O PAPEL VITAL DO ENFERMEIRO OBSTETRA NA PROMOÇÃO E EXECUÇÃO DO PARTO HUMANIZADO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 

THE VITAL ROLE OF THE NURSE IN PROMOTING AND EXECUTING HUMANIZED BIRTH: AN INTEGRATIVE REVIEW 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11194828


Juliana Moraes Lima1
Keila Ribeiro Pinho2
Rebeca Gabriela Xavier de Castro3
Taissa Castro de Oliveira4
Zayne Nayana Mascarenhas Gonçalves5
Orientadora: Profª. Enfª: Raylane Katícia da Silva Gomes6


RESUMO: Introdução: Este estudo visa destacar o papel vital do enfermeiro obstetra no processo  de parto humanizado. Objetivo: é enfatizar a importância do papel do enfermeiro na promoção e  execução do parto humanizado. Métodos: Realizado por meio de uma revisão bibliográfica de  artigos disponíveis nas bases de dados Scielo e em sites governamentais, no período de 2019 a 2023. Resultados: O estudo enfatiza a importância do acompanhamento e das boas práticas durante  o trabalho de parto. O enfermeiro desempenha um papel fundamental, oferecendo um cuidado  holístico que é direcionado às necessidades individuais de cada gestante, garantindo equidade no  atendimento. Discussões: Profissionais qualificados, como obstetrizes e enfermeiros obstetras,  dotados de uma formação completa, estão preparados para lidar com gestantes de baixo risco ou  risco habitual. Conclusões: Embasado em evidências científicas, o enfermeiro desmistifica o  conceito de cuidado humanizado, que vai além do parto normal, englobando também o tratamento e  cuidado da parturiente em todas as suas necessidades. Estabelecendo um vínculo interpessoal, o  enfermeiro proporciona segurança à parturiente, ajudando-a a encarar o parto com serenidade,  conforto e confiança, permitindo que ela assuma o papel de protagonista nesse momento crucial. 

Palavras-chave: Humanização do parto, papel do enfermeiro, atendimento integral. 

ABSTRACT: Introduction: Population aging demands a humanized approach to elderly care. This study investigates the importance of this approach, considering their physical, emotional, and social needs. Objective: To investigate the relevance of humanization in elderly care, analyzing its impact on quality of life and well-being. Methods: An integrative literature review was conducted, covering studies on humanization in elderly care. Results: The need for a holistic and humanistic approach, recognizing the dignity and uniqueness of the elderly in different care contexts, was highlighted. Discussions: Public policies and the role of healthcare professionals are crucial in promoting humanization in elderly care. Conclusions: Humanization is essential for the well-being and quality of life of the elderly. Investing in compassionate practices and policies is fundamental for all generations. 

Keywords: Aging. Elderly. Humanization. Quality of life. 

1. INTRODUÇÃO 

Atualmente, percebe-se uma mudança nos cenários da parturição, o qual era  realizado quase que exclusivamente por mulheres parteiras que assumiam um papel  importante, porém, empírico. Com o passar dos anos, o parto, que era algo feito geralmente a  domicílio, tornou-se um procedimento hospitalar (Martins; Oliveira, 2021 apud Cheffer et al.,  2023).  

Segundo Santos (2019), o parto é um marco de grande importância, que retrata a  chegada de uma nova vida. Quando discutimos sobre parto, em primeiro lugar, precisamos  lembrar que existem dois tipos de parto: cesarianas, que são partos feitos em ambientes  cirúrgicos; e vaginal/normal, que são partos que podem ser desencadeados a qualquer  momento. Esse deveria ser mais incentivado para que transcorresse o mais natural possível,  fazendo com que o vínculo entre mãe e recém-nascido (RN) ocorresse da melhor forma  possível.  

Desde o pré-natal até o pós-parto, o enfermeiro desempenha um papel crucial na  educação da gestante sobre suas opções de cuidados, incentivando o empoderamento e a  participação ativa da mulher em todas as decisões relacionadas ao parto. Durante o trabalho  de parto, sua presença tranquilizadora e habilidades técnicas contribuem para a criação de um  ambiente seguro e acolhedor, onde a mulher se sente respeitada, ouvida e apoiada em suas  escolhas. 

