A IMPORTÂNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL EM CONJUNTO COM O EMPREENDEDORISMO PARA AS EMPRESAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11527485


Manuel Fernandes Neto,
Marcílio Antunes Leite Filho


RESUMO

A cultura organizacional e o empreendedorismo são temas de grande importância para as empresas, pois influenciam diretamente o seu desempenho e sucesso. O objetivo deste estudo é analisar a relação entre cultura organizacional e empreendedorismo, destacando a importância dessa interação para o desenvolvimento das empresas. A metodologia utilizada será a revisão bibliográfica, que permitirá a análise de diferentes fontes de informação, como livros, artigos científicos e teses acadêmicas, sobre o tema. Os descritores utilizados serão “cultura organizacional”, “empreendedorismo”, “empresas” e “desenvolvimento”. Os critérios de inclusão serão estudos que abordem a relação entre cultura organizacional e empreendedorismo e que tenham sido publicados nos últimos 10 anos. Serão excluídos estudos que não estejam relacionados ao tema ou que não atendam aos critérios de inclusão. Os resultados esperados são a identificação dos principais pontos de interseção entre cultura organizacional e empreendedorismo e a análise dos impactos dessa relação no desenvolvimento das empresas. A discussão abordará como uma cultura organizacional forte e empreendedora pode contribuir para a inovação, a competitividade e o crescimento das empresas. Por fim, a conclusão destacará a importância de uma cultura organizacional alinhada com o empreendedorismo para o sucesso empresarial e apontará possíveis direções para futuras pesquisas nessa área.

Palavras-chave: Cultura Organizacional. Empreendedorismo, Gestão.

ABSTRACT

Organizational culture and entrepreneurship are topics of great importance for companies, as they directly influence their performance and success. The aim of this study is to analyze the relationship between organizational culture and entrepreneurship, highlighting the importance of this interaction for the development of companies. The methodology used will be a literature review, which will allow the analysis of different sources of information, such as books, scientific articles, and academic theses, on the subject. The descriptors used will be “organizational culture,” “entrepreneurship,” “companies,” and “development.” The inclusion criteria will be studies that address the relationship between organizational culture and entrepreneurship and that have been published in the last 10 years. Studies that are not related to the topic or that do not meet the inclusion criteria will be excluded. The expected results are the identification of the main points of intersection between organizational culture and entrepreneurship and the analysis of the impacts of this relationship on the development of companies. The discussion will address how a strong and entrepreneurial organizational culture can contribute to innovation, competitiveness, and growth of companies. Finally, the conclusion will highlight the importance of an organizational culture aligned with entrepreneurship for business success and will point out possible directions for future research in this area.

Keywords: Organizational Culture. Entrepreneurship, Management.

INTRODUÇÃO

A cultura organizacional e o empreendedorismo são temas fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade das empresas. A cultura organizacional, composta por valores, crenças, normas e comportamentos compartilhados pelos membros de uma organização, influencia diretamente a forma como as pessoas interagem dentro da empresa e como ela se relaciona com o ambiente externo. Por outro lado, o empreendedorismo, que envolve a capacidade de identificar oportunidades, inovar e assumir riscos calculados, é essencial para impulsionar o crescimento e a adaptação das empresas em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

Neste contexto, a relação entre cultura organizacional e empreendedorismo se torna um aspecto crucial a ser compreendido e gerenciado pelas empresas. Uma cultura organizacional forte e alinhada com os princípios do empreendedorismo pode estimular a criatividade, a inovação e a busca por novas oportunidades, favorecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa a longo prazo.

O objetivo deste estudo é analisar a relação entre cultura organizacional e empreendedorismo, destacando a importância dessa interação para o desenvolvimento das empresas. Para alcançar esse objetivo, será realizada uma revisão bibliográfica, que permitirá a análise de diferentes fontes de informação sobre o tema. Os descritores utilizados serão “cultura organizacional”, “empreendedorismo”, “empresas” e “desenvolvimento”, com critérios de inclusão de estudos publicados nos últimos 10 anos que abordem a relação entre cultura organizacional e empreendedorismo.

Espera-se que este estudo contribua para a compreensão dos benefícios de uma cultura organizacional alinhada com o empreendedorismo e para a identificação de estratégias que as empresas podem adotar para promover uma cultura empreendedora em seu ambiente organizacional. Ao compreender e valorizar essa relação, as empresas estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado atual e aproveitar as oportunidades de crescimento e inovação que surgem constantemente.

