EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO INTERVALADO AERÓBICO NA PRESSÃO ARTERIAL EM CARDIOPATAS

ACUTE EFFECT OF AEROBIC INTERVAL TRAINING ON BLOOD PRESSURE IN CARDIAC PATIENTS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11215076


Ricardo Clemente Rosa1; Fabrício Cesar Fernandes2; Carla Werlang-Coelho3; Karine Louize Vincenzi Lüetke1; Alexandre Gayoso N.M. Oliveira6; Alessandra Betina Gastaldi1; Natalia Cavichioli1; Gabriela Borgmann1; Katherine Plautz1; Marlete Scremin1; Daniela Delwing-de Lima4,5


Resumo

A pressão arterial (PA) desempenha um papel essencial na saúde cardiovascular, afetando o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos. Pessoas com doenças cardiovasculares (DCV), enfrentam desafios no controle da PA, pois normalmente já são acometidas pela hipertensão arterial (HA), que é um fator de risco para essas doenças. Fatores de risco como idade, sexo, etnia, genética, obesidade e economia estão associados à HA. A prática regular de exercícios aeróbicos provoca adaptações benéficas no sistema cardiovascular, permitindo que pacientes hipertensos reduzam a dose de medicamentos anti-hipertensivos ou mesmo controlem a pressão arterial sem intervenções farmacológicas. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito agudo do treinamento intervalado aeróbico (TIA) na PA em cardiopatas. A amostra foi composta por 20 cardiopatas, com média de idade de 60,6 ± 9,6 anos, de ambos os gêneros, participantes da reabilitação cardiovascular (fase 3) da Univille. A avaliação da PA foi realizada utilizando um esfigmomanômetro aneroide e um estetoscópio. A coleta foi realizada em cada sessão de reabilitação, nos momentos pré e pós-intervenção, totalizando 20 sessões do TIA, para verificar se houve efeito hipotensor. Para o tratamento dos dados, foi utilizado o software Statistica®, versão 10. O teste Shapiro Wilk’s foi empregado para verificar a normalidade da distribuição dos dados. Em seguida, foi aplicado o teste não-paramétrico de Wilcoxon para grupos dependentes, e o nível de significância adotado foi de p<0,05. Através dos resultados obtidos, foi possível constatar uma redução significativa da pressão arterial sistólica (p-valor 0,001) de 8,4 mmHg referente aos valores da mediana. Da mesma forma, a pressão arterial diastólica apresentou uma melhora estatística (p-valor 0,000001) com a redução de 2,0 mmHg, entre os valores pré e pós testes. Conclui-se a partir dos achados do presente estudo, que o TIA contribuiu para a diminuição aguda da PA dos cardiopatas, comprovando o efeito hipotensor do exercício físico. Diante disso, o referido método de treinamento físico pode ser considerado um recurso terapêutico relevante para o tratamento de pacientes hipertensos.

Palavras-chave: Cardiopatas. Pressão Arterial. Treinamento Intervalado Aeróbico.

Abstract

Blood pressure (BP) plays an essential role in cardiovascular health, affecting the functioning of the heart and blood vessels. People with cardiovascular diseases (CVD) face challenges in controlling their BP, as they are usually already affected by high blood pressure (AH), which is a risk factor for these diseases. Risk factors such as age, sex, ethnicity, genetics, obesity and economics are associated with AH. Regular aerobic exercise causes beneficial adaptations in the cardiovascular system, allowing hypertensive patients to reduce the dose of antihypertensive medications or even control blood pressure without pharmacological interventions. The objective of this study was to verify the acute effect of aerobic interval training (AIT) on BP in heart disease patients. The sample consisted of 20 heart disease patients, with a mean age of 60,6 ± 9,6 years, of both genders, participating in cardiovascular rehabilitation (phase 3) at Univille. BP assessment was performed using an aneroid sphygmomanometer and a stethoscope. The collection was carried out in each rehabilitation session, in the pre- and post-intervention moments, totaling 20 AIT sessions, to verify whether there was a hypotensive effect. To process the data, the Statistica software, version 10, was used. The Shapiro Wilk’s test was used to verify the normality of the data distribution. Then, the non-parametric Wilcoxon test was applied for dependent groups, and the significance level adopted was p<0,05. Through the results obtained, it was possible to verify a significant reduction in systolic blood pressure (p-value 0,001) of 8,4 mmHg compared to the median values. Likewise, diastolic blood pressure showed a statistical improvement (p-value 0,000001) with a reduction of 2,0 mmHg, between pre- and post-test values. It is concluded from the findings of the present study that AIT contributed to the acute decrease in BP in heart patients, proving the hypotensive effect of physical exercise. Therefore, the aforementioned physical training method can be considered a relevant therapeutic resource for the treatment of hypertensive patients.

Keywords: Heart disease. Blood pressure. Aerobic Interval Training.

INTRODUÇÃO

A pressão arterial (PA) é uma medida crucial da saúde cardiovascular e desempenha um papel fundamental no funcionamento adequado do coração e dos vasos sanguíneos (BELLEGARDE et al., 2023).  Costa (2021) cita que a hipertensão arterial (HA) é um dos maiores problemas na área de saúde pública, e tem sido reconhecida como um grave fator de risco para as doenças cardiovasculares.

A HA é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos persistentemente elevados, ou seja, pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg (BARROSO et al., 2021). Os principais fatores de risco para a HA estão associados com a idade, sexo, etnia, consumo de sal, ingestão de álcool, genética, obesidade e situação econômica (COSTA, 2021).

As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a primeira causa de morte no mundo e no Brasil, correspondendo a um terço do total de óbitos (MALTA, 2020).  A doença arterial coronariana (DAC) é a DCV mais incidente e caracteriza-se pela insuficiência de irrigação sanguínea no coração por meio das artérias coronárias (RAMOS, 2022). De acordo com Gomes (2019), o tratamento das DCV envolve o uso de fármacos específicos e a adesão a intervenções não farmacológicas, como por exemplo, a programas de exercícios físicos.

Já é comprovado que o exercício físico é benéfico para a qualidade de vida do ser humano; nesse sentido, o treinamento intervalado aeróbico (TIA), tende a atuar como uma forma terapêutica não medicamentosa no tratamento de várias patologias. Segundo Costa (2021), o exercício físico aeróbico, realizado regularmente, provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, permitindo ao paciente hipertenso diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas.

Os efeitos anti-hipertensivos do exercício aeróbico contínuo, podem ocorrer de forma aguda, fenômeno conhecido como hipotensão pós-exercício (HPE), e de forma crônica, após a realização de diversas sessões de exercício físico ao longo de semanas ou meses (PERRIER-MELO, 2020). Segundo Vargas (2021), tanto o exercício aeróbico de menor ou maior duração pode proporcionar a ocorrência do fenômeno HPE. A utilização do exercício aeróbico realizado regularmente provoca determinadas alterações no organismo que irão influenciar para a melhora do sistema cardiovascular.

Nesse caso, investigar a PA dos cardiopatas que se submeteram a um TIA se torna relevante para compreendermos se esse estímulo pode impactar na melhoria do funcionamento cardiovascular.

Diante deste contexto, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito agudo do TIA na PA dos cardiopatas.

METODOLOGIA

Este estudo trata-se de um ensaio clínico não randomizado de cunho quantitativo.

Participaram 20 cardiopatas, com média de idade de 60,6 ± 9,6 anos de ambos os sexos (constituindo-se uma amostragem por conveniência não probabilística).

Após os pacientes realizarem a Fase 1 e 2 da reabilitação cardíaca no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, eram encaminhados para dar continuidade no Programa de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica – Fase 3 na Academia da Universidade da Região de Joinville – Univille, situada à Rua Paulo Malschitzki, nº 10 – Zona Industrial Norte, na cidade de Joinville-SC.

Os critérios de inclusão utilizados nesta pesquisa foram: os pacientes estarem devidamente estratificados como baixo, médio ou alto risco pelo cardiologista responsável, de acordo com a “Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular” e a “Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia” (CARVALHO et al., 2020; HERDY et al., 2014);  pacientes diagnosticados com síndrome coronariana aguda; pacientes devidamente vacinados contra a COVID-19; não possuírem problemas ortopédicos, ou qualquer outra patologia associada que impossibilitasse a execução do TIA ou das avaliações.

Foram considerados critérios de exclusão: frequência cardíaca de repouso maior que 120 bpm; pressão arterial sistólica de repouso maior que 180 mmHg; pressão arterial diastólica de repouso maior que 100 mmHg; qualquer risco ou desconforto apresentado pelo paciente durante a realização do protocolo de treinamento, ou teste de aptidão cardiorrespiratória. Os critérios de exclusão deste estudo estão pautados nas recomendações do American Thoracic Society (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002).

