REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11494383
Eduarda Marchiori1
Eduardo Rodrigues2
Gabriel Santos3
Mariana Gheller4
Quintino Moura Dias5
RESUMO O presente artigo relatou as interações medicamentosas entre fármacos anti-hipertensivos e antidiabéticos que estão presente na lista do RESME e REMUME, o objetivo é mostrar as possíveis consequências dessas interações ao organismo do paciente, relatando o mecanismo de ação de tal interação, sinais clínicos e grau de risco.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a expectativa de vida tem mostrado franco crescimento, conforme dados coletados entre 1960 e 2021 (The Word Bank Group, 2023). A expectativa de vida em 2021 foi de 73 anos, representando um crescimento de 40% nos últimos 60 anos de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua – PNAD (IBGE, 2022). Em 2021, a população de indivíduos com 60 ou mais anos representava 14,7 % da população residente no Brasil e 9,9% na região Norte (IBGE, 2022). Como o aumento da expectativa de vida e o aumento da população idosa, observou-se também aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis. Aproximadamente 40% da população idosa tem alguma doença crônica, e cerca de 30% têm duas ou mais doenças tais como hipertensão arterial sistêmica e diabetes (Nunes et al., 2018).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição médica comum que afeta cerca de 1,2 bilhões de pessoas em todo o mundo (OMS, 2021) na faixa etária 30 a 79 anos. É caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial acima dos valores pressóricos considerados normais pelo ministério da saúde e pode levar a complicações graves, como doenças cardiovasculares e renais. O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina. Essa condição resulta na deficiência absoluta de insulina, levando a hiperglicemia crônica. Manifesta-se geralmente em indivíduos jovens, embora possa ocorrer em qualquer idade. Fatores genéticos e ambientais desempenham um papel significativo em sua etiologia, sendo os sintomas clássicos são polidipsia, polifagia, perda de peso inexplicada, fadiga e visão turva. A diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma condição caracterizada pela deficiência na produção de insulina pelas células beta-pancreáticas e resistência à insulina em órgãos alvos, gerando controle inefetivo da glicemia sanguínea (Chatterjee et al., 2018; NCD-RisC, 2016). Em 2021, estimou-se que 537 milhões de adultos viviam com DM2 no mundo, projetando-se um aumento para 642 milhões de pessoas até 2040 (IDF, 2021). Na américa central e do sul estima-se 32 milhões de diabéticos (IDF, 2021).
A HAS e outras doenças cardiovasculares são as maiores causas de morbidade e mortalidade associada à diabetes tipo 2 (Chatterjee et al., 2017). O alto risco das complicações associadas à comorbidade envolvendo a HAS e DM2 reforça a importância de uma intervenção, especialmente medicamentosa, para o controle das concentrações sanguíneas de glicose e lipídeos, bem como da pressão arterial (Gaede et al., 2003). Dados epidemiológicos indicam que o tratamento medicamentoso da HAS e DM2 reduz significativa da morbimortalidade cardiovascular. Por outro lado, a HAS e a DM2 estão diretamente relacionadas ao uso, geralmente crônico, de múltiplos medicamentos, o que aumento o risco de interações fármaco-fármaco (interações medicamentosas) prejudiciais ao paciente (Weber et al., 2010). Evidências mostram que o uso de antidiabéticos associados à anti-hipertensivos pode causar hipoglicemia ou hiperglicemia dependendo das combinações realizadas elevação momentânea da sensibilidade à insulina (Rempel et al., 2015).
Evidências indicam que interação fármaco-fármaco representa uma causa importante de erro de medicação e de visitas de pacientes ao setor de emergência hospitalar (Leape et al., 1995). Os principais fatores que contribuem para a ocorrência de interações fármaco-fármaco são a idade do paciente, o número e a classe dos concomitantes medicamentos e sua dosagem (Hirschberg, 2022). Além disso, muitos profissionais que trabalham com o desenvolvimento de medicamentos, e possivelmente os prescritores, tem o acesso limitado aos bancos de dados referentes às informações sobre as interações fármaco-fármaco (Hirschberg, 2022).
