ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO LUTO PUERPERAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11433678


Brener Almeida Gonçalves,
Cristiane Silva Novaes,
Laura Santos Freire,
Orientadora: Profa. Ma. Shirley Batista Oliveira.


RESUMO

O luto puerperal é um processo emocional profundo e doloroso que ocorre após a perda de um bebê durante a gravidez, no parto ou nos primeiros dias de vida, é uma experiência emocionalmente desafiadora para muitas famílias. A presente investigação acerca do luto puerperal visa não apenas entender a profundidade da dor e da perda, mas também encontrar maneiras de oferecer um suporte adequado e empático por parte dos profissionais de enfermagem, tanto com uma abordagem física, mas também emocional às mulheres que enfrentam este desafio. A metodologia proposta de revisão literatura integrativa para este estudo permitiu uma compreensão abrangente e bem fundamentada sobre o luto puerperal e como os profissionais de enfermagem podem melhor apoiar às mulheres nesse processo complexo. A pesquisa destaca a complexidade dessa experiência, as necessidades específicas das mães e famílias, e as melhores práticas de suporte de assistência existentes. Ao concluir este estudo, percebe-se que através da implementação de práticas baseadas em evidências e da melhoria na formação e capacitação dos profissionais de saúde, é possível proporcionar um cuidado mais eficaz e compassivo às mulheres e famílias afetadas. Acredita-se que essas contribuições enriquecerão o repertório de conhecimento na área da saúde materna, fortalecendo a base teórica e prática disponível para profissionais de saúde e pesquisadores.

Palavras-chave: Luto materno, Enfermagem, Aborto.

1 INTRODUÇÃO

O período do luto materno é um processo emocional desafiador enfrentado por uma mulher após a perda de um filho. Essa experiência pode ser causada por uma variedade de razões, incluindo aborto, morte neonatal ou morte durante a infância. A incidência pode variar de acordo com fatores como a gravidade da perda e as características sociodemográficas da população estudada (Lindquist et al., 2015).

Segundo o portal da Fiocruz no Brasil, há aproximadamente 8 óbitos neonatais para 100.000 nascidos vivos e cerca de 28 mil óbitos fetais ao ano. Ainda assim, este é um tema pouco debatido, uma vez que a perda gestacional/neonatal ainda é socialmente desconsiderada e esta categoria de luto não é reconhecida. Por esse motivo, o enlutado muitas vezes não se sente autorizado a expressar o seu luto (Fiocruz, 2023).

O luto é uma experiência universal que permeia a vida de inúmeras pessoas, sendo uma resposta natural à perda de entes queridos ou a outras formas de separação. Nesse contexto, a assistência de enfermagem desempenha um papel fundamental na promoção do enfrentamento saudável do luto, visando mitigar o sofrimento dos indivíduos afetados. Segundo Worden (2009), o luto é um processo complexo, que pode variar de pessoa para pessoa, envolvendo uma série de reações emocionais, cognitivas e físicas. É essencial que os profissionais de enfermagem estejam preparados para compreender as necessidades dos pacientes em luto e fornecer suporte adequado, atendendo aos princípios da empatia e do cuidado centrado no paciente.

O processo de luto materno é único para cada indivíduo e pode exigir apoio emocional significativo para ajudar a mãe a enfrentar sua dor e encontrar maneiras de lidar com sua perda. A presença da assistência de enfermagem hospitalar em situações de perda perinatal é essencial para fornecer suporte emocional, físico e psicológico às mulheres que enfrentam essa experiência dolorosa. Profissionais de saúde, incluindo enfermeiros, desempenham um papel crucial no apoio às mães enlutadas, oferecendo compaixão, orientação e recursos para ajudá-las a navegar por esse período difícil (Santos et al., 2021).

