PLURIACTIVITY AND THEIR POTENTIAL FOR THE DEVELOPMENT OF FAMILY FARMING: A BIBLIOGRAPHICAL REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12549523
Luiz Bernardi;
Orientador: Prof. Dr. Jorge Jamhour.
RESUMO
A partir da década de 1990, o mundo rural brasileiro foi palco de um novo modelo de produção através de atividades pluriativas. Assim o conceito dado a estas atividades foi o fenômeno da pluriatividade que tem se destacado, pois são diversas as funções que o meio rural recebe, podendo ser no setor do comércio, serviços, além de produção. O fenômeno da pluriatividade se apresenta toda vez que o grupo familiar pratica atividade agrícola com atividades não agrícolas. Dessa forma, o presente estudo faz uma análise da pluriatividade e o seu potencial para o desenvolvimento na agricultura familiar. Para a elaboração deste trabalho, foi feito uma pesquisa de revisão bibliográfica em materiais que abordam o tema do fenômeno da pluriatividade na agricultura familiar. A diversificação tem possibilidade de desenvolvimento econômico e social, tendo em vista, que as atividades pluriativas são praticadas com a finalidade de aumento da renda do agricultor familiar. Portanto, neste contexto as novas funções do meio rural agrícola vão além do agrícola com as atividades pluriativas que de forma incontroversa fazem parte do cotidiano de grande parte das famílias na agricultura familiar, fato este que poderá trazer efeitos positivos ou negativos em consequência das práticas pluriativas, efeitos que podem ocasionar mudanças socioespaciais nas pessoas integrantes da agricultura familiar.
Palavras-chave: agricultura sustentável; produtividade agrícola; agricultura em tempo parcial; renda agrícola; agrobiodiversidade.
ABSTRACT
From the 1990s onwards, the Brazilian rural world was the stage for a new model of production through pluriactive activities. Thus, the concept given to these activities was the phenomenon of pluriactivity that has stood out, as the functions that rural areas receive are diverse, which can be in the commerce, services, as well as production sectors. The phenomenon of pluriactivity appears every time the family group practices agricultural activities with non-agricultural activi ties. Therefore, the present study analyzes pluriactivity and its potential for development in family farming. To prepare this work, a bibliographical review was carried out on materials that address the topic of the phenomenon of pluriactivity in family farming. Diversification has the possibility of economic and social development, considering that pluriactive activities are practiced with the aim of increasing the family farmer’s income. Therefore, in this context, the new functions of rural agriculture go beyond agriculture with pluriactive activities that are uncontroversially part of the daily lives of most families in family farming, a fact that could bring positive or negative effects as a result of pluriactive practices, effects that can cause socio-spatial changes in the people involved in family farming.
Keywords: sustainable agriculture; agricultural productivity; part-time farming; farm income; agrobiodiversity.
1 INTRODUÇÃO
Com a chegada da tecnologia no meio rural e com o avanço da monocultura, os agricultores familiares passaram a fazer uso de atividades pluriativas e com esse proceder surgiu o fenômeno da pluriatividade, cujo termo, permite condensar, num só conceito, outras duas noções fundamentais: a agricultura a tempo parcial e a diversificação econômica e produtiva, as quais estão integradas à agricultura familiar.
A diversificação da produção e a agricultura em tempo parcial, que recentemente surgiram no âmbito da agricultura familiar, em razão das atividades agrícolas e não-agrícolas que atualmente são utilizadas pelos agricultores familiares no interior e na forma externa de suas unidades produtivas agrícolas.
Este novo modelo de produção pode ser classificada como horizontal, quando se produz diferentes culturas na mesma propriedade rural, e a pluriatividade como vertical, quando o produtor detém todas as fases da cadeia produtiva de uma cultura que ocorre na propriedade rural, desde o plantio até a venda final no comércio.
Na agricultura brasileira, segundo Campanhola e Silva (2004), desde o início dos anos de 1960 observa-se um intenso processo de modernização e industrialização. Surgiram novas técnicas de cultivo, máquinas poupadoras de mão de obra e biotecnologias. Por causa desses fatores apareceram diversas modificações, tais como: terceirização de tarefas; alteração no manejo das lavouras e na criação de animais, no beneficiamento de produtos e na administração das diversas atividades no interior das atividades produtivas. Tudo isso implicou na diminuição do número de pessoas necessárias para efetuar e manter o mesmo nível de produção. Esse modelo produtivista moderno-industrial fez surgir uma nova divisão do trabalho, uma diminuição da mão de obra empregada em atividades agrícolas e crescimento das ocupações em atividades rurais não agrícolas.
