THE IMPORTANCE OF THE PHARMACEUTICAL PROFESSIONAL IN COMBATING BACTERIAL RESISTANCE CAUSED BY THE INADEQUATE USE OF ANTIBIOTICS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11212433
Bruna Saraiva de Morais1
Graziella Kamilla Lopes dos Reis2
Kelly Mayanny Inacio Silva3
Halline Cardoso Jurema4
Cinthya Régya de Sousa Nunes5
Thales Guilherme Silva Campo6
Maria Júlia Pereira de Sousa Milhomem7
Agrinazio Geraldo Nascimento Neto8
Leônidas Pereira da Silva Neto9
Talia Gonçalves Ribeiro Matias10
Resumo
A resistência bacteriana é um problema de saúde pública, sendo frequentemente associada ao aumento da morbidade e letalidade em locais de cuidados à saúde. O uso irracional e indiscriminado de antibióticos é um fator importante relacionado a indução da resistência bacteriana. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os antibióticos estão entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo, sendo que aproximadamente 50% das prescrições não são adequadas para o microrganismo causador da doença apresentada pelo cliente. Diante desse contexto, o objetivo da pesquisa foi descrever a importância do profissional farmacêutico no combate a resistência bacteriana mediante ao uso inadequado de antibióticos. Logo, foi realizada uma Revisão Integrativa, sendo a busca realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Resultados e discussões: O presente estudo feito mostra a importância da intervenção farmacêutica no uso de antibióticos, sendo esse o profissional qualificado para elaborar e analisar os indicadores de quando se faz indispensável o uso de antibióticos, a adequação da dose e em casos que a medicação deve ser suspendida visando a melhor terapêutica do paciente junto a equipe multidisciplinar. Considerações finais: Dentro do combate a resistência microbiana, o farmacêutico é o profissional habilitado para montar indicadores precisos e seguros de intervenção na indicação de antibióticos, sendo qualificado para evitar o uso desnecessário, ou por tempo inadequado.
Palavras-chave: Farmacêutico. Bactérias. Resistência. Antibióticos.
1 INTRODUÇÃO
Os antibióticos são fármacos provenientes de meio natural ou sintético que na sua capacidade, tem o propósito de impedir o crescimento microbiano, ou matar as bactérias (APFH, 2022).
A resistência bacteriana é fator do qual a bactéria ganha uma resistência a ação dos antibióticos, inferiorizando ou anulando a capacidade desses medicamentos. (ALOS, 2014; VIERA; VIEIRA, 2017; FURTADO et al., 2019).
A resistência bacteriana é um problema de saúde pública, sendo frequentemente associada ao aumento da morbidade e letalidade em locais de cuidados à saúde. O uso irracional e indiscriminado de antibióticos é um fator importante relacionado a indução da resistência bacteriana (ALMEIDA; DE MIRANDA, 2020, DE BRITO; TREVISAN, 2021).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os antibióticos estão entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo, sendo que aproximadamente 50% das prescrições não são adequadas para o microrganismo causador da doença apresentada pelo cliente. (OMS, 2020).
A resistência aos antibióticos tem atingido por volta de meio milhão de pessoas com infecção bacteriana, o que nos dá um alerta a respeito de um esgotamento de opções de tratamentos, pois mesmo os tratamentos de infecções simples podem levar a complicações (TRONCOSO; ALENCAR, 2020). No sistema de saúde, o profissional farmacêutico é responsável por identificar, corrigir ou reduzir os riscos relacionados à terapêutica do paciente, solucionando problemas e evitando resultados negativos provenientes de um tratamento incorreto (CAMPOS et al., 2020).
O farmacêutico prioriza a segurança do paciente e auxilia o prescritor em uma escolha adequada de medicamento, contribui diretamente para uma adesão maior ao tratamento e abrangência dos efeitos desejados (TINÔCO, 2021).
Assim, a presente pesquisa torna-se necessária pela urgente carência de ações para a promoção do uso correto de fármacos, pois com o aumento da utilização imprópria dos antibióticos e as mutações bacterianas, evidencia-se o papel da classe profissional farmacêutica que possui a grande responsabilidade de orientar desde a escolha do tratamento, ao acompanhamento farmacoterapêutico com o paciente. Mediante esses fatos se mostra a importância deste profissional na prevenção do uso indiscriminado dos antibióticos e da resistência bacteriana.