As interações medicamentosas representam um desafio significativo na abordagem clínica de pacientes com diabetes mellitus e hipertensão arterial, devido à complexidade da polifarmácia associada a essas condições crônicas. A combinação de múltiplos fármacos para o controle dessas doenças pode resultar em interações adversas, impactando tanto a eficácia terapêutica quanto a segurança do tratamento. Dada a crescente prevalência dessas comorbidades e a importância do controle adequado, é essencial compreender as implicações das interações medicamentosas nesse cenário clínico.
Frente ao exposto, o presente estudo teve como proposta analisar as interações medicamentosas relevantes entre medicamentos anti-hipertensivos e antidiabéticos que constam nas relações de medicamentos RENAME (Relação Nacional de Medicamentos essenciais), RESME (Relação Estadual de Medicamentos Essenciais) e REMUME (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais). Os medicamentos hipertensivos e antidiabéticos que constam nestas listas foram analisados quando a existência de interações fármaco-fármaco, bem como a gravidade e mecanismos desta interação. As informações sobre as interações fármaco-fármaco foram obtidas empregando ferramentas de checagem de interações medicamentosas (DynaMed, Drugbank e MedScape) e por checagem em artigos científicos (Pubmed e SciELO) e em informações técnicas (Bulário da ANVISA).
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Identificar as principais interações medicamentosas para o tratamento de HAS e DM e seus efeitos colaterais entre os medicamentos padronizados seguindo as listas RESME e REMUME.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICO
- Levantamento teórico das interações medicamentosas entre os medicamentos prescritos para o tratamento da HAS e DM padronizados nas listas RESME e REMUME;
- Determinar as interações medicamentosas entre medicamentos para o tratamento da HAS e DM nas listas RESME e REMUME utilizando o DYNAMED
- Relacionar as principais interações medicamentosas com efeitos adversos para o tratamento de HAS e DM;
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS E ANTIDIABÉTICOS
Para o estudo foram selecionadas os medicamentos anti-hipertensivos e antidiabéticos listados no RENAME (2022), RESME (2022) e REMUME (2021).
3.1.1. Medicamentos anti-hipertensivos na lista RENAME
- Anlodipino
- Atenolol
- Isossorbida
- Metildopa
- Metoprolol
- Nifedipino
- Sacubitril + Valsartana
3.1.2. Medicamentos antidiabéticos na lista RENAME
- antidiabético
- Dapagliflozina
- Glibenclamida
- Gliclazida
- Insulina Análoga de Ação Prolongada
- Insulina Análoga de Ação Rápida
- Insulina Humana NPH
- Insulina Humana Regular
3.1.3. Medicamentos anti-hipertensivos na lista RESME
- ANLODIPINO
- ATENOLOL
- CAPTOPRIL
- CARVEDILOL
- CLONIDINA
- CLORTALIDONA
- ENALAPRIL
- ESMOLOL
- ESPIRONOLACTONA
- HIDRALAZINA
- HIDROCLOROTIAZIDA
- ISOSSORBIDA
- LOSARTANA ● METILDOPA
- METOPROLOL
- NIMODIPINO
- NITROGLICERINA
- VERAPAMIL
3.1.4. Medicamentos antidiabéticos na lista RESME
- ACARBOSE
- GLIBENCLAMIDA
- GLIMEPIRIDA
- Insulina Degludeca
- Insulina Glargina
3.1.5. Medicamentos anti-hipertensivos na lista REMUME
- Amlodipina
- ATENOLOL
- Captopril
- Carvedilol
- Clonidina
- Diltiazem
- Enalapril
- ESMOLOL
- Espironolactona
- Hidralazina
- Hidroclorotiazida
- Losartana
- Metildopa
- Metoprolol
- Nifedipina
- Propranolol
- Verapamil
3.1.6. Medicamentos antidiabéticos na lista REMUME
- Glibenclamida
- Gliclazida
- Insulina humana NPH
- Insulina humana regular
- Metformina
3.1.7. Pares de medicamentos para a análise da interação medicamentosa
- Enalapril + Metformina
- Enalapril + Insulina
- Losartana + Insulina
- Hidroclorotiazida + Metformina
- Hidroclorotiazida + Insulina
- Propanolol + Insulina
Tabela resumo com medicamentos e interações analisadas.
