ESTILOS DE APRENDIZAGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408171150


Letícia Cristina Rambo Lopes1; Márcio Gonçalves dos Santos2; Leila Cleuri Pryjma3; Sidinéia dos Santos Conrado4; Drausio Honorio Morais5; Mirele Carolina Werneque Jacomel6.


Abstract:

Backgroud: O presente trabalho tem por objetivo identificar os principais modelos de Estilos de Aprendizagem  e sua abordagem na construção do processo de ensino aprendizagem.

Materials and Methods: A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa descritiva e exploratória, utilizou-se os seguintes descritores para as buscas nas bases de dados: Estilos de Aprendizagem; ensino; dcentes; conhecimento, e filtrou-se apenas artigos científicos, dissertações e teses, revistas e livros. Para a localização e seleção dos estudos, utilizaram-se buscas nas bases de dados nacionais do Portal de Periódicos da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), portal de periódicos da CAPES e bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library OnLine). Para análise dos dados utilizou-se o método de análise de conteúdo.

Results: Os resultados evidenciaram a existências de inúmeros modelos para identificar os Estilos de Aprendizagem, e com diferentes abordagens, o que permitiu o agrupamento e a categorização deles em: modelos baseados na experiência;  modelos baseados nos canais de percepção da informação; modelos baseados nas estratégias de aprendizagem; modelos baseados na bilateralidade cerebral; modelos baseados na aprendizagem organizacional; modelos baseados na personalidade; modelos baseados no relacionamento social e modelos baseados na construção do conhecimento. Alguns modelos apresentam instrumentos para aplicação prática enquanto outros fazem apenas discussões teóricas.

Conclusion: Verificou-se pela revisão da literatura que existem diferentes modelos de Estilos de Aprendizagem que podem ser utilizados para classificar o “estilo de aprendizagem” de determinados estudantes. O que os modelos têm em comum é o fato de levarem em consideração a forma como o estudante prefere receber a informação para gerar aprendizagem. Esse achado serve de base para os educadores compreenderem a importância de identificar o estilo de aprendizagem dos estudantes para então, prepararem estratégias pedagógicas que facilitem o processo ensino-aprendizagem.

Keyword: Informação; Docentes; Ensino; Conhecimento.

1. INTRODUÇÃO

Embora não seja algo consensual na educação, há docentes e pesquisadores  preocupados com  as  formas  com  que  os  aprendizes  lidam  particularmente  com  as  informações,  sendo  o  conceito de Estilos de Aprendizagem levado em consideração em muitas pesquisas atualmente (AGUIAR, 2017).

A relação mais essencial entre estilo de aprendizagem e tipo, acrescenta LAWRENCE (1982, p.14), “pode ser vista na natureza do processo mental dominante em cada personalidade”. Para Kuri (2000 p. 80), “estilo de aprendizagem é a maneira pela qual a pessoa absorve, processa e retêm a informação”.

Campbell, Campbell e Dickinson (2000, p.161) afirmam que “os estilos de aprendizagem se referem às diferenças individuais na maneira como a informação é compreendida, processada e comunicada”. Salientam que os educadores que respeitam as diferenças individuais entre os estudantes, ao mesmo tempo em que apreciam e celebram a diversidade nas maneiras de aprender, ensinarão mais através de seus comportamentos do que através das estratégias.

A teoria dos Estilos de Aprendizagem indica que, se um método de ensino for compatível com os estilos de aprendizagem dos alunos, os resultados educacionais podem ser melhorados.

Vários trabalhos de pesquisa demonstram que prestar atenção nas características de aprendizagem do aluno aumentam a eficácia e a eficiência das atividades de ensino-aprendizagem (Kurilovas & Juskeviciene, 2015; Santos & Boticario, 2015; Thalmann, 2014; Truong, 2016). Zeybek e Senturk (2020) consideram que organizar ambientes educacionais e experiências de aprendizagem de acordo com os Estilos de Aprendizagem dos indivíduos aumentariam o sucesso e a eficiência na educação.

