REVISÃO INTEGRATIVA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO MANEJO DA DIABETES MELLITUS TIPO 1 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

INTEGRATIVE REVIEW OF THE MULTIDISCIPLINARY APPROACH IN THE MANAGEMENT OF TYPE 1 DIABETES MELLITUS IN CHILDREN AND ADOLESCENTS

Graduação em Bacharelado em Medicina; Universidade Brasil – Fernandópolis/SP

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11214796


Ana Luiza da Silva¹; Flavio das Graças Santana Junior²; Fredy Leandro de Carvalho Balbuena³; Glimer Dourado4; Jéssica Bitencourt Lima de Souza5; Larissa Felix Cardoso6; Marcos Guilherme Ganz de Souza7; Reniê Pugsley Lima de Souza8; Thiago Lacerda da Fonseca9; Valéria Silveira Dias10.


RESUMO

A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma condição crônica que afeta crianças e adolescentes, exigindo uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Este estudo revisa a literatura existente sobre DM1, destacando os desafios enfrentados por pacientes e familiares após o diagnóstico, a importância da assistência médica contínua e do suporte familiar, e as adaptações necessárias no ambiente escolar. Obstáculos na implementação de uma abordagem integrada, barreiras sociais e estigma relacionado à doença são discutidos, juntamente com a necessidade de colaboração interdisciplinar e integração de serviços de saúde. Conclui-se enfatizando a importância da abordagem multidisciplinar no manejo eficaz da DM1 em crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo 1, crianças, adolescentes, abordagem multidisciplinar, desafios, suporte familiar, ambiente escolar.

ABSTRACT

Type 1 diabetes mellitus (T1DM) is a chronic condition affecting children and adolescents, requiring a multidisciplinary approach for effective management. This study reviews the existing literature on T1DM, highlighting the challenges faced by patients and families after diagnosis, the importance of continuous medical care and family support, and the necessary adaptations in the school environment. Obstacles in implementing an integrated approach, social barriers, and stigma related to the disease are discussed, along with the need for interdisciplinary collaboration and integration of health services. It is concluded by emphasizing the importance of a multidisciplinary approach in the effective management of T1DM in children and adolescents.

Keywords: Type 1 Diabetes Mellitus, children, adolescents, multidisciplinary approach, challenges, family support, school environment.

1. INTRODUÇÃO

A Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma condição crônica caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas, resultando na produção insuficiente de insulina. Esta forma de diabetes é mais comum em crianças e adolescentes, representando cerca de 5 a 10% de todos os casos de diabetes diagnosticados. A DM1 é uma doença complexa que requer atenção constante e cuidados especializados para garantir um bom controle glicêmico e prevenir complicações a longo prazo.

A abordagem tradicional no manejo da DM1 tem sido predominantemente médica, focando na administração de insulina e monitoramento dos níveis de glicose no sangue. No entanto, cada vez mais evidências apontam para a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que envolva não apenas profissionais da saúde, mas também educadores, psicólogos, nutricionistas e outros membros da equipe de cuidados.

Esta abordagem multidisciplinar reconhece que a DM1 não afeta apenas a saúde física do paciente, mas também tem um impacto significativo em sua qualidade de vida, bem-estar emocional e funcionamento social. Portanto, é essencial adotar uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os aspectos clínicos da doença, mas também os aspectos psicossociais e educacionais.

Neste contexto, este estudo tem como objetivo investigar a eficácia de uma abordagem multidisciplinar no manejo da DM1 em crianças e adolescentes. Buscamos compreender como a colaboração entre diferentes profissionais de saúde pode contribuir para melhorar o controle glicêmico, a qualidade de vida e o bem-estar geral desses pacientes. Ao analisar criticamente a literatura existente e identificar lacunas no conhecimento, esperamos fornecer insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de manejo mais abrangentes e eficazes para a DM1 em crianças e adolescentes.

2. DESCRIÇÃO DA DIABETES MELLITUS TIPO 1

A Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença crônica autoimune que afeta principalmente crianças e adolescentes, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária. A sua incidência tem aumentado globalmente, tornando-se um importante problema de saúde pública. O diagnóstico de DM1 geralmente ocorre na infância e adolescência, com a maioria dos casos diagnosticados antes dos 20 anos de idade. Um estudo epidemiológico realizado no sul do Brasil, conduzido por Souza et al. (2020), destacou a prevalência significativa de cetoacidose diabética como a apresentação inicial da DM1 em crianças e adolescentes, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado da doença.

O estudo realizado por Souza et al. (2020) destacou uma prevalência significativa de cetoacidose diabética como a apresentação inicial da Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) em crianças e adolescentes. Isso ressalta a importância crucial do diagnóstico precoce e do manejo adequado da doença. A cetoacidose diabética é uma complicação grave que pode ocorrer quando a DM1 não é diagnosticada e tratada a tempo, enfatizando a necessidade de vigilância constante e intervenção precoce para evitar complicações graves e potencialmente fatais.

Os sintomas da DM1 incluem poliúria (aumento da frequência urinária), polidipsia (sede excessiva), polifagia (aumento do apetite), perda de peso inexplicada, fadiga e fraqueza. Esses sintomas geralmente se desenvolvem rapidamente ao longo de semanas ou meses e podem levar a complicações graves se não forem tratados adequadamente. A cetoacidose diabética, uma complicação potencialmente fatal da DM1, ocorre quando há uma falta severa de insulina no organismo, levando à produção excessiva de corpos cetônicos e acidificação do sangue.

O diagnóstico da DM1 é baseado na presença de sintomas clássicos, como poliúria, polidipsia e perda de peso inexplicada, associados à hiperglicemia e glicosúria. Além disso, exames laboratoriais, como a dosagem de glicemia e hemoglobina glicada (HbA1c), são fundamentais para confirmar o diagnóstico. Estudos como o de Freitas et al. (2021) enfatizam a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações e melhorar o prognóstico dos pacientes.

Estudos como o de Moreira et al. (2016) e Souza et al. (2020) têm destacado as dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes com DM1, incluindo restrições dietéticas, necessidade de monitoramento constante da glicemia e administração de insulina, além do estigma associado à doença. Esses aspectos podem impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes, interferindo em atividades cotidianas e nas relações sociais.

O impacto da DM1 na qualidade de vida dos pacientes é significativo, afetando não apenas a sua saúde física, mas também o seu bem-estar emocional, social e psicológico. O manejo contínuo da doença requer monitoramento rigoroso da glicose no sangue, administração de insulina, controle da dieta e atividade física regular. Além disso, as complicações crônicas da DM1, como retinopatia diabética, neuropatia e doença renal, podem ter um impacto duradouro na qualidade de vida e na expectativa de vida dos pacientes.

Em resumo, a DM1 é uma doença crônica que requer um diagnóstico precoce e um manejo abrangente para garantir o controle glicêmico adequado e prevenir complicações a longo prazo. O reconhecimento dos sintomas clássicos da doença, juntamente com uma avaliação clínica e laboratorial cuidadosa, é fundamental para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado. O apoio multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, educadores e familiares, é essencial para ajudar os pacientes a enfrentarem os desafios físicos, emocionais e psicossociais associados à DM1.

3. ABORDAGEM TERAPÊUTICA MULTIDISCIPLINAR

A abordagem multidisciplinar no manejo da Diabetes Tipo 1 (DM1) desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Essa equipe é composta por profissionais de diversas áreas, como endocrinologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e educadores em diabetes, que trabalham em conjunto para oferecer uma assistência abrangente e personalizada.

Estudos, como o documento da American Diabetes Association (2022), destacam a importância da colaboração entre os membros da equipe multidisciplinar para otimizar o controle glicêmico, prevenir complicações e promover a adesão ao tratamento. Cada profissional desempenha um papel específico, contribuindo com sua expertise para atender às necessidades individuais dos pacientes.

No manejo da DM1, as intervenções terapêuticas podem incluir tanto o uso de medicamentos, como a insulina, quanto medidas não farmacológicas, como a educação em diabetes, a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física. Essas abordagens têm como objetivo controlar a glicemia, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A American Diabetes Association (2022) fornece diretrizes atualizadas para o tratamento farmacológico da DM1, incluindo recomendações sobre o tipo e a dosagem de insulina a serem utilizados. Além disso, estratégias não farmacológicas, como a educação em diabetes e o suporte psicológico, são fundamentais para capacitar os pacientes a gerenciarem sua condição de forma eficaz.

As terapias cognitivo-comportamentais (TCC) desempenham um papel importante no manejo da DM1, ajudando os pacientes a desenvolverem habilidades de autorregulação, enfrentar desafios emocionais e promover mudanças de comportamento saudáveis. Essas terapias podem incluir técnicas de modificação de comportamento, resolução de problemas e treinamento de habilidades sociais. Estudos têm demonstrado que as TCCs são eficazes na redução do estresse relacionado à doença, na melhoria do controle glicêmico e na promoção de comportamentos saudáveis de autocuidado. A integração dessas terapias na abordagem multidisciplinar da DM1 pode contribuir significativamente para o bem-estar emocional e físico dos pacientes.

A participação ativa dos pais e da escola é essencial para o sucesso do tratamento da DM1 em crianças e adolescentes. Os pais desempenham um papel fundamental no apoio emocional, na administração da medicação e na promoção de hábitos saudáveis de vida. Além disso, a colaboração com a escola é importante para garantir um ambiente seguro e favorável ao manejo da condição.

A American Diabetes Association (2022) fornece orientações para pais e educadores sobre como lidar com situações específicas relacionadas à DM1 na escola, como a administração de insulina, o monitoramento da glicemia e a gestão de emergências. A parceria entre pais, escola e equipe multidisciplinar de saúde é fundamental para garantir o bem-estar e o sucesso acadêmico dos alunos com DM1.

4. PERSPECTIVA MÉDICA E FARMACOLÓGICA

A perspectiva médica e farmacológica no manejo da diabetes tipo 1 é fundamental para garantir um tratamento eficaz e personalizado para os pacientes. A avaliação médica desempenha um papel crucial na determinação da necessidade de intervenção farmacológica, considerando fatores como a gravidade da condição, a resposta individual ao tratamento e quaisquer condições médicas concomitantes. Através de uma abordagem baseada em evidências, os médicos podem prescrever medicamentos apropriados, como insulina e outros agentes farmacológicos, para controlar os níveis de glicose no sangue e prevenir complicações a longo prazo (American Diabetes Association, 2022). Nessa perspectiva, destacam-se os seguintes pontos:

  1. Avaliação Médica para Determinar a Necessidade de Intervenção Farmacológica: A avaliação médica minuciosa é essencial para determinar a necessidade de intervenção farmacológica no tratamento da DM1. Por meio de exames clínicos, testes laboratoriais e avaliação do histórico médico do paciente, os profissionais de saúde podem identificar a gravidade da condição e prescrever o tratamento mais adequado para controlar os níveis de glicose no sangue.
  2. Monitoramento dos Efeitos Colaterais e Ajustes Terapêuticos: O monitoramento regular dos pacientes com DM1 é fundamental para identificar efeitos colaterais dos medicamentos e realizar ajustes terapêuticos conforme necessário. Isso inclui o acompanhamento dos níveis de glicose no sangue, a avaliação da função renal e hepática, além da observação de possíveis complicações relacionadas à doença.
  3. Papel da Medicina no Tratamento da Diabetes Tipo 1: A medicina desempenha um papel central no tratamento da DM1, fornecendo orientações precisas sobre o uso adequado de medicamentos, como insulina, para controlar os níveis de glicose no sangue. Além disso, os profissionais de saúde oferecem suporte e educação aos pacientes e seus familiares sobre a importância da adesão ao tratamento, da alimentação saudável e da prática regular de atividade física.

O estudo de Menezes et al. (2017) destaca as dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes após o diagnóstico de DM1, enfatizando a importância da assistência médica e do suporte contínuo para garantir uma gestão eficaz da doença. Uma das principais dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes com DM1 é a necessidade de realizar ajustes significativos em seu estilo de vida. Isso inclui a adoção de uma dieta balanceada, o monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue, a administração adequada de insulina e a prática regular de exercícios físicos. Essas mudanças podem ser desafiadoras e exigem apoio e orientação constantes por parte dos profissionais de saúde e da família.

Além disso, o controle da glicose no sangue pode ser imprevisível, levando a flutuações nos níveis de energia, humor e bem-estar emocional. As crianças e adolescentes com DM1 podem enfrentar episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, que podem afetar sua capacidade de concentração na escola, desempenho acadêmico e interações sociais. A necessidade de realizar monitoramento constante da glicose no sangue e a administração regular de insulina também pode causar estresse e ansiedade, especialmente em situações em que a rotina é interrompida, como viagens, eventos sociais ou atividades esportivas.

Diante desses desafios, a assistência médica e o suporte contínuo desempenham um papel fundamental na gestão eficaz da DM1 em crianças e adolescentes. Os profissionais de saúde devem fornecer educação detalhada sobre a doença, orientações sobre o autocuidado e estratégias para lidar com situações desafiadoras. Além disso, o apoio emocional e psicossocial é essencial para ajudar os pacientes a enfrentarem os desafios do dia a dia e promover uma melhor qualidade de vida.

Portanto, o estudo de Menezes et al. destaca a importância da abordagem multidisciplinar no cuidado de crianças e adolescentes com DM1, enfatizando a necessidade de uma equipe de saúde bem coordenada, que ofereça suporte abrangente e personalizado para atender às necessidades específicas desses pacientes.

5. ABORDAGEM EDUCACIONAL E ESCOLAR

Uma abordagem educacional e escolar abrangente e colaborativa desempenha um papel fundamental no sucesso acadêmico e no bem-estar geral de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1. A escola é um ambiente onde esses jovens passam a maior parte do seu tempo durante os dias letivos, e é crucial que este ambiente seja adaptado para atender às suas necessidades específicas de saúde. Adaptações no ambiente escolar são essenciais para criar um ambiente seguro e favorável, onde os alunos possam gerenciar sua diabetes de forma eficaz. Isso pode incluir a disponibilidade de lanches saudáveis e de baixo teor de açúcar, intervalos regulares para monitoramento da glicose no sangue e administração de insulina, além de procedimentos de emergência bem definidos em caso de hipoglicemia ou hiperglicemia.

Estratégias de ensino e aprendizagem eficazes também são fundamentais para garantir que os alunos com diabetes tipo 1 possam alcançar seu pleno potencial acadêmico. Isso pode envolver a implementação de planos de educação individualizados (PEI), que levam em consideração as necessidades específicas de cada aluno, como horários flexíveis para exames, permissão para sair da sala de aula para tratar episódios de hipoglicemia, e suporte adicional durante períodos de alta carga de trabalho ou estresse.

O estudo de Leal et al. (2012) ressalta a relevância da experiência dos familiares de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 no contexto escolar. Ele destaca como a vivência desses familiares pode influenciar significativamente o manejo da condição pelos alunos, bem como sua adaptação e participação no ambiente escolar. Ao reconhecer a importância da vivência dos familiares, o estudo evidencia a necessidade de uma abordagem holística no cuidado desses alunos. Essa abordagem não deve se limitar apenas às necessidades médicas do aluno, mas também considerar o suporte emocional, prático e educacional fornecido pela família e pela comunidade escolar.

A pesquisa destaca que a colaboração entre familiares, profissionais de saúde e educadores é essencial para garantir um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos os alunos, independentemente de suas condições médicas. O apoio e a compreensão dos familiares podem desempenhar um papel crucial no gerenciamento eficaz da diabetes tipo 1, ajudando os alunos a lidarem com os desafios diários relacionados à sua condição e incentivando sua participação ativa na vida escolar.

Portanto, a partir das conclusões do estudo de Leal et al. (2012), fica evidente que uma abordagem verdadeiramente integrada e centrada no aluno deve levar em consideração não apenas as necessidades individuais do aluno, mas também o contexto familiar e escolar em que ele está inserido. Essa abordagem colaborativa e abrangente é fundamental para garantir que todos os alunos tenham acesso igualitário a oportunidades educacionais e possam alcançar seu pleno potencial acadêmico e pessoal.

