ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO  EDUCACIONAL SUSTENTÁVEL PARA CRIANÇAS E JOVENS DENTRO DE  EMPRESA PRIVADA EM RIBEIRÃO PRETO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10890410


Isadora Cury Balbo;
Orientador: Adriano dos Reis Lucente


RESUMO 

Este estudo teve como objetivo analisar como uma companhia de médio porte  implementou uma nova empresa, com foco sustentável, dentro de sua área física. O  presente trabalho buscou analisar desde as ideias inicias até a efetivação de suas  atividades, em que os estudos de precificação, as problemáticas enfrentadas no mercado,  os investimentos iniciais, os custos operacionais, a diversificação de mercado, as  dificuldades durante a pandemia e outros pontos foram explorados e aprofundados. Para  tanto, foi utilizado como método um estudo de caso, com observação não-participante  descritivo, o qual possibilitou a apuração de informações e materiais para construir uma  pesquisa empírica, de abordagem descritiva predominantemente qualitativa, com  aspectos quantitativos. Os dados particulares da empresa foram cedidos e diversas  reuniões foram realizadas para tornar possível este estudo. No decorrer da  implementação deste projeto sustentável, algumas problemáticas surgiram e foi  demonstrado como a empresa resolveu tais questões, além de terem sido aplicadas  novas medidas e diferenciações como forma de se destacar no mercado e também dos  seus concorrentes. Apesar do longo período paralisado devido à pandemia da COVID 19, o novo projeto revelou-se rentável e também promissor em termos de retorno  financeiro.  

PALAVRAS-CHAVE: Empresa sustentável. Gestão financeira. Diferenciação de  mercado. Implementação de empresa. Planejamento administrativo.  

ABSTRACT 

This study aimed to analyze how a medium-sized company implemented a new  company, with a sustainable focus, within its area. The present work sought to analyze  from the initial ideas to the implementation of its activities, where pricing studies, the  problems faced in the market, initial investments and operating costs, market  diversification, difficulties during the pandemic and other points were explored and  deepened. To this end, a case study was used as a method, with descriptive participant  observation, which enabled the verification of information and materials to build an  empirical research, with a predominantly qualitative descriptive approach, with  quantitative aspects. The company’s private data were provided and several meetings  were held to make this study possible. During the implementation of this sustainable  project, some problems arose and it was demonstrated how the company resolved such  issues, in addition to applying new measures and differentiations to stand out in the  market and its competitors. Despite a long period paralyzed due to the COVID-19  Pandemic, it is possible to see that this new project is profitable and its financial return  is highly likely. 

KEY-WORDS: Sustainable company. Financial management. Market differentiation.  Enterprise implementation. Administrative planning.

1 INTRODUÇÃO 

Segundo Elkington (2001), o desenvolvimento sustentável é a ideia de progredir  social e economicamente de forma consciente, ao mesmo tempo em que há um enfoque na preservação do ambiente. Ou seja, é a ideia de fazer com que uma nação cresça e se  desenvolva com consciência ecológica, buscando sempre otimizar, reutilizar e preservar  os recursos naturais.  

Antes restritas à questão ambiental, as discussões e as ações com enfoque na  sustentabilidade passaram a integrar progressivamente as agendas públicas e privadas à  medida que foram se difundido e sendo apropriadas pelos atores sociais, aproximando,  assim, as dimensões sociais e econômicas (Elkington, 2001).  

Levando isso em consideração, a sustentabilidade é, atualmente, um assunto de  interesse mundial e todos os países do planeta possuem deveres e obrigações a serem  cumpridos em prol do todo. Inclusive, foram realizadas diversas conferências e reuniões  mundiais, em que termos e tratados de responsabilidades foram assinados com o  principal objetivo de garantir que todos farão a sua parte.  

Sendo assim, mais importante do que sensibilizar a população sobre os  problemas ambientais, é preciso cultivar a sensação de pertencimento do cidadão como  um todo. Em outras palavras, é fundamental incutir em todos a noção de que a mudança  começa a partir da ação de cada indivíduo. 

A cada ano, surgem mais estudos e perspectivas para mostrar a importância do  meio ambiente para a vida na Terra, tornando-se nítida a responsabilidade global com o  cuidado e a proteção da natureza, como forma de preservar os animais, a fauna, a flora,  a atmosfera, o ar, o solo e a água de todo o mundo. 

A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu em 1970, na conferência da  Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente Humano, e será melhor  aprofundada no decorrer deste estudo. Dentro do contexto brasileiro, a essência desse  conceito foi incluída na Constituição Cidadã, ao reforçar, no artigo 225, que: 

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,  impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e  preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 2002). 

Analisando a grande importância e o peso das empresas para com o meio  ambiente, uma vez que suas atividades, muitas vezes, afetam-no diretamente, torna-se necessário criar responsabilidades para as companhias, com a finalidade de pressioná-las a seguirem os parâmetros e as regras instituídos, visando ao cuidado com a natureza. Com isso, surge a responsabilidade ambiental direcionada às empresas, que visa  tanto definir quanto criar metas e objetivos, para que esses sejam cumpridos de forma  rígida e eficaz, com o propósito de proteger o que resta da natureza. Vale ressaltar que a  promoção da responsabilidade ambiental não é obrigatória para as empresas,  diferentemente da exigência de se seguir as leis ambientais. Contudo as que optam por  apresentar medidas, dados e projetos com enfoque ambiental se destacam no mercado  por serem diferenciadas, como mostram Schwartz e Carrol (2008) em seus estudos  sobre os pontos positivos da responsabilidade social e ambiental nas empresas.  Grandes companhias, como a Natura, a Nestlé e a Samsung, fazem parte das  empresas mais sustentáveis do Brasil, seguindo protocolos de responsabilidades  ambientais. Mesmo que não alcancem dimensões tão grandes como as das organizações citadas acima, pequenas e médias empresas podem e devem tomar medidas ambientais  que tornem suas atividades mais sustentáveis, ecológicas e que colaborem, de alguma  forma, com o meio ambiente.  

É o caso do Projeto Eco Educa, idealizado dentro de uma empresa privada do  ramo de entretenimento e lazer, a qual será denominada, em alguns momentos ao longo  deste trabalho, como “clube”. Tal companhia está localizada no interior de São Paulo e  o projeto em questão visa trazer crianças e jovens das redes pública e privada de  educação para um dia de vivências, experiências e aprendizados sobre cuidados com o  planeta.  

A ideia inicial de criar um projeto sustentável surgiu quando a empresa passou a  adotar a prática de reciclar seu próprio lixo, criando uma central de reciclagem. A partir  dessa iniciativa, o presidente do clube de lazer, com uma visão empreendedora e  inovadora, percebeu o grande potencial do seu espaço para abordar a temática da  sustentabilidade. Assim, com a colaboração de um biólogo e educador, surgiu o Eco  Educa.  

Vale ressaltar que, embora o foco principal do projeto seja o ensino sustentável e  a disseminação de conhecimentos ambientais para crianças e jovens, a empresa em  questão, por ser privada, possui medidas de caráter empresarial. Dessa maneira, além de  desenvolver tal projeto, a companhia também almeja crescer no mercado, destacando-se em quesitos ambientais, tecnológicos e inovadores, diferenciando-se da concorrência.  

A seguir, serão tratados os seguintes pontos: os objetivos da empresa em criar  um projeto focado na sustentabilidade; os impactos que esse projeto implica e implicará  na sociedade; os fatores facilitadores que uma grande empresa traz para a criação de um  projeto ambiental; a importância da conscientização e dos cuidados para com o planeta e, por fim, os objetivos da ONU.  

2 PROBLEMÁTICA 

A criação e o desenvolvimento de uma nova empresa exigem a aplicação de  práticas e estratégias de diversas áreas da administração, como: pesquisa de mercado e  análise de concorrentes; levantamento de investimentos, custos fixos e variáveis; plano  de criação e estruturação; gestão dos profissionais e da empresa para pleno  funcionamento, além de estudos na área de marketing. 

Assim, o objetivo do presente trabalho é investigar como tais áreas foram  utilizadas pela empresa e, principalmente, responder aos seguintes questionamentos:

1. Quais foram os desafios e as problemáticas encontrados antes, durante e  após a implementação do projeto?  

2. Quais foram as alterações realizadas para que o projeto se tornasse  viável? 

3 OBJETIVOS  

Geral:  

– Analisar, em diferentes âmbitos da administração, a implementação de um  projeto sustentável voltado para crianças e jovens dentro de uma empresa privada. Específicos: 

– Distinguir quais são os fatores facilitadores e restritivos no processo de  implantação de um projeto socioambiental; 

– Identificar as medidas estratégicas do Projeto Eco Educa para atrair escolas.  

4 METODOLOGIA 

O termo “método”, de origem grega, resulta da fusão de duas palavras que  expressam a ideia de “ao longo do caminho”. Em outras palavras, podemos entendê-lo como a “forma de proceder ao longo do caminho” (FERRARI, 1982). 

No contexto científico, o método representa a forma escolhida por um estudioso  para ampliar seu conhecimento e suas pesquisas em relação a uma determinada área,  fato, objeto ou fenômeno. Assim, da palavra “método” surge o termo “metodologia”,  que significa o estudo do método.  

Ao contemplar o significado de “metodologia” dentro do ramo da pedagogia,  observa-se que o termo carrega a seguinte ideia: ser o estudo dos métodos mais  adequados para transmitir certos conhecimentos. Já no ramo da ciência, a metodologia  científica e da pesquisa se trata do estudo analítico e crítico dos métodos de  investigação.  

Dentro de um trabalho de conclusão de curso, a metodologia visa apresentar,  detalhadamente, o processo e o caminho percorridos pelo estudante na obtenção e na  assimilação de informações sobre o tema abordado. Dessa maneira, torna-se possível  explicar qual foi a opção de estudo utilizada, o tipo de abordagem e as formas de  pesquisas operadas.  

Segundo Tomanik (1994), uma forma equivocada de se compreender a  metodologia é colocá-la como um conjunto de regras fixas sobre como realizar uma  pesquisa. Esse entendimento nos leva a pensar que todos os estudos são realizados do  mesmo modo, seguindo as mesmas regras e passos. Contudo, tal premissa não se aplica  à realidade, já que cada pesquisa desenvolvida carrega métodos particulares e que são  mais convenientes e úteis para o caminho percorrido por cada pesquisador. 

Para Gil (2007), no que diz respeito aos objetivos do explorador, há três tipos  principais de pesquisas: exploratórias, descritivas e explicativas. 

a) Pesquisa exploratória: geralmente vem acompanhada de pesquisas  bibliográficas e estudos de casos. A ideia central da pesquisa exploratória é  ampliar o conhecimento de certo fenômeno sobre o qual, frequentemente,  não há muitas informações e dados disponíveis.  

b) Pesquisa descritiva: esse tipo de pesquisa descreve um fenômeno já  estudado e busca compreender a realidade em questão, assim como os seus  problemas e as suas características. Para Trivinos (1987) essa forma de pesquisa pretende descrever com exatidão os fatos e os fenômenos de  determinada realidade.  

c) Pesquisa explicativa: geralmente encontrada em dissertações de mestrado ou  teses de doutorado, esta pesquisa possui um grau maior de complexidade e  aprofundamento do estudo. Nessa forma de pesquisa, o foco é identificar os  fatores determinantes para a ocorrência de certo fenômeno. Ou seja, um fato  é levantado e a pesquisa explicativa estuda toda a realidade a sua volta para  entender por qual razão tais fatos ocorrem naquele espaço.  

Já no que se refere às formas de abordar os problemas, segundo a classificação  de Richardson et al. (2007), existem duas vertentes de pesquisa: a de caráter qualitativo e a de caráter quantitativo.  

a) Pesquisa qualitativa: para Vieira (1996), essa abordagem de pesquisa está fundamentada na interpretação e na análise dos dados, visando obter o  resultado do fato estudado e a compreensão da existência desse fenômeno.  

b) Pesquisa quantitativa: representa uma abordagem de pesquisa que emprega instrumentos estatísticos, buscando coletar respostas para, assim, analisar o  fenômeno. Os dados são quantificados, acumulados e geram tabelas,  gráficos e números para uma análise.  

Para a concretização deste estudo, foram realizadas diversas visitas ao projeto,  incluindo o acompanhamento da visitação de duas escolas, sendo uma de meio período  e a outra de período integral. Os dados foram coletados ao longo das visitas, por meio  de anotações sucintas dos tópicos investigados. Os diálogos com membros da equipe  ocorreram ao longo da experiência completa e eram repassados após a saída do projeto  para tornar possível o desenvolvimento desta pesquisa. Os dados financeiros expostos  foram encaminhados via internet, sem detalhamentos completos, servindo apenas como  base do estudo e referencial para sucintas análises. Parte das figuras ilustradas na  pesquisa foi fornecida pela equipe interna e a outra parte foi retirada do próprio site do  projeto estudado. 

Este presente trabalho trata-se de uma pesquisa aplicada, de caráter descritivo,  que se apoia na pesquisa bibliográfica utilizada como base teórica e de sustentação. O  método de coleta utilizado foi o da observação não-participante, no qual o investigador  assume o papel de observador exterior, ou seja, não toma qualquer medida ou inciativa  ao longo dos desdobramentos das atividades ocorridas durante as situações observadas.  

