EMPREENDEDORISMO CONTÁBIL COMO MODELO DE GESTÃO TECNOLÓGICA, JUNTO AOS LOJISTAS DO CENTRO COMERCIAL DO MUNICÍPIO DE MANICORÉ-AM.

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12729695


Raiciane França dos santos1
Ronaldo França dos Santos2
Orientadora: Msc. Ana Maria Ferreira Gomes


RESUMO

Este trabalho apresenta uma discussão a respeito da aplicabilidade do Empreendedorismo Contábil como Modelo de gestão, junto aos lojistas do centro comercial no município de Manicoré. Tem-se como objetivo geral apresentar um Modelo de Gestão Empreendedora que contribua para um atendimento de excelência, junto aos clientes do centro comercial do município. Os objetivos específicos consistem em: a) Capacitar os gestores e colaboradores a fazer uso das novas tecnologias; b) Apresentar novas estratégias de atendimento ao cliente; e c) Ensinar os gestores e colaboradores a usarem o Modelo de Gestão empreendedora e tecnológica no dia-a-dia da empresa. Quanto a metodologia, utilizou-se o método indutivo, de caráter descritivo, tendo como procedimentos técnicos a utilização de materiais bibliográficos e pesquisa de campo de abordagem quanti-qualitativa. A interpretação dos dados realizou-se através da análise de cada uma das perguntas do questionário utilizado, buscando analisar o maior número de informações extraídas possíveis. Os principais resultados evidenciados foram: predominância de homens no setor logístico; carência no uso de modelo de gestão no desenvolvimento dos empreendimentos; e também o despreparado dos lojistas e colaboradores em utilizar tecnologias inovadores no meio profissional. Essas percepções forneceram uma compreensão importante para a formulação de um modelo de gestão que possa ajudar a superar esses obstáculos e promover a adoção bem-sucedida de tecnologias inovadoras no setor logístico local, garantindo assim o sucesso e a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo.

Palavras-chave: Centro comercial. Modelo de gestão. Tecnologias. Lojistas.

ABSTRACT

This work presents a discussion regarding the applicability of Entrepreneurship Accounting as a management model, with the tenants of the shopping center in the municipality of Manicoré. The general objective is to present a new Entrepreneurial Management Model that contributes to excellent service for customers in the city’s shopping center. The specific objectives consist of: a) Training managers and employees to make use of new technologies; b) Present new customer service strategies; and c) Teach managers and employees to use the new entrepreneurial and technological Management Model in the company’s day-to-day activities. As for the methodology, the inductive method was used, of a descriptive nature, with technical procedures being the use of bibliographic materials and field research with a quantitative-qualitative approach. Data interpretation was carried out through the analysis of each of the questions in the questionnaire used, seeking to analyze as much information extracted as possible. The results highlighted the predominance of men in the logistics sector as the main characteristic of the interviewees. In addition, there was a lack of use of a management model in the development of enterprises, and also a lack of use of innovative technologies in establishments.These insights provided important understanding for formulating a management model that can help overcome these obstacles and promote the successful adoption of innovative technologies in the local logistics sector, thus ensuring the long-term success and sustainability of your business.

Keywords: Shopping center. Management model. Technologies. Shopkeepers.

INTRODUÇÃO

O empreendedorismo é a capacidade de criar um novo negócio, de forma inovadora e que seja algo positivo para a sociedade. Dessa forma, praticar esse processo é fundamental para que uma pessoa possa ascender profissionalmente, criar novos mercados e manter seu negócio. Com isso, a implantação de um novo modelo de gestão empreendedora surge como uma grande alternativa para quem deseja consolidar seu negócio.

Dessa forma surge o seguinte problema: “Como aplicar um Modelo de Gestão Empreendedora, fazendo uso das novas tecnologias aos lojistas do centro comercial no município de Manicoré? E como resposta, observou-se uma grande lacuna no que diz respeito a utilização de tecnologias nos estabelecimentos comerciais da cidade. Para resolver esse problema, é essencial aplicar um modelo de gestão empreendedora, que inclua a utilização das novas tecnologias disponíveis.

