O ENSINO HÍBRIDO SOB A ÓTICA DO PROFESSOR: DESAFIOS, ESTRATÉGIAS E REFLEXÕES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11072144


Ana Paula Pereira; Regiane Loch Becker; Raimunda Marineide de Lima; Fernanda Teles; Fernanda dos Santos Costa Souza; Maria Geralda Teixeira Ramos; Julio Cesar Borges de Lima; Ueudison Alves Guimarães


RESUMO

Este estudo reflete uma breve análise acerca do ensino híbrido do ponto de vista do docente, enfatizando os desafios, as estratégias e as reflexões críticas associadas a essa modalidade educativa, mediante uma metodologia de pesquisa bibliográfica, a qual analisa artigos acadêmicos, relatórios educacionais e estudos de caso para entender como os eles estão caminhando na transição para o ensino híbrido. Ressalta-se, pois, que o ensino híbrido, o qual combina elementos do ensino presencial e online, apresenta desafios únicos para os docentes, incluindo a necessidade de desenvolver competências digitais, adaptar métodos pedagógicos e gerenciar a dualidade de ambientes de aprendizagem. Desse modo, a trajetória discursiva revela que, embora esses desafios sejam significativos, muitos docentes estão desenvolvendo estratégias eficazes para superá-los, como a incorporação de tecnologias educacionais adaptativas, a adoção de práticas de ensino flexíveis e a promoção de uma maior interação aluno-professor. Além disso, discute-se aqui as reflexões dos docentes em relação ao impacto do ensino híbrido na qualidade da educação e no engajamento dos alunos, visto que muitos deles reconhecem o potencial do ensino híbrido para personalizar a aprendizagem e aumentar a acessibilidade, assim como para enfatizar a importância de manter um equilíbrio entre os aspectos digitais e presenciais. Diante desse contexto, busca-se proporcionar um olhar mais amplo dos desafios e oportunidades que o ensino híbrido apresenta para os docentes, oferecendo ideias relevantes a respeito de como essa modalidade está redesenhando o ambiente educacional contemporâneo.

Palavras-chave: Aprendizagem. Desafios Docentes. Ensino Híbrido.

ABSTRACT

This study reflects a brief analysis of hybrid teaching from the teacher’s point of view, emphasizing the challenges, strategies and critical reflections associated with this educational modality, through a bibliographic research methodology, which analyzes academic articles, educational reports, and studies case study to understand how they are progressing in the transition to hybrid learning. It should be noted, therefore, that hybrid teaching, which combines elements of face-to-face and online teaching, presents unique challenges for teachers, including the need to develop digital skills, adapt pedagogical methods and manage the duality of learning environments. Thus, the discursive trajectory reveals that, although these challenges are significant, many teachers are developing effective strategies to overcome them, such as the incorporation of adaptive educational technologies, the adoption of flexible teaching practices and the promotion of greater student-student interaction. teacher. Furthermore, teachers’ reflections on the impact of hybrid teaching on the quality of education and student engagement are discussed here, as many of them recognize the potential of hybrid teaching to personalize learning and increase accessibility, as well as to emphasize the importance of maintaining a balance between digital and in-person aspects. Given this context, we seek to provide a broader look at the challenges and opportunities that hybrid teaching presents for teachers, offering relevant ideas about how this modality is redesigning the contemporary educational environment.

Keywords: Learning. Teaching Challenges. Hybrid Teaching.

INTRODUÇÃO 

Com a adoção crescente de modelos de ensino que combinam elementos presenciais e online, os docentes passaram a enfrentar novos desafios e oportunidades no que tange ao processo de ensino-aprendizagem.

Por conta disso, este estudo busca investigar as várias dimensões do ensino híbrido, enfatizando especialmente os desafios enfrentados pelos docentes, as estratégias adotadas para superá-los e as reflexões críticas sobre essa modalidade de ensino.

O ensino híbrido, marcado por sua flexibilidade e capacidade de adaptar-se a diferentes estilos de aprendizagem, exibe um paradigma distinto em relação aos métodos tradicionais de ensino.