A assistência de enfermagem ao luto é uma área de relevância no campo da saúde, e a abordagem adequada a indivíduos enlutados é crucial para promover o processo de adaptação e recuperação. A literatura científica sobre esse tema tem se expandido ao longo dos anos, oferecendo insights valiosos sobre estratégias, desafios e benefícios da assistência de enfermagem ao luto (Strefling et al., 2015).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura acerca da assistência de enfermagem às mulheres que experimentaram perda gestacional, identificando as principais dimensões emocionais, cognitivas e físicas envolvidas.

2 OBJETIVO

Analisar a assistência de enfermagem frente às mulheres que sofreram perda gestacional, visando contribuir para uma melhor compreensão acerca das dimensões biopsicossociais que envolvem esse processo.

3 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura do tipo integrativa, essa metodologia foi escolhida por possibilitar a síntese e a análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema Assistência de enfermagem ao luto puerperal.

Segundo Ercole, Melo e Alcoforado (2014), a revisão integrativa de literatura é um método com a finalidade de sintetizar resultados obtidos em pesquisas de maneira sistemática, ordenada e abrangente, utilizando diferentes metodologias, oferecendo informações mais amplas sobre um determinado assunto, assim construindo um corpo de conhecimento, podendo ser usados descritores. Esse método proporciona a combinação de dados de literatura teórica, possibilitando maior compreensão do tema abordado.

Foi definida a seguinte questão norteadora: Como a assistência de enfermagem prestada às puérperas em perda gestacional pode influenciar na vivência do luto?

Para essa metodologia, foi realizada uma pesquisa eletrônica nas bases de dados: Scielo e LILACS (Centro Latino- Americano de Informação em Saúde), utilizando os seguintes descritores constantes no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde): “luto materno AND enfermagem” e “aborto AND enfermagem”.

Adotaram-se como critérios de inclusão: artigos disponíveis integralmente de forma gratuita, publicação em português, inglês ou espanhol em periódicos nacionais e internacionais e indexação nas bases de dados referidas no período de 2014 a 2024.

Foram encontrados um total de 93 artigos, sendo que 51 foram excluídos após leitura do título, pois não contemplavam o objeto de estudo, dos 42 restantes, foram excluídos 16 após leitura do resumo, restando 26 artigos elegíveis para composição do desse estudo, os quais foram lidos na íntegra, dos quais 7 atendiam aos critérios de seleção e foram selecionados para compor o corpus do presente trabalho.

O levantamento de dados foi realizado no período entre março e abril de 2024. Para organização dos resultados, foi utilizado o software Mendeley Desktop (Versão 1.19.8), no qual foram anexados os artigos, dividindo-os em grupos específicos referente às bases de dados e as palavras-chave utilizadas.

4 RESULTADOS

A partir da análise dos artigos foram formuladas as discussões sobre os principais resultados e conclusões do estudo. Após análise, foram extraídas algumas de suas principais características, as quais estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Caracterização dos artigos sobre assistência de enfermagem ao luto puerperal, 2014-2024.

