A POTENCIALIDADE DOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DOCENTE

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10976431


Micheline Hoffmann Bullerjhann; Jamilli Martins Schumacher; Fernanda Marchesini de Vasconcelos; Nilceia Pereira dos Santos Leite; Mercedes de Jesus Evaristo; Célia Barbosa Amorim; Cristina de Jesus Souza; Ueudison Alves Guimarães.


RESUMO

O trabalho que dá início à construção deste artigo tem como meta investigar a potencialidade dos espaços de aprendizagem na construção do conhecimento docente, fundamentado em uma extensa pesquisa bibliográfica. Assim, tendo em vista a análise de diversas literaturas, o estudo evidencia como o ambiente educacional, desde salas de aula tradicionais até espaços inovadores como makerspaces, influencia significativamente no desenvolvimento profissional dos docentes. Nesse contexto, revela-se que os espaços de aprendizagem flexíveis e interativos promovem uma maior colaboração, criatividade e troca de conhecimentos entre os docentes, elementos fundamentais para o aprimoramento da prática pedagógica. Além disso, busca-se enfatizar a importância de ambientes que estimulam a experimentação e a reflexão crítica, permitindo que os docentes explorem novas abordagens e metodologias de ensino, pois acredita-se que espaços de aprendizagem bem estruturados e equipados contribuem para a confiança e a eficácia do ensino, capacitando os docentes a inserirem práticas inovadoras e adaptativas. Desse modo, destaca-se a necessidade de investimentos e planejamento cuidadoso na criação de ambientes educacionais que favoreçam a construção do conhecimento docente.

Palavras-chave: Aprendizagem. Ensino. Saber Docente.

ABSTRACT

The work that begins the construction of this article aims to investigate the potential of learning spaces in the construction of teaching knowledge, based on extensive bibliographical research. Thus, considering the analysis of various literatures, the study highlights how the educational environment, from traditional classrooms to innovative spaces such as makerspaces, significantly influences the professional development of teachers. In this context, it is revealed that flexible and interactive learning spaces promote greater collaboration, creativity and exchange of knowledge between teachers, fundamental elements for improving pedagogical practice. Furthermore, we seek to emphasize the importance of environments that encourage experimentation and critical reflection, allowing teachers to explore new approaches and teaching methodologies, as it is believed that well-structured and equipped learning spaces contribute to confidence and teaching effectiveness, enabling teachers to introduce innovative and adaptive practices. Therefore, the need for investment and careful planning in the creation of educational environments that favor the construction of teaching knowledge stands out.

Keywords: Learning. Teaching. Teaching Knowledge.

INTRODUÇÃO 

Este artigo tem como propósito explorar a potencialidade dos espaços de aprendizagem na construção do conhecimento docente, um tema de relevância crescente no campo da educação. Assim, mediante uma abordagem fundamentada em pesquisa bibliográfica, tenciona-se compreender como diferentes ambientes educacionais influenciam o desenvolvimento profissional e pedagógico dos professores. Não sem razão, este processo de investigação se concentra em uma variedade de literaturas, incluindo estudos teóricos, pesquisas empíricas e relatos de experiências práticas, buscando uma compreensão abrangente e multidimensional do assunto.

Nesse sentido, busca-se contextualizar a importância dos espaços de aprendizagem na educação contemporânea, destacando como eles vão além do cenário físico, englobando também o ambiente pedagógico, cultural e tecnológico. 

Com isso, cria-se uma análise a respeito de como a configuração desses espaços – desde salas de aula tradicionais até ambientes inovadores como laboratórios, bibliotecas e espaços digitais – pode fomentar ou limitar as práticas pedagógicas e o desenvolvimento contínuo dos docentes.

Essa caminhada de estudos a respeito da temática em questão reflete, de modo amplo, a relação entre a estrutura dos espaços de aprendizagem e a eficácia do ensino, considerando aspectos como flexibilidade, recursos disponíveis e design inclusivo. 

Por isso, a intenção é investigar na intenção de compreender como esses fatores contribuem para a capacidade do docente de adotar métodos de ensino dinâmicos e adaptativos, atendendo às necessidades de uma geração diversificada de alunos.