3.2 ANÁLISE DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOS
Para a ANALISAR as interações medicamentosas dos fármacos selecionadas (sessão 3.1.3.) foram empregadas 3 ferramentas de análise de interações medicamentosas: Dynamed, MedScape e Drugbank. Adicionalmente, foram examinadas na literatura técnica (Bulário da ANVISA) e científica (Pubmed e SciELO) as recomendações pertinentes ao manejo das interações medicamentosas identificadas.
3.3 FERRAMENTAS DE ANÁLISE DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A interação medicamentosa dos fármacos selecionados foi analisada empregando as ferramentas DynaMed, e Medscape e DrugBank para classificar o risco da interação medicamentosa e qual mecanismo farmacológico. O DynaMed, o Medscape e o DrugBank permitem analisar dois ou mais medicamentos e geram o risco potencial desta interação para a saúde e apresentam o mecanismo farmacodinâmico ou farmacocinético implicados na interação.
No final, os resultados foram organizados em planilhas com as informações obtidas em cada plataforma de verificação de interações medicamentosas.
3.3.1. DynaMed
O DynaMed é uma fonte de informações clínicas baseada em evidências, fornecendo resumos concisos e atualizados sobre uma variedade de tópicos médicos, incluindo farmacoterapia. Adicionalmente, foi realizado um acesso ao banco de dados clínico DynaMed para analisar recomendações práticas e diretrizes clínicas relacionadas à gestão de interações medicamentosas entre fármacos antidiabéticos e anti-hipertensivos.
Para buscar as interações medicamentosas deve se acessar https://www.dynamed.com selecionar no menu superior Drug Interactions, escolher os fármacos que serão analisados e logo em seguida a plataforma vai mostrar o tipo de interação, risco e mecanismo de ação.
3.3.2 Medscape
Medscape é uma plataforma online líder mundial em informações médicas e educativas para profissionais de saúde. Fornece uma ampla gama de recursos, incluindo notícias médicas, referências clínicas, ferramentas de educação continuada, interações medicamentosas e muito mais, para médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. O objetivo principal do Medscape é fornecer informações médicas precisas, atualizadas e abrangentes que ajudem os profissionais de saúde a tomar decisões informadas, melhorar os cuidados aos pacientes e manter-se atualizados com os avanços na medicina.
Para checar as interações medicamentosas no site Medscape deve se acessar https://www.medscape.com buscar no menu superior o item Drugs e Diseases, após selecionar Drug Interaction Checker, selecionar os medicamentos para interação e em seguida a ferramenta vai descrever o tipo de interação, riscos e mecanismo de ação.
3.3.3 Drugbank
O DrugBank é uma fonte de referência reconhecida e confiável no âmbito farmacêutico, fornecendo dados completos sobre propriedades farmacológicas e interações medicamentosas. A pesquisa na base de dados do DrugBank foi realizada para identificar informações detalhadas sobre os fármacos antidiabéticos e anti-hipertensivos em questão, abrangendo seus mecanismos de ação, metabolismo, interações medicamentosas conhecidas e perfil farmacocinético.
Para analisar a interação medicamentosa entre fármacos na plataforma DRUGBANK deve se acessar o site https://www.drugbank.ca buscar na barra de procura sobre interações medicamentosas, escolher a primeira medicação e depois o segundo fármaco para realizar a interação e prosseguir, a plataforma vai descrever o tipo de interação, efeitos e mecanismo de ação.