A gestação é um ciclo importante na vida da mulher, no qual ela passa por  intensas transformações físicas e emocionais. Ao longo desse processo, ela sofre mudanças  envolvendo sentimentos como felicidade e amor ou medo e incerteza, devido à ilusão de o  parto ser intolerável e doloroso fisicamente (Maciel, 2022).  

Ao longo das últimas décadas, tem havido um movimento crescente em direção à  humanização do parto, impulsionado por evidências científicas que apontam não apenas para  melhores resultados de saúde materno-infantil, mas também para uma experiência mais  satisfatória para as mulheres. Dentro desse contexto, o enfermeiro desempenha um papel  multifacetado, atuando não apenas como um profissional de saúde qualificado, mas também  como um facilitador do processo de parto, um defensor dos direitos da mulher e um provedor  de apoio emocional e físico durante todo o trabalho de parto e nascimento ( SILVA, 2023). 

Com todas as mudanças, os sentimentos e as dúvidas que a mulher sente durante  essa fase, ela precisa de acolhimento, tornando o pré-natal um processo indispensável. É no  pré-natal que a gestante obtém respostas às dúvidas, apoio ao medo, à angústia ou à simples curiosidade de saber o que está acontecendo (Campos et al., 2021). Em consultas de pré-natal,  o enfermeiro, além de realizar ações técnicas preconizadas em protocolos, orienta e incentiva  a relação entre o binômio mãe e filho.  

O profissional enfermeiro atua como educador em saúde, acolhendo a gestante a  partir do pré-natal. Com todo seu conhecimento científico e prática, torna-se um protagonista  para que, assim, esse processo de trabalho de parto ocorra de forma fisiológica e natural. O  papel do enfermeiro durante as consultas do pré-natal se caracteriza de forma preventiva e  educativa, visando diminuir os índices de mortalidade perinatal e materna. O profissional  solicita, realiza e avalia exames para identificar potenciais risco à gestante, como, por  exemplo, os distúrbios hipertensivos e manifestação de diabetes gestacional (Reis, 2017).  

Para que esse atendimento às gestantes seja realizado dentro dos protocolos e  diretrizes que norteiam as práticas assistenciais tanto no pré-natal quanto no momento do  parto, seria importante ser enfatizada na rotina dos enfermeiros a prática de contato pele a  pele entre mãe e RN. A especialização na área obstétrica é essencial para um atendimento  adequado às gestantes no que diz respeito ao parto humanizado e maior vínculo mãe e RN.  Reconhecido como especialidade obstétrica desde 2015, o enfermeiro obstetra é capacitado  para atuar durante a gestação, parto e puerpério. Suas funções incluem o acompanhamento  pré-natal de baixo risco, o monitoramento do trabalho de parto, a assistência ao parto normal,  os cuidados com o RN e a atenção pós-parto (COFEN, 2015).  

Com esse conhecimento, os enfermeiros podem realizar as atividades que  estimulam a prática da humanização do parto e da relação entre mãe e RN. A humanização do  parto para, Cheffer et al. (2023, p. 2), “está se tornando mais aceita como prática científica e  como reafirmação de direitos das mulheres, devendo ser prioridade em todos os setores de  saúde que acompanham o conjunto mãe-filho”.  

A normatização proposta pela Organização Mundial de Saúde (2015) afirma que é  de extrema importância o contato pele a pele entre mãe e filho de forma imediata, para  incentivar o aleitamento materno precoce. A aproximação entre mãe e filho é preconizada,  mostrando os benefícios dessa aproximação para aumentar a duração da amamentação,  aproveitando o fato de que na primeira hora de vida o RN permanece em estado de alerta  (OMS/UNICEF, 2015).  

Além disso, o enfermeiro é um agente de mudança dentro das estruturas de saúde,  advogando por políticas e práticas que promovam o respeito aos direitos reprodutivos das  mulheres, a desmedicalização do parto e a implementação de protocolos baseados em  evidências que privilegiem o bem-estar físico, emocional e psicológico da gestante e do  recém-nascido (SANTOS, 2019).

