ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIMENTO EM AMBULATÓRIO DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

THUMB ADDUCTOR MUSCLE THICKNESS IN THE NUTRITIONAL ASSESSMENT OF ELDERLY PEOPLE CARE IN AN AMBULATORY OF A UNIVERSITY HOSPITAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11188293


Thamires Ribeiro Chaves1; Caroline Sousa Cabral2; Raquel Bezerra Barbosa de Moura3; Nádia Elizabeth Aburto Fierro4; Isabel Carolina da Silva Pinto Cavalcanti5; Janine Maciel Barbosa6; Renan Gondim Araújo7; Débora Silva Cavalcanti8; Gina Araújo Martins Feitosa9; Edcleide Oliveira dos Santos Olinto10


Resumo

O processo de envelhecimento é caracterizado por inúmeras alterações orgânicas que podem repercutir diretamente no estado nutricional dos indivíduos. A avaliação antropométrica é fundamental no diagnóstico nutricional do idoso, e nesse sentido, o uso da Espessura do Musculo Adutor do Polegar (EMAP) tem sido preferida por ser um método simples, não invasivo, e de fácil reprodutibilidade. Apesar da relevância dessas investigações, observa-se uma incipiência de estudos que avaliem a EMAP como preditor do estado nutricional, especialmente em idosos à nível ambulatorial. Este estudo tem como objetivo verificar a associação do teste de espessura do músculo adutor do polegar com os diferentes métodos antropométricos de avaliação do estado nutricional em idosos. O estudo foi realizado no ambulatório de geriatria de um hospital universitário com pacientes idosos. Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado para avaliar dados sociodemográficos, situação clínica, variáveis antropométricas e morbidades, em seguida, aplicado a Mini Avaliação Nutricional. Participaram do estudo 95 idosos, em sua grande maioria do sexo feminino (77,9%), com média de idade de 73,31±7,92 anos, conforme o Indice de Massa Corporal, 47,4% foram classificados com sobrepeso/obesidade. Quando o estado nutricional foi avaliado de acordo com o IMC (p<0,02) e Circunferência do Braço (p<0,001) observou-se que a associação com a EMAP foi significativa. Portanto, a EMAP tem se mostrado um parâmetro de avaliação nutricional confiável e que pode se correlacionar de forma positiva com outras medidas antropométricas, podendo ser complementar na avaliação da massa muscular na prática clínica. 

Palavras-chave: Antropometria. Estado Nutricional. Nutrição do idoso.

Abstract

The aging process is characterized by numerous organic changes that can directly affect the nutritional status of individuals. The anthropometric evaluation is fundamental in the nutritional diagnosis of the elderly, and in this sense, the use of the Thumb Adductor Muscle Thickness (TAMT) has been deprecated because it is a simple, noninvasive method, and easy reproducibility. Despite the relevance of these investigations, there is an incipience of studies evaluating TAMT as a predictor of nutritional status, especially in the outpatient elderly. This study aims to verify the association of the test of thickness of the adductor muscle of the thumb with the different anthropometric methods of evaluation of nutritional status in the elderly. The study was carried out at the geriatrics clinic of a university hospital with elderly patients. For data collection a semi-structured questionnaire was used to evaluate sociodemographic data, clinical situation, anthropometric variables and morbidities, and then applied to the Mini Nutritional Assessment. The study included 95 elderly people, the majority of whom were female (77.9%), with a mean age of 73.31 ± 7.92 years, according to the Body Mass Index, 47.4% were classified as overweight / obesity. When nutritional status was assessed according to BMI (p <0.01) and Arm Circumference (p <0.001), it was observed that the association with EMAP was significant. Therefore, TAMT has shown to be a reliable nutritional evaluation parameter that can be positively correlated with other anthropometric measures, and may be complementary in the evaluation of muscle mass in clinical practice.

Keywords: Anthropometry. Nutritional Status. Elderly Nutrition

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, decorrente do rápido declínio das taxas de mortalidade e fecundidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento (CHAIMOWICZ & CHAIMOWICZ, 2022). De acordo com projeções da Organização Mundial da Saúde, em 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas (TORRES et al., 2020).

A identificação de grupos de maior vulnerabilidade é de extrema importância na elaboração de políticas públicas de saúde direcionadas a essa população. O processo de envelhecimento é caracterizado por inúmeras alterações fisiológicas, morfológicas, funcionais, psicológicas e sociais, que podem repercutir diretamente no estado nutricional dos indivíduos. Tanto a desnutrição quanto o excesso de peso e obesidade contribuem de forma expressiva para o aumento da morbimortalidade (CINTRA, NASCIMENTO & SOUZA, 2020). Para o idoso, a determinação do seu estado nutricional deve considerar essa complexa rede de fatores (SANTOS JÚNIOR et al., 2022).

A avaliação antropométrica é fundamental no diagnóstico nutricional do idoso, uma vez que auxilia na predição de patologias futuras e do risco de mortalidade (FERREIRA, SILVA & PAIVA, 2020). A aferição de medidas como peso, altura, circunferências e dobras cutâneas, são amplamente utilizadas no referido diagnóstico (MARGUTTI et al., 2017).

A Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP) se constitui um método de avaliação simples, rápido, não invasivo e de baixo custo. Em estudos com pacientes cirúrgicos transmitiu segurança na avaliação do estado nutricional (GOTTLIEB & POERSCH, 2022). 

A fidedignidade da EMAP ocorre porque esse é o único músculo que permite avaliação direta da sua espessura, por ser bem definido, plano, localizado entre duas estruturas ósseas, sendo de fácil condução e reprodutibilidade. Além disso, é capaz de refletir o estado catabólico consumptivo e a atrofia pela inatividade muscular (SOARES & VICENTINI, 2018).

Apesar da relevância dessas investigações, observa-se uma incipiência de estudos que avaliem a EMAP como preditor do estado nutricional (MARGUTTI et al., 2017), bem como estudos desenvolvidos com uma população composta especificamente por idosos (SOUZA, 2022), em especial os ambulatoriais.

Este trabalho teve como objetivo verificar a associação do teste de espessura do músculo adutor do polegar com os diferentes métodos antropométricos de avaliação do estado nutricional em idosos atendidos ambulatorialmente.

2. METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo observacional transversal realizado com pacientes idosos atendidos em um ambulatório de geriatria de um hospital escola de João Pessoa (Paraíba-Brasil). O estudo foi conduzido de acordo com os princípios que regem a pesquisa com seres humanos, sob a resolução 466/12 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley, sob o número CAAE: 02023918.1.0000.5183.

Foram incluídos todos os pacientes idosos (igual ou superior a 60 anos), ambos os sexos, com consulta marcada para o ambulatório de geriatria, com funções cognitivas preservadas, capazes de se comunicar ou que estivessem acompanhados de um cuidador, que concordassem em se submeter às avaliações e assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 

Além dos idosos que não preenchessem aos critérios de inclusão, foram excluídos pacientes impossibilitados de aferir todas as medidas antropométricas de maneira fidedigna e idosos cadeirantes.

A avaliação do estado nutricional e a antropometria foram realizadas por duas nutricionistas responsáveis pela pesquisa no ambulatório de geriatria. Foram coletados os dados para a Mini Avaliação Nutricional (MAN), a medida da EMAP, Peso, Altura, circunferência da cintura (CC), circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP) e dobra cutânea triciptal (DCT), além de responderem a um questionário semiestruturado com dados sociodemográficos, situação clínica e morbidades.

A MAN foi realizada conforme proposto por Vellas et al. (2006) e Guigoz, Vellas & Garry (1996). O escore final foi categorizado em: idosos sem risco nutricional (nutridos) e com risco nutricional (desnutridos e sob risco de desnutrição). 

As medidas de peso e altura foram mensuradas em balança de plataforma mecânica com estadiômetro, de acordo com as técnicas propostas por Gordon, Chumlea & Roche (1988). O índice de massa corporal foi calculado e a classificação de acordo com pontos de corte recomendados pela OPAS (2002). A opção por esse critério se deve ao fato de não existir no Brasil um padrão de referência para idosos e porque os padrões propostos pela Organização Mundial de Saúde referem-se a valores de idosos do continente americano. Para análise do IMC, a categoria de sobrepeso foi agrupada com a de obesidade.

A CB e DCT foram aferidas de acordo com as técnicas descritas por Callaway et al. (1988) e Harrison et al. (1988), respectivamente. A adequação da CB e da DCT foi determinada conforme Frisancho (1974) e classificada de acordo com Blackburn e Thornton (1979). Para análise desses parâmetros a categoria de sobrepeso também foi agrupada com a de obesidade. 

Para a aferição da Circunferência da Panturrilha, seguiu-se as técnicas descritas por Lohman, Roche & Martorell (1988), e Najas e Yamato (2005).

A medida da EMAP foi realizada na mão não dominante em triplicata e considerada a média dos valores como medida. Os valores de referência foram os propostos por Lameu et al. (2004), sendo categorizadas por sexo de acordo com Pama (2016). A partir dos pontos de corte existentes, agrupou-se as categorias de eutrofia/redução leve e redução moderada/grave. Optou-se por unir a desnutrição leve com a eutrofia uma vez que o intervalo proposto para aquela categoria é mínimo (apenas 1mm), repercutindo numa falta de fidedignidade das análises em decorrência do reduzido percentual amostral classificado conforme essa categoria.

Os dados coletados foram inseridos em banco de dados e avaliados pelo programa estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS). A caracterização da amostra foi realizada a partir de análise descritiva das variáveis. A associação da EMAP com os demais indicadores do estado nutricional foi obtida a partir do teste qui-quadrado de Pearson. Foi estabelecido p<0,05 para significância estatística.

3. RESULTADOS

Participaram do estudo 95 pacientes idosos, atendidos no ambulatório de geriatria, entre os quais, 22,1 % eram do sexo masculino (n=21) e 77,9% do sexo feminino (n=74). No que diz respeito ao estado nutricional conforme IMC, 36,8% dos pacientes avaliados foram classificados como eutróficos (n=35). A prevalência de baixo peso foi de 15,8% (n=15), enquanto a de sobrepeso/obesidade foi de 47,4% (n=45). 

Dentre as patologias mais comuns, foram observadas como principal queixa de consulta: presença de hipertensão associada a cardiopatias e/ou doenças articulares e ósseas (47,37%; n=45). Em seguida, presença de hipertensão e diabetes com dislipidemia (25,26%; n=24). A presença de algum tipo de demência, sobretudo, doença de Alzheimer (20%; n=19) e diagnóstico de depressão associada ou não a outras patologias (7,37%; n=7).

Em relação as médias dos percentuais de adequação da CB e PCT, os valores foram 101,93±13,87 cm e 113,7±76,36cm, respectivamente. As demais variáveis de caracterização da população estudada estão apresentadas na Tabela 1.

Na Tabela 2, está apresentada a associação da classificação da EMAP e do estado nutricional, segundo diferentes indicadores (IMC, CB, CP, PCT e MAN). 

Quando o estado nutricional foi avaliado de acordo com o IMC, observou-se que a associação com a EMAP foi significativa (p<0,01). Verificou-se que, dos pacientes que foram classificados como baixo peso conforme IMC, 66,7% (n=10) foram diagnosticados com redução moderada/grave de acordo com a EMAP. Em contrapartida, 68,9% (n=31) dos pacientes classificados como excesso de peso/obesidade obtiveram classificação de eutrofia/redução leve segundo a EMAP. 

De acordo com a CB, essa associação também foi significativa (p<0,001). A maioria dos indivíduos classificados como desnutridos, também foram classificados com redução moderada/grave de acordo com a EMAP (77,8%; n=14). Verificou-se ainda que 81% (n=17) dos pacientes classificados como sobrepeso/obesidade pela CB foram considerados com eutrofia/redução leve de acordo com a EMAP.

No que diz respeito aos demais parâmetros antropométricos, não foi observado associação significativa.

Tabela 1. Caracterização da amostra estudada, João Pessoa, 2019.

IMC: Índice de Massa Corporal; CB: Circunferência do Braço; CP: Circunferência da Panturrilha; PCT: Prega Cutânea Triciptal; EMAP: Espessura do Músculo Adutor do Polegar; MAN: Mini Avaliação Nutricional.

Tabela 2. Associação da classificação da EMAP e do estado nutricional, segundo diferentes indicadores na população estudada, João Pessoa, 2019.

EMAP: Espessura do Musculo Adutor do Polegar; IMC: Índice de Massa Corporal; CB: Circunferência do Braço; CP: Circunferência da Panturrilha; PCT: Prega Cutânea Triciptal; MAN: Mini Avaliação Nutricional.

4. DISCUSSÃO

Na presente pesquisa, a população foi composta por idosos, com média de idade de 73,31 anos. Apesar da população idosa com alguma patologia estar mais propensa à desnutrição (PEREIRA, SPYRIDES & ANDRADE, 2016), foi verificado um reduzido percentual de idosos classificados como desnutridos, tanto pelo IMC quanto pela EMAP. Resultados semelhantes foram verificados em estudos com pacientes hospitalizados e cirúrgicos (SOUZA E SILVA, 2014; VALENTE et al., 2016). 

É importante a implantação de métodos antropométricos que facilitem a detecção do risco nutricional, bem como uma avaliação nutricional específica para a população idosa. Essas medidas poderiam auxiliar no diagnóstico precoce para uma intervenção nutricional adequada (FERNANDES & PEREIRA, 2020).

A avaliação nutricional correta é um desafio, e mais pesquisas vêm sendo realizadas para identificar a melhor ferramenta a ser utilizada, visto que essas apresentam variações em seus diagnósticos, superestimando ou subestimando o risco nutricional (KARST, VIEIRA & BARBIERO, 2015) 

Neste estudo optou-se pela avaliação da EMAP na mão não dominante, conforme Bragagnolo et al. (2009) e Andrade, Lameu & Luiz (2005), que demonstraram que os parâmetros antropométricos se correlacionavam com a EMAP de ambas as mãos, e no estudo de Caporossi et al. (2009), utilizou-se a mão não dominante.

A média da EMAP do presente estudo foi inferior a encontrada por Lameu et al. (2004), com valores médios de 11,50 ± 2,76 mm, primeiro estudo com EMAP realizado com indivíduos saudáveis, porém os valores na literatura variam entre 9,54±2,9 mm e 13±3,2 mm (BRAGAGNOLO et al., 2009; CAPOROSSI et al., 2009; FREITAS et al., 2010). O resultado do presente estudo pode ser consequência de uma doença, desnutrição ou diminuição da atividade laboral que levam à depleção muscular (OLIVEIRA et al., 2022).

As doenças crônicas provocam redução das atividades de vida diária e aumento do estado inflamatório e catabólico, associando-se, assim, à redução da troficidade muscular e, consequentemente, ao valor da EMAP (PEREIRA, SPYRIDES & ANDRADE, 2016; SOUSA, et al. 2018). Além disso, a EMAP pode indicar mudanças na composição corporal e, por conseguinte, ser útil para detectar alterações precoces relacionadas com desnutrição e avaliar a recuperação nutricional (VALENTE, et al. 2016).

No grupo de indivíduos submetidos a cirurgias, a EMAP também se mostrou um bom método para avaliação nutricional e diagnóstico de desnutrição, no entanto, não foi considerada um bom fator prognóstico para prevalência de complicações no pós-operatório. Assim, a detecção da desnutrição pode ser feita pela boa especificidade da EMAP, verificada nos estudos analisados, pois essa característica indica baixa taxa de resultados falso-positivos. A correlação da EMAP com outros métodos antropométricos, justifica-se por serem medidas de mesma natureza (MELO & SILVA, 2014).

No presente estudo, a EMAP mostrou associação significante com IMC e CB. A maioria dos idosos com baixo peso, avaliado pelo IMC, assim como a maioria dos desnutridos, avaliados pela CB, foram classificados com redução moderada/grave de EMAP (66,7% e 77,8%, respectivamente). 

A associação da EMAP com a CB também foi encontrada em estudos com pacientes cirúrgicos (BRAGAGNOLO et al., 2009; VALENTE et al., 2016; CAPOROSSI, et al., 2009) e oncológicos (GOTTLIEB & POERSCH, 2022; SILVA et al., 2013) e verificado em um estudo envolvendo idosos (PAMA, 2016).

No estudo de Cobêro et al. (2012), observaram fraca correlação do EMAP com a CB e IMC, atribuído possivelmente a população ser constituída em sua maioria por indivíduos com sobrepeso e obesidade, diferente de outros estudos com populações com risco ou desnutridos graves (BRAGAGNOLO et al., 2009; FREITAS et al., 2010). Outro enfoque importante é que o IMC subestima o percentual de desnutridos em pacientes hospitalizados (DOCK-NASCIMENTO et al., 2006), demonstrando a relevância do uso de diferentes métodos na avaliação nutricional de idosos. Nesse sentido, sugere-se cautela no uso e interpretação da EMAP, sendo importante aliar essa medida a outros parâmetros antropométricos (VOLPINO et al., 2013). 

A análise dos indicadores antropométricos, utilizados neste estudo, apresentou diferenças no diagnóstico nutricional, o que também foi observado nos estudos de Bragagnolo et al. (2009) e de Karst et al. (2015). Este último ainda obteve correlação positiva da EMAP com IMC, corroborando com a presente pesquisa.

A EMAP tem se mostrado um parâmetro de avaliação nutricional, como indicador de massa muscular (EL KIK et al., 2017), confiável e pode se correlacionar de forma positiva com outras medidas antropométricas, por ser uma medida de fácil mensuração, direta e de baixo custo, o que facilita muito a sua utilização (SOUZA E SILVA, 2014).

Entre as limitações deste estudo, deve ser destacado o fato de ser realizado em uma única unidade ambulatorial, com características específicas, além de não considerar as alterações bioquímicas e o consumo alimentar dos pacientes idosos.

5. CONCLUSÃO

Diante do que foi observado, a aferição da espessura do músculo adutor do polegar pode ser incluída na avaliação nutricional de pacientes idosos, visando obter um diagnóstico nutricional adequado, sobretudo em relação as reservas de massa muscular. A EMAP é capaz de identificar o risco de desnutrição, juntamente com outras variáveis e métodos de avaliação nutricional, podendo seu uso ser complementar na prática clínica.

Todavia, são necessárias novas pesquisas, para identificar as razões de diferentes achados na literatura, principalmente no que tange ao ponto de corte para avaliação de pacientes idosos e demonstre relação com desfechos e complicações do envelhecimento. 

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 1Doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. E-mail: thamiresribeiro.nutri@gmail.com;
2Doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba, Nutricionista da Unidade Multiprofissional do Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil. e-mail: carolinescabral@gmail.com;
3Mestra em Gerontologia pela Universidade Federal da Paraíba, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: Raquel.Barbosa@ebserh.gov.br;
 4Especialista em saúde do idoso pela Residência Multiprofissional em Saúde Hospitalar da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: nadia_afierro@hotmail.com;
5Mestra em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: isabelcspintocavalcanti@gmail.com;
6Doutora em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: janinebarbosa@gmail.com;
7Especialista em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, em Gerontologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e em cuidados paliativos pela UFPB, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: renangondim88@hotmail.com;
8Doutora em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: deborasec@gmail.com;
9Mestre em Gerontologia pela Universidade Federal da Paraíba, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: gina.araujo@ebserh.gov.br;
10Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela BRASPEN, Nutricionista da Unidade Multiprofissional no Hospital Universitário Lauro Wanderley (EBSERH), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. e-mail: edcleideoliveira@hotmail.com