INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11218348


Aurélia Gonçalves Leôncio Batista1; Renata Lívia Silva Fonseca Moreira de Medeiros2; Macerlane de Lira Silva3;Jaddy Eveny de Abreu; Kaio Rodrigues Otaviano; Adenilson Pereira nun


RESUMO:

INTRODUÇÃO: Os distúrbios alimentares são um grande problema de saúde pública por se tratar de uma patologia que atinge a saúde física e psíquica do paciente. O seu desenvolvimento pode ter início na infância e se estender a vida adulta, quando não tratada de maneira correta. A pandemia da covid-19 contribui para o aumento dos transtornos alimentares e desenvolvimento de ansiedade referente à doença e ao vírus circulante.  OBJETIVO: Identificar os transtornos ocasionados pela pandemia referente ao covid-19 METODOLOGIA: O estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, estruturado a partir da busca de artigos dos últimos 5 anos referente ao tema abordado. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O isolamento social permitiu que a população tivesse uma alimentação desequilibrada, com consumo exagerado de doces e bebidas alcoólicas que contribuíram para a aquisição de obesidade. O sedentarismo e o isolamento permitiram o desenvolvimento de transtornos alimentares e de ansiedade.  CONCLUSÃO: Conclui-se que a pandemia contribui de forma significativa para o aumento de transtornos de ansiedade e alimentares.

Palavras-chave: Ansiedade; Comportamento Alimentar; Transtorno Alimentar.

INTRODUÇÃO

Transtornos de ansiedade e Transtornos Alimentares (TA) são fruto de problemas vivenciados por indivíduos que desejam se enquadrar em um padrão corporal específico, sendo ditado socialmente, dessa forma, várias alterações do apetite e perturbações da imagem corporal podem ocorrer como fruto de uma sociedade marcada pela valorização e imposição de um padrão de beleza (CORDÁS, 2004).

Tais circunstâncias e tantos outros fatores, acabam manifestando distúrbios que repercutem em transtornos de ansiedade e alimentares. No que se refere aos transtornos alimentares mais recorrentes, o Ministério da Saúde divulgou um relatório apontando que a compulsão alimentar, bulimia e anorexia, afeta cerca de 4,7% da população em geral, e chega a 10% entre a população mais jovem (BRASIL, 2022).

Na prática clínica nutricional observa-se que casos de comorbidade em pacientes com ansiedade estão frequentemente associados a ESTA, suas consequências repercutem na qualidade de vida dos mesmos (CASSELLI, 2021). A associação dos transtornos alimentares com outros quadros psiquiátricos é bastante frequente, especialmente com transtornos do humor ou transtorno de personalidade, mesclando os seus sintomas com os da condição básica, complicando ainda mais o quadro clínico (FERREIRA, 2022).

Tendo em vista que os transtornos alimentares surgem com grande frequência na infância e na adolescência, o diagnóstico precoce e uma abordagem terapêutica adequada dos transtornos alimentares, são fundamentais para o manejo clínico e o prognóstico destas condições. Nesse sentido, configura-se como tarefa difícil diagnosticar o transtorno psíquico associado a uma comorbidade que está relacionada com dificuldades alimentares. A não-identificação de uma comorbidade implicará resposta parcial ao tratamento e maior chance de complicações (SOUZA, 2018).

Dessa forma, desenvolver um trabalho sobre o tema em questão pode ser importante para demonstrar as alterações relacionadas à ansiedade que estão ligados a transtornos alimentares em consequência de tal comorbidade, comprometendo assim, a saúde física e psicossocial dos pacientes.

É um tema inovador, bastante instigante, que possui relevância social na medida em que propõe uma averiguação sobre os hábitos alimentares e a saúde dos indivíduos, na perspectiva de apresentar as causas, sintomas, prevenção e tratamento de transtornos alimentares aliados a ansiedade (SAIKALI et al., 2019). Diante disso, o presente estudo tem como objetivo analisar a associação da ansiedade com o aparecimento de sintomas de transtornos alimentares.

Problemática

Com a Pandemia de corona-vírus instaurada em março de 2020, súbitas mudanças aconteceram nos padrões de vida as quais alteraram a rotina, limitando todos os tipos de relações presenciais, exigindo quarentena, fechamento de locais públicos e uso obrigatório de máscaras.

Todas as modificações impostas abruptamente com a finalidade de desacelerar a propagação do vírus aumentaram o medo e produziram resultados negativos para a saúde mental, devido à vulnerabilidade do ponto de vista socioeconômico e mental. 

