A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA PRÁTICA PROFISSIONAL COM O PACIENTE ONCOLÓGICO EM CUIDADOS PALIATIVOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10668868


Manoel Pereira da Silva Junior1
Fernanda Silva Monteiro2
Ana Paula Miyazawa3
Mayná Kallayne da Silva4
Michelly de Oliveira Leopoldino5
Wenderson Barros da Silva6
Aurélio Molina da Costa7


RESUMO

Para o paciente oncológico em cuidado paliativo, falar sobre o processo de morte e morrer pode originar desconforto, pois, além da insegurança sobre seu futuro, pode despertar um sentimento negativo que influencia o modo como o paciente e sua família lidam com a situação imposta pela enfermidade. O objetivo deste estudo foi discutir o papel da espiritualidade na prática profissional prestada aos pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório de abordagem qualitativa, realizado através de revisão narrativa. Foi realizada busca nas fontes de conceituações e princípios: c, no período de julho a novembro de 2019. De acordo com o presente estudo, fica evidente, portanto, que pode-se vivenciar a espiritualidade ainda sob a ótica do ateísmo, pois a busca pela espiritualidade não significa necessariamente uma busca de Deus. Isto demonstra como a espiritualidade tem caráter particular e subjetivo, sem precisar seguir verdades absolutas impostas pelas religiões. Ignorar a dimensão espiritual torna incompleta a abordagem do paciente, pois, coloca o foco da assistência centrada na doença. Conclui-se, que a humanização do cuidado paliativo ao paciente oncológico deve ir além, contemplando as questões espirituais do paciente, uma vez que, a preocupação e os questionamentos sobre a morte tomam maior proporção quando os sintomas físicos não são mais um desafio a ser superado, mas sim, o medo do desconhecido diante da perspectiva da morte.

Palavras chave: Cuidados Paliativos; Espiritualidade; Oncologia.

ABSTRACT

For the oncology patient in palliative care, talking about the process of death and dying can cause discomfort, because, in addition to insecurity about their future, it can awaken a negative feeling that influences the way the patient and his family deal with the situation imposed by  illness.  The aim of this study was to discuss the role of spirituality in the professional practice provided to patients in palliative care.  It is a descriptive, exploratory study with a qualitative approach, carried out through narrative review.  A search was carried out in the sources of concepts and principles: National Palliative Care Agency – ANCP and the National Cancer Institute – INCA, as well as research in the Scientific Electronic Library Online (Scielo), in addition to the databases of the Virtual Health Library (VHL)  ): Nursing Database (BEDENF), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Online Medical Literature Search and Analysis System (MEDLINE), from July to November 2019. It is possible to  experience spirituality even from the perspective of atheism, because the search for spirituality does not necessarily mean a search for God.  This demonstrates how spirituality has a particular and subjective character, without having to follow absolute truths imposed by religions.  Ignoring the spiritual dimension makes the patient’s approach incomplete, as it puts the focus of care centered on the disease.  In conclusion, the humanization of palliative care for cancer patients must go further, contemplating the patient’s spiritual issues, since the concern and questions about death take on greater proportions when physical symptoms are no longer a challenge to be addressed.  Overcome, but rather, the fear of the unknown before the prospect of death.

Keywords: Palliative Care; Spirituality; Oncology

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ciência que se baseia na “proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro” (Pérez-Tamayo, 1987; Robbins, 1984 apud BASTOS, 2014), dar-se o nome de oncologia.

Os primeiros registros de crescimento desordenado das células são oriundos da escola de medicina de Hipócrates, o filósofo grego foi o precursor da caracterização física e clínica da doença, atribuindo sua origem ao desequilíbrio do sistema linfático (HCANCERBARRETOS; 2012) 

Desde então, a ciência evoluiu por meio de estudos que se complementam durante os séculos desde as observações do italiano Giovanni Battista Morgagni, passando pela descoberta de Marie Curie sobre os elementos químicos com potencial radioativo, os anos 60 com a criação de medicações quimioterápicas pelos médicos James Holland, Emil Freireich e Emil Frei até os dias atuais (HCANCERBARRETOS; 2012).