CULTURA ORGANIZACIONAL

A diversidade de hábitos entre os seres humanos sempre foi uma questão desde os primórdios da humanidade, gerando debates sobre os fatores que os distinguem, mesmo com uma natureza essencialmente igual. Isso resultou em várias definições de cultura ao longo do tempo. Também se buscou esclarecer os diferentes comportamentos humanos, considerando variáveis ambientais. Essa dualidade de ser produto e produtor da cultura é destacada por Marconi e Presotto (2006).

No passado, acreditava-se que climas quentes levavam a atitudes mais passionais, enquanto climas frios resultavam em menos vivacidade. Da mesma forma, havia a crença de que certos povos confiavam mais em seus governantes, eram cruéis e tinham menos interesse sexual, ao passo que outros povos eram mais maliciosos e focados em fatos científicos, de acordo com Marconi e Presotto (2006).

As diferenças comportamentais entre os povos são visíveis em detalhes do cotidiano, como na culinária, religião, preferências de lazer e até mesmo no trânsito. Esses comportamentos são adquiridos em função do grupo ao qual pertencem, moldando suas crenças e maneiras de agir.

A concepção de cultura é influenciada pelo modo como cada grupo social se formou e pelos hábitos que predominam em sua formação. Esse formato conceitual independe da localização geográfica e está mais relacionado às experiências individuais e familiares de cada pessoa, conforme Laraia (2009).

Até o século XVIII, a cultura era central no pensamento humano, associada ao desenvolvimento da humanidade. Ela passou a ser associada a várias atividades, como arte, ciência e educação, integrando-se com a educação como componentes para o desenvolvimento individual.

Compreender o conceito de cultura não é simples, devido às diversas definições, e a cultura organizacional apresenta ainda mais desafios. Isso porque os costumes organizacionais são moldados pelas expectativas das pessoas que fazem parte dela, influenciadas por suas experiências e perspectivas pessoais.

Cada organização possui uma cultura única, influenciada pelas expectativas de seus clientes, fornecedores e pelas leis locais. A cultura organizacional está relacionada com os hábitos das pessoas que a compõem e com as práticas empresariais, conforme Schein (1985).

Essas afirmações podem ser confirmadas, conforme a assertiva:

A cultura organizacional, como um conjunto de valores, princípios e práticas abrange e interage com as ações do ambiente em que está inserida, recebendo e influenciando este mesmo ambiente. Os responsáveis para o exercício constante deste intercâmbio são as pessoas que atuam nestas organizações. (CAMURI, 2008, p. 8)

As relações sociais e as experiências individuais contribuem para a formação da cultura de uma organização, moldando os comportamentos e as normas internas. Assim, as empresas criam sua identidade própria, baseada em suas convicções, costumes e conceitos, que determinam sua cultura organizacional.

EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo é uma força impulsionadora de inovações e crescimento, promovendo avanços tecnológicos e aumentando a produtividade humana (Reynolds, 1997, apud FREIRE, 2001). Dolabela (1999) destaca sua relação com o desenvolvimento econômico, a inovação e a identificação de oportunidades em negócios, ressaltando sua influência cultural e a variação de atitudes de acordo com o ambiente em que ocorrem.

Lezana e Tonelli (1998) descrevem os empreendedores como indivíduos que buscam benefícios, trabalhando tanto de forma individual quanto coletiva, inovando, identificando oportunidades de negócios e coordenando recursos para obter os melhores resultados em um ambiente incerto. Filion (1999) caracteriza o empreendedor como criativo, capaz de estabelecer e alcançar objetivos, consciente do ambiente para detectar oportunidades de negócios, aprendendo continuamente sobre oportunidades e tomando decisões moderadamente arriscadas para inovar.

Degen (1989, p.20) enfatiza que o empreendedor vai além de identificar e avaliar negócios, fazendo previsões sobre seu sucesso e adaptando-se às diferenças entre empresas para garantir o êxito. Lezana e Tonelli (1998) destacam as principais funções do empreendedor em relação à empresa, como buscar e traduzir informações em novos mercados, identificar e avaliar oportunidades, levantar recursos financeiros, desenvolver metas e liderança, entre outros.

Por sua vez, Pinchot (1989, p.3) considera o empreendedor como uma vantagem competitiva em um cenário de mudanças rápidas, desde que seu espírito empreendedor seja bem utilizado. A importância do empreendedorismo e dos empreendedores nas organizações é evidente, sendo uma característica indispensável nos dias de hoje, conforme destacado por Fabiano Maury Raupp e Ilse Maria Beuren. Além das características empreendedoras, é essencial analisar as mudanças na cultura organizacional que são fundamentadas no empreendedorismo.