Justifica-se a importância deste trabalho por reforçarmos a necessidade de um  olhar mais atencioso e focado do enfermeiro que trabalha na área da obstetrícia, nas  necessidades da gestante e parturiente, assim como na assistência de ambos em todo o  trabalho de parto, incluindo as necessidades do RN. Acredita-se que essas ações irão  proporcionar uma assistência mais humanizada à mulher e ao RN. 

Portanto, neste contexto dinâmico e desafiador da assistência ao parto, é inegável o papel  vital que o enfermeiro desempenha na promoção e execução do parto humanizado. Sua dedicação,  conhecimento e compromisso com a excelência no cuidado obstétrico são pilares essenciais para a  construção de um sistema de saúde que priorize a dignidade e o respeito à mulher em um dos  momentos mais significativos de sua vida. 

Diante desse contexto, é importante identificar as ações do profissional enfermeiro  que incentivem o contato pele a pele entre mãe e filho. Nesse sentido, cabe a seguinte  pergunta norteadora deste estudo: qual o papel do enfermeiro obstetra na Promoção e  Execução do Parto Humanizado? 

2. OBJETIVO GERAL 

Investigar e destacar o papel fundamental dos enfermeiros na promoção e  execução do parto humanizado, visando aprimorar a qualidade do cuidado materno infantil. 

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO 

Analisar as competências específicas dos enfermeiros no contexto do parto  humanizado, incluindo habilidades de comunicação, suporte emocional, e técnicas  de alívio da dor. 

Avaliar os desafios e as barreiras enfrentadas pelos enfermeiros na  implementação do parto humanizado, considerando aspectos como infraestrutura  hospitalar, políticas institucionais e resistência cultural. 

Identificar estratégias eficazes de capacitação e educação continuada para  enfermeiros, a fim de fortalecer suas habilidades e conhecimentos necessários  para a promoção e execução do parto humanizado, incluindo práticas baseadas em  evidências e abordagens centradas na mulher e na família.

3. JUSTIFICATIVA 

O papel do enfermeiro na promoção e execução do parto humanizado é de suma  importância, e isso se justifica por diversos motivos. 

Advocacia pelo bem-estar da mãe e do bebê: Os enfermeiros são treinados para  priorizar o cuidado holístico, considerando não apenas a saúde física, mas também o  bem-estar emocional e psicológico da mãe e do bebê. Eles desempenham um papel  fundamental na garantia de que o parto seja uma experiência positiva e segura para  ambas as partes. 

Facilitadores da comunicação e do apoio emocional: Durante o trabalho de parto,  muitas mulheres experimentam uma ampla gama de emoções e sensações. Os  enfermeiros são treinados para oferecer suporte emocional, fornecendo uma presença  reconfortante e empática. Eles também podem facilitar a comunicação entre a equipe  médica e a mãe, garantindo que suas preocupações e preferências sejam ouvidas e  respeitadas. 

Promotores da autonomia e do empoderamento: O parto humanizado enfatiza o  respeito à autonomia da mulher e sua capacidade de fazer escolhas informadas sobre o  parto. Os enfermeiros desempenham um papel crucial ao capacitar as mulheres,  fornecendo informações precisas e ajudando-as a tomar decisões que estejam  alinhadas com suas necessidades e desejos individuais. 

Gestão da dor e do desconforto de forma humanizada: Durante o parto, é comum que  as mulheres experimentem dor e desconforto. Os enfermeiros são treinados em  técnicas de alívio da dor não farmacológicas, como massagem, respiração e  relaxamento, que podem ajudar a tornar o processo do parto mais confortável e  tolerável. 

Promoção do vínculo mãe-bebê: Os primeiros momentos após o nascimento são  preciosos para estabelecer o vínculo entre a mãe e o bebê. Os enfermeiros  desempenham um papel crucial ao promover o contato pele a pele imediato e o início  da amamentação, facilitando assim o desenvolvimento de um vínculo saudável e  afetivo entre mãe e filho. 

O profissional enfermeiro desempenha um papel vital na promoção e execução do parto  humanizado, garantindo que a experiência do parto seja respeitosa, segura e centrada nas  necessidades individuais da mãe e do bebê.

4. REFERENCIAL TEÓRICO 

O papel da obstetriz na promoção e execução do parto humanizado tem sido um  tema de grande importância nos últimos anos, com muitas pesquisas e discussões na  literatura científica. 

Humanização do Parto: 

“A humanização do parto é essencial para garantir o respeito aos direitos e  desejos da mulher durante todo o processo de gestação, parto e pós-parto.  Este modelo de assistência enfatiza o cuidado centrado na mulher, sua  autonomia, dignidade e integridade física e emocional” (Ministério da  Saúde, 2017). 

Papel do Enfermeiro Obstétrico: 

“O enfermeiro obstétrico desempenha um papel crucial na assistência ao  parto humanizado. Além de fornecer cuidados clínicos, ele atua como um  defensor dos direitos da mulher, garantindo que suas escolhas e  preferências sejam respeitadas durante todo o processo” (Brasil, COFEN,  2016). 

Empoderamento da Mulher: 

“O empoderamento da mulher no contexto do parto humanizado é  fundamental. Isso envolve educar as mulheres sobre seus direitos, opções  de cuidados durante o parto e capacitar para que elas tomem decisões  informadas sobre seu próprio cuidado e o cuidado de seus bebês” (Sena &  Silva, 2020). 

Modelos de Assistência ao Parto: 

“Modelos centrados na mulher, como o modelo de assistência obstétrica  baseada em evidências (MAE), valorizam a participação ativa da mulher  no processo de parto e promovem a continuidade do cuidado por parte de  profissionais, incluindo enfermeiros obstetras” (Ministério da Saúde,  2012). 

Impacto do Parto Humanizado na Saúde Materna e Neonatal: 

“Estudos têm demonstrado que o parto humanizado está associado a  melhores resultados de saúde para mulheres e bebês, incluindo menor  incidência de intervenções médicas desnecessárias, taxas reduzidas de  cesariana e complicações neonatais, e maior satisfação das mulheres com  sua experiência de parto” (Bohren et al., 2017).

Intervenções Não Farmacológicas para Alívio da Dor no Parto: 

Intervenções não farmacológicas, como massagem, banhos de imersão,  uso da bola suíça e técnicas de relaxamento, têm sido cada vez mais  valorizadas como opções seguras e eficazes para alívio da dor durante o  trabalho de parto. Enfermeiros obstétricos desempenham um papel crucial  ao ensinar e implementar essas técnicas, adaptando-as às necessidades  individuais de cada mulher e proporcionando um ambiente confortável e  acolhedor para o parto. Simkin, P., Bolding, A., & Ancheta, R. (2018). 

Educação Perinatal: 

A educação perinatal desempenha um papel crucial na preparação das  mulheres para o parto e nascimento. Enfermeiros obstétricos podem  oferecer programas de educação perinatal abrangentes, fornecendo  informações sobre fisiologia do parto, técnicas de alívio da dor, cuidados  com o recém-nascido e estratégias de autocuidado durante a gestação e o  pós-parto. Isso capacita as mulheres a tomar decisões informadas sobre seu  cuidado e promove uma experiência positiva de parto. Robertson, B., &  Kumar, S. (2018). 

Protocolos de Parto Centrados na Mulher: 

A implementação de protocolos de parto centrados na mulher é  fundamental para garantir uma assistência humanizada durante o trabalho  de parto e parto. Enfermeiros obstetras desempenham um papel crucial na  elaboração e implementação desses protocolos, garantindo que as  necessidades individuais das mulheres sejam respeitadas e que a  assistência seja baseada em evidências. (Ministry of Health, 2019). 

Autonomia da Mulher no Processo de Parto: 

Promover a autonomia da mulher durante o processo de parto é essencial  para garantir uma experiência positiva e respeitosa. Enfermeiros obstetras  desempenham um papel importante ao informar e capacitar as mulheres a  fazerem escolhas informadas sobre seu cuidado durante o trabalho de parto  e parto, respeitando suas preferências e desejos. (World Health  Organization,2018

5. METODOLOGIA 

Há diversas formas de desenvolver uma produção de um conhecimento de uma  área. Nesse estudo optou-se por uma revisão integrativa de literatura (RIL) de estudos, sobre o papel vital do enfermeiro na promoção e execução do parto humanizado, proporcionando a  síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados significativos de  estudos na prática. A RIL, devido sua abordagem, possibilita usar métodos diversos, que têm  o potencial de servir de indicativo dos fatores associados à adesão promoção e execução do  parto humanizado (mendes, silveira e galvão 2019). 