Com base no exposto, a pesquisa teve como objetivo descrever de que maneira o uso indiscriminado de antibióticos contribui para o surgimento da resistência bacteriana, evidenciando a importância da atuação do farmacêutico frente a essa problemática.
2 METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho, foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura com o objetivo de reunir e resumir informações disponíveis em bases de dados eletrônicos, com fins de esclarecer pontos importantes sobre o tema. O método de pesquisa utilizada nesse tipo de trabalho teve como objetivo desenvolver uma análise sobre um tema já investigado, sobre o qual há trabalhos na literatura. A revisão integrativa possibilita a criação de novos conhecimentos científicos a partir da análise e síntese de estudos publicados (DOS SANTOS; ARAÚJO; OLIVEIRA, 2020).
Embasada mediante ao conceito de Revisão Integrativa, e em todas as suas etapas, foi assim feita a questão norteadora: Qual o papel do profissional farmacêutico no combate à resistência bacteriana acarretada pelo uso inadequado de antibióticos?
O presente estudo teve como local de pesquisa artigos disponíveis via internet disponíveis na Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, utilizando como palavras chaves: farmacêutico, antibiótico, resistência, bactéria.
Foram incluídos artigos que apresentam estudos e/ou revisão com debates acerca de resistência bacteriana e que abordaram o papel do farmacêutico no controle da resistência bacteriana. Foram excluídos artigos e/ou pesquisas que tenham mais de 5 anos e que não abordam o tema proposto.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a elaboração deste trabalho foi realizado um fluxograma embasado em quatro etapas, levantamento dos artigos, análise, inclusão/exclusão e amostra. Em sua totalidade foram levantados através do SciELO e Google acadêmico um total de 30 artigos, destes foram analisados 20, sendo excluídos 10, obtendo uma amostra total de 10 artigos (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma de seleção dos estudos.
A seguir, foram relacionados os 10 artigos selecionados para o desenvolvimento da Revisão Integrativa (Quadro 1).
Quadro 1. Estudos selecionados para a Revisão Integrativa.
Autores/Ano | Título do artigo | Objetivo do estudo | Resultados | Conclusão |
REIS et al., (2023). | Automedicação e uso indiscriminado de antibióticos. | Descrever a importância do farmacêutico clínico no papel de conscientizar a população sobre osriscos diversos da automedicação e do consumo indiscriminado de antibióticos. | Um dos motivos para esse uso indiscriminado é a falta de informação da população quanto ao usocorreto dos antibióticos, muitos usam os antibióticos para tratar febres, dores de garganta e outras doenças rotuladas como menos graves. | A importância do farmacêutico na administração correta das medicações, uma vez que ele é ocontato final do paciente com quem ele também irá tirar dúvidas e esclarecer sobre a terapia escolhida. |
SOUZA et al., (2021). | A atenção farmacêutica no uso racional de antibióticos: uma revisão narrativa. | Enfatizar a importância da atuação do farmacêutico dentro da Atenção Farmacêutica. | Mostra pela gama de pesquisas como o farmacêutico se atuando de forma árdua na AF traz benefícios para a prevenção do uso irracional de antibióticos. | A atenção farmacêutica é essencial para se esclarecer dúvidas, prevenindo assim o uso desnecessário de antibióticos. |
FERNANDES; AZEVEDO (2023). | Análise das intervenções farmacêuticas no ajuste de dose da antibioticoterapia em pacientes com injúria renal aguda associada à COVID-19. | Avaliar as intervenções farmacêuticas necessárias para ajustes de doses de antibióticos em pacientes atendidos em um Hospital da Zona sul da cidade de São Paulo – SP, no período de maio a agosto de 2020. | Houve necessidade de intervenção farmacêutica para ajuste os seguintes medicamentos: meropenem (41,67%, n=5); piperacilina + tazobactam (33,3%, n=4) e amicacina (25%, n=3), totalizando 12 intervenções realizadas. | Houve um uso elevado de antibióticos. A avaliação da prescrição e as intervenções de ajuste de dose, realizadas pelos farmacêuticos clínicos, contribuem para o não agravamento da lesão renal, podendo ter influência no desfecho clínico do paciente. |