Por fim, a análise documental e as coletas de dados por meio de entrevistas  desempenharam um papel fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.  A abordagem deste estudo é de caráter qualiquantitativo, caracterizado pela união da descrição, da classificação e da interpretação de informações empíricas, junto à  análise de dados numéricos coletados. Ao utilizar o método de estudo de caso, é  importante salientar que todas as informações e conclusões são subjetivas, uma vez que  se trata de um estudo específico de um projeto selecionado. Dessa maneira, não há o objetivo de generalizar os dados e buscar uma verdade exata em um sistema amplo.  

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

No cenário mundial contemporâneo, as preocupações em relação ao uso consciente dos recursos da natureza e as consequências da falta de precauções e  cuidados com o meio ambiente estão cada vez mais em evidência. Isso porque a ideia do  possível sofrimento humano e ambiental devido ao uso irracional dos recursos  disponíveis é tão concreta quanto o ar que respiramos e está muito mais próxima da  realidade do que se possa imaginar.  

Sendo assim, o tema “sustentabilidade” está cada vez mais presente no mundo  contemporâneo, sendo amplamente trabalhado por diversos autores, na esperança de  que, a cada dia, ele seja mais desenvolvido e implementado no cotidiano do ser humano,  nas práticas empresariais e industriais, bem como na rotina mundial.  

Por um lado o desenvolvimento industrial incessante e contínuo faz com que a  relação do ser humano com a natureza se deteriore constantemente, uma vez que os  impactos das indústrias atingem de diversas formas, direta e indiretamente, o meio  ambiente. Por outro lado, observa-se uma expressiva tendência de crescimento  populacional, o que implica em uma demanda cada vez maior dos recursos naturais.  

Em 1760, a Inglaterra tornou-se pioneira no grande desenvolvimento industrial e  tecnológico, dando início à Primeira Revolução Industrial da história. Nessa fase, a  principal mudança no setor industrial foi em relação ao processo produtivo, o qual  passou a utilizar mais máquinas como forma de otimizar o tempo e focar em produzir  cada vez mais, como aponta Sousa (2022).  

Como consequência da Primeira Revolução Industrial, houve uma profunda  transformação nas relações sociais e ecológicas. O crescimento populacional e o êxodo  rural, motivado pela busca de uma vida melhor, fizeram com que houvesse muita mão  de obra disponível e o salário mínimo desvalorizasse (MARX e ENGELS, 1998; HOBSBAWN, 2010).  

Os contínuos crescimentos da população e da demanda de recursos provocaram,  nitidamente, a degradação intensa dos recursos naturais disponíveis, como destacado no  trecho abaixo: 

Em 1798, o pastor protestante Thomas Robert Malthus escreveu a  mais famosa obra sobre questões demográficas: Ensaio sobre o  princípio da população. Ele acreditava que a população tinha  potencial de crescimento ilimitado, e a natureza, inversamente,  recursos limitados para alimentá-la (LUCCI et al., 2005, p. 316). 

Dessa maneira, foi a partir dos estudos de Malthus, no século 18, que se formou  o conceito de sustentabilidade, dando início às discussões sobre o tema. O autor  analisou o crescimento populacional entre 1650 e 1850, concluindo que a correlação dos  seres humanos com seus meios de subsistência estava em total desequilíbrio. Assim, ele  compreendeu que os meios de subsistência crescem em progressão aritmética, ao passo  que o crescimento populacional ocorre em progressão geométrica, evidenciando que os  recursos naturais jamais conseguiriam acompanhar o crescimento humano (FONTANA  et al., 2015). 

Em 1962, a escritora Rachel Louise Carson lançou o livro Primavera Silenciosa,  marcando o início do despertar da sociedade em relação aos cuidados com o planeta e  seus recursos escassos. Segundo Barros (2008), a obra de Carson mostrou como era  necessário desenvolver uma consciência em relação à importância de uma legislação  severa e que protegesse, de fato, o meio ambiente e não colocasse como prioridade o  crescimento industrial desenfreado. 

Posteriormente, a Conferência de Estocolmo, primeira Conferência das Nações  Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1972, reuniu um total de 113 países, com  o objetivo de tomar medidas universais, aplicáveis em todos os países, visando diminuir  os impactos ambientais gerados. De acordo com Le Prestre (2005), a conferência  internacional foi motivada por quatro fatores principais: as mudanças climáticas e a  quantidade de água potável, os problemas ambientais causados por catástrofes, o crescimento econômico acelerado diminuindo a população rural e uma variedade de  outros problemas, incluindo chuvas ácidas, acúmulo de metais pesados, entre muitos  outros.  

Em 1983, como resultado de uma avaliação de 10 anos da Conferência de  Estocolmo, foi criada pela ONU a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e  Desenvolvimento. Quatro anos após a criação dessa Comissão, surgiu o Relatório  Brundtland, no qual a primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, utilizou pela primeira vez o termo “desenvolvimento sustentável”. Ela o definiu da seguinte  maneira: “É a forma como as atuais gerações satisfazem as suas necessidades sem, no  entanto, comprometer a capacidade de gerações futuras satisfazerem as suas próprias  necessidades” (BRUNDTLAND, 1991). Além dessa, há outra definição que foi apresentada na Comissão: 

Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de  transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos  investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a  mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente  e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas (BRUNDTLAND, 1991). 

Levando em consideração as definições acima, podemos dizer que o  desenvolvimento sustentável é uma forma responsável de lidar com o desenvolvimento  econômico, social e político do mundo em total harmonia com o meio ambiente e seus  recursos naturais (GUITARRARA). Ou seja, é uma maneira consciente de lidar com o  desenvolvimento contínuo que a humanidade enfrenta diariamente.  

Para Elkington (2001), o conceito de desenvolvimento sustentável gira em torno  de um equilíbrio entre a questão financeira e a ambiental e, mesmo desta forma, ao  atender todas às necessidades modernas do ser humano, a degradação do planeta é certa. 

Mesmo que todas as empresas no mundo desenvolvido alcançassem  níveis de emissão de poluição zero até o ano 2010, a Terra ainda  estaria estressada além do que os biólogos se referem como  capacidade de suporte. De forma crescente, os flagelos do final dos  anos 20 – terras assoladas, pesca predatória e florestas devastadas,  poluição urbana, pobreza, doenças infecciosas e migração – estão indo  além das fronteiras geopolíticas. O fato é que, ao atendermos às  nossas necessidades, estamos destruindo a capacidade das gerações  futuras atenderem às delas (HART apud ELKINGTON, p. 74, 2001). 

Dessa maneira, muitas empresas passaram a aderir aos conceitos de equilíbrio e  cuidado com o meio ambiente, uma vez que acreditavam, também, que eles as tornariam  mais eficientes e reduziriam seus custos. Para Almeida (2002), a conferência de  Estocolmo, em 1972, teve como enfoque principal a discussão sobre como conciliar as  atividades econômicas das empresas com a preservação do meio ambiente.  

Com o passar do tempo, o conceituado autor John Elkington (2001), conhecido  como “pai da sustentabilidade” e uma importante autoridade mundial em  responsabilidade corporativa e capitalismo sustentável, percebeu que somente a  resolução de questões ambientais não seriam o suficiente para resolver as questões de  uma economia global sustentável. Para ele, os pontos a serem tratados não eram  somente ambientais e econômicos, mas, também, uma questão social: “Aqueles que pensam ser a sustentabilidade somente uma questão de controle de poluição não estão  vendo o quadro completo” (HART apud ELKINGTON, p. 74, 2001). Além do desenvolvimento sustentável, há outras questões que necessitam ser trabalhadas em conjunto, com ênfase na questão social, como afirma Mafra (2015): “a  deterioração material do planeta é insustentável, mas a pobreza também é insustentável,  a exclusão social também é insustentável, assim como a injustiça, a opressão, a  escravidão e a dominação cultural e econômica”. Logo o foco em desenvolver de forma  sustentável é multidimensional e agrupa outras questões além da ambiental.  A proposta de sustentabilidade da Agenda 21, demonstrada na ECO-92, definiu  os três princípios básicos do desenvolvimento sustentável: a proteção ambiental, o  desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico. Logo, segundo Scharf (2004),  a sustentabilidade estaria condicionada ao desenvolvimento simultâneo desses três  pilares.  

5.1 Organização das nações unidas e objetivos de desenvolvimento sustentável Tornou-se, atualmente, um grande desafio conseguir desenvolver medidas justas  e adequadas que possibilitem o desenvolvimento humano sem destruir a qualidade do  meio ambiente, levando em consideração as gerações futuras. Para além do futuro da  humanidade, é importante trabalharmos em prol de um ambiente justo e digno para todos os seres vivos que habitam o planeta Terra.  

De fato, as mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes e problemáticas  para todo o ecossistema, já que a escassez de água em várias regiões, ou o seu excesso  em outras, as mudanças de temperatura, a falta de alimentos, entre outros inúmeros  problemas, são uma realidade vivenciada por muitos seres humanos e animais ao redor  do mundo.  

Diante dessas circunstâncias, tornou-se imprescindível que um novo modelo de  desenvolvimento, focado no equilíbrio dos recursos ambientais e na vida de todos os  seres do planeta, tomasse forma, trazendo à tona a responsabilidade compartilhada por todas as nações. 

Nesse sentido, em 2015, a Organização das Nações Unidas elaborou os  Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujo foco principal era cumprir os  planos de ação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Assim, “após mais  de três anos de discussão, os líderes de governo e de estado aprovaram, por consenso, o documento ‘Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento  Sustentável’” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2016).  

Com o intuito de alcançar tais metas, o Programa das Nações Unidas para o  Desenvolvimento (PNUD), criado em 1965, tem, atualmente, a finalidade de elaborar programas para o desenvolvimento sustentável em colaboração com governos e  membros da sociedade civil. 

Presente em mais de 170 países e territórios, o PNUD oferece uma  perspectiva global aliada à visão local do desenvolvimento humano  para contribuir com o empoderamento de vidas e com a construção de  nações mais fortes e resilientes (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES  UNIDAS, 2016). 

Assim, o PNUD passou a desempenhar um papel crucial na implementação da  Agenda 2030, especialmente no que se refere aos 17 Objetivos de Desenvolvimento  Sustentável estabelecidos em 2015, os quais serão apresentados e detalhados nas Figuras 1 e 2 a seguir: 

Figura 1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 

Fonte: ONU (2023). 