3.3.4. Literatura técnica e científica
As interações medicamentosas relevantes identificadas pelas ferramentas de análise de foram confirmadas na literatura técnica e científica. A literatura científica consultada foram os artigos científicos encontrados no Pubmed e no SciELO. A consulta no Pubmed e no SciELO foi realizada utilizando uma combinação de termos MeSH (Medical Subject Headings) e palavras-chave relacionadas aos medicamentos anti-hipertensivos e antidiabéticos. Foram considerados dados da literatura os estudos que investigaram especificamente as interações medicamentosas entre os fármacos identificados nas relações RENAME, RESME e REMUME.
A literatura técnica consultada foram as bulas de medicamentos obtidos Bulário Eletrônico ANVISA e as informações técnicas disponibilizadas pelo laboratório fabricante do medicamento.
3.4. APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Todas as análises das interações medicamentosas realizadas DynaMed, Medscape e DrugBank serão apresentadas na forma de tabelas contendo as seguintes informações: qual potencial risco da interação, podendo ser leve, moderado ou grave, os efeitos apresentados dessa interação como um possivel quadro de hipoglicemia ou hiperglicemia, o mecanismo de ação envolvido e qual a plataforma foi utilizada para determinar essas interações.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. ANÁLISE DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS IDENTIFICADAS
A tabela apresenta um resumo das principais interações medicamentosas entre fármacos anti-hipertensivos e antidiabéticos, com base em informações obtidas da literatura e do DynaMed. As interações foram categorizadas de acordo com os diferentes grupos de medicamentos e destacam os potenciais riscos clínicos. Por meio dessa tabela, os profissionais de saúde podem rapidamente identificar e compreender as interações medicamentosas relevantes entre fármacos anti-hipertensivos e antidiabéticos, auxiliando na tomada de decisões clínicas informadas e na otimização do tratamento para pacientes com essas condições comórbidas.
Interação | Risco da interação | Consequência da Interação | Mecanismo da interação | Plataforma |
Enalapril + Metformina | Moderada | Aumento de risco de evento hiperglicêmico e acidose lática. redução da pressão arterial. | O enalapril aumenta a toxicidade da metformina por mecanismos de interação desconhecido. | Dynamed DrugBank |
Enalapril + insulina | Moderada | Aumenta o risco de hipoglicemia, redução da resistência à insulina. redução da pressão arterial | O enalapril aumenta os efeitos da insulina por sinergismo farmacodinâmico, ao diminuir a resistência vascular periférica e a pressão arterial, o enalapril pode aumentar a perfusão de tecidos periféricos onde a insulina exerce sua função, isso potencializa a resposta das células, aumentando a captação de glicose. | Dynamed DrugBank |
Losartana + insulina | Moderada | Aumento do risco de hipoglicemia, redução da resistência à insulina e distúrbios do potássio. | A losartana aumenta os efeitos da insulina por mecanismos de interação não especificados, o uso concomitante pode requerer ajustes da dose de insulina e um maior monitoramento glicêmico, estudos mostram que os pacientes possuem um maior risco de apresentarem quadros de hipoglicemia | Dynamed DrugBank |
Hidroclorotiazida + metformina | Moderada | Pode causar quadros de hiperglicemia, maior resistência à insulina, desequilíbrio hidroeletrolíticos e uma potencial disfunção renal. | Pode aumentar os níveis de açúcar no sangue e interferir no controle da diabetes isso ocorre por competição de drogas básicas (catiônicas) para depuração tubular renal. A hidroclorotiazida diminui o efeito da metformina por antagonismo farmacodinâmico. | Dynamed DrugBank |
Acarbose + Furosemida | Moderada | Pode causar hiperglicemia, hipocalemia, flatulência, diarreia, desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos. | O mecanismo de interação pode variar, incluindo diminuição da secreção de insulina, aumento da liberação de adrenalina, redução do potássio corporal total, efeito negativo no metabolismo da glicose e ganho de peso induzido por medicamentos, levando ao aumento da resistência tecidual. | DRUGBANK |
