ABORDAGEM CONCEITUAL DO CONFLITO E FORMAS DE SUPERAÇÃO ATRAVÉS DA MEDIAÇÃO E DIÁLOGO

CONCEPTUAL APPROACH TO CONFLICT AND WAYS TO OVERCOME THROUGH MEDIATION AND DIALOGUE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10716165


Alceu Alves Plenz;
Luiz Eduardo Gunther


RESUMO

O presente artigo pretende discorrer sobre os conceitos de conflitos e os padrões de comportamento adotados pela maioria das pessoas quando do enfrentamento dos conflitos, com base em estudos dos autores Friedrich Glasl e Marcelo Girade revisar as formas como o conflito é escalonado e trazer luz sobre os degraus e escalada do conflito.

No capítulo 2 apresentar a mediação como alternativa ao sistema tradicional de resolução de conflitos, recolocando os sujeitos do conflito como elementos centrais em detrimento do judiciário como único solucionador de demandas, detalhar o diálogo como elemento central na emancipação dos sujeitos no tratamento dos conflitos nos quais estão envolvidos, neste último capítulo serão citados os autores Paulo Freire e Edgard Morin, expoentes defensores do diálogo entre os seres humanos. 

Palavras-chave: Conflitos, escalada dos conflitos, formas de gerenciamento dos conflitos, mediação, diálogo.

ABSTRACT

This article intends to discuss the concepts of conflicts and the behavior patterns adopted by most people when facing conflicts, based on studies by the authors Friedrich Glasl and Marcelo Girade, review the ways in which conflict is escalated and shed light on the steps and escalation of the conflict.

In chapter 2, we present mediation as an alternative to the traditional conflict resolution system, placing the subjects of the conflict as central elements to the detriment of the judiciary as the sole solver of demands, detailing dialogue as a central element in the emancipation of subjects in the treatment of conflicts in which are involved, in this last chapter the authors Paulo Freire and Edgard Morin will be mentioned, exponents who defend dialogue between human beings.

Keywords: Conflicts, conflict escalation, forms of conflict management, mediation, dialogue.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A sociedade moderna é permeada de interações entre os indivíduos, diante da constante interação os conflitos, diferenças de opinião são inevitáveis, pois sujeitos são dotados de particularidades, subjetividades que muitas vezes agem de forma inconsciente na determinação de um comportamento.

Ocorre que desde sempre somos treinados a ver o conflito/impasse como algo ruim e que alguém deve resolver por nós, alguém deve dizer quem tem razão e é bom que a razão esteja conosco.

Contudo na visão moderna de conflito este é necessário e desejado, pois é em virtude dos conflitos que surgem as mudanças, adaptações necessárias ao crescimento do indivíduo, das ciências e das sociedades.

A importância de conhecer os degraus ou escalada é que tendo consciência de que é possível através do diálogo, escuta ativa e empatia passar pelos conflitos e produzir algo de bom onde ambos saem ganhando daquela situação.

O problema do conflito é quando as pessoas esquecem do real problema e começam se atacar, o diálogo se esvazia, surgem ataques e contra ataques cada vez mais agudos e o problema é deslocado para a outra pessoa, ao final desta escalada o mais importante é destruir o adversário chegando ao extremo de correr o risco de ser destruído também.

No último capitulo será apresentado a mediação com estímulo ao diálogo para a solução eficaz dos conflitos, restabelecimento dos relacionamentos e maior independência do judiciário, tido culturalmente como o único solucionador de conflitos, quando na realidade na maioria esmagadora das vezes não resolve o conflito e sim o processo, jogando as reais causas do conflito para “debaixo do tapete”.

2 TEORIAS DO CONFLITO

2.1 DEFINIÇÕES DE CONFLITO

Dentre as inúmeras definições de conflito, seguem algumas:

Para Stephen Robbins (2005, p. 326) é o processo no qual o esforço é propositadamente desenvolvido por A no sentido de eliminar os esforços de B para alcançar um determinado objetivo através de alguma forma de bloqueio que resulta na frustração de B, ou seja, alguém deseja algo e tem consciência de que seu objetivo somente poderá ser alcançado frustrando os objetivos da outra parte, surge diante de um impasse.

Para Figueiredo (2012 p. 25) “o conflito é um fenômeno social multidimensional, que é parte integrante da existência humana, essencial para o processo evolutivo da humanidade e para a transformação social”.

Ao passo que Chiavenato (2005, p. 391) aponta que o “conflito é um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos, ou grupos, nas organizações quando as partes exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras metas”

Não é diferente para Boulding [1] (apud VEZZULLA, 1998, p. 22), este define o conflito como “uma situação de concorrência, onde as partes estão conscientes da incompatibilidade de futuras posições potenciais, e na qual cada uma delas deseja ocupar uma posição incompatível com o desejo da outra”.

Dos diversos conceitos acima delineados, fica fácil compreender que os conflitos se origem da interação dos seres humanos, cada um com suas individualidades, se pronuncia com desejos e interesses ímpares.

