USE OF BENZODIAZEPINE MEDICINES IN THE ELDERLY: RISK ASSESSMENT AND TREATMENT ALTERNATIVES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11306206
Milena Gomes1
Bianca de Oliveira Bisognin2
Sandra Cristina Catelan-Mainardes3
RESUMO
Considerando o envelhecimento da população e consequente presença de comorbidades há elevada prevalência no uso de medicamentos, incluindo os ansiolíticos benzodiazepínicos. Estes fármacos atuam como depressores do sistema nervoso central, sendo capazes de modular a afinidade do GABA por seu receptor. Apresentam efeitos hipnóticos e ansiolíticos, úteis em condições psiquiátricas e neurológicas específicas. São indicados em tratamentos de curta duração devido aos efeitos indesejáveis de tolerância e dependência. No entanto, esses medicamentos vêm sendo excessivamente prescritos. Esta revisão sistemática, tem como objetivo final discutir os “efeitos adversos do uso prolongado de benzodiazepínicos em idosos”. Assim, a pesquisa baseou-se em uma busca ativa nas bases de dados eletrônicas Europe PMC, PubMed, Lilacs e Medline a partir de artigos publicados entre 2018 e 2023. A partir dos achados na busca ativa nas bases de dados eletrônicas, os artigos selecionados foram organizados de acordo com o critério de verificação e pontuação PRISMA. Os dados coletados na pesquisa revelaram que a avaliação criteriosa na prescrição e análise de alternativas terapêuticas fazem-se necessárias para evitar os efeitos adversos e reduzir o uso dos medicamentos BZD. Dessa forma, essa temática apresenta relevância, considerando o contexto atual de prescrição de medicamentos BZD para idosos e seus riscos a longo prazo. Assim, com a presente revisão, foram identificados e analisados os possíveis efeitos adversos, os benefícios do uso de benzodiazepínicos em idosos e as alternativas de tratamento frente ao uso dos BZD. Nesta abordagem, foi possível contribuir com informações adequadas aos profissionais de saúde, para receber e cuidar desses indivíduos, a fim de que os medicamentos sejam utilizados de forma segura e eficaz, de maneira a obter êxito no plano terapêutico.
PALAVRAS-CHAVE: Ansiolítico; Uso indiscriminado; Dependência.
ABSTRACT
Considering the aging of the population and the consequent presence of comorbidities, there is a high prevalence of medication use, including benzodiazepine anxiolytics. These drugs act as central nervous system depressants, being able to modulate the affinity of GABA for its receptor. They have hypnotic and anxiolytic effects, useful in specific psychiatric and neurological conditions. They are indicated for short-term treatments due to the undesirable effects of tolerance and dependence. However, these medications have been excessively prescribed. This systematic review has the final objective of discussing the “adverse effects of prolonged use of benzodiazepines in the elderly”. Thus, the research was based on an active search in the electronic databases Europe PMC, PubMed, Lilacs and Medline based on articles published between 2018 and 2023. Based on the findings in the active search in the electronic databases, the selected articles were organized according to the PRISMA verification and scoring criteria. The data collected in the research revealed that careful evaluation in prescription and analysis of therapeutic alternatives are necessary to avoid adverse effects and reduce the use of BZD medications. Therefore, this theme is relevant, considering the current context of prescribing BZD medications for the elderly and their long-term risks. Thus, with this review, possible adverse effects, the benefits of using benzodiazepines in the elderly and treatment alternatives compared to the use of BZDs were identified and analyzed. In this approach, it was possible to contribute adequate information to health professionals, to receive and care for these individuals, so that medicines are used safely and effectively, in order to achieve success in the therapeutic plan.
KEYWORDS: Anxiolytic; Indiscriminate use; Dependence.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, o grupo de pessoas com 60 anos ou mais passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.18 Com este aumento da expectativa de vida, as necessidades de cuidados nesta faixa etária tornam-se mais complexas pela presença de comorbidades, o que acarreta a elevada prevalência do uso de medicamentos, incluindo os ansiolíticos benzodiazepínicos.29
Os benzodiazepínicos potencializam a capacidade do transmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) de aumentar a condutância de íons cloreto pelas membranas neuronais, o que acarreta no afastamento do potencial de ação do seu limiar para ativação, promovendo a inibição da neurotransmissão no Sistema Nervoso Central (SNC).14 O GABA é o principal transmissor inibidor no cérebro e possui três subunidades diversas, α, β e γ. A interface da subunidade α/ γ é o local de ligação dos benzodiazepínicos e pode acarretar diferentes padrões de resposta.30
Na prática clínica, os benzodiazepínicos são comumente utilizados, devido as suas quatro atividades principais: ansiolítica, hipnótica, anticonvulsivante e relaxante muscular, em tratamento de curta duração para prevenir eventos adversos, principalmente em idosos.28
Moura et al. 26 afirma que estes fármacos utilizados de forma contínua podem causar dependência e tolerância. Produzem modificações de humor, comportamento e cognição, agindo a nível de SNC, deprimindo ou estimulando o funcionamento deste sistema.
Azevedo2 afirma que as prescrições inapropriadas de profissionais pouco preparados contribuem para o crescente uso indevido de medicamentos da classe dos benzodiazepínicos, aumentando a probabilidade de reações adversas. Estes riscos podem ser evitáveis com alternativa (s) igual ou mais eficaz e com menor risco de tratar a mesma condição.5
Uma das alternativas descrita na literatura por Muller27 é a desprescrição, por ser um processo planejado e supervisionado de redução da dose ou interrupção do uso de medicamentos que possam causar danos ou não proporcionar benefícios ao paciente, vem sendo abordada no campo de atuação dos profissionais de saúde para a melhoria na atenção à saúde do paciente idoso.
Ao notar a importância desse assunto, a presente revisão visou abordar os riscos e benefícios do uso de benzodiazepínicos pela população idosa, bem como, a atuação dos profissionais de saúde na continuidade do acompanhamento, outras indicações de tratamento, a conduta médica na prescrição e desprescrição dessa classe de fármacos. Neste contexto, delinearam-se algumas perguntas para se levar em consideração nesta pesquisa: “quais os riscos e/ou benefícios da prescrição de medicamentos benzodiazepínicos para a população idosa?”. Quais seriam outros possíveis tratamentos?” Como ocorre o processo de desprescrição de benzodiazepínicos sem trazer malefícios ao idoso?
2. MÉTODOS
A pesquisa assumiu um caráter descritivo, retrospectivo e se trata de uma revisão de literatura com abordagem integrativa, sendo que a busca foi realizada no período de março de 2023 a outubro de 2023 e optou-se por selecionar estudos publicados no período de 2018 a 2023. Este corte temporal foi feito para que a revisão fosse a mais atualizada possível, trazendo informações relevantes de estudos recentes e que contribuíssem para a credibilidade do artigo. Como critério de elegibilidade, foram utilizados: a) textos completos e originais b) publicações nos idiomas português, inglês e espanhol c) ano de publicação entre 2018 e 2023 d) artigos científicos com a população idosa e o uso de medicamentos da classe dos benzodiazepínicos. Os critérios de exclusão foram excluídos da pesquisa os livros, teses e dissertações. Em relação às publicações repetidas, estas foram eliminadas. Foi feita a leitura inicial dos títulos dos trabalhos, sendo feita a primeira seleção e, em seguida, analisados os resumos dos selecionados para, apenas após essa etapa, a discussão ser lida e analisada. Ademais, o método de Bardin (2011) foi seguido, tendo em vista os passos de pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação. As perguntas norteadoras foram elaboradas a partir da estratégia PICo.