Hidroclorotiazida + insulina | Alto | Quadros de hiperglicemia, resistência à insulina, desequilíbrios hidroeletrolíticos, disfunção renal | A hidroclorotiazida diminui os efeitos da insulina por antagonismo farmacodinâmico, alterando o metabolismo da glicose, dosagens de Tiazida >50mg dia pode aumentar os níveis de glicose sanguínea, o uso concomitante destes fármacos pode ser fatal e requer atenção. | DRUGBANK DYNAMED |
Propanolol + insulina | Moderada | Pode causar hipoglicemia e dificultar o reconhecimento e manejo desse quadro devido atuação dos sintomas adrenérgicos, bradicardia, hipotensão, confusão e tontura. | o propranolol pode mascarar os sintomas de hipoglicemia, como taquicardia e tremores, tornando mais difícil a detecção desse quadro nos pacientes que usam insulina, ele pode reduzir a resposta do organismo de aumento da glicemia em quadros hiperglicêmicos, aumentando a gravidade do episódio. | DRUGBANK DYNAMED |
Losartana + Gliclazida | Moderado | Potencialização da hipoglicemia, alterações hemodinâmicas e distúrbios hidroeletrolíticos., | Os inibidores do CYP2C19 podem aumentar a exposição aos substratos do CYP2C19, aumentando o risco de efeitos adversos e toxicidade. Isto ocorre devido à falta de metabolismo resultante da inibição do CYP2C19. | DRUGBANK |
Verapamil + Gliclazida | Moderado | Hipoglicemia, bradicardia, edema, aumento da resistência insulínica, interferência com metabolismo hepático e alterações hidroeletrolíticas. | Acredita-se que os bloqueadores dos canais de cálcio, e em particular o verapamil, são capazes de diminuir a expressão da proteína que interage com a tiorredoxina (TXNIP), o que resulta em uma variedade de atividades, como diminuição da apoptose de células beta, aumento da massa de células beta e níveis aumentados de insulina endógena. | DRUGBANK |
4.1.1. Interações com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs)
Os IECA são uma classe de medicamentos que atuam inibindo a enzima conversora de angiotensina, sendo amplamente utilizados no tratamento de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e doença renal crônica. Essa enzima desempenha um papel fundamental no sistema renina-angiotensina-aldosterona, convertendo a angiotensina I em angiotensina II, um importante vasoconstritor que aumenta a resistência vascular periférica e estimula a liberação de aldosterona pelas glândulas supra-renais. Esta, por sua vez, atua sobre os túbulos distais e coletores, aumentando a absorção de sódio e água no organismo, elevando assim a pressão arterial e o volume sanguíneo. Ao bloquear a ECA, os fármacos denominados IECA auxiliam no relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzindo a resistência vascular periférica e diminuindo a pressão arterial (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMAN, 2011).
A metformina é um medicamento amplamente utilizado no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Como uma biguanida, sua ação se baseia na redução da produção de glicose pelo fígado, na diminuição da absorção de glicose pelo intestino e no aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMAN, 2011).
O uso concomitante de metformina com IECA como o enalapril é bastante comum na prática clínica. De acordo com informações do DynaMed, essa interação é classificada como de risco moderado. Estudos demonstram que tal associação pode aumentar o risco de eventos hiperglicêmicos e acidose láctica. O enalapril aumenta a toxicidade da metformina por mecanismos de interação desconhecidos. Pacientes que realizam o uso simultâneo desses medicamentos devem ter a função renal monitorada e ser informados sobre os sinais e sintomas de hipoglicemia e acidose láctica, tais como mal-estar, dor muscular, hipotermia, sudorese, tontura, palpitação, fraqueza e visão borrada. Caso experimentem algum desses sintomas, devem procurar ajuda imediatamente para evitar casos graves de acidose e hipoglicemia (Pagotto et al., 2022).