A proposta apresentada aqui almeja fornecer ideias e conceitos valiosos sobre como a estruturação dos espaços de aprendizagem pode ser otimizada para apoiar o crescimento profissional dos docentes. Desta forma, sugere-se uma discussão a respeito de estratégias eficazes capazes de criar ambientes de aprendizagem que incentivem a inovação, a colaboração e a reflexão crítica, elementos essenciais para o desenvolvimento de competências docentes na sociedade moderna.

Nesse sentido, deseja-se que este estudo contribua para o campo da educação, oferecendo uma perspectiva aprofundada sobre a interação entre os espaços de aprendizagem e a construção do conhecimento docente, além de sugerir caminhos para futuras pesquisas e aplicações práticas no contexto educacional.

Além da abordagem voltada para os espaços físicos, tenciona-se também aprofundar a análise reflexiva no impacto das tecnologias digitais e da infraestrutura virtual como componentes decisivos dos ambientes de aprendizagem contemporâneos. Desse modo, a averiguação recai sobre a maneira como as plataformas digitais, ferramentas online e os ambientes virtuais enriquecem o repertório pedagógico dos docentes e como eles podem ser integrados de maneira eficaz para complementar e aprimorar o ensino presencial. 

Todavia, evidencia-se que o objetivo desta pesquisa é destacar a complexidade e a multiplicidade dos espaços de aprendizagem, bem como o seu papel na construção do saber docente, propiciando um panorama que identifique desafios e oportunidades, mas também sugira maneiras práticas pelas quais docentes e instituições podem otimizar esses ambientes para promover um ensino mais eficiente e inovador. 

METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido com base em uma metodologia de coleta de dados qualitativos, realizada por meio de pesquisa bibliográfica. Para tanto, Gil (2002, p. 65) destaca que uma das maiores vantagens deste tipo de pesquisa é a capacidade de explorar uma variedade de fenômenos muito mais extensa do que seria possível mediante investigação direta.

A pesquisa qualitativa é definida por Silva e Menezes (2005) como aquela que reconhece uma interação dinâmica entre o observador e o mundo, sublinhando a impossibilidade de separar a objetividade da experiência subjetiva do indivíduo, que não se traduz em números. Essencialmente, a pesquisa qualitativa foca na interpretação dos fenômenos e na atribuição de significados.

Boccato (2006, p. 266), por sua vez, enfatiza que a pesquisa bibliográfica visa à solução de problemas (ou teste de hipóteses) com base em referenciais teóricos já publicados, promovendo a análise e discussão de contribuições científicas diversas.

Deste modo, a seleção dos conceitos neste artigo foi orientada pelas ideias e contribuições de renomados autores, visando enriquecer a compreensão e interpretação do tema abordado.

REFERENCIAL TEÓRICO

A influência dos espaços na prática pedagógica

Neste artigo, a intenção é discorrer acerca do tópico “A influência dos espaços na prática pedagógica”, o qual é entendido como um elemento fundamental responsável por acomodar a experiência educativa tanto para professores quanto para alunos. 

Nesse sentido, Bruno (2006) esclarece que em um cenário educacional em constante evolução, a configuração dos espaços de aprendizagem exerce grande importância na definição das dinâmicas de ensino e na eficácia das metodologias pedagógicas. 

Desse modo, entende-se que ao explorar esta relação, é possível compreender como o ambiente físico e a estrutura espacial influenciam diretamente a abordagem pedagógica, a interação aluno-professor e os processos cognitivos de ensino-aprendizagem.

Nessa perspectiva, afirma-se que a arquitetura e o design dos espaços educativos são mecanismos que afetam profundamente o comportamento e a interação em sala de aula, sendo que os espaços abertos e flexíveis, por exemplo, promovem a colaboração e a aprendizagem ativa, permitindo que os docentes adotem estratégias pedagógicas mais dinâmicas e participativas. 

Assim, Bruno (2006) evidencia que esses ambientes estimulam o movimento, a experimentação e o trabalho em grupo, elementos que são fundamentais para uma pedagogia centrada no aluno. 

Por outro lado, percebe-se que os espaços tradicionais com arranjos de assentos fixos e frontais podem limitar as oportunidades para métodos de ensino interativos e podem restringir a participação dos alunos e, consequentemente, o seu progresso na aprendizagem. 

