REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11214192
Carlos Eduardo Lima Monteiro
André Soares Trindade
Darlan Tavares dos Santos
Mel Bispo Batalha de Andrade
Flávia Lustosa Meireles
Juliana Santos da Silva
Mariana Menezes Corcinio
Isadora Gonçalves Da Rocha
Luciene Oliveira Souza
Wesley Dias Cordeiro
Estélio Henrique Martin Dantas
Resumo:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem por principal característica déficit na comunicação social e na socialização, além de apresentar comportamentos restritos e repetitivos. O objetivo do presente estudo é investigar a influência da natação infantil no desenvolvimento motor em crianças com TEA. O método da pesquisa foi uma revisão de literatura, onde foram utilizadas quatro bases de dados, sendo elas: PubMed, Web Of Science, Lilacs e Scielo Brasil. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos que atendessem os seguintes critérios: prática de natação para crianças autistas, artigos publicados nos últimos 10 anos e crianças de 0 a 14 anos de idade, como critério de exclusão os estudos de revisão. Foram achados neste recorte o total de 6 artigos que tratam sobre os efeitos de uma intervenção motora no ambiente aquático para crianças com autismo. É possível concluir que a terapia aquática pode ser benéfica para crianças com TEA em diversas áreas como melhora nas habilidades motoras, equilíbrio estático e dinâmico, além de competências interpessoais.
Palavras chaves: criança; natação; transtorno do espectro autista; desenvolvimento motor
Abstract:
The Autism Spectrum Disorder is primarily characterized by deficits in social communication and socialization, in addition to presenting restricted and repetitive behaviors. The objective of the present study is to investigate the influence of children’s swimming on motor development in children with ASD. The research method was a literature review, where four databases were used, namely: PubMed, Web Of Science, Lilacs, and Scielo Brasil. Inclusion criteria consisted of articles meeting the following criteria: swimming practice for autistic children, articles published in the last 10 years and children aged 0 to 14 years, review studies as na exclusion criteria. In this selection, a total of 6 articles addressing the effects of a motor intervention in the aquatic environment for children with autism were found. It can be concluded that aquatic therapy can be beneficial for children with ASD in various areas such as improvement in motor skills, static and dynamic balance, as well as interpersonal competencies.
Keywords: kids; swimming; autism spectrum disorders; motor skills
Introdução:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com algum tipo de deficiência, sendo que cerca de 200 milhões enfrentam dificuldades funcionais significativas (Fiocruz, 2020). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 45 milhões de pessoas no Brasil possuem algum tipo de deficiência, o que representa quase 25% da população do país. (IBGE, 2019)
Ao direcionar dados sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), estes nos alertam sobre o aumento significativo de pessoas diagnosticadas ao longo dos anos. Neste sentido, Zeidan et al. (2022) informaram que a cada 100 pessoas no mundo tem o diagnóstico de TEA. E de acordo com o estudo apresentado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, mostrou que que 1 em cada 36 pessoas tem TEA (CDC, 2023). Ao tratar dos assuntos no Brasil o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não forneceu o quantitativo de pessoas com TEA, contudo ao relacionar as informações obtidas em demais estudos mencionados, estima-se que cerca de 4,7 milhões de brasileiros tenham o TEA.
O TEA tem por principal característica déficit na comunicação social e na socialização, além de apresentar comportamentos restritos e repetitivos. Ainda, pessoas com TEA apresentam os sintomas nos primeiros anos de vida. (American Psychological Association, 2013) E quando se trata de atrasos o desenvolvimento, alguns dados mostram que de 39% a 87% apresentam deficiências motoras nas atividades diárias (Bhat, 2020).
O tratamento deve ser individualizado, pois não existem duas pessoas autistas com as mesmas características. Portanto, é necessário um campo aberto de atuações direcionadas, levando em consideração as necessidades específicas de cada pessoa autista. As terapias podem variar de acordo com cada caso, incluindo estratégias de comunicação alternativas, intensidade e duração de terapias e treinamentos. Além disso, é importante proporcionar tratamentos priorizem as preferências e interesses de cada indivíduo. (Guimarães et al., 2022)
Além disso, é importante promover um ambiente inclusivo e acolhedor, onde as pessoas com TEA se sintam seguras e bem-vindas. Isso pode envolver a sensibilização e capacitação dos profissionais e funcionários do local, bem como a conscientização dos demais frequentadores sobre o TEA e a importância da inclusão. (Monteiro et. al, 2021)
É importante incentivar a prática de atividade físicas no dia a dia das pessoas com TEA, seja por meio de brincadeiras, jogos ou outras formas de movimento. Essas atividades contribuem para o desenvolvimento motor, interação social e a melhoria da qualidade de vida. Profissionais qualificados, espaços acessíveis e uma abordagem individualizadas são essenciais para garantir a segurança e atender às necessidades especificas dessas pessoas (Monteiro, 2023)
Para um melhor aproveitamento dos tratamentos, as atividades realizadas com o TEA precisam ter a finalidade de expandir o mais elevado nível de autonomia da criança (Gadia; Tuchman, & Rotta, 2004). Diante das características que o indivíduo com autismo apresenta, é imprescindível a realização de atividades que colaboram para sua socialização, imaginação e comunicação (Ferreira et al., 2018). A natação é um esporte que contribui de forma significativa dentro dessas características mesmo sendo um esporte individualizado. (Pan, 2011)
O profissional de educação física que realiza intervenções com o TEA, esta envolvido no processo de aprendizagem e socialização, não deve exclusivamente priorizar questões ligadas ao aprimoramento físico, mas sim, auxiliar no vasto conjunto de interações sociais, comunicação e comportamento (Monteiro, 2023).
Lourenço et al. (2015) realizaram uma revisão sistemática para verificar os efeitos de programa de intervenção em atividade física para pessoas com TEA, apesar do estudo apontar sobre as atividades aquáticas, não houve um aprofundamento sobre as interferências do programa de natação a crianças com TEA e a aquisição das habilidades motoras nestes treinamentos. Considerando importantes informações que poderão estimular possibilidades sobre o fenômeno estudado e, portanto, capaz de atingir desfecho nas demandas destes indivíduos dentro do TEA na modalidade da natação. Para tanto, buscou-se indagar, como estão os estudos que envolve o desenvolvimento motor na natação para crianças com transtorno do espectro autista. Diante disso, o presente trabalho teve por investigar a influência da natação infantil no desenvolvimento motor em crianças com TEA.
Método:
O método utilizado nessa pesquisa é uma revisão de literatura que constitui de uma base literária de um determinado fenômeno a ser investigado que contribui para o alcance de uma demanda a ser encontrada. (Thomas et al, 2012)
Procedimento da Pesquisa:
Uma busca sistemática foi realizada nas seguintes bases de dados MEDLINE (US National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences) e Web of Science. As frases de busca foram desenvolvidas utilizando os operadores de lógica booleanos “OR” entre os sinônimos e “AND” entre os descritores. Os termos utilizados foram “Motor Skill”, “Autism Spectrum Disorder” e “Swimming” para o uso de estudos em inglês, e “Desenvolvimento Motor”, “Transtorno do Espectro Autista ” e “Natação” para a língua portuguesa, ainda foram inseridos como descritores Mesh e Decs principais para a estratégia de busca, com os seguintes filtros: últimos 10 anos, humanos e crianças de 0 a 14 anos de idade. Com intuito de oferecer melhores buscas foram utilizados como critério de exclusões estudos de revisões.
Resultados:
Processo de coleta de dados
O Fluxograma dos estudos extraídos foram determinados de acordo com a figura 1 abaixo.
Figura 1. Fluxograma dos estudos incluídos.