Segundo Campanhola e Silva (2004, p. 72–73):
O trabalho em tempo parcial na agricultura (conhecido como (part time-farmer) ocorre quando os indivíduos dedicam apenas parte de sua jornada de trabalho à execução de atividades agropecuárias, pois parte da força de trabalho é disponibilizada para outras atividades, dentro ou fora do estabelecimento agrícola. O agricultor em tempo parcial ocupa-se em outras tarefas visando à obtenção de rendas complementares, seja por meio do trabalho na agricultura com outras atividades. Isto é, ele se torna um indivíduo pluriativo.
Neste contexto, o presente trabalho pretende analisar a prática de atividades pluriativas agrícolas e não agrícolas (Pluriatividade) no interior da propriedade rural e de forma externa e sua relação com o potencial de desenvolvimento da agricultura familiar.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Revisar a literatura que discute sobre o fenômeno da pluriatividade na agricultura familiar. 1.1.2 Objetivo Específico
• Estabelecer melhor compreensão do potencial de desenvolvimento provocado pelo fenômeno da pluriatividade na agricultura familiar.
1.2 Justificativa
O presente trabalho justifica-se, pois, diante da constatação que atualmente os agricultores familiares fazem uso da pluriatividade e com o fim de melhor compreender sobre este fenômeno e diante do fato que na literatura atual, apenas existem estudos empíricos sobre o fenômeno da pluriatividade.
Portanto, não temos nenhum paradigma que possa dizer que o fenômeno da pluriatividade tenha potencial de trazer desenvolvimento para o agricultor familiar.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Posições positivas sobre atividades pluriativas na agricultura familiar
Dessa forma à agricultura familiar está buscando sua estratégia e as pesquisas revelam essa realidade segundo Funk, Borges e Salamoni (2006, p. 2) “[…] é o modo agrícola pelo qual mais se produz alimentos no Brasil, já que possui uma produção diversificada, destinada ao abastecimento da propriedade, onde o excedente é vendido com vistas à obtenção de renda”. Com a diversificação rural a pluriatividade surgiu como uma reorganização deste espaço rural através do manejo de diversas atividades agrícolas e não-agrícolas do trabalho familiar.
Já Carneiro (1999) relativiza as consequências da pluriatividade, não se posicionando favorável ou contra esse fenômeno, e defendendo a necessidade de apreender as estratégias e ações da família e de seus membros, para verificar a viabilidade e as implicações da pluriatividade na agricultura familiar. Mais importante seria identificar e compreender o significado (e o peso) das práticas não agrícolas nas estratégias reprodutivas de cada tipo de família no sentido de reconhecer a tendência de sua trajetória futura em relação à agricultura e às demais opções de renda”(Carneiro, 1999, p.34).
Para Carneiro (1999) a noção de pluriatividade não designa um fenômeno específico, assim como o termo pluriativo não define uma nova categoria social no meio rural. A pluriatividade é uma noção que designa um processo social, o que significa reconhecer processos pluriativos incorporadores de atividades não agrícolas como constitutivos da dinâmica social da agricultura familiar. Falar em agricultura familiar pluriativa requer incorporar a complexidade das relações sociais que definem e redefinem a família. Torna-se necessário redefinir o universo de observação, privilegiando-se a família, como unidade social e não apenas como unidade de produção, como tem sido considerada quando o assunto é a agricultura familiar.
A pluriatividade está ligada à emergência de situações sociais em que os indivíduos que compõem uma família com domicílio rural passam a dedicar-se ao exercício de um conjunto variado de atividades econômicas e produtivas, não necessariamente ligadas à agricultura e ao cultivo da terra e também cada vez menos executada dentro da unidade de produção. Assim, trata-se de um fenômeno do qual membros das famílias optam pelo exercício de diferentes atividades, ou mais rigorosamente, optam pelo exercício de atividades não-agrícolas, mantendo a moradia no campo e uma ligação, inclusive produtiva, com a agricultura e a vida no espaço rural (Schneider, 2003).