Além da configuração física, sublinha-se que a presença e a integração de tecnologias nos espaços de aprendizagem têm um impacto intenso na prática pedagógica, pois a disponibilidade de recursos tecnológicos, como quadros interativos, dispositivos digitais e acesso à internet, possibilita a implementação de estratégias de ensino inovadoras, como aprendizagem invertida, uso de recursos multimídia e conexão com recursos globais. 

Assim sendo, compreende-se que a tecnologia ao ser aplicada à prática pedagógica permite uma maior personalização da aprendizagem, adaptando-se às necessidades e ritmos individuais dos alunos, e oferece aos docentes mecanismos para a avaliação formativa e o feedback em tempo real.

Vale destacar que a atmosfera dos espaços de aprendizagem também exerce um papel fundamental nesse processo, afinal, um ambiente acolhedor, seguro e estimulante é essencial para o bem-estar dos alunos e docentes, e tem um impacto direto na motivação e no engajamento. 

Neste panorama, Bruno (2006) ressalta que detalhes como iluminação, cor, disposição de móveis e acessibilidade de recursos podem criar um ambiente propício para a aprendizagem e o ensino eficazes. 

Ademais, revela-se que os espaços que refletem e respeitam a diversidade cultural e social dos alunos podem promover uma sensação de pertencimento e inclusão, aspectos cruciais para um ambiente de aprendizagem satisfatório.

Dentro dessa premissa, Saviani (2013) revela que a relação entre espaços externos e a prática pedagógica também merece atenção, uma vez que áreas ao ar livre, como jardins, pátios e espaços verdes, podem ser utilizados para atividades de aprendizagem experiencial, estudos ambientais e projetos interdisciplinares. 

Assim, entende-se que esses espaços oferecem oportunidades únicas para o ensino contextualizado e a exploração prática, alinhando-se com abordagens pedagógicas que valorizam a conexão com o mundo natural e o aprendizado vivencial.

De acordo com Saviani (2013), a influência dos espaços na prática pedagógica também se estende à promoção de uma cultura de autonomia e responsabilidade entre os alunos, afinal, os Espaços que estimulam a auto exploração e a tomada de decisão independente, como centros de recursos de aprendizagem e bibliotecas interativas, qualificam os alunos a tomarem a iniciativa em seu processo educativo. 

Nesses ambientes, percebe-se que os docentes atuam mais como mentores ou facilitadores, guiando os alunos em seu percurso de aprendizagem, ao invés de dirigir cada etapa, sustentando habilidades como autogerenciamento, pesquisa independente e pensamento crítico, preparando os alunos para os desafios da aprendizagem ao longo da vida.

É importante destacar que, nesse contexto, os espaços de aprendizagem podem ser fundamentais para fomentar a interdisciplinaridade na educação, já que os espaços que permitem a fusão de diferentes áreas do conhecimento, como laboratórios de ciência integrados com áreas de arte e tecnologia, incentivam os alunos a estabelecerem conexões entre diferentes campos de estudo. 

Assim sendo, acrescenta-se que essa abordagem espacial rompe com os silos tradicionais de disciplinas, propiciando uma compreensão universal e integrada do conhecimento.

A organização e a gestão desses espaços também são consideradas aspectos críticos na prática pedagógica, sendo que a administração eficaz dos recursos, a manutenção regular e a atualização dos ambientes de aprendizagem garantem que eles continuem a ser relevantes e eficazes. 

Portanto, para que isso aconteça é necessário um compromisso contínuo dos gestores educacionais e dos próprios docentes, que devem estar atentos às mudanças nas necessidades dos alunos e às tendências educacionais imediatas.

Para Saviani (2013), a flexibilidade e a adaptabilidade dos espaços de aprendizagem também são caracterizadas como elementos essenciais para atender às demandas de uma população estudantil diversificada e em constante mudança. 

Nesse contexto, ressalta-se que os espaços que podem ser facilmente reconfigurados para diferentes tipos de atividades de aprendizagem, ou que podem ser adaptados para diferentes grupos de alunos, oferecem uma versatilidade poderosa. Com isso, os docentes podem personalizar a experiência de aprendizagem para suprir as inúmeras necessidades educacionais, culturais e emocionais dos alunos.

