REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11302574
Antônio Carlos Cartaxo De Freitas
Daiana Dalma De Oliveira
Debora Schisler De Almeida
Isabela Gomes Guimarães
Resumo
Objetivo: Investigar e analisar criticamente as produções científicas relacionadas ao complexo tema dos pinguins de Magalhães, com o intuito de analisar a problemática da destruição dos habitats e as migrações naturais dos pinguins de Magalhães, por meio de uma revisão detalhada da literatura científica, com foco na identificação dos principais fatores que contribuem para tais fenômenos, suas interações e consequências ecológicas.
Metodologia: Baseado na revisão integrativa da literatura foram estabelecidos critérios de inclusão, textos completos, produções que abordem a temática da pesquisa e publicações entre o ano de 2010 a 2022. Resultando em 9 produções cientificas escolhidas. Utilizou-se a técnica de Bardin para análise dos dados.
Resultado: A maior quantidade de publicações ocorreu no ano de (2013) com 2 publicações e (2022) com 2 publicações e tem como base de pesquisa mais recorrente o Google Acadêmico com 7 produções. Foram identificados 3 artigos de abordagem qualitativo, 5 de abordagem descritiva, 1 de abordagem longitudinal. Para a temática foram desenvolvidos 4 tópicos: Poluição e Seus Efeitos sobre os Pinguins de Magalhães, Pesca Excessiva e Competição por Recursos Alimentares, Perda de Habitat e Impacto das Atividades Humanas e. Impacto de Eventos Climáticos Extremos na População de Pinguins.
Conclusão: Apesar das diversas ameaças destacadas nas produções cientificas abordadas, é crucial reconhecer a capacidade dos pinguins de Magalhães em lidar com desafios naturais e adaptar-se a mudanças ambientais.
Palavras chaves: Pinguim de Magalhães, impacto ambiental
Abstract
Objective: To investigate and critically analyze scientific productions related to the complex theme of Magellanic penguins, aiming to examine the issues of habitat destruction and natural migrations of Magellanic penguins through a detailed review of scientific literature, focusing on identifying the main factors contributing to such phenomena, their interactions, and ecological consequences.
Methodology: Based on integrative literature review, inclusion criteria were established, including full texts, productions addressing the research theme, and publications from 2010 to 2022. This resulted in the selection of 9 scientific productions. Bardin’s technique was used for data analysis.
Results: The highest number of publications occurred in the year 2013 with 2 publications, and in 2022 with 2 publications, with Google Scholar being the most recurrent research base with 7 productions. Three articles with qualitative approach, 5 with descriptive approach, and 1 with longitudinal approach were identified. Four topics were developed for the theme: Pollution and Its Effects on Magellanic Penguins, Overfishing and Competition for Food Resources, Habitat Loss and Impact of Human Activities, and Impact of Extreme Climatic Events on the Penguin Population.
Conclusion: Despite the various threats highlighted in the scientific productions, it is crucial to recognize the ability of Magellanic penguins to cope with natural challenges and adapt to environmental changes.
Keywords: Magellanic penguin, environmental impact
Introdução 6 Os pinguins-de-Magalhães são nativos do sul da América do Sul, com pontos de reprodução no Chile, Argentina e Ilhas Malvinas. Atualmente, essa espécie apresenta redução populacional devido principalmente a ações antrópicas como turismo desordenado, redução da disponibilidade de alimentos por consequência da pesca predatória, poluição, derramamentos de óleo ao longo da costa, captura incidental na pesca, alterações climáticas e doenças.
Os pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) enfrentam uma série de desafios ambientais que impactam sua sobrevivência e bem-estar.
¹Essa espécie enfrenta sérias ameaças e encontra-se atualmente em declínio populacional, tendo como as principais causas a redução na abundância de presas devido à pesca comercial, mudanças climáticas e contaminação por óleo.
No entanto, apesar de sua impressionante adaptação ao ambiente marinho, essas aves enfrentam uma série de desafios ambientais que colocam em risco sua sobrevivência e bem-estar.