Na agricultura brasileira, segundo Campanhola e Silva (2004), desde o início dos anos de 1960 observa-se um intenso processo de modernização e industrialização. Surgiram novas técnicas de cultivo, máquinas poupadoras de mão de obra e biotecnologias. Por causa desses fatores apareceram diversas modificações, tais como: terceirização de tarefas; alteração no manejo das lavouras e na criação de animais, no beneficiamento de produtos e na administração das diversas atividades no interior das atividades produtivas. Tudo isso implicou na diminuição do número de pessoas necessárias para efetuar e manter o mesmo nível de produção. Esse modelo produtivista moderno-industrial fez surgir uma nova divisão do trabalho, uma diminuição da mão de obra empregada em atividades agrícolas e crescimento das ocupações em atividades rurais não agrícolas.
Como definição teórica de pluriatividade, Anjos (2003, p. 90-91) expressa:
Um fenômeno no qual os componentes de uma unidade familiar executam diversas atividades com o objetivo de obter uma remuneração pelas mesmas, que tanto podem desenvolverem-se no interior como no exterior da própria exploração, através da venda da força de trabalho familiar, da prestação de serviços a outros agricultores ou de iniciativa centrados na própria exploração (Industrialização a nível da propriedade, turismo rural, agroturismo, artesanato e diversificação produtiva) que impliquem no aproveitamento de todas as potencialidades existentes na propriedade e/ ou seu entorno.
A agricultura brasileira a partir da década de 1970, baseada na concentração, especialização e internacionalização das cadeias produtivas, entra num novo ciclo dito “moderno” capitalizado, tecnificado e empresarial. Machado e Caume (2008), esse modelo proporcionou a modernização de diversos setores da agricultura brasileira, transformando o país num dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas, apresentando, atualmente, um dos maiores índices de produtividade e eficiência econômica no mercado mundial desses produtos. No entanto, esse ciclo apresentou a exclusão de parcelas significativas dos atores presentes no meio rural, principalmente os agricultores familiares de pequeno porte.
Wanderley (2000) tece algumas reflexões interessantes sobre a temática e a conceituação da agricultura familiar. Para a autora, a agricultura familiar não pode ser entendida como uma nova classe ou uma nova categoria social, ou que o seu surgimento seja recente. Mas, no Brasil, esta conceituação assume ares de novidade e de renovação quanto ao seu significado e abrangência, principalmente nos meios acadêmicos e nas políticas públicas que passam a estimular a criação de tipologias baseadas na viabilidade econômica e social diferenciada.
Funk (2008) mostra que, contrariando o pensamento de vários autores que julgavam a agricultura familiar como uma categoria em extinção frente ao modo de produção capitalista, esta tem se desenvolvido e se adaptado a esse meio de tal forma que vem persistindo, ao longo de décadas, e com um crescimento considerável. Isso se deve à capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças impostas pelo contexto socioeconômico, à qual se associa a capacidade de decidir o que vai produzir e como o fará, pois essa categoria permite uma proximidade muito grande entre a gestão e a produção, em consequência de o trabalho ser desenvolvido pela família que gera o negócio.
A diversidade das atividades agrícolas na agricultura familiar é uma estratégia que não se destina apenas para ampliar o leque de produtos comercializados, mas também para garantir o autoconsumo (Wanderley, 1996).
Como visto, o meio rural vem conseguindo reinventar novas formas de atividades de natureza diferentes, como ocorre na diversificação produtiva rural em que são produzidos ali mentos e produtos de origem vegetal, animal, comércio de hortaliças, turismo rural, entre outros. Godoy e Wizniewsky (2013) também entendem a pluriatividade como a interação das atividades agrícolas e não agrícolas exercidas pela família dentro ou fora de sua propriedade, conforme suas possibilidades existentes, criando um mercado amplo de trabalho.
Na concepção de Del Grossi e Silva (1998), a pluriatividade incorpora os conceitos de diversificação produtiva e de agricultura em tempo parcial, sendo consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do domicílio, inclusive as ocupações por conta própria, o trabalho assalariado e não assalariado, realizado dentro e/ou fora das explorações agropecuárias. Desse modo, a renda agrícola vem sendo cada vez mais insuficiente para a manutenção das famílias. A agricultura está se convertendo cada vez mais em uma atividade de tempo parcial, o que corresponde cada vez menos pela renda e pelo tempo de ocupação da família na agricultura.
