REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11169241
Maria Teresa Borges Araújo1
Beatriz Soares Ribeiro Vilaça1
Fernando Yamamoto Chiba2
Tânia Adas Saliba2
Cléa Adas Saliba Garbin2
Suzely Adas Saliba Moimaz2
RESUMO
Objetivo: Analisar os dados secundários de doenças de notificação compulsória no período de 2012 a 2022, com ênfase nas que apresentam manifestações bucais. Métodos: Estudo transversal, ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) realizado em uma cidade brasileira. Resultados: Nos últimos dez anos foram notificados cerca de 384 casos, sendo 62% Sífilis, 39% Hepatites Virais e 12% Tuberculose. Percebeu-se o aumento no número de casos das Doenças de Notificação Compulsória (DNC), principalmente da Sífilis Não Especializada. O ano de 2022 alcançou o maior número de casos dos últimos dez anos. Houve acometimento maior do sexo masculino, com média de 36 anos. A doença mais notificada foi Sífilis Não Especializada e o maior número de registro das notificações foram nas Unidades Básicas de Saúde e no Complexo Penitenciário. Conclusão: Dada a crescente prevalência global de doenças de notificação compulsória, como Sífilis, Tuberculose (TB) e Hepatites, é crucial estabelecer e promover medidas eficazes para deter sua propagação e sensibilizar a população sobre o aumento alarmante desses casos.
Descritores: Notificação de Doenças. Sífilis Congênita. Tuberculose. Infecções por HIV.
Descriptors: Disease Notification. Syphilis Congenital. Tuberculosis. HIV Infections.
Descriptores: Notificación de Enfermedades. Sífilis congénita. Tuberculosis. Infecciones por HIV.
Introdução
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (VE) foi oficialmente criado a partir das recomendações instituídas pela 8ª Conferência Nacional de Saúde por meio da Lei Nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 a qual dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, bem como suas competências para identificação e registro dos eventos de notificação compulsória no âmbito da Saúde Pública 1.
A VE é descrita, pela Lei Orgânica da Saúde, Lei nº 8.080, de 1990, como “um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos” 2,3.
Para uma exata funcionalidade do sistema da VE é de extrema importância que surtos e epidemias sejam notificados dentro dos seus respectivos estados e municípios.4 Essas notificações são executadas por meio da comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde e devem ser feitas obrigatoriamente pelas autoridades de saúde, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados 4-6.
Os profissionais da área da Odontologia também possuem a obrigatoriedade de notificar as doenças que compõem a lista de Doenças de Notificação Compulsória (DNC), visto que algumas doenças pertencentes a essa lista apresentam manifestações orais e que podem ser vistas de forma precoce pelos Cirurgiões-Dentistas, como é o caso da doença Sífilis 4.
Posto os fatos, é de extrema importância o conhecimento dessas doenças que devem ser notificadas e conhecidas em âmbito nacional, ao encontro disso recentemente foi publicada uma nova Portaria GM/MS Nº 3.418, de 31 de agosto de 2022 a qual designa a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública nos serviços de saúde, as quais devem ser comunicadas às autoridades sanitárias em casos de surgimento de novos casos 7.
Devido a extensão territorial e a população brasileira ser extremamente miscigenada, existem certas regiões que possuem doenças específicas e que fogem da lista nacional de agravos, em virtude principalmente das diferenças regionais, clima e bioma. Entretanto, é crucial que exista uma lista mínima do país que inclua as doenças que sejam de interesse nacional 2,3.
Ao identificar as principais DNC é importante conhecer a forma de registrar e computar os dados referentes ao número de casos, esse registro é feito no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O Sinan foi desenvolvido entre 1990 e 1993, e regulamentado em 1998, por meio da portaria n° 1.882/97, com a finalidade transmitir, coletar e disseminar as informações criadas rotineiramente pela Vigilância Epidemiológica alimentando a base de dados nacional pelos municípios, estados e Distrito Federal 3,5.
O Sinan objetiva identificar a realidade epidemiológica de uma determinada área geográfica e auxiliar no planejamento em saúde, na definição de prioridades de intervenção e na avaliação do impacto das ações de controle desenvolvidas, além de monitorar o estado de saúde da população e predizer a ocorrência de eventos. Ainda com a computação dos dados, por meio do Sinan, pode-se calcular a incidência, letalidade e mortalidade dessas doenças 5.
Para realizar o registro das DNC deve-se usar a Ficha de Notificação do Sinan, de acordo com a Instrução Normativa Nº 2, de 22 de novembro de 2005, como documento padrão, de uso obrigatório em todo o País, e devem ser específicas para cada tipo de doença ou agravo e preenchidas no processo de registro das Doenças de Notificação Compulsória 4,8. O registro eficaz e em tempo hábil nas plataformas específicas favorece a diminuição dos casos de subnotificação, e permitindo definir o perfil epidemiológico da população9.
Nesse contexto, o objetivo neste artigo foi analisar os dados secundários de doenças de notificação compulsória no período de 2012 a 2022 e que apresentavam correlação com a saúde bucal.
Metodologia
Trata-se de um estudo do tipo observacional, transversal, ecológico, realizado em uma cidade brasileira do estado de Minas Gerais. Foram coletados dados sobre as Doenças de Notificação Compulsórias, disponíveis nos sistemas públicos da Secretaria de Saúde, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, o qual é alimentado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade do estudo. Pelo fato de não haver identificação dos indivíduos, e por se tratar de um estudo ecológico, desobriga a apreciação em Comitê de Ética em Pesquisa de acordo com a concessão da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.
Foram analisados dados do Sinan durante os anos de 2012 a 2022, divulgados pela Vigilância Sanitária do município. Os dados foram coletados tanto de instituições públicas, sendo 15 instituições, quanto privadas, sendo elas 2, totalizando 17 locais de notificações.
Foram incluídas sete das 53 doenças listadas na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública disponível na PORTARIA GM/MS Nº 3.418, DE 31 DE AGOSTO DE 2022, sendo elas Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), Coqueluche, Hanseníase, Hepatites Virais, Meningite, Sífilis (Congênita, Em Gestantes, Não Especificadas) e Tuberculose, devido à sua manifestação bucal e aumento do número de casos nos últimos anos.
Quando submetido aos filtros dos campos <município de notificação>, <unidade de saúde>, <município residência>, <data notificação> e <agravo> obtivemos o número de 384 casos, os quais foram passados para uma planilha constando as seguintes informações: idade, sexo, data, local da notificação e tipo da Doença de Notificação Compulsória.
Os dados foram registrados em planilhas eletrônicas, utilizando o software Microsoft Excel® 2019, e analisados empregando-se técnicas de estatística descritiva, com os resultados apresentados sob a forma de tabelas e gráficos. Os resultados das análises das variáveis quantitativas foram expressos por meio da média aritmética, mediana, desvio padrão da média, valor mínimo, valor máximo e amplitude, e as variáveis qualitativas foram apresentadas por meio da distribuição de frequências absoluta e percentual. A análise dos dados foi realizada utilizando o software BioEstat versão 5.3.
Resultados
No presente estudo, 384 notificações foram identificadas durante o período de 2012 a 2022. O maior número de notificações foi observado no ano de 2022, com 22 % do total de casos, seguido dos anos de 2018 e 2021, ambos com 13% dos registros.
A figura 1 apresenta o número de notificações de acordo com o ano e estratificação por sexo, demonstrando que houve maior prevalência de casos de DNC no sexo masculino (n=257; 67%).
Figura 1. Número de casos das Doenças de Notificação Compulsória registradas no período de 2012 a 2022, de acordo com o ano e estratificação por sexo. Carmo do Paranaíba, MG, Brasil, 2022.
A figura 2 apresenta o número de casos das DNC analisadas, de acordo com o ano. Observou-se que a Sífilis Não Especificada foi a DNC de maior notificação (n=237), seguida da Tuberculose (n=45) e das Hepatites Virais (n=39). O número médio de casos de Sífilis Não Especificada foi de 21,55±12,24 por ano. Além disso, nota-se que no ano de 2022 houve maior número de casos registrados da doença nos últimos dez anos, com a notificação de 43 casos.
Figura 2. Casos das Doenças de Notificação Compulsória registrados no período de 2012 a 2022. Carmo do Paranaíba, MG, Brasil, 2022.
A análise da faixa etária demonstrou que a idade média dos indivíduos, durante o período do estudo, foi de 35,86+15,82 anos. Entre os indivíduos do sexo masculino, a média de idade foi de 23,36+12,31 anos, e no sexo feminino foi de 11,55+7,94 anos. A figura 3 apresenta o número de casos registrados nos últimos cinco anos, de acordo com a faixa etária.
Figura 3. Número de casos das Doenças de Notificação Compulsória registrados no período de 2018 a 2022, de acordo com a idade. Carmo do Paranaíba, MG, Brasil, 2022.
Conforme demonstrado na tabela 1, observou-se que os indivíduos acometidos com Hanseníase apresentaram a maior média de idade com 49,43±16,59 anos, seguidos da Tuberculose com 44,04±21,16 anos, enquanto a menor média de idade foi verificada nos indivíduos acometidos pela Sífilis Congênita com 0±0 anos e pela Coqueluche com 12,71±12,58 anos.
Tabela 1. Idade média dos indivíduos acometidos pelas Doenças de Notificação Compulsória registrados no período de 2012 a 2022. Carmo do Paranaíba, MG, Brasil, 2022.
Doenças | Média (±) | Idade Mínima | Idade Máxima |
Aids | 37,18 (13,76) | 0 | 69 |
Coqueluche | 12,71 (12,58) | 0 | 30 |
Hanseníase | 49,43 (16,59) | 25 | 72 |
Hepatites Virais | 39,24 (17,12) | 0 | 69 |
Meningite | 23,57 (14,18) | 3 | 40 |
Sífilis Congênita | 0,00 (0,00) | 0 | 0 |
Sífilis em Gestantes | 24,25 (5,71) | 17 | 37 |
Sífilis Não Especificada | 34,05 (13,70) | 0 | 79 |
Tuberculose | 44,04 (21,16) | 14 | 84 |
Neste estudo, os casos incluídos foram registrados em instituições públicas e privadas, totalizando 17 locais de notificação. Observou-se que as instituições públicas do município como a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Complexo Penitenciário apresentaram o maior número de notificações das doenças, totalizando respectivamente 45% e 38% dos casos.
Discussão
O presente estudo foi baseado nas análises das informações sobre as DNC que foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no período de 2012 a 2022, sendo 384 notificações analisadas. Esse sistema atua a partir de uma unidade de saúde e a coleta dos dados é feita por meio de fichas de notificação que podem ser preenchidas tanto em ambiente público quanto privado 7.
No panorama geral da pesquisa observou-se predominância do sexo masculino, aumento no número de casos de doenças, como Sífilis Não Especificada, Hepatites Virais e Tuberculose, ressaltando 2022 o ano de maior registro. Além disso, percebeu-se que a Unidade Básica de Saúde foi a instituição de maior número de notificações.
O perfil predominante foi indivíduo do sexo masculino (67%), com a média de idade de 36 anos quando estratificado pelo sexo. Esse aspecto é entendido devido a diferença de padrões comportamentais existentes entre homens e mulheres o que facilitam a incidência de doenças infectocontagiosas no sexo masculino, como por exemplo a falta de importância com o uso do preservativo e o aumento significativo nos casos da AIDS observado nos últimos cinco anos 3,9.
Outro ponto que pode estar relacionado com a representatividade do sexo masculino nas doenças infectocontagiosas é a carência de atendimento e procura na Atenção Básica pelo público alvo. Esse fato enfatiza ainda mais a necessidade de fortalecer as ações e serviços presentes na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) 10.
As doenças reemergentes representam uma mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, que até então foram combatidas, mas voltaram a representar uma ameaça à saúde humana. Devido a diversos fatores como a imprevisibilidade, o potencial de fortes impactos demográficos decorrentes do aumento das taxas de mortalidade, o impacto econômico das populações afetadas e o potencial risco pandêmico, esses eventos caracterizam um forte problema para a saúde pública 11,12.
Essa mudança no comportamento das doenças prediz eventos decorrentes de uma piora considerável das condições de vida da população brasileira, o que está diretamente ligado ao surgimento de novos casos de doenças infectocontagiosas.
No presente estudo, foi possível identificar que a prevalência dessas condições foi mais acentuada nas doenças Sífilis (86%), Tuberculose e Hepatites Virais (5%), e AIDS (3%), especialmente evidenciadas no Complexo Penitenciário os resultados sugerem condições insalubres do ambiente carcerário. Além disso, fatores de alto risco, como relacionamentos homossexuais sem preservativos, violência sexual cometida por outros presos e uso compartilhado de drogas injetáveis entre a população carcerária corroboram com surgimento de novos casos 13.
A Sífilis Não Especificada teve maior representatividade no estudo com o total 62% dos casos. Esse dado vai ao encontro com a realidade presente no Brasil nos últimos anos, tornando essa doença a mais prevalente entre as DNC do estudo 3. Sabe-se que a Sífilis é uma doença curável e que é dever dos profissionais conhecer suas manifestações, tal como fazer o diagnóstico e o tratamento adequado de uma forma mais precoce, possibilitando assim o controle dos casos 14.
Com o aumento da incidência dessa doença o papel do cirurgião-dentista em diagnosticar torna-se muito importante, visto que essa enfermidade apresenta manifestações extragenitais podendo acometer a cavidade bucal tornando imprescindível um minucioso exame clínico feito pelos cirurgiões-dentistas 15,16,17.
Em âmbito nacional, durante o período de 2021 a junho 2022, surgiram 390,5 mil casos de Sífilis (Adquirida, Congênita e em Gestantes), o que mostra o crescente aumento nos números de novas ocorrências.
Um outro aspecto importante observado no estudo foi o local de referenciamento das notificações das doenças, feitas em âmbito público 378 (98%) e privado 6 (2%). O alto do número de notificações realizadas na Atenção Primária foi cerca de 45% e no Complexo Penitenciário cerca de 38%, o que corrobora com a alta demanda de atendimento no setor público evidenciando a necessidade de destinar políticas públicas voltadas para tais setores. Uma vez que no Complexo Penitenciário há práticas sexuais desprotegidas e falta de conhecimento sobre as doenças de cunho sexualmente transmissíveis 18.
Um ponto importante visto no estudo foi a alta participação do setor público no que se refere ao processo de notificação das DNC. Esse fator enfatiza o papel indispensável do Sistema Público na vida da população desde a Atenção Primária, como a porta de entrada até a Atenção Terciária com a realização do tratamento das manifestações das doenças e acompanhamento do indivíduo.
Conclusão
Conclui-se que houve o aumento expressivo dos casos notificados de Sífilis Não Especificada. Além dos registros significativos das doenças Hepatites Virais e Tuberculose. O aumento das doenças reemergentes exige redes eficazes de serviços essenciais de saúde e sistemas de vigilância oportunos, bem como alta cobertura de serviços básicos de saúde e imunização. Os dados coletados servirão para subsidiar práticas específicas e integração da vigilância para facilitar a prevenção e controle das doenças analisadas e garantir o bom fluxo de informações sobre essas enfermidades que são de interesse para saúde pública.
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1 https://orcid.org/0000-0002-6866-1345 Discente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
e-mail: mtb.araujo@unesp.br
1 https://orcid.org/0000-0003-4218-8796 Discente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
e-mail: beatriz.sr.vilaca@unesp.br
2https://orcid.org/0000-0002-5561-9586 Docente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
email: fernando.chiba@unesp.br
2https://orcid.org/0000-0003-1327-2913 Docente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
email: tania.saliba@unesp.br
2https://orcid.org/0000-0001-5069-8812 Docente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
email: clea.saliba-garbin@unesp.br
2https://orcid.org/0000-0002-4949-529X Docente do Programa de Saúde Coletiva em Odontologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva em Odontologia, Araçatuba, SP, Brasil.
email: suzely.moimaz@unesp.br