6. DESAFIOS E BARREIRAS NA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR DA DM1

A implementação de uma abordagem multidisciplinar no manejo da DM1 em crianças e adolescentes enfrenta diversos obstáculos que podem impactar negativamente a eficácia do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. O estudo de Fernandes e Oliveira (2016) destaca como as doenças crônicas na infância, incluindo a DM1, podem impactar significativamente o cotidiano da criança e de seus cuidadores. Entre esses obstáculos, destacam-se:

  1. Obstáculos na implementação de uma abordagem integrada: A falta de integração entre os diferentes profissionais de saúde envolvidos no cuidado da DM1 pode dificultar a coordenação do tratamento e a comunicação entre as equipes médicas. Isso pode resultar em lacunas na prestação de cuidados e na falta de alinhamento nas estratégias terapêuticas adotadas.
  2. Barreiras sociais e estigma relacionado à diabetes tipo 1: O estigma social associado à DM1 pode afetar negativamente a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes, especialmente crianças e adolescentes. O desconhecimento e a desinformação sobre a condição podem levar a atitudes discriminatórias por parte da sociedade, o que pode impactar o bem-estar emocional e psicossocial dos pacientes.
  3. Necessidade de colaboração interdisciplinar e integração de serviços de saúde: A abordagem multidisciplinar no manejo da DM1 requer uma colaboração estreita entre profissionais de diferentes áreas, como endocrinologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. No entanto, a falta de integração entre esses profissionais e a fragmentação dos serviços de saúde podem dificultar a implementação eficaz de programas de cuidados integrados.

Esses desafios ressaltam a importância de uma abordagem multidisciplinar abrangente que leve em consideração não apenas os aspectos clínicos da doença, mas também suas implicações sociais, emocionais e psicossociais. A colaboração interdisciplinar e a integração de serviços de saúde são fundamentais para superar essas barreiras e garantir uma abordagem abrangente e centrada no paciente no manejo da DM1.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão integrativa sobre a abordagem multidisciplinar no manejo da Diabetes Mellitus Tipo 1 em crianças e adolescentes oferece insights valiosos sobre os desafios, barreiras e oportunidades associadas ao tratamento dessa condição crônica. Ao recapitular as principais descobertas desta revisão, é evidente que a abordagem multidisciplinar é fundamental para garantir um cuidado abrangente e eficaz para os pacientes.

Uma das principais conclusões é que a Diabetes Mellitus Tipo 1 não afeta apenas a saúde física, mas também tem um impacto significativo na qualidade de vida e bem-estar emocional dos pacientes. Portanto, uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os aspectos médicos da doença, mas também os aspectos psicossociais, é essencial para garantir uma gestão eficaz.

As implicações para a prática clínica são claras: os profissionais de saúde devem adotar uma abordagem colaborativa e interdisciplinar para o manejo da diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes. Isso envolve a integração de diferentes especialidades, como endocrinologia, enfermagem, psicologia, nutrição e educação, para fornecer um cuidado completo e personalizado.

Além disso, é importante reconhecer a necessidade de maior pesquisa nesta área. Existem ainda lacunas significativas no conhecimento sobre as melhores práticas de tratamento, estratégias de prevenção e intervenções para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes tipo 1. Portanto, futuros estudos devem se concentrar em abordagens inovadoras, avaliações de eficácia e intervenções centradas no paciente.

Em última análise, esta revisão reforça a importância contínua de uma abordagem multidisciplinar no manejo da Diabetes Mellitus Tipo 1 em crianças e adolescentes. A colaboração entre profissionais de saúde, pacientes, familiares e educadores é essencial para garantir um cuidado abrangente, personalizado e centrado no paciente, que leve em consideração não apenas a condição médica, mas também as necessidades emocionais, sociais e educacionais dos indivíduos afetados.

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¹Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
²Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
³Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
4Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
5Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
6Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
7Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
8Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
9Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
10Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil