EFETIVIDADE DO MÉTODO CANGURU PARA A ESTIMULAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

EFFECTIVENESS OF THE KANGAROO METHOD FOR STIMULATING BREASTFEEDING IN PREMATURE NEWBORNS: A SYSTEMATIC REVIEW 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11177211


Sabrina Pereira Morais1
Analice Campelo Marques2
Seânia Santos Leal3


RESUMO: Introdução: O nascimento prematuro é uma realidade que impacta a vida dos pais, influenciando na manutenção da lactação até o estabelecimento da amamentação. O aleitamento materno proporciona a curto e longo prazo vantagens nutricionais, imunológicas além do fortalecimento do vínculo mãe-filho. Objetivo: Analisar a efetividade do método canguru para a estimulação do aleitamento materno para recém-nascidos prematuros. Métodos: Este estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Após a extração, os dados obtidos foram apresentados por meio de tabelas e fluxogramas onde continham as principais características de cada estudo. A seleção final consistiu em três estudos. Resultados: Em uma amostra com 123 neonatos foi demonstrado que a estabilização dos bebês com método mãe canguru foi mais rápida e melhor do que bebês com método convencional de cuidado além de evidenciar que os bebês submetidos ao método canguru tiveram alta precoce. Em outro estudo realizado com 120 neonatos tendo em vista o sucesso da amamentação, ambos os grupos obtiveram a pontuação de uma ferramenta de avaliação da amamentação infantil significativamente maior e um tempo menor para atingir a alimentação enteral completa do que os controles. No último estudo realizado com 70 neonatos, a pontuação da escala de comportamento de amamentação de bebês prematuros em ambos os grupos aumentou significativamente durante quatro dias. Conclusão: Com base na literatura os estudos comprovam a efetividade do Método Canguru como uma estratégia segura e de condução não farmacológica para o tratamento intensivo durante a fase neonatal. 

PALAVRAS-CHAVE: Método canguru. Aleitamento materno. Prematuro.

ABSTRACT: The birth of a premature baby is a reality that impacts on the lives of parents, influencing the maintenance of lactation until breastfeeding is established. Breastfeeding offers short-and long-term nutritional and immunological benefits, as well as strengthening the mother-child bond. Objective: To analyze the effectiveness of the kangaroo method in stimulating breastfeeding for premature newborns. Methods: This study is a systematic review of the literature. Results: In a sample of 123 neonates, it was shown that the stabilization of babies with the kangaroo mother method was faster and better than babies with the conventional method of care, as well as showing that babies submitted to the kangaroo method were discharged early. In another study, 120 newborns were breastfed successfully, both groups obtained a significantly higher score on an infant breastfeeding assessment tool and a shorter time to achieve full enteral feeding than the controls. In the last study carried out with 70 newborns, the score on the breastfeeding behavior scale for premature babies in both groups increased significantly over four days. Conclusion: Based on the literature, the studies prove the effectiveness of the Kangaroo Method as a safe and non-pharmacological strategy for intensive care during the neonatal phase.

KEYWORDS: Kangaroo method. Breastfeeding. Premature.

1. INTRODUÇÃO

A prematuridade, condição referente ao nascimento de bebês antes de 37 semanas completas de gestação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o neonato é classificado em RN pré-termos todos aqueles nascidos antes das 37 semanas de gestação, e RN a termos se o parto ocorrer entre 38 a 42 semanas e RN pós-termos quando a duração da gestação ultrapassa 42 semanas, sendo considerado risco aos RN assim como quando nascidos prematuros (Prematuridade,2023). 

É uma condição que vem aumentando, mundialmente, ocorre em 12% das gestações e se apresenta como a principal causa de morbimortalidade neonatal. No Brasil a pré-eclâmpsia é a principal causa dos nascimentos prematuros. O Brasil ocupa a 10° posição no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros (Jornal da USP, 2023). De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340.000 nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos (Prematuridade, 2022).

São múltiplos fatores que predispõem e prematuridade como idade materna, raça, escolaridade e número de consultas pré-natais. Na prematuridade espontânea aspectos como idade materna menor, cuidado pré-natal inadequado, gravidez múltipla, infecção, descolamento de placenta crescimento intrauterino restrito e mal formações fetais são condições resultantes de um cuidado materno inadequado (Venture et al. 2023).

Os prematuros possuem mais necessidades de intervenções, assim como hospitalização, complicações e sequelas. Sendo assim, a prematuridade torna-se um importante problema de saúde pública, pois os impactos para os custos na área da saúde são mais elevados para os nascimentos prematuros quando comparados aos nascimentos a termo (Venture et al. 2023).

A amamentação é descrita na literatura como uma prática que proporciona diversos benefícios tanto para a mãe quanto para o recém-nascido como nutrir totalmente o recém-nascido, promover a hidratação, transmitir anticorpos e desenvolver laços de afeto o que está diretamente relacionada ao vínculo entre mãe e filho (Fernandes E, et al. 2020).

O Método Canguru (MC) é uma política nacional de saúde que integra um conjunto de ações voltadas para a qualificação do cuidado ao recém-nascido e sua família (Ministério da saúde, 2018). É uma estratégia recomendada pela OMS, sendo praticada na maioria das Unidades de Terapia Neonatal e Unidades Neonatais, que se trata do contato pele a pele entre a mãe/ pai e o neonato. O MC é indicado para RN pré-termo e a termos estáveis com peso inferior a 2.500g (Mathias, Mianda, Ginindza, 2018) por trazer benefícios potenciais, tais como: relaxamento da mãe e RN, aleitamento materno (AM), ganho de peso, aumentar o vínculo mãe-filho, estabilização da temperatura corporal, prevenção de infecções, estimulação dos sentidos além de instigar a alta precoce (Jadhao, et al., 2020).

Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo analisar a efetividade do método canguru para a estimulação do aleitamento materno para recém-nascidos prematuros.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática, onde no estudo utilizou-se a estratégia PICO, que constitui em quatro itens, sendo eles, P: pacientes recém-nascidos prematuros, I: método canguru, C: não possui comparação a nenhuma outra intervenção e O: estimulação do aleitamento materno; e tendo a seguinte pergunta clínica: O método canguru tem efetividade na estimulação do aleitamento materno em pacientes recém-nascido prematuros?

Esta revisão sistemática foi submetida na PROSPERO (Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas) seguindo os padrões solicitados. O registro foi realizado no dia 24 de março de 2024 com o número do CRD 42024524135. 

A coleta de dados iniciou-se no ano de 2024 através das bases de dados PUBMED (National Library of Medicine), PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled Trials), utilizando os seguintes descritores em inglês: “methodkangaroo,” “breastfeeding,” “premature,”, com suas respectivas traduções em português: “método canguru,” “amamentação,” “prematuro”. Os operadores booleanos AND/OR foram empregados para combinar os termos a fim de facilitar a visualização da busca da pesquisa.

Foram incluídos ensaios clínicos controlados randomizados (ECRs) que relataram sobre o efeito do método canguru para a estimulação do aleitamento materno em recém-nascidos prematuros. Os critérios de exclusão foram estudos que utilizassem outros métodos para a estimulação do aleitamento materno e pesquisas que envolvessem animais.

Utilizou-se as estratégias de busca no idioma inglês, nas plataformas National Library of Medicine (PUBMED): “Method kangaroo OR skin-to-skin contact OR mother kangaroo AND breastfeeding AND premature” e Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL): “kangaroo method AND breastfeeding”, “kangaroo method AND premature”, e “kangaroo method AND breastfeeding AND premature”.

Lembrando que, na plataforma,Physiotherapy Evidence Database (PEDro) a pesquisa aconteceu sem o emprego de operadores booleanos, utilizando a seguinte estratégia: kangaroomethod* breastfeeding* premature*.

Na avaliação dos Ensaios Clínicos Randomizados, foi utilizada a escala PEDro, onde tem como finalidade avaliar a qualidade metodológica desses artigos. A escala Pedro é composta por 11 itens, divididos em três categorias: validade externa (item 1), análise do risco de viés (itens 2 a 9) e descrição estatística (itens 10 e 11).   

A apuração dos artigos ocorreu por dois revisores de forma independente, iniciando com a leitura do título e resumo, seguindo para análise dos critérios de inclusão e exclusão. Após a extração, os dados obtidos foram apresentados por meio de tabelas e fluxogramas onde continham as principais características de cada estudo para que fossem comparados e discutidos de maneira contextualizada, clara e organizada para facilitar o entendimento dos principais atributos de cada artigo incluído na pesquisa.

Nas tabelas e fluxogramas, foram inseridos o ano de publicação, os autores, a descrição do desenho metodológico, o tamanho da amostra, os grupos de comparação, o protocolo, a descrição da intervenção e os principais resultados. Para nortear o processo de análise foi organizado um resumo crítico onde mostrou as conclusões dos estudos que foram incluídos na revisão sistemática. Em suma, foram discorridos sobre as evidências examinadas na literatura, debatendo a efetividade da intervenção em pauta na pesquisa.

Fluxograma 1. Pesquisa e triagem dos estudos nos bancos de dados, de acordo com a plataforma PRISMA. Teresina-PI, 2024.

Fonte: autoras.

3. RESULTADOS

A tabela 1 refere-se à avaliação metodológica dos artigos por meio da escala de qualidade PEDro organizada em critérios com itens de 1 a 11, autor e ano de publicação.

Tabela 1. Análise da qualidade metodológica dos artigos por meio da escala PEDro. Teresina-PI, 2024.

Critérios/ Artigos WORKU; KASSIE, 2005EL-FARRASH et al. 2019JAMEHDAR ET AL. 2022
1. Os critérios de elegibilidade foram especificadosSIMSIMSIM
2. Os assuntos foram distribuídos aleatoriamente por gruposSIMSIMSIM
3. A distribuição dos assuntos foi cegaSIMSIMSIM
4. Inicialmente, os grupos eram semelhantes no que diz respeito aos indicadores de prognóstico mais importantesSIMSIMSIM
5. Todos os sujeitos participaram de forma cega no estudoSIMSIMSIM
6. Todos os fisioterapeutas que administraram a terapia fizeram-no de forma cegaNÃONÃONÃO
7. Todos os avaliadores que mediram pelo menos um resultado-chave, fizeram-no de forma cegaSIMNÃOSIM
8. Satisfação de pelo menos um resultado-chave foram obtidos em mais de 85% dos sujeitos inicialmente distribuídos pelos gruposSIMSIMNÃO
9. Todos os sujeitos a partir dos quais foram obtidos resultados de acordo com os resultados recebidos do tratamento ou a condição de controle conforme a distribuição ou, quando não foi esse o caso, fez-se a análise dos dados para pelo menos um dos-chave por “intenção de tratamento”NÃONÃOSIM
10. Os resultados das comparações estatísticas inter-grupos foram descritos para pelo menos um resultado-chaveSIMSIMSIM
11. O estudo apresenta tanto medidas de precisão como medidas de variabilidade para pelo menos um resultado-chaveSIMSIMSIM
TOTAL8/107/108/10

Já a tabela 2 corresponde às principais características referentes aos estudos expostos na presente pesquisa, tendo vista facilitar a organização e comparação das informações dos mesmos, separados por itens como autor, mostra, objetivos, intervenção e resultados.

Tabela 2. Dados sobre os artigos que foram incluídos para a obtenção dos resultados. Teresina-PI,2024.

AutorAmostra Objetivos Intervenção Resultados
WORKU;KASSIE, 2005123Comparar a eficácia do cuidado mãe-canguru precoce antes da estabilização de bebês com baixo peso ao nascer em comparação com o método convencional de cuidado, tendo vista a amamentação a alimentação padrão.No grupo controle, 61 neonatos foram submetidos ao método convencional de cuidado que é o cuidado de rotinaoferecido na unidade neonatal ao baixo peso ao nascerbebês. Isso geralmente inclui: um aquecimento artificialsistema (aquecedores de lâmpadas suspensas de ambiente aquecido),oxigenoterapia, mama, sonda, copo ou alimentação mista. Já o grupo intervenção, possuía 62 neonatos, o MC inicial é baseado em contato pele a pele contínuocontato entre a mãe e o bebê começandodurante as primeiras 24 horas de vida. A mãe a mantémrecém-nascido entre os seios, em contato próximocom seu corpo e coberto com suas roupas diae noite. A amamentação é a alimentação padrãométodo. No entanto, a mãe também pode alimentar o seu bebêcom leite em pó usando tubo ou copo quando necessário.
Foi demonstrado que a estabilização dos bebês com método mãe canguru foi mais rápida e melhor do que bebês com método convencional de cuidado. O presente estudo também mostrou que os bebês com método canguru tiveram alta do estudo com idade média de 4,4 dias, enquanto os bebês com método convencional de cuidado tiveram alta com idade média de 5,4 dias, indicando que os bebês do grupo MC foram estabilizados 24h antes do outro grupo, o que foi estatisticamente significativo.
EL-FARRASHet al. 2019120Avaliar o efeito do MC e sua duração no desempenho neuro comportamental neonatal, no cortisol salivar e no sucesso da amamentação em bebês prematuros.Os 120 neonatos incluídos foram matriculados no primeiro dia de vida e randomizados em três grupos; 40 receberam MC por 60 min diariamente por pelo menos 7 dias consecutivos (grupo MC 60 min), 40 receberam MC por 120 min diariamente por pelo menos 7 dias consecutivos (grupo MC 120 min) e 40 do grupo controle que recebeu tratamento neonatal convencional. cuidados e os pais foram autorizados a segurar seus bebês por 15 a 30 minutos.Tendo em vista o sucesso da amamentação, ambos os grupos tiveram pontuação Infant Breastfeeding Assessment Tool (IBFAT) significativamente maior e um tempo menor para atingir a alimentação enteral completa do que os controles (p< 0,001). Além disso, os grupos MC 120 min tiveram maior pontuação na (IBFAT) do que o grupo MC 60 min.
JAMEHDAR ET AL. 202270Comparar o efeito do MC pela mãe e pelo substituto no comportamento alimentar medido pela escala de comportamento de amamentação de bebês prematuros (PIBBS)Para os neonatos do grupo intervenção, o MC foi realizado (pela mãe e pela mãe substituta) 3 vezes ao dia e os neonatos do grupo controle receberam o MC pela mãe 3 vezes ao dia por até 4 dias e 60 minutos cada vez. A pontuação do PIBBS em ambos os grupos aumentou significativamente durante 4 dias, esta diferença não foi significativa entre os grupos. 

4. DISCUSSÃO

Para esta revisão sistemática, foram encontrados três artigos nas seguintes bases de dados PEDro, PUBMED e CENTRAL, onde utilizaram a efetividade do método canguru para a estimulação do aleitamento materno em recém-nascidos prematuros. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo analisar a eficácia desta intervenção e como pode influenciar na saúde dos neonatos prematuros.

Todos os artigos incluídos na pesquisa utilizaram do método canguru para estimular o aleitamento materno em neonatos pré-termos. Worku e Kassie (2005) compararam o método canguru com o método de cuidados de rotina utilizados nas unidades de cuidados que incluíram aquecimento artificial, oxigenioterapia, mama, sonda, copo ou alimentação mista.

Já Jamehdar et al (2022) buscou comparar o método canguru realizado nas mães com o método canguru realizado por uma substituta, sendo do sexo feminino não sendo possível usar o pai ou avô como substituto devido à falta de espaço privado para realizar o MC e às barreiras culturais.Enquanto El-Farrashet al (2019) comparou o método canguru em relação ao tempo que o mesmo era utilizado e quando era utilizado apenas os cuidados convencionais.

Na pesquisa de Worku e Kassie (2005) foram incluídos 123 neonatos, onde 62 ficaram no grupo intervenção e 61 no grupo controle tinha a média da idade gestacional de 31,59 e 32,42 semanas e permaneceram no estudo uma média de 4,6 e 5,4 dias e receberam alta assim que se encontravam clinicamente estável e com a capacidade de sucção satisfatória. 

Já para El-Farrashet al (2019), foram incluídos 120 recém-nascidos prematuros estáveis com idade gestacional entre 31 e 35 semanas e seguindo os critérios de inclusão, foram matriculados no estudo já no primeiro dia de vida,de maneira aleatória foram separados em 3 grupos, onde um utilizava o MC por 120 minutos, outro por 60 minutos e o terceiro grupo recebeu tratamento neonatal convencional e os pais foram autorizados a segurar seus bebês por 15 a 30 minutos, todos eles realizados por 7 dias consecutivos, além de ressaltar que todos os neonatos foram avaliados quanto ao sucesso da amamentação na alta usando o Infan tBreastfeeding Assessment Tool (IBFAT).

Jamehdar et al (2022), incluíram 70 RNs prematuros internados na unidade de tratamento intensivo (UTI) dividindo-os em dois grupos de maneira aleatória, sendo um grupo intervenção com 35 RNs e o grupo controle também com 35 neonatos, ambos os grupos foram avaliados através da escala de comportamento de amamentação de bebês prematuros (PIBBS) foi desenvolvida para medir o comportamento alimentar de neonatos prematuros, foram avaliados seis itens, sendo eles: enraizamento, preensão areolar, maior duração da pega, sucção, maior explosão de sucção e deglutição; além de ser avaliados também através dos sinais vitais, tanto os sinais vitais como a PIBBS foram mensurados em ambos os grupos no primeiro e no quarto dia, assim que finalizou a intervenção.

No estudo de Worku e Kassie (2005), mostrou-se que a sobrevivência dos neonatos com baixo peso ao nascer foi melhor do que bebês que estavam no cuidado convencional com taxa de mortalidade. O presente estudo também evidenciou que os neonatos submetidos ao cuidado da mãe canguru ficaram estabilizados mais cedo. Para Jamehdar et al (2022), o efeito do MC com a substituta não houve diferença significativa quando comparado ao modelo tradicional do MC com a mãe, ou seja, os resultados dos estudos mostraram que considerando o efeito do tempo, o MC praticado com substituta é eficaz assim como MC com mãe sobre a função de amamentação.

Já para El-Farrashet al (2019), ao comparar o efeito da duração do MC sobre os sinais vitais, houve uma melhora significativa nos neonatos que permaneceram por até 120 minutos no MC em comparação com neonatos submetidos a 60 minutos de MC. Seu estudo indicou que o MC tem um efeito de alívio na resposta ao estresse do neonato, o que se explica pelo fato de que o contato físico precoce com a mãe ter um impacto nas vias neuroendócrinas do neonato que controlam o estresse.

5. CONCLUSÃO

Com base na literatura os estudos comprovam a efetividade do método canguru, como uma estratégia segura e de condução não farmacológica para o tratamento intensivo durante a fase neonatal e é fundamentado em evidências que deve ser praticado o mais cedo possível, podendo ser iniciado já nas primeiras 24 horas após o nascimento. Também se mostrou uma intervenção de baixo custo, fácil e eficaz para redução das taxas de mortalidade em neonatos prematuros e naqueles com baixo peso ao nascer. Dos três artigos utilizados para esta presente revisão sistemática, os resultados destes foram positivos quanto à eficácia desta intervenção. 

REFERÊNCIAS 

Artigo de revisão de cuidados com a mãe canguru. Jadhao A, Kotha R, Singh H, Maddireddi A. Int J Contemp Pediatr.2020;7:719–722

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Método canguru: diretrizes do cuidado-1ª ed. revisada – [recurso eletrônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

Cavalcante, S. E. A., Oliveira, S. I. M., Silva, R. K. C., Sousa, C. P. C., Lima, J. V. H., & Souza, N. L. (2018); Habilidades de recém-nascidos prematuros para início da alimentação oral. Rev Rene 19: e32956.

EL-FARRASH, R.  et al.; Maior duração do método canguru melhora o comportamento neurocomportamental desempenho e alimentação em bebês prematuros: estudo randomizado teste controlado. Pediatric Research, Published online: 7 September 2019

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Fernandes E, Sousa J, Silva R, Serquiz A. [BREASTFEEDING x COVID-19: elaboração de um SOP para os estágios de extração e armazenamento de leite materno] Rev Extensão Soc. 2020;12(01):30–45.

JAMEHDAR, M. et al; MC por substituto pode ter um efeito igual ao MMC pela mãe na melhoria da nutrição, comportamento e saturação arterial de oxigênio do bebê prematuro: resultados de um estudo controlado ensaio clínico randomizado. BMC Pediatrics, 2022 22:242 https://doi.org/10.1186/s12887-022-03316-z

Jornal da USP. https://jornal.usp.br/radio-usp/leite-materno-e-vacinacao-protegem-cerebro-e-aumentam-imunidade-em-bebes-prematuros/. Acesso em: 10 de abril de 2024

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Prematuridade.comhttps://www.prematuridade.com/noticias/interna/novembro-roxo-alerta-prematuridade-principal-causa-de-mortalidade-infantil. Acesso em: 10 de abril de 2024

Venturi J, Venzon SV, Kretzer MR, Nunes RD. Tendência temporal de nascimentos prematuros no estado de Santa Catarina entre 2011 e 2021. Femina. 2023;51(7):436-42

WORKU, B.; KASSIE, A. Método Mãe Canguru: Um Ensaio Controlado Randomizado sobre a eficácia do cuidado precoce da mãe canguru para o Bebês com baixo peso ao nascer em Adis Abeba, Etiópia. Journal of Tropical Pediatrics, Vol. 51, No. Oxford University Press 2005; all rights reserved doi: 10.1093/tropej/fmh085


1Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA) Campus Teresina-PI email: saabrinnaapm15@gmail.com
2Discente do Centro Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA) Campus Teresina-PI email: analicecampelo13@gmail.com
3Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA) e da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Campus Teresina-PI, Dra em Engenharia Biomédica pela Universidade Brasil (PPGMAD/UNIR) email: seaniasantos@gmail.com