  AUTOR/A NO  METODOLOGIA  RESULTADOS  CONCLUSÕES
  Oliveira et al., 2022  74 mulheres portuguesas que frequentaram um hospital público no Porto em 2019, após sofrerem abortos, responderam a um inquérito de autorrelato. Foram analisados os efeitos da utilidade ritual, satisfação conjugal e sua interação na experiência de luto.  Tendo o ajustamento ao luto após a perda gestacional como variável dependente, observou-se um efeito negativo da satisfação conjugal (b=.33) e um efeito positivo da utilidade dos rituais (b =.46).  Este estudo vem realçar a importância da abordagem dos rituais de luto e da conjugalidade no apoio emocional à perda, sendo primordial a figura do enfermeiro nos contextos do aborto e da perda neonatal.
  Santos et al., 2021  Estudo qualitativo, desenvolvido em uma maternidade pública de Teresina-PI, entre agosto e setembro de 2018. Participaram 14 mulheres que passaram por abortamento. As categorias emergiram da análise de conteúdo temática.  A descoberta tardia da gravidez causou surpresa e susto, levando a reflexões e sentimentos de tristeza, medo, desespero, impotência e angústia, além de desconfortos físicos. O desejo de laqueadura e de evitar nova gravidez foi motivado pelo medo e desespero de repetir a situação foi justificado por estarem desesperançosas e com medo dessa situação se repetir.  Conheceram-se sentimentos que mostram que o processo de abortamento é uma vivência complexa e ao mesmo tempo marcada por conflitos psicológicos, caracterizando um evento completamente traumatizante.
  Montigny et al., 2021  Foi realizado um estudo transversal, no qual 231 mulheres que sofreram aborto espontâneo nos últimos quatro anos responderam a um questionário on-line, cujo intuito era avaliar a saúde mental e coletar informações pessoais, além de características contextuais.  Mulheres que sofreram aborto espontâneo nos últimos seis meses apresentaram mais sintomas depressivos do que aquelas que sofreram entre sete e 12 meses atrás. Ansiedade e luto perinatal não variaram com o tempo. Baixo nível socioeconômico, status de imigrante e ausência de filhos foram associados a pior saúde mental, enquanto a qualidade do relacionamento conjugal e a satisfação com a assistência à saúde foram associadas a melhor saúde mental.  Mulheres em situação de vulnerabilidade, como as imigrantes, com baixo nível socioeconômico ou sem filhos estão particularmente vulneráveis a problemas de saúde mental após um aborto espontâneo. No entanto, além desses fatores pessoais e contextuais, a qualidade do relacionamento conjugal e a satisfação com a assistência à saúde podem ser importantes fatores de proteção.
Strefling et al., 2015Estudo qualitativo, realizado na unidade de internação obstétrica de um hospital universitário do extremo sul do Brasil, por meio de entrevista semiestruturada com 19 profissionais de enfermagem. Para análise, utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo.Os discursos mostraram-se ambivalentes. Alguns profissionais de enfermagem referiram que há interferência do comportamento discriminatório e pouca interação com a mulher, resultando na organização do cuidado focado nos aspectos clínicos. Outros consideraram o atendimento bom, independentemente da etiologia do aborto, apontando algumas iniciativas humanizadas como apoio emocional e provisão de um ambiente terapêutico privativoEsta pesquisa amplia o leque de informações acerca da gestão e realização do cuidado às mulheres hospitalizadas por abortamento, destacando a importância de articular percepções, sentimentos e comportamento ético com ações de planejar, gerenciar e cuidar.
Vescovi; Levandows ki, 2023Investigou-se a resiliência familiar em situações de perda gestacional (PG), doze casais que buscaram serviços de saúde durante uma PG foram selecionados intencionalmente, excluindo-se casais em processo de separação, que não viviam juntos, ou que tiveram outras perdas recentes. Os achados demonstraram situações de violência, comunicação deficitária, desvalorização das perdas precoces, falta de suporte para contato com o bebê falecido e rotinas pouco humanizadas, especialmente durante a internação após a perda.Sugere-se qualificação profissional, ampliação da visibilidade do tema entre diferentes atores e reorganização dos serviços, considerando uma diretriz clínica para atenção ao luto perinatal, com destaque para o fortalecimento da inserção de equipes de saúde mental no contexto hospitalar.
Orcina; Ribeiro; Rodrigues, 2023Pesquisa qualitativa exploratória e descritiva; realizado em unidade materno- infantil, com 21 profissionais de enfermagem. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e posteriormente os dados foram submetidos à análise temática.Aspectos que contribuem para o conforto incluem mobiliário adequado, atendimento hoteleiro, métodos não farmacológicos para alívio da dor, respeito às escolhas da parturiente, direito ao acompanhante e disponibilidade de equipamentos. Aspectos que dificultam o conforto incluem a falta de salas específicas para pré-parto, parto e pós-parto, e espaços para lidar com a perda fetal.A confortabilidade não está relacionada somente aos aspectos estruturais, materiais ou arquitetônicos, mas envolve as relações e interações estabelecidas na unidade materno- infantil.
Paris, Montigny e Pelloso, 2017Estudo metodológico envolvendo aplicação da Escala de Luto Perinatal a partir do conjunto de procedimentos de adaptação transcultural. A população foi composta por todas as mulheres que tiveram natimorto no ano de 2013.As versões da escala em português e francês foram confiáveis nas duas populações. O coeficiente alfa de Cronbach na escala aplicada no Brasil foi de 0,93 e aplicada no Canadá foi de 0,94. Apenas na versão portuguesa, quatro itens não se correlacionaram com o total da escala.A Escala de Luto Perinatal pode ser utilizada para identificação do estado de luto em mulheres que tiveram óbito fetal, na respectiva versão de cada país.
5 DISCUSSÃO