Desse modo, o estudo aqui construído se preocupa em delinear o contexto em que o ensino híbrido se desenvolve, destacando a importância de investigar a experiência do docente nesse cenário, por isso, preocupa-se em analisar como a transição para o ensino híbrido afeta a prática pedagógica, a interação com os alunos e a gestão de sala de aula.

Cabe aqui ressaltar que este trabalho busca ainda compreender os desafios específicos enfrentados pelos docentes no ensino híbrido, como a necessidade de desenvolver competências digitais, adaptar-se a um ambiente de ensino mais flexível e gerenciar efetivamente a dualidade dos espaços de aprendizagem físicos e virtuais.

Ademais, tenta-se aqui compreender as estratégias que os docentes estão empregando para trilhar com sucesso nesse novo território, incluindo a utilização de tecnologias educacionais inovadoras, práticas pedagógicas adaptativas e técnicas de engajamento de alunos.

Assim, entende-se que este estudo representa uma contribuição significativa para o campo da educação, destacando a necessidade de abordagens pedagógicas que sejam ao mesmo tempo flexíveis e centradas no aluno, e que preparem os docentes para as realidades do ensino na era digital.

Além de discorrer acerca dos desafios e estratégias, essa caminhada reflexiva se propõe a mergulhar nas reflexões pedagógicas que surgem com o ensino híbrido, tencionando investigar como essa modalidade está remodelando as concepções tradicionais de ensino-aprendizagem, impulsionando os docentes a refletirem sobre suas práticas e filosofias educacionais.

Desse modo, evidencia-se que o ensino híbrido, com sua natureza intrinsecamente flexível e diversificada, disponibiliza um terreno fértil para inovações pedagógicas e experimentações didáticas, consentindo aos docentes investigarem novas formas de engajar e estimular os alunos.

Nesta investigação, também houve o interesse de levar em conta a interação entre o ensino híbrido e o desenvolvimento profissional dos docentes, almejando compreender como a necessidade de adaptação a esse modelo está impulsionando os docentes a buscarem novas formas de capacitação e aprimoramento contínuo.

Diante dessa premissa, entende-se que essa necessidade de desenvolvimento profissional constante é um aspecto crítico da adaptação ao ensino híbrido, destacando a importância de sistemas de suporte e redes de colaboração entre educadores.

Assim sendo, revela-se que esta introdução estabelece o escopo de todo o estudo aqui desenvolvido, o qual objetiva, além de documentar os desafios e estratégias do ensino híbrido, também investigar as profundas reflexões pedagógicas e as implicações a longo prazo dessa abordagem educacional.

A partir dessa construção, afirma-se que o estudo tem como ambição propiciar uma contribuição significativa para o entendimento do ensino híbrido e para a prática educacional contemporânea, evidenciando a importância de uma abordagem adaptativa e reflexiva na profissão docente.

M ETODOLOGIA

Para a elaboração deste artigo, optou-se pela realização de uma pesquisa bibliográfica, valendo-se do Google Acadêmico e de literatura nacional como principais fontes de informação. Este método foi selecionado por sua capacidade de contribuir significativamente para a disseminação do conhecimento científico, facilitando uma compreensão mais aprofundada do tema em discussão.

A escolha dessa abordagem permitiu identificar aspectos anteriormente não considerados sobre o assunto em estudo, destacando especialmente a importância do ensino híbrido do ponto de vista do docente. Ao longo da pesquisa, buscou-se responder a possíveis questões emergentes através da análise de teorias e ideias propostas por autores renomados na área.

Dessa maneira, a decisão por uma metodologia bibliográfica justifica-se pela sua eficácia em enriquecer o processo de investigação. Os conceitos examinados foram selecionados com base nas contribuições de alguns dos mais influentes pensadores, visando ampliar o entendimento e a análise crítica da temática abordada neste trabalho.

REFERENCIAL TEÓRICO

Evolução e relevância do ensino híbrido

O ensino híbrido, considerado uma abordagem educacional que combina métodos de ensino presenciais e online, tem experimentado uma evolução notável nas últimas décadas, tornando-se cada vez mais relevante no cenário educacional contemporâneo.