A insulina desempenha um papel crucial no tratamento da diabetes mellitus tipo I, na qual a destruição das células beta pancreáticas leva a uma produção insuficiente de insulina pelo organismo. Além disso, em estágios mais avançados da diabetes mellitus tipo II, a administração de insulina é necessária para controlar os níveis glicêmicos dos pacientes. Quando administrada no organismo, a insulina se liga a receptores específicos presentes nas membranas celulares. Essa ligação desencadeia uma série de eventos intracelulares que ativam a captação e o transporte de glicose para o meio intracelular, fornecendo energia às células e reduzindo a glicemia plasmática (Saltiel & Kahn, 2001).
O enalapril, quando administrado concomitantemente com insulina, aumenta os efeitos desta por sinergismo farmacodinâmico. Ao diminuir a resistência vascular periférica e a pressão arterial, o enalapril pode aumentar a perfusão de tecidos periféricos onde a insulina exerce sua função, potencializando assim a resposta das células e aumentando a captação de glicose. Segundo informações do DrugBank, essa interação medicamentosa possui um risco moderado para os pacientes. Estudos demonstram que pacientes que realizam essa combinação têm um maior risco de hipoglicemia.
4.1.2. Interações com bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA)
Os bloqueadores dos receptores de angiotensina são amplamente usados como primeira escolha no tratamento da hipertensão arterial, ao bloquearem os receptores, inibem a ligação da angiotensina e seus efeitos no organismo, a angiotensina II é um importante vasoconstritor, ela estimula a secreção de aldosterona e de ADH, hormônios responsáveis por aumentar o volume corporal e a pressão arterial, também tem papel importante no sistema nervoso simpático, causando uma maior liberação de noradrenalina, hormônio responsável pelo aumento da resistência vascular periférica e frequência cardíaca. Ao bloquear esses receptores os BRA possuem papel importante no controle da pressão arterial, os principais exemplos dessa classe são a losartana, valsartana e olmersatana(TREVOR; KATZUNG; MASTERS, 2010).
A losartana e a insulina possuem uma interação moderada. Segundo Silva et al. (2021), a losartana aumenta os efeitos da insulina por mecanismos de interação não especificados. O uso concomitante pode requerer ajustes da dose de insulina e um maior monitoramento glicêmico. Estudos mostram que os pacientes possuem um maior risco de apresentarem quadros de hipoglicemia. Portanto, o uso da losartana deve ser iniciado com doses baixas e aumento progressivo, realizando o monitoramento da glicemia do paciente e evitando quadros graves de hipoglicemia.
Segundo o DRUGBANK a interação da Losartana com gliclazida pode causar efeitos hipoglicemiantes, distúrbios hidroeletrolíticos e alterações hemodinâmicas, isso ocorre devido a inibição da enzima CYP2C19, aumentando a exposição aos substratos do CYP2C19, podendo causar efeitos adversos e aumento da toxicidade.
4.1.3 Interações com diuréticos
Os medicamentos diuréticos são comumente utilizados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e edema, atuando ao aumentar a excreção de água e eletrólitos através da urina. Essa classe possui alguns tipos de diuréticos, incluindo tiazídicos como a hidroclorotiazida, que atuam principalmente inibindo a reabsorção de sódio nos túbulos renais, os diuréticos de alça como a furosemida, que bloqueiam a reabsorção de água e sódio no ramo ascendente da alça de Henle, os poupadores de potássio como a espironolactona, que evitam a perda excessiva de potássio, e os diuréticos osmóticos como o manitol, que aumentam a osmolaridade do plasma sanguíneo, levando à retirada de água dos tecidos e ao aumento do volume urinário, comumente utilizados para o tratamento de edema cerebral, intraocular e para aumento da diurese em casos de insuficiência renal aguda (GRODIN et al., 2016).