Partindo da premissa que o conflito é inevitável, surge a outra indagação, seria algo bom ou uma patologia a ser extirpada da sociedade?

Sobressai a noção de que o conflito é um mal é algo ruim, culturalmente adquirimos esta percepção, fruto da falta de habilidade em superar divergências, sendo o obstáculo maior a linguagem/comunicação, pela falta de habilidade muitos confundem diálogo com discussão, entram numa espiral crescente de violência que não termina bem, como veremos a seguir esta é a visão tradicional do conflito que aos poucos vai sendo alterada, principalmente pelos estudos interdisciplinares que tem sido feito em relação ao conflito.

Cabe registro que não está se referindo à falta de conhecimentos linguísticos, regras da língua portuguesas etc., muito pelo contrário às vezes o acúmulo de conhecimento gera efeito reverso, aumentando o sentimento de superioridade de exclusividade e consequentemente a ausência de empatia por ouvir o outro. 

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA QUANTO À ACEITAÇÃO DO CONFLITO

Como já afirmado anteriormente a maioria das pessoas intuitivamente tem o conflito como algo ruim, situação de competição e desarmonia, combustível causador de certa instabilidade.

Segundo Robbins (2002, p. 326), na abordagem tradicional há uma negação do conflito, pois ele é visto como algo ruim que devia ser evitado. “O conflito era visto como uma disfunção resultante de falhas de comunicação, falta de abertura e de confiança entre as pessoas e um fracasso dos líderes em atender às necessidades e às aspirações de suas equipes”.

Exatamente por isto somente ao ouvir a palavra conflito, alguns são tomados por sentimentos de desconforto é como se o sujeito se visse diante de um dilema insuperável, alguém vai ter que abrir mão de alguma coisa ou vão se “matar”, ataques e contra ataques, nossa individualidade nos instiga a não perder nunca, nem mesmo uma discussão banal, chegamos ao ponto de defendermos ideias que muitas vezes sequer acreditamos, somente para ter razão, para alguns autores é o nosso instinto de preservação que nos impulsiona a não ceder, precisamos vencer, se abrirmos mão de nossa posição poderemos parecer fracos, sinal de fraqueza não é bom, pois pode nos levar à extinção é o nosso pensamento do cérebro reptiliano[2], evitar a extinção a qualquer custo.

 Mas porque pensamos desta forma? Será que sempre foi assim?

Segundo Robbins (2005, p. 326) [3] há conflito até mesmo entre os autores para definir se o conflito é algo bom ou ruim, se é algo a ser evitado ou estimulado.

A par disto Robbins (2005, p. 327) apresenta a visão de três escolas com pensamentos antagônicos.

2.2.1 Visão tradicional

Esta escola também conhecida como escola da teoria da mecânica ou clássica, é a que traz a abordagem mais antiga em relação a aceitação do conflito, prevaleceu de 1930 a 1940 entendia que o conflito era algo ruim e deveria ser eliminada, poderia se dizer que era a escola da ordem, Robbins (2005, p. 327)

Para o autor Marcos José Diniz Silva esta ideia era compartilhada por Hobbes e Comte, defensores ferrenhos da ordem rumo ao progresso infinito.

O sistema filosófico-social de Comte centra-se na necessidade de reforma intelectomoral do homem para que se possa obter uma reorganização da sociedade. (…) O “caos” social reside no confronto de concepções de mundo, dos modos contraditórios de organizar a mesma sociedade, da “expressão dos desacordos”. Ou seja, muito próximo de Hobbes, Comte pensa nas formas de se anular a competição e as idéias “incompatíveis”. Seria no estado positivo, dominado pelo cientificismo, no contexto da explosão industrial e seu progressismo, que Comte encontraria o ápice da sociedade humana. Desde que esta não se demorasse nos preconceitos e superstições dos estados teológico e metafísico, o homem moderno alcançaria o progresso e com ele a reforma moral que anularia os conflitos sociais. (SILVA, 2011, p.5).

Para Comte as ideias contraditórias devem ser eliminadas para evitar o caos, Para Hobbes o homem é o lobo do próprio e precisa ser contido, sequer pode abrir margem para diálogo porque ele não sabe dialogar, não consegue conviver com quem pensa diferente, somente o Leviatã pode conte-los.

2.2.2 Visão de relações humanas: 

O conflito sempre vai existir, pois é fruto da interação entre pessoas ou grupos, pode ser bom ou ruim, depende, será bom se o grupo conseguir extrair algo das diferenças de entendimento, prevaleceu de 1940 a 1970, Robbins (2005, p. 326/327).

O conflito é uma consequência natural que surge em virtude da interação de sujeitos com desejos e opiniões que entram em colisão, se aparecer tem que resolver, mas se não aparecer melhor ainda.

2.2.3 Visão de abordagem interacionalista: 

É a mais atual, o conflito é uma força positiva que produz mudanças e crescimento e, portanto, deve ser estimulado, o grupo sem divergências de opiniões tende a se tornar apático e insensível às mudanças necessárias ao processo evolutivo, Robbins (2005, p. 327).