O conhecimento sobre os diferentes estilos de aprendizagem é uma ferramenta para professores e instituições de ensino. O professor e o aluno devem discutir e experimentar formas alternativas de ensinar-aprender, tendo em vista a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem de futuros profissionais. Para os profissionais da educação é indispensável compreender as necessidades pessoais e as diferentes formas de aprender, a partir do entendimento dos Estilos de Aprendizagem (IKESHOJI; TERÇARIOL, 2021).

Neste contexto, é fundamental destacar a importância da relação acerca das perguntas e respostas na construção do conhecimento. Bachelard (1989) afirma que, para o pensamento científico, “todo conhecimento é uma resposta a um questionamento”. Sem pergunta, não há a construção do conhecimento científico, pois tudo é construído e nada é dado” (BACHELARD, 1989, p. 189). Além disso, destaca a importância de apresentar o conhecimento com suas condições determinantes, pois caso contrário, ele se torna vago e não pode ser considerado conhecimento científico (BACHELARD, 1989, p. 90). Assim, a presente pesquisa parte do seguinte questionamento: quais são os principais modelos de Estilos de Aprendizagem? Como os Estilos de Aprendizagem podem influenciar o processo de ensino-aprendizagem?

Durante o processo de construção do conhecimento científico, as respostas às perguntas são dadas em relação ao objeto em estudo, mas com o tempo, tornam-se autônomas e podem ser separadas das perguntas e dos processos que as originaram. (NUNES; RAMALHO, 2019). Contudo, quando a relação dinâmica entre perguntas e respostas se perde, o conhecimento se torna geral, apropriado pela humanidade, tendo sua formação consolidada na escola (LUSTOSA et al., 2020).

Esses apontamentos teóricos até aqui expostos serão balizadores das discussões que este trabalho pretende apresentar, quais sejam, diferentes estilos de aprendizagem, a partir de uma revisão sistemática de literatura, e sua abordagem na construção do processo de conhecimento a fim de respaldar professores, em especial, pedagogos, para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

Para isso, o presente trabalho organiza-se com esta introdução, em que há a apresentação resumida do objetivo do trabalho, posteriormente apresenta-se a metodologia utilizada para a revisão sistemática da literatura, em que se apontam os passos utilizados para identificar, coletar, analisar e interpretar os dados. Após este eixo, encontram-se os resultados e discussões, versando sobre “Estilos de Aprendizagem” em que se trata dos diversos Estilos de Aprendizagens e suas conexões com o discente, visando analisar a sua importância em diferentes perspectivas. E, por fim, concluímos com as considerações finais da pesquisa e sugestões para futuras pesquisas nesta área.

2. METODOLOGIA

Neste estudo adota-se como estratégia metodológica a revisão sistemática de literatura baseada nos 5 passos propostos por Tranfield, Denyer e Smart (2003). A revisão sistemática é uma metodologia que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema e permite selecionar, avaliar, contribuir, analisar e sintetizar dados. Tal metodologia permite descrever as evidências para permitir conclusões claras a serem alcançadas sobre o que já se conhece e sobre o que não se conhece sobre o assunto em questão (TRANFIELD; DENYER; SMART, 2003). Os passos do Processo de Revisão Sistemática da Literatura envolvem: a formulação da pergunta de pesquisa, a localização dos estudos, a seleção e avaliação dos estudos, a análise e síntese e a discussão dos resultados.

Para a localização e seleção dos estudos, utilizaram-se buscas nas bases de dados nacionais do Portal de Periódicos da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), portal de periódicos da CAPES e bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library OnLine), utilizando-se as seguintes palavras-chaves (descritores): Estilos de Aprendizagem; Ensino; Docentes; Conhecimento.

Os passos realizados para a seleção e avaliação inicial dos estudos estão detalhados na figura 1. Para a análise e síntese do material foram estabelecidos critérios de inclusão e elegibilidade dos artigos. Inicialmente, como critério de inclusão delimitou-se que os estudos deveriam tratar de discussões relacionadas a modelos de Estilos de Aprendizagem, discussões conceituais ou aplicações práticas. Foram considerados artigos caracterizados como estudos de caso, revisão de literatura ou artigos que discorressem sobre modelos de Estilos de Aprendizagem. Esse processo resultou em 34 artigos científicos incluídos na etapa de análise, cujo material foi cuidadosamente analisado e os dados foram apresentados na seção de resultados e discussões.