Para cruzamento de dados e obtenção do maior número de amostras possível, os autores utilizaram o operador booleano AND. As palavras-chave utilizadas foram a associação de (Benzodiazepínicos); (benzodiazepine); (benzodiacepinas) and (idosos); (elderly); (anciano) and (uso prolongado); (prolonged use); (uso prolongado) na base de dados eletrônicas Europe PMC, Pubmed, Lilacs e Medline, todas mostras no quadro 1. O escore Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) foi utilizado como ferramenta de elemento de verificação e pontuação de credibilidade das fontes utilizadas, bem como o PRISMA 2020 flow diagram foi utilizado para triagem e sistematização dos artigos
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A estratégia de busca resultou em 3269 resultados artigos. Em primeira análise foram removidos 11 artigos por duplicidade, 2.660 por inelegibilidade e 3 artigos por outras razões, resultando em 1.858 artigos publicados entre 2018 e 2023. Posteriormente foram excluídos 1.833 por não incluírem temas que respondiam às perguntas norteadoras. Desta forma, foram elegíveis para a revisão um total de 25 trabalhos, os quais foram sistematizados e analisados para a produção do estudo. O fluxograma PRISMA que resume a seleção de artigos está exposto na Figura 1. No Quadro 1, estão demonstrados os descritores e a forma de utilização dos operadores booleanos, para o cruzamento de dados e obtenção dos artigos. Quadro 2, são mostrados os artigos escolhidos em ordem cronológica, evidenciando o(s) autor(es), o ano de publicação, o título do artigo, a base de dados, objetivo de estudo e suas respectivas conclusões.
Figura 1: Fluxograma de Itens de Relatório Preferenciais para revisões Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA) mostrando a identificação, triagem e trabalhos incluídos no artigo.
Fonte: As autoras (2023)
Quadro 1: Base de dados, descritores, total de títulos e seleção final.
Base de Dados | Descritores | Total de Títulos | Seleção Final |
Lilacs | [Benzodiazepínicos/benzodiazepine/benzodiacepinas] AND [idosos/elderly/anciano] AND [uso prolongado/prolonged use/uso prolongado] | 18 | 3 |
PubMed | [Benzodiazepínicos/benzodiazepine/benzodiacepinas] AND [idosos/elderly/anciano] AND [uso prolongado/prolonged use/uso prolongado] | 850 | 5 |
Medline | [Benzodiazepínicos/benzodiazepine/benzodiacepinas] AND [idosos/elderly/anciano] AND [uso prolongado/prolonged use/uso prolongado] | 193 | 1 |
Europe PMC | [Benzodiazepínicos/benzodiazepine/benzodiacepinas] AND [idosos/elderly/anciano] AND [uso prolongado/prolonged use/uso prolongado] | 2208 | 16 |
Fonte: As autoras (2023)
Em relação ao idioma de publicação, pode-se perceber que 92% (n=23) das publicações foram realizadas na língua inglesa, 4% (n=1) na língua portuguesa e 4% (n=1) na língua espanhola, como demonstrado no Quadro 2, o qual contém o nome dos autores, anos de publicação, objetivos, metodologias e resultados
Quadro 2: Descrição dos artigos usados com autor(es), ano, objetivo, metodologia e resultados.
Autor(es)/Ano | Base de Dados | Título | Objetivo | Metodologia | Conclusão |
AGUILUZ, J. et al/ 2018 | Lilacs | How to face a patient with benzodiazepine dependence in primary health care? Strategies for withdrawal | Apresentar uma estratégia integrada, prática e atualizada baseada na melhor evidência disponível, para abordar a abstinência no consumo de benzodiazepinas no doente com dependência, nos cuidados de saúde primários. | Revisão narrativa da literatura | Para retirada de benzodiazepínicos, uma estratégia simples, que pode ser eficaz e duradoura é informar o paciente sobre a necessidade de reduzir o consumo, dando-lhe por escrito a orientação de abstinência e sua solução. Diante das evidências disponíveis, é proposto um modelo integrado e passo a passo para o manejo do usuário de benzodiazepínico, desde a prescrição até a retirada. |
CHENG, S. et al./ 2019 | PubMed | The Severity of Dependence Scale detects medication misuse and dependence among hospitalized older patients | Avaliar a precisão diagnóstica, confiabilidade e validade do SDS na detecção do uso indevido e dependência de medicamentos entre pacientes idosos hospitalizados | Estudo transversal | A SDS é confiável, válida e capaz de detectar uso indevido e dependência de medicamentos em idosos hospitalizados, com bom desempenho diagnóstico. A escala, portanto, é promissora para uso em contextos clínicos e de pesquisa. |
REEVES, R. R; KAMAL, A./ 2019 | PubMed | Complicated Withdrawal Phenomena During Benzodiazepine Cessation in Older Adults | Apresentou problemas incomumente difíceis encontrados durante a tentativa de redução gradual de benzodiazepínicos em 2 adultos mais velhos. | Relato de caso | O uso prolongado de benzodiazepínicos em adultos mais velhos pode levar a uma variedade de resultados adversos, e deve-se considerar a redução gradual e gradual e a eventual descontinuação desses medicamentos. Fenômenos de abstinência complicados e prolongados podem ocorrer em alguns pacientes, necessitando de reduções lentas na dosagem por um longo período. Pesquisas mais amplas são necessárias nesta área. |
CHENG, S. et al/ 2019 | PubMed | Sociodemographic, clinical and pharmacological profiles of medication misuse and dependence in hospitalized older patients in Norway: a prospective cross-sectional study | Fornecer essas informações, investigando características sociodemográficas, farmacológicas e clínicas e fatores associados ao uso prolongado, uso indevido e dependência de medicamentos em pacientes idosos hospitalizados, com foco em três DCNT comumente prescritos: analgésicos opioides, benzodiazepínicos e z-hipnóticos. | Estudo transversal | O uso excessivo de CNSD é prevalente entre pacientes idosos hospitalizados, apesar das diretrizes e recomendações claras. Nossos achados enfatizam a necessidade de um foco mais forte na prescrição responsável, detecção oportuna e prevenção desse problema, com atenção especial para pacientes mais velhos, aqueles com dor intensa, polifarmácia e/ou uso concomitante de vários CNSDs |
SAKE FT, et al./ 2019 | PubMed | Benzodiazepine usage and patient preference for alternative therapies: A descriptive study. | Identificar os fatores dos pacientes que influenciam o uso atual de benzodiazepínicos em longo prazo, a tentativa de abstinência passada e a intenção futura de testar terapias comportamentais alternativas mais seguras | Estudo descritivo | Com base nas preferências relatadas dos usuários de benzodiazepínicos neste estudo, o desenvolvimento e a avaliação de serviços colaborativos GP- farmacêutico para melhorar a absorção de terapias comportamentais como uma alternativa aos benzodiazepínicos podem ser recomendados. |
SHARMA V, et al/ 2019 | PubMed | Characterisation of concurrent use of prescription opioids and benzodiazepine/Z-drugs in Alberta, Canada: a population-based study | Caracterizar o concomitante de moduladores do receptor benzodiazepínico e opioides entre usuários de opioides. | Estudo retrospectivo de base populacional | São necessários esforços contínuos para conter a utilização simultânea de opioides e moduladores de receptores benzodiazepínicos. |