Tabela 1 – Detalhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

1ERRADIAÇÃO DA  POBREZA“Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em  todos os lugares: visa erradicar a pobreza extrema para  todas as pessoas em todos os lugares, de modo a reduzir  pela metade a proporção de homens, mulheres e crianças  que vivem na pobreza, implementando em nível nacional,  medidas de proteção social adequadas e pisos de nível  financeiro.”
2FOME ZERO E  AGRICULTURA  SUSTENTÁVEL“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e  melhoria da nutrição e promover a agricultura  sustentável: visa combater a fome e garantir o acesso de  todas as pessoas a alimentos seguros, nutritivos durante o  ano todo. Acabar com todas as formas de desnutrição,  prestigiando atender às necessidades nutricionais dos  adolescentes, mulheres grávidas, lactantes e pessoas  idosas. Dobrar a produção agrícola e renda dos pequenos  produtores de alimentos. Manter a diversidade genética de  sementes e promover o acesso a uma distribuição justa a  favor dos povos mediante acordos de cooperação  internacional.”
3SAÚDE E BEM ESTAR“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar  para todas e todos, em todas as idades: visa reduzir a taxa  de mortalidade materna global; acabar com as mortes  evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5  anos; acabar com doenças e epidemias transmissíveis,  como a AIDS, tuberculose e malária; atingir cobertura  universal de saúde, inclusive saúde sexual; reduzir o  número de mortes advindas de produtos químicos  perigosos.”
4EDUCAÇÃO DE  QUALIDADE“Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de  qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao  longo da vida para todas e todos: visa garantir acesso a  escolas de qualidade para meninos e meninas desde o  ensino primário até a formação superior, inclusive o  acesso às escolas técnicas profissionalizantes; garantir a  alfabetização a nível mundial a todos os meninos e  meninas, principalmente àqueles desprovidos de recursos  econômicos; ampliar o número de bolsas de estudos para  os estudantes dos países desenvolvimento de modo a  propiciar o desenvolvimento de todos os povos de forma  igualitária justa.”
5IGUALDADE DE  GÊNERO“Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas às  mulheres e meninas: visa acabar com todas as formas de  discriminação contra meninas e mulheres; eliminar a  violência contra meninas e mulheres, principalmente a de  ordem sexual; valorizar o trabalho da mulher, inclusive  aquele realizado no lar sem remuneração; garantir a  participação das mulheres nas tomadas de decisões  políticas, econômica e pública; promover a igualdade dos  gêneros, inclusive no aspecto financeiro.”
6ÁGUA POTÁVEL E  SANEAMENTO“Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e  saneamento para todos: visa garantir o acesso universal à  água potável; promover o acesso ao saneamento e higiene  adequados; melhorar a qualidade das águas, reduzindo a  poluição e o descarta de produtos químicos nocivos à  saúde; implementar a gestão adequada dos recursos  hídricos em todos os níveis; ampliar a cooperação  internacional no que tange a tecnologia do manejo de  águas.”
7ENERGIA LIMPA E  ACESSÍVEL“Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e  renovável para todos: visa possibilitar o acesso universal  a energia limpa para todos os povos, preferencialmente  aquela oriunda de fontes renováveis mediante a  cooperação internacional na pesquisa e desenvolvimento  de novas tecnologias tendentes a propiciar o acesso global  ao ideal de eficiência energética.”
8TRABALHO  DECENTE E  CRESCIMENTO  ECONÔMICO“Promover o crescimento econômico sustentado,  inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e  trabalho decente para todos: visa promover o avanço  econômico daqueles países em desenvolvimento pautado  no trabalho decente e na diversificação da economia,  mediante a modernização tecnológica e a promoção de  acesso a inovações; possibilitar vagas de empregos para  homens, mulheres, adolescentes, idosos e deficientes, que  modo a propiciar a renda justa oriunda do trabalho.”
9INDÚSTRIA,  INOVAÇÃO E  INFRAESTRUTURA“Construir infraestrutura resiliente, promover a  industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a  inovação: visa desenvolver infraestrutura de qualidade,  confiável, sustentável e resiliente, de modo a promover a  industrialização inclusiva e sustentável aumentado o  acesso das pequenas indústrias e outras empresas; busca  modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para  torná-las sustentáveis fortalecendo a pesquisa científica,  melhorando as capacidades tecnológicas de setores  industriais em todos os países, particularmente os países  em desenvolvimento; Facilitar o desenvolvimento de  infraestrutura sustentável e resiliente em países em  desenvolvimento.”
10REDUÇÃO DAS  DESIGUALDADES“Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles:  visa promover a inclusão social, econômica e política a  favor de todos os povos independentemente de quaisquer  condições de gênero, idade, raça, etnia, origem e religião;  visa à adoção de políticas fiscais e salariais no objetivo de  alcançar uma maior igualdade entre os povos; busca  assegurar uma maior e mais adequada participação  daqueles países em desenvolvimento, sobretudo no que  tange a tomadas de decisões nas instituições financeiras e  econômicas internacionais; adotar o princípio do  tratamento especial para aqueles países em  desenvolvimento.”
11CIDADES E  COMUNIDADES  SUSTENTÁVEIS“Tornar as cidades e os assentamentos humanos  inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis: propõe  garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e  a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as  favelas; pretende proporcionar o acesso a sistemas de  transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço  acessível para todos de modo a aumentar a urbanização  inclusiva e sustentável, reduzindo o impacto ambiental  negativo per capita das cidades, e ainda, visa proporcionar  o acesso universal a espaços públicos seguros adequados  às relações econômicas, ambientais e sociais.”
12CONSUMO E  PRODUÇÃO  RESPONSÁVEIS“Assegurar padrões de produção e de consumo  sustentáveis: visa adotar o Plano Decenal de Programas  sobre Produção e Consumo Sustentáveis; promover o  alcance de uma gestão sustentável mediante o uso  eficiente dos recursos naturais; propõe a redução do  desperdício de alimentos a nível mundial e nacional; visa  o manuseamento ambientalmente saudável de produtos  químicos e resíduos por meio da prevenção, redução e  reuso mediante práticas de compras públicas e privadas  sustentáveis; e assegurar que todos os povos, de todas  regiões, tenham acesso adequação a informação sobre a  importância da consciencialização sobre o  desenvolvimento sustentável e o modelo de vida  harmônico com a natureza.”
13AÇÃO CONTRA A  MUDANÇA  GLOBAL DO  CLIMA“Tomar medidas urgentes para combater a mudança do  clima e os seus impactos: intenta reforçar a recuperação e  a capacidade de adaptação a riscos advindos do clima e de  catástrofes naturais em todos os países; direcionar  medidas políticas de planejamento nacional quanto ás  mudanças climáticas; aprimorar a educação dos povos  sobre a mitigação, adaptação e redução de impactos da  mudança climática; colocar em prática o compromisso  assumido pelos países desenvolvidos sobre a Convenção  Quadro das Nações Unidas sobre mudança climática.”
14 VIDA NA ÁGUA“Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares  e os recursos marinhos para o desenvolvimento  sustentável: propõe reduzir e prevenir a poluição marinha  em todas as suas formas de modo a gerir e proteger os  ecossistemas marinhos e costeiros contra todo e quaisquer  tipos de poluição; visa diminuir significativamente os  impactos oriundos da acidificação dos oceanos mediação  a cooperação científica; intenciona promover a  conservação de pelo menos 10% das zonas costeiras e  marinhas de acordo com a legislação nacional e  internacional por meio da cooperação.”
15 VIDA TERRESTRE“Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos  ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as  florestas, combater a desertificação, deter e reverter a  degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.”
16PAZ, JUSTIÇA E  INSTITUIÇÕES  EFICAZES“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o  desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à  justiça para todos e construir instituições eficazes,  responsáveis e inclusivas em todos os níveis e promover o  Estado de Direito.”
17PARCERIAS E  MEIOS DE  IMPLEMENTAÇÃO “Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a  parceria global para o desenvolvimento sustentável: visa  por meio da cooperação entre povos e nações a  implementação a melhor distribuição das finanças de  modo que os países desenvolvidos possam contribuir com  os países em desenvolvimento para que todos possam  alcançar a plena sustentabilidade por meio da  reorganização e reestruturação financeira; propõe uma  melhor e mais apurada cooperação entre os países no que  tange aos avanços tecnológicos, mediante o acesso à ciência, à tecnologia e à inovação; intenta a capacitação  dos países em desenvolvimento para que possam alcançar  os objetivos do desenvolvimento sustentável; visa  promover um sistema multilateral de comércio universal.”

Fonte: GOMES; FERREIRA (2018).  

Levando em consideração os objetivos definidos acima, verifica-se que eles  convergem para a realização do desenvolvimento sustentável, de modo que estabelecem  uma relação intrínseca com conceitos fundamentais, ao passo que perpassam por  algumas dimensões. Nesse sentido, Gomes e Ferreira (2018) pontuam que: 

O ideal de sustentabilidade está destacado no contexto dos ODS, no  sentido de que os objetivos estão voltados para a promoção das  dimensões da sustentabilidade: dimensão social (objetivos 1; 2; 3; 4; 9; e 11); dimensão ambiental (objetivos 6; 12; 13; 14; e 15); dimensão  econômica (objetivos 7; 8; e 10); dimensão ética (objetivo 5; e 17); e  dimensão jurídico-política (objetivo 2; 3; 4; 11; e 16). 

Claramente, os ODS priorizam a proteção ambiental, o desenvolvimento social,  o crescimento econômico, a proteção dos povos e o foco nos direitos humanos. Sendo  assim, “aliado à dignidade da pessoa humana, surge a sustentabilidade como novo  paradigma para que se possa fomentar uma qualidade de vida sadia para as gerações  presentes e futuras, assegurando a perpetuidade da vida humana” (STAFFEN;  SANTOS, 2016, p. 279). 

Fica evidente que, para que seja possível existir o desenvolvimento sustentável,  não basta apenas focar no âmbito ambiental. Para uma sociedade se desenvolver de  forma sustentável, há outros pilares de fundamental importância que devem ser  considerados e desenvolvidos. Assim, o desenvolvimento sustentável é humanista ao  considerar as próximas gerações e as atuais, dando grande importância para o  crescimento econômico sem excluir o cuidado com o meio ambiente e um ambiente  igualitário e justo.  

5.2 Responsabilidade ambiental 

A população mundial cresce, cada dia mais, de forma exorbitante e, com isso, o  ser humano passa a expandir os espaços ocupados, como forma de conseguir conter e,  simultaneamente, abrigar todos os habitantes. Além desse motivo relacionado à super  população, também há a extração e o desmatamento constantes do meio ambiente. 

Assim, a exploração contínua dos recursos da natureza é impulsionada pela incessante  busca por lucros. 

Nesse sentido, diversas medidas estão sendo adotadas, atualmente, para diminuir  a degradação do meio ambiente e da natureza. Isso inclui a aplicação rigorosa de leis  ambientais e o aumento das campanhas de conscientização da população, buscando  ressaltar a importância de uma natureza saudável. Além dessas e de outras medidas importantes, torna-se cada vez mais evidente a crescente preocupação das grandes  empresas em assumirem sua responsabilidade ambiental. 

Sendo assim, a responsabilidade ambiental pode ser compreendida como um  conjunto de atitudes, individuais ou empresarias, voltadas para o desenvolvimento  sustentável do planeta. Ou seja, essas práticas devem levar em conta o crescimento econômico alinhado à proteção do meio ambiente, tanto para a atualidade quanto para as  gerações futuras, garantindo, dessa maneira, a sustentabilidade.  

Inicialmente, vale salientar que a responsabilidade ambiental não deve ser  confundida com responsabilidade civil, como vem ocorrendo. De fato, para garantir efetivamente a proteção do meio ambiente, não se pode permitir que primeiro  aconteçam os impactos para, depois, estabelecer uma condenação indenizatória em  dinheiro. Por conseguinte, percebe-se que a noção de responsabilidade ambiental não  possui o mesmo significado para todos, pois para alguns representa a ideia de obrigação,  enquanto para outros denota um comportamento ético e socialmente consciente. 

Na verdade, esse conceito diz respeito à necessidade de revisar os métodos de  produção, de forma que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, mas sim ponderando os impactos sociais e ambientais consequentes da atuação  administrativa das empresas. Assim, o termo “responsabilidade” significa ter  consciência dos atos que são praticados voluntariamente.  

Levando isso em consideração, a responsabilidade ambiental é uma aplicação do  princípio do poluidor-pagador, enunciado no tratado que institui a Comunidade  Europeia, e está regulada pela Directiva 2004/35/CE3. Sendo assim, esse princípio é  fundamental, pois diz que: 

Deve, portanto, ser o da responsabilização financeira do operador cuja  atividade tenha causado danos ambientais ou a ameaça iminente de  tais danos, a fim de induzir os operadores a tomarem medidas e a  esenvolverem práticas por forma a reduzir os riscos de danos  ambientais (DIRECTIVA, 2004). 

A responsabilidade ambiental é aplicável tanto aos danos ao ecossistema quanto aos riscos associados a esses danos quando decorrentes de atividades profissionais,  desde que seja possível estabelecer uma relação de causalidade entre o dano e a  atividade em questão. Dessa forma, os danos ambientais são definidos como os danos  diretos ou indiretos causados ao ecossistema, assim como a contaminação direta ou  indireta dos solos que implique um risco importante para a saúde humana (DIRECTIVA  2006/21/CE, 2006). 

Todas as organizações, independentemente da sua atividade, devem contribuir  para melhorar a qualidade de vida e defender o meio ambiente. Inclusive, tal ponto consta no mais importante documento da legislação brasileira, a Constituição Federal  Brasileira, que diz, em um dos seus capítulos, o seguinte: 

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem  de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,  impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e  preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988). 

Sendo assim, um dos maiores desafios que o mundo enfrentará neste novo  milênio é induzir as organizações a assumirem a responsabilidade de proteger e de  recuperar o meio ambiente, fazendo uso dos padrões baseados na gestão ambiental e no  uso sensato de ferramentas econômicas dentro de regulamentações e normas. Diante  disso, Tachizawa (2002) mostra que o novo contexto econômico se efetiva nas  organizações que sejam éticas com toda imagem institucional no mercado, que atuem de  forma ambientalmente responsável. 

5.2.1 Responsabilidade ambiental empresarial 

Se por um lado um dos grandes objetivos de uma empresa é prosperar ao longo  do tempo, consolidando sua presença no mercado ao mesmo tempo em que cresce e  obtém lucro, por outro, cada vez mais o seu papel e a sua responsabilidade em relação  ao nosso ecossistema tornam-se fundamentais para se destacarem como agentes  comprometidos com a sustentabilidade. Inclusive, podemos considerar que uma  empresa manifesta e desempenha a sua responsabilidade ambiental por meio desse  compromisso em preservar e restaurar o meio ambiente. 

De fato, a competitividade de uma empresa é um fenômeno complexo, o qual  envolve diferentes variáveis que não só interagem, mas também dependem umas das  outras, de maneira intrínseca, para determinar a posição de uma empresa no mercado.  De acordo com Dias (2006, p.52), essa rede complexa de variáveis abrange aspectos  relacionados a custos, controle e qualidade dos produtos e serviços, capital humano,  tecnologia e capacidade de inovação. Assim, ao concatenar a questão da  competitividade com a gestão ambiental de uma empresa, o autor destaca o seguinte: 

Ocorre que nos últimos anos a gestão ambiental tem adquirido cada  vez mais uma posição destacada, em termos de competitividade,  devido aos benefícios que traz ao processo produtivo como um todo e  a alguns fatores em particular que são potencializados (DIAS 2006,  p.52). 