²Pinguins são bons indicadores das mudanças climáticas globais e da saúde do ambiente marinho local, atuando como sentinelas. A avaliação do tamanho populacional permite detectar flutuações naturais ou por intervenções antropogênicas, e quando relacionadas a outras variáveis abióticas e bióticas, fornecem informações importantes sobre o ambiente.
Nos últimos anos, mudanças climáticas, poluição marinha, pesca excessiva e perda de habitat têm contribuído para o declínio das populações de pinguins de Magalhães em várias partes de seu território de distribuição
¹O pinguim-de-magalhães, Spheniscus magellanicus é o pinguim mais abundante nas regiões temperadas, com uma população mundial estimada em 1.300.000 pares reprodutores. Apesar disso, as duas maiores colônias da Argentina vêm passando por acentuada diminuição nas últimas décadas.
Métodos
O estudo aborda uma Revisão Integrativa da Literatura, caracterizada como um estudo descritivo de natureza qualitativa, com o objetivo de reunir e sintetizar de forma sistemática as produções científicas anteriores sobre o tema em questão. Para isso, foram seguidas várias etapas, incluindo a formulação de perguntas orientadoras, definição de critérios de inclusão e exclusão, identificação das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, avaliação dos artigos incluídos e interpretação dos resultados, culminando na apresentação da revisão integrativa. A seguinte pergunta orientadora foi elaborada para direcionar a pesquisa: Como os padrões de migração dos pinguins de Magalhães influenciam sua ecologia, comportamento e dinâmica populacional, e como esses impactos são abordados e analisados em estudos científicos realizados durante o período de 2010 a 2022?
A pesquisa para elaboração da revisão integrativa foi conduzida no período de janeiro a março de 2024. Foram consultadas as bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde – VET (BVS – VET), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia (VETINDEX). Na busca por produções científicas, foram utilizados os descritores “pinguins de magalhães” e “impacto ambiental”, combinados com o conector lógico “AND”.
Para qualificar o critério de inclusão na pesquisa, foram considerados artigos completos disponíveis online, em língua portuguesa, e publicados no período de 2010 a 2022. Os critérios de exclusão abrangiam artigos duplicados em diferentes bases de dados, fora do intervalo de tempo da revisão e textos que não estavam na língua portuguesa. Após a busca, a seleção dos artigos foi realizada por meio da análise dos títulos e resumos, resultando na inclusão de 9 artigos.
A análise foi conduzida utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin, reconhecida por suas metodologias e técnicas específicas para elaboração esquemática. Foram seguidas diversas etapas, incluindo a identificação dos dados publicados, como título e autor, ano de publicação, revista de publicação, e metodologia empregada. Esses dados foram então organizados em um quadro para facilitar a compreensão e análise dos resultados.
Resultados:
A análise incluiu um total de 9 evidências científicas, conforme critérios de inclusão. O quadro 1 apresenta as pesquisas utilizadas nas bases de dados, com uma caracterização contendo algumas informações relevantes.
Observou-se que o ano de 2013 registrou o maior número de publicações, com 2 (22,22%) produções científicas, sendo a maioria encontrada na base de dados do Google Acadêmico, com 7 (77,7%) ocorrências. As publicações foram distribuídas em uma variedade de periódicos, incluindo Revista Brasileira de Ornitologia, BIBLIOTECA DIGITAL DA PRODUÇÃO INTELECTUAL DISCENTE, Boletim n° 1 Pinguins de Magalhães, Repositório UNESC, LUME Repositório Digital, UniAcademia Centro Universitário, Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia (Online), e Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária.
Em relação às abordagens encontradas, 3 (33,3%) foram qualitativas, 5 (55,5%) descritivas e 1 (11,1%) longitudinal.
Após uma análise qualitativa dos artigos selecionados, foram identificadas 4 categorias principais:
- Poluição e Seus Efeitos sobre os Pinguins de Magalhães,
- Pesca Excessiva e Competição por Recursos Alimentares,
- Perda de Habitat e Impacto das Atividades Humanas, e
- Impacto de Eventos Climáticos Extremos na População de Pinguins.