Assim sendo, a consideração cuidadosa dos espaços de aprendizagem na prática pedagógica é muito importante para um ensino eficiente e significativo, já que criar ambientes que são flexíveis, interdisciplinares, tecnologicamente integrados e centrados no aluno, os docentes podem estabelecer as fundações para uma experiência educacional que, além de informativa, é inspiradora e transformadora.

Interação social e colaboração na aprendizagem

No contexto educacional contemporâneo, a interação social e a colaboração nos ambientes de aprendizagem vêm à tona como pilares fundamentais para uma educação eficaz e significativa. 

Diante disso, entende-se que esses aspectos, longe de serem meros complementos ao currículo tradicional, são essenciais para o desenvolvimento de habilidades primordiais e para a formação integral dos alunos. 

Com isso, descobre-se que a interação social e a colaboração suplantam as barreiras do aprendizado individualizado, promovendo um ambiente onde o conhecimento é construído coletivamente e as habilidades sociais são aprimoradas.

Tendo em vista a interação social em ambientes de aprendizagem, compreende-se que ela proporciona aos alunos a oportunidade de se envolverem em diálogos significativos, debates e troca de ideias. Essa dinâmica, segundo Schon (1992), impulsiona a uma compreensão mais intensa dos conteúdos, pois os alunos são estimulados a articularem seus pensamentos, questionarem conceitos e confrontarem perspectivas diversas. 

Ademais, o processo de interação social ajuda a desenvolver competências interpessoais, como a comunicação eficaz, a empatia e a capacidade de trabalhar em equipe, habilidades indispensáveis no mundo contemporâneo. 

A colaboração, por sua vez, é um elemento-chave que potencializa a experiência de aprendizagem, já que por meio de projetos colaborativos, trabalhos em grupo e atividades cooperativas, os alunos aprendem a unir forças, compartilhar recursos e alcançar objetivos comuns. 

Diante o exposto, compreende-se que esse processo não somente reforça o aprendizado acadêmico, como também ensina aos alunos a importância do trabalho em equipe, da responsabilidade compartilhada e da resolução conjunta de problemas. Além disso, acrescenta-se que a colaboração em ambientes educacionais prepara os alunos para o ambiente de trabalho colaborativo e interdependente que os espera.

Para Schon (1992), essas interações e colaborações são ainda mais enriquecidas quando apoiadas por ambientes de aprendizagem bem projetados, afinal, ambientes que promovem a interatividade, como salas de aula flexíveis, áreas de trabalho em grupo e espaços de aprendizagem ao ar livre, podem aumentar significativamente a qualidade das interações sociais e colaborativas. 

Ademais, afirma-se que a integração de tecnologias digitais, como plataformas de aprendizado colaborativo e ferramentas de comunicação online, pode ampliar o escopo da colaboração, permitindo que os alunos interajam e trabalhem juntos além das fronteiras físicas da sala de aula.

A evolução do papel do educador também é considerada como um aspecto imprescindível no panorama da interação social e colaboração em ambientes de aprendizagem, já que no período contemporâneo, os docentes são cada vez mais vistos como facilitadores do aprendizado, em vez de meros transmissores de informações.

Dentro desse cenário, Schon (1992) explica que eles são responsáveis por criar um clima que promova o respeito mútuo, o diálogo construtivo e a cooperação entre os alunos. 

Portanto, ao modelar comportamentos positivos de colaboração e comunicação eficaz, os docentes estabelecem as bases para um ambiente de aprendizagem em que a interação social não só é encorajada, como também é produtiva.

Por outro lado, para Bueno (1999), a diversidade cultural e as experiências individuais dos alunos potencializam ainda mais as oportunidades de interação social e colaboração. Desse modo, entende-se que ambientes de aprendizagem que comemoram e integram a diversidade cultural oferecem uma poderosa variedade de perspectivas e ideias, fomentando um ambiente onde os alunos podem aprender uns com os outros e ganhar uma compreensão mais profunda do mundo ao seu redor, além de prepará-los para que se tornem cidadãos globais competentes, capazes de caminhar e colaborar em uma sociedade diversificada e articulada.

Ressalta-se que os desafios e projetos baseados em problemas do mundo real são ferramentas poderosas para fomentar a interação social e a colaboração, pois são capazes de estimular os alunos a aplicarem o conhecimento em contextos práticos, trabalhando juntos para encontrar soluções criativas e viáveis. 