A RIL apresenta seis fases: 1° fazer a pergunta norteadora; 2°considerar os  critérios de inclusão e exclusão de artigos; 3°definir as informações extraídas dos artigos;  4°análise dos resultados; 5°discussão e apresentação dos resultados e 6°apresentação da  revisão (mendes, silveira e galvão 2019).  

Cumprindo a primeira fase estabelecida pela RIL: Indaga-se qual o papel do  enfermeiro na Promoção e Execução do Parto Humanizado? 

Na segunda fase, consistiu na busca de artigos científicos em bases de dados  informatizados, publicados de 2019 a 2023, que abordassem o papel do enfermeiro no parto  humanizado. na base de dados, utilizou-se para a seleção dos artigos científicos: a biblioteca  virtual scientific electronic library online (Scielo), bvs,utilizando os seguintes descritores:  humanização do parto and papel do enfermeiro and atendimento integral; na base de dados  medical literature analysis and retrieval system online (Medline/Pubmed), utilizando como  descritores: humanization of childbirth and role of the nurse and comprehensive care;  adicionalmente, pesquisou-se na base de dados catálogo de teses e dissertações capes e  periódicos capes, usando os descritores: promoção a saúde and papel do enfermeiro and  enfermagem obstétrica. essa forma de produção é comumente valorizada e mais facilmente  acessada. 

Na terceira fase, o critério de inclusão do estudo abordou como ideia o papel do  enfermeiro na promoção e execução do parto humanizado considerando artigos publicados  nos idiomas: português e inglês, com os textos disponíveis nas bases de dados escolhidos.  

Como critério de exclusão, os artigos que apareceram nos resultados da busca que  não abordavam o assunto foram desconsiderados, assim como aqueles que não eram  relevantes para o estudo, sendo excluídos artigos anteriores à 2018.  

Na quarta fase, a leitura flutuante interpretativa analítica dos resultados foi  realizada por meio dos artigos selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e contemplou os seguintes aspectos, considerados pertinentes: Nome do artigo, resumo e texto  completo.  

Após a aplicação das fases iniciais da RIL e análise dos artigos, na quinta fase,  estabeleceu-se um diálogo entre os temas da literatura selecionada das bases de dados para  introduzir no estudo e a apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos foi feita de  forma descritiva de forma a atingir o objetivo desse método, ou seja, propiciar a reflexão  acerca do Papel do enfermeiro na promoção e execução no parto humanizado. 

Por fim, na sexta fase, tem-se a apresentação da revisão por meio de um artigo  científico abordando as ideias centrais dos artigos selecionados aplicando as fases da RIL  conforme estabelecidos nos quadros 01 e 02 e no fluxograma na figura 01. 

6. RESULTADOS 

Neste trabalho, após a pesquisas nas bases de dados, foram identificados 126  artigos sendo: 40 referências da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), 53  referências da Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed) e 34  referências da CAPES, no período 2019 a 2023. O fluxograma da pesquisa está sendo  detalhado na figura 1.  

Na base de dados Scielo foram encontrados 40 artigos. Na avaliação dos títulos  foram eliminados 13 artigos por não estarem de acordo com o tema, 10 artigos estavam  repetidos devido a duplicidade na base de dados e 3 artigos apresentavam problemas nos  links de acesso e não foi possível visualizar o artigo completo. 

Procedeu-se à análise de 14 resumos, dos quais 4 foram excluídos por não  abordarem fatores associados ao Parto humanizado. Restaram 10 artigos para avaliação do texto  completo. Destes, 7 foram excluídos por não abordar fatores associados ao papel do  enfermeiro na promoção e execução do parto humanizado e 3 foram incluídos na análise  (Quadro 1).  

