INDUSTRIALIZAÇÃO NA CHINA E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE.

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11051588


Alexandre Ferreira Cruz Filho
Artur Monteiro Gonçalves
Catarina Neves Caldas
Lucas Becker de Moraes Rego
Orientador: Carlos Henrique Michels de Sant’Anna


1. Introdução – tema, problematização e justificativa

Muito tem se discutido, em várias revistas ao redor do mundo (Peng, 2024) há alguns anos, acerca dos países com as maiores economias mundiais e suas influências nos outros países e no mundo. Um grande destaque é os Estados Unidos da América, no qual possui a maior economia mundial, mas, para discussão deste artigo, vai ter como ênfase na China. Um país dito comunista em que possui a segunda maior economia, em uma ascensão deslumbrante nos últimos anos. Também é de impressionar como a população lida com todos esses avanços e novas tecnologias oriundas da China. (Miato, 2024)

Hoje, muitas organizações de diversos países buscam a China para desenvolver suas indústrias e principalmente para produzir seus produtos. Entretanto, a China enfrenta alguns desafios sociais, alguns deles são a desigualdade de renda e o envelhecimento da população. (Anversa, 2024)

Não se pode dizer que existem apenas contras na China. É um país com grande investimento em infraestrutura, com boas estradas, ferrovias, portos e aeroportos que alavancaram a economia e facilitaram o comércio. Na China há uma mão de obra abundante e com custos competitivos que permitiu que o país tornasse uma potência manufatureira, e como dito, atraindo investimentos estrangeiros e impulsionando as exportações. Existem políticas voltadas para o crescimento econômico, incluindo benefícios fiscais, subsídios e investimento do governo para organizações que desejam investir no país. O ano de 2001, com a adesão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), foi um marco importante, pois a China se tornou um parceiro comercial para muitos países ao redor do mundo. Não é surpresa para ninguém que a China é pioneira quando se fala de tecnologia e inovação, isso acontece, pois há um grande investimento estatal nessa questão. (Galão, 2021)

Dessa forma, vale ressaltar, que a história de evolução industrial da China possui uma relevância significativa para esse crescimento, comentando sobre a falha da revolução de Mao Tsé-Tung, analisando como Deng Xiaoping sucediu toda essa ideia com êxito e como foi a relação com Richard Nixon, o então presidente dos Estados Unidos da América (1969-1972), com o país. (Peng, 2024; Amâncio, 2022)

Esse artigo relata, justamente, toda essa importância da China na vida de todas as pessoas do mundo e as oportunidades de crescimento e melhorias que um país, como o Brasil, pode adquirir com a história e evolução China.

O objetivo desse artigo é mostrar como um país, comunista, conseguiu tanta relevância e crescimento em tão pouco tempo e com tanto sucesso.

2. História da Industrialização na China

Mao Tsé-Tung e seu sucessor Hua Guofeng na gestão da China mais precisamente no ano de 1958, incentivaram os camponeses a saírem do campo rumo à indústria, lançando a Revolução Cultural, punindo os divergentes mandando-os para campos chamados de reeducação. Muitas cidades entraram em caos e milhões morreram, causando fome, uma infraestrutura corrupta e uma economia em decadência. Em 1960, a economia chinesa era de 59 bilhões de dólares cerca de 1/10 (um décimo) da economia americana. (Ascensão da China, 2022)

Richard Nixon visitou a China em 1972, tornando-se o primeiro presidente americano na história a visitar o país causando um encontro de Nixon com Mao. A ideia do ocidente era que a China adotasse um modelo de governo no estilo americano.  (Amâncio, 2022)

A Revolução Cultural terminou oficialmente em 1976, após a morte de Mao. O seu sucessor, Hua Guofeng, perdeu para Deng Xiaoping (1976-1997). Deng é quem põe em prática as reformas econômicas que fariam da China o país com maior crescimento econômico do planeta. Dentre essas reformas, destacam-se as quatro modernizações, nos setores da agricultura, indústria, comércio, ciência, tecnologia e na área militar. (IHU, 2018)

Deng Xiaoping foi o primeiro líder Chinês a visitar os Estados Unidos da América, visitando até a NASA. Assim pode-se afirmar que de fato a China estava passando por uma revolução industrial, isso porque após 30 anos de isolamento, a China comunista voltou ao palco internacional. Nessa visita Deng abriu os braços para o mundo economicamente, e funcionou acima de todas as expectativas (Ascensão da China, 2022)