Figura 1: Passos para seleção e avaliação dos estudos

Fonte: Autores (2024)

Por fim, os resultados foram discutidos de forma a elucidar a temática do estudo e expor os principais resultados alcançados, por meio da análise de conteúdo, como proposto por Bardin (2004), que valoriza os significados presentes nos dados e sua correlação com os objetivos do trabalho. A análise foi realizada em duas etapas: na primeira (pré-análise), foi realizado contato exaustivo com o material, por meio de leituras repetidas, e foram criados indicadores que nortearam a interpretação final. A partir dos indicadores norteadores (núcleo de análise) foram separadas as unidades de contextualização dos artigos. A segunda fase deu-se por meio da exploração do material ou codificação, na qual as unidades de registros foram classificadas e agrupadas conforme seus significados e emergiram as categorias de análise, que deram origem aos resultados.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No Brasil, o processo de construção da educação foi lento e demorou muito tempo para estabelecer a educação que conhecemos atualmente. Durante muitos anos, a educação não foi balizada pela forma de aprendizagem do estudante, se limitando aos saberes da leitura, escrita e cálculos simples, sem que houvesse o interesse em um desenvolvimento crítico com alto potencial (VASCONCELOS et al., 2021).

A educação se caracteriza como o desenvolvimento permanente do físico, intelectual e ético do ser humano, de modo a promover sua melhor integridade na sociedade inserida (PINHEIRO, 2020). Conforme o filósofo René Hubert (1996, p. 64):

A educação é um conjunto de ações e influências exercidas voluntariamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em um jovem. Essas ações pretendem alcançar um determinado propósito no indivíduo para que ele possa desempenhar alguma função nos contextos sociais, econômicos, culturais e políticos de uma sociedade (HUBERT, 1996, p. 64).

O conceito de Estilos de Aprendizagem tem sido estudado por vários autores e isso teve diversas definições. Esses conceitos são utilizados na tentativa de saber como e quais são os processos que geram aprendizado e, como, a partir disso, as pessoas resolvem os problemas (CANTO; BASTOS, 2020). Diante dessa perspectiva, houve definições listadas por alguns autores (ALONSO, GALLEGO e HONEY, 1997; FELDER e SILVERMAN, 1988), classificando a definição em conceitos sensoriais, auditivos, atitudinais, fisiológicos, afetivos, psicológicos, entre outros, ou seja, tendo como princípio central como o estudante recebe e processa as informações (VASCONCELOS et al., 2022).

Esses conceitos se diferem entre cada aluno e relatam como o aluno se porta a partir da sua experiência. Os autores Campbell et al. (2000, p.161) realçam a necessidade de educadores respeitarem essas diferenças entre os alunos, buscando alternativas de ensinar através do comportamento do que buscar outras estratégias, tentando dessa forma, usar os Estilos de Aprendizagem ao seu favor.

A teoria dos Estilos de Aprendizagem indica que, se um método de ensino for compatível com os estilos de aprendizagem dos estudantes, os resultados educacionais podem ser melhorados (IKESHOJI; TERÇARIOL, 2021).

Pode-se dizer que identificar os estilos de aprendizagem dos indivíduos é fundamental tanto para indivíduos quanto para educadores neste século, em que o aprender a aprender, e a aprendizagem ao longo da vida ganham importância. Haja vista que um indivíduo ciente de seu estilo de aprendizagem pode organizar melhor suas experiências de aprendizagem e o professor ciente dos estilos de aprendizagem de seus estudantes pode organizar melhor os processos de ensino (ZEYBEK; SENTURK, 2020).

Os estudantes podem aprender e ter sucesso mais rápido em um processo de ensino-aprendizagem que seja relevante para seu próprio estilo de aprendizagem. Por outro lado, ignorar que os estudantes têm estilos particulares para aprender, e que apenas estudantes com tendência a um tipo específico de aprendizagem podem ter sucesso, faz com que outros estudantes possam ter dificuldades de aprendizagem no caso do ensino uniforme (ZEYBEK; SENTURK, 2020).

O conhecimento sobre os estilos de aprendizagem dos indivíduos pode fornecer uma base sólida para fazer mudanças no processo de ensino-aprendizagem e melhoria das práticas de ensino (ZEYBEK; SENTURK, 2020). Nesse sentido, é muito importante desenvolver modelos de estilos de aprendizagem nas licenciaturas, sendo relevante compreender a mente dos estudantes que estão em nossas salas de aula quanto à sua inserção em escalas relativas às maneiras pelas quais ele prefere receber e processar as informações (DORÇA et al., 2015).

Através das categorias de modelos e instrumentos de avaliação de Estilos de Aprendizagem, podemos situar os contextos de divisão dos estilos de aprendizagem, categorizando como eles são e de qual maneira aprendem melhor.

Para Bloom (1956) o conceito de Estilos de Aprendizagem, baseados na experiência, é constituído por seis etapas e se resume em lembrar, entender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar (taxionomia de Bloom). Segundo o autor, é através dessas etapas que o processo de aprendizagem acontece. Já, Anderson e Krathwohl (2001) fizeram uma adaptação à análise de Bloom, e segundo eles, o processo de aprendizagem se resume em lembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar.

Do ponto de vista de Felder e Silverman (1988), o estilo de aprendizagem é composto por alguma característica bipolar em quatro dimensões: ativo/reflexivo, sensível/intuitivo, visual/verbal e sequencial/global, e mais tarde, Felder e Soloman (1996) acrescentam a dimensão indutiva / dedutiva. Já, Gardner e Martinko (1996) baseando-se nos canais de percepção de informação, acusa existir oito tipos de inteligência, as quais são influenciadas por fatores internos e externos de cada indivíduo, sendo elas linguística, lógica matemática, corporal-cinética, espacial, musical, interpessoal, intrapessoal e naturalista.

Na concepção de Verlee (1995) o aprendizado baseia-se na bilateralidade cerebral, utilizando os dois lados do cérebro. E por fim, Charles Owen (1997), o qual, através da construção do conhecimento, a mesma se dá por duas fases, a analítica e a sintética, as quais operam de modo analítico e prático. Isso tudo consoante as análises feitas por Ospina, Salazar e Meneses (2013, p. 84-86).

Para facilitar a visão dos estilos de aprendizagem, elencamos a seguir os principais modelos identificados, os autores, a caracterização do aporte teórico e os instrumentos que foram, ou não, utilizados, e os modelos são categorizados a depender do objetivo em que ele se baseia.

Quadro 01: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados na Experiência

Já Kolb (1984) identificou quatro tipos diferentes de estilos de aprendizagem. Chen, Jones e Moreland (2014) afirmam que a aprendizagem a partir da experiência começa com um processo sensorial e contínuo com reflexões e observações. Isso leva à capacidade de abstração e, finalmente, à experimentação ativa, na qual o indivíduo pode aplicar o que aprendeu.

David Kolb (1984), propôs um modelo de aprendizagem baseado em quatro estilos de aprendizagem distintos, conhecido como o Modelo de Aprendizagem Experiencial. De acordo com Kolb, cada indivíduo tem um estilo de aprendizagem preferencial, que é determinado pela forma como ele processa a informação e como ele se envolve com as experiências de aprendizagem.

Os quatro estilos de aprendizagem identificados por Kolb (1984) são:

  1. Concretizador: O aprendiz concretizador é prático e orientado para a ação. Ele prefere aprender fazendo, experimentando e resolvendo problemas concretos. Ele tende a ser impaciente com teorias e conceitos abstratos e prefere trabalhar com situações e materiais concretos.
  2. Reflexivo: O aprendiz reflexivo é mais contemplativo e introspectivo. Ele prefere observar e refletir sobre as informações antes de agir. Ele tende a analisar os dados e a buscar conexões entre as informações. Ele também é mais crítico e avalia cuidadosamente a informação antes de tomar decisões.
  3. Teórico: O aprendiz teórico é orientado para conceitos e teorias. Ele prefere analisar e sintetizar informações abstratas, construir modelos e conceitos e entender os princípios subjacentes. Ele tende a ser lógico e sistemático em sua abordagem à aprendizagem.
  4. Pragmático: O aprendiz pragmático é orientado para a aplicação prática. Ele prefere aprender através da experimentação e da aplicação das teorias e conceitos a situações reais. Ele é mais orientado para o problema e busca soluções práticas para os desafios que enfrenta.

Chen, Jones e Moreland (2014) afirmam que a aprendizagem é um processo complexo que envolve a interação entre o aprendiz, o ambiente de aprendizagem e a tarefa a ser realizada. Segundo os autores, os estilos de aprendizagem identificados por Kolb são úteis para entender como os alunos aprendem e para ajudar a projetar ambientes de aprendizagem que atendam às necessidades individuais dos alunos.

No entanto, Chen, Jones e Moreland (2014) também apontam que é importante reconhecer que os estilos de aprendizagem não são fixos e que os alunos podem mudar ao longo do tempo. Além disso, eles enfatizam que é importante não estereotipar os alunos com base em seu estilo de aprendizagem, mas sim reconhecer que cada indivíduo é único e tem suas próprias necessidades e preferências de aprendizagem.

Quadro 02: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados nos Canais de Percepção de Informação.

Felder & Silverman (1988) afirmam que existem diferentes dimensões no relacionamento de cada indivíduo com o objeto de aprendizagem e que as preferências variam em relação a como a informação é processada (ativo ou reflexivo), tipo de informação preferida (sensitivo ou intuitivo), forma mais eficaz de receber a informação (visual ou verbal) e processo evolutivo (sequencial ou global). Esses modelos defendem que a base do processo de ensino-aprendizagem é o empirismo, sendo consistente com abordagens pedagógicas não tradicionais.

Felder e Silverman (1988) propuseram o modelo de Estilos de Aprendizagem que descreve quatro dimensões que afetam o modo como os indivíduos aprendem e processam informações. Essas quatro dimensões são:

  1. Percepção: como as pessoas preferem receber informações, seja por meio de sensações concretas ou abstratas;
  2. Processamento: como as pessoas preferem processar informações, seja de forma ativa (através de experimentação e resolução de problemas) ou reflexiva (através de observação e análise)
  3. Entrada: como as pessoas preferem aprender novas informações, seja por meio de leitura e escrita ou por meio de audição e visualização;
  4. Organização: como as pessoas preferem organizar informações, seja de forma sequencial (passo a passo) ou global (visão geral).

De acordo com esse modelo, as pessoas podem ter diferentes preferências em cada uma dessas dimensões e, portanto, ter estilos de aprendizagem diferentes. Por exemplo, uma pessoa pode preferir receber informações de forma abstrata, processá-las de forma reflexiva, aprender por meio de leitura e escrita e organizar informações de forma global.

Quadro 03: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados na Estratégias de aprendizagem

Existem várias classificações dos estilos de aprendizagem. Alguns modelos incluem classificações profundas, elaborativas e superficiais (SCHMECK, RIBICH E RAMANAIAH, 1977) ou formal, informal e incidental (MARSIK; WATKINS, 1992). Entwistle (1998) classifica os estilos em superficial, profundo e estratégico. Os autores acreditam que um ambiente adequado ajuda a melhorar a eficiência, pois considera as características individuais do estudante.

Schmeck, Ribich e Ramanaiah (1977) propuseram um modelo de estilos de aprendizagem que inclui três tipos: estilo superficial, estilo elaborativo e estilo profundo.

  • O estilo superficial se concentra na memorização de informações sem aprofundar a compreensão do conteúdo. Os estudantes com esse estilo tendem a se concentrar em detalhes, a buscar a resposta “correta” e a estudar com o objetivo de passar em testes.
  • O estilo elaborativo envolve a integração de novas informações com o conhecimento prévio. Os estudantes com esse estilo buscam conexões entre diferentes conceitos e tentam entender o significado do conteúdo, em vez de simplesmente memorizá-lo.
  • O estilo profundo envolve a compreensão completa do conteúdo e a capacidade de aplicá-lo em diferentes situações. Os estudantes com esse estilo procuram entender o significado mais amplo do conteúdo, as conexões entre diferentes conceitos e como o conhecimento pode ser aplicado em situações práticas.

Esses estilos de aprendizagem são influenciados por fatores como personalidade, motivação, ambiente de aprendizagem e características do conteúdo. É importante destacar que não existe um estilo de aprendizagem “melhor” ou “pior”, e que os estudantes podem apresentar diferentes estilos em diferentes situações ou conteúdos de aprendizagem.

Quadro 04: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados na Bilateralidade Cerebral

Outra abordagem é baseada nas categorias estabelecidas por Kolb (1984), que classifica os estilos de aprendizagem conforme a região cerebral mais estimulada (direita ou esquerda). De acordo com esta perspectiva, os estilos são categorizados em hemisférico direito e hemisférico esquerdo. Essa classificação reflete as habilidades cognitivas predominantes dos indivíduos.

David Kolb (1984) propôs um modelo de aprendizagem que leva em consideração a bilateralidade cerebral. Segundo Kolb, o processo de aprendizagem envolve quatro estágios que estão relacionados a diferentes funções cerebrais. Esses estágios são:

  • Experiência Concreta (EC): envolve a percepção sensorial e a experiência direta com o objeto de estudo. Esse estágio está relacionado à atividade do hemisfério direito do cérebro.
  • Observação Reflexiva (OR): envolve a reflexão sobre a experiência e a elaboração de ideias a partir dela. Esse estágio está relacionado à atividade do hemisfério direito do cérebro.
  • Conceituação Abstrata (CA): envolve a criação de conceitos e teorias a partir das reflexões sobre a experiência. Esse estágio está relacionado à atividade do hemisfério esquerdo do cérebro.
  • Experimentação Ativa (EA): envolve a aplicação prática dos conceitos e teorias na resolução de problemas ou na realização de atividades. Esse estágio está relacionado à atividade do hemisfério esquerdo do cérebro.

Kolb argumenta que a aprendizagem eficaz ocorre quando o indivíduo passa por esses quatro estágios em uma sequência cíclica, integrando as funções dos dois hemisférios cerebrais. Por exemplo, a experiência concreta (EC) pode levar à observação reflexiva (OR), que pode levar à conceituação abstrata (CA), que pode levar à experimentação ativa (EA), e assim por diante.

Esse modelo de aprendizagem destaca a importância da integração entre as funções dos hemisférios cerebrais na aprendizagem eficaz e sugere que as estratégias pedagógicas devem levar em consideração a variedade de estilos de aprendizagem que podem ser mais eficazes para diferentes indivíduos.

Quadro 05: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados na Aprendizagem Organizacional

A Aprendizagem Organizacional tem como objetivo identificar como as pessoas aprendem no ambiente de trabalho. De acordo com Ospina, Salazar e Meneses (2013), os colaboradores podem ser classificados em quatro estilos: interpessoal, analítico, organizacional e ecológico. Compreender esses estilos no ambiente empresarial pode ajudar a desenvolver um processo de inovação contínua. Quadro 06: Estilos de Aprendizagem (Personalidade).

A Aprendizagem Organizacional é um processo pelo qual as organizações adquirem e aplicam novos conhecimentos e habilidades para melhorar a eficácia e a eficiência de suas operações. Segundo Ospina, Salazar e Meneses (2013), a Aprendizagem Organizacional é um processo dinâmico que envolve três elementos principais: a aquisição de novos conhecimentos, habilidades e valores; a disseminação desses conhecimentos para toda a organização; e a aplicação desses conhecimentos na resolução de problemas e na melhoria do desempenho organizacional.

A aquisição de novos conhecimentos pode ser obtida através da pesquisa, do desenvolvimento de novos produtos e processos, da formação de alianças estratégicas e da aquisição de novas empresas. A disseminação desses conhecimentos pode ser feita através de treinamentos, comunicação interna, redes de colaboração e outros meios que promovam a troca de informações e a aprendizagem coletiva. Finalmente, a aplicação desses conhecimentos pode ser alcançada através da adoção de novos processos, produtos e tecnologias, bem como através da melhoria contínua dos processos existentes.

Ospina, Salazar e Meneses (2013) destacam que a Aprendizagem Organizacional é um processo contínuo e que depende da criação de um ambiente que incentive a colaboração, a experimentação e a reflexão crítica. As organizações que promovem uma cultura de aprendizagem são mais flexíveis, inovadoras e capazes de se adaptar às mudanças no ambiente externo. Além disso, a Aprendizagem Organizacional pode contribuir para o desenvolvimento de vantagens competitivas sustentáveis e para a criação de valor para todas as partes interessadas da organização.

Quadro 06: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados na Personalidade

A personalidade é um fator determinante na classificação dos estilos de aprendizagem. Ela considera a maneira como o indivíduo processa e reage ao conteúdo ensinado. Os precursores desta teoria sustentam que as reações e a forma de processar a informação dependem de fatores como motivação, percepção, utilização e perspectiva. Alguns modelos classificam os estilos de aprendizagem segundo a atitude do aluno (participativo ou evasivo), sua relação com colegas (competitivo ou colaborativo) e sua abordagem ao ensino (dependente ou independente). Nesses modelos, é importante desenvolver atividades em grupo que incentivem a cooperação entre os participantes para melhor atingir os objetivos de ensino-aprendizagem (OSPINA; SALAZAR; MENESES, 2013).

Quadro 07: Estilos de Aprendizagem: modelos baseados no Relacionamento Social

Na construção do conhecimento, a classificação dos estilos de aprendizagem se dá por meio da identificação da forma como as pessoas abstraem a informação, normalmente dividindo-se em duas fases: uma mais analítica e detalhada, e outra que busca síntese, experimentação e criação. Desta forma, neste modelo, os indivíduos classificam o conhecimento em teórico ou prático (IMBERNÓN et al., 2020).

Quadro 08: Estilos de Aprendizagem: modelo baseado na Construção do Conhecimento

Assim, é importante destacar o papel fundamental do professor na condução do processo de construção do conhecimento, pois ele é o principal responsável por criar as condições necessárias para que os alunos tenham acesso a recursos e ferramentas pedagógicas que os ajudem a compreender e aplicar os conhecimentos adquiridos. Ao fazê-lo, o professor contribui para o desenvolvimento integral dos alunos e para a formação de cidadãos conscientes e críticos (FOCHI, 2019).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se pela revisão de literatura que existem diferentes modelos de Estilos de Aprendizagem que podem ser utilizados para classificar o “estilo de aprendizagem” de determinados estudantes. O que os modelos têm em comum é o fato de levarem em consideração a forma como o estudante prefere receber a informação para gerar aprendizagem.

Os Estilos de Aprendizagem são a maneira que um aluno utiliza para poder aprender, sendo assim, torna-se importante a preocupação com o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, assim como a identificação dos estilos de aprendizagem e do perfil acadêmico dos estudantes.

Considerando a pergunta problema desta pesquisa: como os estilos de aprendizagem podem influenciar o processo de ensino-aprendizagem? Verifica-se que, o professor precisa conhecer os diferentes estilos de aprendizagem, para facilitar a mediação do conteúdo por meio de diferentes estratégias pedagógicas que vão ao encontro dos diferentes estilos de aprendizagem de seus estudantes. Quando isso não acontece, há uma grande tendência do professor seguir o seu próprio estilo de aprendizagem, o que pode ser diferente do estilo de aprendizagem de alguns estudantes, e dificultar a aprendizagem para eles.

Deve-se ter em mente que o conhecimento das peculiaridades inerentes aos estilos de aprendizagem dos estudantes, torna-se uma importante ferramenta nesse processo, a fim de que seja possível identificar a estratégia de ensino mais adequada e indicada que atenda às necessidades dos estudantes. Sugere-se como estudos futuros, identificar as estratégias pedagógicas mais adequadas para cada estilo de aprendizagem, considerando um modelo de estilo de aprendizagem específico.

Sabe-se que estas discussões não se esgotam, portanto este texto é o início de uma discussão que precisa ser aprofundada por pedagogos formados e em formação. Trata-se de um vasto campo de discussão e talvez seja este o primeiro degrau de novas pesquisas. Esse trabalho serve de base para os educadores compreenderem a importância de identificar o estilo de aprendizagem dos estudantes para então, prepararem estratégias pedagógicas que facilitem o processo ensino-aprendizagem.

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¹Pedagoga, Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Pitanga;
2Doutor em Engenharia de Produção, Professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Colombo;
3Doutora em Educação, Professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Apucarana;
4Pedagoga, Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Pitanga;
5Doutor em Ciências, Professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), campus Monte Carmelo;
6Doutora em Letras, Professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Colombo.