A principal contribuição desta abordagem está em encorajar os líderes dos grupos a manter um nível mínimo constante de conflitos – o suficiente para manter o grupo viável, autocrítico e criativo.

Para esta última visão o conflito em si não é bom nem ruim o que pode ser bom ou ruim é a forma de tratar o conflito o seu desenvolvimento obviamente se em virtude dele relações humanas forem destruídas (conflito disfuncional)[4], neste caso o conflito foi ruim se para um outro direcionamento os vínculos se tornaram mais fortes é porque foi bom (conflito funcional), de forma semelhante outros autores os classificam em conflitos destrutivos ou construtivos, respectivamente.

Há outra classificação proposta por Rigalia (1998. p. 225-230), pautada em 2(duas) correntes antagônicas, as quais classificam o conflito em termos de equilíbrio/desequilíbrio:

1ª corrente
O continuum parte daqueles que vêem qualquer grupo social, qualquer sociedade e qualquer organização como algo de harmônico e de equilibrado; harmonia e equilíbrio constituiriam o estado normal (Comte, Spencer, Pareto, Durkheim, e entre os contemporâneos, Talcott Parsons). Todo o Conflito, então, é considerado uma perturbação; mas não é somente isso; já que o equilíbrio e uma relação harmônica entre os vários componentes da sociedade constituem o estado normal, as causas do Conflito são metasociais, isto é, devem ser encontradas fora da própria sociedade, e o Conflito é um mal que deve ser reprimido e eliminado. O Conflito é uma patologia social.
2 ª corrente 
Na posição oposta ao “continuum” estão Marx, Sorel, John Stuart Mill, Simmel e entre os contemporâneos Dahrendorf e Touraine, que consideram qualquer grupo ou sistema social como constantemente marcados por Conflitos porque em nenhuma sociedade a harmonia ou o equilíbrio foram normais. Antes, são exatamente a desarmonia e o desequilíbrio que constituem a norma e isto é um bem para a sociedade. Através dos Conflitos surgem as mudanças e se realizam os melhoramentos. Conflito é vitalidade. Naturalmente, uma clara dicotomia não pode fazer esquecer que alguns autores não podem ser simplesmente classificados entre uns ou outros, como Kant, Hegel ou Max Weber, que analisaram e identificaram quer as condições da ordem ou do movimento, quer os fatores que levam à harmonia como os que produzem os Conflitos.

Simmel (2013) entende que o pensamento da segunda corrente é mais coerente, pois o grupo totalmente harmonioso e sem desavenças idealizado pela primeira corrente é utópico, entende que toda a organização/sociedade sobrevive dos seus antagonismos.

[…] necesita um combinado de armonía y disonancia, de asociación e lucha, de simpatia y antipatia para definir su forma. Y estos binomios em modo alguno son meros pasivos sociológicos, factores negativos, que la sociedad habría de superar para poder existir; la sociedad, es efectivamente, el resultado de la interacción entre las dos categorías. Es decir, tanto las tendências unitárias como las disgregadoras son constitutivas de la sociedad y, em este sentido, son positivas. (SIMMEL, 2013, p. 19).

Simmel afirma também que a vida é formada de altos e baixos, positivo e negativo devem existir, assim como felicidade e dor, fracasso e êxito, são todos fatores que contribuem para a existência dos seres humanos.

Corroborando este pensamento de transitoriedade e altos e baixos dos acontecimentos/emoções:

Freud (2002, p. 24), classifica felicidade:

O que chamamos de felicidade no sentido mais restrito provém da satisfação (de preferência repentina) de necessidades represadas em alto grau, sendo, por sua natureza, possível apenas como uma manifestação episódica. (FREUD, 2002, p.24, tradução de José Octávio Aguiar Abreu)

Em defesa dos altos e baixos da vida, Goethe afirma “nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos”

Sobre a transitoriedade, Heráclito de Éfeso “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio…pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!”

A seguir será revisitada a teoria da escalada do conflito com a individualização dos degraus, de extrema importância, pois independentemente do degrau atingido diante de um conflito sempre será possível retroceder para um degrau anterior, mesmo que o ódio esteja sobrelevado na situação, algum dos contentores pode conscientemente tomar a iniciativa para uma ruptura de quebra da espiral, atacando o ódio com atitude de compaixão, trazendo a ordem na desordem e com isto superando conflitos e restabelecendo vínculos de relacionamentos.

2.3 A espiral/escalada do conflito

Os conflitos sempre existiram e sempre existirão, o grande problema é que às vezes pequenas diferenças se potencializam, podendo culminar na autodestruição dos indivíduos por falta de habilidade de conviver com as diferenças, a vontade de vencer é tamanha que não é desencorajada mesmo diante de prejuízos iminentes, que em situações extremas podem levar a destruição de relacionamentos e até mesmo do próprio indivíduo.

Muitos autores classificam este comportamento de ataque e contra-ataque como espiral ou escalada do conflito, muitas vezes ao final os “contendores” sequer sabem o porquê estão discutindo ou porque tudo começou, depositam energia na espiral ou escalada progressiva de ação e reação, a cada ação vem uma reação mais forte e vice-versa e consequentemente o conflito vai aumentando gradativamente, assim nos ensina o Prof. Morton Deutsch (1973, apud AZEVEDO, 2016, p. 56).

Os autores acima classificam os conflitos como construtivos e destrutivos, sendo que estes últimos rompem a comunicação o diálogo entre as partes, cada uma atribui culpa ao outro pelo desentendimento com isto acredita ficar mais aliviado, veremos ainda neste trabalho que Rosenberg classifica esta atitude como “negação da responsabilidade”, a ausência de maturidade não permite que o sujeito admita fraquezas, segundo Rosenberg (2006, p. 76) ao não nos permitirmos ser vulneráveis, não conseguimos expressar nossos sentimentos de forma genuína.

Ao passo que aqueles que conseguem resolver os conflitos de forma construtiva, tem como prêmio, os interesses atendidos e o fortalecimento do relacionamento e ao término tem a sensação de alívio de que conseguiram o que era possível diante daquela situação, os acontecimentos não contem emoções é o ser humano que tem a capacidade de atribuir emoções aos fatos, logo ou o sujeito é livre carregar lembranças de ódio ou de amor e compaixão, estando comprovado que o ódio libera quimicamente substancias nocivas ao organismo enquanto o amor substancias que causam prazer.

Parafraseando Lutero, não podemos evitar que o pássaro do ódio, pouse na nossa cabeça, mas não somos obrigados a carregá-lo conosco eternamente.

Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas. Assim também não podemos nos livrar de sermos tentados, mas podemos lutar para não cairmos em tentações. (Martinho Lutero)[5]

É de fácil compreensão que o conflito não nasce do nada, quando se observa atentamente a situação é possível extrair sinais de alerta de que algo está tomando um rumo que pode ter consequências desastrosas, releva então a importância de conhecermos as etapas que antecedem o abismo que poderá surgir e assim tendo

consciência será muito mais fácil de agir de forma consciente de modo a evitar um prejuízo maior.

O gráfico abaixo é do economista e mediador Friedrich Glasl (2020, p.80) nele são representados os 9 degraus da escalada do conflito.

Figura 1[6] a escalada do conflito de Friedrich Glasl

Friedrich Glasl apresenta de forma descendente a escalada sugerindo como destino o abismo, porém a autores tal qual Marcelo Girade (2021) que entendem que o correto seria apresentá-la de forma ascendente demonstrando algo que cresce a cada ação/reação, escalada ascendente do conflito.

Figura 2[7]  escalada ascendente do conflito-autor Marcelo Girade

Independentemente da escalada ascendente ou descendente, passaremos a descrever cada um dos degraus, neste aspecto ambos os autores comungam do mesmo entendimento.

2.3.1 A importância de conhecer os degraus da escalada do conflito

É de extrema importância o conhecimento dos degraus do conflito e sempre estar atento aos sinais de iminência de evolução, pois o conflito nunca começa do nada sempre existe uma sequência, um padrão de comportamento da média das pessoas, claro que na prática em muitos conflitos dependendo do grau de estresse entre as partes envolvidas a escalada se desenvolve quase que instantaneamente do primeiro ao último degrau.

Tendo ciência de que a continuidade da escalada pode ter fins desastrosos qualquer uma das partes pode conscientemente tomar uma atitude responsável colocando sua energia para reverter o processo de escalada, às vezes retrocedendo somente um degrau já é um grande passo para reduzir a animosidade, um bom exemplo é quando alguém consegue fazer uma brincadeira no meio de uma discussão acalorada, claro que isto requer sabedoria para não ser mal interpretado e acabar jogando mais “gasolina no fogo”.

Segundo Glasl (2020) os nove degraus podem ser aglutinados em três:

  • Do degrau um ao três a questão principal é o centro das diferenças, ganha, aqui ainda existe diálogo, há interesse em resolver, mas quando se avança para o terceiro degrau o diálogo já está bem comprometido.
  • Do degrau quatro ao seis as pessoas passam a ser o foco, tipo “estou certo ele está errado”, a culpa é do outro, ganha-perde
  • Do degrau sete ao nove o foco é quem vai perder mais, tipo “posso me prejudicar, mas este sujeito vai ver com quem está lidando”, perde-perde.

Para o professor Marcelo Girade (2021), sinais verde, amarelo e vermelho respectivamente.

2.3.3.1 Detalhamento dos degraus do conflito

Endurecimento  

Surge uma divergência em virtude de pontos de vistas diferentes sobre determinado objetivo, neste primeiro momento as atitudes oscilam entre colaboração e competição.

Os pontos de vista já começam a se chocar e cristalizar, pontos de tensões a comunicação começa a ser seletiva, este sistema é chamado de SAR, sistema de ativação reticular os oponentes só percebem aquilo que desejam, quem nunca após ter decidido pela aquisição de determinado veículo começa a enxergar com mais frequência aquele veículo na rua fato que antes raramente acontecia, é porque nosso cérebro filtra, seleciona aquilo que temos interesse, um só enxerga os defeitos do outro, defende Marcelo Girade (2021).

Debate e polêmica

Com a comunicação já prejudicada pela seletividade da escuta, ter razão passa a ser a coisa mais importante os oponentes precisam provar que estão certos e que o outro está errado, a coloração cede espaço à competição, a reação não tem mais relação com o estímulo apresentado. 

Polarização os oponentes já não conseguem buscar uma solução que atenda aos interesses de ambos, cada um defende seu ponto de vista por entender que não será mais possível atender interesses mútuos, a minha reivindicação é lógica e coerente o problema é que o oponente pensa da mesma forma, tenho razão por que é lógico, ambos desejam vencer com o uso da razão, “não é possível que este sujeito não entenda é lógico o que estou dizendo”, Glasl (2020).

Ações ao invés de palavras

Os oponentes percebem que com palavras não chegarão a um consenso e focam em ações, tipo você agiu assim, você fez isto naquela situação, logo eu posso fazer isto agora imaginando que com ações vão conseguir superar o conflito, ambos os oponentes procuram reforçar seus argumentos em expressões (linguagens corporais, tom de voz) que desmascarem o oponente, Glasl (2020).

Tipo assim não foi o que você disse, mas o seu tom de voz, sua postura disse outra coisa, colaboração quase inexistente cede espaço para a competição.

Imagens e coalizões  

A imagem angelical de um contra o demônio do outro, um ser perfeito vítima do oponente, cada um procura arregimentar aliados para comprovar sua teoria, cria-se uma imagem do adversário e tenta comprovar que ela é válida, obviamente ao aliado conta somente a versão particular dos fatos, trazendo à tona tudo que seja possível para justificar o convencimento, inclusive fatos passados retornam à pauta, ressuscitar defuntos e mais ambos defendem veemente que estão certos, porque suas convicções estão embasadas na razão, Glasl (2020).

Perda do rosto

Os oponentes são despersonificados, logo podem ser atacados com todas as armas, pois são inimigos, precisam ser desmascarados, nosso conjugue agora é nosso inimigo e preciso provar que ele não presta, perante as pessoas, quanto mais melhor, nosso empregador ou nosso empregado é o nosso inimigo a ser derrotado, Glasl (2020).

Estratégia de ameaças  

Todas as armas possíveis para o convencimento foram utilizadas, sem sucesso, o outro continua relutante, chegou o momento de utilizar uma arma mais forte, ameaça e intimidação agora o assunto é pessoal o objetivo não é mais aquele inicial do primeiro degrau, os motivos agora são outros a discussão incialmente banal que poderia ser facilmente resolvida, por exemplo, partindo do pressuposto que pessoas pensam de forma diferente, pessoas são diferentes e que ninguém pode ser obrigado a pensar da mesma forma, proferem-se ameaças no intuito de convencer quem está com a razão, Glasl (2020).

Ataques destrutivos limitados

Como no degrau anterior foram proferidas as ameaças, se o oponente não retroceder diante das ameaças, a pena tem que ser executada, a ameaça tem que ser cumprida, caso contrário o sujeito ameaçador perde a credibilidade numa futura discussão, logo, diante da inércia do oponente, não vislumbra outra possibilidade a não ser cumprir o que prometeu, Glasl (2020).

 Fragmentação do inimigo

No 8º degrau os oponentes sabem que terão prejuízos, mas acreditam que podem provocar um prejuízo maior na parte adversa e, portanto, ao final se sentirão bem mesmo que sofrendo prejuízos, pois conseguiram fazer justiça, prejudicar mais o oponente, “eu me arrebento, mas destruo este desgraçado”, Glasl (2020).

Juntos para o abismo

No último degrau sequer se avalia quem vai perder mais, a meta deve ser cumprida, pois segundo os oponentes não é possível mais retroceder de onde estão, assim sendo, mesmo diante da possibilidade de autodestruição os oponentes insistem no duelo, “vamos juntos para o abismo”, Glasl (2020).

2.4 OS CINCO MODOS DE GERENCIAMENTO DOS CONFLITOS

Cada pessoa tem um modo peculiar de se portar quando diante de um conflito, formas de agir quase que automática, em muitas vezes nem o indivíduo consegue explicar o porquê de agir de determinado modo diante de um conflito, o que se sabe é existem alguns padrões, algo que se repete mais ou menos de forma semelhante.

O Modelo criado por Kenneth e Kilmann e traduzido por Berg (2012), insere os padrões de comportamento em um gráfico cartesiano, contendo as variáveis cooperação e a assertividade, sendo esta última patrocinada pela individualidade do ser, os autores defendem que o sujeito extremamente assertivo é pouco colaborativo e altamente competitivo, aqui o conceito de assertividade foge um pouco daquilo que conhecemos, como modelo a ser perseguido. 