Contudo, todos esses avanços não foram suficientes no combate ao câncer, a ineficácia dos tratamentos e piora da condição clínica dos pacientes contribuiu para que no século XIX, nos quatro cantos do mundo, os cuidados com a doença fossem atribuídos às instituições filantrópicas, como os hospitais da Santa Casa de Misericórdia, enquanto que os menos abastados se valiam da magia dos curandeiros (TEIXEIRA; PORTO; NORONHA; 2012).

Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, foram criados os primeiros cursos médicos nas cidades do Rio de Janeiro e da Bahia. […] Desde os primeiros anos de atuação dessas escolas, os tumores cancerígenos estavam entre os objetos de atenção […] Em virtude da inexistência de uma terapêutica eficaz contra a doença, as teses de doutoramento produzidas nesse campo tinham como tema o diagnóstico dos tumores e o tratamento paliativo. (TEIXEIRA; PORTO; NORONHA; 2012).

Entretanto, o século XX desponta com inúmeras pesquisas mais sofisticadas, sobretudo, na medicina europeia e norte-americana que alavancaram o conhecimento sobre os fatores desencadeantes da doença, no Brasil, o que de fato contribuiu na construção da atenção oncológica, que se baseava nas experiências de países como Canadá e Inglaterra, foi “a noção recorrente de que, na realidade, a prevenção do câncer consistiria, principalmente, em diagnosticá-lo em certo estágio de seu desenvolvimento patológico” (NETO; 2019, p. 9 a 10).

Em 1910 surgem as primeiras instituições brasileiras especializadas no tratamento de câncer, os primeiros institutos de radiologia e políticas públicas que se desenvolveram em paralelo à dermatologia, ocorrem ainda o intercâmbio médico de informações e descobertas por meio dos congressos internacionais, que levaram os profissionais a conhecerem sistemas de saúde com práticas eficazes de combate ao câncer e a promoção dessas estratégias também aqui no Brasil (TEIXEIRA; PORTO; NORONHA; 2012).

Desde então, as transformações das políticas públicas em saúde no Brasil apontaram a prevenção como o cerne das discussões na luta contra o câncer, estratégia que reconhece o enorme impacto socioeconômico da doença nas populações, representando um problema de saúde pública especialmente nos países em desenvolvimento onde esse impacto deve corresponder a cerca de 80% dos mais de 20 milhões de novos casos estimados para 2025 (BATISTA; MATTOS; SILVA, 2015; OLIVEIRA et al.,  2018). 

Somado a isso, o impacto emocional que o câncer tem na vida de cada pessoa demanda que os profissionais envolvidos no processo estabeleçam estratégias de cuidado independentes do prognóstico, uma vez que, o diagnóstico inicial de câncer é ainda entendido como um evento que põe a vida em risco, causando além de dor e desconforto físico, problemas de ordem psíquica que levam a diminuição da qualidade de vida dos pacientes (ARRIEIRA et al., 2018).

Por esta razão, as crenças espirituais de cada um podem funcionar como importante instrumento no enfrentamento das adversidades oriundas do processo de adoecimento, visto que, propiciam aos pacientes e seus familiares um ambiente que oferece conforto e acolhimento, além de fomentar uma maior sensibilidade e colaboração de todos os envolvidos (ARRIEIRA et al., 2018).

Acredita-se que a abordagem da espiritualidade auxilia na qualidade da prática profissional prestada ao paciente oncológico em cuidados paliativos. Dessa maneira, esse estudo objetivou discutir a inserção da espiritualidade na prática assistencial como instrumento de apoio no tocante ao conforto emocional e físico do paciente e seus familiares.

1.1 O PROCESSO DE MORTE-MORRER 

Finitude é um tema de difícil entendimento e de muitos questionamentos, o ser humano é o único animal consciente da morte, e embora viva toda sua existência iniciando e finalizando seus ciclos, a morte é a última e única etapa do processo vital que o homem não está preparado para enfrentar, pois, “percebe o quanto é frágil e o quanto está vulnerável, gerando assim um sentimento de impotência, fracasso, culpa e tristeza” (PINTO, 2011 apud SOARES; PEREIRA; TREVISAN, 2018). 

Portanto, falar sobre a morte-morrer traz desconforto, pois, além de insegurança gera um significado negativo que influencia o modo como o paciente e sua família lida com a situação imposta pela enfermidade (SANTOS; 2011. P. 50). Entender que nascimento e morte são eventos biológicos da vida humana e que a perspectiva espiritual somada às práticas das variadas técnicas de cuidado pode minimizar o impacto da proximidade com a morte, é uma atitude que colabora no enfrentamento dos desafios impostos pela doença.

Embora na Antiguidade alguns povos cultuavam a morte como um evento especial onde “os mortos eram cuidados, mumificados, valorizados e até celebrados sem medo, sem a visão do fracasso” (FERREIRA; IGLESIAS; 2019), a maioria das culturas enfrenta o acontecimento como o fim não apenas da existência humana, mas, de seu legado.

A modernidade e o avanço do conhecimento técnico-científico trouxeram, na metade século XX, especialmente na década de 1970, a valorização do aspecto científico em detrimento do aspecto humanístico. Além disso, a morte deixa de ser familiar. Não se morre mais em casa, junto aos familiares, mas sozinho, nos hospitais. No processo de formação médica, a terminalidade da vida humana e a morte passam a ser vistas, portanto, como fracasso, interferindo muitas vezes, na relação médico-paciente-família (FERREIRA; IGLESIAS; 2019).

O fato é que a manutenção da vida é um dos desafios da prática profissional na área da saúde, especialmente na oncologia, visto que, o impacto biopsicossocial pode influenciar negativamente na forma que o paciente enfrenta a patologia, nesse sentido, Freitas (2012) apud Gerone (2016) aponta que “a espiritualidade é uma dimensão que mobiliza o ser humano para transpor e transcender o seu físico, para enfrentar situações difíceis provocadas pelo câncer.”

Nesse sentido, a tanatologia, representa uma fonte científica de entendimento da vida humana em suas relações próprias e com o meio, ofertando instrumentos fundamentais para “atuação em situações-limite, de confronto e risco de morte e, especialmente, na administração de cuidados paliativos” (FÄRBER, 2013). 

1.2 O PIONEIRISMO DE ELISABETH KÜBLER-ROSS 

Foi nos anos 60 através da excelência dos trabalhos da médica psiquiátrica suíça, Elisabeth Kübler-Ross, que a medicina debruçou-se aos estudos que levassem à compreensão da forma com que o homem lidava com o processo de morrer-morte, igualmente aos inúmeros colegas de profissão da década de 60, a especialista acreditava que esse era a maior crise da vida de um ser humano, o enfrentamento da finitude de sua existência (FUNDAÇÃO ELISABETH KÜBLER-ROSS). 

O reconhecimento da sua busca pelo entendimento sobre a morte, veio em 69 com sua obra Sobre a Morte e Morrer , fruto das suas inúmeras pesquisas com pacientes com doenças em estágio avançado, as entrevistas eram dirigidas pela médica em paralelo à escuta qualificada de seus alunos. Um trabalho singular que avaliou a morte e o luto da categoria humana quando estratificado as demandas do homem diante do fim.

O objetivo era proporcionar um espaço de escuta e acolhimento para os doentes, a fim de que eles pudessem relatar como se sentiam e o que sabiam do estágio de suas respectivas enfermidades (KÜBLER-ROSS, 2008 apud NETTO; 2015).

A sistematização do processo de morrer proposta por Elisabeth Kübler-Ross proporcionou aos profissionais das equipes de saúde não apenas o conhecimento, mas, principalmente a compreensão das fases, pelas quais passam pacientes e familiares contribuindo para o aprimoramento da  assistência prestada (VASCONCELOS; DUTRA; OLIVEIRA; 2012).

No Brasil, a tanatologia ganha espaço à partir da década de 80 com os estudos da psicóloga e doutora em saúde mental, Wilma Tôrres, a especialista carioca, criadora do programa Estudos e Pesquisas em Tanatologia, pela Fundação Getúlio Vargas, criou também o primeiro banco de artigos e livros sobre o assunto, sendo uma referência para estudos e pesquisas atualmente no Brasil ( KOVÁCS; 2012).

1.3 AS FASES EMOCIONAIS DAO PROCESSO DE MORTE-MORRER

Embora o foco fosse o paciente em si e suas reações nos diferentes estágios do processo de morte-morrer, Elisabeth Kübler ressaltava que também os familiares poderiam viver tais fases, ainda que de forma e grau diferentes e não sincronizadas, contudo, com a mesma necessidade de apoio da equipe multidisciplinar em saúde (VASCONCELOS; DUTRA; OLIVEIRA; 2012).

Também conhecida como Curva da Mudança de Kubler-Ross, os cinco estágios do sofrimento e morte enfrentados por pacientes, familiares e equipe profissional são categorizados da seguinte forma conforme Basso; Wainer (2011): negação – fase que colabora para minimizar o golpe da perda, já que funciona como um mecanismo de defesa temporário frente a notícia. Raiva – as emoções exacerbadas refletem o período de revolta onde o indivíduo busca por respostas e tende a responsabilizar pessoas ou situações.

A terceira fase do processo é a barganha – momento onde o indivíduo recorre às crenças que carrega, buscando a intervenção divina acerca de sua perda. A Depressão – divide-se em dois momentos, preparatória e reativa, onde a primeira reflete uma aproximação da aceitação do fato e a segunda ocorre em paralelo às outras perdas. 

Como quinta e última fase, temos a aceitação – onde ocorre um equilíbrio entre as emoções que emanam das frustrações e dificuldades passadas propiciando um estado mais sereno dos indivíduos. Ciente de que tais fases não significavam um roteiro igualmente reproduzido pelos sujeitos e seus familiares, Kubler-Ross, tratou de enfatizar, portanto, que a ordem dos estágios seria influenciada conforme o viver de cada pessoa. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tanatologia tornou-se importante não apenas para o entendimento da morte, mas, também como forma de “intervenção educativa e antecipatória que produz resultados importantes nas resoluções das perdas cotidianas e enfrentamento da morte e luto a longo prazo” (FÄRBER; 2013). 

Por essa razão e ainda segundo o autor supramencionado, o órgão mundial define que no cenário dos cuidados paliativos “a atuação em vista do alívio do sofrimento físico, psicossocial e espiritual do paciente e da sua família” faz resplandecer os princípios da tanatologia, especialmente ao assegurar a manifestação das crenças dos indivíduos em prol de seu bem estar e conforto.

2. MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo é resultado de uma revisão narrativa de literatura que destaca a importância da espiritualidade no enfrentamento do processo morte-morrer em pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Dessa forma, a escolha deste tema foi devido à necessidade de desenvolver cada vez mais evidências científicas para fundamentar as práticas da enfermagem oncológica-paliativista no âmbito espiritual.

A pesquisa dos dados e artigos, por sua vez, se deu através dos sites da Agência Nacional de Cuidados Paliativos – ANCP e do Instituto Nacional do Câncer – INCA, bem como pesquisa na Scientific Electronic Library Online (Scielo), além das bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Base de Dados de Enfermagem (BEDENF), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Foram pesquisados artigos da literatura portuguesa, através dos descritores “cuidado paliativo”, “oncologia” e “espiritualidade”. Nas bases de dados, tais descritores foram utilizados de forma combinada, através do operador booleano AND.

A partir dos artigos encontrados por meio da pesquisa, foram selecionados vinte e cinco que se enquadram no tema abordado, utilizando-se como inclusão os datados entre junho e novembro de 2019 e como critério de exclusão trabalhos que tratassem do cuidado paliativo em outras doenças senão o câncer ou que tratassem da oncologia fora do contexto do paliativismo. 

3. DISCUSSÃO

Por sua amplitude, o assunto está longe de ser contemplado em sua totalidade nesse estudo, sendo necessário, portanto, a continuidade das pesquisas. 

O Brasil é um país onde 90% da população declara seguir alguma crença religiosa e espiritual, é fundamental que as equipes multiprofissionais estejam conectadas com essa realidade, contemplando a espiritualidade e religiosidade dos indivíduos sem julgamento (CERVELIN; KRUSE; 2015).

A doença desencadeia a procura de significados, a busca pela compreensão dessa vivência avassaladora. As crenças espirituais e religiosas oferecem suporte emocional, social e motivação, além de promover estilos de vida mais saudáveis. Neste sentido, conhecer as crenças do paciente e seus familiares é fundamental para que o profissional de saúde compreenda de forma mais profunda suas necessidades (BOUSO, POLES, SERAFIM & MIRANDA, 2011 apud BARBOSA; 2017).

Conforme Silva (2011) apud Barbosa et.al. (2017), a palavra espírito tem origem hebraica e significa sopro, o entendimento humano logo a associou ao sopro de vida, portanto, a espiritualidade tornou-se subjetiva e variável para cada pessoa, sendo fortemente relacionada à conexão com uma força maior.

A religião, por sua vez, é o instrumento que o ser humano criou para expressar e conceituar a espiritualidade, através de comportamentos e práticas fundamentadas em uma denominação religiosa particular (DELGADO-GUAY, 2014). Dessa forma, uma antecede a outra, ou seja, a religião vem depois da espiritualidade, pois, funciona como um arcabouço de práticas e rituais que concretizam as crenças dos indivíduos, sendo fundamental, portanto, considerar também o ateísmo, pois, não necessariamente o indivíduo volta-se para uma entidade preestabelecida.

Embora relacionados, os conceitos não são sinônimos, contudo, na prática ambos se fundem em crença necessária para o enfrentamento do câncer “trazendo esperança, aceitação, encorajamento e fé, fazendo com que o momento seja menos doloroso […] pesquisas autônomas indicam que as ações constantes e exercícios religiosos têm diminuído o índice de morte em média de 30%” (GUIMARÃES; AVEZUM; 2007 apud SOARES; PEREIRA; TREVISAN, 2018). 

No século XX a inglesa enfermeira, assistente social e médica, Cicely Saunders, sistematizou o que chamou de Cuidados Paliativos (CP) a partir de seus estudos sobre o sofrimento no contexto físico, emocional, social e espiritual dos pacientes e pessoas próximas (BARBOSA et. Al. 2017).

Em seu livro, Cuidados da enfermidade maligna terminal, Cicely Saunders apresenta a filosofia do cuidado aos pacientes terminais, voltada à multifatorialidade dos sintomas, e a necessidade dos cuidados nas diferentes dimensões do sujeito (VENDRUSCULO-FANGEL et. Al 2018). 

Para Arrieira et. Al. (2018), CP pode ser definido como um conjunto de ações voltadas a promover a melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares que se encontram fora de possibilidades terapêuticas de cura, desenvolvidas por equipe multiprofissional de saúde.

Hui; Bruera (2016) pressupõem a necessidade de apoiar também a família por meio de ações que prezam pelo direito à informação, escuta, autonomia, alívio do sofrimento, intimidade, privacidade, compreensão dos aspectos psicossociais e espirituais, e aos cuidados imediatos após a morte.

A filosofia do CP emana da compreensão de que pacientes terminais ou fora de possibilidades terapêuticas devem ter o impacto da doença minimizado por ações que reafirmam a importância da vida, o alívio da dor e de outros sintomas penosos integrando os aspectos psicológicos e espirituais na estratégia do cuidado (HERME; LAMARCA; 2013).

A dor, por exemplo, pode despertar um sentimento negativo que impactam o modo como o paciente e sua família lidam com a situação imposta pela enfermidade, para Cicely Saunders o domínio sobre a dor é fundamental na qualidade da assistência, por isso, preocupou-se em conceituar a prática paliativa por meio do entendimento do que chamou de Dor Total, “ou seja, como a dor física se modifica sob a influência dos aspectos emocionais, sociais e espirituais, vivenciadas por um único sujeito” (VENDRUSCULO-FANGEL et. Al. 2018).

A dor pode ser definida como uma perturbação em determinada parte do corpo. Já o sofrimento é um conceito mais abrangente e complexo, pois atinge o todo da pessoa. Enquanto a dor pode ser controlada através de medicamentos, o sofrimento clama por sentido (Bertachini; Pessini, 2010 apud BARBOSA et.al. 2017).

De acordo com a OMS o CP não se caracteriza por etapas, mas, se baseia em alguns princípios como: a promoção do alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis, afirmação da vida, a morte um processo natural da vida, não abreviar ou prorrogar a morte, oferecer condições dignas de vida iniciando o CP precocemente até o processo de luto da família (VENDRUSCULO-FANGEL et. Al. 2018).

O Instituto Nacional do Câncer (INCA; 2018), sinaliza que o tratamento ativo e o paliativo devem ser associados o mais precocemente possível no curso da doença, desenvolvido concomitantemente ao tratamento curativo, o CP deve ser potencializado gradualmente, como um componente da assistência prestada ao paciente, do diagnóstico até a morte, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida.

Gobatto; Araújo (2013) comungam com a definição da OMS ao afirmarem que o CP não pode ser definido como o fim da terapia curativa, mas sim o estabelecimento de mudanças no foco do tratamento, a transição do cuidado ativo para o paliativo deve ser um processo contínuo e a sua dinâmica e momento de introdução diferem de paciente para paciente. 

Essa observação dos autores que difere os pacientes entre si, resgata Cicely Saunder, quando essa afirmou que o cuidado aos pacientes terminais será moldado a partir da multifatorialidade dos sintomas, e a necessidade dos cuidados nas diferentes dimensões do sujeito (VENDRUSCULO-FANGEL et. Al 2018). 

4. RESULTADO

A espiritualidade se constitui um importante instrumento para efetivação do CP, tendo em vista, contemplar diferentes dimensões da vida colaborando na prática diária das equipes de saúde em diagnosticar e buscar alívio para fenômenos como a angústia em função da perspectiva da morte e da dor (OLIVEIRA et al., 2018). 

Ao tomar consciência da proximidade da morte, o paciente e a família lidam com as mais variadas emoções e recorrem a mecanismos de enfrentamento, buscando resgatar naturalmente sua dimensão espiritual na tentativa de superar e aceitar a situação vivenciada (MIRANDA; LANNA; FELLIPE, 2015). A partir desse entendimento, a situação de adoecimento é compreendida como um ponto de mutação, através do qual, valores e atitudes são ressignificados para dar sentido à vida.

A importância da espiritualidade para o enfrentamento do processo de morte e morrer ao paciente em cuidados paliativos pode ser observado no relato de Saporetti (2009):

Entrei no quarto escuro e fechado, era uma tarde de verão e o sol brilhava intensamente pelas frestas da janela. De costas para mim, deitado numa cama, um homem adulto resmungou alguma coisa. Era a primeira vez que eu o visitava e pelos dados que sua família me contou teríamos muito pouco tempo de convivência juntos: melanoma metastático. Sua história começava há uma década, quando uma pinta se tornou uma grande sombra a atormentar sua vida: dezenas de cirurgias, imunoterapia, quimioterapia etc. Hoje, acamado e sem forças, padecia de dores de cabeça intensas causadas por metástases cerebrais e hipertensão intracraniana. Segundo as informações dadas por sua mãe e irmã, era espiritualista, mas não deram muita ênfase a isso. Aproximei-me da cabeceira e o cumprimentei, um grande amigo dele havia indicado meu trabalho.
Durante o exame clínico ficou clara a minha suspeita do prognóstico tão ruim. Estava acamado, incapaz de sair da cama, hemiparético, anasarcado, anorético e muito desnutrido
(…) Perguntei a ele, entre várias coisas, sobre sua religião e ele respondeu com um singelo “não tenho religião”. Após terminar o exame ele estava exausto e se deitou. Fiquei observando o quarto, na estante alguns livros sobre hinduísmo, uma pequena estátua de Buda empoeirada, papéis, adornos… Subitamente um objeto me chamou a atenção no criado mudo, um colar. Geralmente deixamos na cabeceira da cama objetos que estamos usando com frequência, como os remédios que ali também estavam. 
Após mudar a prescrição, com a finalidade de aliviar a cefaleia e melhorar o estado geral, fui para casa pensando naquele lugar. Parecia-me algo de origem africana, mas pouco sabia do tema e sua família não tinha maiores informações. Sua mãe era católica e a irmã, espírita. Pareciam tranquilas com as possíveis opções espirituais do filho, mas nem por isso pareciam se preocupar com essa dimensão. Incomodado, conversei com uma amiga praticante dos cultos afro-brasileiros que me disse tranquilamente:
— Esse colar deve ser um lagdabá.
— Um o quê??? – respondi mais confuso.
— É… um lagdabá, uma guia de Obaluaiê – complementou serenamente.
— Oba-Lu… quem? – Indaguei ironicamente.
Ela me explicou a respeito deste Orixá, que é o responsável pelos processos de transformação e curas, sendo também responsável pela vida e morte.
Retornei à casa dele após alguns dias e, para minha alegria, o esquema com dexametasona e morfina havia causado um ótimo resultado. Estava com pouca dor e havia voltado a se alimentar. Os cuidados eram dados pela família e um auxiliar de enfermagem. A família estava ciente do prognóstico e, apesar da dor, permanecia sempre atenta às orientações. Ao entrar no quarto, o paciente saudou-me com mais vigor, já sentado na cama. Quando fui examiná-lo, notei o colar em seu pescoço e arrisquei:

— Desculpe a intromissão, mas isso não é um lagdbá?
Ele estatelou os olhos e levantando a cabeça disse:
— Você sabe o que é isso?
— Não exatamente… Não é uma guia de Obaluaiê? – perguntei em tom de brincadeira.

Uma nova perspectiva do cuidado daquele paciente se revelou a partir de então. Ele havia praticado, por décadas, o candomblé e havia se afastado de sua raiz espiritual, inclusive por insistência de um médico que administrava “tratamentos alternativos” há alguns anos.
(…)
Nas duas semanas seguintes, seu estado piorou gradativamente e ele permaneceu a maior parte do tempo dormindo. Fui, então, visitá-lo, pois as dores haviam piorado, e lá presenciei um ritual dedicado a Oxum. Nessa tradição, cada um de nós é filho de um dos Orixás e retorna a ele no momento da morte. Oxum, a mãe das águas doces, é um orixá feminino, responsável pela nutrição, cuidado e fertilidade. Meu cliente era filho de Oxum e ao final dos cantos e rezas adormeceu. Todos saíram em silêncio e tive a sensação de que ele havia sido entregue “nos braços de sua mãe”. Orientei o ajuste das doses das medicações e parti sentindo a certeza de que ele não acordaria.
Três horas se passaram e sua esposa ligou: “Doutor, ele se foi!”
Chega a hora da partida, a natureza reclama o corpo. Ele deve ser entregue àquele que o criou. Cada povo segundo suas tradições encontra um modo de entregar a matéria à natureza e o espírito ao Criador. Alguns buscam o suave curso das Águas, o corpo é colocado em uma balsa ou liberto livre no mar para encontrar-se com o berço da vida, as águas do líquido amniótico. É uma súplica para que o espírito encontre seu novo caminho e renasça em outro local, outro ventre aqui ou no imaterial. A balsa se afasta e com ela afasta-se a morte. Podemos retornar a vida, o falecido já tem seu caminho no além. (ANCP, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade, ignorar a dimensão espiritual torna incompleta a abordagem do paciente, pois coloca o foco da assistência centrado na doença.

O ponto chave é trazer ao paciente qualidade de vida manifestando empatia, sem julgamentos, sempre que for preciso ouvir e olhar nos olhos ao falar, tocar para promoção de bem-estar, até que chegue o momento final. 

As equipes de saúde precisam desenvolver suas capacidades para o cuidado verdadeiramente humanizado e integral, reconhecendo o paciente inclusive na sua perspectiva espiritual, uma vez que o estudo mostrou a importância da proximidade com o Divino como fonte de bem estar e conforto para todos.

A humanização do cuidado paliativo ao paciente oncológico deve ir além das técnicas aprendidas e apreendidas durante a formação dos profissionais de saúde,  contemplando as questões espirituais do paciente, uma vez que, a preocupação e os questionamentos sobre a morte tomam maior proporção quando os sintomas físicos não são mais um desafio a ser superado, mas, sim, o medo do desconhecido diante da perspectiva da morte.

REFERÊNCIAS 

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1Graduado em Enfermagem pelo Centro Universitário Tiradentes – UNIT. Especialista em Saúde da Mulher pela DNA Pós graduação. Especialista em Estratégia da Saúde da Família pela Faveni – Faculdade Venda Nova do Imigrante, Enfermeiro do SAD – Serviço de Atenção Domiciliar (Melhor em Casa) Maceio/AL.
2Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal Fluminense. Doutoranda no Programa de Pós graduação em Enfermagem da Faculdade Estadual de Pernambuco PAPGEnf UPE/UEPB. Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas. Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Vale do Rio Doce. Pós graduada em Cuidados Paliativos pela faculdade Unyleya. Professora assistente da Universidade Federal de Alagoas.
3Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas. Doutora em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas pelo Programa de Pós Graduação Stricto Sensu do Centro Universitário Tiradentes. Mestrado em Ensino na Saúde pela Universidade Federal de Alagoas. Especialização em Ativação do Processo de Mudança na Formação Superior pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Especialização em Educação em Saúde para Preceptores do SUS pelo Instituto Ensino e Pesquisa Hospital Sírio Libanês e Especialização em Gestão em Saúde Pública e da Família pela Faculdade Integrada Tiradentes.
4Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Tiradentes. Pós graduanda em Dermatologia e Estética pelo Centro de Formação CEFAPP/AL. 
5Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Tiradentes. Especialista em Saúde Pública com Ênfase na ESF pela Faculdade da Região Serrana FARESE/ES. Pós graduanda em Urgência e Emergência e UTI pelo Centro de Formação CEFAPP/AL. Pós-graduanda em Pesquisa em Saúde CEFAPP/AL. Enfermeira da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) do hospital Maceió.
6Mestrando em GESTÃO DO CUIDADO EM ENFERMAGEM – MESTRADO PROFISSIONAL pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em enfermagem pela Faculdade do Bico do Papagaio FABIC. Especialista em Saúde da Família pela Faculdade de Imperatriz – FACIMP. Especialista em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade de Imperatriz – FACIMP. Especialista em Enfermagem Ginecológica e Obstétrica e Saúde da Mulher pela Faculdade de Imperatriz – FACIMP. Especialista em Regulação em Saúde no SUS pelo Hospital Sírio-Libanês. Enfermeiro regulador da Central de Transferências Inter-Hospitalares – CERINTER da Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina. Docente do Curso de Graduação da Faculdade de Santa Catarina – FASC Docente do Curso de Graduação da Universidade Paulista – Unip Campus São José/SC.
7Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Doutor em Planejamento Familiar pela University of Leeds, LEEDS, Inglaterra. Mestre em Planejamento Familiar pela University of Leeds, LEEDS, Inglaterra. Mestre em Medicina Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Especialização em Residência Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil.