NURSING CARE FOR PATIENTS WITH AUTISM
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11175265
Francisco José Oliveira Do Nascimento Gomes; Camila Augusta Araujo Alves; Rithiellen Lopes Bonifacio; Kauanny Kelly Marques de Almeida; Letícia Guedes de Almeida; Macerlane de Lira Silva; Geane Silva Oliveira; Orientador: Ocilma Barros de Quental.
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar e aprimorar as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo. O aporte metodológico selecionado trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo intuito incide em obter dados que respondessem à questão norteadora, construída mediante um levantamento de dados nas bases: LILACS, SCIELO e MEDLINE. Ao analisar os dados coletados neste estudo, uma série de questões importantes emergem. Primeiramente, foi observado que as práticas atuais de assistência variam consideravelmente, com alguns profissionais demonstrando uma compreensão sensível das necessidades dos pacientes autistas, enquanto outros enfrentam dificuldades significativas na comunicação e no manejo de comportamentos desafiadores. Estratégias como o uso de comunicação visual e a adaptação de ambientes sensoriais foram identificadas como práticas promissoras, mas sua implementação ainda é inconsistente e muitas vezes dependente da experiência individual dos profissionais. Após analisar detalhadamente as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo, os resultados deste estudo destacam a necessidade premente de um aprimoramento significativo no atendimento a essa população. Os dados revelam lacunas substanciais na compreensão das necessidades específicas desses pacientes, bem como na aplicação de abordagens adequadas de cuidados de saúde. A falta de capacitação e sensibilização dos profissionais de enfermagem surge como um dos principais obstáculos para fornecer uma assistência de qualidade, refletindo diretamente na experiência e na eficácia do tratamento para os indivíduos com autismo.
Palavras-chave: Transtorno do espectro autista; Autismo; Enfermagem; TEA.
1 INTRODUÇÃO
A assistência de enfermagem ao paciente com autismo é uma área de atuação na saúde que requer cuidados especiais e atenção diferenciada. O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a forma como as pessoas percebem o mundo e interagem com ele. Ele se manifesta de várias maneiras e em diferentes graus de intensidade, tornando essencial a adaptação das práticas de enfermagem para atender às necessidades únicas de cada paciente autista (Melo et al., 2017).
O autismo é caracterizado por desafios na comunicação, na interação social e no comportamento, e esses desafios podem variar significativamente de um indivíduo para outro. Os pacientes com autismo muitas vezes têm dificuldade em expressar suas necessidades e compreender as informações que lhes são fornecidas, o que torna a assistência de enfermagem particularmente complexa. Neste contexto, os profissionais de enfermagem desempenham um papel crucial na garantia do bem-estar e na promoção da qualidade de vida desses pacientes (Rodrigues et al., 2021).
Ao abordar a assistência de enfermagem ao paciente com autismo, é importante destacar a necessidade de uma compreensão profunda das características desse transtorno. Cada paciente é único, e os enfermeiros devem estar preparados para atender às necessidades específicas de cada um. A sensibilidade e a empatia são fundamentais, pois a comunicação e a interação com pacientes autistas podem ser desafiadoras, e a ansiedade é frequentemente uma preocupação (Nunes et al., 2020).
A abordagem à assistência de enfermagem ao paciente com autismo deve ser holística, considerando não apenas as necessidades médicas, mas também as emocionais e sociais. A criação de um ambiente de cuidado seguro e acolhedor é crucial para reduzir o estresse e a ansiedade do paciente autista. Além disso, a educação dos profissionais de saúde e da equipe de enfermagem sobre o autismo é essencial para promover uma assistência de qualidade (Melo et al., 2017).
A importância do papel do enfermeiro na assistência ao paciente com autismo é evidente, uma vez que esses profissionais estão frequentemente na linha de frente, prestando cuidados diretos. Eles desempenham um papel fundamental na administração de medicamentos, na coleta de informações clínicas e na execução de procedimentos médicos. Portanto, é essencial que os enfermeiros tenham o conhecimento e a capacitação necessários para atender às necessidades específicas dos pacientes autistas (Rodrigues et al., 2021).
Além disso, a colaboração interdisciplinar é essencial na assistência ao paciente com autismo. Os enfermeiros frequentemente trabalham em equipe com outros profissionais de saúde, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, para desenvolver um plano de cuidados abrangente e personalizado. Essa colaboração é fundamental para garantir que as necessidades de saúde física e mental dos pacientes autistas sejam atendidas de maneira adequada e integrada (Melo et al., 2017).
Em suma, a assistência de enfermagem ao paciente com autismo é um campo desafiador e gratificante que exige um entendimento profundo das complexidades do transtorno. Os enfermeiros desempenham um papel essencial na melhoria da qualidade de vida dos pacientes autistas, garantindo que recebam cuidados sensíveis e adequados às suas necessidades individuais. Este artigo fornecerá informações valiosas sobre a assistência de enfermagem a pacientes com autismo, destacando as melhores práticas e estratégias para fornecer um cuidado de excelência a essa população única.
Diante disso, o objetivo desta pesquisa incide em: Avaliar e aprimorar as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Transtorno do Espectro do Autismo – TEA
O Transtorno do Espectro do Autismo – TEA é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por habilidades de comunicação reduzidas ou ausentes, comportamentos repetitivos e dificuldade de socialização. Desse modo, é normal que as pessoas com autismo tenham linguagem e auto expressão limitadas, falta de imaginação e empatia e tenham dificuldade em fazer contato visual e sorrir (Aydos, 2019).
O autismo infantil é um dos transtornos classificados como TEA no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. Assim, é importante destacar que o autismo não é uma doença, mas sim um espectro de possíveis sintomas, e que cada criança pode ser afetada de maneiras diferentes (Fernandes et al., 2020).
O autismo é um distúrbio generalizado acompanhado por uma série de sintomas nos quais o pensamento, o jogo imaginativo e a capacidade de simbolizar são excessivamente prejudicados. Esse distúrbio pode aparecer nos primeiros anos de vida ou durante o desenvolvimento da criança. As anormalidades geralmente são visíveis a partir dos 3 anos de idade (Couto et al., 2019).
Há uma estimativa de 2 milhões de pessoas no espectro do autismo no Brasil. Destes, 400.000 a 600.000 têm menos de 20 anos e 120.000 a 200.000 têm menos de 5 anos. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que existam cerca de 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, e há mais crianças com autismo do que câncer, diabetes e AIDS juntos (Araújo et al., 2022).
Em março de 2020, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA divulgaram um documento afirmando que 1 em 54 pessoas sofre de TEA, com quatro vezes mais meninos do que meninas. Números como esses mostram que a prevalência do autismo é grave. Por isso, um número crescente de estudos, diagnósticos e tratamentos vêm sendo apresentados como alternativas para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas que sofrem com esta condição (Passos, 2022).
As causas do autismo infantil não são totalmente compreendidas, mas pesquisas sugerem que questões genéticas e ambientais relacionam-se como fatores que podem causar tal condição. As mutações genéticas espontâneas podem ocorrer durante o desenvolvimento fetal ou por herança de pais para filhos. Como o processo de desenvolvimento leva muitos anos (desde o nascimento até a adolescência), as pessoas são mais suscetíveis a influências ambientais adversas, incluindo ecotoxicidade e estilos de vida modernos (Aydos, 2019).
A falta de testes para rastrear e diagnosticar transtornos do espectro do autismo pode interferir na detecção precoce e atrasar o tratamento. O diagnóstico desse distúrbio requer um exame da história do desenvolvimento e do comportamento do bebê por um profissional treinado e experiente. Como o TEA não é diagnosticado até a adolescência ou a idade adulta, o diagnóstico não é confirmado imediatamente em todas as crianças, apesar dos sinais visíveis (Steffen et al., 2019).
2.2 Sinais e Sintomas
Alguns sintomas são sutis e difíceis de serem percebidos pelos adultos. Quanto mais leve o autismo, mais difícil é diagnosticar. Portanto, os adultos responsáveis devem ficar atentos aos sinais. De acordo com a National Autism Society, os quatro principais sinais de autismo, ou características que indicam que seu filho pode estar neste espectro, são: dificuldades na interação social, comprometimento cognitivo, dificuldades de comunicação e ações repetitivas. Os sintomas autistas que indicam esses desvios de comportamento podem ser reconhecidos no cotidiano da criança (Neto et al., 2019).
Uma criança não precisa ser diagnosticada para ter todos os sintomas do autismo. Nem todos têm as mesmas características devido à amplitude do espectro. Alguns casos são mais leves, com menos sintomas e mais independência. Nos casos mais graves, as pessoas com autismo podem ficar completamente sem fala e fortemente dependentes da execução de tarefas simples (Goularte et al., 2020).
No entanto, independentemente do grau de deficiência, as crianças devem ser acompanhadas por um profissional. Quando aparecem os primeiros sintomas do autismo, os pais com filhos devem consultar um pediatra e um psicólogo para confirmar o diagnóstico (Lobato et al., 2020).
Estes sinais, estão incluindo, portanto, dificuldades na interação social, manter contato visual, reconhecer expressões faciais, entender gestos de comunicação, expressar emoções e fazer amigos. Dificuldades de comunicação caracterizadas pelo uso repetitivo da linguagem, dificuldade em iniciar e manter o diálogo (Almeida et al., 2021).
2.3 Tratamento do Autismo
Ainda não existe um medicamento específico para curar o autismo. O diagnóstico precoce, o atendimento multidisciplinar e a terapia comportamental costumam ser a melhor combinação para melhorar a qualidade de vida e a independência das pessoas com autismo. O tratamento inicial para crianças com autismo inclui intervenções que destinam-se a maximizar o desenvolvimento de competências psicossociais e educacionais (Prista, 2022).
Tais intervenções, proporcionam uma melhora na linguagem, melhora as habilidades sociais, a comunicação e põe fim a comportamentos inadequados como imprudência, isolamento social, falta de assertividade e agressividade. Essa abordagem inclui psicoterapia, fonoaudiologia, equoterapia, musicoterapia e muito mais (Steffen et al., 2019).
Dessa maneira, o TEA não tem cura ou medicação específica. De acordo com seus sintomas, alguns medicamentos prescritos reduzem os sintomas causados por condições como epilepsia, transtorno bipolar, hiperatividade e patologias relacionadas, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes. Como muitos pacientes tomam medicamentos por muito tempo, é importante que os medicamentos escolhidos causem o mínimo possível de efeitos colaterais (Viana et al., 2020).
A equipe especializada geralmente consiste em pediatras, psiquiatras, neurologistas, psicólogos e fonoaudiólogos. Este tratamento combina uma variedade de terapias para testar e desenvolver habilidades sociais, motoras, de comunicação e organizacionais. Além disso, pesquisas sugerem o uso de suplementação com vitamina D, ácidos graxos ômega-3 e outros medicamentos para tratar condições e distúrbios relacionados, como insônia, hiperatividade, depressão e déficit de atenção (Valentim et al., 2022).
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor será o resultado do tratamento. Esta é a conclusão de um estudo da Academia Americana de Pediatria após 12 anos de pesquisa e atividade clínica. Uma vez confirmado o diagnóstico, as famílias podem acessar os serviços sociais e iniciar o tratamento precocemente (Jorge et al., 2019).
Além das crianças com autismo, os pais também precisam de apoio físico e emocional para entender o que está acontecendo e contribuir com o tratamento e desenvolvimento do filho. Outras maneiras de ajudar o filho incluem as orientações para comer com cuidado, usar suplementos e vitaminas para o bom funcionamento do cérebro, participar de exercícios e jogos estimulantes e evitar toxinas ambientais (brinquedos de chumbo, potes de alumínio e exposição artificial a tintas) (Araújo et al., 2022).
A psicoterapia desempenha um papel importante no tratamento desses transtornos e é particularmente recomendada por meio de abordagens relacionais que se concentram no controle das emoções, na mudança de comportamento e na resolução de problemas. Tratamentos seguindo os princípios da análise aplicada do comportamento (ABA) são mais comumente recomendados pela OMS para pessoas com desenvolvimento atípico, especialmente autismo (Fernandes et al., 2020).
As intervenções, dependerá da gravidade da deficiência e da idade da criança e será determinado com os pais e comunicado à escola. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor será o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas com TEA. Como cada pessoa com autismo têm necessidades diferentes, é importante encontrar as opções de tratamento que funcionam melhor para cada indivíduo. Algumas pessoas precisam de pouco ou nenhum tratamento, enquanto outras precisam de tratamento mais intensivo e frequente (Nascimento; Bitencourt, 2021).
Em alguns casos, a terapia cognitivo-comportamental pode ser necessária. Desta forma, a pessoa com autismo pode ser acompanhada por um psicólogo, que pode contar mais sobre a pessoa com TEA, sentimentos, pensamentos e comportamentos durante a sessão. A terapia também pode ajudar as pessoas com autismo a controlar sua ansiedade, ter mais consciência de suas emoções e lidar melhor com situações sociais (Magalhães et al., 2022).
A medicação pode ser necessária para tratar comorbidades em vez do autismo. Por exemplo, existem diferentes tipos de medicamentos que podem controlar a depressão, a ansiedade e a hiperatividade. Alguns medicamentos são indicados para melhorar a qualidade do sono em pessoas com insônia. Existem também medicamentos que ajudam com agressão, automutilação e outros problemas de comportamento inadequado (Nascimento; Bitencourt, 2021).
3 METODOLOGIA
Para a realização deste estudo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, cujo intuito incide em obter dados que respondessem à questão norteadora. A elaboração desta pesquisa foi realizada mediante a estratégia metodológica proposta por Mendes; Silveira; Galvão (2008), onde as etapas seguidas foram respectivamente 1) escolha do tema e questão de pesquisa, 2) delimitação dos critérios de inclusão e exclusão, 3) extração e limitação das informações dos estudos selecionados, 4) análise dos estudos incluídos na revisão, 5) análise e interpretação dos resultados e 6) apresentação da revisão ou síntese do conhecimento.
A pergunta norteadora emergiu em: Quais as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo?
A revisão integrativa da literatura tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado, ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática (Marconi; Lakatos, 2010).
Este tipo de estudo promove a síntese do conhecimento realizando um compilado de ideias sobre um mesmo tema e realizando incorporação dos resultados obtidos na prática. Trata-se de um importante método de estudo da prática baseada em evidências, pois realiza a definição do problema, condução da busca de estudos na área com análise crítica e identificação da aplicação dos resultados obtidos. É o método de revisão mais amplo, visto que permite a inclusão de estudos experimentais e não experimentais, tornando o estudo mais completo (Souza; Silva; Carvalho, 2010).
Para alcançar os objetivos propostos por esta revisão integrativa foram realizadas buscas de estudos através das bases de dados científicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), intermediados pelos Descritores em Ciências da Saúde (DEcS): Transtorno do espectro autista; Autismo; Enfermagem e TEA, por aplicabilidade do operador booleano AND.
Os estudos selecionados seguiram os seguintes critérios de inclusão: Trabalhos gratuitos, disponíveis na íntegra, no idioma português, publicados nos últimos 3 anos e que atenderam ao objetivo proposto. Já os critérios de exclusão definidos foram: Estudos de revisão, trabalhos incompletos, duplicados em mais de uma base de dados, monografias e dissertações. O levantamento de dados foi detalhado na figura 1.
Figura 1: Fluxograma de seleção da amostra:
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra selecionada foi detalhada no quadro 1, organizada entre as informações de: título, autor, ano, objetivo e periódico.
Quadro 1: Descrição da amostra.
N° | Título | Autor/Ano | Objetivo | Periódico |
1 | Atuação do enfermeiro da atenção primária à saúde frente à criança com transtorno do espectro autista. | Freitas et al., 2023 | Identificar a atuação do enfermeiro da Atenção Primária à Saúde frente à criança com Transtorno do Espectro Autista. | Brazilian Journal of Development |
2 | Assistência do enfermeiro (a) a crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. | Jerônimo et al., 2023 | Apreender a representação de Enfermeiros(as) sobre a assistência a crianças/adolescentes com Transtorno de Espectro Autista nos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil. | Acta Paulista de Enfermagem |
3 | A atuação do enfermeiro em crianças e adolescentes com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista. | Silva et al., 2022 | Conhecer a atuação do enfermeiro em crianças e adolescentes com diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA), abordando e enfatizando os seus sinais e sintomas. | Revista Eletrônica Acervo Enfermagem |
4 | O enfermeiro nos cuidados ao paciente no transtorno do espectro autista infantil na unidade básica de saúde. | Barbosa et al., 2021 | Identificar os cuidados realizados no atendimento do Enfermeiro da USB ao paciente infantil suspeitas e/ou no TEA. | Revista Eletrônica da Estácio Recife |
5 | Atuação do profissional enfermeiro na assistência às crianças com transtorno do espectro autista. | Ferreira; Theis, 2021 | Descrever a participação dos profissionais enfermeiros na assistência às crianças com Transtorno Espectro Autista. | Revista Saúde e Desenvolvimento |
6 | Assistência de enfermagem a paciente com transtorno do espectro autista. | Rodrigues; Queiroz, 2021 | Analisar a assistência de enfermagem aos pacientes com transtorno do espectro autista. | Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde–ReBIS |
7 | Assistência de enfermagem à crianças com transtorno do espectro autista. | Silva et al., 2021 | Descrever a assistência de enfermagem à criança com transtorno do espectro autista. | Estudos Avançados sobre Saúde e Natureza |
8 | Ações de enfermagem no acompanhamento de pacientes com transtorno de espectro autista. | Anjos, 2020 | Mostrar ações que podem ser desenvolvidas pelo profissional de Enfermagem no acompanhamento e reabilitação de pacientes com TEA. | Uniceplac |
9 | O Cuidado de Enfermagem a criança com transtorno do espectro autista: um desafio no cotidiano. | Ribas; Alves, 2020 | Descrever o cuidado de enfermagem a criança autista. | Revista Pró-univerSUS |
Avaliar e aprimorar as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo é um desafio complexo e crucial, dada a natureza única das necessidades desse grupo de pacientes. Ao analisar os dados coletados neste estudo, uma série de questões importantes emergem. Primeiramente, foi observado que as práticas atuais de assistência variam consideravelmente, com alguns profissionais demonstrando uma compreensão sensível das necessidades dos pacientes autistas, enquanto outros enfrentam dificuldades significativas na comunicação e no manejo de comportamentos desafiadores (Barbosa et al., 2021). Estratégias como o uso de comunicação visual e a adaptação de ambientes sensoriais foram identificadas como práticas promissoras, mas sua implementação ainda é inconsistente e muitas vezes dependente da experiência individual dos profissionais (Anjos, 2020).
No entanto, é importante reconhecer que este estudo apresenta algumas limitações. A amostra pode não ser representativa o suficiente para generalizar os resultados, e a predominância de abordagens qualitativas pode limitar a profundidade da análise. Além disso, a falta de dados longitudinais impede uma compreensão mais completa do impacto das práticas de assistência ao longo do tempo (Jerônimo et al., 2023). Portanto, para futuras pesquisas, recomenda-se a realização de estudos longitudinais que acompanhem os pacientes com autismo ao longo de seu ciclo de vida, permitindo uma avaliação mais abrangente das práticas de assistência e de seu impacto a longo prazo (Ribas; Alves, 2020).
Uma sugestão importante para o aprimoramento das práticas de assistência é o investimento em programas de capacitação específicos para profissionais de enfermagem. Esses programas podem abordar não apenas o conhecimento sobre o autismo, mas também habilidades práticas, como técnicas de comunicação eficazes e manejo de comportamentos desafiadores. Além disso, a criação de recursos educacionais, como manuais e diretrizes de boas práticas, pode ajudar a padronizar o cuidado e garantir sua consistência em diferentes contextos de saúde (Ferreira; Theis, 2021; Freitas et al., 2023).
Outra área que merece atenção é a colaboração interdisciplinar. Integrar profissionais de diferentes áreas, como psicologia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, pode enriquecer a compreensão do autismo e informar abordagens mais holísticas e centradas no paciente. Essa abordagem colaborativa também pode facilitar a identificação precoce de necessidades e o desenvolvimento de planos de cuidado mais abrangentes e eficazes (Rodrigues; Queiroz, 2021).
Além disso, é fundamental promover a sensibilização e a advocacia para o autismo dentro das instituições de saúde e da sociedade em geral. Isso inclui a criação de ambientes mais inclusivos e o desenvolvimento de políticas que garantam o acesso equitativo aos cuidados de saúde para indivíduos com autismo. Ao abordar essas questões de forma abrangente, podemos avançar na melhoria das práticas de assistência de enfermagem e garantir que todos os pacientes, incluindo aqueles com autismo, recebam o cuidado de que precisam e merecem (Silva et al., 2021; Silva et al., 2022).
5 CONCLUSÃO
Após analisar detalhadamente as práticas de assistência de enfermagem ao paciente com autismo, os resultados deste estudo destacam a necessidade premente de um aprimoramento significativo no atendimento a essa população. Os dados revelam lacunas substanciais na compreensão das necessidades específicas desses pacientes, bem como na aplicação de abordagens adequadas de cuidados de saúde. A falta de capacitação e sensibilização dos profissionais de enfermagem surge como um dos principais obstáculos para fornecer uma assistência de qualidade, refletindo diretamente na experiência e na eficácia do tratamento para os indivíduos com autismo.
Contudo, é importante ressaltar algumas limitações que permearam esta pesquisa, incluindo a escassez de estudos abrangentes sobre o tema e a heterogeneidade dos dados disponíveis. A falta de padronização nos métodos de avaliação e na coleta de dados também limita a generalização dos resultados e a compreensão completa das práticas de assistência em diferentes contextos de saúde. Além disso, a ausência de uma perspectiva longitudinal compromete a avaliação do impacto a longo prazo das intervenções de enfermagem.
Diante dessas considerações, sugere-se que futuras pesquisas se concentrem em estratégias de capacitação específicas para profissionais de enfermagem, visando aprimorar suas habilidades de comunicação e compreensão das necessidades dos pacientes com autismo. Além disso, estudos longitudinais que acompanhem o progresso dos pacientes ao longo do tempo seriam valiosos para avaliar a eficácia das intervenções de enfermagem e identificar áreas adicionais de melhoria. A colaboração interdisciplinar também se mostra crucial, integrando diferentes especialidades para desenvolver abordagens holísticas e centradas no paciente, promovendo assim uma assistência mais efetiva e inclusiva para indivíduos com autismo.
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