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
A partir dos estudos atingidos pelos critérios de inclusão e exclusão foram extraídos os seguintes dados comuns: autor/ano de publicação; título do artigo; objetivo do estudo; participantes, intervenção e programa de treinamento, conforme quadro 1 abaixo.
Quadro 1. Dados em comuns extraídos dos estudos incluídos
Autor/Ano | Título | Objetivo | Participantes | Intervenção | Programa de Treinamento |
Vodakova et al. (2022) | The Effect of Halliwick Method on Aquatic Skills of Children with Autism Spectrum Disorder | Avaliar o efeito de um programa de intervenção de sete semanas do método Halliwick no desenvolvimento de habilidades aquáticas, habilidades motoras grossas e habilidades mentais relevantes para a competência aquática de crianças com transtorno do espectro do autismo. | 7 crianças (6 homens e 1 mulher) idade média 9,4 anos | 60 min, 1x por semana, durante 9 semanas | Método Halliwick |
Zanobini; Solari (2019) | Efectiveness of the Program “Acqua Mediatrice di Comunicazione (Water as a Mediator of Communication) on Social Skills, Autistic Behaviors and Aquatic Skills in ASD Children | Analisar a eficácia de um programa de natação nas habilidades interpessoais, maneirismos autistas e habilidades aquáticas em crianças com transtornos do espectro do autismo | 13 grupo experimental (10 homens e 3 meninas) idade média 5,68 e 12 no grupo controle (9 homens e 3 mulheres) idade média 5,42 | 12 sessões para cada criança, com meia hora de duração | Programa “Acqua Mediatrice di Comunicazione” |
Ansari et al. (2020) | The Efects of Aquatic Versus Kata Techniques Training on Static and Dynamic Balance in Children with Autism Spectrum Disorder | Comparar o efeito de um programa de exercícios terrestres e de natação nas habilidades de equilíbrio em crianças com autismo. | Idade média 10,80 anos, apenas os meninos. Técnica de kata 10 crianças; Exercício aquático 10 crianças; Grupo controle 10 crianças) | Natação: 10 semanas com 20 sessões, sendo 2 sessões por semanas e 60 minutos de sessão. 5 minutos de aquecimento, 15 minutos de orientação, 20 minutos de treinamento básico e 15 minutos de natação livre e 5 minutos de volta a calma) Kata: 10 semanas com 20 sessões, sendo 2 sessões por semanas e 60 minutos de sessão | Exercícios aquáticos combinados com método halliwick. Técnicas de Kata. |
Marzouki et al. (2022) | Effects of Aquatic Training in Children with Autism Spectrum Disorder | Investigar e comparar a eficácia de dois regimes de treinamento aquático (técnico vs. Baseado em jogos) nas habilidades motoras grossas, comportamento estereotipado e regulação emocional em crianças com tea | 22 crianças (19 meninos e 03 meninas) idades entre 6 e 7 anos, as divisões dos grupos foram: técnica de natação (07 meninos e 1 meninas); baseados em jogos aquáticos (08 meninos) e controle (5 meninos e 1 menina). | em 08 semanas, 16 sessões, 50 minutos por aula. Os grupos de intervenções utilizaram de 5 minutos de aquecimento geral, 7 minutos de aquecimento específico, 30 minutos de treinamento programado e 8 minutos de volta a calma | Método halliwick e habilidades básicas da natação, e jogos baseados nos jogos cooperativos. |
Caputo et al. (2018) | Effectiveness of a Multisystem Aquatic Therapy for Children with Autism Spectrum Disorders | Testar a eficácia de uma terapia aquática multissistêmica nas habilidades comportamentais, emocionais, sociais e de natação de crianças com TEA | 26 crianças (17 homens e 09 mulheres) Idade média: 8,3 anos | 10 meses de intervenção | Protocolo CI-MAT inclui três fases: fase I – Adaptação Emocional; fase II – Adaptação à Natação; Estágio III – integração social |
Battaglia et al. (2019) | Influence of a specific aquatic adapted physical activity in a child with Autism Spectrum Disorders: A case study | Examinar os efeitos de uma Terapia Aquática Multissistêmica específica (CI-MAT) nas habilidades motoras grossas e adaptativas em uma criança com TEA. | 1 participante com idade de 4 anos | 12 semanas | Programa de terapia aquática multissistêmica (CI-MAT) |
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
Discussão:
O objetivo desta revisão de literatura foi verificar estudos que fornecem informações da prática da natação sobre o desenvolvimento motor em crianças com TEA. Um total de 6 estudos foram achados neste recorte que tratam sobre os efeitos de uma intervenção motora no ambiente aquático para crianças com TEA.