Dessa forma surge a seguinte problemática: “Como e em que medida o contexto da pandemia da covid-19 colaborou para o aumento dos Transtornos de ansiedade e Transtornos Alimentares?”.

Justificativa

Comorbidade pode ser definida como a ocorrência conjunta de dois ou mais transtornos num mesmo indivíduo avaliado clinicamente (MAIA, 2019). Alguns tipos dessa condição podem antecipar a procura pelo atendimento médico em decorrência do grande desconforto que a superposição de sintomas pode causar.

A relação existente entre transtorno de ansiedade e transtornos alimentares é muito complexa e vem sendo estudada nas últimas décadas em decorrência das implicações na abordagem e no tratamento desses pacientes.  Diante disso, a ligação que uma doença estabelece com outra podem ser muito variadas também e derivadas de casos crônicos. Dessa forma, a alimentação se caracteriza como elemento essencial para a saúde e bem-estar do paciente, não estando apenas relacionadas a aspectos biológicos, mas também abarcando questões psicológicas e sociais (ROSA, 2011).

É necessário destacar que a origem da ansiedade que causam transtornos alimentares é multifatorial, envolvendo predisposições genéticas, socioculturais, vulnerabilidades biológicas e psicológicas de tratamento longo e contínuo. Além disso, os atuais padrões rígidos de pensar, sentir e se comportar podem originar também o que se denomina de síndromes sintomáticas, aumentando os diagnósticos de transtornos do humor, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares entre outros.

Dessa forma, desenvolver um trabalho sobre o tema em questão pode ser importante para demonstrar as alterações relacionadas à ansiedade que estão ligados a transtornos alimentares em consequência de tal comorbidade, comprometendo assim, a saúde física e psicossocial dos pacientes.

É um tema inovador, bastante instigante, que possui relevância social na medida em que propõe uma averiguação sobre os hábitos alimentares e a saúde dos indivíduos, na perspectiva de apresentar as causas, sintomas, prevenção e tratamento de transtornos alimentares aliados à ansiedade (SAIKALI et al. 2019).

A realização do presente estudo será pertinente para analisar a influência da ansiedade nos comportamentos de risco para transtornos alimentares. Será também proveitoso para a comunidade acadêmica que contará com a pesquisa como fonte para outras investigações científicas nessa área.

Dessa forma, o tema possui uma dimensão de grande valia para que haja maior conhecimento sobre os princípios que fundamentam e direcionam a prática do profissional da Nutrição na intervenção de situações que envolvam transtornos alimentares e transtornos de ansiedade.

OBJETIVO:

Identificar os principais transtornos de ansiedade que são responsáveis pelas alterações alimentares que comprometem a saúde física e psicossocial dos indivíduos durante a pandemia da covid-19.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Saúde Mental

A importância da saúde mental é reconhecida pela OMS desde a sua origem e está refletida em sua definição de saúde, não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade, mas como um estado de completo bem-estar físico e mental.

Os salários e benefícios constituíram-se em preditores positivos e significativos do comprometimento organizacional afetivo e dos afetos positivos dirigidos ao trabalho. De acordo com Menezes (2022), o salário caracteriza-se como um dos principais indicadores de uma compensação justa e adequada, característica por ele considerada como uma dimensão fundamental da qualidade de vida e bem-estar no trabalho e um dos principais motivos que levam a pessoa a procurar um emprego.

Nos últimos anos, essa definição ganhou um foco mais nítido em virtude dos vários progressos das ciências biológicas e comportamentais (OPAS, OMS, 2001). Estas, por sua vez, aumentaram a forma de se compreender o funcionamento mental e o profundo relacionamento entre saúde mental, físico e social (ANTERO; NOLASCO, 2004).

Alguns dos problemas mais frequentes são: saúde mental, ansiedade, mal-estar psicológico ou estresse continuado, depressão, dependência de álcool ou drogas. Perdas, mudanças como escola, adolescência, menopausa, envelhecimento, morte, desemprego e outros momentos de transição são todos exemplos de possíveis transtornos de saúde mental.

De acordo com Silva et al.,(2020), esse novo microrganismo foi nomeado oficialmente como, o novo corona-vírus. Diante dessa situação, baseando- se em Moreira WC (2020), os transtornos de ansiedade aumentaram cada vez mais, causando repercussões psicológicas negativas naqueles que tinham contato direto com tal realidade.

Segundo a OMS (2020), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo, com uma prevalência de cerca de 10 a 20%, na população em geral, frequentemente associados com sintomas como, medo e mal-estar, fadiga, inquietação, palpitações, dentre outros. A etiologia dos transtornos ansiosos é complexa e individualizada, envolvendo fatores genéticos, hereditários, ambientais, psicológicos, sociais e biológicos (SILVA; NETO R., 2020). 

Ao comparar nossos dados com dados de outros países, mais de 75% da população brasileira relatou sintomas de ansiedade moderados a graves e 68% de depressão, de acordo com a Agência Brasil. Está relacionado a questões socioeconômicas e culturais, que no geral a população é de renda mais baixa no Brasil. Isso é um fato que chega a aumentar esses sintomas relacionados a tal, como todos sabemos, se o nível de escolaridade e o nível de renda forem bons, esses dados podem ser melhorados proporcionalmente, mas se não forem bons produzir-se-á o efeito contrário e isso é um fato.

A ansiedade, de acordo com Sadock (2007), é um sinal de alerta que se ativa no organismo quando a pessoa está diante de uma ameaça iminente, fazendo com que ela aja para evitar uma situação de perigo. Afirmam ainda que a ansiedade é um sinal a ameaças desconhecidas, internas e conflituosas.

A saúde mental está diretamente relacionada à produtividade e eficiência do trabalhador. Empregados com deficiência mental raramente participam de suas atividades, a comunicação com os demais membros da equipe é prejudicada e até mesmo sua resistência física é enfraquecida, reconhecer e manter um ambiente saudável pode trazer muitos benefícios, incluindo mão de obra ativa, maior eficiência, retenção de funcionários, mobilidade reduzida, absenteísmo reduzido e maior produtividade.

Empresas deveriam oferecer psicoterapia como benefício para funcionários, até mesmo para o próprio bem-estar da empresa e melhor desempenho dos funcionários.

Ansiedade e Compulsão Alimentar

Os estudos de Fusco et al. (2020); Birck e Souza (2020); Albuquerque, Bahia e Maynard (2021) e Menezes et al. (2022) aborda como e em que medida ansiedade pode influenciar na compulsão alimentar e no ganho de peso, afirmando que a ansiedade pode gerar momentos de compulsão alimentar, refletindo no aumento do consumo especialmente de doces, pães, massas e outros alimentos fontes de carboidratos simples e calóricos, levando ao ganho de peso e dificuldade para emagrecer.

Como demonstraram os estudos de Maynard (2020), analisando o padrão alimentar durante o período de distanciamento social, pode-se observar que durante a pandemia piorou a qualidade do consumo alimentar, as pessoas passaram a comer com mais frequência e optaram de doces, refrigerantes, bebidas alcoólicas, massas e produtos de panificação. O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), que é caracterizado pela ingestão de alimentos em altas quantidade em um curto período de tempo, geralmente vem seguido pelo sentimento de culpa e desconforto (ALBUQUERQUE; BAHIA; MAYNARD, 2021).

Nos estudos de Aidar et al. (2020) e Menezes et al. (2022) abordaram como mudanças de rotina e sobrecarga de trabalho podem influenciar na ansiedade e no desenvolvimento de TA. Diante disso, verifica-se que os indivíduos que possuem rotina de vida acelerada, como um grande acúmulo de trabalho, não conseguem gerenciar seu tempo e descuidam de sua alimentação, tornando-se vítimas de ansiedade e depressão, que consequentemente precedentes para desenvolver TA.

No estudo de Birck e Souza (2020) avaliando 109 indivíduos candidatos a se submeter à cirurgia bariátrica, observou-se que 27,5% dos entrevistados apresentaram nível de ansiedade severa e 82,6% apresentaram sintomas de compulsão alimentar (SAIKALI et al., 2019).

Destaca-se atenção aos pacientes do sexo feminino, sendo o público que mais buscou a cirurgia e apresentou maiores níveis de ansiedade. Os indivíduos com obesidade apresentam transtornos de compulsão alimentar, além de ansiedade, sintomas depressivos e altos níveis de preocupação com a imagem corporal, e quanto maior o nível de obesidade, maiores os sintomas psicológicos.

METODOLOGIA

É uma pesquisa que será realizada com base em revisão de literatura, tendo como foco a análise de diversos autores que tratam sobre o tema.

Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio da seleção de artigos científicos selecionados e publicados em periódicos indexados em bases de dados como Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), a busca será filtrada para o período do mês de março de 2024 a Abril de 2023 utilizando palavras-chaves extraídas dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

Na pesquisa será utilizado o operador booleano AND, para combinar os termos de modo que eles correspondam simultaneamente ao objetivo da pesquisa, portanto, foram empregados os seguintes cruzamentos em português: nutrição, atletas e natação.

A efetivação do método será marcada, inicialmente, pela delimitação da questão norteadora: “Como e em que medida o contexto da pandemia da covid-19 colaborou para o aumento dos Transtornos de ansiedade e Transtornos Alimentares?”.

A busca bibliográfica ocorrerá por meio da seleção de artigos científicos catalogados e publicados em periódicos presentes na Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Portal Capes e National Center for Biotechnology Information, U.S. National Library of Medicine (PubMed), utilizando-se os termos extraídos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Ansiedade”, “Comportamento Alimentar”, “Transtorno Alimentar” em português; e “Anxiety”, “Eating Behavior”, “Eating Disorder” em inglês. As combinações que poderão ser utilizadas, por exemplo: <<“ansiedade” AND comportamento alimentar AND “transtornos alimentares”>> ou <<AnxietyANDEating Behavior” AND “Eating Disorder” >>.

Os critérios de inclusão para escolha dos artigos foram: artigos publicados em português, no período compreendido nos últimos 5 anos. Os critérios de exclusão são: artigos duplicados nas bases de dados, artigo de revisão e aqueles não condizentes com o objetivo do estudo. Após a seleção e agrupamento dos artigos, o universo dos estudos foi selecionado para compor a amostra.

Logo dada a seleção criteriosa dos artigos, serão realizadas as leituras dos resumos, seguidas de uma análise criteriosa de todo o documento, selecionando-se as variáveis: autores, ano, título do artigo, base de dados (BD), revista, idioma, país, tipo de pesquisa, população-alvo, características dos cuidadores do estudo, além das vivências emocionais das pessoas com transtornos alimentares.

Nesse caso, os instrumentos de coleta de dados serão artigos, revistas, teses, dissertações e periódicos que tenham confiabilidade e que estejam publicados em revistas, que estejam indexados nas bases citadas.

Como procedimento de coleta de dados há necessidade das seis fases do processo de elaboração da revisão integrativa: elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. Na primeira etapa será estabelecida questão de pesquisa e elencados critérios para sua efetivação, nesse sentido, ficará instrumentada a segunda etapa onde serão selecionados os artigos, sendo estes numerados em ordem crescente, de acordo com a sua ordem de aparição nas bases de dados relacionadas às publicações na área das ciências da saúde.

Na terceira etapa será realizada leitura dos resumos dos estudos a fim de compreender sua relação com o objetivo deste estudo e pergunta norteadora e permitir sua categorização utilizando o instrumento validado como meio de padronizar dados mais relevantes na realização dos estudos de revisão.

Os estudos que não se enquadraram serão eliminados da composição amostral desta revisão. Na quarta fase/etapa será desenvolvida análise crítica dos estudos identificados como componentes da amostra do estudo.

Nesta fase ficará verificado de forma crítica a sua relação com critérios relacionados a sua qualidade metodológica, importância e representatividade das informações ora mencionadas bem como da autenticidade dos dados discutidos.

Após a etapa de categorização e leitura crítica dos estudos na quinta etapa será reunido o produto da análise crítica e instrumentada a interpretação dos dados de impacto para o estudo, interligando estes ao produto teórico desenvolvido nas ciências da saúde, sendo utilizado como ferramenta de respaldo para classificação dos estudos por nível de evidência.

Na última etapa ficarão expressos os resultados da busca e análise forma a evidenciar as contribuições desta para melhor entendimento do processo junto a prática e estabelecer, a partir desse apanhado de informações, medidas para melhoria no desenvolvimento dessas ações.

FLUXOGRAMA REFERENTE AOS ARTIGOS ESCOLHIDOS:

RESULTADOS:

O quadro 1 vem mostrar de forma clara e qualitativa os artigos escolhidos para compor os resultados da pesquisa. O quadro será representado quanto ao título, autor, objetivos e periodicidade.