Em 1979, Deng começou a alavancagem da China com um programa de reforma econômicas, criando quatro Zonas Econômicas Especiais (ZEE) que são consideradas como o marco principal da transição da China Comunista para Capitalismo de Economia de Mercado. As ZEE são áreas específicas direcionadas para atividade industrial, oferecendo benefício para estrangeiros. O seu principal objetivo era alavancar a economia chinesa através de exportações, servindo como motores econômicos para o resto do país. As ZEE possuíam algumas características que atraiam o investimento externo, tais como: uso de mão de obra muito barata e abundante; melhor acesso às matérias-primas do país; infraestrutura adequada para rápida exportação; acesso ao amplo mercado consumidor do país sem a passagem dos produtos por barreiras e tarifas alfandegárias; baixos impostos locais, incluindo a isenção fiscal para a importação de produtos e maquinários industriais. (Pena, 2015)

Todos esses detalhes contribuíram para a relevância econômica chinesa, em curto período, cerca de 50 anos, e garantindo o sucesso econômico. Mas, vale analisar como a industrialização influenciou na prática o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com todas essas medidas de Deng Xiaoping. (Ascensão da China, 2022)

3. Mudanças do PIB e IDH Chinês com a industrialização

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma forma de medir o desenvolvimento humano de um país com base nos seguintes fatores: saúde, educação e renda. Porém o Índice de Desenvolvimento Humano em sua forma atual só entrou em vigor a partir de 1990, por esse motivo, não existem dados específicos sobre a China pré-industrial com relação a essas métricas. Contudo, pode-se levar em conta alguns fatores gerais com relação à China pré-industrial em questão de desenvolvimento humano. Antes da revolução industrial, a China já tinha uma longa história e era uma das civilizações mais avançadas do mundo no que se refere à cultura, tecnologia e comércio. A agricultura era disparada a principal atividade econômica e a sociedade estava organizada em forma de dinastias imperiais. (Brasil Escola, 2008)

Sobre os indicadores que compõem o IDH: a saúde na China contava com uma medicina que contava com desenvolvimentos significativos, incluindo a acupuntura. Porém, as condições de saúde variavam muito e uma epidemia podia causar impactos devastadores. (Brasil Escola, 2008)

Quanto à educação, a China pré-industrialização já valorizava muito esse ponto tão importante para a sociedade e seu sistema educacional era baseado em exames imperiais. No entanto, o acesso à educação (assim como em muitos outros lugares nessa época), era limitado e muitas vezes exclusivo a elites.  A renda da China era baseada em uma economia agrária, com grandes variações de riqueza entre diferentes regiões e classes sociais. Na China pré-industrial, as principais atividades agrícolas eram focadas na produção de alimentos básicos para sustentar a população. Essas atividades eram influenciadas por fatores como clima, relevo e as tradições agrícolas locais. Alguns dos principais cultivos eram; Arroz: o arroz era fundamental na China pré-industrial e tinha um papel crucial na dieta da população. A agricultura de arroz era mais comum nas regiões sul e sudeste da China, onde as condições climáticas eram melhores para o seu cultivo. Trigo e Cereais; nas regiões do norte, onde o clima era mais seco e frio, as pessoas cultivavam trigo, cevada e outros cereais. Essas culturas eram menos dependentes de condições de água abundantes, em comparação com o arroz. Chá: o chá era cultivado principalmente nas regiões sul da China. Além de ser uma bebida popular, o chá também era utilizado em práticas medicinais. Seda: a sericultura, ou a criação de bichos-da-seda para a produção de seda, era uma atividade agrícola essencial para a economia chinesa pré-industrial. A China era famosa por sua produção de seda, que era um produto de luxo e uma mercadoria muito importante para o comércio. Culturas Variadas: além das principais culturas mencionadas, os agricultores chineses também cultivavam uma variedade de legumes, frutas e outras plantas alimentícias para variar a dieta da população. (Brasil Escola, 2008)

A organização da agricultura, na maioria das vezes, era baseada em sistemas de irrigação para garantir o fornecimento de água necessário para o cultivo, especialmente nas regiões onde o arroz predominava. A agricultura desempenhou um papel central na subsistência da sociedade chinesa pré-industrial e na sustentação das populações urbanas e rurais. (Brasil Escola, 2008)