Tem-se como objetivo geral apresentar um novo Modelo de Gestão Empreendedora que contribua para um atendimento de excelência, junto aos clientes do centro comercial do município de Manicoré. Os objetivos específicos consistem em: a) Capacitar os gestores e colaboradores a fazer uso das novas tecnologias; b) Apresentar novas estratégias de atendimento ao cliente; e c) Ensinar os gestores e colaboradores a usarem o novo Modelo de Gestão empreendedora e tecnológica no dia-a-dia da empresa.

A presente pesquisa justifica-se pela ausência do uso de tecnologias nos empreendimentos do centro comercial do município. Tendo como relevância social, dinamizar e qualificar a forma como os lojistas atuarão no mercado de trabalho e como relevância cientifica, apresentar um modelo de gestão inovadora e de excelência. Nesse sentido, apresenta-se como proposta a Implantação de um novo Modelo de Gestão Empreendedora, que possibilite o empreendedor organizar e estruturar seu negócio, melhorando todos os setores de seu empreendimento, como atendimento ao cliente, inovação tecnológica, etc.

O projeto utilizou-se de materiais bibliográficos e pesquisa de campo, de abordagem quanti-qualitativo, pois utilizamos tanto elementos quantitativos, quanto qualitativos para obter uma compreensão mais completa do fenômeno em estudo. A abordagem quanti-qualitativa permite explorar não apenas as relações entre variáveis, mas também os significados, percepções e motivações por traz dos dados.

No que tange a coleta de dados, realizou-se através de um questionário, entregue aos donos dos estabelecimentos de forma presencial e impressa, para que respondessem em uma única data (cross-section date). A interpretação desses dados foi feita através da análise de cada uma das perguntas do questionário. Para as perguntas quantitativas utilizou-se a medida estatística de apresentação dos dados, demonstrado através de tabelas representados por tabulação. Já nas perguntas qualitativas não foi utilizado nenhuma medida estatística.

O primeiro capítulo deste artigo versa sobre a Fundamentação Teórica, adentrando no conceito de Empreendedorismo e perpassando por alguns autores que trabalham o modelo de empreendedorismo fazendo um elo com o tema em estudo. No segundo capítulo relata-se os materiais e métodos utilizados na pesquisa, descrevendo os procedimentos metodológicos adotados. O terceiro capítulo diz respeito a análise dos resultados, no qual são apresentados os dados coletados na pesquisa de campo que foram interpretados e discutidos em relação aos objetivos do estudo. Na sequência, tem-se a Conclusão que engloba também as recomendações para que os lojistas possam corrigir distorções e garantir cada vez mais a qualidade no atendimento ao cliente.

Portanto, diante do cenário atual em que a tecnologia se tornou um diferencial competitivo no mercado, o modelo de gestão tecnológico que será apresentado ao final da pesquisa, apresenta-se como essencial para os lojistas do Centro Comercial do Município de Manicoré, possibilitando a adequação às novas demandas do consumidor e visibilizando a competitividade no mercado local.

1. FUNADAMENTAÇÃO TEÓRICA

“O empreendedorismo não é apenas sobre criar um negócio, mas sim sobre moldar o mundo com novas ideias e iniciativas que tragam valor e impacto positivo” ( SHANE; VENKATARMAN, 2000, P. 217-226)

O termo empreendedorismo diz respeito a capacidade de criar um negócio novo de forma inovadora, dessa forma o empreendedor analisa um problema e em seguida o soluciona. É uma maneira muito usada no ramo empresarial para criação de novos negócios que muitas vezes envolve riscos e inovações.

1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Para demonstração do crescimento do empreendedorismo no país, cita-se a pesquisa feita pelo GEM (Global entrepreneurship Monitor):

Desde 2002, verifica-se uma tendência de aumento nas taxas de empreendedorismo, particularmente a partir de 2005. A taxa total aumentou de 21%, em 2002, para 39%, em 2015. As taxas de empreendedorismo inicial e estabelecido também aumentaram, alcançando, em 2015, 21% e 19%, respectivamente. (MACEDO et al., p. 29)

Portanto, é evidente que o empreendedorismo vem ganhando força cada vez mais no Brasil, principalmente entre aqueles que querem iniciar algo novo e ter seu próprio negócio. Os empreendedores já estabelecidos tendem a fortalecer seu negócio, inovando e buscando soluções para manter-se forte no mercado, principalmente perante novos entrantes.

1;2 MODELO DE GESTÃO: BENEFÍCIOS DE UM PLANO DE NEGÓCIO

Conforme Dornelas (2015, p.95):

O plano de negócio é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócio que o sustenta. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e ainda permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócio. (DORNELAS, 2015, p. 95)

Dessa forma o plano de negócio é essencial pois ajuda o empresário na organização de seu empreendimento e nas tomadas de decisão, tornando-se uma ferramenta essencial. Assim, com um modelo de gestão o empresário conseguirá ter uma nova visão sobre os fatores de riscos, permitindo uma reavaliação da implantação da sua ideia.

1.3 AS TECNOLOGIAS NO EMPREENDEDORISMO

“O sucesso e a capacidade de crescimento de um negócio estão intimamente relacionados a sua inovação tecnológica” (MENDES, 2011, p. 64). Dessa forma, para que um empreendimento se mantenha forte no mercado de trabalho, principalmente diante ao avanço acelerado das tecnologias, é necessário que se mantenha atualizado e faça uso da mesma.

Desta maneira é preciso estar atualizado frente a essas inovações, podemos citar a forma de pagamento que hoje em dia existem diversas possibilidades, como pagamento via cartão de credito/debito, pix, entre outros. O empreendedor que não utiliza dessas inovações acaba ficando atrás de possíveis concorrentes.

1.4 COMPETÊNCIAS E ESTRATÉGIAS EMPREENDEDORA

Para que se tenha êxito em seu negócio e consiga manter e avançar com seu empreendimento, é de grande importância que o empresário possua certas competências pessoais. Dessa forma, citamos como competências: liderança, Habilidades de comunicação e criatividade.

No que diz respeito a liderança Malheiros et al (2005, p. 28) cita ainda que “uma série de estudos define o empreendedor como alguém com capacidade de liderança, excedendo os demais membros de seu grupo na capacidade de articular pessoas em torno de um objetivo” Sendo assim, um empreendedor que queira ter sucesso, deverá exercer seu pleno papel de líder, para que possa incentivar seus colaboradores a fazer um trabalho de sucesso.

2. METODOLOGIA

A metodologia é fundamental para que haja uma melhor explicação de como o projeto foi desenvolvido. De acordo com Fonseca (2010, p. 86) a metodologia “é a definição dos procedimentos técnicos, das modalidades de atividade, dos métodos que serão utilizados na pesquisa”. Para o desenvolvimento do projeto utilizamos os seguintes procedimentos metodológicos:

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

O método utilizado no presente artigo foi o indutivo, pois observou-se uma carência do uso de tecnologia entre os lojistas do centro comercial do município, e a partir desta hipótese, fizemos uma pesquisa para comprovar ou não este impasse.

Quanto a natureza da pesquisa, define-se como pesquisa aplicada, pois com o estudo e aplicação da problemática, pudemos entender e solucionar medidas para melhorar a forma como os empresários vem atuam no mercado. Esta pesquisa teve como produto final a elaboração de um plano de negócio para facilitar a vida desses comerciantes.

No que diz respeito aos objetivos, a pesquisa teve caráter descritivo, para que assim pudéssemos descrever com exatidão os fatos da pesquisa. Em relação ao método de abordagem, o projeto classifica-se como quanti-qualitativo, pois utilizamos tanto elementos quantitativos, quanto qualitativos para obter uma compreensão mais completa do fenômeno em estudo.