FRIESTINO, J.K.O. et al/ 2020 | Lilacs | El perfil de usuarios de benzodiazepinas en servicios de atención primaria de la salud de la ciudad de Chapecó, Santa Catarina, Brasil | Analisar a frequência e as características dos usuários de benzodiazepínicos na atenção básica, considerando as particularidades locais | Estudo transversal | Atualmente, existem inúmeras terapias que podem ser combinadas, ou até mesmo substituir, em alguns casos, o uso de medicamentos. O desenvolvimento de um trabalho multiprofissional eficaz entre as equipes da Estratégia Saúde da Família é fundamental para que essas terapias sejam colocadas em prática, de modo a pensar a prescrição de medicamentos como uma terapia complementar e não o contrário. |
OLIVEIRA, A. L. M. L. et al/ 2020 | Lilacs | Aumento da utilização de benzodiazepínicos entre idosos mais velhos: Projeto Bambuí | Investigar a tendência do uso de benzodiazepínicos entre idosos mais velhos (75 anos ou mais) residentes em comunidade | Estudo longitudinal e de base populacional | O presente estudo evidenciou um importante aumento no uso de benzodiazepínicos em uma população idosa mais velha. Esses resultados preocupam, pois são medicamentos contraindicados para idosos, especialmente se utilizados cronicamente, e estão disponíveis na relação nacional de medicamentos essenciais. Os profissionais de saúde devem estar atentos para os riscos envolvidos no seu uso por essa população. |
BJELKARØY, M. T. et al./ 2021 | PubMed | The association between pain and central nervous system depressing medication among hospitalized Norwegian older adults. | Investigar os fatores associados à intensidade e apresentação da dor em idosos com uso prolongado de DCNT em comparação com não usuários. | Estudo transversal | O uso prolongado de medicamentos para CNSD, bem como o uso prolongado de opioides, estão positivamente associados à intensidade da dor. Os resultados podem ter implicações para o tratamento e controle da dor a longo prazo para pacientes idosos |
CHENG, S. et al/ 2021 | PubMed | The patterns and burden of multimorbidity in geriatric patients with prolonged use of addictive medications. | Explorar a relação entre carga de multimorbidade e uso prolongado de medicamentos viciantes em pacientes geriátricos e identificar padrões de comorbidade de pacientes em uso prolongado de tais drogas. | Estudo transversal | A multimorbidade está fortemente associada ao uso prolongado de medicamentos viciantes. O uso de várias substâncias pode agravar a carga de doenças de pacientes idosos. |
KRISTENSSON JH et al./ 2021 | Europe PMC | Medications causing potential cognitive impairment are common in nursing home dementia units – A cross-sectional study | Examinar a prevalência de PIMcogn e se ela diferiu entre residentes de asilos com e sem diagnóstico de demência e entre residentes com diferentes etiologias demenciais. | Estudo transversal descritivo | O uso de benzodiazepínicos e antipsicóticos foi, apesar do conhecimento de efeitos colaterais alarmantes, elevado. A consciência da inadequação na prescrição de anticolinérgicos aos idosos mais velhos parece ser aparente, mas não às pessoas com déficit colinérgico |
FREIRE, M. de B. O. et al./ 2022 | Europe PMC | Benzodiazepines utilization in Brazilian older adults: a population-based study | Avaliar o uso de benzodiazepínicos (BZD) em idosos brasileiros, com base na Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) | Estudo transversal | Apesar das contraindicações, os resultados mostraram alta prevalência de uso de BZD em idosos, principalmente naqueles com depressão, e amplas diferenças regionais e sexuais. |
GOZDA, K et al/ 2022 | Europe PMC | Insights into patient characteristics and documentation of the use of sedative-hypnotic/anxiolytics in primary care: a retrospective chart review study | Caracterizar os pacientes que receberam uma prescrição de sedativo-hipnótico/ansiolítico na atenção primária e (2) compreender a documentação clínica de indicação e monitoramento de sedativo-hipnótico/ansiolítico em prontuário eletrônico (EMR). | Estudo retrospectivo | Uma proporção maior de mulheres e usuárias com 65 anos ou mais recebeu prescrição de sedativo-hipnótico/ansiolítico, consistente com estudos anteriores sobre o uso de sedativo-hipnótico. Encontramos inconsistências na documentação sobre o uso de sedativo-hipnótico/ansiolítico. A indicação para seu uso não era clara em muitos pacientes. Esses achados nos ajudarão a entender o estado do problema na atenção primária e a informar estratégias futuras para pesquisa clínica. |
KRUSTEV, T. et al/ 2022 | Europe PMC | Evaluation of potentially inappropriate medication in older patients with cardiovascular diseases-STOPP/START-based study | Avaliar o uso dos critérios STOPP/START na identificação de medicamentos potencialmente inapropriados e possíveis omissões de prescrição em pacientes idosos com doenças cardiovasculares na Bulgária | Estudo prospectivo | O estudo demonstra uma alta porcentagem de medicamentos potencialmente inapropriados entre pacientes idosos com polifarmácia. Existe uma necessidade considerável de implementação de medidas para a detecção precoce de medicamentos potencialmente inapropriados e a possível omissão de prescrição como parte das estratégias de desprescrição em pacientes idosos. |
TORRES-BONDIA, et al/ 2022 | Europe PMC | Benzodiazepine and Z-Drug Use and the Risk of Developing Dementia | Investigar a associação entre o uso de BZDRs e o risco de demência. | Coorte retrospectivo | Descobrimos que a incidência de demência não foi maior entre todos os usuários de BZDR. BZDs e drogas Z de meia-vida curta aumentaram o risco de demência nas doses mais altas, especialmente em pacientes do sexo feminino, mostrando uma relação dose-resposta. |
GIMUNOVA, M. et al./ 2022 | Europe PMC | Spatio-Temporal Gait Parameters in Association with Medications and Risk of Falls in the Elderly | Analisar os fatores que afetam os parâmetros espaço-temporais da marcha em idosos de ambos os sexos e diferentes idades com diferentes riscos de queda, histórico de queda e medicamentos | Estudo transversal | Os resultados deste estudo confirmam observações anteriores e mostram que idade avançada e uso de múltiplas medicações afetam negativamente a marcha, e que o maior risco de quedas está associado ao uso de medicamentos psicotrópicos e para diabetes. Esses resultados fornecem informações importantes para futuros programas de prevenção de quedas para idosos, que seriam especialmente benéficos para idosos que tomam medicamentos psicotrópicos e para diabetes. |
GROVER S, SARKAR S, AVASTHI A/ 2022 | Europe PMC | Management of Systemic Medical Emergencies Associated with Psychotropic Medications | Identificar o manejo dos pacientes que se deparam com emergências médicas devido a medicações psicotrópicas | Estudo transversal | Deve-se reconhecer que as condições de saúde de cada paciente, o perfil dos medicamentos e o impacto dos medicamentos podem ser diferentes, devendo-se tomar conhecimento da gravidade da emergência médica, da potencial relação causal com os psicotrópicos e da necessidade final do medicamento. |
XU, X et al./ 2022 | Europe PMC | Effectiveness and utility of an electronic intervention for appropriate benzodiazepine and Z-drugs prescription in psychiatric clinics: protocol for a multicentric, real-world randomized controlled trial in China. | Determinar a eficácia e a utilidade da intervenção eletrônica na redução de prescrições inadequadas de BZRAs em ambientes ambulatoriais psiquiátricos do mundo real. | Estudo controlado randomizado multicêntrico | Considerando que a redução constante da dose pode levar muitos meses, o período de tempo para avaliar esse efeito é relativamente curto. Acreditamos que seja possível notar melhora nos padrões de prescrição dos médicos em até 6 meses. No entanto, alargamos o nosso período de acompanhamento se estiverem disponíveis fundos adequados. |
TIMMONS, S. et al. /2023 | Medline | Psychotropic Medication Prescribing to Patients with Dementia Admitted to Acute Hospitals in Ireland. | Analisar os padrões de prescrição de psicotrópicos e compará-los com dados internacionais e com dados existentes (limitados) de uma rodada de auditoria anterior | Relato de experiênciaAuditoria | Esta auditoria fornece dados básicos sobre a prescrição de medicamentos psicotrópicos para NCSD em hospitais irlandeses antes de uma diretriz irlandesa específica sobre este tópico. Refletindo isso, a maioria das PcD estava recebendo medicamentos psicotrópicos na admissão, e muitos receberam prescrição de medicamentos psicotrópicos novos/aumentados no hospital, muitas vezes sem evidências de tomada de decisão e processos de prescrição apropriados. |
YAGHI, G.; CHAHINE, B./ 2023 | Europe PMC | Potentially inappropriate medications use in a psychiatric elderly care hospital: A cross-sectional study using Beers criteria | Avaliar a prevalência e os fatores de risco do uso de MPI na divisão psicogeriátrica de um hospital de idosos, usando os critérios 2019 da American Geriatrics Society Beers. | Estudo transversal | Os PIMs foram altamente prevalentes entre os idosos psiquiátricos libaneses hospitalizados. A polifarmácia e o escore ACB foram os determinantes do uso de MPI. Uma revisão multidisciplinar de medicamentos liderada por um farmacêutico clínico pode reduzir o uso de MPI |
GONZÁLEZ -MUNGUÍA, S. et al./ 2023 | Europe PMC | Pharmacist comprehensive review of fall-risk-increasing drugs and polypharmacy in elderly Spanish community patients using RStudio® | Identificar e analisar adultos com idade ≥65 anos residentes nas Ilhas Canárias, Espanha, aos quais são prescritos medicamentos que aumentam o risco de quedas e são polimedicados. Para isso temos feito uso da prescrição eletrônica e do RStudio®. | Estudo quantitativo, transversal e exploratório | O método de análise desenvolvido e aplicado no RStudio® permite detectar e determinar de forma simples e rápida doentes polimedicados, bem como o número e classe terapêutica de medicamentos no seu plano de tratamento e identificar prescrições que possam aumentar o risco de quedas. Nossos resultados mostram um elevado número de prescrições de benzodiazepínicos e opioides. |
SIBILLE, François-Xavier et al./ 2023 | Europe PMC | Benzodiazepine Receptor Agonists Use and Cessation Among Multimorbid Older Adults with Polypharmacy: Secondary Analysis from the OPERAM Trial | Medir a prevalência do uso de BZRA antes da hospitalização e a taxa de cessação 6 meses depois, e identificar fatores associados a esses desfechos | Estudo randomizado controlado por cluster | A prevalência de BZRA foi alta entre os idosos multimórbidos incluídos, e a cessação da BZRA ocorreu em quase um quarto deles dentro de 6 meses após a hospitalização. Programas direcionados de desprescrição de BZRA podem aumentar ainda mais a cessação. Atenção específica é necessária para mulheres, co-medicação com ação no sistema nervoso central e comorbidade com DPOC. |
LIU, S. et al./ 2023 | Europe PMC | Use of benzodiazepine and Z-drugs and mortality in older adults after myocardial infarction | Investigar a associação entre o uso de BZDRs e mortalidade por todas as causas e causas específicas em idosos holandeses pós-IAM e avaliar se a associação é dose-dependente | Estudo quantitativo, transversal e exploratório | O uso de BZDRs foi independentemente associado a um maior risco de mortalidade cardiovascular e por todas as causas em pacientes idosos pós-IAM, e houve evidência de uma relação dose-dependente. |
KING, E. et al/ 2023 | Europe PMC | Potentially Inappropriate Medication Use among Underserved Older Latino Adults | Examinar a prevalência do uso de PIM entre adultos latinos mais velhos carentes e residentes na comunidade | Estudo transversal | Acreditamos que os resultados deste estudo fornecem informações relevantes e vitais para informar uma área pouco estudada dentro desta população vulnerável. Este estudo também demonstra a utilidade dos Critérios de Beers para avaliar perfis médicos complexos. A avaliação da polifarmácia e detecção do uso de MPI continua sendo uma habilidade importante e necessária na avaliação geriátrica e na desprescrição. |
ZACARIN, A. et al./ 2023 | Europe PMC | Impact of medication reviews on drug-related problems (DRPs) in older patients living in nursing homes in West Occitania | Determinar o impacto das revisões de medicamentos (MRs) sobre os problemas relacionados a medicamentos (PRMs) em pacientes idosos em lares de idosos (casas de repouso [NHs]) | Estudo retrospectivo | Em conclusão, nossos resultados mostram o impacto benéfico da RM na qualidade da prescrição de medicamentos em residentes mais velhos do NH. A participação do NH depende muito da estrutura de cada instituição. Os RMs devem ser uma das ferramentas utilizadas para melhorar a prescrição de medicamentos em idosos. |
Fonte: As autoras (2023)
3.1 CATEGORIZAÇÃO
Após a leitura dos vinte e cinco artigos, foram elencadas três categorias para discussão dos artigos.
3.1.1 Categoria 1: riscos da prescrição de medicamentos benzodiazepínicos para a população idosa
De acordo com Friestino et al. 10, o elevado número de prescrições e o uso prolongado de medicamentos benzodiazepínicos (BZDs) está atrelado a falta de tempo dos profissionais para cada paciente, a aplicação inadequada dos protocolos de atendimento psiquiátrico, o déficit de conhecimento relacionado a questões de saúde mental, fragmentação do cuidado, sobrecarga com outros temas considerados prioritários, pouco investimento em formação específica, subestimação pelos prescritores da atenção básica em relação a quantidade de pacientes que fazem uso dos benzodiazepínicos ou a gravidade desse uso, sem considerar os efeitos colaterais dos medicamentos.
Soma-se a isso, a dificuldade de acesso ao atendimento e acompanhamento por especialistas, o que culmina na maior prescrição benzodiazepínicos por clínicos gerais 28, 6, representando cerca de 77% das prescrições para pacientes mais velhos em comparação com médicos psiquiatras. 7.
Em relação ao uso prolongado de BZDs, Sake et al. 32 afirma que as percepções e atitudes dos prescritores são um fator-chave para a ocorrência. Ademais, os fatores relacionados ao paciente como ser mais velho, solitário, ter menos escolaridade, menor nível socioeconômico, polifarmácia, dores intensas e um perfil de saúde mental e um estado geral de saúde piores estão relacionados ao uso prolongado de benzodiazepínicos.32,7 Outro aspecto importante no que se refere ao perfil da população usuária de BZD é a sua prevalência significativa entre mulheres, correspondendo a 80% das prescrições, especialmente na faixa etária de 50 a 69 anos, como identificado em estudo realizado por Friestino et al.10, enquanto foi revelado que a sua utilização entre os homens se manteve estável.28
Nesse contexto, existem preocupações quanto ao uso prolongado desses medicamentos em idosos, devido aos efeitos adversos e à fraca evidência de efeitos benéficos à longo prazo. Esses efeitos adversos incluem o declínio cognitivo, demências, como a doença de Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), transtornos psicomotores, restrição de mobilidade, aumento do risco de quedas e fraturas de quadril e a redução da participação social dos idosos. Outra característica relevante do uso contínuo de BZD é a indução da dependência e da tolerância, as quais demandam ajustes na dose para alcançar os efeitos pretendidos, caso contrário, surgirão sintomas de abstinência, tais como ansiedade, insônia e inquietação.36,11,28,38,37
Além disso, o uso contínuo nos idosos pode causar letargia, sonolência diurna e inatividade física, especialmente quando combinado a outros fármacos, a abstinência e o efeito rebote podem ativar o SNA, resultando em sintomas fisiológicos como distúrbios do sono, irritabilidade, ansiedade, tremores, sudorese e palpitações. 22,16
Ainda dentro dos efeitos colaterais, medicamentos psicotrópicos podem se manifestar como emergências médicas, tais quais síndrome maligna dos neurolépticos, síndrome da serotonina, síndrome anticolinérgica, distonia e acatisia. Ademais, foi evidenciado pelos mesmos autores que os efeitos adversos geralmente se manifestam mais frequentemente através de alterações na percepção sensorial, embora a apresentação possa variar consideravelmente, abrangendo desde dificuldades visuais até sintomas mais específicos, como ereção persistente, ou mesmo manifestações inespecíficas, tais como febre, fadiga, falta de ar, palpitações e constipação, dependendo da natureza do efeito adverso.17
Por fim, dependência, sintomas de abstinência e tempos de reação prolongados, que podem implicar em um aumento do risco de acidentes de trânsito, assim como em quedas, devem ser levados em conta no momento da prescrição. 22,16,32
De acordo com Torres-bondia et al. 36 e Cheng et al. 6, além dos efeitos do uso crônico de BZDs, em paciente geriátricos, a meia-vida do fármaco é prolongada devido a associação das alterações relacionadas à idade, doenças crônicas, polifarmácia e comprometimento cognitivo. As alterações nas funções hepática e renal aumentam o tempo necessário para a distribuição, metabolismo, depuração e eliminação do medicamento, o que aumenta seu tempo de resposta e consequentemente aumenta o risco de efeitos adversos. Além disso, o cérebro se torna mais suscetível a medicamentos com efeitos centrais, como os BZDs, o que aumenta o risco de efeitos colaterais cognitivos, implicando nos riscos associados ao medicamento excedendo os benefícios. 22,36,21
Além disso, os efeitos adversos têm como principal causa a atuação do fármaco no organismo, o que de acordo com Torres-Bondia et al. 36, ocorre por meio da amplificação do efeito inibitório do ácido γ-aminobutírico (GABA) no receptor da subunidade A do GABA, aumentando a frequência de abertura do canal de cloro e consequente depressão do Sistema nervoso central (SNC).
Devido a atuação dessas drogas nas regiões límbica, talâmica e hipotalâmica do SNC, o fármaco possui propriedades hipnóticas, sedativas, ansiolíticas e relaxantes musculares36, o que pode aumentar os riscos de efeitos adversos.
As características de atuação molecular dos BZDs e de sua atuação a nível de SNC, implicam na classificação desses medicamentos como potencialmente inapropriados (PIMs), ou seja, que possuem maior risco do que benefício. Portanto, a prescrição dessa medicação é caracterizada como potenciais omissões de prescrição (PPOs).20
Essa classe de medicamentos, possui fármacos com durações variáveis. Torres-Bondia, et al.36, afirma que os BZDs de ação curta e intermediária são prescritos para a insônia, enquanto os BZDs de ação mais longa são reservados para a ansiedade, problemas de saúde frequentes a população geriátrica. Dessa forma, devem ter como utilização máxima para tratamento, o período de 2 a 4 semanas.
Todavia, o uso normalmente ocorre de maneira crônica, por anos ou até mesmo décadas, fator ressaltado por Gozda et al.16 como potencializador dos efeitos colaterais graves, bem como tolerância, dependência, comorbidade e aumento dos custos socioeconômicos 4, como custos ao Sistema único de saúde (SUS). A potencial tolerância e dependência de benzodiazepínicos devido ao uso prolongada, deve-se, sobretudo, à subregulação dos receptores e ao aumento da taxa de metabolismo dos medicamentos devido à exposição repetida, dessa forma o estímulo prolongado por essa classe de medicamentos implica na dependência fisiológica derivada de efeitos tranquilizando, mas também leva à insensibilidade gradual dos receptores, fazendo com que o organismo exige doses cada vez maiores. Por outro lado, alguns estudos mostram que a gravidade dos sintomas de abstinência está diretamente relacionada com as características do medicamento.10
Em relação as quedas ocasionadas pelo uso desses medicamentos, essas podem ser resultado também da associação com outros fatores de risco como a idade, sexo, comorbidades, quedas anteriores, dependência funcional e polifarmácia.15
A polifarmácia, caracterizada pelo uso de 5 ou mais medicamentos, é recorrente entre os idosos devido à alta prevalência de múltiplas comorbidades. Ademais, o uso simultâneo de diversos medicamentos, incluindo MPIs corrobora para a ocorrência de efeitos adversos, interações medicamentosas, distúrbios sistêmicos, interação de longo prazo e mortalidade, contribuinte para elevação do custo mais elevados de utilização de cuidados de saúde.19,20 Considera-se ainda, que idosos com multimorbidade, polifarmácia correm maior risco da ocorrência de eventos adversos a medicamentos (EAM).38
3.1.2 Categoria 2: Tratamentos alternativos
Pessoas com sofrimento mental frequentemente buscam medidas instantâneas para alívio, tais medidas incluem a terapia farmacológico, como medicamentos benzodiazepínicos.10 Por isso, a avaliação da necessidade do processo de prescrição de novos medicamentos deve ser realizada por um profissional qualificado a fim de evitar a introdução de medicamentos de forma inapropriada, isto é, evitar maiores riscos de efeitos adversos, sobretudo no caso da prescrição de medicamentos benzodiazepínicos para a população idosa. Tendo isso em vista, observa-se que o consumo de benzodiazepínicos por um período maior do que quatro a seis semanas é um fator que predispõem a sua dependência, portanto, contraindicado e desencorajado entre os idosos. Nesse contexto, surgiram tratamentos alternativos para reduzir ou até mesmo cessar o consumo crônico dessas drogas.1,22
Dentre as possibilidades de intervenções para redução do uso de benzodiazepínicos, Friestino et al.10 pontua as práticas propostas pela Política Nacional de Práticas Integrais e Complementares (PNPICs), as quais contemplam a subjetividade e individualidades dos indivíduos, característica que favorece a adesão destes. Sake et al. 32 destaca a necessidade e o sucesso das terapias comportamentais, tal como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), com fito de substituir a terapia medicamentosa com benzodiazepínicos, e frisa as crescentes evidências de eficácia comparável aos benzodiazepínicos no tratamento de transtorno de ansiedade, insônia, transtorno de pânico e distimia, porém com efeito até mais prolongado nos casos de insônia. No entanto, os médicos afirmam que o acesso limitado aos profissionais responsáveis pela terapia comportamental associado às longas filas de espera ainda é um obstáculo para a efetivação do tratamento.32,16
Nesse contexto, destaca-se a importância da educação dos profissionais de saúde como um elemento fundamental para a adoção de abordagens terapêuticas alternativas, que não incluam o uso de medicamentos benzodiazepínicos, bem como verificar a utilização apropriada dos medicamentos psicotrópicos.33 Diante dessa situação, Zacarin et al.39 sugere revisões de medicamentos (MRs) como uma alternativa bem estruturada e sistemática para evitar o uso de medicamentos potencialmente inapropriados (PIM), considerando a gestão medicamentosa como um fator crucial na diminuição de eventos iatrogênicos e, recomenda também, a suspensão dos benzodiazepínicos com meia-vida prolongada e a redução da dosagem dos medicamentos Z para a população idosa.