4.1.4 Diuréticos tiazídicos
A interação da hidroclorotiazida com a metformina tem uma classificação de risco moderada, segundo estudo de Pagotto et al. (2021). A hidroclorotiazida pode aumentar os níveis de açúcar no sangue e interferir no controle da diabetes, isso ocorre por competição de drogas básicas (catiônicas) para depuração tubular renal. Além disso, a hidroclorotiazida diminui o efeito da metformina por antagonismo farmacodinâmico. O aumento da diurese causada por esse fármaco pode causar uma hiperglicemia e desidratação, pacientes desidratados podem ter a função renal afetada e alteração na excreção da metformina, aumentando os riscos de efeitos colaterais com o uso dessa medicação, além disso, a hidroclorotiazida pode causar desiquilíbrios eletrolíticos como hipocalemia e hipomagnesemia, isso pode afetar a ação da metformina, aumentando o risco de hipoglicemia e acidose lática. Pacientes que possuem essa interação medicamentosa devem garantir uma boa hidratação e o monitoramento da função renal.
A glibenclamida é uma sulfonilureia usada para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2, ela atua estimulando a liberação de insulina pelo pâncreas. Quando associada a um diurético tiazídico como a hidroclorotiazida, pode potencializar os efeitos hipoglicemiantes, aumentando o risco de hipoglicemia, principalmente em pacientes idosos ou com função renal comprometida. Segundo (STOCKLEY’S DRUG INTERACTIONS: a source book of
interactions, their mechanisms, clinical importance and management., 2019), o uso da hidroclorotiazida pode causar desequilíbrios eletrolíticos, como hipocalemia, o que diminui a tolerância à glicose e reduz a eficácia da glibenclamida.
Segundo o Dynamed, a hidroclorotiazida diminui os efeitos da insulina por antagonismo farmacodinâmico, alterando o metabolismo da glicose, dosagens de Tiazida >50mg dia pode aumentar os níveis de glicose sanguínea, o uso concomitante destes fármacos pode ser fatal e requer atenção, pacientes que realizam essa interação devem ter sua glicemia monitorada com mais frequência, inclusive após a retirada do diurético.
4.1.5 Diuréticos de alça
Segundo o DRUGBANK, Os agentes que direta ou indiretamente induzem hiperglicemia como evento adverso podem comprometer a resposta farmacológica e as ações terapêuticas dos agentes antidiabéticos quando coadministrados. Os mecanismos de interação podem incluir redução da secreção de insulina, aumento da liberação de adrenalina, diminuição do potássio corporal total, impacto negativo no metabolismo da glicose e ganho de peso induzido por fármacos, resultando no aumento da resistência insulínica tecidual. A atenuação dos efeitos hipoglicemiantes da terapia antidiabética pode necessitar de um ajuste ascendente da dosagem. Com isso a interação da acarbose com a furosemida se torna de risco moderado.
4.1.6 Interações com beta-bloqueadores
Os beta bloqueadores são uma classe de medicamentos que atuam bloqueando os receptores beta-1 e beta-2, podem bloquear seletivamente ou ambos. São utilizados no tratamento de diversas doenças, incluindo hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença coronariana, arritmias e ansiedade. Os receptores beta adrenérgicos possuem função diferentes, os beta-1 estão mais localizados em coração e rins, quando ativados promovem o aumento do cronotropismo e inotropismo cardíaco, já os beta-2, mais localizados na musculatura lisa dos brônquios, vasos sanguíneos periféricos, útero, fígado e musculatura esquelética atuam no relaxamento dos brônquios, vasos e útero, glicogenólise hepática e aumento da contratilidade do musculo esquelético.
Pacientes portadores de diabetes mellitus e hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca comumente fazem o uso concomitante de beta bloqueadores e insulina. Segundo (HANSTEN; HORN, 2014) essa interação se mostrou de risco moderado. O uso de medicamentos beta bloqueadores como o propranolol pode mascarar os sintomas de hipoglicemia, como taquicardia e tremores, tornando mais difícil a detecção desse quadro nos pacientes que usam insulina. Além disso, ele pode reduzir a resposta do organismo ao aumento da glicemia em quadros hiperglicêmicos, aumentando a gravidade do episódio. Alguns estudos sugerem que os beta bloqueadores podem diminuir a sensibilidade à insulina, resultando em um controle subótimo dos níveis de glicose sanguínea em pacientes que usam insulina no tratamento da diabetes mellitus. Apesar de ser indicado para tratar condições cardiovasculares, o propranolol pode acarretar um risco elevado de efeitos adversos cardiovasculares, como bradicardia e hipotensão, nesses pacientes.