Nesse sentido, destaca-se que essa modalidade de ensino surgiu como resposta às mudanças voltadas para as necessidades educacionais e avanços tecnológicos, e tem sido adotada progressivamente em diversos contextos educativos, desde escolas básicas até instituições de ensino superior.

De acordo com Kuhn (2018), a evolução do ensino híbrido pode ser traçada desde os primeiros usos de tecnologias educacionais para complementar o ensino presencial até a integração sofisticada de plataformas de ensino-aprendizagem online, as quais propiciam uma experiência de aprendizagem personalizada e flexível.

Contudo, em seus primórdios, o ensino híbrido era conhecido como um mecanismo voltado para potencializar o ensino tradicional, mas rapidamente evoluiu para um modelo pedagógico distinto, caracterizado pela sua capacidade de adaptar-se aos estilos de aprendizagem individuais dos alunos e de proporcionar maior acessibilidade e conveniência.

Vale destacar que a relevância do ensino híbrido no contexto educacional moderno é diversificada, pois se preocupa em atender à crescente demanda por uma educação flexível e acessível.

Figura 1 – Ensino Híbrido

Fonte: SEDUC (2023)

Assim sendo, percebe-se que com as vidas cada vez mais dinâmicas e agendas lotadas, alunos e docentes se beneficiam da flexibilidade que o ensino híbrido oferece, permitindo que o aprendizado ocorra a qualquer hora e em qualquer lugar.

Além disso, revela-se que essa modalidade permite que os alunos trabalhem em seu próprio ritmo, revisando conteúdos conforme necessário e aprofundando-se em áreas de interesse particular.

Kuhn (2018) ressalta ainda que a capacidade de promover uma educação personalizada é considerada um elemento de grande relevância do ensino híbrido. Desse modo, elucida-se que mediante a utilização de plataformas de aprendizagem online e ferramentas adaptativas, os docentes são capazes de propiciar recursos personalizados para suprir as necessidades dos alunos, uma abordagem quase impossível no ensino tradicional puramente presencial, mas que é fundamental para melhorar a eficácia do aprendizado, assim como para ampliar o engajamento e a motivação dos alunos.

É relevante acrescentar que o ensino híbrido é uma resposta direta às necessidades de um mercado de trabalho em constante mudança. Por isso, quando são incorporadas habilidades digitais e promovem um aprendizado mais autodirigido e colaborativo, ele prepara os alunos para os desafios da sociedade moderna.

Nesse sentido, compreende-se que as habilidades desenvolvidas através do ensino híbrido, como a capacidade de aprender de forma independente, de colaborar virtualmente e de gerenciar eficazmente o tempo, são altamente valorizadas no ambiente de trabalho atual.

Dentro desse contexto, percebe-se que o ensino híbrido ganhou ainda mais relevância no contexto da pandemia de COVID-19, a qual forçou muitas instituições educacionais a adotarem rapidamente modelos de ensino remoto.

Por conta disso, verificou-se que essa situação sem precedentes destacou a importância da flexibilidade e da resiliência no setor educacional, qualidades intrínsecas ao ensino híbrido.

De acordo com Silva, Pesce e Zuin (2010), descobre-se que a evolução do ensino híbrido reflete uma adaptação às necessidades educacionais provenientes e um alinhamento com as tendências tecnológicas atuais.

Todavia, a sua relevância no cenário educacional moderno é inegável, oferecendo uma abordagem mais personalizada, flexível e prática para o aprendizado, alinhada com as exigências de um mundo que vive constantemente em transformação.

O processo de evolução do ensino híbrido também reflete uma mudança significativa na relação entre docentes e alunos, afinal, a educação tradicional era vista como um processo unidirecional, com o professor transmitindo conhecimento e o aluno recebendo informações.

Contudo, com a chegada do ensino híbrido, ela passou a promover uma abordagem mais interativa e colaborativa, onde o papel do docente se transforma em um facilitador da aprendizagem.

Diante dessa nova realidade, os autores supracitados declaram que essa mudança coloca maior ênfase na autonomia do aluno e na construção colaborativa do conhecimento, elementos esses que são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades críticas e analíticas.

Ressalta-se, neste estudo, que o ensino híbrido tem implicações significativas para a inclusão e a igualdade educacional. Por isso, ao promover múltiplos formatos e caminhos de aprendizagem, esta modalidade pode atender melhor a alunos com diferentes necessidades, estilos e ritmos de aprendizagem, incluindo aqueles com deficiências ou outras condições especiais.

Todavia, revela-se que o acesso ampliado a recursos educacionais por meio de plataformas digitais pode reduzir as barreiras geográficas e socioeconômicas, contribuindo para uma educação mais inclusiva e acessível.

A evolução do ensino híbrido, segundo Campenhoudt (2003), é um reflexo das transformações na educação e na sociedade como um todo. Desse modo, compreende-se que a sua relevância se estende para além da flexibilidade e personalização, abrangendo mudanças nas dinâmicas de ensino, promoção da inclusão e igualdade, utilização de análises de dados para melhorar a aprendizagem e preparação dos alunos para um mundo digital.

Assim sendo, o ensino híbrido é entendido como um mecanismo fundamental da educação moderna, o qual representa uma abordagem inovadora e adaptável que supre as exigências de um mundo em constante evolução.

Adaptação a novas tecnologias no ensino híbrido

O processo de inclusão de diversidades na educação contribui para a formação de cidadãos mais conscientes, empáticos e tolerantes. Contudo, revela-se que ao interagir com colegas de diferentes origens culturais, religiosas, étnicas, sociais e com diferentes capacidades, os alunos aprendem a valorizar a diversidade e a respeitar as diferenças.

Assim, entende-se que essa exposição a uma variedade de perspectivas e experiências é de grande relevância para o desenvolvimento de uma compreensão mais profunda e ampla do mundo.

Para Libâneo (2014), a adaptação a novas tecnologias no ensino híbrido simboliza um aspecto primordial e desafiador no contexto educacional contemporâneo. Assim sendo, percebe-se que à medida em que as instituições de ensino buscam integrar abordagens presenciais e online, a incorporação eficaz de tecnologias digitais vai se tornando fundamental para o sucesso dessa modalidade educativa.

Nesse sentido, Libâneo (2014) afirma que essa adaptação vai muito além do simples uso de ferramentas tecnológicas, visto que ela exige uma reimaginação do processo de ensino-aprendizagem, onde a tecnologia atua como facilitadora, personalizadora e inovadora da experiência educacional.

Para o autor, quando se pensa na efetividade deste processo de adaptação, ressalta-se que a familiarização e o treinamento tanto para docentes quanto para alunos são considerados um dos primeiros passos, pois a eficácia do ensino híbrido depende em grande parte da capacidade dos docentes em utilizar as tecnologias digitais de maneira pedagogicamente sólida no processo de ensino-aprendizagem.

Dentro dessa perspectiva, torna-se evidente que todo esse processo de implementação das tecnologias envolve, além do domínio de plataformas de aprendizagem online e ferramentas de comunicação, a habilidade de integrá-las de forma a potencializar e complementar o ensino presencial.

Nesse sentido, acrescenta-se que o desenvolvimento da proficiência em relação uso de tecnologias digitais é também importante, pois isso afeta diretamente a sua capacidade de aprender de forma autônoma e colaborativa.

Desse modo, torna-se evidente que além da capacitação técnica, a adaptação a novas tecnologias no ensino híbrido exige, de fato, uma mudança pedagógica, em que os docentes são desafiados a repensarem suas abordagens de ensino para aproveitar ao máximo os benefícios das tecnologias digitais.

Para que isso realmente traga resultados satisfatórios a esse processo, acredita-se ser necessária a adoção de métodos pedagógicos inovadores, como a aprendizagem baseada em projetos ou a gamificação, que são facilitados pelas ferramentas tecnológicas.

Afinal, a tecnologia com seus métodos inovadores, permite um ensino-aprendizagem mais interativo e envolvente, o qual pode ser personalizado no intuito de atender às necessidades e especificidades dos alunos.

Nesse processo de adaptação tecnológica no ensino híbrido, Harasim (2015) evidencia um outro elemento muito importante que é a necessidade de avaliação constante e ajuste das estratégias de ensino, pois a partir do momento em que novas tecnologias surgem e as existentes evoluem, os docentes estar preparados para avaliarem continuamente sua eficácia e fazerem ajustes conforme necessário. Para tanto, evidencia-se a necessidade de uma mentalidade aberta e um compromisso com a aprendizagem contínua, tanto em termos de tecnologia quanto de pedagogia.

As questões de acessibilidade e equidade também precisam ser consideradas nesse processo de adaptação às novas tecnologias digitais, objetivando que todos os alunos tenham acesso igual às ferramentas tecnológicas e aos recursos digitais, corroborando dessa maneira para a eficácia do ensino híbrido.

Desse modo, destaca-se a necessidade do abastecimento de dispositivos para alunos que não têm acesso em casa ou o desenvolvimento de estratégias para apoiar alunos que podem ter menos familiaridade com a tecnologia.

Neste artigo, mediante os apontamentos de Harasim (2015), descobre-se que a adaptação a novas tecnologias no ensino híbrido é um processo contínuo e múltiplo, o qual suplanta a mera incorporação de ferramentas digitais, objetivando compreender o desenvolvimento de competências tecnológicas, a inovação pedagógica, a avaliação constante e o compromisso com a equidade e a acessibilidade.

Assim sendo, percebe-se que os docentes e alunos, ao caminharem satisfatoriamente em meio a esse processo de adaptação, podem maximizar as oportunidades oferecidas pelo ensino híbrido, criando um ambiente de aprendizagem dinâmico, interativo e personalizado.

Gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados

Ao se discutir acerca do gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados, entende-se que ele é denominado como uma atividade complexa e fundamental no contexto educacional contemporâneo.

Todavia, com a crescente diversidade nas salas de aula, que inclui diferenças culturais, socioeconômicas, de habilidades e de estilos de aprendizagem, os docentes vêm ao longo dos anos enfrentando o desafio de criar e gerenciar ambientes que sejam inclusivos, igualitários e propícios ao aprendizado de todos os alunos.

Segundo Moran (2015b), compreende-se que um dos elementos primordiais voltado para o gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados é a necessidade de personalização, que exige docentes preparados para adaptarem seu ensino às necessidades individuais dos alunos, o que pode envolver a implementação de estratégias diferenciadas de ensino, a oferta de múltiplas formas de avaliação e a utilização de recursos variados que atendam a diferentes estilos de aprendizagem.

Desse modo, acredita-se que essa abordagem personalizada tanto ajuda a garantir que todos os alunos tenham acesso ao currículo quanto contribui para o engajamento e a motivação dos alunos.

Nesta mesma linha de reflexão, Moran (2015b) elucida que a promoção de um ambiente inclusivo e acolhedor também é de grande relevância, mas para isso é necessário criar um espaço onde a diversidade seja valorizada e onde todos os alunos se sintam seguros e respeitados.

Dentro desse contexto, o gerenciamento eficaz de ambientes diversificados inclui o combate a preconceitos e estereótipos, a implementação de políticas anti-bullying e a promoção de práticas que reforcem a igualdade e o respeito mútuo.

De acordo Gardner (1995), a colaboração e o trabalho em equipe exercem um papel muito importante no gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados, o qual compreende a criação de grupos de trabalho heterogêneos, onde os alunos podem aprender uns com os outros, compartilhar diferentes perspectivas e desenvolver habilidades sociais e de colaboração.

Ademais, torna-se bastante claro que a colaboração entre docentes, pais e outros profissionais é altamente efetiva para o desenvolvimento de estratégias eficazes e amplas que possam suprir as necessidades de todos os alunos.

É inegável que a tecnologia tem se tornado ao longo dos anos uma parceira inseparável educação, desse modo, também é considerada como um mecanismo poderoso no gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados.

Isso ocorre porque as ferramentas digitais e plataformas de aprendizagem online são capazes de propiciar recursos personalizados, suporte adicional e oportunidades de aprendizagem flexíveis.

Nesse sentido, entende-se que a tecnologia pode auxiliar a superar barreiras físicas e temporais, permitindo que os alunos acessem o aprendizado em conformidade com suas necessidades e circunstâncias.

Levando em consideração esse trajeto discursivo, descobre-se o gerenciamento eficaz de ambientes de aprendizagem diversificados exige um compromisso contínuo com o desenvolvimento profissional.

Por isso, segundo Freire (2005), cabe aos doentes se manterem sempre em constante aprendizado e atualizando-se sobre as melhores práticas para atender à diversidade em suas salas de aula. Portanto, para que isso de fato se torne uma realidade é fundamental a participação em treinamentos, workshops e redes de profissionais da educação, onde podem compartilhar experiências e aprender novas estratégias.

Assim sendo, compreende-se que o gerenciamento de ambientes de aprendizagem diversificados é uma atividade diversificada que exige sensibilidade, criatividade e dedicação por parte dos educadores.

Contudo, ao enfrentarem os desafios com estratégias eficazes, os docentes podem criar ambientes de aprendizagem que são inclusivos e acolhedores, mas que também promovam o sucesso e o desenvolvimento de todos os alunos.

Estratégias de avaliação adaptadas ao ensino híbrido

Tendo em vista o cenário do ensino híbrido, o qual combina elementos de aprendizagem presencial e online, percebe-se que a adoção de estratégias de avaliação adaptadas é fundamental para garantir uma avaliação eficaz e significativa do aprendizado dos alunos.

Conforme Silva (2000), o ensino híbrido, com sua natureza flexível e diversificada, exige a aplicação de abordagens de avaliação que sejam igualmente adaptáveis e amplas, capazes de medir o desempenho dos alunos em ambientes variados.

Diante dessa perspectiva, sublinha-se que uma das estratégias primordiais para a avaliação no ensino híbrido é a implementação de avaliações formativas contínuas, que em vez de se concentrarem somente em testes somativos tradicionais, possibilita que os educadores acompanhem e apoiem o progresso do aluno ao longo do processo de aprendizagem.

Para que isso seja uma prática de sucesso, orienta-se fazer o uso de quizzes online, discussões em fóruns, projetos colaborativos e reflexões individuais, que oferecem feedback imediato e guiam os alunos em seu desenvolvimento acadêmico.

Para Silva (2000), a utilização de tecnologias digitais para personalizar a avaliação também é vista como um elemento fundamental, pois a partir da utilização de ferramentas de aprendizagem adaptativas e plataformas de educação online, pode-se criar avaliações personalizadas que se adequam ao nível de habilidade e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. om isso, entende-se que essas tecnologias permitem uma avaliação mais precisa e individualizada, proporcionando aos alunos uma compreensão mais clara de suas áreas de força e de necessidade de melhoria.

Cabe aqui ressaltar que a avaliação no ensino híbrido também se beneficia da inclusão de múltiplas formas de demonstração de conhecimento, mediante a realização de apresentações, a criação de portfólios digitais, a participação em simulações ou a execução de projetos práticos.

Nesse sentido, evidencia-se que esses métodos alternativos de avaliação reconhecem que o aprendizado pode ser demonstrado de várias maneiras e oferecem aos alunos a oportunidade de expressarem seu conhecimento em formatos que melhor se alinham com suas habilidades e interesses.

Todavia, a avaliação no ensino híbrido deve enfatizar a autoavaliação e a reflexão crítica com o propósito de encorajar os alunos a refletirem sobre o seu próprio aprendizado e a avaliar seu progresso, o que favorece para a promoção da autonomia e da responsabilidade.

Assim sendo, revela-se que isso pode ser contraído por meio de diários de aprendizagem, autoavaliações regulares e conferências de feedback, onde os alunos têm a oportunidade de discutir o seu progresso e a definir metas para o seu desenvolvimento.

Durante essa trajetória de discussão, percebe-se de grande relevância que as estratégias de avaliação no ensino híbrido sejam entendidas como flexíveis e adaptáveis às mudanças.

Nesse sentido, tendo em vista a natureza dinâmica do ensino híbrido, cabe aos docentes estarem muito bem-preparados para ajustarem seus métodos de avaliação com base na eficácia percebida e nas necessidades emergentes dos alunos.

Todavia, segundo Freire (2005), todo esse preparo exige dos docentes muito mais do que conhecimentos técnicos, ou seja, uma mentalidade aberta e um compromisso com a inovação contínua no processo de avaliação.

O processo de adaptação das estratégias de avaliação ao ensino híbrido é uma parte irrestrita da promoção de um ambiente de aprendizagem eficaz e envolvente, que mediante à incorporação de avaliações formativas, tecnologia personalizada, múltiplas formas de demonstração de conhecimento, autoavaliação e flexibilidade, os docentes podem criar um sistema de avaliação que seja capaz de medir o desempenho dos alunos de maneira justa e abrangente, bem como de potencializar a experiência do ensino-aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O estudo aqui desenvolvido teve como premissa principal desenvolver uma abordagem reflexiva em torno da temática acerca do Ensino Híbrido sob a Ótica do Professor, proporciona um olhar amplo acerca dos desafios, estratégias e reflexões no contexto do ensino híbrido.

Desse modo, utilizando uma meticulosa pesquisa bibliográfica, tornou-se evidente que, apesar dos desafios inerentes à implementação do ensino híbrido, como a necessidade de desenvolver habilidades digitais e adaptar métodos pedagógicos, os docentes estão encontrando maneiras inovadoras e eficazes de superá-los, o que corrobora cada vez mais para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

Levando em consideração a temática em pauta, revela-se com este estudo que os desafios destacados neste estudo abrangem a gestão da dualidade entre ambientes de aprendizagem presenciais e online, a necessidade de constante adaptação às tecnologias emergentes e o equilíbrio entre a manutenção do engajamento dos alunos e a cobertura curricular.

Com isso, evidencia-se ainda que as estratégias desenvolvidas pelos docentes, como a utilização criativa de recursos digitais, a aplicação de metodologias pedagógicas flexíveis e a promoção de uma maior interação e colaboração aluno-professor, demonstram uma capacidade notável de adaptação e inovação.

As reflexões dos autores pesquisados a respeito do ensino híbrido, por sua vez, também revelam um reconhecimento de seu potencial para potencializar ainda mais experiência educativa, visto que há vários docentes que entendem o ensino híbrido como uma oportunidade para personalizar a aprendizagem, aumentar o acesso à educação e preparar os alunos para um mundo cada vez mais digital.

Apesar dos desafios apresentados em relação ao ensino híbrido, o percurso discursivo aqui realizado destaca inúmeras oportunidades significativas para o processo de inovação educacional.

Dessa forma, ele representa um convite diretamente ao docente para que repense suas práticas pedagógicas, busque por novas tecnologias e métodos de ensino e, em última análise, potencialize a experiência de ensino-aprendizagem dos alunos, pois o sucesso na implementação do ensino híbrido depende da disposição dos docentes para se adaptarem, inovarem e colaborarem, tanto com colegas quanto com alunos.

A temática escolhida para a construção deste estudo ressalta a importância da adaptação, inovação e reflexão crítica no cenário educacional atual, com isso, espera-se que as descobertas aqui apresentadas contribuam para a compreensão dos desafios e possibilidades do ensino híbrido, oferecendo estratégias eficazes para docentes, administradores escolares e formuladores de políticas educacionais na era digital.

Todavia, conclui-se com esta leitura que o ensino híbrido retrata uma evolução significativa no campo da educação, com implicações profundas para a prática pedagógica, possibilitando aos docentes uma oportunidade única de expandir suas habilidades, explorar novos horizontes educacionais e contribuir ativamente para a formação de uma geração de alunos capazes de adequarem, tornarem-se críticos e tecnologicamente proficientes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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