Referente a abordagem quanti-qualitativa, Figueiredo (2004, p.107) registra que esse método “associa análise estatística à investigação dos significados das relações humanas, privilegiando a melhor compreensão do tema a ser estudado, facilitando desta forma a interpretação dos dados obtidos”

A pesquisa teve ainda como procedimentos técnicos a utilização de matérias bibliográficos e pesquisa de campo, no qual utilizou-se de autores renomados para comprovar a pesquisa, dito posto foi elaborado também um questionário, contendo perguntas quanti-qualitativa.

2.2 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E SELEÇÃO DA AMOSTRA

“A totalidade do campo a ser pesquisada chamamos de “universo’ e a amostra é o processo de utilização de uma parte desse universo, como base para uma estimativa do todo” (FONSECA, 2009, P.88)

O projeto em questão foi aplicado na cidade de Manicoré, especificamente no centro comercial do município, tendo como amostra da pesquisa 20 estabelecimentos comerciais, situados na Avenida Getúlio Vargas. O método de amostragem da pesquisa foi a “não probabilística” intencional. Pois “consiste em selecionar um subgrupo da população” (PRODANOV,2013, p. 98). Desse modo, os sujeitos da pesquisa foram 20 empresários de diferentes lojas do centro comercial do município.

2.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada através de um questionário, no qual foi entregue aos proprietários dos estabelecimentos de forma presencial e impressa, para que respondessem em uma única data (cross-section date). O questionário constituía-se de 10 perguntas, sendo 8 quantitativas e 2 qualitativas, de finalidades como: grau de entendimento sobre empreendedorismo, uso de tecnologia nos estabelecimentos de trabalho, forma de gestão, estratégias que são utilizadas e dificuldade enfrentadas no mercado de trabalho.

2.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

A interpretação dos dados foi feita através da análise das perguntas do questionário, para que posteriormente fizéssemos um levantamento situacional daquela região, explicando a tipicidade de cada resposta e utilizando das variações de resposta para solucionar o problema como um todo. Para as perguntas quantitativas utilizou-se a medida estatística de apresentação dos dados, demonstrado através de tabelas representados por tabulação, enquanto que para as questões qualitativas, utilizou-se o modo interpretativo e analítico.

2.5 ETAPAS DA PESQUISA

Primeiramente identificou-se o que já foi publicado sobre o tema “Empreendedorismo contábil”. Em seguida foram coletados, tratados e analisados os dados de acordo com os procedimentos metodológicos já citados, que foi a aplicação de um questionário contendo perguntas de caráter quanti-qualitativo. E por fim procedeu-se a construção das considerações a partir das discussões teórica e dos dados, para que assim pudéssemos construir um modelo de gestão de excelência e de acordo com as características apresentada pelos sujeitos da pesquisa.

3. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

A pesquisa foi realizada com 20 lojistas do centro comercial de Manicoré e permitiu avaliar o nível de conhecimento e interesse dos empreendedores deste local em adotar práticas inovadoras e tecnológicas em seus negócios. Além disso, a pesquisa também possibilitou identificar as necessidades e desafios enfrentados pelos empreendedores em relação a gestão de seus negócios e como a implementação de um modelo de gestão pode contribuir para a melhoria da eficiência e competitividade das empresas no mercado local.

3.1 SOBRE O USO DE MODELO DE GESTÃO EMPREENDEDORA

4º Questão – Você já desenvolveu em seu estabelecimento algum modelo de gestão empreendedora?

DescriçãoSimNãoTotal
Quantidade41620
%20%80%100%

Tabela 1 – Quanto ao modelo de gestão.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2024.

Na pesquisa foi possível identificar que 80% dos entrevistados nunca utilizaram nenhum modelo de gestão empreendedora e somente 20% afirmou ter utilizado um modelo de gestão para iniciar seu empreendimento. Isso indica que muitos lojistas iniciaram seu empreendimento sem conhecimento algum sobre o assunto. Em compensação, os 20% que responderam positivamente à existência de um modelo de gestão em seu empreendimento representam um grupo de proprietários mais engajados, criativos e dispostos a assumir riscos para buscar melhores resultados para empresa.