No estudo de Vodakova et al. (2022), foram apresentados os efeitos de uma intervenção utilizando o método Halliwick. Participaram do estudo 7 crianças, com idade média de 9,4 anos, que passaram por intervenções de 9 semanas, com sessões semanas de 60 minutos. Cada criança foi avaliada por meio do teste de orientação aquática (WOTA- 1) e do teste de função motora grossa. O mesmo método de treinamento utilizado nas atividades aquáticas no estudo de Ansari et al. (2020), porém, neste último, foi utilizado uma intervenção motora diferentes para finas de comparação com atividades terrestres. Com base nesses estudos que utilizaram o método Halliwick, que inclui exercícios para controle da respiração, equilíbrio para flutuar na água sem assistência, rotação transversal, sagital, longitudinal e controle combinado, habilidades de impulso e braçadas de natação, pôde-se observar melhorias significativas no desenvolvimento das habilidades motoras com esse tipo de treinamento. No entanto, não foram observadas alterações comportamentais nas estereotipias, que são características das crianças autistas, nem houve diferenciação em relação às atividades terrestres no que diz respeito às propriedades físicas da água ao efeito gravitacional do ambiente terrestre.
De acordo com o estudo de Caputo et al. (2018), que utilizaram um protocolo de Multi-systemic Aquatic Therapy (CI-MAT), envolvendo 26 crianças com idade média de 8,3 anos, divididas em dois grupos (experimental e controle), ao longo de 10 meses de treinamento, o programa de atividades aquáticas teve efeitos significativos em relação às atividades terrestres no equilíbrio dos participantes. No entanto, não foi realizada uma avaliação aprofundada dos aspectos sociais. Battaglia et al. (2019) realizaram um estudo de caso com mesmo programa utilizado por Caputo et al. (2018), baseado no CI-MAT que é um programa de terapia aquática multi-sistêmica composto por três fases: adaptação emocional, adaptação a natação e integração social. Esse estudo também demonstrou melhoria nas habilidades motoras grossas do participante ao longo de 12 semanas.
Marzouki et al. (2022) realizaram um estudo que visava apresentar duas formas de treinamento aquático para 22 crianças com idades entre 6 e 7 anos, com duração de 8 semanas, totalizando 16 sessões de 50 minutos. Os grupos experimentais participaram de atividade de treinamento tradicional e jogos cooperativos. Foi destacado que, independentemente do formato do treinamento, ambos os grupos apresentaram melhorias nas habilidades motoras. No entanto, não foram observadas alterações no funcionamento emocional o que ressalta a importância de programas que incluam aspectos cosias e relações socioafetivas. Esses aspectos foram borados no estudo de Zanobini e Solari (2019), que demonstraram a importância da comunicação efetiva nas atividades aquáticas, utilizando o programa aquático “Acqua Mediarice di Comunicazione”. Esse programa tem como objetivos alcançar familiaridade com o ambiente aquático e aprender os fundamentos da natação, além de estabelecer uma relação interpessoal positiva com o adulto e, gradualmente com os pares. Esse programa mostrou melhorias nas habilidades interpessoais e redução dos comportamentos estereotipados.