Formas de agricultura que até há pouco tempo eram condenadas – como é o caso da agricultura a tempo parcial – atualmente são aceitas como condição imperativa do desenvolvimento rural. É neste cenário que se sobressaem as famílias pluriativas, enquanto agentes capazes de frear a saída brusca da população das áreas rurais, dando um novo sentido ao processo de produção rural (Mattei, 2005).
Nas últimas décadas houve grandes transformações no meio rural brasileiro. A identificação como exclusivamente agrícola tornou-se obsoleta, quando atividades produtivas dos centros urbanos começaram a ser encontradas em áreas rurais, tornando-se um espaço mais dinâmico e diversificado, com outras múltiplas potencialidades para a população local. A crescente mobilidade entre esses dois espaços, anteriormente distintos no seu modo de vida e comportamento social, permitiu o desenvolvimento de atividades não agrícolas, as chamadas atividades pluriativas (Schneider, 2003).
Segundo Haas (2008), a qual enfatiza que na diversificação da produção agrícola ocorre uma diminuição de risco econômico, pois não é depositado todo esforço em uma única produção.
Para Machado e Caume (2008), a pluriatividade se mostra como uma característica estrutural de determinados agricultores familiares, devido à conjuntura em que são implantados e, consequentemente, às contingências a que são submetidos. Esse crescimento está relacionado a uma maior diversificação das atividades agrícolas e novas atividades não agrícolas (indústrias, condomínios residenciais, áreas de lazer e turismo), que se somam ao meio rural (Candiotto, 2009).
Ludtke (2016), lembra que a diversificação para subsistência também encontra larga importância junto a esta ferramenta, as sobras da produção como: feijão, milho, mandioca, batata e leite podem ser comercializados informalmente em comércios locais buscando rendimento monetário para auxiliar este quesito.
Dutra, Mendonça e Casarotto (2016), por sua vez, dissertam que a diversidade na produção agrícola mostra várias vantagens se contrastada com a monocultura, versando sobre propriedades de pequeno porte. Além disso, permite ampliar a renda no decorrer do ano, diminuindo risco do exercício econômico, minimizando problemas de deterioração dos solos, permitindo o crescimento de postos de trabalho no setor agrícola, além de outros.
2.2 Posições negativas sobre atividades pluriativas na agricultura familiar
Segundo Schneider (2009), a pluriatividade não pode ser entendida como um recurso transitório ou mesmo um mecanismo de precarização das famílias. Mas parece evidente, que as atividades pluriativas não são capazes de promover o desenvolvimento rural se não estiver associada a outras condições, como o acesso à terra, aos mercados, capacidade de inovação, disponibilidade de crédito, etc.
Para Alentejano (1999) a pluriatividade tem algumas características de resistência ao agronegócio e ao mercado de commodities, pois busca reduzir a subordinação ao mercado (monoculturas, integração). São, contudo, limitadas as formas de resistência decorrentes da pluriatividade, pois
. . . o desenvolvimento da pluriatividade significa uma forma de acentuação da exploração capitalista, (…) que aponta para a reestruturação produtiva, tendo como efeito o aumento da exploração do trabalho e a ampliação da margem de lucro dos capitalistas.
Segundo Alentejano (1999, p. 155), essas múltiplas estratégias representam o caminho, às vezes único, para assegurar a reprodução da unidade familiar agrícola, quer porque a renda dita complementar é essencial, quer porque a especialização na atividade agrícola não aparece como opção desejável para os descendentes. O mesmo autor vê a pluriatividade mais como imposição do mercado e do capital financeiro para aqueles agricultores em dificuldades, do que como opção. Por conseguinte, entende que a pluriatividade não é para manter a agricultura, mas para desmantelá-la.
No plano político e numa perspectiva crítica, Guanziroli (2001), atribui às elites brasileiras à exacerbação do vínculo entre atividades não agrícolas e Pluriatividade: aspectos históricos e conceituais do desenvolvimento. Como é de praxe, na história do Brasil, os modelos de desenvolvimento são copiados e implantados dos países centrais, sem maiores reflexões e adequações à realidade nacional. Numa falsa analogia com o que se passou nos países capitalistas centrais, o êxodo rural, as dificuldades da agricultura familiar e, mais recentemente, o aumento das ocupações rurais não-agrícolas no Brasil têm sido vistos por grande parte das elites (incluindo as intelectuais) como uma evidência do desenvolvimento. Falsa analogia, uma vez que não são levadas em conta as diferenças radicais nas condições em que estes fenômenos ocorreram em ambos os casos (Guanziroli, 2001, p. l8).