Diante desse resultado é fundamental que eles promovam a inserção de um modelo de gestão empreendedora, pois através disso, terão ensejo em gerar novas ideias, processos mais eficientes e maior engajamento com os funcionários e clientes.

5º Questão – O que você entende por gestão empreendedora?

O estudo relatou que um total de 11/20 proprietários souberam responder a pergunta e 9/20 não sabe ou não entendem do assunto. Os entrevistados que souberam responder discursaram as seguintes explicações: Ter habilidade para organizar o estabelecimento com foco nos clientes; Expandir no setor empresarial e estar em constante evolução; Ser capaz de gerenciar uma loja e garantir um bom atendimento ao cliente; Saber administrar a empresa; Ter diferencial no ramo de negócios; É ser estrategista nas vendas; É estar alinhado com a estratégia de vendas do ramo de atividade em que atua; Gerir o próprio negócio e trabalhar de maneira independente; É uma forma de investimento, coragem e determinação; É algo diferencial que possibilita gerir uma loja.

Mediante a estes relatos é possível demonstrar que eles têm algum conhecimento sobre gestão empreendedora, o que indica interesse ou experiência prévia na área. Esses entrevistados provavelmente possuem uma compreensão básica dos princípios e práticas de gestão aplicáveis a contextos empreendedores, dessa forma faz necessário aprimorar ainda mais seus conhecimentos sobre o assunto para um melhor gerenciamento do negócio.

Em relação aos entrevistados que não entendem ou não souberam responder, isso pode ser reflexo de uma mentalidade mais tradicional ou conservadora em relação aos negócios, ou simplesmente uma falta de motivação ou curiosidade em aprender algo novo. Dessa forma é fundamental buscar educação e treinamento adequado nessa área para garantir o sucesso e crescimento do negócio.

3.2 TECNOLOGIAS INOVADORAS NOS EMPREENDIMENTOS

7º Questão – Qual o principal desafio que você enfrenta ao implementar inovações tecnológicas em seu negócio?

DescriçãoFalta de conhecimento sobre o assuntoFalta de recursos financeirosBurocracia e Tramites legaisOutrosTotal
Quant.367420
%15%30%35%20%100%

Tabela 2 Percepção sobre o principal desafio enfrentado ao implementar inovações tecnológicas nos empreendimentos logísticos.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2024.

A opção mais escolhida pelos participantes da pesquisa foi “Burocracia e tramites legas”, sendo representada por 35% dos entrevistados. Isso sugere que a complexidade dos processos regulatórios e a dificuldade de lidar com a papelada e exigências legais são vistos como obstáculos no caminho da implementação de inovações tecnologias nesse setor. A superação desses desafios requer planejamento, estratégias e atenção aos detalhes por parte dos empreendedores.

Em segundo lugar, com 30% das respostas, aparece “Falta de recursos financeiros”. Isso ocorre devido algumas ferramentas tecnológicas apresentarem custos elevados para serem implantados e também incertezas se haverá êxito ou possíveis fracassos ao longo do processo de desenvolvimento. A solução para esse problema requer estratégias de captação de investimentos, parcerias, financiamento e gerenciamento eficiente de recursos disponíveis para garantir o sucesso e a sustentabilidade das inovações tecnológicas no mercado.

Em seguida, com 15% das citações, “Falta de conhecimento sobre o assunto” foi apontada como um desafio importante. Isso significa que a falta de expertise e familiaridade com as tecnologias é um obstáculo para os empresários que desejam adotar inovações em seus estabelecimentos. Dessa forma, é importante investir em capacitações, formação continua, networking e parcerias estratégicas que possam suprir a falta de conhecimento.

Por fim, a categoria “Outros” foi escolhida por 20% dos entrevistados, no qual todos citaram a mesma dificuldade “Falta de internet de qualidade no município”. Isso indica que a infraestrutura de conectividade é um fator limitante na implementação de tecnologias avançadas nos empreendimentos, prejudicando a efetividade e a velocidade das operações. Essa dificuldade impacta tanto a implementação das tecnologias por parte dos empreendedores, como também a aderência pelos clientes, pois de nada adianta ter uma tecnologia digital, se não há uma internet de qualidade para acessa-la.

3.3 A QUALIDADE DO ATENDIMENTO AO CLIENTE

9º Questão – Quais estratégias de marketing você utiliza para atrair clientes para a sua loja?

Dos 20 lojistas entrevistados, apenas 2 afirmaram não utilizar nenhuma estratégia de marketing, enquanto que os 18 restantes todos citaram ao menos um meio para atrair clientes. As estratégias de marketing citadas foram: divulgação através de redes sociais, através de carro volante, através de rádio, promoções e propaganda em frente à loja.

Essas estratégias são todas ferramentas eficazes para aumentar a visibilidade da loja, atrair clientes em potencial e gerar vendas. As empresas que investem em ações de marketing, têm maior probabilidade de se destacar, atrair clientes e impulsionar suas vendas. No entanto, é importante frisar que mesmo sendo ferramentas importantes, é necessário realizá-las de forma correta e árdua, para que assim se tenha êxito e bons resultados.

Dessa forma, consta-se que a maioria dos lojistas do Centro Comercial de Manicoré enxergam o marketing como essencial e os utilizam para atrair clientes para sua loja, podendo então moderniza-los e diversificar ainda mais suas ferramentas de marketing. No que diz respeito aos entrevistados que não utilizam nenhuma estratégia, esses por sua vez acabam ficando para traz em relação aos seus concorrentes, desperdiçando um grande potencial de crescimento e sucesso do seu negócio.

10º Questão – Na sua opinião, qual a competência pessoal mais importante para um empreendedor bem-sucedido?

DescriçãoLiderançaResiliênciaCriatividadeHabilidades de comunicaçãoOutroTotal
Quant.50410120
%25%0%20%50%5%100%

Tabela 3 Percepção sobre a competência mais importante para um empreendedor bem-sucedido.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2024.

Todas as alternativas da pergunta são consideradas competências essências para um empreendedor bem-sucedido, dessa forma pretendíamos analisar a percepção de qual seria considerado a mais importante para os lojistas do centro comercial de Manicoré.

Dentre as opções apresentadas, a competência mais mencionada pelos lojistas foram as Habilidades de comunicação, com 50% das respostas. De acordo com os entrevistados é muito importante saber se comunicar eficazmente com clientes e colaboradores, pois proporciona uma experiência confortável para os clientes e ajuda a manter os colaborados alinhados e motivados com os princípios do empreendimento.

A Liderança também foi destacada por um quarto dos lojistas (25%), indicando que a capacidade de guiar, motivar e influenciar as pessoas dentro da organização é considerada fundamental para o sucesso empresarial. Os entrevistados argumentaram que essa habilidade é importante pois através dela é possível direcionar a empresa, motivar a equipe, resolver conflitos e a lidar com os desafios do mercado.

A Criatividade foi escolhida por 20 % dos entrevistados, isso indica que a capacidade de inovar, encontrar soluções criativas e pensar de forma original pode ser um diferencial competitivo no mercado atual. Empreendedores criativos têm mais chances de prosperar e se destacar em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo.

É interessante notar que a Resiliência não foi selecionada, mas isso se dá em decorrência da falta de conhecimento em relação a essa habilidade. Resiliência pode ser definida como a capacidade de enfrentar e superar adversidades, desafios, fracassos e situações de estresse de forma positiva. Dessa forma, ter resiliência é essencial, pois os empreendedores que a possuem têm maior capacidade de superar os desafios e alcançar o sucesso em seus negócios.

Por fim, a opção Outro (5%) foi escolhida por 1 entrevistado, com menção especifica a habilidade “Inovador”. Ele citou que a capacidade de inovar permite que um empreendedor crie produtos, serviços ou processos únicos e diferenciados no mercado, ajudando a empresa se destacar da concorrência e a ganhar preferência dos clientes.

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O Empreendedorismo Contábil como modelo de gestão tecnológica apresenta-se como uma ferramenta fundamental para os lojistas do município de Manicoré, pois ajuda a otimizar processos, aumentar a eficiência e a produtividade, reduzir custos, melhorar a experiência do cliente e se manter competitivo no mercado. Em um cenário cada vez mais digital e competitivo, a adoção de um modelo de gestão tecnológica é essencial para o sucesso e a sobrevivência do negócio.

Os lojistas do centro comercial de Manicoré já enxergam as tecnologias como fundamental para o sucesso de seus negócios, no entanto fazem isso de forma limitada. Além das tecnologias citadas por eles, recomendamos o uso de mais ferramentas tecnológicas inovadores, como: Sistema de gestão de vendas; Softwares de automação de Marketing; Plataforma de Comercio Eletrônico; Aplicativos de fidelização de clientes; Sistemas de gestão de estoque e logística; e Chatbots para atendimento ao cliente.

Após informatizar e deixar o empreendimento mais tecnológico, é necessário utilizar estratégias de marketing para atrair clientes, impulsionando assim o crescimento do negócio. Algumas sugestões de táticas inovadoras que podem ser exploradas pelos lojistas são: Parceria com influencers; Experiências personalizadas; Programa de fidelização; Experiência Virtual; e Campanhas de Marketing interativo.

Todas essas estratégias são fundamentas para atrair clientes, no entanto é necessário ainda utilizar métodos inovadores de atendimento ao cliente, para que dessa forma haja uma satisfação e fidelização dos consumidores atraídos pelo marketing. A pesquisa em questão apresentou a carência do uso de estratégias inovadoras de atendimento ao cliente, dessa forma, apresenta-se algumas inovações, são elas: Personalização; Chatbots e Inteligência Artificial; Comunidade Online; Realidade Aumentada e Virtual; e Treinamento da equipe.

Essas ferramentas e estratégias podem ser utilizadas por qualquer empreendedor, seja de qualquer um dos seguimentos de mercado citados na pesquisa: comércio e serviços. Dessa forma, além de melhorar a funcionalidade e potencialidade da empresa perante a concorrentes, a população do município se beneficiará de um modelo de gestão empreendedora inovadora, tecnológica e com um atendimento mais personalizado.

Os resultados da pesquisam evidenciaram que os desafios enfrentados pelos lojistas para implementar as inovações tecnológicas em seus estabelecimentos são paralelos, seja a Burocracia e Trâmites legais, Falta de recursos financeiros, falta de conhecimento sobre o assunto, e falta de uma infraestrutura doa de internet no município, sendo todas entraves para o avanço tecnológico local.

Essas percepções fornecem uma compreensão importante para a formulação de um modelo de gestão empreendedora e tecnológica. Visando ensinar os gestores e colaboradores a deixarem o empreendimento mais sofisticado e tecnológico, segue-se no Apêndice B, um Modelo de Gestão empreendedora e tecnológica que pode ser usado no dia-a-dia da empresa.

Assim, conclui-se que a adoção de um modelo de gestão empreendedora e tecnológica é de extrema importância, pois ao investir em inovações e em uma mentalidade empreendedora, os lojistas estarão mais preparados para enfrentar os desafios do cenário atual e se destacar entre a concorrência, garantindo assim o sucesso e a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MENDES, Marta. 2011 Empreendedorismo no Brasil. 22. Ed. Curitiba: IBQP, 2011.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho Cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. Ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. P. 98.

SHANE, S & VENKATARMAN, S. The promise of entrepreneurship as a field of research. Academy of Management Review, 25(1), 2000. P. 217-226.


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