Quanto às atitudes que farão com que o indivíduo seja mais assertivo ou cooperativo, temos: competição, colaboração, conciliação, concessão, Berg (2012).

FIGURA 3[8] Kenneth W. Thomas e Ralph H. Kilmann- Instrumento de modos de conflito

2.4.1 Detalhamento dos modos de reagir ao conflito

Os modos de reação descritos abaixo são baseados nos estudos de Berg (2012), Robbins (2009) e Chiavenato (2005).

COMPETIÇÃO: O modo comportamento competitivo é o ápice da assertividade e o zero da colaboração, ou seja, o extremo da competitividade, obviamente se o intuito é promover a paz e a harmonia este comportamento não é saudável, o comportamento competitivo é padrão típico do sujeito que não quer perder de jeito nenhum.

EVASÃO/EVITAÇÃO: Indivíduos que reagem com este padrão assumem uma postura não assertiva tampouco cooperativa, há uma fuga, tipo deixa pra lá, posterga ao máximo o confronto, este comportamento não é recomendável, pois ora ou outra o sujeito vai explodir, além do que com certeza vai impedir o crescimento não somente dele quanto dos demais.

CONCILIAÇÃO/COMPROMISSO: Aqui ambas as partes têm um pouco de assertividade e um pouco de colaboração, semelhante a colaboração, porém neste estilo ambos renunciam a alguma coisa, a realização dos desejos é parcial.

CONCESSÃO/ACOMODAÇÃO: Na concessão um dos sujeitos evita a

competição e entrega tudo que o outro deseja é o extremo da cooperação, coopera em tudo aquilo que o outro deseja, se neutraliza, também não é aconselhável pois aquele que cedeu em demasia pode até recuar em determinando momento por pura estratégia, mas em outra oportunidade quando se sentir mais forte provavelmente vai desejar cobrar a conta que ficou para trás, “dar o troco”.

COLABORAÇÃO: Este é o estilo mais desejável e mais completo, reflete alto grau de cooperação e assertividade é o consenso, ambos saem do conflito com a sensação de que conseguiram o que desejavam, não se arrependem do que conseguiram, porque aquilo que ficou com a outra parte foi justo, ambos têm maturidade para entender que a vida é uma luta diária e que não é possível obter tudo aquilo que se deseja, que não existem perdedores e ganhadores e que é possível que todos ganhem algo principalmente com foco no presente e no futuro, na mediação de conflitos utiliza-se o termo enfoque prospectivo, quando o mediador ao verificar quais os reais interesses das partes direcione-as para um olhar ao horizonte. 

3 A EFICÁCIA DA MEDIAÇÃO COMO FORMA DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS

Dentre os 5 modos de gerenciamento de conflitos visto acima a colaboração é o modo mais desejado, aquele em que ambos os contentores buscam uma solução para o conflito, na colaboração a decisão é produzida de forma dialética, foge da relação triangular processual (autor, réu e juiz), não existe um perdedor e um ganhador, ambos ao final saem ganhando na negociação, o foco é a manutenção dos relacionamentos pessoas são mais importantes do que ter razão.

A seguir serão delineadas as formas de resolução de conflitos e quais as que melhor se adequam à promoção do diálogo, participação e restabelecimento da paz.

3.1 FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Os métodos alternativos à resolução dos conflitos surfam na terceira onda renovatória do acesso à justiça: 

[…] que afirmaram que a ordem jurídica justa só poderia ser alcançada se fossem satisfeitas as três “ondas renovatórias de universalização do acesso à Justiça”, a saber: 1) assistência judiciária aos pobres; 2) representação dos interesses difusos; 3) um novo enfoque de acesso à justiça, cujo objetivo principal era a utilização de meios alternativos para solução dos conflitos, como instrumentos de ampliação do acesso à justiça. Métodos diferenciados de tratamento do conflito como alternativas ao sistema judicial, em que estão inseridas a conciliação, a mediação e a arbitragem. (CAPPELLETTI; GARTH, 1988, p.98).

Surgem como uma alternativa para reduzir o distanciamento existente entre o mundo do direito e o mundo de vida, não sem motivos são denominados de meios adequados de tratamento de conflitos, ora é sabido que o estado ao assumir o monopólio da justiça tinha o escopo de resolver conflitos e restabelecer a paz, contudo é de senso comum que a decisão judicial imposta por um terceiro não está nem de longe cumprindo o papel de pacificador de conflitos, muito pelo contrário, basta lembrarmos do caso que ocorreu no sudoeste do Paraná onde havia uma decisão judicial deferindo a reintegração de posse de terras a uma família, teoricamente o conflito estava o resolvido o estado definiu quem era o detentor da razão(direito às terras), não obstante,  as famílias se enfrentaram num intenso tiroteio situação em que 4 pessoas perderam a vida, lutaram até a morte para viver na terra na qual foram enterradas.

E na seara trabalhista quem acredita que após anos de um processo judicial empregado e empregador restabelecem o diálogo? Vínculos de relacionamento simplesmente são destruídos.