SILVA (2023). | Intervenções farmacêuticas em unidade hospitalar com foco no controle de uso de antimicrobianos: uma revisão integrativa. | Demonstrar, por meio de uma revisão da literatura, o impacto da atuação do farmacêutico e das intervenções farmacêuticas frente ao controle do uso de antimicrobianos. | Um farmacêutico com formação em doenças infecciosas em conjunto com um médico infectologista realizou avaliações e intervenções sobre antibioticoterapia de pacientes. Seguindo essas avaliações e intervenções efetuou-se modificações relevantes e resultou-se que 16,1% dos antibióticos foram avaliados como não indicados e que a aceitação de intervenções farmacêuticas foi de 82,5%. | Demonstrou que cotidianamente detém-se que há a necessidade de incluir o farmacêutico nas equipes de saúde e na rotina hospitalar, e que as intervenções aceitas e executadas contribuem positivamente para a segurança e melhora no tratamento do paciente. |
PEREIRA et al., (2022). | Estudo farmacoeconômico da adoção de fluxo de controle de antimicrobianos pela farmácia clínica de um hospital universitário. | Avaliar o impacto da implantação de novo fluxo de dispensação e controle de antimicrobianos em um hospital universitário. | A redução dos custos observada no período de 2021 em relação ao de 2020 pode estar diretamente relacionada à atuação dos farmacêuticos do hospital em parceria com as equipes multidisciplinares e CCIH, através da triagem de prescrições e controle da dispensação. | A estreita relação entre a farmacoeconomia e o uso racional de antimicrobianos é evidente, de modo que o consumo de antimicrobianos afeta diretamente os custos gerados no hospital. |
DINIZ et al., (2022). | Intervenção Clínica do Cuidado Farmacêutico como Indicador de Qualidade da Assistência Hospitalar em Pediatria. | Dar a ênfase em problemas relacionados a medicações administradas nos pacientes pediátricos de um hospital em Fortaleza-CE. | 58 pacientes foram incluídos no estudo. Ao todo 75 problemas relacionados a medicamentos foram identificados com uma frequência de 76,2% relativos à segurança e estes envolviam fármacos antimicrobianos (45,8%). A adequação da dose (35,7%) correspondeu as intervenções farmacêutica mais frequentes. | O farmacêutico clínico pediátrico é profissional estratégico para identificação e resolução de potenciais PRM’s, contribuindo para a segurança medicamentosa do paciente hospitalizado. |
ASSIS et al., (2023). | Atuação do farmacêutico no gerenciamento do protocolo de Antibioticoprofilaxi a Cirúrgica: da expectativa a realidade. | Avaliar a conformidade da antibioticoprofilaxia cirúrgica considerando o protocolo institucional. | A antibioticoprofilaxia foi realizada em 94,5% (n=281) das cirurgias avaliadas. Deste total, a indicação e a escolha do antimicrobiano estavam em conformidade com o protocolo. O antimicrobiano mais utilizado foi a Cefazolina, cefalosporina de primeira geração, administrada em 92,5% (n=273) dos pacientes. | A atuação do farmacêutico no gerenciamento desses indicadores permite realizar o acompanhamento do consumo de antibióticos, assim como criar estratégias de adesão ao protocolo e avaliar a necessidade de intervenções, garantindo a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada. |
PERUCHI (2021). | O papel do farmacêutico na promoção da saúde no âmbito da atenção básica | Identificar a contribuição do farmacêutico participante das equipes multidisciplinares das UBS, na promoção da saúde e da qualidade de vida da população atendida. Verificar as atribuições do farmacêutico nas UBS; Conhecer as características do uso de medicamentos. Levantar junto à literatura os aspectos positivos da medicação racional para a população atendida pelas UBS. | A automedicação, o uso e a dispensação inadequadas de medicamentos é bastante comum entre os brasileiros, fato que evidencia a relevância do papel do farmacêutico no esclarecimento da população sobre este tema e demonstra a sua importância na promoção da saúde e, por conseguinte na melhora da qualidade de vida dos pacientes | o farmacêutico ao atuar nas UBSs pode contribuir para a promoção da saúde na comunidade à medida que esclarece dúvidas e ensina os pacientes a utilizarem os medicamentos de forma racional, bem como a dispensação adequada deles, considerando-se ainda que esta atuação pode contribuir para a redução da prática da automedicação, um problema visto como de saúde pública no Brasil, dado aos índices elevados desta prática. |