Na base de dados Pubmed foram recuperadas 53 publicações. Após a análise do  título, 46 foram excluídos devido a inadequação a pesquisa. A análise do resumo foi realizada  em 7 referências, das quais nenhuma foi excluída. Com as 7 referências para análise de  texto completo, 5 foram excluídos por não estar de acordo com o tema e 2 foram excluídos  por estarem nos artigos selecionados na Scielo, neste caso nenhum artigo atendia aos critérios  desta pesquisa. 

Na base bibliográfica CAPES, a pesquisa resultou em 34 referências, das quais,  após avaliação dos títulos, foram excluídos 6 artigos por não estar de acordo com o tema e 28  resumos foram avaliados, dos quais 3 foram excluídos por não estar de acordo com o tema da pesquisa e 7 por não atender aos critérios da pesquisa. Somente 18 artigos se enquadraram  nos critérios deste estudo, que, após a leitura do artigo completo, 3 artigos foram excluídos  por estarem incluídos na pesquisa por meio da base de dados Scielo, 11 foram excluídos por  não estarem conforme o tema abordado, neste sentido foi incluído 4 artigos nesta análise  (Quadro 1).  

Não foi possível identificar um estudo que se aproximasse a esta pesquisa, pois,  dos sete artigos estudados (Quadro 2), os quatro 5 artigos selecionados da base de dados  CAPES abordaram sobre parto humanizado e os três artigos na base de dados Scielo  abordaram o enfermeiro como papel essencial no parto humanizado, dessa quantidade o ano  que se destacou foram 3 artigos de 2019, 5 artigos do tipo de estudo transversal, 4 artigos com abordagem qualitativa e 4 artigos da base de dados CAPES.  

A área de interesse que se destacou foram 4 artigos de medicina, tendo 12  médicos como principal formação e 17 autores com titulação doutorado, 7 mestres, 2 especialistas, 5 graduados e 3 alunos do ensino médio. 

Figura 1. Fluxograma da pesquisa e processo de inclusão dos estudos.

Fonte: Os autores

Quadro 2. Caracterização dos Estudos 

Base Revista Título AutoresDelineamento metodológicoAno
Tipo de estudo Abordagem 
Scielohttp://www.cofe n.gov.br/resoluc aocofen-no 04772015_3096 7Resolução  COFEN nº  0477/2015:  Código de Ética  dos Profissionais  de EnfermagemCOFEN Transversal Qualitativa 2024
ScieloRevista  Científica  MultidisciplinarHumanização do  parto hospitalar:  assistência do  profissional  enfermeiro.CHEFFER, Maycon  Hoffmann et al Transversal Narrativa 2023
ScieloRevista  Brasileira  Interdisciplinar  de SaúdeTécnicas  alternativas no  parto humanizado:  atuação do  enfermeiro nesse  contextoMACIEL, Carla  Lorrane Oliveira et al Transversal Quantitativa 2022
CAPESRevista  Eletrônica  Acervo SaúdeO papel do  enfermeiro na  humanização do  parto normalCAMPOS, Rayanne  Lúcia de Oliveira et al Transversal Qualitativa 2021
APESRevista  Brasileira de  Saúde Materno  InfantilAutonomia do  enfermeiro  obstetra na  assistência ao  parto de risco  habitualSANTOS, Flávia  Andréia Pereira Soares  dos et alTransversal Qualitativa 2021
CAPESRevista Família,  Ciclos de Vida  e Saúde no  Contexto SocialPaternidade na  gestação e  parturição: uma  revisão integrativaMartin, A. C.; Barros,  G. M.; Mororó, G. M Descritivo Qualitativa 2019
CAPESRevista  Brasileira de  Saúde Materno  InfantilAutonomia do  enfermeiro  obstetra na  assistência ao  parto de risco  habitualSANTOS, Flávia  Andréia Pereira Soares  dos et alDescritivo Qualitativa 2019

Fonte: Autoria Própria

7. DISCUSSÃO 

Esta pesquisa possibilitou obter informações a respeito da importância do atendimento às  gestantes para que elas entendam todas as etapas do processo gravídico e da parturição.  Segundo Silva (2015), é papel do enfermeiro, como educador em saúde, reduzir os custos da  atenção à saúde, prevenindo doenças, evitando tratamentos médicos caros, diminuindo o  tempo de hospitalização e facilitando uma alta precoce, sempre com o objetivo principal de  melhoria da qualidade de vida 

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2018), o parto está relacionado  diretamente a uma vivência compartilhada entre a mulher e o bebê, possuindo caráter fisiológico e  natural, podendo ocorrer sem quaisquer complicações. Com o intuito de garantir qualidade na  assistência prestada à mulher em período gravídico, o Ministério da saúde (MS) desde a década de  80 vem desenvolvendo programas para humanização e criação de centros de partos naturais e o  protagonismo da mulher nesse momento. 

A humanização do parto possibilita que a parturiente desfrute de sua autonomia e  poder de escolha, engrandecendo sua autoconfiança e sentimento de controle diante desta  situação. O empoderamento traz uma consciência e reduz os índices de intervenções cesarianas.  Dessa maneira, proporcionando a redução da morbimortalidade materna e perinatal, e assim,  caminhando para uma assistência mais humanizada (JÚNIOR S, et al., 2019). 

O empoderamento é a consciência coletiva, expressada através de ações para fortalecer  a figura feminina possibilitando o aumento da autonomia, liberdade, o pensamento reflexivo e  crítico, dando a gestante as condições necessárias para entender as mudanças ocorridas na saúde  e a escolha do seu acompanhante que é preconizada pela Lei Federal nº 11.108, de 07 de  abril de 2005, onde determina que os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS),  em todo o período do trabalho de parto, parto e pós parto, são obrigados a permitir o direito ao  acompanhante. Determinando que a indicação do acompanhante será exclusivamente feita pela  gestante, a pessoa de sua escolha (MARINHO PAS e GONÇALVES HSG, 2016; MINISTÉRIO  DA SAÚDE, 2005). 

Esse cuidado traz inúmeros benefícios para a mulher, pois além do empoderamento no  processo de parto, a enfermagem dá o apoio necessário em que ela precisa naquele momento,  buscando alternativas para o alívio da dor através de métodos não farmacológicos; trazendo o  acompanhante para participação desse processo e reduzindo o risco de intervenções desnecessárias,  aumentando a probabilidade de um parto vaginal seguro, tranquilo e digno (MAGALHÃES et al.,  2020; FERREIRA et al., 2021; AMARAL et al., 2019).

Ao avaliar a competência da enfermagem obstétrica no âmbito hospitalar  observa-se um aspecto multidisciplinar, onde o profissional consegue atuar baseado em técnicas  humanizadas, bem como o conhecimento intuitivo, pois o parto habitual é imprevisível e o  enfermeiro consegue adquirir habilidade que corrobora com o saber. A atuação da equipe de  enfermagem obstétrica na assistência ao parto de risco habitual vem sendo uma medida capaz  de reduzir consideravelmente as intervenções desnecessárias durante o trabalho de parto e parto  garantindo um cuidado integral à parturiente e a família (ALVES TCM, 2019). 

A contribuição do enfermeiro obstetra para a promoção do parto humanizado é  multifacetada. Conforme ressaltado por Oliveira et al. (2020), o enfermeiro obstetra desempenha  um papel fundamental na educação da gestante, fornecendo informações precisas e empoderadoras  sobre as opções de parto, os procedimentos médicos e as intervenções disponíveis. Essa educação  permite que a mulher tome decisões informadas e participe ativamente do processo de parto,  fortalecendo seu senso de controle e autoeficácia. 

Além disso, conforme destacado por Larkin et al. (2020), o enfermeiro obstetra atua  como um facilitador do ambiente de parto, criando um espaço acolhedor e seguro onde a mulher se  sinta à vontade para expressar suas necessidades e preferências. O estabelecimento de uma relação  de confiança e empatia entre o profissional de saúde e a gestante é fundamental para garantir que o  parto ocorra de acordo com os desejos da mulher, sempre respeitando seus limites e escolhas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

No cenário da saúde materna, o papel do enfermeiro obstetra é de suma importância,  onde desempenha um papel crucial que vai além das simples tarefas clínicas. Eles são os defensores  do parto humanizado, um conceito que visa resgatar o protagonismo da mulher durante o trabalho  de parto e parto, garantindo que suas escolhas sejam respeitadas e que sua experiência seja  empoderadora e significativa. 

O enfermeiro obstetra desempenha um papel central na promoção do parto humanizado  ao criar um ambiente de cuidado que prioriza o respeito, a empatia e a comunicação eficaz. Eles são  treinados para compreender as necessidades físicas, emocionais e psicológicas da mulher durante o  parto, proporcionando um suporte contínuo e personalizado ao longo do processo. 

Além disso, o enfermeiro obstetra é fundamental na implementação de práticas  baseadas em evidências que visam reduzir intervenções desnecessárias, promover o vínculo mãe bebê e garantir uma transição suave para a maternidade. Eles são capacitados para reconhecer e  responder adequadamente às complicações que possam surgir durante o parto, garantindo a  segurança tanto da mãe quanto do bebê. 

Ao assumir um papel de liderança na equipe de assistência ao parto, o enfermeiro  obstetra colabora ativamente com outros profissionais de saúde, como obstetras, pediatras e doulas,  para garantir uma abordagem integrada e centrada na mulher. Eles defendem práticas baseadas em  evidências, como o uso limitado de intervenções médicas e a promoção do parto vaginal sempre  que possível, respeitando as escolhas individuais da mulher. 

Na qual o enfermeiro obstetra atua como um defensor das escolhas da mulher durante o  parto, garantindo que ela esteja plenamente informada sobre suas opções e capacitada para tomar  decisões que melhor atendam às suas necessidades e desejos. 

Durante o trabalho de parto e parto, o enfermeiro obstetra oferece suporte emocional  contínuo, reconhecendo a importância da presença de uma figura de apoio confiável para  proporcionar conforto e segurança à mulher. Além de buscar constantemente atualizar seus  conhecimentos e habilidades por meio de educação continuada, garantindo que estejam preparados  para oferecer o mais alto padrão de cuidado baseado em evidências às mulheres durante o parto. 

O enfermeiro obstetra trabalha com uma equipe multidisciplinar com outros  profissionais de saúde, onde promove uma abordagem interdisciplinar e centrada na mulher,  garantindo uma assistência coordenada e holística ao longo do processo de parto e nascimento.  Promovendo a saúde materna, educando as mulheres sobre a importância dos cuidados pré-natais  adequados, nutrição saudável e autocuidado durante a gravidez e além de suporte à amamentação,  fornecendo orientação e educação para ajudar as mulher a iniciar a amamentação com sucesso.

A respeito das publicações não notou-se escassez em relação ao papel do enfermeiro obstetra no parto humanizado, no entanto, quando aplicado à promoção e execução identificou-se a  necessidade de novos estudos para ampliar o conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ALVES TCM, et al. Contribuições da enfermagem obstétrica para as boas  práticas no trabalho de parto e parto vaginal. Enfermagem em Foco, 2019;10(4): 54-60. 

Brasil. Resolução COFEN-519/2016 – Normatiza a atuação do Enfermeiro Obstetra no Brasil.  Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), 2016. 

Bohren, M. A., Hofmeyr, G. J., Sakala, C., Fukuzawa, R. K., & Cuthbert, A. (2017). Suporte  contínuo para mulheres durante o parto. Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas, (7),  CD003766. 

CAMPOS, Rayanne Lúcia de Oliveira et al. O papel do enfermeiro na humanização do parto  normal. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [S.l.], v. 13, n. 1, p. e5202, 8 jan. 2021. 

CHEFFER, Maycon Hoffmann et al. Humanização do parto hospitalar: assistência do profissional  enfermeiro. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar, [S.l.], v. 4, n. 4, p. e443003, 2023. 

COFEN. Resolução COFEN nº 0477/2015: Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.  Brasília, 2015. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucaocofen-no-04772015_30967.html.  Acesso em: 15 maio 2023.  

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1Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- Itacoatiara, Curso Enfermagem. 
2Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- Itacoatiara, Curso Enfermagem. 
3Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- Itacoatiara, Curso Enfermagem. 
4Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- Itacoatiara, Curso Enfermagem. 
5Docente. Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- Itacoatiara. Curso, Enfermagem.