Quadro 1

TÍTULOAUTOR/ ANOOBJETIVOSPERIÓDICO
1Atuação da Enfermagem com pacientes acometidos de transtornos alimentares: análise de filmes e documentários  Belchior et al, 2023Analisar  a  atuação  da  Enfermagem  junto  a  pacientes  com  transtornos alimentares  em  filmes  sobre  o  assunto.     Rev Min Enferm
2Depressão, ansiedade e mudança nos hábitos de consumo alimentar durante a pandemia de Covid-19 em estudantes universitáriosMiguel, 2023Investigar a relação de ansiedade e depressão com alterações no consumo de alimentos hiper palatáveis e padrões de refeição em estudantes universitários durante a pandemia de Covid-19Instituto de medicina social Hesio Cordeiro
3Impacto da pandemia por COVID-19 em pacientes com transtornos alimentares: considerações para profissionais de saúde mentalCarvalho, 2021discutir impactos mais prováveis, em termos de agravamento dos sintomas nos quadros de Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e no Transtorno de Compulsão AlimentarRevista Brasileira de Psicoterapia Volume 23, número 1, abril de 2021
4Sentimentos e expectativas dos graduandos de enfermagem relação do estado de ansiedade na pandemia covid-19  Oliveira et al, 2023Objetivos:  Identificar  os  sentimentos  e  expectativas  dos  graduandos  de  enfermagem  com  a  pandemia  de COVID-19.  Revista Nursing, 2023; 26 (304) 9892-9

O quadro 2 mostra os principais desfechos encontrados nos artigos que compõem os resultados.

PRINCIPAIS DESFECHOS
01O profissional de Enfermagem tem papel estratégico na formação de vínculos, a fim de facilitar a abertura ao tratamento e sua aceitação,a manutenção de relacionamento positivo e a escuta ativa e terapêutica.  
02Notou-se que a pandemia contribui para o aumento do consumo de refeições prontas via delivery e o consumo excessivo de açúcares.
03Durante a pandemia por COVID-19 tem-se verificado o aumento do tempo de uso de redes sociais. Destaca-se que os comportamentos verificados entre pacientes com TA, como restrição alimentar severa, exercícios físicos em excesso, compulsão alimentar e purgação, quando perduram por longos períodos, podem produzir importante impacto fisiológico com potencial de imunossupressão
04Notou-se que a pandemia contribui para o aumento de transtornos de ansiedade

DISCUSSÃO:

Estudo evidenciado por Oliveira et al 2023, mostrou que a pandemia ocasionada pelo SARs-CoV- 2 trouxe o aumento da ansiedade na população. O isolamento e a situação de saúde fez ocasionar a mudança comportamental da população : hábitos e rotinas; fato este que contribuiu para o desenvolvimento de  problemas mentais.

Por conseguinte, Miguel 2020, evidencia que a pandemia ocasionou um aumento maior no consumo alimentar e consequentemente aumento no peso corporal, o que contribuiu para a elevação da ansiedade e baixa autoestima. O isolamento contribuiu ainda para que a população ingerisse mais álcool e cigarros, o que consequentemente afetou o sono e contribui para o desenvolvimento de transtornos mentais como: depressão, síndrome do pânico e ansiedade; além de transtornos alimentares.

Em contrapartida, Carvalho 2021 mostra que o transtorno de compulsão alimentar na pandemia teve uma alta influência na desregulação da saúde emocional e que o acompanhamento nutricional e psicológico foram essenciais para  amenizar os danos causados pelo transtorno alimentar. O uso excessivo de gorduras, açúcares, e diversos carboidratos na pandemia contribuíram para que a população aumentasse o peso corporal, o que resultou em obesidade e dependência alimentar ( MIGUEL, 2020).

Em consonância Belchior et al 2023, intensifica que os transtornos alimentares podem resultar em grandes consequências na vida do portador, como: magreza extrema, obesidade e transtornos psíquicos que podem agravar o quadro do paciente. A depressão associada ao transtorno alimentar resulta na probabilidade de mortalidade, pelo fato dos pacientes desenvolverem pensamentos suicidas. A indicação para os portadores de transtornos alimentares é o manejo da doença junto com a equipe multidisciplinar em saúde, principalmente com o enfermeiro que é o cuidador principal do enfermo, para que o profissional ajude a  minimizar os danos referente à patologia.

CONCLUSÃO:

Em suma, pode-se observar que as consequências da pandemia da covid-19 contribui para o aumento de transtornos mentais como: ansiedade, depressão, síndrome do pânico e transtornos alimentares. A ansiedade ocasionada pelo isolamento social contribui para uma alimentação desequilibrada que resultou no maior número de pessoas com transtornos alimentares.

REFERÊNCIAS

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