DAMIAN; CLAUDINO; DEUSCHLE (2021). | Avaliação das prescrições médicas de antibacterianos dispensadas com retenção de receita em uma farmácia no interior do Rio Grande do Sul. | Analisar prescrições médicas de antimicrobianos dispensados em uma farmácia do interior do Estado do Rio Grande do Sul, para identificar quais os antibióticos mais dispensados. | Foram analisadas 410 prescrições médicas, em amostra obtida por conveniência. O perfil que se destaca é de mulheres com idades entre 20 e 32 anos. O antimicrobiano mais prescrito no período de estudo foi a Amoxicilina (28,5%), seguido de Azitromicina (13%). | A atuação do profissional farmacêutico, por meio da atenção farmacêutica em todos os âmbitos da saúde, se faz cada vez mais necessária para promover o uso racional dos antimicrobianos de forma efetiva e garantir a sua utilização de forma adequada. |
NEVES et al., (2023). | Análise das intervenções farmacêuticas clínicas em unidade de terapia intensiva de um hospital de urgência e trauma. | Estudar as intervenções farmacêuticas em uma UTI de um hospital de urgência e trauma. | A intervenção farmacêutica foi aceita em 82,25% dos casos visando a melhoria deste paciente. A maior parte de intervenções farmacêuticas ocorreram em prescrições de antimicrobianos 23,72%. | Evidencia-se a importância da atuação do farmacêutico clínico dentro da UTI na prevenção de problemas relacionados à farmacoterapia, bem como na melhoria dos desfechos terapêuticos, promovendo o uso racional de medicamentos. |
Fonte: Dados Primários da Pesquisa (2024).
Segundo o estudo de Reis et al., (2023), o farmacêutico é uma figura de grande importância na parte de conscientizar a população sobre os riscos da automedicação, e o consumo errôneo de antibióticos. Mediante isso se vê a necessidade do farmacêutico clinico para melhor promover o uso racional de medicamentos. O estudo feito por Peruchi (2021), mostra a contribuição direta do farmacêutico na promoção do uso racional de medicamentos, no qual tem uma atuação importante, tendo em vista que é o último profissional da saúde ao qual o paciente terá contato, sendo ele o responsável pela dispensação, orientação, o que por consequência levara ao êxito do tratamento e o uso devido e seguro dos antibióticos.
O estudo feito por Souza et al., (2021), que a descoberta dos antimicrobianos foi de suma importância para evitar desfechos mórbidos de infecções, porém com o surgimento dos antimicrobianos, também se alavancou o surgimento da resistência bacteriana que é consequência do uso inadequado dessas medicações, mediante este cenário a atenção farmacêutica tem um papel fundamental para esclarecer e orientar o paciente.
Segundo Vieira e Freitas (2021) o profissional farmacêutico deve contribuir para a promoção da saúde com suas atitudes, não apenas visando cumprir aquilo que lhe foi imposto por leis, mas mostrando que as farmácias são ambientes propícios a promoção da saúde. O profissional farmacêutico pode ir além, tendo em vista a sua capacitação e a dos demais profissionais da saúde que buscam conhecimento para promover saúde através da utilização de antimicrobianos. Mediante a essas iniciações o farmacêutico traz ainda mais visibilidade para a importância desse profissional dentro de uma equipe multidisciplinar da saúde.
O farmacêutico tem o papel de conscientizar os demais profissionais da equipe multidisciplinar sobre o uso de antibióticos, uma vez que neste presente estudo se nota um elevado uso de antibióticos, onde houve a necessidade de adequações tendo em conhecimento o quadro clínico dos pacientes com COVID-19 e injuria renal (Fernandes; Azevedo, 2023).
O estudo de Melo et al., (2023) as atribuições clínicas que o farmacêutico possui, envolve a promoção, proteção e recuperação da saúde, incluso também a promoção do uso racional de medicamentos, além do melhoramento da farmacoterapia. Dentro do âmbito hospitalar a farmácia clínica trabalha para melhorar a terapia com antibióticos, analisando prescrições nota-se que em 50% dos casos o uso do antibiótico é dispensável.