O instrumento de pesquisa utilizado foi um esfigmomanômetro aneroide (da marca Riester®) e o estetoscópio cardiológico (da marca Littmann®). A coleta foi realizada antes e após o TIA, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial (BARROSO, W.K.S. et al., 2021).

O protocolo de treinamento consistiu em efetuar, 1 série de 5 minutos de aquecimento, 5 séries de 3 minutos, na inclinação e frequência cardíaca encontrada no limiar anaeróbico, intercalado com 4 séries de 2 minutos na inclinação e frequência cardíaca encontrada no ponto de compensação respiratória (verificado através do teste Ergoespirométrico). A sessão teve a duração de 28 minutos, e após a sessão encerrar, teve mais 5 minutos de alongamento para os grandes grupos musculares. Perfazendo-se um intervalo de 10 minutos do término do TIA para a coleta da PA pós treino. Foi estabelecida uma regularidade de 2 vezes na semana, não sendo em dias consecutivos, totalizando 20 sessões por paciente.

Além da coleta das medidas de PA, objetivo principal deste estudo, para a segurança dos cardiopatas e acompanhamento da intensidade do TIA, foi monitorado, nas sessões de treinamento, os seguintes sinais vitais: glicemia capilar (pré e pós treinamento – glicosímetro da marca G-Tech®) para participantes que possuem diabetes, frequência cardíaca (pré, durante e pós treinamento – frequencímetro da marca Polar®, modelo H10) e saturação de oxigênio (pré, durante e pós treinamento – oxímetros de dedo da marca Bioland®, modelo at101c).

Também foi utilizada a Escala de Borg modificada, como indicativo da sensação subjetiva do esforço.

O tratamento estatístico foi realizado através do software Statistica®, versão 10. O teste Shapiro Wilk’s foi empregado para verificar a normalidade da distribuição dos dados. Em seguida, foi aplicado o teste não-paramétrico de Wilcoxon para grupos dependentes, e o nível de significância adotado foi de p<0,05.

Este trabalho teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos da Universidade da Região de Joinville (Univille), sob o número nº 5.615.233.

RESULTADOS

Em relação a caracterização da amostra, participaram do estudo 20 cardiopatas, com média de idade de 60,6 ± 9,6 anos de ambos os sexos, sendo 80% (n=16) homens e 20% (n=4) mulheres.  

Os resultados foram apresentados em mediana devido à natureza estatística não paramétrica, onde o Box plot destaca os intervalos interquartis.

Gráfico 1: Resultados da Pressão Arterial Sistólica e Diastólica.

Ao detalhar os resultados podemos observar que no pré-teste a PAS apresentou 100 mmHg para o 1º Quartil; 110 mmHg para o 2º Quartil (mediana) e 121,6 mmHg para o 3º Quartil. No pós-teste a PAS apresentou 91 mmHg para o 1º Quartil; 101,6 mmHg para o 2º Quartil (mediana) e 111,6 mmHg para o 3º Quartil.

Assim, como para a PAD, foi notado que no pré-teste a PAD apresentou 60,3 mmHg para o 1º Quartil; 65,6 mmHg para o 2º Quartil (mediana) e 71,6 mmHg para o 3º Quartil.

No pós-teste a PAD apresentou 60,3 mmHg para o 1º Quartil; 63,6 mmHg para o 2º Quartil (mediana) e 68,3 mmHg para o 3º Quartil.

Com isso, através dos resultados obtidos, foi possível constatar uma redução significativa (p=0,001) da PAS de 8,4 mmHg referente aos valores de mediana. Da mesma forma, a PAD apresentou uma redução de 2,0 mmHg, entre os momentos pré e pós testes, com relevância estatística (p=0,00001).

DISCUSSÃO

Este estudo teve como eixo central a investigação do efeito agudo do TIA na PA em cardiopatas participantes do Programa de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica – Fase 3 da Univille.

Os achados desta pesquisa, corroboram com o estudo de Materko et al. (2020), do qual analisou o efeito agudo de um programa de corrida onde constatou-se diminuição da PAS, que passou de 127,1 mmHg para 119,9 mmHg; esse resultado mostrou uma diferença média de 7,2 mmHg, com relevância estatística (p = 0,0001). Entretanto, na PAD, apesar da melhora clínica observada com a redução de 1,1 mmHg, não foi possível verificar significância do ponto de vista estatístico (p = 0,36) entre os momentos pré e pós corrida.

