LESÃO POR PRESSÃO: UM OLHAR DIFERENCIADO PARA EVITAR A RECIDIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11153949


Edena Barbosa Neves De França1
Maria Do Socorro Alves Ricardo2
Orientador: Prof. José Willian de Aguiar3


Resumo: A lesão por pressão é uma preocupação significativa na assistência à saúde, exigindo medidas eficazes para prevenir a recidiva. Para evitar novas lesões, é essencial apresentar a aplicabilidade da Escala de Braden na percepção dos enfermeiros e identificar as medidas de prevenção, e promoção da saúde de modo evitar o desenvolvimento da lesão por. Além disso, manter a pele limpa, seca e bem hidratada é fundamental para minimizar o risco de recidiva. Essas estratégias combinadas têm o potencial de reduzir significativamente a incidência de lesões por pressão recorrentes e melhorar a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes.

Palavras-chave: Lesões por pressão, Escala de Braden, Intervenções das eMulti.

Abstract: Pressure ulcers are a significant concern in health care, requiring effective measures to prevent recurrence. To avoid new injuries, it is essential to present the applicability of the Braden Scale in the perception of nurses and to identify prevention and health promotion measures in order to avoid the development of the injury by injury. Additionally, keeping your skin clean, dry, and well-hydrated is key to minimizing the risk of recurrence. These combined strategies have the potential to significantly reduce the incidence of recurrent pressure ulcers and improve the quality of care offered to patients.

Keywords: Pressure injuries, Braden Scale, eMulti interventions

1  INTRODUÇÃO

As lesões por pressão são lesões na pele e/ou tecidos moles causadas por tensão ou pressão combinada com forças de cisalhamento. Isso geralmente ocorre em áreas onde o osso se projeta, mas também podem estar associado ao uso de dispositivo médico ou a outras próteses. As lesões por esforço e sua prevenção são consideradas uma meta de segurança do paciente e uma responsabilidade das equipes multidisciplinares em todos os níveis de atenção do sistema de saúde. (PORTAL COFEN, 2023).

Além disso, a luz dessa literatura para identificar potenciais lesões a equipe de enfermagem utiliza o método de Escala de Bradem recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que tem como objetivo avaliar seis características principais do paciente: percepção sensorial, fluidez, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento. As pontuações variam de 1 a 4 .Quanto melhor o estado do paciente, maior será a pontuação. Após, determinar o número total de sintomas, a pontuação varia de 6 a 23. Com base nesses dados, o enfermeiro classifica o nível de risco de o paciente desenvolver a LP. Para lesão por estresse, quanto menor a pontuação desse número maior o risco. (Oliveira G.S.M, Silva et al., 2021).

É necessária a implementação de medidas abrangentes para prevenir a recidiva de LP. Avalie o risco de lesão por pressão de cada paciente e verifique regularmente se há alterações. (National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2021).

Educar cuidadores de pacientes e profissionais de saúde sobre as causas, prevenção e tratamento de LP. (World Health Organization, 2021).

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo contribuir para melhoria dos resultados do desfecho clínico para evitar a recidiva das LP, considerando a interação entre fatores nutricionais, avaliação de risco e intervenções clínicas. Como objetivos específicos, pretende-se: revisar a literatura atual sobre os fatores de risco e causas subjacentes das LP; examinar o papel da desnutrição na cicatrização de LP e identificar intervenções nutricionais eficazes; avaliar a importância da prevenção para evitar a recidiva das LP em pacientes restritos ao leito e aos pacientes que deambulam analisando as melhores práticas clínicas e intervenções para evitar a recidiva das LP. Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de abordagens abrangentes e holísticas para o manejo das LP, reconhecer a complexidade dessas lesões e incorporem intervenções eficazes de prevenção da recidiva. Ao explorar as evidências científicas disponíveis e fornecer recomendações práticas, este estudo busca contribuir para a melhoria dos resultados clínicos e a redução de recidiva associado às lesões por pressão.

2  MATERIAL(IS) E MÉTODOS

O presente estudo foi conduzido em conformidade com as diretrizes éticas estabelecidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), conforme previsto na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, realizada por meio de busca em bases de dados eletrônicas, como PubMed, Scopus e Web of Science Virtual da Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Ministério da Saúde. Tendo como critérios para inclusão: artigos publicados nos últimos 05 anos (2018-2023) no idioma português. A pesquisa incluiu estudos publicados de 2019 até 2023, utilizando os termos de busca relacionados às lesões por pressão, prevenção da recidiva, fatores de risco, intervenções nutricionais e avaliação de risco.

Foram selecionados 26 artigos que abordavam diretamente os objetivos do estudo, portarias e protocolos, incluindo ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas, meta-análises e estudos observacionais. A seleção dos artigos foi realizada de forma independente pelos discentes, com critérios de inclusão pré- definidos. Os dados foram extraídos dos 10 artigos selecionados, incluindo informações sobre características da amostra, métodos de intervenção, instrumentos de avaliação de risco e desfechos relacionados à prevenção da recidiva das lesões por pressão. A síntese dos dados foi realizada de forma narrativa e/ou quantitativa, conforme apropriado, reforçado por imagens ilustrativas visando atender aos objetivos específicos do estudo.

Por fim, é importante destacar que esta revisão não envolveu a coleta de dados primários, sendo realizada exclusivamente com base na análise crítica da literatura existente sobre o tema em questão.

3  DESENVOLVIMENTO

As lesões por pressão (LP), também conhecidas como úlceras de decúbito ou escaras, são áreas localizadas de dano tecidual que ocorrem quando a pressão contínua sobre uma área do corpo restringe o fluxo sanguíneo para os tecidos. Essa privação de oxigênio e nutrientes pode levar à necrose tecidual e, eventualmente, à formação de lesões. As lesões por pressão são classificadas em estágios com base na profundidade do dano tecidual e na extensão da lesão. Esses estágios são cruciais para a avaliação, tratamento e prevenção eficazes dessas lesões.

As LP são uma preocupação significativa em ambientes de cuidados de saúde, pois podem resultar em complicações graves para os pacientes. Uma avaliação precisa do risco de desenvolver LP e a identificação precoce dessas lesões é indispensável para um procedimento terapêutico com resultados positivos. Por meio deste estudo, utilizaremos a escala de Braden para estimar o risco de LP e analisaremos os estágios dessas lesões usando uma abordagem centrada no paciente. A escala de Braden é uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão. Ela considera seis fatores: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento. Cada fator é pontuado em uma escala de 1 a 4 ou 1 a 3, e uma pontuação total inferior a 18 indica um maior risco de LP . Para estimar os riscos de desenvolver a LP, é aconselhável utilizar uma escala de avaliação, sendo a de Braden padronizada internacionalmente, pois ela permite avaliar um grande número de pacientes e evita gastos supérfluos.

Em 2021, estudo sobre o desenvolvimento de ferramentas para estimar o risco de LP, examinou a aplicabilidade usando parâmetros da escala de dados do paciente e histórico de internação. A seleção dessa escala ofereceu simplicidade na aplicação e interpretação das informações. O estudo comprovou que a ferramenta desenvolvida apresentou resultados notáveis auxiliando na identificação ágil do risco de formação de LP. O atendimento ao paciente é alcançando por meio da comunicação eficaz entre os membros da equipe, dessa forma, além de medir o nível de risco, a ferramenta possibilita a continuidade do cuidado por meio do registro de descobertas. As LP representam um problema de saúde significativo, com conseqüências adversas para os pacientes e altos custos para o sistema de saúde. Fonte elaborado pelas autoras.

3.1 Escala de Braden e suas classificações

A Escala de Braden é uma ferramenta utilizada para avaliar o risco de desenvolvimento de LP, e recomendada seu uso pelos enfermeiros no Brasil, potencializando sua assistência, identificando pacientes com alto risco de desenvolver LP e gerenciando ações de precaução do surgimento de lesão por pressão. (SALGADO et al, 2018).

Tabela 1  

3.1.1 Classificação das LP

As lesões por pressão são classificadas em estágios de acordo com a profundidade do dano tecidual. Os estágios incluem:

Quadro 1 – Classificação das lesões por pressão, segundo a NPUAP.

Foram incorporadas, duas classificações adicionais:

Estágio1: Eritema Cutâneo Não Branqueável

No estágio 1, a lesão por pressão é caracterizada por um eritema cutâneo não branqueável. Isso significa que, quando a pele é pressionada, ela não fica branca ou pálida, indicando uma resposta inadequada do fluxo sanguíneo. O eritema é um sinal de alerta precoce de dano tecidual, mas a pele ainda está intacta. Geralmente, a área afetada pode ser dolorosa, mais quente ou mais fria do que as áreas circundantes. O estágio 1 é considerado um dano superficial à pele e pode não ser visível em todos os tons de pele.

Figura 1Fonte: Foto de Gordian Medical, Inc. dba American Medical Technologies; utilizada com permissão.

Estágio 2 : Perda Parcial da Espessura da Pele

No estágio 2, a lesão por pressão envolve a perda parcial da espessura da pele. Isso significa que a epiderme e/ou a derme são afetadas. A lesão pode parecer uma abrasão, bolha ou úlcera aberta. A pele ao redor da lesão pode ser avermelhada e há uma clara evidência de dano tecidual. A lesão por pressão no estágio 2 é mais vulnerável a infecções do que no estágio 1, é necessário monitorar de perto a área afetada para prevenir complicações.

Figura 2 Fonte: Acervo pessoal

Estágio3: Perda Completa da Espessura da Pele

No estágio 3, a lesão por pressão envolve a perda completa da espessura da pele e pode se estender até o tecido subcutâneo. Isso significa que há uma cratera ou cavidade visível na pele, com necrose do tecido subcutâneo evidente. A ferida pode ser profunda e pode envolver tecido necrótico. A presença de exsudato (fluido) é comum e pode indicar infecção. A lesão por pressão no estágio 3 requer cuidados intensivos devido ao risco aumentado de complicações, como infecção sistêmica e danos aos tecidos mais profundos.

Figura 3 Fonte: Acervo pessoal

Estágio 4: Extensão Total do Dano Tecidual

O estágio 4 representa a extensão total do dano tecidual, penetrando através da pele e do tecido subcutâneo e afetando músculos, ossos ou estruturas de suporte, como tendões ou ligamentos. Neste estágio, a lesão por pressão pode ser extensa e profunda, com exposição de estruturas internas do corpo. A ferida pode ser muito dolorosa e requer cuidados especializados para prevenir complicações graves, como infecção óssea (osteomielite) ou sepse.

Figura 4 Fonte: Foto de Gordian Medical, IdbaAmericaMedical Technologies; utilizada com permissão.

Não classificável: Prejuízo da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode ser comprovada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara.

O estágio não classificável representa a extensão total do dano tecidual, penetrando através da pele e do tecido subcutâneo e afetando músculos, ossos ou estruturas de suporte, como tendões ou ligamentos. Neste estágio, a lesão por pressão pode ser extensa e profunda, com exposição de estruturas internas do corpo. A ferida pode ser muito dolorosa e requer cuidados especializados para prevenir complicações graves, como infecção óssea (osteomielite) ou sepse.

Figura 5 Fonte: Acervo pessoal

Figura 6 Fonte: Acervo pessoal

Tissular Profunda : Consiste no prejuízo total da densidade da pele e perda tissular com apresentação ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.

Os diagnósticos de enfermagem relacionados à promoção da segurança do paciente e à prevenção de lesões ou danos na prática de enfermagem, destacando a importância de identificar e atenuar os riscos para a segurança do paciente durante a hospitalização. (NPUAP 2016 – adaptada culturalmente para o Brasil)

Considerando os Diagnósticos de Enfermagem, de acordo com a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). (NPUAP 2016 – adaptada culturalmente para o Brasil). Em que temos:

Domínio 11. Segurança/proteção 00046 Integridade da pele prejudicada Definição:

Epiderme e/ou derme alterada.

Características definidoras: alteração na integridade da pele; matéria estranha perfurando a pele.

Fatores associados: – externos: fatores mecânicos (por exemplo: forças de cisalhamento, pressão, imobilidade física) – este é apenas um dos fatores; – internos: pressão sobre saliência óssea – este é apenas um dos fatores;

Domínio 11. Segurança/proteção 00047 Risco de integridade da pele prejudicada

Definição: Vulnerabilidade à alteração na epiderme e/ou derme, que pode comprometer a saúde.

Fatores de risco: – externos: fatores mecânicos (por exemplo: forças de cisalhamento, pressão, imobilidade física) – este é apenas um dos fatores; – internos: pressão sobre saliência óssea – este é apenas um dos fatores;

Domínio 11. Segurança/proteção 00044 Integridade tissular prejudicada

Definição: Dano em membrana mucosa, córnea, tecido tegumentar, fáscia muscular, músculo, tendão, osso, cartilagem, cápsula articular e/ou ligamento.

Características definidoras: tecido destruído; tecido lesado.

Fatores relacionados: fator mecânico; mobilidade prejudicada – estes são apenas dois dos fatores;

Domínio 11. Segurança/proteção 00248 Risco de integridade tissular prejudicada

Definição: Vulnerabilidade a dano em membrana mucosa, córnea, tecido tegumentar, fáscia muscular, músculo, tendão, osso, cartilagem, cápsula articular e/ou ligamento.

 Fatores de risco: fator mecânico; mobilidade prejudicada – estes são apenas dois dos fatores;

Domínio 11. Segurança/proteção 00249 Risco de úlcera por pressão

Definição: Vulnerabilidade à lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre saliência óssea, em consequência de pressão, ou pressão combinada com forças de cisalhamento.

Fatores de risco: adulto com escore na Escala de Braden < 18; criança com escore na Escala de Braden < 16; pressão sobre proeminência óssea.

3.1.2Estudo de Caso: Avaliação da Lesão por Pressão Utilizando a Escala de Braden

Um estudo de caso pode ilustrar a aplicação prática da avaliação de lesões por pressão e a utilização da Escala de Braden para avaliar o risco de desenvolvimento dessas lesões em pacientes hospitalizados. Considere o seguinte caso:

Paciente de 65 anos, Internado Após Cirurgia de Quadril:

O paciente, um homem de 65 anos, foi internado em um hospital devido a complicações pós-operatórias após uma cirurgia de quadril. A cirurgia foi realizada devido a uma fratura de quadril resultante de uma queda em casa. O paciente possui histórico de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.

Após a cirurgia, o paciente apresentou mobilidade limitada devido à dor e à imobilização necessária para a recuperação da cirurgia. Ele foi admitido em uma unidade de cuidados intensivos para monitoramento e manejo pós-operatório. A equipe de enfermagem realizou uma avaliação completa do paciente, incluindo uma avaliação de risco de desenvolvimento de lesões por pressão utilizando a escala de Braden.

Resultados da Avaliação da Escala de Braden:

Ao utilizar a Escala de Braden, os seguintes resultados foram observados:

Tabela 2

Com base nos resultados da Escala de Braden, o paciente foi classificado como tendo um médio risco de desenvolver lesões por pressão. A equipe de enfermagem implementou medidas de prevenção de lesões por pressão, incluindo mudança de posição regular, uso de superfícies de apoio adequadas e avaliação contínua da pele.

Avaliação Diária da Pele: Identificação de uma Lesão por Pressão de Estágio 1

Durante a avaliação diária da pele, a equipe de enfermagem identificou um eritema não branqueável na região sacral do paciente. O eritema era uma área avermelhada e não pálida, indicando uma resposta inadequada do fluxo sanguíneo na área. A lesão foi classificada como uma lesão por pressão de Estágio 1, de acordo com os critérios estabelecidos.

O estudo de caso apresentado ilustra a importância da avaliação de risco de lesões por pressão e da utilização da Escala de Braden na identificação precoce e prevenção dessas lesões em pacientes hospitalizados. No caso do paciente de 65 anos, internado após uma cirurgia de quadril, a avaliação da Escala de Braden revelou um alto risco de desenvolvimento de lesões por pressão devido à sua mobilidade limitada, umidade da pele e outros fatores de risco.

A identificação de um eritema não branqueável na região sacral do paciente, consistente com uma lesão por pressão de Estágio 1, enfatiza a importância da vigilância contínua da pele e da implementação de medidas preventivas adequadas. Intervenções como mudança de posição regular e utilização de superfícies de apoio adequadas foram fundamentais para minimizar o risco de lesões por pressão e promover a cicatrização da lesão existente.

Além disso, o estudo de caso destaca a necessidade de uma abordagem interdisciplinar no manejo de lesões por pressão, envolvendo profissionais de enfermagem, fisioterapeutas, médicos e outros membros da equipe de saúde. A prevenção e o tratamento eficazes das lesões por pressão requerem uma avaliação abrangente do paciente, intervenções personalizadas e monitoramento contínuo da resposta às terapias implementadas.

Em suma, o estudo de caso enfatiza a importância da vigilância e prevenção de lesões por pressão em pacientes hospitalizados, destacando o papel crucial da Escala de Braden como uma ferramenta de avaliação de risco. A implementação de estratégias preventivas adequadas não apenas reduz o sofrimento do paciente, mas também promove melhores resultados clínicos e qualidade de vida.

A Escala de Braden é uma ferramenta valiosa na avaliação do risco de lesões por pressão em pacientes hospitalizados. Este estudo de caso demonstra a importância da utilização da escala na identificação precoce do risco e da lesão por pressão. Uma abordagem sistemática, como a fornecida pela Escala de Braden, pode auxiliar os profissionais de saúde na prevenção e tratamento eficazes das lesões por pressão.  

3.2 Medidas preventivas para evitar lesão por pressão em pacientes acamados e pacientes que deambulam

As lesões por pressão (LPs), também conhecidas como úlceras de pressão, representam um desafio significativo para a prática clínica, especialmente em pacientes acamados e aqueles que deambulam. Para prevenir essas lesões e promover a saúde da pele, é crucial implementar medidas preventivas adequadas. Mobilização e reposicionamento adequados são fundamentais para aliviar a pressão em áreas vulneráveis. Pacientes acamados devem ser reposicionados regularmente, pelo menos a cada duas horas, enquanto pacientes que deambulam devem mudar de posição frequentemente para evitar períodos prolongados de pressão em uma área específica (NationalPressureInjuryAdvisoryPanel, 2021).

Além disso, a utilização de superfícies de suporte adequadas desempenha um papel crucial na prevenção de LPs. Colchões e almofadas especiais podem ajudar a distribuir a pressão de forma mais uniforme, reduzindo o risco de lesões em pacientes acamados. Para pacientes que deambulam, calçados adequados e palmilhas ortopédicas podem proporcionar apoio adicional e reduzir a pressão nos pés (Moore &Cowman, 2019).

Educar pacientes, familiares e cuidadores sobre os fatores de risco e medidas preventivas para LPs é crucial para promover uma abordagem proativa na prevenção dessas lesões. Profissionais de saúde também devem receber treinamento adequado sobre cuidados com a pele e técnicas de prevenção de LPs para garantir uma abordagem abrangente e eficaz (NationalPressureInjuryAdvisoryPanel, 2021).

Além disso, garantir uma dieta balanceada e rica em nutrientes é fundamental para promover a cicatrização da pele e reduzir o risco de LPs. Intervenções nutricionais específicas podem ser necessárias para pacientes desnutridos ou com risco nutricional (Moore &Cowman, 2019).

Ao implementar essas medidas preventivas de forma abrangente e individualizada, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de LPs em pacientes acamados e pacientes que deambulam. A prevenção eficaz de LPs não só melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduz os custos associados ao tratamento dessas lesões (National Pressure Injury Advisory Panel, 2021).

3.2.1 As dificuldades enfrentadas pela enfermagem para evitar a Recidiva das LPs

É importante reconhecer que a lesão por pressão é um evento adverso que causa danos ao paciente, e, portanto, sua incidência deve ser notificada. O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) destaca medidas preventivas, ações para evitar a ocorrência de LP, estratégias de gestão de riscos e padronização de procedimentos, além de enfatizar a avaliação e comunicação eficazes, entre outras informações relevantes. (SANTOS, 2018).

Como já foi descrito no decorrer da pesquisa várias situações favorecem o surgimento da lesão por pressão, para evitar a recidiva das LPs, é de fundamental importância implementar uma abordagem multifacetada que aborde os fatores de risco intrínsecos e extrínsecos associados a essas LP. Para evitar a recidiva de LP, é fundamental efetivar medidas cautelosas de prevenção e cuidado contínuo.

Para evitar que as LP tenham recidivas, é necessário adotar medidas preventivas adequadas, especialmente em indivíduos com mobilidade reduzida ou acamados. A lesão por pressão é causada por pressão prolongada em áreas com baixa perfusão sanguínea, geralmente em proeminências ósseas ou em áreas com dispositivos invasivos. Alguns pontos-chave incluem:

  • Avaliação regular da pele para identificar áreas de risco.
  • Girar a posição do paciente regularmente para aliviar a pressão nas áreas vulneráveis.
  • Usar superfícies de suporte adequadas, como colchões e almofadas especiais.
  • Manter a pele limpa, seca e bem hidratada.
  • Educar a equipe de cuidados de saúde e os cuidadores sobre práticas adequadas de prevenção.
  • Tratamento para diminuir a algia
  • Tópicos analgésicos para aplicar diretamente na pele, também podem ser necessários durante o tratamento das LP.

Essas estratégias, quando aplicadas de forma consistente, podem ajudar a evitar a recidiva de lesões por pressão.

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o estudo sobre lesão por pressão, é fundamental destacar a importância da abordagem multidisciplinar e contínua na prevenção de recidivas. Isso significa enfatizar a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, a educação dos pacientes e cuidadores, e a implementação rigorosa de protocolos de prevenção. Além disso, recomenda-se investir em tecnologias inovadoras para monitorar e gerenciar o risco de lesão por pressão de forma mais eficaz.

Conclui-se que a abordagem holística e multidisciplinar é fundamental para o manejo eficaz das LPs, pois, identificamos que vários são os fatores que contribuem para aparição das LPs em pacientes hospitalizados. Entretanto, avaliação de risco é essencial para identificar precocemente os indivíduos com maior probabilidade de desenvolver LPs, permitindo a implementação de medidas preventivas adequadas verificando as diretrizes mais atualizadas para a prática clínica.

Por fim, as melhores práticas clínicas, incluindo o uso de superfícies de suporte adequadas, mobilização precoce e educação do paciente e da equipe de saúde, são cruciais para evitar a recorrência das LPs. É fundamental que futuras pesquisas continuem a explorar novas abordagens e estratégias para otimizar os desfechos clínicos e mitigar o encargo dessas lesões.

REFERÊNCIAS

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DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 22/05/2023 | Edição: 96-B | Seção: 1 – Extra Órgão: Ministério da Saúde/Gabinete da Ministra Portaria GM/MS nº 635, de 22 de maio de 2023.

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1Formanda em Enfermagem na UniLs edinha13@gmail.com

2 Formando em Enfermagem na UniLs,
maria.ped 2009@gmail.com

3Orientador Jose Willian de Aguiar, Esp. Gestão e planejamento em Saúde, Docência do Ensino
Superior e Oncologia, jose.aguiar@unils.edu.br