Nesse sentido, entende-se que essa abordagem prática não só melhora a retenção de conhecimento, como também desenvolve habilidades essenciais, como pensamento crítico, adaptabilidade e gestão de projetos.

Todavia, elucida-se que também é fundamental avaliar e refletir continuamente a respeito da eficácia das estratégias de interação social e colaboração, visto que o feedback dos alunos, a observação da dinâmica da sala de aula e a avaliação dos resultados do aprendizado colaborativo são capazes de possibilitar aos docentes ideias significativas, que sirvam para ajustar abordagens, incorporar novas estratégias e garantir que as práticas de interação social e colaboração atendam às necessidades em constante mudança dos alunos.

Assim sendo, Bueno (1999) revela que a interação social e a colaboração são componentes indispensáveis para ambientes de aprendizagem ricos e dinâmicos que favorecem tanto para o aperfeiçoamento da experiência educacional quanto para exercer um papel relevante na preparação dos alunos para o sucesso em um mundo complexo e colaborativo. Por isso, revela-se que investir em estratégias que promovam esses elementos é imprescindível para uma educação que seja verdadeiramente preparatória e transformadora.

Espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos

Tendo em vista o contexto educacional contemporâneo, a concepção de espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos está surgindo como uma um método de ensino essencial para suprir as necessidades dinâmicas dos alunos e docentes. 

Desse modo, entende-se que esses espaços são projetados para serem multifuncionais e mutáveis, permitindo uma variedade de atividades pedagógicas e adaptando-se às mudanças nas práticas educacionais. 

Assim, percebe-se que essa flexibilidade é altamente relevante para criar ambientes que não apenas suportem, mas também enriqueçam o processo de aprendizagem, considerando os diferentes estilos de aprendizagem e promovendo uma educação mais inclusiva e eficaz.

Libâneo (1994), por outro lado, esclarece que os espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos se caracterizam por sua capacidade de transformação e reconfiguração. Nesse sentido, revela-se que móveis com mobilidade, paredes divisórias e tecnologias integradas permitem que estes espaços sejam rapidamente adaptados para diferentes usos, como aulas expositivas, trabalhos em grupo, atividades práticas ou espaços de estudo individual. 

Diante o exposto, verifica-se que toda essa versatilidade, além de maximizar a utilização do espaço físico, também possibilita aos educadores a liberdade de incorporar uma variedade de estratégias pedagógicas, desde aulas tradicionais até métodos inovadores, como aprendizagem baseada em projetos ou ensino híbrido.

A flexibilidade dos espaços de aprendizagem, segundo Libâneo (1994), também se estende à integração de tecnologias educacionais, pois quando os espaços estão estruturados com recursos digitais, como quadros interativos, estações de carregamento de dispositivos e acesso à internet de alta velocidade, permitem a incorporação de mecanismos digitais e recursos online no processo de ensino-aprendizagem. 

Assim, entende-se que o processo de integração tecnológica facilita o acesso a uma variedade de informações e recursos educacionais, além de oferecer oportunidades para aprendizagem interativa e colaboração digital.

Além disso, evidencia-se que os espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos são projetados com uma consideração cuidadosa para o bem-estar e o conforto dos alunos, levando em consideração a inserção de elementos como iluminação adequada, ventilação, acústica e ergonomia dos móveis. 

Desse modo, nota-se que um ambiente de aprendizagem que prioriza o conforto físico e psicológico dos alunos pode ter um impacto positivo significativo na concentração, no engajamento e na motivação para aprender.

Não à toa, esses espaços também promovem a inclusão e a acessibilidade, garantindo que todos os alunos, mesmo com suas habilidades ou necessidades específicas, possam participar plenamente do processo educativo. 

Nesse contexto, percebe-se que isso envolve a disponibilização de recursos adaptativos, áreas de trabalho acessíveis e tecnologias assistivas, assegurando que os ambientes de aprendizagem sejam acolhedores e acessíveis a todos.

Para Libâneo (1994), os espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos estimulam uma abordagem colaborativa e interdisciplinar à educação, pois são capazes de facilitar a interação entre diferentes disciplinas e promover a colaboração entre alunos e docentes de várias áreas do conhecimento. 

Desse modo, torna-se evidente que esse tipo de abordagem interdisciplinar enriquece consideravelmente a experiência de aprendizagem, permitindo que os alunos criem vínculos intensos entre os conteúdos e desenvolvam uma compreensão plena do mundo ao seu redor.

Nesse capítulo, descobre-se que os espaços de aprendizagem flexíveis e adaptativos são fundamentais na educação moderna, pois possibilitam um ambiente dinâmico que apoia uma ampla gama de estilos de aprendizagem e necessidades educacionais. 

Assim, afirma-se que esses espaços simbolizam a evolução do ambiente educacional, adaptando-se continuamente para propiciar uma experiência de aprendizagem inclusiva, interativa e efetiva para todos os envolvidos.

A tecnologia na evolução dos espaços educativos

O avanço da tecnologia nas últimas décadas tem redesenhado os paradigmas educacionais, exercendo um papel relevante na evolução dos espaços educativos. Por essa ótica, entende-se que a integração de tecnologias avançadas em ambientes de aprendizagem não é vista como uma mera tendência, mas sim como uma necessidade para preparar os alunos para um mundo cada vez mais digitalizado. 

Nesse contexto, Belisário (2005) deixa claro que esse processo de transformação tecnológica dos espaços educativos conjectura uma mudança ampla na maneira como os alunos interagem com o conhecimento, os docentes conduzem suas práticas pedagógicas e as instituições educacionais operam, já que o objetivo de seu uso é promover cada vez mais um processo de ensino-aprendizagem de qualidade.

A criação de ambientes de aprendizagem interativos e imersivos tem sido caracterizado como um dos aspectos mais significativos da importância da tecnologia nos espaços educativos. 

Com isso, verifica-se que mecanismos como quadros interativos, realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) transformam a experiência de aprendizagem, tornando-a mais envolvente e contextualizada, pois são tecnologias que permitem aos alunos analisarem conceitos abstratos de maneira concreta, participarem de simulações realistas e acessarem mundos virtuais que potencializam o seu entendimento e a retenção de informações.

Em conformidade com os conceitos de Duarte (2015), compreende-se que a tecnologia facilitou a expansão do acesso à educação por meio de plataformas de aprendizagem online e recursos digitais, as quais permitem que alunos de diferentes localidades e contextos acessem conteúdo educacional de alta qualidade. 

Desse modo, verifica-se que o processo de democratização do acesso à educação é um avanço significativo, proporcionando oportunidades de aprendizagem para pessoas que, de outra forma, poderiam não ter acesso à educação formal.

A tecnologia, para o autor, também exerce um papel de grande importância na personalização da aprendizagem, mediante a aplicação de sistemas adaptativos de aprendizagem e ferramentas de análise de dados, que possibilitam aos docentes educadores a capacidade de adequar o ensino às necessidades e individualidades dos alunos. 

Diante dessa premissa, percebe-se que o uso de algoritmos inteligentes pode identificar lacunas de aprendizagem, sugerir recursos personalizados e monitorar o progresso do aluno, possibilitando uma abordagem mais focada e eficaz para a educação.

A promoção da colaboração e da comunicação é considerada como outro impacto da tecnologia nos espaços educativos, visto que as plataformas de colaboração online e ferramentas de comunicação digital permitem que alunos e docentes colaborem em projetos, compartilhem ideias e trabalhem juntos, apesar das barreiras físicas. Desse modo, ressalta-se que esse método de ensino é fundamental para melhorar a interação aluno-professor, como também preparar os alunos para um ambiente de trabalho cada vez mais conectado e colaborativo.

Segundo Ujiie, (2009), a integração da tecnologia em espaços educativos está preparando os alunos para os desafios do futuro, afinal, habilidades de programação, literacia digital e pensamento computacional estão se tornando essenciais em muitos campos profissionais. 

Assim, entende-se que ao propiciar acesso às tecnologias relevantes, os espaços educativos estão preparando os alunos com as habilidades necessárias para terem sucesso numa sociedade amplamente tecnológica.

Dentro desse contexto, toma-se ciência de que a tecnologia exerce grande relevância na evolução dos espaços educativos, influenciando todos os aspectos do processo de aprendizagem. 