Outra alternativa interessante, apresentada por Godza et al.16, é a utilização de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), a qual é considerada primeira linha de tratamento para transtornos de ansiedade, contudo, para se tornarem eficazes, esses medicamentos normalmente levam de quatro a seis semanas. Além disso, há o risco de os usuários não surtirem o efeito da medicação e, portanto, necessitarem alterar para um ISRS diferente, o que prolonga o tempo em que o paciente utilizaria um BZD.
Tendo em vista os riscos de queda para os usuários de BZD idosos de longa data, Gimunová et al. 13 (2022) defende que para prevenir tal risco, o exercício físico constitui uma alternativa eficaz, uma vez que inclui o treinamento de equilíbrio e força, o que também reduziria as fraturas ocasionada pelas próprias quedas.
Contudo, é indispensável salientar que, de acordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), não existem alternativas mais seguras ou eficazes para idosos que os benzodiazepínicos.28 Também é válido enfatizar que, por meio de programas de monitoramento de prescrição de benzodiazepínicos, foi concluído que o uso de benzodiazepínicos reduz o uso geral dos medicamentos 1, o que contribuiria para atenuar os casos de polifarmácia. Dessa forma, torna-se indispensável a realização de uma revisão dos psicofármacos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), visto que a população usuária desses medicamentos vem aumentando.
3.1.3 Categoria 3: processo de desprescrição
Segundo Sibille et al.34 a desprescrição é o processo de cessação ou redução da dose de um medicamento considerado inadequado, que deve ser feito de forma adaptada a cada paciente, além de ser supervisionado por um profissional de saúde apropriado, com objetivo de gerenciar a polifarmácia e assim, melhorar os resultados de saúde.
A suspensão da prescrição de benzodiazepínicos pode melhorar significativamente a memória e o funcionamento cognitivos dos pacientes em comparação com aqueles que continuam o uso de benzodiazepínicos, além disso, nesse processo de desprescrição, se realizado de maneira correta não são observados ansiedade, agitação ou insônia. Outro benefício atribuído a descontinuação bem-sucedida, é a redução da utilização dos serviços de saúde e consequente redução dos custos de internação hospitalar resultantes de quedas ou acidentes de trânsito atribuíveis ao uso de BZDs, apresentando benefícios econômicos.32
No entanto, de acordo com Gozda et a.16, na atenção primária a relutância ou incapacidade do paciente em interromper o sedativo-hipnótico/ansiolítico ainda é um problema. Isso porque, para o paciente mais velho, seja por comprometimento cognitivo, baixa alfabetização em saúde, falta de apoio familiar/ social ou por oposição à descontinuação, formam-se barreiras para compreensão e adesão do aconselhamento médico.6
Ademais, um dos problemas encontrados para que ocorra a desprescrição de medicamentos é a escassez de instrumentos de rastreamentos validados para idosos. Mesmo considerando os avanços nas ciências médicas e de dependência, e o teste de diferentes instrumentos em relação à precisão na medição da dependência, a maioria dos testes não é projetada para pacientes idosos, dificultando a detecção do uso indevido e dependência de medicamentos nessa faixa etária.7
Em relação à atenção terciária, deve ser ter um controle em relação a prescrição de BZDs novos ou extras durante a internação, tendo em vista que isso ocorre muitas vezes sem realizar uma análise de risco/ benefício, intervenções não farmacológicas, ou ainda, sem discussão com a pessoa e sua família ou revisão cuidadosa da eficácia e efeitos colaterais.35
Nesse contexto, algumas medidas podem ser tomadas para que esse processo de desprescrição ocorra de maneira segura, sem trazer malefícios ao paciente geriátrico. Gozda et al.16 apresenta como possíveis malefícios a ansiedade, depressão, agitação, náuseas, vômitos, alucinações e convulsões, que podem ter como causa a regulação negativa e ao desacoplamento alostérico do complexo ácido γ-aminobutírico/receptor de benzodiazepínicos.31
Dessa forma, Reeves & Kamal 31 afirmam que em pacientes idosos, após o tratamento prolongado, há necessidade de reduções graduais da dose durante longos períodos. Além disso, intervenções psicoterapêuticas e tratamento manipulativo osteopático podem ser realizados visando psicoeducação e aprimoramento motivacional, e redução da tensão muscular paravertebral, para benefício do paciente durante o processo.
Além do mais, cartas médicas, informações de autoajuda e consultas com um clínico geral designadas a informação dos pacientes sobre os riscos do uso prolongado de benzodiazepínicos e os benefícios da descontinuação, são eficazes na promoção da descontinuação.16
Sake et al.32 pontuam que a introdução de outros profissionais de saúde, como farmacêuticos pode ser uma opção para o apoio aos médicos de família na retirada dos BZDs e no fornecimento de terapias comportamentais. Os profissionais farmacêuticos podem fornecer informações sobre alternativas e encaminhar os pacientes ao seu médico para que seja realizado um plano de retirada ou descontinuação.
Portanto, é recomendado que médicos utilizem do julgamento clínico e do bom senso ao prescrever medicamentos, considerando que a adesão total aos critérios de uso nem sempre é praticada. A designação de um medicamento como potencialmente inapropriado pode auxiliar o profissional para recordar a necessidade de monitorização rigorosa, caso não existam alternativas para um paciente específico, prevenindo riscos de efeitos adversos.38,8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Benzodiazepínicos são medicamentos psicotrópicos com atuação a nível de SNC amplamente utilizados de forma prolongada na população idosa, promovem diversos efeitos adversos, tais quais alterações cognitivas e comportamentais que, quando associados às alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento, como as hepáticas e renais, interferem no metabolismo e no tempo de ação dos fármacos. Dessa forma, deve-se avaliar minuciosamente o risco-benefício da prescrição desses medicamentos, tendo em vista o perfil do paciente, autonomia e independência, se é polifarmácia, as interações medicamentosas que podem ocorrer, considerando o processo de desprescrição quando possível. Esse processo deve ser realizado de forma gradual, com o acompanhamento do paciente por uma equipe multidisciplinar associada à educação médica continuada e à educação em saúde para a população idosa. Além disso, devem ser consideradas possíveis alternativas de tratamento, como a TCC, que, a longo prazo, apresenta eficácia similar ou superior ao medicamento, e cessação dos efeitos adversos. Embora a literatura aponte alternativas eficazes para substituição do tratamento com medicamentos BZD, a RENAME não considera em sua lista tais opções mais seguras e eficazes do que BZD, o que demonstra desatualização. O estudo identificou, portanto, a necessidade de realização de outras pesquisas objetivando alternativas de tratamentos, melhor qualidade no atendimento ao idoso e abordagem do processo de desprescrição no Sistema Único de Saúde, por meio da continuidade da assistência.
REFERÊNCIAS
- AGUILUZ, Josefina et al. How to face a patient with benzodiazepine dependence in primary health care? Strategies for withdrawal. Medwave, [S.L.], v. 18, n. 01, p. 7159-7159, 31 jan. 2018. Medwave Estúdios Limitada. http://dx.doi.org/10.5867/medwave.2018.01.7159. Disponível em: https://www.medwave.cl/revisiones/revisionclinica/7159.html?lang=en#:~:text=For%20benzodiazepine%20withdrawal%2C%20a%20simple,of%20withdrawal%20and%20its%20solution.. Acesso em: 11 nov. 2023.
- AZEVEDO, Lívia Costa de. O USO INDISCRIMINADO DE BENZODIAZEPÍNICOS. 2017. 47 f. TCC (Graduação) – Curso de Farmácia, Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: http://www.uezo.rj.gov.br/tcc/farmacia/L%C3%ADvia-Costa-de-Azevedo.pdf. Acesso em: 04 abr. 2023.
- BAPTISTA, Makilim N.; CAMPOS, Dinael Corrêa de. Metodologias de Pesquisa em Ciências – Análise Quantitativa e Qualitativa, 2ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521630470. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521630470/. Acesso em: 4 abr. 2023.
- BJELKARØY, Maria Torheim et al. The association between pain and central nervous system depressing medication among hospitalised Norwegian older adults. Scandinavian Journal Of Pain, [S.L.], v. 22, n. 3, p. 483-493, 16 dez. 2021. Walter de Gruyter GmbH. http://dx.doi.org/10.1515/sjpain-2021-0120. Disponível em: https://doi.org/10.1515/sjpain-2021-0120. Acesso em: 01 nov. 2023.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Contribuições para a promoção do Uso Racional de Medicamentos [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 154 p.: il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/contribuicoes_promocao_uso_racional_medicamentos.pdf Volume 1. Acesso em: 09 abr.2023.
- CHENG, Socheat et al. The Severity of Dependence Scale detects medication misuse and dependence among hospitalized older patients. Bmc Geriatrics, [S.L.], v. 19, n. 1, 24 jun. 2019. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1186/s12877-019-1182-3. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31234786/. Acesso em: 11 nov. 2023.
- CHENG, Socheat et al. Sociodemographic, clinical and pharmacological profiles of medication misuse and dependence in hospitalized older patients in Norway: a prospective cross-sectional study. Bmj Open, [S.L.], v. 9, n. 9, p. 031483, set. 2019. BMJ. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2019-031483. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2019-031483. Acesso em: 01 nov. 2023.
- CHENG, Socheat et al. The patterns and burden of multimorbidity in geriatric patients with prolonged use of addictive medications. Aging Clinical And Experimental Research, [S.L.], v. 33, n. 10, p. 2857-2864, 18 fev. 2021. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s40520-021-01791-5. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s40520-021-01791-5. Acesso em: 01 nov. 2023.
- FEGADOLLI, C.; VARELA, N. M. D.; CARLINI, E. L. A. Uso e abuso de benzodiazepínicos na atenção primária à saúde: práticas profissionais no Brasil e em Cuba. Ciência & Saúde Coletiva v. 35, n. 6, p. e00097718, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v35n6/1678-4464-csp-35-06- e00097718.pdf. Acesso em: 5 abr. 2023.
- FRIESTINO, Jane Kelly Oliveira et al. El perfil de usuarios de benzodiazepinas en servicios de atención primaria de la salud de la ciudad de Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Salud Colectiva, [S.L.], v. 16, p. 2495, 3 set. 2020. Universidad Nacional de Lanus. http://dx.doi.org/10.18294/sc.2020.2495. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-82652020000100062. Acesso em: 11 nov. 2023.
- FREIRE, Marina de Borba Oliveira et al. Benzodiazepines utilization in Brazilian older adults: a population-based study. Revista de Saúde Pública [online]. 2022, v. 56 [Accessed 15 November 2023], 10. Available from: <https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003740>. Epub 21 Mar 2022. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003740.
- FREITAS, F; AMARANTE, P. Medicalização em psiquiatria. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2015.
- GIMUNOVÁ, Marta et al. Spatio-Temporal Gait Parameters in Association with Medications and Risk of Falls in the Elderly. Clinical Interventions In Aging, [S.L.], v. 17, p. 873-883, maio 2022. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.2147/cia.s363479. Disponível em: https://doi.org/10.2147/cia.s363479. Acesso em: 02 nov. 2023.
- GOLAN, David E. Princípios de Farmacologia – A Base Fisiopatológica da Farmacologia, 3ª edição. Barueri: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN 978-85-277-2600-9. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2600-9/. Acesso em: 4 abr. 2023.
- GONZÁLEZ-MUNGUÍA, Silvia et al. Pharmacist comprehensive review of fall-risk-increasing drugs and polypharmacy in elderly Spanish community patients using RStudio®. Heliyon, [S.L.], v. 9, n. 6, jun. 2023. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.heliyon.2023.e17079. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2023.e17079. Acesso em: 02 nov. 2023.
- GOZDA, Kiana et al. Insights into patient characteristics and documentation of the use of sedative-hypnotic/anxiolytics in primary care: a retrospective chart review study. Bmc Primary Care, [S.L.], v. 23, n. 1, p. 0-0, 10 maio de 2022. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1186/s12875-022-01724-9. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12875-022-01724-9. Acesso em: 10 nov. 2023.
- GROVER, Sandeep et al. Management of systemic medical emergencies associated with psychotropic medications. Indian Journal Of Psychiatry, [S.L.], v. 64, n. 8, p. 252, 2022. Medknow. http://dx.doi.org/10.4103/indianjpsychiatry.indianjpsychiatry_1014_21. Disponível em: https://doi.org/10.4103/indianjpsychiatry.indianjpsychiatry_1014_21. Acesso em: 02 nov. 2023.
- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Projeções e estimativas da população do Brasil e das unidades da Federação. Brasília, DF: IBGE, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/ populacao/projecao/. Acesso em: 09 abr. 2023.
- KING, Ebony et al. Potentially Inappropriate Medication Use among Underserved Older Latino Adults. Journal Of Clinical Medicine, [S.L.], v. 12, n. 9, p. 3067, 23 abr. 2023. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/jcm12093067. Disponível em: https://doi.org/10.3390/jcm12093067. Acesso em: 09 nov. 2023.