A variação nas avaliações realizadas nos estudos foi um ponto importante para analisar a dificuldade de estabelecer uma avaliação adequada para a população com TEA, o que demonstra a complexidade encontrada ao abordar estudos que utilizam atividades aquáticas para avaliar o desenvolvimento das habilidades no ambiente líquido. No estudo de Vodakova et al. (2022), os participantes foram avaliados por meio do Water Orientation Teste Alyn 1 (WOTA-1), que é utilizado para avaliar crianças com dificuldades ou sem compreensão de instruções. Já no estudo de Caputo et al. (2018), a avaliação foi realizada por meio da Humphrie´s Assessment of Aquatic Readiness (HAAR), que avalia em cinco etapas: adaptação, introdução ao meio líquido, mudanças de decúbito, equilíbrio e controle motor, e autonomia funcional. Nos demais estudos, o desenvolvimento motor dos participantes foi avaliado por meio de observações e testes que não foram especificamente direcionados o ambiente aquático. Embora esses tests possam servir como parâmetros de comparação, ainda não são considerados ideias. Além disso, é importante ressaltar que o método Halliwick que é baseado em pontuações, é destinado a indivíduos que não tiveram contato com o ambiente aquático em suas intervenções, e direcionado a pessoas com deficiência física e/ou sensorial.
É importante notar que os resultados variam entre os estudos, dependendo das características específicas dos participantes, dos programas de intervenção utilizados e das medidas de avaliação empregadas. No entanto, no geral, os estudos destacam o potencial da terapia aquática como uma abordagem terapêutica eficaz para crianças com TEA, fornecendo melhorias físicas, motoras e sociais.
A terapia aquática mostrou-se eficaz em promover o desenvolvimento de habilidades físicas e motoras, ao mesmo tempo em que proporciona um ambiente social e de interação positiva com adultos e pares. Além disso, os estudos ressaltaram a importância do aspecto social implementado nos programas de treinamento, independentemente do tipo de atividade aquática realizada.
Em contrapartida do estudo realizado por Lourenço et al. (2016) trazerem uma revisão sobre diferentes programas de intervenções sobre a prática de atividade física, observou que no universo achados de estudos de 18 programas de atividades físicas, apenas 4 retratavam sobre a modalidade da natação como um programa, mas que não houve teve um alcance sobre possibilidades, além de faixa etárias bastante variável, o que determina apenas a eficácia de um programa de treinamento aquático no tratamento do TEA.
Sabe-se que a atividade física realizada de forma adequada, com profissionais qualificados, contribui para a qualidade de vida do indivíduo e é especialmente eficaz para pessoas com TEA (De Oliveira et al., 2020). Ainda que exista a carência de estudos nas universidades como apontaram Mahl e Munster (2015) ao tratar de educação física e educação especial nas teses e dissertações, o que implica em poucas oportunidades de averiguar a efetividade das aulas e novos programas que direcionam a população com TEA e trazer profissionais mais capacitados a atender essa demanda.
Conclusão:
É possível concluir que a terapia aquática pode ser benéfica para crianças com TEA em várias áreas. Os estudos indicaram que programas de treinamento aquático, como natação, exercícios aquáticos combinados com o método halliwick e o programa “Acqua Mediatrice di Comunicazione“, demonstraram melhorias nas habilidades motoras, equilíbrio estático e dinâmico, e competências interpessoais dessas crianças.
Contudo, a realização de novos estudos que tenham a natação como intervenção motora para crianças com TEA e que, futuramente permitirá analisar de forma mais aprofundada o desempenho motor através do meio líquido. Além de aumentar a quantidade de participantes em estudos dessa magnitude, que poderão contribuir para um resultado mais confiável e preciso sobre a eficácia da prática da natação sobre o desenvolvimento motor em crianças com TEA.
Sugere-se também a realização de estudos experimentais que investigam meios ou métodos para avaliar as habilidades motoras aquáticas das crianças com TEA, a fim de melhorar seus engajamentos na prática das atividades aquáticas e testes específicos no desenvolvimento motor no meio aquático.
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