4.1.7 Interações com bloqueadores do canal de cálcio
Os bloqueadores dos canais de cálcio são agentes farmacológicos que exercem seus efeitos inibindo a entrada de íons cálcio através dos canais de cálcio nas células musculares cardíacas e vasculares. Esses medicamentos são amplamente utilizados no tratamento da hipertensão arterial, angina de peito e arritmias cardíacas.
De acordo com o DRUGBANK acredita-se que os bloqueadores dos canais de cálcio, e em particular o verapamil, são capazes de diminuir a expressão da proteína que interage com a tiorredoxina (TXNIP), o que resulta em uma variedade de atividades, como diminuição da apoptose de células beta, aumento da massa de células beta e níveis aumentados de insulina endógena, eles sao metabolizados pela mesmo sistema enzimático no figado, o citocromo p450, com isso o uso concomitante desses fármacos podem influenciar um na ação do outro, as principais manifestações clínicas decorrente dessa interação são a hipoglicemia, bradicardia, edema, distúrbios hidroeletrolíticos e piora do controle glicêmico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise detalhada das principais interações medicamentosas entre anti-hipertensivos e antidiabéticos, conduzida através da revisão da literatura e da consulta aos bancos de dados DrugBank e DynaMed, proporcionou insights cruciais para a prática clínica. Foi evidenciado que as interações entre beta-bloqueadores e insulina, diuréticos e antidiabéticos, bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) e antidiabéticos, assim como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e antidiabéticos, representam áreas de preocupação significativa.
Os beta-bloqueadores, reconhecidos por seu potencial em diminuir a sensibilidade à insulina, podem comprometer o controle glicêmico em pacientes diabéticos dependentes de insulina. Da mesma forma, a interação entre diuréticos e antidiabéticos pode resultar em alterações nos níveis de glicose no sangue, requerendo monitoramento cuidadoso e possíveis ajustes terapêuticos. Adicionalmente, a administração concomitante de BRA ou IECA com antidiabéticos pode influenciar os efeitos terapêuticos e adversos, demandando uma avaliação abrangente dos riscos e benefícios.
É essencial que profissionais de saúde estejam cientes dessas interações medicamentosas e adotem uma abordagem individualizada ao gerenciamento terapêutico de pacientes com comorbidades de diabetes mellitus e hipertensão arterial. Recomenda-se a integração de múltiplas fontes de informação, como literatura científica atualizada e bancos de dados confiáveis, para embasar decisões clínicas fundamentadas e promover uma prática segura e eficaz. Ademais, a comunicação interprofissional e a educação do paciente são componentes essenciais para garantir a adesão ao tratamento e minimizar o risco de complicações associadas a interações medicamentosas nessa população de pacientes.
Ao revisar sistematicamente a literatura científica e consultar bancos de dados confiáveis, como o DrugBank e o DynaMed, este artigo fornece informações valiosas que podem orientar os profissionais de saúde na tomada de decisões clínicas informadas e na gestão eficaz de pacientes com comorbidades de diabetes e hipertensão. Identificar e compreender as interações medicamentosas específicas entre essas classes terapêuticas é essencial para evitar consequências adversas e garantir o tratamento ótimo para os pacientes.
REFERÊNCIAS
Aqui estão as referências organizadas em ordem alfabética:
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1Discente do curso de medicina – Centro Universitário São Lucas – Afya
eduardaa_marchiori@outlook.com
2Discente do curso de medicina – Centro Universitário São Lucas – Afya
paulinoeduardo381@gmail.com
3Discente do curso de medicina – Centro Universitário São Lucas – Afya
gabrielpitzabr@hotmail.com
4Discente do curso de medicina – Centro Universitário São Lucas – Afya
marianagheller@hotmail.com
5Docente – Centro Universitário São Lucas – Afya e-mail: quintino.junior@saolucas.edu.br