Tomando como base o posicionamento de Dias, Santos (2015, p. 89-90)  descreve de maneira detalhada as vantagens competitivas relacionadas ao aspecto  ambiental mencionadas no trabalho do primeiro autor: 

• Há melhora no desempenho ambiental de uma empresa, quando  são cumpridas as exigências normativas, possibilitando-se maior  inserção num mercado cada vez mais exigente em termos  ecológicos, melhorando a imagem da empresa junto aos seus  stakeholders e a comunidade; 
• Adotando um design do produto de acordo com as exigências  ambientais, é possível torná-lo mais flexível do ponto de vista de  instalação e operação, com um custo menor e uma vida útil longa; • Ocorre melhoria na gestão ambiental, quando se reduz o consumo  de recursos energéticos e consequentemente [há] redução nos  custos de produção; 
• Há redução dos custos de matéria-prima e do consumo de recursos  quando se reduz a quantidade de material utilizado ao mínimo por  produto; 
• Há melhoria na imagem da organização quando se utilizam materiais renováveis, pois emprega-se menos energia pela  facilidade de reciclagem; 
• Há melhoria na capacidade de inovação da empresa, redução das  etapas de processo produtivo, aceleração do tempo de entrega do  produto e minimização do impacto ambiental do processo, quando  se otimizam as técnicas de produção; 
• Há redução de gastos quando se otimiza o uso do espaço nos meios  de transporte, porque diminui o consumo de combustível e  consequentemente a quantidade de gases poluentes no meio  ambiente. 

Assim, o reconhecimento da importância da responsabilidade ambiental alinhado com essas vantagens competitivas pode desencadear uma significativa transformação na  abordagem estratégica e mercadológica da empresa. Isso porque tal conscientização  pode ultrapassar os limites do ambiente organizacional, impactando não apenas pessoas  e empresas que se relacionam com essa organização, mas também os seus clientes. 

Segundo Laville (2009), o movimento das empresas para a responsabilidade  ambiental, seja ele de qualquer tamanho, está vinculado às missões e aos valores dos  seus comprometimentos. A responsabilidade ambiental também engloba outra questão:  de a empresa responder por seus atos (literalmente assumir a responsabilidade), uma vez  que muitas de suas atividades são prejudiciais e comprometem o meio ambiente. 

A questão da boa imagem ambiental para as grandes organizações,  principalmente naqueles setores tradicionalmente de alto risco de acidentes ambientais,  tem se tornado cada vez mais importante, além da contribuição para a redução de  custos. Essa preocupação com a boa imagem na sociedade se torna ainda mais relevante  se considerarmos que, conforme Kaplan e Norton (2000), o valor contábil dos ativos  tangíveis representa, atualmente, apenas cerca de dez por cento do valor de mercado das  organizações. Dentro dos ativos considerados intangíveis, a imagem da organização  perante a sociedade é um dos componentes de maior peso. 

É válido ressaltar, portanto, que as empresas assumem uma responsabilidade  ambiental de forma progressista e voluntária. Obviamente todas as empresas e os  indivíduos precisam seguir as leis ambientais, porém, quando uma empresa se assegura  de seguir um protocolo de responsabilidade ambiental, divulgando os dados a cada  período estipulado, tomando medidas e investindo para que resultados positivos, no  foco ambiental, venham de sua produção, sua atitude é positiva para o mercado e seus  consumidores.  

Dessa forma, a escolha de assumir responsabilidades ambientais para com o  público e o meio ambiente faz com que, além das consequências diretas à natureza, a  imagem da companhia seja beneficiada. Tal responsabilidade pressupõe que a empresa  será capaz de responder às necessidades e às expectativas da sociedade em geral. 

5.3 Práticas sustentáveis em pequenas empresas 

Atualmente, no Brasil, há grandes empresas que assumiram responsabilidades  ambientais, como: Klabin, Eletrobras e Raízen. Isso não quer dizer que pequenas  empresas também não façam seus próprios movimentos internos para serem mais  sustentáveis e ativas com os cuidados com o meio ambiente. 

Segundo um estudo realizado pelo Sebrae-MT (2023), em uma média nacional,  cerca de 80% das micro e pequenas empresas exercem medidas voltadas à redução de  impactos ambientais e proteção da natureza. A redução do consumo de água é a medida  com maior porcentagem (69,2%) dentre as empresas, seguida pela prática da separação  do lixo e resíduos de reciclagem (68,4%). 

Ademais, para 90% das pequenas empresas, a redução de impactos ambientais  pela gestão dos negócios é importante, sendo que para apenas 2% dos entrevistados a  preocupação com o meio ambiente foi considerada “nada importante”. 

Por fim, segundo o diretor técnico do Sebrae-MT (2023), André Schelini, adotar  medidas com foco sustentável é sinônimo de vantagem competitiva para as empresas.  Além disso é de igual importância uma mudança no comportamento dos consumidores,  considerando a sustentabilidade um fator decisivo na hora da compra.  

6 SOBRE A EMPRESA PRIVADA 

O clube Magic Gardens é uma empresa privada, inaugurada em 2000, que conta  com uma grande estrutura de lazer e esportes. A fonte de receita da empresa é gerada  através de seus associados, que pagam mensalmente o clube, e de convidados, que  pagam uma diária avulsa para usufruir do empreendimento. Além dessas fontes, a  empresa obtém receita por meio das vendas internas de comidas e bebidas, das  atividades cobradas à parte, dos produtos personalizados da empresa comercializados no próprio estabelecimento, etc.  

A área total da empresa é de cerca de 450.000m² e este espaço é composto por: • Uma vasta área verde e muitas árvores, além de uma trilha ecológica. Há,  anualmente, o plantio de mais de cem mudas de novas árvores; 

• Um grande lago, com diversos tipos de peixes, tartarugas, patos e cisnes,  entre outros animais; 

• Área de lazer do clube composta por piscinas, quadras de esportes, área  de churrasco, espaço para eventos, parquinhos, lanchonetes, restaurante, etc.; • Área administrativa e de gestão em geral, incluindo a diretoria, o  almoxarifado, o ambulatório, a secretaria, a área de venda de títulos, entre  outros setores. 

O empreendimento recebe cerca de quarenta mil visitantes mensalmente, de  todas as classes sociais e idades. Em decorrência do elevado número de visitantes, há,  consequentemente, um alto nível de consumo dentro da empresa, resultando na  produção de uma grande quantidade de lixo e resíduos. 

Além dessa quantidade expressiva de lixo gerado mensalmente no clube,  destaca-se também uma massa significativa de frequentadores com potencial de ampliar  o seu conhecimento para aprender mais sobre a correta separação do lixo. Com isso, torna-se possível suscitar uma maior conscientização sobre reciclagem e cuidados com  o nosso planeta a partir da realidade observada no clube.  

Até 2018 o Magic Gardens não realizava a separação e a reciclagem de seu lixo  interno, como também ocorre na maioria das empresas. Contudo, ao notar que grande  parte desse lixo, até então ignorado, estava deixando de ser reciclado e reutilizado,  iniciou-se a construção de um espaço exclusivo para a separação e a reciclagem dos  resíduos produzidos dentro do clube. Além disso, os gestores reconheceram que tal iniciativa possuía um significativo potencial para gerar renda adicional à empresa. 

Dessa maneira, no mesmo ano, o clube investiu na aquisição de uma máquina  capaz de transformar o lixo vegetal em adubo orgânico, promovendo uma drástica redução da quantidade de lixo vegetal produzido dentro da empresa. Nesse processo, os  restos vegetais são introduzidos na máquina e transformados em adubo. Esse adubo, por  sua vez, deve ficar alguns meses armazenado até atingir os benefícios ideais para ser  utilizado em novas plantações. Quando pronto, parte do adubo vegetal é reutilizado nos  jardins da própria empresa, enquanto a outra parte é ensacada e disponibilizada  gratuitamente para os associados e os visitantes levarem para suas residências.  

Ainda em 2018, o presidente do Magic Gardens, Alexandre, apresentou o clube  para o professor e biólogo Gustavo Alcantara. Ao ver o potencial do espaço disponível  dentro da empresa, a central de reciclagem e a máquina de adubos orgânicos, o  professor visualizou uma incrível possibilidade de se criar um projeto sustentável e  educacional dentro das áreas do clube.  

Alexandre, impulsionado por sua visão empreendedora e seu foco no crescimento de sua empresa, convidou Gustavo, um professor de biologia com vasta  experiência na área educacional e com total capacidade de gerir um projeto sustentável,  para desenvolverem juntos suas ideias e seus objetivos, tornando realidade o Projeto  Eco Educa. 

6.1 Projeto Eco Educa 

A partir das oportunidades que surgiram ao longo de 2018, o projeto foi  elaborado e “nasceu” no início de 2019. Com uma comunicação visual moderna capaz  de conversar e atingir o público infantil, desenvolvida por uma grande empresa de  marketing e publicidade, a ideia do projeto teve como premissa possuir uma forma de  exposição bem lúdica, prática e divertida para se comunicar com seu público-alvo.  

Com cinco espaços pedagógicos criados dentro do clube, o objetivo do projeto é  proporcionar um dia de experiências e aprendizados para crianças e jovens estudantes sobre como cuidar do planeta Terra, levando em consideração o cenário atual. Com  diversos professores e biólogos especializados, os alunos aprendem sobre formas  sustentáveis de cuidar do mundo de maneira prática e literal.  

O Projeto Eco Educa tem como pilar os Objetivos de Desenvolvimento  Sustentável (ODS), elaborados pela Organização das Nações Unidas, os quais são  constantemente destacados durante as vivências das crianças e dos jovens nas visitas.  Assim, o projeto tem como público-alvo estudantes entre 4 e 18 anos, matriculados nas escolas das redes públicas e privadas de ensino, inicialmente localizadas na região de  Ribeirão Preto. Contudo, uma das metas do projeto é se tornar uma referência nacional e  ampliar, ainda mais, sua rede de clientes e participantes. 

6.1.1 Descrição dos espaços pedagógicos oferecidos 

O Projeto Eco Educa possui, como citado anteriormente, cinco espaços  pedagógicos para os visitantes explorarem. Cada um desses ambientes possui um tema  central, os quais estão listados a seguir: 

a) Espaço Terra e Água: 

Vivências relacionadas à biodiversidade, agroecologia, meliponário (abelhas  nativas sem ferrão), produção e consumo de alimentos saudáveis e, por fim, técnicas agroecológicas. Neste espaço também são abordadas a problemática da água e a  importância desse recurso, por meio de vivências sobre o ciclo hidrológico e geológico, o uso consciente da água, a captação de água da chuva, a relação da água com as  florestas e o aquífero Guarani.  

b) Espaço Energia 

Vivências relacionadas às energias renováveis, sustentáveis, fontes alternativas e  também fornos e desidratadores solares.  

c) Espaço Floresta 

Atividades teóricas e práticas sobre a importância da conservação das espécies  florestais e animais, além de vivências na natureza por meio de uma trilha sensorial,  juntamente com a experiência da prática do aproveitamento de resíduos de poda, utilizando a nossa trituradora.  

d) Espaço Resíduos 

Atividades teóricas e práticas relacionadas ao consumo sustentável, abordando  os cinco “erres” da sustentabilidade (repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar),  assim como a destinação adequada de resíduos, compostagem e ciclo de vida dos  materiais por meio da apresentação de uma materioteca.  

e) Materioteca 

Junto ao Espaço Resíduos, encontra-se a primeira materioteca permanente do  interior de São Paulo. Nesse ambiente é possível ter contato com materiais feitos com  aproveitamento de diversos tipos de resíduos, proporcionando, assim, a vivência  concreta de uma das etapas da economia circular. Entre as peças criadas, destacam-se os azulejos feitos de garrafas de vidro, os tecidos feitos com resto de plástico, o giz de cera feito com a cera de abelha, as cumbucas feitas de folha de mandioca, além de uma  variedade de outros itens inovadores.  

6.1.2 Tipos de visitas oferecidas aos contratantes  

a) Período integral  

A escola contratante pode escolher a opção de visita integral, que se trata de uma  experiência cuja imersão se inicia pela manhã e se estende até o final do dia. Esse  formato de visita viabiliza tempo suficiente para que os alunos conheçam e explorem  todos os cinco espaços disponíveis, proporcionando, assim, uma visita mais completa. 

Dentro dessa opção oferecida aos clientes, está inclusa a alimentação completa,  com café da manhã, almoço e café da tarde.  

b) Meio Período  

Outra possibilidade disponível é a visita de meio período, que pode acontecer  tanto na parte da manhã como na parte da tarde. Essa opção, por possuir um tempo mais  restrito, permite que a instituição de ensino escolha três dos cinco espaços disponíveis.  É comum que as escolas priorizem os espaços que abordem temas alinhados ao  conteúdo estudado pelos alunos em sala de aula.  

Nesse tipo de visita estão inclusos dois lanches, sendo o primeiro na chegada dos  alunos e o outro antes da partida.  