Mediante o estudo realizado por Silva (2023) mostra uma necessidade de incluir o farmacêutico dentro da equipe multidisciplinar hospitalar, uma vez que quando aceitas as intervenções farmacêuticas contribuem de forma assertiva para adequação do tratamento eficaz e seguro do paciente. A intervenção farmacêutica é de grande importância dentro do âmbito hospitalar, visando melhor atender todas as necessidades do paciente internado o presente estudo traz dados precisos de uma pesquisa feita mostra os ajustes necessários feitos pela intervenção farmacêutica visando a melhoria dos pacientes, uma vez que os mesmo estavam com suas funções renais já prejudicadas, a intervenção veio para adequar as dosagens de forma benéfica dos seguintes medicamentos: meropenem (41,67%, n= 5), piperacilina + tazobactam (33,3%, n= 4) e amicacina (25%, n= 3), dados que foram respaldados através do cálculo do clearance pela equação CKD- EPI. Esses dados são de um ajuste feito pela intervenção farmacêutica de um hospital na Jordânia (FERNANDES; AZEVEDO, 2023)
No estudo feito por Pereira et al., (2022) se nota que o setor da farmácia clínica realizou um trabalho de inovar o fluxo de dispensação de antibióticos, onde se tem um quadro que buscou reorganizar e reduzir a utilização desses antimicrobianos. Essa organização culminou em uma diminuição de custos do hospital com os antimicrobianos onde valores diminuíram significantemente. O estudo ressaltou o estreito relacionamento entre o uso adequado de antimicrobianos e a farmacoeconomia, ressaltando o papel de estrema importância do farmacêutico e da farmácia clínica dentro do ambiente hospitalar.
Segundo Santos et al., (2019), as habilidades do profissional farmacêutico dentro da CCIH são causadoras de melhorias no armazenamento, dispensação e na padronização dos medicamentos. Ao ser realizado uma avaliação da assistência dada pelo farmacêutico hospitalar se nota uma diminuição de gastos, participando dos indicativos do consumo de antibióticos, uma queda na taxa de letalidade e sensibilidade aos antibióticos, no ambiente que o farmacêutico estava trabalhando em conjunto com a CCIH.
Segundo Diniz et al., (2022) na pesquisa presente realizada na ala pediátrica hospitalar a maior parte das internações foram motivadas por doenças neurológica, em segundo lugar ficam as internações por doenças infecciosas tendo uma taxa média de 28,3%, onde o estudo mostra a grande frequência de neonatos e crianças expostas a PRM’s, notando como característica a prescrição a etapa mais vulnerável. Nesse estudo 390 PRM’s foram identificados, onde 49,0% estavam relacionados ao tratamento, dentro da classe farmacológica 45,86% dos PRM’s estão relacionados a antimicrobianos, diante desses dados se nota a importância do farmacêutico na intervenção clínica, fazendo a revisão dessas prescrições e as adequando quando necessário.
Silva e Paixão (2021) ressaltam essa importância para diminuição dos riscos de resistência bacteriana, se faz necessário a checagem e controle desses medicamentos, ressaltando a importância da atuação do farmacêutico no Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), contribuindo de forma direta na diminuição da resistência bacteriana, esclarecendo sobre o uso racional de antibióticos, tendo como resultado uma melhoria na assistência ao paciente internado.
A antibioticoprofilaxia é utilizada para evitar complicações infecciosas no local da cirurgia, onde com o uso racional de antibióticos poderia evitar 60% das infecções, assim apontam os estudos, se utilizado de forma adequada e no tempo indicado podem evitar eventos adversos e custos desnecessários. Dentro desse quando o farmacêutico é ideal para elaborar os indicadores para a necessidade da utilização da antibioticoprofilaxia, aprimorando a segurança do paciente. Dentro do período do presente estudo foi utilizado a antibioticoprofilaxia em 92,5% dos casos, onde 83,3% estavam no tempo perfeito para administração desses medicamentos, onde a atuação farmacêutica foi importante para gerenciar os indicadores da antibioticoprofilaxia (ASSIS et al., 2022).