Os estudos existentes sobre a experiência das mulheres em abortos espontâneos revelam uma insatisfação significativa com os cuidados de saúde prestados, a mesma é atribuída à falta de compaixão, apoio social e emocional e informações inadequadas fornecidas pelos profissionais de saúde. Isso ressalta uma falha crítica no sistema de saúde, que precisa ser repensado com urgência, uma vez que a carência de assistência qualificada pode agravar o sofrimento psicológico das mulheres, tornando o processo de recuperação muito mais difícil e traumático (Montigny et al., 2020).

Apesar dos avanços nas políticas de atenção à saúde das mulheres, os estudos apontam o fato que muitas sociedades ainda desconsideram o processo de abortamento, principalmente em países em desenvolvimento, o que incorre na marginalização de mulheres menos favorecidas e contribui significativamente para a prevalência de abortamentos provocados e inseguros (Santos et al., 2021).

Este ponto é crucial, pois evidencia a interseção entre questões de gênero, socioeconômicas e de saúde pública, e como a falta de suporte adequado exacerba os riscos para as mulheres mais vulneráveis. Dessa forma, o abortamento inseguro continua a ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna, especialmente em contextos onde os serviços de saúde são inadequados ou inexistentes (Santos et al., 2021). Uma lacuna importante identificada na literatura diz respeito a poucos estudos que abordam a perspectiva dos profissionais de enfermagem na gestão e realização do cuidado a mulheres hospitalizadas por abortamento. Isso é preocupante, pois ao focar exclusivamente nas percepções das mulheres atendidas, embora fundamental, oferece uma visão incompleta do processo de cuidado (Strefling et al., 2015).

A inclusão da perspectiva dos profissionais de enfermagem é crucial, pois são eles que implementam e gerenciam as práticas de cuidado diuturnamente nos serviços de saúde, enfrentando desafios específicos e contextuais que influenciam diretamente a qualidade da assistência (Strefling et al., 2015).

Isto posto, a gestão do cuidado de enfermagem é uma ferramenta essencial para o processo de cuidar, sendo que a sua análise poderia ser aprofundada ao discutir como essa gestão impacta a qualidade do atendimento em situações específicas, como o abortamento, onde fatores emocionais, éticos e sociais desempenham um papel significativo, o que levaria a uma maior qualidade do cuidado para as famílias que sofreram perdas gestacionais (Strefling et al., 2015).

A confortabilidade é um tema que desponta quando se pensa em assistência hospitalar no luto puerperal, uma vez que agrega elementos qualificadores e cria ambiência acolhedora no processo de produção da saúde. Assim, quando o ambiente hospitalar é humanizado, a experiência da mulher no período gravídico-puerperal tende a ser mais positiva e melhor avaliada (Orcina; Ribeiro; Rodrigues, 2023).

No entanto, ainda que se considere os fatores relativos à qualidade da assistência de enfermagem e dos demais profissionais de saúde e um ambiente assistencial que promova conforto e acolhimento, existem fatores individuais, emocionais e culturais que influenciarão diretamente à experiência do luto para as mulheres e famílias que vivenciaram um aborto.