6.1.3 O Projeto Eco Educa na prática  

6.1.3.1 Chegada e recepção  

Ao chegarem às instalações onde o Projeto Eco Educa é realizado, os alunos  recebem um kit para ser usado no seu dia de visita. Esse kit inclui os seguintes itens: 

• Um colete, inspirado nos uniformes de escoteiros, para trazer à tona a  sensação de aventura. O colete é devolvido no final da visita; 

• Um caderno e um lápis recicláveis para estimular anotações, desenhos e  registros ao longo do dia. Ambos são presenteados aos alunos para  levarem para casa; 

• Uma caneca de alumínio personalizada do projeto, destinada tanto para  ser utilizada pelos alunos no consumo sustentável de água durante a visita quanto como uma lembrança para guardarem e levarem para casa ao final do dia.  

A ideia de investir em alguns itens que os alunos levarão para suas casas está  ligada à estratégia de levar a marca para dentro dos lares. Dessa forma o Projeto Eco Educa é visto e lembrado pelos alunos por mais tempo. Abaixo, é possível observar as  fotos do kit: 

Figura 2 – Caderno e lápis recicláveis (kit dado aos alunos) 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

Figura 3 – Caneca de alumínio e tirante (kit dado aos alunos) 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

Figura 4 – Coletes personalizados escoteiro (kit emprestado aos alunos) 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

6.1.3.2 Alimentação  

Como apontado anteriormente, o projeto oferece a alimentação durante toda a  passagem das crianças e dos jovens, incluindo o almoço no período integral. A empresa  Native, líder mundial na produção e na comercialização de açúcar e álcool orgânicos,  presente em mais de 60 países e com fortes projetos sustentáveis (NATIVE), é a principal parceira do projeto e fornece parte da alimentação oferecida para os alunos,  sendo elas: os cookies servidos de manhã e de tarde, os suquinhos, os cereais e os  temperos. Já a alimentação do almoço é preparada e fornecida pelo próprio restaurante  do Magic Gardens, que organiza um espaço exclusivo para os visitantes, com arroz,  feijão, filé de frango e muito legumes e salada.  

Por conta de a temática geral da instituição ser voltada para a sustentabilidade e  as práticas saudáveis para a preservação do nosso planeta, a escolha de uma alimentação  orgânica e sadia, vinculada a uma parceria com uma empresa renomada em tal ramo, é proposital e intencional. Abaixo, constam algumas imagens das refeições dos visitantes: 

Figura 5 – Alunos almoçando durante a visita de Período Integral 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

Figura 6 – Parte dos produtos oferecidos na hora do lanche 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

6.1.3.3 Equipe geral 

Professores 

A organização do projeto conta com uma equipe de professores formados e  especializados em biologia, de modo que, quando é agendada uma escola, há uma  definição do número de profissionais que serão necessários para o dia da visita. Dessa maneira, os coordenadores criam uma logística e analisam a disponibilidade dos  profissionais que podem trabalhar no dia em questão.  

Vale ressaltar que, devido ao fato de o Projeto Eco Educa se tratar de uma  empresa nova, não há visitas todas as semanas. Sendo assim, os professores solicitados  para uma determinada visita recebem pelo dia trabalhado e, por isso, não possuem um  salário mensal. 

Figura 7 – Educador com uma turma de alunos no Espaço Floresta 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023. 

Coordenadores 

Atualmente, o projeto conta com dois coordenadores: o Gustavo, idealizador do  Projeto Eco Educa, desempenha o papel de coordenador geral da equipe, além de  participar da parte didática; e a Livia, que é responsável pelos agendamentos das  escolas, pela logística das visitas e também pela coordenação geral.  

Os coordenadores recebem salários diferenciados em relação aos professores,  conforme os acordos específicos estabelecidos entre o contratado e a empresa.  

Equipe de mídias 

Todas as visitas contam com um profissional responsável por registrar, tanto por  meio de fotografias quanto de vídeos, as atividades desenvolvidas ao longo do dia.  Essas imagens são utilizadas, posteriormente, para alimentar as mídias sociais do  Projeto Eco Educa e também podem ser enviadas à escola visitante, caso essa assim o desejar. O termo de uso e divulgação das imagens dos estudantes é solicitado e assinado pelos responsáveis antes da visita.  

Equipe médica e de segurança 

Durante toda a visita, uma enfermeira acompanha a equipe, com uma maleta de  primeiros socorros em mãos. A enfermaria do clube fica aberta e preparada caso haja  algum incidente, como uma queda ou algum ferimento.  

Já a parte de segurança é uma responsabilidade do clube que sedia o projeto. Dessa maneira, o controle é realizado pelos seguranças e pelos profissionais  encarregados de supervisionar as áreas visitadas, garantindo, assim, a proteção de todos.  

Figura 8 – Enfermeira acompanhando o grupo de alunos durante a visita 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023. 

Ao longo desta seção, foi abordada a história e a situação atual do Projeto Eco  Educa, o qual está em funcionamento e superando os desafios encontrados no decorrer  dos seus primeiros anos como um novo empreendimento. É importante ressaltar que  essa é uma empresa que vigora com excelência, mesmo depois de passar por diversos  desafios no passado, até que fosse possível saná-los, tornando-se viável sua participação  no mercado de forma lucrativa e com uma boa performance.  

Obviamente, as empresas estão sujeitas a problemas e desafios ao longo de sua  existência. Sendo assim, ao lançar um novo negócio, é natural o surgimento de  dificuldades na implementação de aspectos que precisam ser solucionados para as  atividades iniciarem de fato. Levando isso em consideração, nas próximas seções, serão  abordados alguns pontos que precisaram ser estudados antes de iniciar a divulgação do  projeto, outros que foram descobertos como problemas durante a implementação e  outros pontos que foram revelados após as primeiras visitas.  

7 PRECIFICAÇÃO E PESQUISA DE MERCADO 

O fato de se estipular preços em bens e serviços tem se constituído como uma parte importante da história da humanidade. Mesmo antigamente, quando não existiam  valores monetários, as trocas já eram realizadas como forma de se adquirir algo. Com o  surgimento da moeda, os produtos e os serviços passaram a ter valores universais que  seriam adquiridos com o pagamento em dinheiro (CAVALCANTI, 2001). 

Portanto, a determinação dos preços dos produtos e dos serviços de uma empresa  passa a ser um dos fatores chaves para a sua prosperidade. Nesse sentido, a decisão  dessa precificação ocorre através de pesquisas de mercado que mostram para a  companhia quais estratégias trarão melhores resultados, dentro de seus próprios  objetivos (CANEVER et al., 2012). 

Ao trazer tais pontos para o contexto do Projeto Eco Educa, verifica-se que, na determinação dos preços cobrados para os seus clientes, foi adotada uma abordagem  similar à descrita acima. Os coordenadores e os idealizadores realizaram um estudo  capaz de mostrar, como resultado, qual seria o preço ideal a ser cobrado.  

Durante o estudo, foram considerados os valores de investimentos gerais,  trabalhados em um cálculo de preço que geraria um retorno a um longo prazo aceitável  e dentro das expectativas, e dos custos que a empresa possuiria no dia da visita, que  inclui os profissionais contratados, a alimentação, o transporte, entre outros. Além  disso, também foi realizada uma análise das empresas concorrentes no mercado que  oferecem algum tipo de experiência para alunos fora do ambiente escolar. Nesse  sentido, a análise de mercado torna-se uma ferramenta fundamental para viabilizar uma  precificação que permita não apenas a execução do projeto, mas também que ele seja  competitivo entre os seus concorrentes. 

7.1 Pesquisa de mercado realizada na região com concorrentes do mesmo nicho Ao todo, foram pesquisadas três empresas da região que também realizam  excursões para escolas, nomeadas, neste trabalho, de organizações X, Y e Z. A organização X oferece um dia de aprendizados em uma fazenda, onde os  alunos aprendem sobre os animais, retiram leite da vaca, interagem com filhotes de  galinhas e patos, além de alimentarem dezenas de aves e mamíferos que habitam o  local. O passeio geralmente inicia-se às nove horas da manhã e finaliza às cinco horas  da tarde, estando inclusos o café da manhã, o almoço com suco, a sobremesa e um café da tarde, além do transporte e do acompanhamento de profissionais responsáveis pela  didática. O valor dessa visita é de R$ 150,00 por aluno.  

Já a organização Y oferece um dia de imersão dentro de uma fazenda, onde  ocorrem trilhas na mata com ensinamentos sobre botânica, a importância do cerrado e  diversos outros temas. Ademais, a fazenda possui um zoológico de aves, com enfoque em diversas espécies, suas formas de reprodução, alimentação, etc. Nessa visita também  estão inclusos dois lanches e um almoço, além do transporte e do passeio guiado por educadores. O valor, por aluno, é de R$ 128,00.  

Por fim, a organização Z é totalmente voltada para aves e oferece, no dia da  visita, um passeio no Zoo das Aves, que abrange um percurso de 1,5 quilômetro para  conhecer e vislumbrar diversas espécies do Brasil e da África. Essa empresa também  proporciona uma trilha ecológica e oferece as três refeições do dia, que estão inclusas  nesse programa. Assim, o valor dessa visita é de R$ 298,00 por aluno.  

Após realizar essa pesquisa de mercado, foi possível compreender, de maneira  mais abrangente, os valores cobrados pelos concorrentes e também a aceitação dos  consumidores perante esses preços. A partir dessas informações, foi feito o  levantamento do custo total do Projeto Eco Educa, considerando os custos de  investimento e os custos de operação. Junto à pesquisa de mercado, a equipe  responsável estipulou um valor por aluno considerado conveniente para gerar, dentro de  um prazo estabelecido, lucro para a empresa.  

Para visitas de meio período, que demandam profissionais apenas durante meio  expediente, incluindo dois lanches e sem almoço, o valor estabelecido foi de R$ 120,00  (atualizado em 2023). Já para visitas de período integral, com profissionais trabalhando  o expediente completo, das 8 horas às 17 horas, com dois lanches e almoço inclusos, o  valor estabelecido foi de R$ 160,00 (atualizado em 2023). 

Com os investimentos realizados e os valores a serem cobrados definidos, a  equipe de coordenadores iniciou as visitas e as reuniões nas escolas da cidade para  apresentar o Projeto Eco Educa e captar os seus primeiros clientes. Contudo, foi nesse  momento, logo após as primeiras visitas, que uma grande dificuldade apareceu: os  valores não eram acessíveis aos alunos da rede pública de ensino. Por mais que se  tratasse de um projeto inovador, com profissionais qualificados e novas tecnologias, os  valores estipulados mostraram-se completamente incompatíveis com a realidade  financeira das famílias de baixa renda, tornando-se um impeditivo para que seus filhos  participassem do projeto.  

Sendo assim, a resposta de todas as escolas públicas visitadas no período foi a  mesma: de que seria muito difícil para a maioria dos alunos custear a visita ao Projeto  Eco Educa. Afinal, o desafio não residia na falta de interesse ou de incentivo por parte  dos pais desses alunos, mas sim na ausência de uma renda extra que permitisse a essas  crianças vivenciarem tal experiência.  

7.2 Soluções levantadas para resolver a problemática: preços inacessíveis para o  nicho de escolas da rede pública 

A partir desse desafio, tornou-se necessário desenvolver estratégias diferentes para o mesmo programa, levando em consideração a realidade de cada público, a fim de  entregar exatamente a mesma qualidade dos serviços ofertados. Assim, após algumas  reuniões e adaptações, três possibilidades foram levantadas: 

1ª) Reduzir os valores para os alunos da rede pública de ensino. Dessa forma, para as escolas privadas, os preços se manteriam, uma vez que tal questão não foi um  problema indagado pelos coordenadores e diretores dessas instituições. Ou seja, nessa  primeira proposta, dois valores diferentes seriam cobrados para o mesmo serviço: o  estipulado inicialmente, aplicado apenas aos estudantes das escolas privadas, e um novo valor reduzido e mais acessível para os alunos das escolas públicas.  

2ª) Entrar em contato com a prefeitura de Ribeirão Preto a fim de solicitar um  incentivo ou um auxílio financeiro, por parte do município, para proporcionar aos  alunos a oportunidade de conhecerem o projeto, tendo em vista que seria positivo para a  instituição em diversos aspectos, tanto no âmbito social e educativo como um investimento para o futuro da cidade.  

3ª) Abrir as portas para algumas turmas, em determinados momentos do ano, de  forma totalmente social e gratuita. Além de viabilizar o acesso ao projeto para crianças  e jovens de baixa renda, essa iniciativa também possibilitaria que o projeto,  inicialmente, realizasse atendimentos, incluindo estudos de campo. Essa opção seria  importante para as primeiras atividades do Projeto Eco Educa, de modo que se tornaria  possível aperfeiçoar toda a experiência oferecida. Dessa forma, tal ideia seria positiva tanto para os alunos da rede pública, que poderiam usufruir do projeto de forma gratuita, quanto para a empresa, que poderia analisar, na prática, quais questões necessitariam de  melhorias ou alterações. Isso envolveria desde o cálculo de tempo gasto em cada espaço e para os alunos chegarem e receberem os seus kits até a duração de cada alimentação.  

Assim, a forma como os alunos receberiam todo o planejamento e as vivências, bem  como a aceitação geral do projeto poderiam se tornar objeto de análise para a empresa.  Em suma, a primeira opção foi a escolhida, de modo que novos materiais foram  produzidos, abrangendo ambas as categorias de escolas. Dessa maneira, as instituições receberiam o mesmo roteiro e material de apresentação, porém com a ata do orçamento  diferente. Os novos valores para a rede pública de ensino passaram de R$ 120,00 para  R$ 70,00, no meio período, e de R$ 160,00 para R$ 95,00, no período integral. Portanto, com essa redução de 41,67% para o meio período e de 40,62% para o integral, a  empresa acreditou que as visitas com o grupo de alunos das escolas públicas se tornariam possíveis.  

Já a segunda opção, que buscava contar com a colaboração e o suporte da  prefeitura da cidade, não foi efetivada de fato até o presente momento. Embora a equipe  do projeto tenha contatado alguns responsáveis, participado de reuniões e apresentações  do espaço, levantando considerações sobre a realização dessa parceria entre a empresa e  o município, tal proposta acabou não se concretizando. Um dos principais motivos para  isso está relacionado à pandemia da COVID-19. Quando o contato com a prefeitura  estava mais avançado, o lockdown foi instaurado devido à rápida disseminação do vírus,  não sendo mais possível dar seguimento a essa iniciativa, uma vez que, por quase dois  anos, o foco principal estava voltado para as medidas de segurança e os cuidados com a  população. Assim, após a pandemia, o contato estabelecido anteriormente com os  servidores municipais perdeu forças, não sendo realizada nenhuma parceria concreta. 

Por fim, a terceira opção foi posta em prática pelos coordenadores, sendo que  algumas das primeiras visitas foram realizadas de acordo com essa estratégia. Inclusive,  a primeira visita seguindo esse formato assistencialista será descrita e analisada à frente.  

Solucionada, então, essa problemática relacionada à precificação para nichos  diferentes, o contato com as escolas públicas já visitadas foi retomado, para que os  novos valores fossem apresentados.  

7.3 Resultado das alterações de preços para atender ambas as redes de ensino  Ao apresentar a nova proposta às escolas da rede pública, ficou evidente que a  redução dos valores iniciais ainda não era suficiente para viabilizar as visitas dos alunos  dessas instituições ao Projeto Eco Educa. Analisando o custo do projeto, a estrutura, as  inúmeras vivências diferenciadas e com alta qualidade, a alimentação, entre todo o  restante, o valor, de fato, não é alto. Porém, é necessário um olhar mais aprofundado para entender que a realidade financeira da maioria dos brasileiros é escassa, pois essa  parcela da população recebe apenas uma renda mínima, de modo que pouco sobra para  experiências de lazer.  

De acordo com uma matéria da Folha de São Paulo (MATTOS e FARIA, 2022),  desde a creche até o ensino médio, 82,9% dos alunos matriculados nas escolas do país estão em instituições da rede pública de ensino (municipais, estaduais ou federais). Ou  seja, dos mais de 42 milhões de jovens e crianças brasileiros, 35,3 milhões frequentam  as escolas públicas, sendo que apenas 17,1% de todos os estudantes estão em escolas  particulares. Os dados da matéria em questão foram retirados do Censo Escolar.  

Tendo em vista os dados mencionados acima, a empresa reconheceu a  importância de buscar alternativas e soluções para garantir aos alunos das escolas  públicas o acesso ao projeto. Com isso, entre o período de 2019 até o primeiro semestre  de 2023, a empresa realizou algumas visitas direcionadas especialmente aos estudantes  da escola pública. Abaixo, apresentamos as particularidades que permitiram a  concretização dessas visitas, sendo importante enfatizar que o projeto sofreu a  paralização de suas atividades, nos anos de 2020 e 2021 inteiros, devido à pandemia da  COVID-19: 

• 2019: o projeto recebeu uma escola de caráter filantrópico, que oferece  serviço de educação pública para crianças e jovens, e uma escola  municipal. Ambas foram financiadas pelo próprio Projeto Eco Educa,  que recebeu as duas instituições, localizadas em Ribeirão Preto, de forma  gratuita e cobrindo todos os custos com alimentação e transporte; 

• 2022: o projeto recebeu o CREAS (Centro de Referência Especializado  de Assistência Social), da cidade de Jaboticabal, cuja visita foi custeada pela prefeitura do município em questão, seguindo os valores estipulados para as escolas públicas; 

• 2023: a prefeitura de Jardinópolis financiou visitas para três dias de  passeio, viabilizando a participação de um total de 120 alunos da sua rede  municipal de ensino.  

Como conclusão da busca de soluções para receber também os alunos da rede  pública de ensino, é possível perceber que a forma mais viável desse nicho visitar o  projeto é contando com a colaboração da prefeitura de seu município. De fato, a ideia de  os estudantes pagarem pela vivência parece ser uma opção distante de acontecer. Assim, seria importante que houvesse maior interesse e mobilização dos órgãos executivos para  financiarem e levarem essa experiência diferenciada para suas crianças e jovens.  Em 2019, o próprio projeto Eco Educa financiou a visita de duas escolas. Tal  proposta, além de oferecer apoio financeiro a essas instituições de ensino, também  contava com um interesse próprio da empresa, que consistia em realizar estudos de  campo para buscar melhorias e aperfeiçoamento de seu atendimento ao cliente. A partir do momento que esses desafios foram resolvidos, não ocorreram mais  visitas de escolas públicas financiadas pelo próprio projeto. Porém, de forma solidária e  humanitária, o empreendimento recebeu duas vezes a AMA (Associação de Amigos  Autistas) e uma vez a ADEVIRP (Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão  Preto) para apreciarem e vivenciarem as experiências ofertadas. O atendimento para  esses alunos foi diferenciado e especializado, a fim de atender às necessidades  específicas desses visitantes.

8 ANÁLISE FINANCEIRA DO PROJETO ECO EDUCA 

Segundo Pereira da Silva (2010, p. 6), realizar a análise financeira de uma  empresa significa examinar, de forma detalhada, os dados financeiros disponíveis, junto  com as análises das condições externas e internas à empresa, que podem afetar suas  condições financeiras.  

Sendo assim, para as tomadas de decisões dentro da empresa, a análise  financeira é de fundamental importância. De acordo com Matarazzo (2010), por meio das demonstrações contábeis da instituição, é possível obter uma série de dados sobre  essa. Isso significa que o demonstrativo revela, por intermédio dos dados financeiros,  informações que facilitam as escolhas da empresa, indicando quais focos devem ser  priorizados ou descartados.  

Também chamada de análise de balanço, esse gerenciamento contábil é útil para  se conhecer o desenvolvimento econômico e financeiro de empresas concorrentes. Porém considera-se que as suas principais aplicação e relevância concentram-se no uso  interno, ou seja, voltado para o aproveitamento dentro da própria companhia.  

Dessa forma, o uso da análise financeira possibilita uma visão mensal de custos  fixos e variados, investimentos, retornos a curto e longo prazo, além de outros  indicadores que serão priorizados, particularmente, por cada empresa. Com o auxílio de profissionais qualificados e preparados, é possível distinguir, dentro dos  demonstrativos, quais investimentos trouxeram melhores retornos, quais custos estão  altos demais ou como estão os patrimônios da companhia, por exemplo.  

Para possibilitar a análise financeira do Projeto Eco Educa, foram levantados os  investimentos e os custos totais gastos para a criação e o funcionamento desse empreendimento. Abaixo estão demonstrados os valores dos investimentos inicias, que  ocorreram antes do início das atividades da empresa, e os custos de operação, que são os  valores que precisam ser pagos a cada visita, para que o projeto se mantenha e aconteça.  

Assim, a tabela a seguir demonstra os valores, em real, investidos para que se  tornassem possíveis tanto a existência quanto o funcionamento dessa iniciativa. Vale  relembrar que, pelo fato de o Projeto Eco Educa ter sido idealizado dentro da área de  um clube já em funcionamento, isso proporcionou mais agilidade em certos processos,  assim como alguns gastos foram evitados, visto que uma estrutura geral já estava  disponível.  

8.1 Investimento inicial 

Segundo Torres (2022), o capital total necessário para abrir uma empresa é  chamado de investimento inicial. Nesse investimento inicial, estão inclusos todos os  gastos que precisam ser desembolsados para que a empresa possa começar,  efetivamente, suas atividades, tais como: infraestrutura, aquisição de produtos,  marketing, etc.  

Aplicando tal teoria à realidade do Projeto Eco Educa, o investimento inicial  pode ser dividido em três partes, as quais serão abordadas a seguir para melhor  visualização dos valores: 

01. Investimento fixo: reflete toda a parte de infraestruturas fundamentais para  que a empresa funcione, assim como consta na tabela abaixo: 

Tabela 2 Exemplificação da planilha de investimento fixo inicial

INVESTIMENTO FIXO INICIAL
ESPAÇO ENERGIA
1Células fotovoltaicasR$ 50.000,00 
2Relógio solarR$ 22.000,00 
3Turbina eólicaR$ 18.000,00 
4Forno elétricoR$ 2.500,00 
5Desidratador R$ 2.500,00 
6Quiosque energiaR$ 15.000,00 
TOTALR$ 110.000,00 
ESPAÇO FLORESTA
1Picadora de resíduos R$ 65.000,00 
2Acertos de terreno R$ 15.000,00 
TOTAL R$ 80.000,00 
MATERIOTECA
1Estrutura física R$ 60.000,00 
2Acervo materiais R$ 20.000,00 
3Instrução educadores R$ 5.000,00 
TOTAL R$ 85.000,00 
ESPAÇO RESÍDUOS
1Estrutura física R$ 50.000,00 
TOTAL R$ 50.000,00 
ESPAÇO TERRA
1Estrutura física – horta R$ 60.000,00 
2Células fotovoltaicas R$ 15.000,00 
3Netafim – irrigação R$ 25.000,00 
4Plantas e vegetais R$ 15.000,00 
5Estufa R$ 15.000,00 
6Viveiro R$ 15.000,00 
TOTAL R$ 145.000,00 
CINEMINHA
1Estrutura física R$ 15.000,00 
2Projetor R$ 8.000,00 
TOTAL R$ 23.000,00 
TOTAL GERAL R$ 493.000,00 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.  

Os dados apresentados acima demonstram os valores totais investidos, os quais estão relacionados às estruturas gerais dos espaços. Tais estruturas foram planejadas tanto para estarem totalmente adaptadas para receber os alunos quanto para atenderem aos objetivos do projeto: linguagem relacionada aos ODS (objetivos da ONU), foco no  

ensino e exemplos práticos sobre medidas sustentáveis para contribuir com o planeta e  também ambientes adaptados e lúdicos para o entretenimento das crianças e dos jovens.  02. Investimento pré-operacional: mensura os custos das ações para que a  empresa comece suas atividades, como treinamento de funcionários,  marketing, legalização da marca.

Tabela 3 – Exemplificação da planilha de investimento pré-operacional 

INVESTIMENTO PRÉ-OPERACIONAL
MARKETING 
Comunicação dos espaços R$ 25.000,00 
Comunicação (papelaria) R$ 25.000,00 
TOTAL R$ 50.000,00 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023. 

No caso do Projeto Eco Educa, não foi necessário realizar treinamentos com os  funcionários, uma vez que os professores que acompanham as visitas no  empreendimento já são formados e lecionam em outros locais. Sendo assim, foi  necessário fazer apenas uma reunião com todos eles para explicar a dinâmica do projeto  e os seus objetivos. Como já havia uma empresa aberta, o clube, o projeto tornou-se  apenas um braço desse negócio, gerando receita e cumprindo suas obrigações fiscais  dentro dessa marca já registrada.  

03. Capital de giro: ligado aos custos operacionais da empresa, trata-se de todos  os recursos financeiros que essa possui para pagar as despesas com o seu funcionamento. Tais custos não foram estabelecidos antes da iniciação das  atividades da companhia por alguns fatores, como:  

• O empreendimento não paga aluguel, energia, água e internet, porque  foi desenvolvido dentro de uma empresa já existente e que cobre os  custos extras gerados pelas atividades em funcionamento do projeto; 

• De forma geral, a empresa não paga salários fixos. Por se tratar de  uma companhia que exerce suas atividades apenas quando há uma  escola programada, os valores pagos aos profissionais são na forma  de diárias. Ou seja, se não houver nenhuma escola agendada em um  determinado mês, nenhum professor ou enfermeira será acionado 

para trabalhar no projeto durante esse período. Há, no entanto, uma  única exceção de salário fixo, o qual é pago a uma das coordenadoras que trabalha durante todo o mês mantendo e criando novos contatos  com as escolas, realizando os agendamentos, visitando os espaços  constantemente para análise de melhorias e reformas, entre outras responsabilidades.  

Dessa forma não foi necessário levantar um capital de giro para a empresa  iniciar, uma vez que, por ter sua sede dentro do espaço do clube, já contava previamente  com recursos e suportes caso algum custo surgisse.  

Levando em consideração todos os valores apresentados acima, o custo total da  implementação do Projeto Eco Educa foi, portanto, de R$ 543.000,00,  aproximadamente. A tendência é que tal valor seja recuperado com o tempo, mediante  os lucros acumulados ao longo dos períodos estipulados. 

8.2 Custos operacionais em dia de visita 

Os custos operacionais se tratam do total financeiro gasto pela empresa para  manter suas atividades funcionando dentro de um dado período de tempo. No caso do  Projeto Eco Educa, tais custos foram calculados por dia de visita. 

Os custos operacionais variam de visita para visita, de acordo com o que é  contratado. Sendo assim, essas variantes podem ser as seguintes:  

• Meio período ou período integral: dependendo da solicitação, serão  necessários educadores, enfermeira, equipe de mídias e coordenadores  durante o tempo que durar a visita. Essa decisão é tomada pelo contratante e define o valor gasto com os profissionais do projeto. 

• Quantidade de alunos: o número de pessoas que compõem uma turma  interfere diretamente no custo da operação do dia da visita. Caso seja  uma turma pequena, como com 10 alunos, serão necessários apenas 1  professor, 1 coordenador, 1 enfermeira e 1 responsável pela captação de fotos e vídeos. Caso seja uma turma maior, com 50 alunos, por exemplo,  serão necessários 5 professores, 1 coordenador, 1 enfermeira e 1  responsável pela captação de fotos e vídeos.  

Em média, cerca de 40 alunos visitam o projeto quando uma data é agendada.  Sendo assim, a seguir, apresentaremos uma tabela para ilustrar os custos de operação de  um dia de visita, considerando essa média de 40 estudantes.  

Tabela 4 – Exemplificação do custo de operação de meio período e período integral de atividade 

CUSTO DA OPERAÇÃO – MEIO PERÍODO
40 alunos (média) Quantidade Valor/cada Total
Educadores R$ 140,00 R$ 560,00 
Coordenador R$ 190,00 R$ 190,00 
Enfermeira R$ 85,00 R$ 85,00 
Alimentação R$ 150,00 
(frutas) R$ 150,00 
(produtos Native – sucos, cereal, cookies) R$ – 
Kit do projeto que levam para casa 40 R$ 10,78 R$ 431,20 
(lápis ecológico) 40 R$ 1,15 R$ 46,00 
(caderno reciclável) 40 R$ 3,00 R$ 120,00 
(caneca de alumínio) 40 R$ 6,63 R$ 265,20 
TOTAL R$ 1.416,20 
CUSTO DA OPERAÇÃO – PERÍODO INTEGRAL
40 alunos (média) Quantidade Valor/cada Total
Educadores R$ 180,00 R$ 720,00 
Coordenador R$ 270,00 R$ 270,00 
Enfermeira R$ 170,00 R$ 170,00 
Alimentação (café da manhã, almoço e  lanche da tarde) R$ 800,00 
(frutas – de manhã e à tarde) R$ 200,00 
(produtos Native – sucos, cereal, cookies – de manhã e à tarde) R$ – 
(almoço – self service40 15 R$ 600,00 
Kit do projeto que levam para casa 40 R$ 10,78 R$ 431,20 
(lápis ecológico) 40 R$ 1,15 R$ 46,00 
(caderno reciclável) 40 R$ 3,00 R$ 120,00 
(caneca de alumínio) 40 R$ 6,63 R$ 265,20 
TOTAL R$ 2.391,20 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.

Considerando, ainda, essa mesma média de 40 alunos, ao calcular o valor do  lucro operacional por dia de visita sem subtrair os investimentos inicias, os resultados  serão os seguintes: 

• Meio período: 

Tabela 5 – Exemplificação de lucro operacional atendendo 40 alunos em meio período 

MEIO PERÍODO (40 PAGANTES)
Atividades Operacionais
(+) Entradas R$ 4.800,00 
Pagamento alunos 40 alunos R$ 120/aluno R$ 4.800,00 
(-) Saídas R$ 1.416,20 
Custo da operação 40 alunos R$ 35,405/aluno R$ 1.416,20 
Lucro operacional R$ 3.383,80 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023. 

• Período integral: 

Tabela 6 – Exemplificação de lucro operacional atendendo 40 alunos em período integral 

PERÍODO INTEGRAL (40 pagantes)
Atividades Operacionais
(+) Entradas R$ 6.400,00 
Pagamento alunos 40 alunos R$160/aluno R$ 6.400,00 
(-) Saídas R$ 2.391,20 
Custo da operação 40 alunos R$59,78/aluno R$ 2.391,20 
Lucro Operacional R$4.008,80 

Fonte: Projeto Eco Educa, 2023.

9 PESQUISA DE CAMPO E VISITA PILOTO DO PROJETO ECO EDUCA 

Antes de iniciar o Projeto Eco Educa de forma profissional, em que seria  contratado o serviço de fato com acerto monetário, foram realizadas visitas pilotos para  algumas turmas vivenciarem a proposta dessa iniciativa. Desta forma, seria possível para a empresa analisar todo o funcionamento do projeto, do início ao fim, além de  identificar possíveis falhas visando a melhorias, o tempo gasto em cada espaço, a  quantidade de alimentos e sucos por estudante, as necessidades durante a visita, etc.  No dia 30 de julho de 2019, o Projeto Eco Educa recebeu a primeira turma de  crianças, entre 7 e 11 anos de idade, formada por amigos de Sara, filha do idealizador  do projeto. A ideia foi realizar a comemoração de seu aniversário de 9 anos trazendo  seus colegas para um dia de vivências no projeto.  

A visita foi integral, permitindo que as crianças explorassem todos os espaços. Além disso, cada uma delas recebeu dois lanches e desfrutou de um almoço completo.  

9.1 Resultados e discussões sobre a visita piloto 

A partir dessa primeira visita piloto realizada pelo projeto, alguns pontos foram  levantados visando ao aprimoramento do empreendimento e os quais serão abordados a  seguir. Uma das questões cruciais se refere ao contrato estabelecido entre a escola e o  Projeto Eco Educa, o qual não pode conter falhas e deve ser extremamente claro e  específico, incluindo a liberação de uso das imagens dos visitantes, uma vez que essas  imagens serão utilizadas após a visita para divulgações e afins.  

Além dos contratos, é fundamental que as orientações sobre o vestuário mais  adequado para o dia do passeio sejam claras e obrigatórias, como: o uso de sapatos  fechados, roupas confortáveis, boné e protetor solar. Do mesmo modo, o cuidado com  as restrições alimentares dos alunos não deve ser desconsiderado, sendo relevante que a  escola repasse tais informações, se houver, aos responsáveis pelo projeto anteriormente  à visita, para que seja de conhecimento de toda a equipe. 

Também foi possível perceber a importância de se realizar e se manter os  alinhamentos necessários entre os membros da equipe, como a importância da divisão  correta dos espaços e das refeições. Assim, se houver o atraso em um momento, toda a  logística das atividades posteriores será afetada; logo todos os educadores devem seguir  à risca o tempo que deve ser gasto em cada espaço. Ademais, a captação correta do 

número de alunos é fundamental para que haja a quantidade certa de educadores, alimentos, bebidas, kits e coordenadores. Para que tudo isso ocorra, a equipe deve manter uma comunicação clara e assertiva entre si e também com a empresa contratante.  A partir da visita piloto, também se tornou possível analisar as falhas, as  reclamações, os problemas e as situações prováveis de acontecerem durante a visita dos  alunos ao projeto. Uma dessas questões está relacionada à importância de considerar  cuidados especiais em dias de muito calor, já que a exaustão das crianças é mais  provável de ocorrer. Assim, é fundamental que sejam instalados bebedouros em todos  os espaços para manter as crianças hidratadas, assim como o uso do protetor solar, de bonés e a disponibilidade de guarda-sóis são indispensáveis. O sapato fechado também é essencial para que as crianças não machuquem os pés e não corram riscos de ferimentos. Por fim, foi levantada a obrigatoriedade do tipo de vestimenta exigida para  que não haja grandes problemas nesse âmbito.  

Por meio dessa visita piloto, ficou evidente a importância de proporcionar interações em cada espaço para que as crianças e os jovens se mantenham motivados e  entretidos, uma vez que a dispersão é provável de acontecer. Pensando nisso, a inclusão de músicas e brincadeiras durante os períodos de caminhada de um espaço para outro também foi considerada. Além disso, destacou-se a necessidade de motivar os  educadores, já que o humor e a paciência são fundamentais para lidar com o público infantil. Para isso, os profissionais precisam ser bem selecionados, combinando a fusão  de bons educadores com bons monitores, além de demonstrarem facilidade para lidar  com diferentes faixas etárias de estudantes.  

Da mesma forma, nesse primeiro momento, foi possível levantar a relevância da  presença de uma enfermeira acompanhando o grupo durante toda a visita. Dado o  entusiasmo natural das crianças, o risco de quedas e possíveis ferimentos é alto. Assim,  após a visita piloto, foi possível identificar e melhorar os pontos citados acima,  aprimorar as atividades e se preparar, de forma mais eficiente, para a primeira visita  oficial do projeto, que ocorreu um mês após essa pesquisa de campo inicial.  

Claramente, outras questões que exigiam mudanças foram sendo notadas ao  longo das visitas seguintes. Um dos motivos foi que cada visita contava com alunos de  faixas etárias distintas, de modo que a linguagem do projeto, a forma de explicar, as  dinâmicas e as brincadeiras não se adequassem a todos da mesma forma. Assim, a cada  grupo, era possível observar as modificações necessárias, a fim de causar bom impacto  e deixar uma impressão positiva a todos.  

10 DESENVOLVIMENTO DE MERCADO PARA ATINGIR MAIS CLIENTES

10.1 Criação de uma nova opção de visita para as escolas: visita híbrida 

Em abril de 2019, o Projeto Eco Educa estava operando com excelência, e os  responsáveis estavam otimistas em relação ao seu crescimento e à sua expansão.  Logicamente, a flexibilidade e a busca por constantes inovações são pontos importantes  para empresas que buscam estar sempre em alta no mercado competitivo e reduzir seus  riscos. Assim sendo, torna-se imprescindível que as empresas estejam atentas às  necessidades do mercado e busquem atendê-las, possibilitando a criação de vantagens  competitivas em relação aos seus concorrentes e atraindo mais clientes.  Durante uma reunião com uma renomada escola particular de Ribeirão Preto, foi  questionado se existiria alguma opção em que os alunos poderiam ter aulas em um  período e, no outro, vivenciarem alguma atividade de lazer. O desejo da escola vinha do  fato de ser a conclusão de uma série importante da grade escolar e, para celebrar essa  transição, a instituição sempre realizava alguma atividade de confraternização no final  do ano.  

O Projeto Eco Educa, como mencionado anteriormente, está situado dentro de  um clube de lazer. Levando em consideração que a área do clube conta com uma  infraestrutura bem desenvolvida, oferecendo ao mesmo tempo segurança e diversão, a escola em questão trouxe à tona a oportunidade de também utilizá-la em seu passeio.  

Assim, ao notar essa nova necessidade e desejo de demanda do seu público-alvo, os  responsáveis pelo projeto entenderam que, por se tratar de um local com diversas  piscinas e atrações, que incitam a curiosidade em qualquer criança ou jovem, poderiam utilizar esse diferencial a favor do projeto. 

Foi a partir desse contexto que o Projeto Híbrido começou a ser criado. Trata-se  da ideia de unir a vivência de um projeto educacional com a recreação de um espaço de  lazer dentro de uma nova formatação de visita. Dessa maneira, seria possível que os  estudantes vivessem experiências únicas de aprendizados práticos e, também, teriam  momentos de diversão e lazer.  

10.2 Desenvolvimento e aplicação da visita híbrida 

Foi necessário desenvolver uma nova estratégia de logística para adequar o  projeto a uma situação desconhecida. Dessa forma, meio período seria voltado para aprendizados, sendo o mais sensato que essa fosse a primeira etapa da visita, já que  dificilmente crianças e jovens conseguiriam aproveitar opções de lazer no período da manhã e depois se sentirem motivados para saírem das piscinas e se prepararem para as  aulas. Portanto, foi decidido que a parte didática seria pela manhã, visitando um total de  três espaços pedagógicos e, após o almoço, o grupo se prepararia para usufruir o parque  aquático.  

Entre o final de 2019 e o início de 2020, o projeto realizou um total de três  visitas híbridas e todas com o mesmo objetivo final de fazer com que o dia de passeio  fosse uma confraternização de encerramento do ano letivo. Tomando como base esse  formato, os responsáveis pelo projeto também pensaram em outro diferencial que  poderia ser oferecido na visita híbrida, em que os alunos poderiam finalizar o dia com uma celebração. Tal ideia incluía uma festa com drinks sem álcool, bartender, DJ e  músicas adequadas para a faixa etária visitante, além disso, jogo de luzes e máquina de  fumaça também foram inseridos no cronograma da excursão.  

Os desafios para implementar as opções de visita híbrida não foram muito  complexos, sendo a maior dificuldade conseguir conter o entusiasmo das crianças no  período da manhã. Assim, foi preciso contratar salva-vidas extras para se dedicarem  apenas à segurança das crianças do projeto, sendo que, no mais, não foram necessárias  grandes alterações. A opção da visita híbrida é disponibilizada apenas entre os meses de  outubro a dezembro, quando o clima é favorável e o parque aquático está com todas as  suas atividades em funcionamento.  

Para as escolas particulares, o valor da visita híbrida é de R$ 190,00 por aluno e, para a rede pública, o valor foi estabelecido em R$ 140,00 por aluno. Até o momento,  foram realizadas 3 visitas hibridas, todas de escolas particulares. 

11 PANDEMIA E PARALIZAÇÃO DO PROJETO ECO EDUCA

A COVID-19 (Coronavirus Disease-19), segundo Zhang (2020), promove uma  infecção respiratória aguda, potencialmente grave e com alta facilidade de transmissão.  Diante do cenário da rápida disseminação da COVID-19, a pandemia mundial foi  declarada no dia 11 de março de 2020 e chegou ao fim, oficialmente, em 5 de março de  2023. Tendo isso em vista, as atividades escolares presenciais regressaram somente no  começo de 2022, quando foi possível recomeçar a vida “normal” aos poucos. O Projeto Eco Educa iniciou suas atividades em 2019 e atendeu um total de 7  escolas ou associações nesse mesmo ano; já, em 2020, recebeu apenas 2 visitas, sendo a  última em 29 de fevereiro de 2020. Após essa última visita, as atividades do projeto tiveram que ser encerradas por tempo indeterminado devido à pandemia da COVID-19.  Nesse período entre 2019 e 2020, o Projeto Eco Educa estava começando a  avançar e os agendamentos estavam aquecidos, com mais de 22 datas marcadas para o  ano de 2020. Contudo, todas essas visitas tiveram que ser canceladas, porque o mundo  todo estava em isolamento compulsório.  

Ao longo dos dois anos em que o projeto ficou paralisado, logicamente, a sua  receita também ficou. Por ser uma receita que somente era acumulada quando uma  visita era agendada, não houve nenhum tipo de entrada de recursos nesse período. Por  outro lado, um aspecto positivo é que o projeto não possui muitos custos fixos, pois os  educadores são contratados apenas quando há visitas e não há, por exemplo, aluguel para ser saldado.  

Assim, durante esse período desafiador, os responsáveis pelo projeto buscaram outras maneiras para manter o empreendimento vivo na memória de quem já o  conhecia. De fato, a pandemia potencializou o uso da internet e das redes sociais.  Alunos passaram a ter aulas online, funcionários e empresas passaram a se adaptar para  seguir seus trabalhos de forma remota, e o sistema de delivery, por exemplo, passou a  ser muito mais requisitado. Assim, a internet se mostrou uma aliada, ao longo da  pandemia, para o Projeto Eco Educa, de modo que algumas medidas foram tomadas  para mantê-lo ativo: 

• Posts interativos para buscar aproximação com os usuários; 

• Posts educacionais para levar alguns ensinamentos para os usuários; • Posts motivacionais que buscavam trazer à tona a resiliência e  afirmações, como “em breve estamos de volta”.

O principal foco da direção foi manter o clube e, portanto, a sede do projeto ativos e com baixos custos, a fim de evitar perda de receita. Assim sendo, o clube, estando com um fluxo de caixa saudável, consequentemente resultaria na salubridade do Projeto Eco Educa.  

Despois desses dois anos com todas as atividades paralisadas, no início de 2022, os contatos com as escolas foram reativados e a primeira visita do ano foi realizada no  dia 07 de abril. Por fim, desde o retorno da empresa, foram realizadas 16 visitas e mais  de 15 estão agendadas até o momento. 

12 RESULTADOS E DISCUSSÕES GERAIS 

O Projeto Eco Educa recebeu, ao longo de seus vinte e três meses de exercício, um total de vinte e oito visitas de crianças e jovens. A maioria dessas visitas, totalizando  dezessete, foi composta por alunos de escolas particulares, enquanto apenas quatro  foram direcionadas a estudantes de escolas públicas. Vale lembrar que nenhuma das visitas das escolas públicas foram pagas pelos próprios alunos, pois todas as quatro  foram financiadas pela prefeitura de suas respectivas cidades (Jardinópolis e  Jaboticabal). Além disso, nenhuma escola pública de Ribeirão Preto visitou o projeto tendo algum tipo de incentivo da prefeitura local. A única escola da rede pública de  ensino da cidade que visitou o espaço se enquadra na categoria “Social”, já que foi  financiada pelo próprio projeto. 

Figura 9 – Quantidade de visitas realizadas por opção de contratação (R$) 

As estratégias implementadas ao longo do desenvolvimento do projeto  resultaram na ampliação de ideias e possibilidades dentro da empresa, evidenciando a  importância de se estudar o seu público-alvo. Ao negligenciar esse estudo, a equipe não  ponderou que os valores do projeto poderiam ser inacessíveis para alunos da rede  pública de ensino, uma vez que a renda das famílias, em muitos casos, pode ser  considerada mínima. Sendo assim, é importante não desconsiderar o olhar social e a  compreensão de que a precificação definida não é, necessariamente, acessível para  todos os nichos focados.   

Apesar da tentativa de reduzir significativamente os valores após essa  problemática ser identificada, a questão restritiva relacionada aos estudantes de escolas  públicas segue existindo, uma vez que os preços não se tornaram acessíveis até o  presente momento. Assim, o auxílio da prefeitura do município seria fundamental para  solucionar essa questão, visto que o Projeto Eco Educa é uma iniciativa privada, com  foco empresarial e de negócios, que visa atribuir a devida relevância para a  sustentabilidade. Logo, do ponto de vista da empresa, não é interessante que o próprio  projeto se transforme em uma organização não governamental, por exemplo, quando, na  realidade, essa iniciativa poderia ser melhor direcionada caso houvesse uma parceria da  rede pública com a rede privada.  

O fato de a construção do projeto ter sido realizada dentro de uma empresa já em  funcionamento colaborou para que as estratégias de criação, elaboração e aplicação  fossem facilitadas em diversos âmbitos, inclusive na área de finanças. Com isso, as áreas de investimentos, custos fixos e operacionais foram fortemente beneficiadas, uma  vez que os custos foram significativamente reduzidos e muitas construções foram  evitadas por já se encontrarem no local. Caso fosse considerado o mesmo projeto em  uma situação em que apenas a ideia existisse, os custos seriam muito diferentes dos  valores exibidos nesta pesquisa, uma vez que o espaço, a construção integral e os custos  fixos teriam que ser estimados.  

Levando isso em consideração, o custo operacional para receber uma média de 40 alunos não é excessivamente alto, de modo que os lucros operacionais levantados  para o período integral, por exemplo, chegam a ser de 200%. Contudo, é importante destacar que o retorno dos investimentos iniciais não será rápido. Mesmo assim, com o desenvolvimento do projeto no mercado e o seu potencial de alcançar públicos diversos, diferenciando suas atuações, a expectativa é que a quantidade de visitas anuais possa, e  irá, aumentar consideravelmente.  

A abertura do projeto para adotar novas medidas estratégicas, visando ampliar  sua atuação e atender possíveis clientes interessados, trouxe diversos benefícios para  suas atividades e atuações no mercado, fazendo com que mais clientes fossem atendidos  e mais atividades fossem pensadas e desenvolvidas.  

No que se refere à área operacional, ao modificar as suas atividades para  viabilizar o Projeto Eco Educa, a própria empresa privada obteve consequências  positivas para suas atividades internas. A construção da central de reciclagem impactou positivamente tanto o meio ambiente quanto a empresa em si, gerando receita por meio da venda desse lixo separado. Assim, junto à operação de separar o lixo e ser  sustentável, a empresa também obteve benefícios financeiros significativos. O investimento na aquisição da trituradora também foi outra situação que  contribuiu para a preservação do meio ambiente, possibilitando a reutilização do lixo  vegetal que era descartado e fazendo com que a companhia economizasse com novos  adubos, por exemplo. Além disso, ao fornecer gratuitamente esse adubo aos associados,  a empresa gera contentamento e satisfação do cliente em relação à sua marca. Por fim, ao investir em placas solares para ensinar os alunos sobre a energia  solar, o clube percebeu que poderia adquirir mais painéis solares. Como resultado, a  empresa passou a coletar parte da energia através do sol e isso fez com que cerca de 4% a 7% do custo da energia elétrica diminuísse mensalmente. Assim, após realizar  operações focadas no Projeto Eco Educa e promover práticas sustentáveis, a própria  empresa privada obteve, como consequência, benefícios tanto financeiros quanto no fortalecimento de seu relacionamento com seus clientes. 

13 CONCLUSÃO 

É possível concluir que o projeto não enfrentou grandes dificuldades para se  desenvolver, desde a sua construção inicial até os ajustes finais, considerando os fatores  facilitadores que estavam presentes, como a estrutura da empresa privada já  desenvolvida e a ausência de grandes custos fixos e operacionais. As problemáticas  encontradas ao longo dos anos de exercício foram resolvidas, com exceção da  mencionada anteriormente sobre a precificação para escolas públicas, que ainda segue  sendo uma questão em aberto. No geral, a aceitação das escolas particulares é positiva e  todos os agendamentos futuros já efetuados são provenientes da rede privada de ensino.  

Por ora, não há previsões futuras para reduzir novamente o valor cobrado das  escolas públicas. Na realidade, a direção do projeto conta com novas reuniões e contatos  com os órgãos públicos como forma de negociar e despertar o interesse desses em  financiarem as visitas para os alunos de baixa renda.  

Além disso, o Projeto Eco Educa, atualmente, está criando um novo espaço  tecnológico para trazer uma nova aquisição e diferenciação para suas atividades. Trata se de um espaço tecnológico, com projetores e maquetes inteligentes que demonstram  como o lençol freático da cidade sofre impactos dependendo das atitudes tomadas por cada cidadão. Esse espaço está sendo idealizado dentro de um container e será, assim  como todo o resto, lúdico e moderno.  

O potencial desse projeto é evidente, porém é possível concluir que a empresa  ainda não explora completamente essa capacitação. Desde 2019, a equipe tem focado,  exclusivamente, nos grupos estudantis e não há, até o período observado, interesse ou  visão de ampliação do negócio para outros grupos ou nichos disponíveis no mercado.  Durante a pesquisa, as entrevistas e as observações, tornou-se perceptível que o projeto  não considera, por exemplo, a exploração de empresas para visitarem o projeto ou, até  mesmo, desenvolverem uma consultoria para fazer com que tais companhias  desenvolvam sua visão sustentável e sejam capazes de aplicar tais conhecimentos dentro  de suas atividades internas.  

Como demonstrado neste estudo, o mundo está cada vez mais voltado para a sustentabilidade, e é comum que muitas organizações não possuam conhecimento  necessário para aplicar medidas ecológicas em suas práticas. Nesse sentido, seria de  grande valia se o Projeto Eco Educa desenvolvesse, com o auxílio de educadores  capacitados, novas possibilidades no mercado, atendendo a esse nicho, por exemplo,  para orientar e promover mudanças dentro das instituições, visando ao desenvolvimento de suas atividades econômicas e sociais de forma sustentável. Ademais, outros  segmentos de mercado podem ser explorados, considerados e trabalhados, dentro das  adequações necessárias, para que tanto conhecimento e potencial sustentável presentes no projeto sejam difundidos.  

Analisando os objetivos desenvolvidos nesta pesquisa, foi possível analisar a  implementação do projeto sustentável baseado em alguns âmbitos da área de  administração de negócios. A precificação e a análise de mercado foram levantadas e  trabalhadas considerando a sua devida importância, além dos estudos que a empresa  realizou em relação a esses tópicos. Dessa maneira, foi feita uma breve análise  financeira, focada nos investimentos iniciais efetuados pelo projeto, junto a um estudo de custos e lucros operacionais, que nada mais são do que os valores gastos ou  recebidos em um dia de visita de alguma escola.  

Por meio dos dados coletados e das pesquisas realizadas, foi possível observar  que a empresa estava disposta a se desenvolver no mercado para que houvesse outras  formas de atender às necessidades do cliente. Quando uma empresa escuta o seu  consumidor e possui os fatores facilitadores para que haja esse desenvolvimento de  mercado, ela oferece outras opções de serviços e, com isso, atrai mais acordos. Foi o  que a empresa se demonstrou capaz de realizar ao desenvolver a visita híbrida.  

Assim, o projeto implementou estratégias para atrair as escolas, tais como  reuniões e materiais de divulgação de alta qualidade e diferenciados, além de ouvir seus  clientes, suas necessidades e buscar sempre se adequar a elas, para que medidas  personalizadas fossem criadas. Mesmo colocando em prática essas medidas, ainda há  espaço para o desenvolvimento de novas formas e contatos com escolas da região, para  que o projeto seja apresentado. Há inúmeras escolas na cidade de Ribeirão Preto e toda  a região ao seu redor, de modo que o número de visitas e agendamentos poderia ser  consideravelmente maior. Para isso, seria de grande valia para o projeto criar uma  equipe que desenvolva novas práticas de contato e estratégias para atrair escolas.  

Além de já estar alcançando um grande número de crianças e jovens até o  período estudado, esse empreendimento educacional sustentável traz inúmeros  benefícios para os estudantes e, consequentemente, para o planeta. Ao focar em um dia  de experiências e aprendizados sustentáveis, na conscientização dos cuidados com o  meio ambiente e de práticas saudáveis, assim como em alternativas para viver com  qualidade de vida, o projeto está criando, nas gerações futuras, uma consciência, uma educação e uma preocupação em relação a esse grande problema. 

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