- KRUSTEV, Tzvetan et al. Evaluation of potentially inappropriate medication in older patients with cardiovascular diseases—STOPP/START-based study. Frontiers In Public Health, [S.L.], v. 10, p. 0-0, 22 dez. 2022. Frontiers Media SA. http://dx.doi.org/10.3389/fpubh.2022.1023171. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.1023171. Acesso em: 10 nov. 2023.
- KRISTENSSON, Jenny Hansen et al. Medications causing potential cognitive impairment are common in nursing home dementia units – A cross-sectional study. Exploratory Research In Clinical And Social Pharmacy, [S.L.], v. 3, p. 100054, set. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.rcsop.2021.100054. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rcsop.2021.100054. Acesso em: 01 nov. 2023.
- LIU, Shengxin et al. Use of benzodiazepine and Z‐drugs and mortality in older adults after myocardial infarction. International Journal Of Geriatric Psychiatry, [S.L.], v. 38, n. 1, 13 dez. 2022. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/gps.5861. Disponível em: https://doi.org/10.1002/gps.5861. Acesso em: 10 nov. 2023.
- MACEWAN, David et al. FARMACOLOGIA. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2020. 808 p.
- MARIANO, T O; CHASIN, A A M. Drogas e seus efeitos sobre o sistema nervoso central. 2016. Disponível em: Edicao_22_TAIS_OLIVEIRA_MARIANO.pdf (oswaldocruz.br). Acesso em: 6 abr. 2023.
- MORE: Mecanismo online para referências, versão 2.0. Florianópolis: UFSC Rexlab, 2013. Disponível em: http://www.more.ufsc.br/. Acesso em: 11 abr. 2023.
- MOURA, D. C. N. et al. Uso abusivo de psicotrópicos pela demanda da estratégia saúde da família: revisão integrativa de literatura. SANARE. 2016.
- MÜLLER, Regiane; CHASIN, Alice A. M.. A DESPRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS DA CLASSE DOS BENZODIAZEPÍNICOS EM IDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. 2020. 66 f. TCC (Doutorado) – Curso de Farmácia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/209573/TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 09 abr. 2023
- OLIVEIRA, Aline Luiza Marcondes Lopes et al. Aumento da utilização de benzodiazepínicos entre idosos mais velhos: projeto bambuí. Revista Brasileira de Epidemiologia, [S.L.], v. 23, n. , p. 01-11, maio de 2020. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1980-549720200029. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/6z8SrkbYw38T437sjXL8Ykx/?lang=pt. Acesso em: 09 abr. 2023.
- PALMEIRAS, Gersicleia Silva et al. Incidência do uso de benzodiazepínicos em idosos e os riscos associados. J Health Sci Inst, [S.I], v. 40, n. 1, p. 59-66, 2022. Disponível em: https://repositorio.unip.br/journal-of-the-health-sciences-institute-revista-do-instituto-de-ciencias-da-saude/incidencia-do-uso-de-benzodiazepinicos-em-idosos-e-os-riscos-associados/. Acesso em: 04 abr. 2023.
- RANG, H. P. et al. Rang & Dale farmacologia. 8 Rio de Janeiro: Elsevier, 2016, 760 p. ISBN: 978-85-352-8343-3.
- REEVES, Roy R.; KAMAL, Arif. Complicated Withdrawal Phenomena During Benzodiazepine Cessation in Older Adults. Journal Of Osteopathic Medicine, [S.L.], v. 119, n. 5, p. 327-331, 1 maio de 2019. Walter de Gruyter GmbH. http://dx.doi.org/10.7556/jaoa.2019.055. Disponível em: https://doi.org/10.7556/jaoa.2019.055. Acesso em: 11 nov. 2023.
- SAKE, Fatema‐Tun‐Naher et al. Benzodiazepine usage and patient preference for alternative therapies: a descriptive study. Health Science Reports, [S.L.], v. 2, n. 5, 21 fev. 2019. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/hsr2.116. Disponível em: https://doi.org/10.1002/hsr2.116. Acesso em: 02 nov. 2023.
- SHARMA, Vishal et al. Characterisation of concurrent use of prescription opioids and benzodiazepine/Z-drugs in Alberta, Canada: a population-based study. Bmj Open, [S.L.], v. 9, n. 9, p. 030858, set. 2019. BMJ. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2019-030858. Disponível em: https://doi.org/10.1136%2Fbmjopen-2019-030858. Acesso em: 02 nov. 2023.
- SIBILLE, François-Xavier et al. Benzodiazepine Receptor Agonists Use and Cessation Among Multimorbid Older Adults with Polypharmacy: secondary analysis from the operam trial. Drugs & Aging, [S.L.], v. 40, n. 6, p. 551-561, 23 maio 2023. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s40266-023-01029-1. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s40266-023-01029-1. Acesso em: 11 nov. 2023.
- TIMMONS, Suzanne et al. Psychotropic Medication Prescribing to Patients with Dementia Admitted to Acute Hospitals in Ireland. Drugs & Aging, [S.L.], v. 40, n. 5, p. 461-472, 30 mar. 2023. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s40266-023-01020-w. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36995582/. Acesso em: 11 nov. 2023.
- TORRES-BONDIA, Francisco et al. Benzodiazepine and Z-Drug Use and the Risk of Developing Dementia. International Journal Of Neuropsychopharmacology, [S.L.], v. 25, n. 4, p. 261-268, 2 nov. 2021. Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/ijnp/pyab073. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ijnp/pyab073. Acesso em: 02 nov. 2023.
- XU, Xiaomin et al. Effectiveness and utility of an electronic intervention for appropriate benzodiazepine and Z-drugs prescription in psychiatric clinics: protocol for a multicentric, real-world randomized controlled trial in china. Bmj Open, [S.L.], v. 12, n. 4, abr. 2022. BMJ. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2021-055341. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2021-055341. Acesso em: 02 nov. 2023.
- YAGHI, Gracia; CHAHINE, Bahia. Potentially inappropriate medications use in a psychiatric elderly care hospital: a cross⠰sectional study using beers criteria. Health Science Reports, [S.L.], v. 6, n. 5, maio de 2023. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/hsr2.1247. Disponível em: https://doi.org/10.1002/hsr2.1247. Acesso em: 02 nov. 2023.
- ARIZACN, Alice et al. Impact of medication reviews on drug‐related problems (DRPs) in older patients living in nursing homes in West Occitania. Fundamental & Clinical Pharmacology, [S.L.], v. 37, n. 1, p. 182-190, 11 ago. 2022. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/fcp.12820. Disponível em: https://doi.org/10.1111/fcp.12820. Acesso em: 10 nov. 2023
1Acadêmica do curso de Medicina, Campus Maringá/PR, Universidade Unicesumar – UNICESUMAR. https://orcid.org/0000-0001-8221-283X. milegomes2112@gmail.com
2Acadêmica do curso de Medicina, Campus Maringá/PR, Universidade Unicesumar – UNICESUMAR https://orcid.org/0009-0003-1567-8404. bisogninbi@gmail.com
3Departamento de Medicina, Instituto Cesumar, Tecnologia e inovação – ICETI, Universidade Unicesumar – UNICESUMAR. https://orcid.org/0000-0003-4764-8923. sandra.mainardes@docentes.unicesumar.edu.br