulada. (CINTRA, 2018).
O mesmo enfatiza que o Percheron pode ser utilizado para tecelagem (principal função), potencia, sela, trabalho florestal, ama de leite e receptora de embrião. ( CINTRA, 2018).
5. Conclusão
A partir do objetivo geral estabelecido, a nossa pesquisa buscou analisar e responder a importância da raça Percheron durante o período pós guerra até a Atualidade assim como as mudanças que influenciaram o papel e a criação da raça no contexto agrícola e social. Foi concluído que o cavalo Percheron devido uma morfologia compacta, forte e aparente chamou a atenção do mercado de cavalos por longos anos, uma vez que suas características por muitas vezes se encaixou em diferentes cenários da história da humanidade. Contextos estes que exigiam habilidades e resistências que o Percheron possuia com prevalência. Contudo, o período pós guerra e a chegada da mecanização trouxe um declínio na sua produção e desenvolvimento, levando criadores a pensarem novas estratégias para a continuidade da raça que antes enaltecida e agora esquecida. Em algumas cidades ele manteve a sua importância na agricultura pelo fato de sua alta capacidade de tração, auxiliando fortemente na agricultura, em outros ambientes contribui em modalidades de prazer e exposições, sendo ainda uma figura de importância nos serviços prestados pelos equinos.
Referências
CINTRA, André Galvão de Campos. O Cavalo: características, manejo e alimentação. São Paulo, Roça, 2018.
FERAZ, Francisco César. Segunda guerra mundial, histórias na Universidade: temas fundamentais, São Paulo, Contexto, 2022.BOSCATTI, Ana Paula Garcia; ADELMAN, Miriam. De cavalos e homens: História,poder , estratégias e representações. Estudos de sociologia, Araraquara, v,25, n. 49,2021.
MISCHKA, Joseph. The Percheron Horse indo America. Heart Prairie PR, 1991.
PIZZI, Gino Luigi Bonilha Lemos. Morfologia Microscópica do coxin digital de equinos e sua associação com a espessura de gordura subcutânea. Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agranomia Eliseu Maciel, Progamam de Pós – graduação em Zootecnia, Pelotas, 2020. RUSSELL, Valerie. Heads Horses of the Wold. London, country Life, 1983.
1Acadêmica de Medicina Veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil
2Acadêmico de Medicina Veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil
3Acadêmica de Medicina Veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil
4Acadêmico de Medicina veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil
5Acadêmico de Medicina veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil
6Acadêmica de Medicina Veterinária Faculdade de Vassouras Saquarema Rio de Janeiro, Brasil
7Mestre em ciências Veterinárias Universidade Federal do Espirito Mimoso do Sul, ES, Brasil