No estudo realizado por Damian, Claudino e Deuschle (2021) se nota a importância da atuação farmacêutica mediante a prescrição de antimicrobianos para melhor avaliar os indicativos e também para orientar o paciente a respeito de toda a profilaxia medicamentosa, nesse estudo podemos ver a preferência para comprimidos antimicrobianos, onde 68% das prescrições avaliadas continham tal forma, onde a amoxicilina foi o medicamento mais prescrito, já que a mesma é utilizada na prevenção de possíveis diferentes processos infecciosos. Mediante a isso se nota a necessidade da atuação do farmacêutico para intervir nessas prescrições, para melhor promover o uso adequado desses medicamentos.
Devemos ligar a resistência bacteriana a vários fatores, dentre esses está o uso indiscriminado dos antibióticos, tendo em vista que muitos profissionais da saúde estão mal habilitados para prescrever esses fármacos, por isso a importância do profissional farmacêutico nessa equipe, para a revisão e correção dessas prescrições indevidas, a falha de ações para prevenção e controle de contaminação, o desafio de inserir fármacos novos no combate a resistência bacteriana, o desafio pelo meio governamental na vigilância e controle da utilização de antibióticos (PEREIRA; ANDRADE; ABREU, 2021).
A infecção hospitalar é uma ocorrência relatada como um desafio a ser vencido dentro da saúde. Tendo em vista que a ocorrência cotidiana da infecção hospitalar pode estar diretamente atrelada a uma falta de controle de procedimentos desde a limpeza do ambiente hospitalar até a terapêutica (SILVA, PAIXÃO. 2021).
O estudo realizado pela Conselho Federal de Farmácia e Datafolha, em 2019, da ênfase ao dado alarmante de automedicação onde 77% dos entrevistados utilizaram medicamentos nos 6 meses que antecederam a pesquisa, dentro desses dados podemos averiguar que ao menos 47% fazem uso por conta própria de medicamentos ao menos uma vez por mês, e 25% se automedicam uma vez por semana. Esta pesquisa feita também mostrou um dado alarmante a respeito do consumo de antibióticos sendo em 42% dos casos de automedicação. Diante desta pesquisa feita para a campanha “Saúde não é jogo” se nota a importância da orientação farmacêutica para a população.
O presente estudo feito mostra a importância da intervenção farmacêutica no uso de antibióticos, sendo esse o profissional qualificado para elaborar e analisar os indicadores de quando se faz indispensável o uso de antibióticos, a adequação da dose e em casos que a medicação deve ser suspendida visando a melhor terapêutica do paciente junto a equipe multidisciplinar.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante aos estudos revisados, podemos concluir o relevante papel do profissional farmacêutico dentro da equipe multidisciplinar, onde ele atua em conjunto aos outros profissionais para garantir a segurança do tratamento do paciente.
Dentro do combate a resistência microbiana, o farmacêutico é o profissional habilitado para montar indicadores precisos e seguros de intervenção na indicação de antibióticos, sendo qualificado para evitar o uso desnecessário, ou por tempo inadequado. Podendo avaliar as prescrições para evitar possíveis PRM’s causadas pelo uso inadequado de antibióticos. Percebe-se que quando se trata do combate a resistência microbiana o profissional farmacêutico deve atuar desde os produtos usados para limpeza ambiente, até o fluxo de dispensação de antibióticos.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi, e-mail: brunasaraivademorais@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi, e-mail: graziellakamilla02@gmail.com
3Orientadora. Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutica, Especialista em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica (ICTQ). E-mail:kelly.farma@outlook.com
4Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Enfermeira, Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica (UNICV). E-mail: profa.hallinejurema@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), polo de Gurupi-TO, email: cinthyaregya@hotmail.com
6Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutico, Especialista em Farmácia Oncológica (Facuminas). E-mail: thalesguilherme@gmail.com
7 Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi, e-mail:julia.maria.psm0501@gmail.com
8Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Fisioterapeuta, Mestre em Biotecnologia (UFT). E-mail: agrianaziogeraldo@gmail.com
9Graduado do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. E-mail:leonidas.neto@hotmail.com.br
10Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. E-mail: taliagrmatias@unirg.edu.br