Todavia, percebe-se que a contar do enriquecimento da experiência educacional com ambientes interativos até a democratização do acesso à educação e personalização do aprendizado, a tecnologia está transformando fundamentalmente a maneira como as pessoas aprendem e ensinam, pois ao colocar em ação essas mudanças, os espaços educativos podem se tornar mais dinâmicos, inclusivos e preparados para os desafios da atualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Neste estudo, foi possível perceber que os espaços de aprendizagem desempenham um papel imprescindível na construção do conhecimento docente. Para tanto, utilizou-se de uma extensa revisão bibliográfica, a qual permitiu identificar que ambientes educacionais bem estruturados e inovadores são essenciais para o desenvolvimento profissional contínuo dos docentes. 

Assim, os espaços aqui mencionados, sejam físicos ou virtuais, influenciam significativamente na maneira como os educadores interagem com os alunos, abordam o currículo e implementam metodologias pedagógicas.

Nesse contexto, a trajetória discursiva aqui edificada revelou que espaços de aprendizagem flexíveis e dinâmicos promovem a experimentação, a criatividade e a colaboração, fatores essenciais para um ensino eficaz e inovador. 

Além disso, a integração de tecnologias digitais inseridas nesses espaços abre novas oportunidades para o aprendizado e a prática docente, permitindo uma abordagem mais adaptativa e interativa ao ensino. 

Com isso, salienta-se que a importância de ambientes que fomentam o diálogo, a troca de ideias e o aprendizado colaborativo também foi destacada, sublinhando o valor das interações sociais na formação e no desenvolvimento dos educadores.

Todavia, objetivando maximizar o potencial dos espaços de aprendizagem na construção do conhecimento docente, mostra-se necessário um investimento contínuo em infraestrutura, recursos e formação profissional. Por isso, as instituições educacionais devem ser estimuladas a criarem e manterem ambientes que sejam tanto fisicamente adequados quanto pedagogicamente inspiradores. 

Por outro lado, ressalta-se também a necessidade de políticas educacionais que reconheçam e apoiem a importância dos espaços de aprendizagem como pilares fundamentais no desenvolvimento da prática docente.

Levando em consideração o trajeto aqui construído, descobriu-se que a criação de espaços de aprendizagem eficazes é uma tarefa complexa e diversificada, a qual requer a colaboração entre docentes, administradores e formuladores de políticas. 

Portanto, mediante uma abordagem acerca das necessidades e desafios específicos desses ambientes, torna-se possível proporcionar aos docentes os mecanismos e oportunidades necessárias para aprimorarem suas habilidades, inovarem em suas práticas pedagógicas e, consequentemente, enriquecerem a experiência educacional dos alunos.

Neste estudo, é dada também uma ênfase à necessidade de avaliação e reflexão contínua sobre a eficácia dos espaços de aprendizagem na construção do conhecimento docente, pois acredita-se que a implementação de mecanismos de feedback e a realização de pesquisas regulares podem ajudar a identificar áreas para melhoria e inovação. 

Nesse sentido, acrescenta-se que a colaboração entre instituições de ensino para compartilhar melhores práticas e desafios pode também enriquecer a compreensão e a aplicação dos espaços de aprendizagem na prática educacional.

Conclui-se então com a edificação e leitura desse trabalho que os espaços de aprendizagem são fundamentais na formação e desenvolvimento dos educadores, afinal, o investimento na criação e no aprimoramento desses espaços, considerando suas múltiplas dimensões, é investir no futuro da educação. 

Com isso, verifica-se que por meio de espaços de aprendizagem bem concebidos e apoiados, os docentes podem se tornar mais eficazes, inovadores e adaptáveis, contribuindo significativamente para o avanço da educação e para o sucesso dos alunos.

REFERÊNCIAS

BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: introdução. 4. ed. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

BUENO, J.G.S. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas? Revista Brasileira de Educação Especial, n.3, 1999.

BELISÁRIO, J. Ensaios pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: MEC, SEESP. 2005.

DUARTE, Newton; SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica e luta de classes na educação escolar. Campinas: Autores Associados, 2015.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 1994.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 2013.

SCHON, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. In____________. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

UJIIE, Najela Tavares. Educação, criança e infância no contexto das ciências sociais. Revista Guairacá, Guarapuava, Paraná, n.25, 2009.