N ° | TÍTULO | AUTOR | AN O | PERIODICO | METOD O | RESUMO |
1 | Ciclo sazonal de mortalidade do pinguim-de-magal hães, Spheniscus magellanicus influenciado por fatores antrópicos e climáticos na costa do Rio Grande do Sul, Brasil | SANDER. M, CASA, G. J. | 201 0 | Revista Brasileira de Ornitologia | Qualitativ a | O pinguim-de-magalhães enfrenta declínio populacional devido à pesca comercial, mudanças climáticas e contaminação por óleo. Um estudo revisou o número de carcaças encontradas mensal e anualmente na costa do Rio Grande do Sul, Brasil. O pico de abundância ocorre em novembro, com redução significativa em dezembro. Predominam carcaças de jovens, muitas com petróleo na plumagem. Os anos com maior número de carcaças foram 1990, 1997, 1999 e 2008, totalizando cerca de 19.500 pinguins ao longo dos 620 km de costa. |
2 | Reabilitação de pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) naufragados nas praias do litoral do Brasil: uma revisão de literatura | GEEVERGH ES.C. | 201 3 | Unb BIBLIOTECA DIGITAL DA PRODUÇÃO INTELECTU AL DISCENTE | Qualitativ a | Os pinguins são sensíveis às mudanças nos oceanos e enfrentam ameaças como poluição e sobrepesca. Durante a migração, muitos pinguins naufragam nas praias brasileiras, mas apenas alguns são resgatados com sucesso. Esses resgatados passam por reabilitação antes de serem reintroduzidos na natureza. É crucial criar programas de pesquisa, conscientização e fiscalização para proteger essas aves e punir violações ambientais, como derramamentos de óleo. |
3 | Sociedade Internacional em busca da conservação dos pingüins | RUOPPOLO. V. et. al. | 201 1 | Boletim PINGUINS NO BRASIL | Qualitativ a | A conservação dos oceanos é crucial para a vida na Terra, incluindo a qualidade de vida humana. Os pinguins são indicadores sensíveis das condições oceânicas e mostram a necessidade urgente de mudança na forma como tratamos o ambiente marinho. Com cerca de 60% das espécies de pinguins em risco de extinção devido à mudança climática, poluição e sobrepesca, eles fornecem informações valiosas para identificar prioridades de conservação. A saúde dos oceanos é vital para todos, e os pinguins podem ajudar a conscientizar as pessoas sobre sua importância, mobilizando apoio público e político para a proteção dos oceanos. |
4 | Monitoramento e avaliação dos pinguins-demagalhães (Spheniscus magellanicus Forster, 1781), encalhados no litoral de Jaguaruna, Santa Catarina, Brasil | PEZENTE. M.T. | 201 2 | Repositório UNESC | Descritivo | No litoral sul do Brasil, há frequentes encalhes de pinguim-de-magalhães entre julho e dezembro, durante sua migração sazonal. Este estudo em Jaguaruna-SC, de julho a dezembro de 2011, registrou 163 pinguins encalhados, a maioria jovens. Dos cinco vivos, nove eram machos e sete fêmeas, com óleo na plumagem indicando influência humana. Esses achados destacam a necessidade de medidas para reduzir encalhes e mortalidade, visando a conservação da espécie. |
5 | Conteúdo gastrointestinal do Pinguim-de- Magalhães (Spheniscus magellanicus) no Litoral do Rio Grande do Sul, Brasil : análise dos itens alimentares e resíduos poliméricos | SILVA. P. M | 201 3 | LUME Repertorio Digital | Descritivo | O estudo analisa o conteúdo gastrointestinal e resíduos poliméricos de 73 pinguins-demagalhães encontrados mortos no litoral do Rio Grande do Sul entre 2010 e 2012. A maioria tinha presas no estômago, sendo os moluscos cefalópodes os mais comuns. Resíduos poliméricos foram encontrados em quase metade dos pinguins analisados. Houve diferenças na ingestão de cefalópodes entre jovens e adultos. Esses resultados ressaltam a importância de monitorar e reduzir |
os impactos ambientais sobre essa espécie. | ||||||