Isto só vem corroborar a ideia de que o monopólio da justiça consegue alimentar o espírito de vingança dos contendores, mas não consegue restabelecer a paz social, porque dificilmente o perdedor digere a derrota.

O atual modelo de “fazer justiça” heterocomposição é fortemente inspirado no Leviatã de Hobbes, é visto como um mal necessário, pois os homens sendo lobos dos próprios homens se digladiariam até a morte, o Leviatã então tomaria as rédeas dos conflitos como o vingador.

Toda situação conflituosa resulta em um dos três resultados abaixo:

Ganha/Perde: Um sagra-se vencedor e o outro sai com sentimento de perdedor, este resultado é o produzido pela decisão judicial, quando totalmente procedente, alguém extremamente insatisfeito e “praguejando” o vencedor, fator que contribui para a desarmonia e a ruptura dos vínculos até então existentes, as partes do processo são vistas como inimigas.

Perde/Perde: Alimentadas pelo sentimento de vingança lutam até a “morte” e ao final ambos saem descontentes, ninguém conseguiu o que queria, este sentimento muitas vezes acontece porque as pessoas têm sentimento de justiça diferente uma das outras, cada qual quer vencer e ver o “inimigo” derrotado.

Ganha/Ganha: É a situação ideal ambos saem com a sensação de que conseguiram o que era possível, claro que esta última situação exige maturidade, exige clareza de pensamento, principalmente que as partes em conflito entendem que tudo na vida é uma questão de adaptação, que não é possível sempre estar 100% certo, que os seres humanos não são tão racionais como acreditam ser e que muitos de nossos comportamentos sequer conseguimos explicar.

A sociedade moderna clama por outras formas de solução de conflitos, que não a tradicional cultura da sentença(perde/ganha), a legitimidade da decisão não se completa somente porque está na lei, mesmo porque há um hiato entre a vontade do legislador e a vontade do povo, um tanto avesso à democracia representativa, os seres humanos desejam cumprir decisões que lhe pareçam justas e posto que não é fácil universalizar o conceito do que é justo, nada mais coerente que os próprios sujeitos envolvidos definam por eles o que seria justo, e desta forma sejam protagonistas das decisões que terão que cumprir.

Nos dizeres de Ada Pelegrini Grinover (2008, p.23):

Não há dúvida de que o renascer das vias conciliativas é devido, em grande parte, à crise da Justiça. É sabido que ao extraordinário progresso científico do Direito Processual não correspondeu o aperfeiçoamento do aparelho judiciário e da administração da Justiça.

Atualmente são apresentados os meios judiciais e extrajudiciais à disposição das partes para a resolução dos conflitos.

Para Sérgio Luiz Lacerda (2015): não é porque o estado detém a competência para julgar que está de posse também da competência do monopólio da justiça.

Os meios de solução de um conflito são:

  • HETEROCOMPOSIÇÃO= se desenvolve através do processo

judicial ou arbitragem, situação em que um terceiro impõe uma solução ao caso apresentado.

  • AUTOCOMPOSIÇÃO= se desenvolve através da negociação, conciliação ou mediação.

A autocomposição é sem dúvida a melhor forma de solução dos conflitos, pois neste instituto as próprias partes são estimuladas a buscar uma solução que eles serão responsáveis pelo cumprimento.

O processo judicial inicia quando o diálogo termina, as partes não conseguem resolver o conflito e terceirizam o problema a um terceiro, o judiciário, ocorre que em muitas vezes esta decisão imposta por um terceiro que sequer viveu o conflito, não vai agradar os contentores e ainda será responsável pela ruptura dos vínculos até então existentes.

A mediação desenvolvida através do diálogo tem esta capacidade de empoderar as partes para que busquem uma alternativa para a solução do problema, estas assumem responsabilidade em gerir os seus problemas.

3.2 O DIÁLOGO COMO ELEMENTO EMANCIPADOR DOS SUJEITOS

Importante registrar que diálogo é diferente de transmitir informações num sentido único, diálogo é caminho de mão dupla.

O diálogo pressupõe interação busca por entendimento ao passo que a comunicação é o ato de transmitir mensagens.

Paulo Freire (2019, p. 108) refere-se ao diálogo verdadeiro como ação-reflexão:

não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. […], ninguém pode dizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros, num ato de prescrição, com o qual rouba a palavra aos demais. O diálogo é encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu.

A ação-reflexão remete ao processo recursivo de Morin 1990: “um processo recursivo é um processo em que os produtos e os efeitos são, ao mesmo tempo, causas e produtores daquilo que os produziu.” Os efeitos que são causados se transformam em causas e vice-versa, como afirma Morin a sociedade produz os indivíduos e os indivíduos produzem a sociedade um não vive sem o outro.

Os efeitos são causados, mas eles são também são causas daquilo que os produz numa circularidade recursiva, extremamente importante pois reconhece que os sujeitos são dotados de subjetividades que exercem forte influência no discurso a capacidade de compreender as diferenças.

Segundo Paulo Freire o diálogo “se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens”, defende que o processo dialógico:

Não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito noutro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. Não é discussão grosseira, polêmica, entre sujeitos que não aspiram a comprometer-se com a pronúncia do mundo, nem a buscar a verdade, mas a impor a sua. (FREIRE, 1996, p.79)

Para Freire “a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”

Os seres humanos podem se educar para resolver, superar suas crises de concordância sobre determinado assunto através da prática do diálogo.

Sujeitos emancipados conseguem dialogar e principalmente ter consciência de que são responsáveis pelos conflitos nos quais estão envolvidos e que terceirizar a solução destes tem grande chance de ao final produzir um resultado perde/perde e que a melhor alternativa será a manutenção do diálogo a construção de uma solução em conjunto, com vistas à educação e crescimento dos sujeitos envolvidos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo procurou demonstrar que o melhor caminho na resolução adequada dos conflitos, sempre será o diálogo, a sociedade moderna vive uma crise, o consumismo desenfreado não permite que as pessoas pensem ou busquem relacionamentos duráveis, tudo é descartável, patrão é descartável, amizades são descartáveis, conjugues são descartáveis e às vezes até os pais e filhos são descartáveis, o paradoxo é que existe uma emaranhado de conexões entre as pessoas e ao mesmo tempo um extremo sentimento de individualidade que afasta- as dos sentimentos de compaixão, neste cenário uma fala mais ríspida, suscita como resposta outra ainda mais aguda e a comunicação violenta se estabelece os conflitos se potencializam estopim para mais uma ação para o Judiciário resolver, muitas vezes nem sabem o porquê de fato entraram na espiral do conflito, mas continuam na cultura do um perde um ganha, ou na pior das hipóteses vão juntos para abismo alimentados pelo sentimento de quem vai perder mais, nesta altura a possibilidade de ganho já foi eliminada.

REFERÊNCIAS

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FIGUEIREDO, L. J. A gestão de conflitos numa organização e consequente satisfação dos colaboradores. 2012. 206f. Dissertação (Mestrado em Gestão) – Departamento de Economia, Gestão e Ciências Sociais, Especialização em Recursos Humanos, Universidade Católica Portuguesa, Viseu, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido: Paz e Terra, Rio de Janeiro, 2019

FREUD, S. O mal-estar na civilização. Tradução de José Octávio Aguiar Abreu. Rio de Janeiro: Imago, 2002

GLASL, FRIEDRICH, autoajuda em conflitos: uma metodologia para reconhecimento e solução de conflitos em organizações: tradução de Karin Stacsh. 5ª edição – 2020-São Paulo: Antroposófica Ltda. Tradução: Karin Stasch.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Tradução de Dulce. Matos. 2ª ed. Lisboa: Instituto Jean Piaget, 1990.

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ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução Mário Vilela. 4. ed. São Paulo: Ágora, 2006a.

SILVA, Marcos José Diniz. O conflito social e suas mutações na teoria sociológica. In: Revista Eletrônica Qualit@s. V.1. N.2. 2011. P.1-12. p.5.

SIMMEL, Georg. El Conflito: sociologia del antagonismo. Madrid: Ediciones Sequitur, 2013.

VEZZULLA, J. C. Teoria e Prática da Mediação. Curitiba: Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil,1998.


[1] Kenneth Ewart Boulding (Liverpool, 18 de janeiro de 1910 – 18 de março de 1993) foi um  economista ingles radicado nos EUA, estudou a influência dos fatos psicológicos e sociologicos na vida economica.

[2] O Cérebro Reptiliano ou cérebro basal, ou ainda, como o chamou MacLean, “R-complex”, é formado apenas pela medula espinhal e pelas porções basais do prosencéfalo. Esse primeiro nível de organização cerebral é capaz apenas de promover reflexos simples, o que ocorre em répteis, por isso o nome; Conhecido como “cérebro instintivo”, tem como característica a sobrevivência, responsável pelas sensações primárias como fome, sede entre outras.

[3] ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Peason Prentice Hall, 2005.

[4] Segundo Robbins conflito funcional são aqueles que melhoram o desempenho do grupo e conflitos disfuncionais são os que destroem o desempenho do grupo

[5] Martinho Lutero foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Wikipédia Nascimento: 10 de novembro de 1483, Eisleben, Alemanha Falecimento: 18 de fevereiro de 1546, Eisleben, Alemanha

[6] GLASL, FRIEDRICH. Autoajuda em conflitos: uma metodologia para o reconhecimento e solução de conflitos organizacionais. 4ª edição-São Paulo, 2012.

[7] GIRADE, Marcelo. Módulo 1 – Compreensão e Análise de Conflitos no Ambiente De Trabalho – Curso de Gestão de Conflitos e Negociação. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Disponível em: https://mooc38.escolavirtual.gov.br/course/view.php?id=479 (login necessário, porém gratuito). Acessado em fevereiro de 2021.

[8] Disponível em: https://fellipelli.com.br/wp-content/uploads/2021/08/MODELO_TKI.pdf, acesso em:  20 ago. 2023