Ikeda (1988) discute a origem do termo “entrepreneur” a partir de Richard Cantillon, Anne-Robert-Jacques Turgot e François Quesnay, economistas do século XVIII. Cantillon, em 1725, associou o empreendedor ao tomador de riscos, distinguindo entre aqueles que forneciam capital e os que confiavam em seu próprio trabalho e recursos.

Turgot, em 1797, acrescentou conceitos como planejamento, supervisão, organização e propriedade ao elemento de tomada de riscos. Para Quesnay, um empreendedor era basicamente um rendeiro que alugava propriedades por um preço fixo e produzia um output específico com certos fatores e preços.

CULTURA, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Ao falar de organizações, é crucial considerar o papel fundamental das pessoas, especialmente dos gestores e líderes. A cultura organizacional, como destacado neste trabalho, exerce uma influência significativa no pensamento, sentimento e comportamento dos indivíduos que a compõem. Essa força cultural pode ser aproveitada pelo empreendedor em benefício de seu negócio, auxiliando-o a alcançar seus objetivos. Schein (1992) e Oliveira (2009) abordam essa influência dos líderes na cultura organizacional, destacando sua capacidade de promover um sentimento de sucesso e de reduzir a ansiedade associada à mudança. Assim, o líder desempenha um papel crucial na condução das transformações, e o uso efetivo da cultura se torna uma estratégia fundamental para o sucesso do negócio.

A utilização do conceito de Orientação Empreendedora para a formação de uma Tipologia de Cultura Organizacional Empreendedora é uma abordagem relevante. Comportamentos, pensamentos, crenças, mitos e aprendizados estão intrinsicamente ligados à estratégia da organização. Esses elementos são fundamentais para uma orientação empreendedora, que se caracteriza por uma gestão estratégica e sua relação com a Performance Organizacional (Covin, Green, Slevin, 2006; Lumpkin, Dess, 1996; Oliveira Jr, 2009).

Segundo as dimensões que caracterizam a Orientação Empreendedora, conforme apontado por Lumpkin & Dess (1996) e Oliveira Junior (2009), destaca-se a atuação autônoma. Isso implica uma forte vontade de inovação, disposição para assumir riscos, agressividade frente aos concorrentes e proatividade na identificação e aproveitamento das oportunidades de mercado.

Essa abordagem capacita o líder a estabelecer parcerias estratégicas e a se orientar pelo mercado, visando atender às necessidades dos clientes e explorar as lacunas existentes. Os princípios da orientação empreendedora são parte integrante de uma cultura e empresa empreendedora, que pode adotar uma ou mais dessas dimensões ao explorar um novo mercado ou ao se manter em um mercado já estabelecido.

ESTRATÉGIA

Eisenhardt (1999) argumenta que a cultura organizacional é essencial para o sucesso de uma empresa, pois influencia diretamente as decisões e ações de seus membros. Ela engloba os valores, crenças, normas e práticas compartilhadas dentro da organização, moldando a forma como os funcionários interagem e trabalham juntos.

Jain (2000) destaca o empreendedorismo como um elemento-chave para a inovação e o crescimento empresarial. Os empreendedores são indivíduos que buscam constantemente oportunidades de negócio, assumem riscos calculados e estão sempre em busca de maneiras de melhorar e inovar em seus empreendimentos.

Cavagnili (2010) enfatiza que a inovação é fundamental para a sobrevivência e o sucesso de uma empresa no mercado atual. Ela não se limita apenas à criação de novos produtos ou serviços, mas também inclui a adoção de novos processos, tecnologias e modelos de negócios que agreguem valor aos clientes e diferenciem a empresa de seus concorrentes.

Portanto, a cultura organizacional, o empreendedorismo e a inovação são elementos interconectados que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na sustentabilidade das empresas. Uma cultura organizacional forte e voltada para a inovação pode estimular o empreendedorismo interno, incentivando os funcionários a buscar constantemente novas ideias e soluções para os desafios empresariais.

DISCUSSÃO

A diversidade de hábitos entre os seres humanos sempre foi uma questão debatida ao longo da história, gerando discussões sobre os fatores que os distinguem, apesar de uma natureza essencialmente similar. Isso resultou em várias definições de cultura ao longo do tempo. Também se buscou esclarecer os diferentes comportamentos humanos, considerando variáveis ambientais. Essa dualidade de ser produto e produtor da cultura é destacada por Marconi e Presotto (2006).

No passado, acreditava-se que climas quentes levavam a atitudes mais passionais, enquanto climas frios resultavam em menos vivacidade. Da mesma forma, havia a crença de que certos povos confiavam mais em seus governantes, eram cruéis e tinham menos interesse sexual, ao passo que outros povos eram mais maliciosos e focados em fatos científicos, de acordo com Marconi e Presotto (2006).

As diferenças comportamentais entre os povos são visíveis em detalhes do cotidiano, como na culinária, religião, preferências de lazer e até mesmo no trânsito. Esses comportamentos são adquiridos em função do grupo ao qual pertencem, moldando suas crenças e maneiras de agir.

A concepção de cultura é influenciada pelo modo como cada grupo social se formou e pelos hábitos que predominam em sua formação. Esse formato conceitual independe da localização geográfica e está mais relacionado às experiências individuais e familiares de cada pessoa, conforme Laraia (2009).

Até o século XVIII, a cultura era central no pensamento humano, associada ao desenvolvimento da humanidade. Ela passou a ser associada a várias atividades, como arte, ciência e educação, integrando-se com a educação como componentes para o desenvolvimento individual.

Compreender o conceito de cultura não é simples, devido às diversas definições, e a cultura organizacional apresenta ainda mais desafios. Isso porque os costumes organizacionais são moldados pelas expectativas das pessoas que fazem parte dela, influenciadas por suas experiências e perspectivas pessoais.

Cada organização possui uma cultura única, influenciada pelas expectativas de seus clientes, fornecedores e pelas leis locais. A cultura organizacional está relacionada com os hábitos das pessoas que a compõem e com as práticas empresariais, conforme Schein (1985).

Essas afirmações podem ser confirmadas, conforme a assertiva:

“A cultura organizacional, como um conjunto de valores, princípios e práticas abrange e interage com as ações do ambiente em que está inserida, recebendo e influenciando este mesmo ambiente. Os responsáveis para o exercício constante deste intercâmbio são as pessoas que atuam nestas organizações.” (CAMURI, 2008, p. 8)

As relações sociais e as experiências individuais contribuem para a formação da cultura de uma organização, moldando os comportamentos e as normas internas. Assim, as empresas criam sua identidade própria, baseada em suas convicções, costumes e conceitos, que determinam sua cultura organizacional.

O empreendedorismo é uma força impulsionadora de inovações e crescimento, promovendo avanços tecnológicos e aumentando a produtividade humana (Reynolds, 1997, apud FREIRE, 2001). Dolabela (1999) destaca sua relação com o desenvolvimento econômico, a inovação e a identificação de oportunidades em negócios, ressaltando sua influência cultural e a variação de atitudes de acordo com o ambiente em que ocorrem.

Lezana e Tonelli (1998) descrevem os empreendedores como indivíduos que buscam benefícios, trabalhando tanto de forma individual quanto coletiva, inovando, identificando oportunidades de negócios e coordenando recursos para obter os melhores resultados em um ambiente incerto. Filion (1999) caracteriza o empreendedor como criativo, capaz de estabelecer e alcançar objetivos, consciente do ambiente para detectar oportunidades de negócios, aprendendo continuamente sobre oportunidades e tomando decisões moderadamente arriscadas para inovar.

Degen (1989, p.20) enfatiza que o empreendedor vai além de identificar e avaliar negócios, fazendo previsões sobre seu sucesso e adaptando-se às diferenças entre empresas para garantir o êxito. Lezana e Tonelli (1998) destacam as principais funções do empreendedor em relação à empresa, como buscar e traduzir informações em novos mercados, identificar e avaliar oportunidades, levantar recursos financeiros, desenvolver metas e liderança, entre outros.

Por sua vez, Pinchot (1989, p.3) considera o empreendedor como uma vantagem competitiva em um cenário de mudanças rápidas, desde que seu espírito empreendedor seja bem utilizado. A importância do empreendedorismo e dos empreendedores nas organizações é evidente, sendo uma característica indispensável nos dias de hoje, conforme destacado por Fabiano Maury Raupp e Ilse Maria Beuren. Além das características empreendedoras, é essencial analisar as mudanças na cultura organizacional que são fundamentadas no empreendedorismo.

Ikeda (1988) discute a origem do termo “entrepreneur” a partir de Richard Cantillon, Anne-Robert-Jacques Turgot e François Quesnay, economistas do século XVIII. Cantillon, em 1725, associou o empreendedor ao tomador de riscos, distinguindo entre aqueles que forneciam capital e os que confiavam em seu próprio trabalho e recursos.

Turgot, em 1797, acrescentou conceitos como planejamento, supervisão, organização e propriedade ao elemento de tomada de riscos. Para Quesnay, um empreendedor era basicamente um rendeiro que alugava propriedades por um preço fixo e produzia um output específico com certos fatores e preços.