6 | REABILITAÇÃO DOS PINGUINS- DE- MAGALHÃES (Spheniscus magellanicus, Forster, 1981) NO BRASIL: elucidando essa prática | SILVA. T. Z. | 202 2 | UniAcademia | Longitudi nal | Os pinguins-de-Magalhães enfrentam ameaças devido a ações humanas como turismo desordenado, pesca predatória e poluição. A reabilitação dos pinguins encalhados é essencial para sua sobrevivência. Este estudo revisa as causas de encalhe e destaca a importância da reabilitação na redução dos impactos ambientais. Foram analisados trabalhos científicos disponíveis em plataformas como Google Acadêmico, Scielo, ResearchGate e ICMBio. As principais causas de encalhe incluem escassez de alimentos, captura acidental e derramamentos de óleo. O estudo ressalta os desfechos possíveis após a reabilitação: morte, eutanásia ou sucesso na soltura. |
7 | Causas de morte em pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus) no sul do Brasil | REITER. J. | 202 2 | LUME Repertorio Digital | Descritivo | O estudo analisa a mortalidade e as causas de morte em pinguins-deMagalhães no sul do Brasil entre 2011 e 2021. Foram examinados 164 pinguins, a maioria em vida livre ou em reabilitação. A inanição foi a principal causa de morte, seguida por doenças infecciosas como malária aviária. Muitos pinguins também apresentaram lesões secundárias, como parasitose gastrointestinal e lesões cutâneas. Esses resultados são cruciais para compreender os fatores que afetam esses pinguins na natureza e em cativeiro. |
8 | Ocorrência de parasitas gastrintestinais em Spheniscus magellanicus (Foster, 1781) localizados em Pontal do Sul, PR, Brasil | VIEIRA. D. L. et. al | 201 8 | Arq. bras. med. vet. zootec. (Online) | Descritivo | O estudo investigou a presença de parasitas gastrintestinais em pinguins-de-magalhães encontrados em Pontal do Sul, Paraná, Sul do Brasil. Dos 38 espécimes examinados, 93,5% estavam parasitados, com Contracaecum pelagicum sendo o mais prevalente. A análise indica a baixa condição sanitária desses pinguins na região e fornece dados relevantes para programas de controle sanitário em Centros de Reabilitação de Animais Marinhos. |
9 | Estudo morfológico do estômago do pinguim de magalhães (Spheniscus magellanicus) | CANOVAS. A. R. et. al. | 201 6 | R. cient. eletr. Med. Vet. | Descritivo | Este estudo visa descrever a morfologia do estômago do pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus), uma ave marinha migratória nativa da América do Sul. Apesar de sua presença significativa no território brasileiro, há poucos estudos sobre sua anatomia. O objetivo é preencher essa lacuna de conhecimento, fornecendo informações detalhadas sobre a estrutura do estômago dessa espécie. |
1. Poluição e Seus Efeitos sobre os Pinguins de Magalhães:
A poluição marinha representa uma ameaça crescente para os pinguins de Magalhães, afetando diretamente sua saúde e bem-estar. Os derramamentos de petróleo são uma das formas mais graves de poluição que podem ocorrer em seus habitats.
²No inverno, os pinguins de Magalhães transitam por águas da plataforma continental do sudoeste do Oceano Atlântico, até cinquenta quilômetros da costa. Essa área coincide com portos, plataformas de petróleo e tráfego intenso de navios petroleiros, que podem provocar derramamentos e contaminar aves marinhas.
¹O preocupante nesse quadro é que os acidentes com petróleo estão tomando proporções catastróficas.
Quando o óleo se espalha pela superfície do mar, é comum que os pinguins fiquem cobertos por ele ao nadar ou mergulhar em busca de alimentos. Isso resulta na contaminação de suas penas, que perdem sua capacidade natural de isolamento térmico. Como resultado, os pinguins ficam vulneráveis à hipotermia, especialmente em águas mais frias.
²Os pinguins são particularmente vulneráveis à contaminação, pois não voam, mergulham profundamente, necessitam emergir para respirar na superfície e são incapazes de detectar o petróleo na água. Os grandes acidentes são raros, porém a lavagem indiscriminada dos tanques de embarcações cargueiras geram vazamentos de petróleo pequenos e crônicos, representando uma das principais ameaças à conservação da espécie.