Guanziroli (2001) não se opõe à pluriatividade, porém deixa o alerta sobre a necessidade de apreender as particularidades da pluriatividade no Brasil, e não simplesmente adotar teorias desenvolvidas em realidades diferentes. Para o autor, a redução das desigualdades sociais deve ser combatida por meio de políticas de desenvolvimento rural que possam beneficiar a agricultura familiar, tanto com o fortalecimento da agricultura como na adoção de atividades não agrícolas. As oportunidades de emprego rurais não-agrícolas, que não são induzidas pela expansão agropecuária, que devem certamente ser estimuladas, estão limitadas pela elevada concentração de renda e riqueza que caracteriza o país. Portanto, para a eliminação da pobreza no campo e redução da pressão migratória sobre as cidades, faz-se necessário um projeto de desenvolvimento rural apoiado na produção familiar (Guanziroli, 2001, p. 42).
Lamarche et al. (1993) concluiu em sua pesquisa que a pluriatividade e o êxodo dos jovens no Brasil são atitudes negativas, pois o emprego externo traduz-se na falta de opções, de alternativas agrícolas para a agricultura familiar.
Segundo Bombardi (2003) essa racionalidade econômica não faz parte dos valores morais do camponês, apesar deste participar de relações capitalistas a muito tempo. Consequentemente, a pluriatividade teria poucas contribuições para a afirmação e expansão da autonomia das unidades de produção e vida familiar.
O processo de modernização da agricultura brasileira integrou de forma subordinada a agricultura familiar às grandes cadeias agroalimentares, onde o agricultor produzia a matéria prima no padrão exigido para as indústrias, induzindo assim, o modelo agrícola à monocultura, ocasionando rupturas com as características da agricultura familiar. Os agricultores familiares ao negligenciar os cultivos de subsistência, intensificaram a dependência da renda monetária da safra para garantir a maior parte de sua alimentação, consequentemente, os recursos financeiros destinados aos investimentos na propriedade tornam-se reduzidos ou ausentes, devido à renda obtida com os monocultivos em pequena área apresentar baixo retorno financeiro (Balem; Silveira, 2005).
Vander Ploeg (2008), relata que a monocultura imposta pelas revoluções agrárias no nosso país ainda molda a forma de produzir de muitos estabelecimentos rurais. Esta prática é observada entre os agricultores familiares, fato que ocorre devido à falta de uma política pública de incentivo e sem outras alternativas, muitos agricultores familiares aderem ao plantio de soja atraídos pelo preço de mercado.
Por outro lado (Redin, 2015) pontua que muitas famílias têm dificuldade para colocarem suas produções de produtos oriundos da diversificação no mercado, tendo dificuldades de comercialização. “A família rural não se sente segura para investir em atividades periféricas como forma de agregar valor ao trabalho rural, pois alegam não ter garantia de comercialização” (Redin, 2015, p.241).
Essa separação provocada pela modernização da agricultura brasileira apoiada pelo capital sobre o campesinato trouxe aumento das culturas e da produção agrícola, mas não foi levado em consideração os prejuízos causados ao homem camponês e a sociedade.
As transformações ocorridas no meio rural brasileiro agravou ainda mais a situação dos agricultores familiares do campo acarretou a concentração de terras nas mãos de uma minoria e a expulsão de parte dos agricultores familiares. Assim, maiores problemas continuam relacionados à produção e à comercialização dos produtos gerando uma dificuldade cada vez maiores para as famílias continuarem no campo (Venâncio; Pessôa, 2006, p. 16).
No Brasil, os agricultores familiares são de fato pequenos agricultores, representando o tamanho das propriedades, uma das mais fortes restrições para o crescimento sustentável da agricultura familiar. Um número significativo de estabelecimentos familiares são minifúndios que não oferecem condições apropriadas para a sobrevivência da família (Savoldi; Cunha, 2010).
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica de forma narrativa por ter como objetivo aumentar o nível de compreensão do pesquisador com o tema da pluriatividade em uma pesquisa bibliográfica de forma diversificada e universal, onde foram utilizados métodos, técnicas e materiais que possam contribuir na obtenção de subsídios para respondê-lo.
A pesquisa bibliográfica requer uma antecedência da escolha do tema do estudo, ainda que não possamos demonstrar de forma cabal e terminal o problema de pesquisa que foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de livros, artigos, dissertações, teses, monografias, jornais, revistas, imprensa e meios de comunicação, documentos para obtenção de construções teórico-conceituais. Os materiais pesquisados estão disponíveis no Google, Google Acadêmico e Scielo.
No estudo, a pesquisa bibliográfica buscou uma linha mestra que visava coletar dados técnicos e científicos de forma a poder melhor compreender o tema da pluriatividade e qual seu potencial para o desenvolvimento da agricultura familiar. Com o presente trabalho, buscou se compreender os grandes obstáculos relacionados ao tema proposto sobre as atividades pluriativas que recentemente surgiram na agricultura familiar e, quais os benefícios advindos dessa nova forma de produção para à agricultura familiar. A fim de verificar e compreender o fenômeno da pluriatividade, como um todo. Nesta pesquisa foram relatados tanto as posições positivas da mesma quanto, também, posições negativas existentes na área pesquisada, entre os autores e cientistas sociais relatados na pesquisa temos Campanhola e Silva (2004), Alentejano (1999), Candiotto (2009), Machado e Caume (2008), Carneiro (1999), Schneider (2003), Schneider (2009), Wanderley (1996), Wanderley (2000), Guanziroli (2001), Bombardi (2003), Lamarche et al. (1993), Del Grossi e Silva (1998), Dutra, Mendonça e Casarotto (2016), Anjos (2003), Mattei (2005), Haas (2008), Ludtke (2016), Vander Ploeg (2008), Balem e Silveira (2005), Funk (2008), Godoy e Wizniewsky (2013), entre outros, que serão apresentados em referências no decorrer do desenvolvimento da monografia.
Dessa forma o que importa para esta pesquisa de revisão bibliográfica, foi trazer também as posições dos autores e cientistas sociais sobre as perspectivas do potencial de desenvolvi mento que o tema proposto sobre atividades pluriativas poderá trazer para à agricultura familiar, pois temos muitas divergências entre os estudiosos nos materiais encontrados para esta pesquisa.
Este estudo foi realizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Tendo o trabalho de pesquisa sido realizado no período de abril de 2023 a abril de 2024. A revisão bibliográfica narrativa foi desenvolvida respeitando a norma da resolução CNS nº 510/16 em seu artigo 1º parágrafo único e inciso VI, diz que: não serão registradas nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP: Inciso VI: a pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para revisão da literatura científica.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Neste trabalho restou demostrado que um novo horizonte foi deslumbrado com a introdução no espaço rural brasileiro das atividades pluriativas que são a diversificação da produção e agricultura a tempo parcial que integram à agricultura familiar.
Desta forma a propriedade familiar rural que está ligada aos processos produtivos, viu-se na possibilidade de usufruir de novos parâmetros para a sua sobrevivência no espaço rural, que de forma comum, aderem à prática de atividades pluriativas, podendo estas serem realizadas dentro da própria propriedade rural ou de forma externa e com isso podendo aumentar a renda da família.
Com esta mudança na agricultura familiar, observa-se entre alguns autores e cientistas sociais posições positivas sobre o uso da pluriatividade em razão da possibilidade de aumentar a renda da entidade familiar rural. Porém, não encontramos nenhum paradigma que diga que a pluriatividade tenha potencial de produzir desenvolvimento para à agricultura familiar. E de forma divergente temos autores e cientistas sociais estudiosos do assunto, que apontam a pluriatividade como causa de múltiplas consequências negativas socioespaciais. Entre eles citamos.
Para Alentejano (1999), a pluriatividade tem algumas características de resistência ao agronegócio e ao mercado de commodities, pois busca reduzir a subordinação ao mercado (monoculturas, integração). São, contudo, limitadas as formas de resistência decorrentes da pluriatividade, pois
. . . o desenvolvimento da pluriatividade significa uma forma de acentuação da exploração capitalista, (…) que aponta para a reestruturação produtiva, tendo como efeito o aumento da exploração do trabalho e a ampliação da margem de lucro dos capitalistas.
Estes estudiosos afirmam que a espaço rural se tornará à secundarização da agricultura, pois o agricultor que passa a desenvolver nova atividade em empresa de forma assalariada, ele passará a ser subordinado a ela, pois as empresas que se instalam no meio rural, buscam mão-de-obra mais barata e a agricultura passa a ser uma atividade secundária.
Também apontam estes autores e cientistas sociais que poderão ocorrer mudanças nas estratégias de produção e reprodução das famílias rurais, pois os membros que estiverem liga dos a atividades agrícolas com não agrícolas poderão ter seu comportamento cultural modificado, como a forte inclinação para o abandono da agricultura e aumento do êxodo rural, o que certamente servirá para o desmonte da agricultura familiar.
Para Lamarche et al. (1993) concluiu em sua pesquisa que a pluriatividade e o êxodo dos jovens no Brasil são atitudes negativas, pois o emprego externo traduz-se na falta de opções, de alternativas agrícolas para a agricultura familiar.
Apontando ainda, estes cientistas sociais que a pluriatividade está encaminhando as famílias da agricultura familiar para uma realidade proletária, que isto levará a família agricultura familiar para sua destruição como uma unidade considerada camponesa.
Por fim, à transformação ocorrida no meio rural são resultados do fenômeno da pluriatividade que ocorre de forma interna e externa ao local de moradia do agricultor familiar. Onde são desenvolvidas atividades agrícolas e/ou pecuárias dentro da propriedade rural em tempo parcial e de forma conjunta com o trabalho remunerado que pode ser em outros lugares de forma externa. Este fenômeno da pluriatividade é vista de forma positiva ou de forma negativa por autores e cientistas sociais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente estudo, chegou-se a algumas considerações acerca dos resultados da pesquisa, entre os quais se encontra o fato estudado expor o fenômeno do objeto da pesquisa, cujas características identificam-se com posições trazidas pelos autores e cientistas sociais referenciados. Com a pesquisa, pôde-se alcançar o objetivo geral deste trabalho que foi revisar a literatura que trata sobre o fenômeno da pluriatividade.
O objetivo específico deste estudo foi o de estabelecer uma melhor compreensão sobre o potencial da pluriatividade, a fim de torná-lo mais claro para a investigação. Porém, nos estudos empíricos já produzidos e estudados por muitos autores e cientistas sociais, pode-se dizer que o assunto sobre as atividades pluriativas na agricultura familiar, têm posições positivas e negativas sobre a possibilidade da pluriatividade trazer desenvolvimento para à agricultura familiar.
Assim, nota-se que a pluriatividade se materializa como uma forma moderna de trans formação dos meios de ocupação das forças de trabalho no espaço rural que carregam consigo uma quantidade grande de inquietações e modificações sociais que não se restringem somente ao setor do mercado de trabalho, mas vão muito além, como aos aspectos culturais, sociais e da produção e reprodução da entidade familiar rural.
Como ficou abordado, o trabalho por meio de atividades não agrícolas não representa um fenômeno novo, a diferença na atualidade está no padrão de tecnicização do meio rural, o qual está experimentando um crescente aumento das atividades não agrícolas no meio rural, sendo atividades de lazer e turismo, indústrias, condomínios residenciais, como a procura de trabalho nas cidades, por parte das pessoas das famílias agricultoras, tudo para poder complementar os rendimentos resultantes da agricultura.
O estudo de revisão sobre trabalhos já realizados de dezenas de autores e cientistas sociais, restou claro que a pluriatividade presente na agricultura familiar contemporânea é um fato incontroverso e que poderá ainda ser um fato positivo, mas também poderá ser uma imposição do capitalismo e caso esta posição do capital venham a se confirmar, poderemos ter no futuro o desmonte da família da agricultura familiar.
Com a investigação realizada entendo que restam duas alternativas para a problemática da pluriatividade estudada: A primeira é tentar manter este contingente da população rural no local de origem, ou no seu meio rural: A segunda, e mais preocupante é a possibilidade da pluriatividade ser a porta para proletarização total e o êxodo da população rural e abandono da atividade agrícola.
O presente trabalho desenvolvido levantou algumas questões que podem ser investiga das em pesquisas futuras, como, por exemplo, o quanto a pluriatividade contribui para o desenvolvimento das propriedades familiares, ou seja, impacta de forma positiva, mas qual o limite. Portanto, esse tema é relevante para estudos futuros, inclusive para tratar de questões como as mudanças socioespaciais e do problema da permanência do jovem no campo.
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