Como dito anteriormente, não se pode dizer exatamente como era o IDH da China pré-industrial, pois, esse formato de medida não existia até 1990, mas com os dados apresentados, pode-se concluir que apesar de ter um bom formato de economia e ser bastante avançada na agricultura, a China mesmo assim, tinha muitos problemas como, fome, pobreza e doenças, muito disso porque os maiores benefícios (para não dizer todos) eram sempre para favorecer as elites. No mais, os mais pobres se mantinham basicamente com seus pequenos cultivos. (Brasil Escola, 2008)

Quando se retorna para o período pré-industrial na China, é necessário que o PIB seja relatado. Porém, como não existem dados específicos desse período, é preciso fazer uma análise subjetiva de como era a economia chinesa nessa época.

No período pré-industrial, o PIB da China era muito diferente do que é conhecido atualmente. Antes da industrialização a economia chinesa era majoritariamente composta pela agricultura e uma grande parte da população estava envolvida na produção desses alimentos. A China nessa época já tinha um longo histórico de comércio interno e externo, especialmente quando se falava na rota da Seda e outras rotas comerciais. (BBC News, 2019)

O Produto Interno Bruto da China pré-industrial não era tão elevado em termos absolutos como é hoje, mas em comparação com a economia mundial daquela época, já era considerável. A China já estava entre as maiores economias do mundo, mesmo no período pré-industrial, sendo uma das maiores fontes de produtos manufaturados, tais como: seda, porcelana, chá e outros bens comerciais. (BBC News, 2019)

Como já foi dito anteriormente, pode-se notar que é difícil obter estimativas precisas sobre o PIB Chinês no período pré-industrial, isso devido à falta de registros econômicos detalhados daquela época.

Nesse período na China, a vida da população era bastante diferente a depender da região onde viviam, o status socioeconômico e alguns outros fatores, mas pode-se falar um pouco de como as pessoas viviam no geral, baseado em padrões históricos e em informações que são possíveis encontrar. (BBC News, 2019)

A maior parcela da população estava envolvida na agricultura de subsistência, cultivando alimentos como arroz, trigo, milho, legumes e outros produtos agrícolas. Nessa época, devido à falta de tecnologia, a agricultura era altamente sazonal e dependente das condições climáticas.  As famílias trabalhavam ou em suas próprias terras, ou em terras arrendadas para os senhores feudais. (BBC News, 2019)

A sociedade chinesa antes da industrialização era altamente estratificada, com uma separação clara entre diferentes classes sociais, como nobres, agricultores, artesãos e comerciantes. O acesso à riqueza e ao poder era geralmente determinado pela posição social de berço, e a mobilidade social era muito limitada. (BBC News, 2019)

No período pré-industrial, as regiões mais ricas normalmente eram as que tinham as terras mais férteis, acesso a rotas comerciais importantes e concentração de recursos naturais mais valiosos. Por exemplo, as regiões costeiras e os vales dos grandes rios, como o rio Yangtze, muitas vezes eram mais prósperos devido à fertilidade do solo e ao comércio marítimo. Porém, regiões montanhosas, desertos e áreas remotas geralmente tinham condições mais difíceis e menor desenvolvimento econômico. (BBC News ,2019)

Embora nessa época a China tivesse várias cidades importantes, como Pequim, Xangai e Cantão, a urbanização era relativamente baixa em comparação com as sociedades industrializadas posteriores. A maioria da população vivia em áreas rurais, com pequenas vilas e cidades servindo como polos comerciais e administrativos. (BBC News, 2019)  

O sul da China era famoso por suas terras férteis e clima favorável à agricultura. Regiões como o delta do rio Yangtze e o delta do rio das Pérolas eram particularmente produtivas na produção de arroz e outros produtos agrícolas. Essas áreas eram essenciais para o suprimento de alimentos não apenas para as populações locais, mas também para outras regiões da China. (BBC News, 2019)

Além de polo agrícola, o Sul da China era também um centro de desenvolvimento cultural e intelectual. Cidades como Hangzhou e Suzhou eram conhecidas por suas belas paisagens, ricas tradições artísticas e arquitetura elaborada. Além disso, a região sul era um ponto de encontro de diferentes grupos étnicos e culturais. (BBC News, 2019)

Existiram políticas na China que afetaram todos os indicadores para medir o Produto Interno Bruto e principalmente o Índice de Desenvolvimento Humano, da mesma forma que seria realizado em outros países por exemplo. A principal causa foi a política do filho único que impactou diretamente na população chinesa. (BBC News, 2019)

4. Política do filho único

O Partido Comunista Chinês implementou a política do filho único em 1979 devido a preocupações com o rápido crescimento populacional e o seu potencial impacto socioeconómico. Num contexto histórico, a China enfrenta desafios como a escassez de recursos, a pressão sobre os sistemas de saúde e de educação e preocupações crescentes sobre a sua capacidade de alimentar e empregar pessoas. (Berenson, 2015)

Inspirada na teoria malthusiana e influenciada por modelos de controle populacional de outros países, a política do filho único visava travar o crescimento populacional, limitando severamente o número de filhos por casal. A política é reforçada através de incentivos financeiros, benefícios sociais e, em alguns casos, medidas de fiscalização, como multas e restrições ao acesso aos serviços públicos para aqueles que não cumprem as diretrizes. (Gorvett, 2022)

O impacto da política do filho único é abrangente e multifacetado. Do lado positivo, a política foi bem sucedida no controle do crescimento populacional, com uma estimativa de 400 milhões de nascimentos evitados até ao final da política. Isto alivia, até certo ponto, a pressão sobre os recursos naturais e promove o desenvolvimento económico sustentável. (Redação, 2015)

Mas a implementação da política também trouxe algumas consequências negativas. Uma das questões mais notórias é o desequilíbrio de género, com uma cultura que favorece os homens em detrimento das mulheres, levando a práticas como o aborto seletivo e o abandono de crianças do sexo feminino. Isto resulta numa disparidade de gênero na população, com mais homens do que mulheres. (Matteo, 2020)

Além disso, a política do filho único exacerbou o envelhecimento da população da China, com o aumento de  idosos em relação a  jovens. Isto colocou pressão sobre o sistema de segurança social e levantou preocupações sobre a capacidade da China de lidar com o envelhecimento da sua população no futuro. Confrontada com estes desafios e críticas a nível interno e externo, a China começou a flexibilizar gradualmente a sua política do filho único em 2015, permitindo aos casais terem dois filhos. Em 2021, o governo chinês anunciou que os casais poderiam ter até três filhos, em uma tentativa de enfrentar os desafios demográficos em evolução do país. (Couto, 2013)

Em suma, a implementação da política do filho único na China reflete a complexa interação de questões demográficas, sociais e económicas. Embora tenha alcançado alguns objetivos iniciais, os impactos negativos a longo prazo realçam a importância de uma abordagem mais equilibrada e abrangente ao controle populacional e ao desenvolvimento sustentável.

Pode ser interpretado então, que a China possui uma história de evolução socio-econômica e depende diretamente da industrialização.

5. O Crescimento da Industrialização na China: Uma Jornada Rumo ao Desenvolvimento Econômico

Nos últimos anos, a China emergiu como uma potência econômica global, impulsionada em grande parte pelo rápido crescimento de seu setor industrial. Esse fenômeno não apenas transformou a economia do país, mas também teve repercussões significativas em escala mundial. Este artigo explora os principais impulsionadores e consequências do crescimento da industrialização na China. A trajetória da industrialização chinesa remonta às reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping na década de 1970. Sob o lema “reforma e abertura”, a China adotou políticas pró-mercado que incentivaram investimentos estrangeiros e o desenvolvimento de setores industriais. Essas reformas desencadearam um período de crescimento acelerado, levando milhões de pessoas da pobreza para a classe média e transformando a China em uma das maiores economias do mundo. (Silva, 2014)

Vários fatores contribuíram para o gigantesco crescimento industrial da China. Um dos principais impulsionadores foi a disponibilidade de uma grande reserva de mão de obra barata e muito grande, que atraiu investimentos estrangeiros e impulsionou o crescimento da manufatura. Fora isso, políticas governamentais favoráveis, como incentivos fiscais e infraestrutura de apoio, criaram um bom ambiente para o desenvolvimento industrial. (Gao; Cash, 2023)

A China surgiu como líder global em diversos setores industriais. A manufatura desempenha um papel central, com o país sendo o maior produtor mundial de uma variedade de bens, desde eletrônicos até produtos têxteis. Além disso, a China investiu pesadamente em tecnologia e inovação, impulsionando o crescimento de indústrias de ponta, como inteligência artificial, telecomunicações etc. (Chen, 2022)

Apesar dos sucessos, a industrialização da China enfrenta desafios complicados. Questões ambientais, como poluição do ar e falta de recursos naturais, representam ameaças ao crescimento sustentável. Além disso, a China enfrenta pressões externas, como disputas comerciais e preocupações com direitos trabalhistas. (Dantas, 2023)

Portanto, esses desafios também geram oportunidades para inovação e desenvolvimento. A China está investindo em tecnologias limpas e sustentáveis, buscando reduzir sua pegada ambiental e promover um crescimento mais equitativo. Além disso, a busca por diversificação econômica e a expansão para mercados globais oferecem novas perspectivas de crescimento. Esse crescimento industrial da China teve um impacto profundo na sociedade e no meio ambiente. Por um lado, proporcionou empregos e oportunidades de ascensão social para milhões de trabalhadores. Por outro lado, resultou em desigualdades de renda, deslocamento de comunidades e degradação ambiental. O rápido crescimento da industrialização na China teve um impacto profundo tanto no tecido social quanto no ambiente do país. Em termos sociais, a industrialização trouxe mudanças significativas na demografia e na estrutura econômica do país. Milhões de trabalhadores migraram das áreas rurais para as cidades em busca de oportunidades de emprego nas fábricas e indústrias. Esse êxodo rural resultou em uma transformação nas dinâmicas sociais, com comunidades rurais sendo abandonadas enquanto novas cidades industriais surgiam. (UOL, 2024)

No entanto, esse rápido crescimento também trouxe consigo desafios sociais. As condições de trabalho nas fábricas muitas vezes são difíceis, com muitas horas, baixos salários e poucas proteções trabalhistas. Além disso, a disparidade de renda entre os trabalhadores urbanos e rurais, bem como entre os setores industriais mais lucrativos e os menos desenvolvidos, contribuiu para a desigualdade econômica. O deslocamento de comunidades para dar lugar a projetos industriais também gerou tensões e questões relacionadas à integração social e cultural. Em termos ambientais, a industrialização intensificou os desafios enfrentados pelo meio ambiente chinês. A poluição do ar e da água atingiu níveis preocupantes, com emissões industriais e no descarte de resíduos contaminando o ar e a água. Isso teve um impacto direto na saúde da população como um todo, com taxas crescentes de doenças respiratórias e problemas de saúde relacionados à poluição. (UOL, 2024)

Além disso, a industrialização tem contribuído para o esgotamento de recursos naturais, como água e minerais, e para a degradação de ecossistemas fracos. A China enfrenta desafios significativos em termos de gestão de resíduos e poluição. O crescimento da industrialização na China representa uma história de sucesso e desafios. Enquanto o país continua sua jornada em direção ao desenvolvimento econômico, é importante equilibrar o crescimento com a sustentabilidade e a equidade social. Por meio de políticas inovadoras e investimentos estratégicos, a China pode continuar a desempenhar um papel central na economia global, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios do século XXI. (Dantas, 2023)

6. Conclusão

A ascensão da China como potência econômica global é inegável e impressionante. Ao longo das últimas décadas, foi constatado uma transformação notável, da agricultura para a industrialização. O rápido crescimento econômico chinês trouxe benefícios significativos, não apenas para a própria China, mas também para a economia global.

No entanto, essa jornada não foi isenta de desafios. A China enfrentou obstáculos como êxodo rural e fome no governo de Mao, pressões externas para um modelo econômico mais sustentável. Além disso, as tensões comerciais e geopolíticas apresentam novos desafios para o país.

À medida que a China e outros países que possam colocar na prática a história como exemplo de crescimento, se desenvolvam economicamente, é crucial que seja abordado esses desafios de forma proativa e sustentável, promovendo um desenvolvimento socioambiental e fortalecendo relações internacionais baseadas na cooperatividade e benefícios.

Olhando para o futuro, a China permanece uma força econômica poderosa, com o potencial de moldar o curso da economia global. Seu sucesso continuado dependerá da capacidade do país de enfrentar os desafios emergentes com sabedoria e adaptabilidade, enquanto busca um desenvolvimento econômico que beneficie não apenas a China, mas toda a comunidade global.

7. Referências

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BERENSON, Tessa. Here’s How China’s One-Child Policy Started in the First Place. 2015. Disponível em: https://time.com/4092689/china-one-child-policy-history/2. Acesso em: 28 mar. 2024.

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