²Estima-se que as descargas marítimas ilegais de petróleo matem 42 mil pinguins todo ano, representando também a causa mais frequente de ingresso em centros de reabilitação
Além do petróleo, os resíduos plásticos representam outro grande problema. A ingestão de plástico por pinguins de Magalhães é uma ocorrência comum, pois muitas vezes confundem fragmentos de plástico flutuantes com presas. Esses objetos estranhos podem causar obstruções intestinais, lesões internas e até mesmo a morte. Além disso, os produtos químicos tóxicos presentes em resíduos industriais e agrícolas podem contaminar os alimentos dos pinguins, causando danos à sua saúde e à saúde de suas crias.
5 Os resíduos sólidos foram encontrados em 32 (FO = 43,8%) dos 73 tratos gastrointestinais analisados e a sua distribuição dentro sistema digestório foi predominante dentro do estômago, sendo que apenas um fragmento (3,125%) foi encontrado no intestino. A quantidade total de resíduos poliméricos ingeridos por indivíduo variou entre um e 81, com uma média de seis fragmentos por indivíduo.
2. Pesca Excessiva e Competição por Recursos Alimentares:
A pesca excessiva e a competição por recursos alimentares são desafios prementes enfrentados pelos pinguins de Magalhães. Como predadores oportunistas, essas aves dependem de peixes pequenos, como anchovas e sardinhas, e crustáceos, como krill, para se alimentar.
6 Além disso, os pinguins possuem predadores naturais, sendo os principais predadores de ovos e filhotes as skuas, gaivotas, ratos, canídeos e como predadores de juvenis e adultos os leões marinhos, orcas e focas
No entanto, a sobrepesca dessas espécies por parte da indústria pesqueira pode levar à escassez de alimentos para os pinguins.
6 As capturas incidentais, tornam-se uma das maiores ameaças à espécie e de impacto pouco difundido, pois as mesmas acontecem através de frota pesqueira industrial brasileira.
A competição direta com a indústria pesqueira por recursos também é uma preocupação. As técnicas de pesca industrial, como a pesca com redes de arrasto, muitas vezes capturam grandes quantidades de peixes próximos à costa, onde os pinguins de Magalhães costumam se alimentar. Isso pode resultar em uma diminuição significativa da disponibilidade de alimentos para os pinguins, afetando sua saúde e reprodução.
3. Perda de Habitat e Impacto das Atividades Humanas:
A perda de habitat devido ao desenvolvimento costeiro e às atividades humanas é uma ameaça cada vez maior para os pinguins de Magalhães. À medida que as áreas costeiras são urbanizadas para acomodar o crescimento populacional e o desenvolvimento industrial, os habitats naturais dos pinguins são destruídos ou fragmentados. Isso pode resultar na perda de áreas de reprodução e de descanso, forçando os pinguins a buscar locais alternativos, muitas vezes menos adequados.
Além da perda direta de habitat, a presença humana próxima a colônias de pinguins pode levar a distúrbios significativos. Turistas, pescadores e atividades recreativas podem causar estresse e perturbação para as aves, afetando negativamente seu comportamento reprodutivo e sua capacidade de encontrar alimentos. A introdução de predadores invasivos, como cães e gatos, também representa uma ameaça adicional para as populações de pinguins de Magalhães.
¹Estudos direcionados a conservação do pinguim de magalhães no Brasil podem ser justificados pela grande quantidade de indivíduos encontrados com evidência de contaminação por petróleo, além da necessidade de se investigar outras causas de morte resultantes de ações antrópicas, como a captura acidental em artefatos de pesca
4. Impacto de Eventos Climáticos Extremos na População de Pinguins:
Os pinguins de Magalhães são especialmente vulneráveis aos efeitos dos eventos climáticos extremos, como tempestades intensas e mudanças repentinas de temperatura. Durante tempestades severas, os ninhos de pinguins podem ser destruídos pelo vento e pelas ondas, levando à perda de ovos e filhotes.
³A variação climática também está afetando a população de pinguins-deMagalhães do Atlântico.
Além disso, as chuvas intensas podem inundar ninhos rasos, levando à afogamento das crias.
¹Provavelmente, o clima também esteja atuando na variação do número de carcaças ao longo dos anos e na grande quantidade de indivíduos vivos que vêm sendo registrada em regiões antes não tão comuns. Já foi constatado que o fenômeno ENSO exerce influência nas populações do pingüim-de-galápagos, Spheniscus mendiculus no Oceano Pacífico e do pinguim-de-magalhães na Argentina, onde se verificou aumento na mortalidade de indivíduos por ocasião de grandes tormentas, com chuvas.
As mudanças climáticas globais estão exacerbando esses eventos climáticos extremos, tornando-os mais frequentes e intensos.
¹No Brasil, pinguins mortos e/ou debilitados aparecem nas praias após grandes tempestades
O aumento da temperatura dos oceanos também está afetando os padrões de distribuição de presas, o que pode dificultar a busca por alimentos para os pinguins. Como resultado, as populações de pinguins de Magalhães enfrentam uma crescente pressão ambiental que pode ameaçar sua sobrevivência a longo prazo.
Conclusão:
Os pinguins de Magalhães enfrentam uma gama de desafios ambientais que colocam em risco sua sobrevivência a longo prazo. Desde a poluição marinha até a escassez de alimentos e a destruição do habitat, essas aves estão lutando para prosperar em seu ambiente natural. Para garantir sua proteção e a preservação dos ecossistemas marinhos vitais, é crucial adotar medidas de conservação eficazes. Isso inclui aumentar a conscientização pública sobre a importância da preservação marinha, implementar regulamentações governamentais mais rigorosas e promover a cooperação internacional para enfrentar esses desafios de forma abrangente. A proteção dos pinguins de Magalhães não é apenas uma questão local, mas sim uma responsabilidade global para garantir um futuro sustentável para todas as formas de vida marinha.
Referencias
- SANDER. M, CASA, G. J. Ciclo sazonal de mortalidade do pinguim‑de‑magalhães, Spheniscus magellanicus influenciado por fatores antrópicos e climáticos na costa do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia 18(3):228-233 2010.
- GEEVERGHES. C. Reabilitação de pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) naufragados nas praias do litoral do Brasil: uma revisão de literatura. Unb Biblioteca
- Digital da Produção Intelectual Discente 2013. Disponível em https://bdm.unb.br/handle/10483/5955
- RUOPPOLO. V. et. al. Sociedade Internacional em busca da conservação dos pingüins.Boletim PINGUINS NO BRASIL Número 01 2011.
- PEZENTE. M.T. Monitoramento e avaliação dos pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus Forster, 1781), encalhados no litoral de Jaguaruna, Santa Catarina, Brasil. Repositório UNESC 2012. Disponível em http://repositorio.unesc.net/handle/1/1421
- SILVA. P. M. Conteúdo gastrointestinal do Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) no Litoral do Rio Grande do Sul, Brasil : análise dos itens alimentares e resíduos poliméricos. LUME Repertorio Digital 2013. Disponível em http://hdl.handle.net/10183/80511
- SILVA. T. Z. REABILITAÇÃO DOS PINGUINS-DE-MAGALHÃES (Spheniscus magellanicus, Forster, 1981) NO BRASIL: elucidando essa prática. UniAcademia 2022.Disponível em https://seer.uniacademia.edu.br/index.php/biologica/article/view/3714/2691
- REITER. J. Causas de morte em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) no sul do Brasil. LUME Repertorio Digital 2022. Disponível em http://hdl.handle.net/10183/242211
- VIEIRA. D. L. et. al. Ocorrência de parasitas gastrintestinais em Spheniscus magellanicus (Foster, 1781) localizados em Pontal do Sul, PR, Brasil. Arq. bras. med. vet. zootec. (Online) 2018. Disponível em https://pesquisa.bvsalud.org/bvsvet/resource/pt/biblio-910567
- CANOVAS. A. R. et. al. Estudo morfológico do estômago do pinguim de magalhães (Spheniscus magellanicus). R. cient. eletr. Med. Vet. 2016. Disponível em https://pesquisa.bvsalud.org/bvs-vet/resource/pt/vti-690830