Vargas et al. (2021), também constataram um efeito agudo hipotensor significativo na PAS e PAD após exercício físico aeróbico de 40 minutos na esteira, controlado a 80% da frequência cardíaca máxima. Os participantes foram monitorados em ciclos de 15 minutos, de repouso absoluto, durante 60 minutos, com o objetivo de verificar a magnitude e duração do comportamento da PA. Os resultados de maior relevância para a PAS ocorreram nos intervalos de 15 e 60 minutos e para a PAD no intervalo de 60 minutos.

Um estudo de revisão sistemática e meta-análise, com o objetivo de investigar os efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade versus o treinamento contínuo sobre a PA central, observou, que o treinamento intervalado de alta intensidade demonstrou ser mais eficiente em reduzir a PA central. Além disso, contribuiu também para a melhora da aptidão cardiorrespiratória, se apresentando como uma relevante opção terapêutica não medicamentosa para o tratamento de cardiopatas (OLIVEIRA et al., 2023).

De acordo com uma revisão sistemática e meta-análise proposta por Zaman et al. (2024), com o objetivo de verificar a interferência do treinamento aeróbico e resistido na rigidez arterial em mulheres hipertensas, constatou-se que o treinamento aeróbico realizado de forma crônica, ou seja, a longo prazo (intervenções de 12 a 20 semanas), foi capaz de reduzir a rigidez arterial melhorando a saúde cardiovascular de mulheres hipertensas.

À vista disso, a atualização da Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular de 2020 (CARVALHO et al., 2020) traz que, comprovadamente, o exercício físico aplicado à reabilitação se mostra como diferencial, aliado ao tratamento medicamentoso e nutricional, porém, ainda tem pouca aplicação no Brasil, pelas limitações estruturais do sistema de saúde e devido à falta de conhecimento e treinamento dos profissionais de saúde.

Diante dos estudos apresentados, pode-se afirmar que o exercício físico regular é uma ótima ferramenta para prevenir e tratar a HA; protegendo contra disfunções cardiovasculares (VIEIRA et al., 2023).

Esta pesquisa possui como limitação, a representatividade amostral, devido ao difícil acesso a essa população, constituindo-se uma triagem por conveniência. Sendo assim, os achados deste estudo, refletem dados singulares que representam apenas essa amostra.

Entretanto, como ponto forte, está o rigor metodológico de todas as etapas do estudo, com a aplicação minuciosa de um instrumento de pesquisa validado; orientando e fornecendo esclarecimentos aos participantes durante todo o processo de investigação. 

CONCLUSÃO

Conclui-se a partir dos achados do presente estudo, que o TIA contribuiu para a diminuição aguda da PA dos cardiopatas, comprovando o efeito hipotensor do exercício físico. Diante disso, o referido método de treinamento físico pode ser considerado um recurso terapêutico relevante para o tratamento de pacientes hipertensos.

AGRADECIMENTOS

O artigo científico trata-se de uma produção intelectual coletiva que envolve o intermédio de vários recursos. Por isso, queremos agradecer a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo financiamento dessa pesquisa.

Ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt de Joinville/SC pela parceria na triagem e encaminhamento dos pacientes que participaram desse estudo. Queremos reconhecer também, o suporte técnico disponibilizado pelo Instituto Atenas de Joinville/SC e pelo Grupo de Pesquisa Mecanismos de Saúde e Doença da Universidade da Região de Joinville – Univille.

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1 Discente do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Meio Ambiente; UNIVILLE Campus Paulo Malschitzki, 10 – Zona Industrial Norte Joinville – SC e-mail: ricardorosa@univille.br

2 Discente do Curso Superior de Educação Física; UNIVILLE Campus Paulo Malschitzki, 10 – Zona Industrial Norte Joinville – SC.

3 Docente do Curso Superior de Educação Física; UNIVILLE Campus Paulo Malschitzki, 10 – Zona Industrial Norte Joinville – SC.

4 Docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Meio Ambiente; UNIVILLE Campus Paulo Malschitzki, 10 – Zona Industrial Norte Joinville – SC e-mail: daniela.delwing@univille.br

5 Docente do Curso Superior de Medicina; UNIVILLE Campus Paulo Malschitzki, 10 – Zona Industrial Norte Joinville – SC.

6 Instituto Atenas; Rua Camboriú, 175 – Glória, Joinville – SC.