Fatores como histórico de saúde mental, rede de apoio social, e circunstâncias socioeconômicas são determinantes importantes que podem influenciar a experiência e a recuperação das mulheres que passaram por perda gestacional. É de extrema importância incluir uma avaliação dos fatores pessoais e contextuais que afetam a saúde mental, bem como das barreiras institucionais e culturais. Apenas através de uma abordagem multifacetada será possível desenvolver intervenções eficazes que garantam um cuidado mais humanizado e integral para essas mulheres (SANTOS et al., 2021).

Nesse ínterim, é necessário ressaltar a importância dos rituais na vivência do luto após abortamento. Os mesmos podem oferecer estrutura, significado e um meio de expressar emoções, sua eficácia é moderada pelo nível de satisfação conjugal. Dessa forma, os programas de apoio ao luto devem considerar a personalização dos rituais e oferecer suporte adicional para melhorar as relações conjugais, garantindo que todos os aspectos do luto sejam abordados de maneira abrangente e sensível às necessidades individuais (OLIVEIRA et al., 2022).

Um outro ponto que ganha notoriedade dentro do processo de recuperação do luto é a resiliência familiar em situações de perdas gestacionais, a mesma é influenciada por uma variedade de fatores que podem tanto facilitar quanto dificultar esse processo. Aspectos como suporte social, comunicação eficaz, recursos psicológicos e espirituais são fundamentais para promover a resiliência. Por outro lado, o isolamento social, a comunicação deficiente, os impactos psicológicos e emocionais e os fatores socioeconômicos podem representar obstáculos significativos. Uma abordagem holística que considere essas dimensões e promova intervenções direcionadas é essencial para apoiar as famílias em luto e ajudá-las a desenvolver resiliência diante da adversidade (VESCOVI; LEVANDOWSKI, 2023).

Nesse sentido, a adaptação transcultural de instrumentos de avaliação psicológica é fundamental para assegurar que as nuances culturais e linguísticas sejam respeitadas, permitindo uma avaliação mais precisa e significativa do estado de luto das mulheres. Em estudo realizado por Paris, Montigny e Pelloso (2017), a utilização da Perinatal Grief Scale ou Escala de Luto Perinatal (ELP) permitiu melhor reconhecimento da situação de luto em mulheres que tiveram óbito fetal, o que possibilitou que enfermeiros prestassem uma melhor assistência psicossocial junto às mães enlutadas.

Frente ao exposto, evidencia-se o quanto o luto puerperal é um fenômeno complexo e o seu enfrentamento deve ser implementado com base nas mais recentes evidências científicas, a fim de promover uma atenção integral às mulheres e famílias que sofreram perda gestacional.

6 CONCLUSÃO

A falta de acesso a cuidados de saúde, condições socioeconômicas desfavoráveis, problemas de saúde física e mental, ausência de suporte social e ambientes hospitalares inadequados podem dificultar significativamente o processo de enfrentamento ao luto puerperal. Dessa forma, se faz necessária uma abordagem integral que aborde tanto os aspectos relacionados ao processo de perda quanto as medidas que podem favorecer a sua superação.

Nesse ponto, destaca-se o papel central do enfermeiro, uma vez que este se mantém em assistência contínua às mulheres que tiveram perdas gestacionais e pode, por meio de olhar atento e escuta ativa, perceber as necessidades individuais de cuidado para implementar uma assistência efetiva e de qualidade a essas pessoas.

Diante do exposto, fica evidente que são inúmeras as possibilidades de atuação do profissional enfermeiro frente ao luto perinatal, que vão desde a adequada identificação da pessoa que sofreu perda gestacional até a implementação de um conjunto de ações que favoreçam a assistência a essas mulheres e seus familiares, como internamento em uma área própria, presença do acompanhante, apoio na tomada de decisão quanto ao contato com o bebê e encaminhamento para a rede de atenção após a alta.

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