Ao falar de organizações, é crucial considerar o papel fundamental das pessoas, especialmente dos gestores e líderes. A cultura organizacional, como destacado neste trabalho, exerce uma influência significativa no pensamento, sentimento e comportamento dos indivíduos que a compõem. Essa força cultural pode ser aproveitada pelo empreendedor em benefício de seu negócio, auxiliando-o a alcançar seus objetivos.

Schein (1992) e Oliveira (2009) abordam essa influência dos líderes na cultura organizacional, destacando sua capacidade de promover um sentimento de sucesso e de reduzir a ansiedade associada à mudança. Assim, o líder desempenha um papel crucial na condução das transformações, e o uso efetivo da cultura se torna uma estratégia fundamental para o sucesso do negócio.

A utilização do conceito de Orientação Empreendedora para a formação de uma Tipologia de Cultura Organizacional Empreendedora é uma abordagem relevante. Comportamentos, pensamentos, crenças, mitos e aprendizados estão intrinsicamente ligados à estratégia da organização. Esses elementos são fundamentais para uma orientação empreendedora, que se caracteriza por uma gestão estratégica e sua relação com a Performance Organizacional (Covin, Green, Slevin, 2006; Lumpkin, Dess, 1996; Oliveira Jr, 2009).

Segundo as dimensões que caracterizam a Orientação Empreendedora, conforme apontado por Lumpkin & Dess (1996) e Oliveira Junior (2009), destaca-se a atuação autônoma. Isso implica uma forte vontade de inovação, disposição para assumir riscos, agressividade frente aos concorrentes e proatividade na identificação e aproveitamento das oportunidades de mercado.

Essa abordagem capacita o líder a estabelecer parcerias estratégicas e a se orientar pelo mercado, visando atender às necessidades dos clientes e explorar as lacunas existentes. Os princípios da orientação empreendedora são parte integrante de uma cultura e empresa empreendedora, que pode adotar uma ou mais dessas dimensões ao explorar um novo mercado ou ao se manter em um mercado já estabelecido.

Eisenhardt (1999) argumenta que a cultura organizacional é essencial para o sucesso de uma empresa, pois influencia diretamente as decisões e ações de seus membros. Ela engloba os valores, crenças, normas e práticas compartilhadas dentro da organização, moldando a forma como os funcionários interagem e trabalham juntos.

Jain (2000) destaca o empreendedorismo como um elemento-chave para a inovação e o crescimento empresarial. Os empreendedores são indivíduos que buscam constantemente oportunidades de negócio, assumem riscos calculados e estão sempre em busca de maneiras de melhorar e inovar em seus empreendimentos.

Cavagnili (2010) enfatiza que a inovação é fundamental para a sobrevivência e o sucesso de uma empresa no mercado atual. Ela não se limita apenas à criação de novos produtos ou serviços, mas também inclui a adoção de novos processos, tecnologias e modelos de negócios que agreguem valor aos clientes e diferenciem a empresa de seus concorrentes.

Portanto, a cultura organizacional, o empreendedorismo e a inovação são elementos interconectados que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na sustentabilidade das empresas. Uma cultura organizacional forte e voltada para a inovação pode estimular o empreendedorismo interno, incentivando os funcionários a buscar constantemente novas ideias e soluções para os desafios empresariais.

CONCLUSÃO

A cultura organizacional, o empreendedorismo e a inovação são elementos essenciais para o sucesso das organizações na era da Indústria 4.0. A cultura, formada por elementos internos e externos, molda os comportamentos dos colaboradores e precisa se adaptar às novas demandas do mercado. Nesse cenário, o empreendedorismo se destaca como um mindset fundamental, incentivando a inovação, a busca por soluções criativas e a disposição para assumir riscos.

Para acompanhar as rápidas mudanças do mercado, é crucial que as organizações adotem uma postura proativa e inovadora. A inovação não se limita apenas à tecnologia, mas também inclui mudanças organizacionais e processuais que visam melhorar a eficiência e a competitividade.

A implementação de uma cultura organizacional voltada para a inovação requer investimento em práticas que estimulem a criatividade, a colaboração e a experimentação. Além disso, é essencial que os líderes sejam capazes de fomentar essa cultura, promovendo um ambiente que valorize a inovação e a aprendizagem contínua.

Em resumo, a cultura organizacional, o empreendedorismo e a inovação são pilares fundamentais para o sucesso das organizações na era digital. A capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças e de buscar constantemente novas oportunidades de crescimento são características essenciais para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

REFERENCIAS

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