IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

IMPACT OF THE COVID-19 PANDEMIC ON THE LEARNING OF BASIC EDUCATION STUDENTS

IMPACTO DE LA PANDEMIA COVID-19 EN EL APRENDIZAJE DE LOS ESTUDIANTES DE EDUCACIÓN BÁSICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10569411


Leoaldo Santana1
Euds Antonio Tenório Bulhões2


Resumo  Analisar o impacto da pandemia de covid-19 na aprendizagem dos alunos da educação básica no Brasil, com foco nas estratégias traçadas para a qualidade do ensino nesse período. Método: Trata-se de uma pesquisa integrativa, do tipo descritiva, de abordagem qualitativa, realizada com base em 10 artigos, selecionados em site especializado, considerando os critérios de inclusão e exclusão, compreendendo o período de publicação de 2020 a 2022. O universo pesquisado foi o de publicações sobre o impacto da pandemia na aprendizagem dos alunos da educação básica no Brasil. Resultados encontrados: A pesquisa possibilitou demonstrar que a pandemia impactou diretamente o direito à educação, especialmente, as crianças e adolescentes matriculados na educação básica das escolas públicas, por se encontrarem em situação de maior vulnerabilidade social, agravando problemas crônicos, como a desigualdade de acesso às tecnologias e a permanência na escola. Discussão: No período da pandemia, as dificuldades fizeram parte do cotidiano escolar, demonstrando a necessidade de criar novas possibilidades e potencialidades de incentivar a aprendizagem. Conclusão: Do ponto de vista pedagógico, a adaptação ao ambiente virtual consistiu um desafio, contribuindo para a construção de um novo modelo educacional caracterizado pela inovação em recursos e materiais didáticos. 

Palavras-chave Educação – Brasil, Covid-19, Impacto, Aprendizagem.

Abstract Analyze the impact of the covid-19 pandemic on the learning of basic education students in Brazil, focusing on the strategies outlined for the quality of teaching during this period. Method: This is an integrative, descriptive research with a qualitative approach, carried out based on 10 articles, selected on a specialized website, considering the inclusion and exclusion criteria, covering the publication period from 2020 to 2022. The universe researched was publications on the impact of the pandemic on the learning of basic education students in Brazil. 200 studies available in the GoogleScholar database were considered. 50 duplicate articles, opinion articles, news articles, incomplete articles, and those that did not meet the objectives were excluded. Results found: The research made it possible to demonstrate that the pandemic directly impacted the right to education, especially children and adolescents enrolled in basic education in public schools, as they are in a situation of greater social vulnerability, aggravating chronic problems, such as inequality of access technologies and staying at school. Discussion: During the pandemic period, difficulties were part of everyday school life, demonstrating the need to create new possibilities and potential to encourage learning. In this sense, reflections and experimentation with education in times of Covid-19 demonstrate the lack of connectivity as an obstacle to be overcome, requiring concrete actions to improve learning and the quality of teaching. Conclusion: From a pedagogical point of view, adapting to the virtual environment was a challenge, contributing to the construction of a new educational model characterized by innovation in teaching resources and materials.

Keywords Education – Brazil, Covid-19, Impact, Learning

Resumen: Analizar el impacto de la pandemia de covid-19 en el aprendizaje de los estudiantes de educación básica en Brasil, centrándose en las estrategias delineadas para la calidad de la enseñanza durante este período. Método: Se trata de una investigación integradora, descriptiva, con enfoque cualitativo, realizada a partir de 10 artículos, seleccionados en un sitio web especializado, considerando los criterios de inclusión y exclusión, abarcando el período de publicación de 2020 a 2022. El universo investigado fueron las publicaciones sobre la Impacto de la pandemia en el aprendizaje de los estudiantes de educación básica en Brasil. Se consideraron 200 estudios disponibles en la base de datos Google Scholar. Se excluyeron 50 artículos duplicados, artículos de opinión, artículos de noticias, artículos incompletos y aquellos que no cumplieron con los objetivos. Resultados encontrados: La investigación permitió demostrar que la pandemia impactó directamente el derecho a la educación, especialmente en niños y adolescentes matriculados en educación básica en escuelas públicas, al encontrarse en una situación de mayor vulnerabilidad social, agravando problemas crónicos, como la desigualdad. de acceso a las tecnologías y permanencia en la escuela. Discusión: Durante el período de pandemia, las dificultades formaron parte del cotidiano escolar, demostrando la necesidad de crear nuevas posibilidades y potencialidades para incentivar el aprendizaje. En este sentido, las reflexiones y experimentaciones con la educación en tiempos de Covid-19 demuestran la falta de conectividad como un obstáculo a superar, que requiere acciones concretas para mejorar el aprendizaje y la calidad de la enseñanza. Conclusión: Desde el punto de vista pedagógico, adaptarse al entorno virtual fue un desafío, contribuyendo a la construcción de un nuevo modelo educativo caracterizado por la innovación en recursos y materiales didácticos.

Palabras clave Educación – Brasil, Covid-19, Impacto, Aprendizaje

INTRODUÇÃO

Diante da disseminação mundial da covid-19, direcionada não só à saúde pública, como os mais diversos campos da sociedade contemporânea, gerando consequências econômicas, políticas, sociais, como também no âmbito educacional.

O mundo não estava preparado para enfrentar uma pandemia nessas proporções, as escolas brasileiras também não estavam prontas para incrementar o ensino remoto.

No Brasil, pela carência de uma política nacional de enfrentamento por parte do Governo Federal, os estados foram se organizando das mais diversas maneiras. São Paulo, maior estado do país, optou pela oferta de educação não presencial, com suporte via canal televisivo TV Educação, em parceria com o centro de Mídias Estadual. Neste sentido, foram preparadas aulas, oferecidas neste canal televisivo e virtual em horários alternados, com conteúdos curriculares oferecidos de acordo com a série e a etapa da educação básica (VIEIRA e RICCI, 2020).

A pandemia do novo coronavírus foi decretada como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois a propagação do vírus por vários países e territórios, com a mesma velocidade e rapidez do processo da informação da aldeia globalizada. Diante do aumento acelerado do número de casos, os governos tomaram medidas emergenciais como fechar as escolas, o que trouxe impactos para a educação, para a comunicação e até mesmo para as relações sociais.

Nesse contexto, muitos alunos foram afetados pela falta de acesso à internet (que não tinham em casa) e pelo já baixo rendimento do aprendizado. Além disso, houve também evasão escolar, uma vez que alguns pais tiraram os filhos das escolas, por acharem que o ensino remoto não iria trazer resultados satisfatórios para a aprendizagem dos seus filhos.

Tal contexto vem marcando a história da educação nos seus distintos níveis de ensino há mais de duas décadas e foi intensificado no momento em que a pandemia se instaurou no mundo, exigindo dinâmicas diferenciadas para viver e sobreviver face ao novo coronavírus.

Desse modo, justifica-se o motivo da escolha do tema de pesquisa, por sua relevância social e acadêmica, visto que a pandemia surgiu em dezembro de 2019 e até hoje são necessárias medidas para conter o seu avanço. Considerando que a educação é um direito fundamental assegurado a todos e para a dignidade da pessoa humana, destaca-se, na perspectiva da educação básica,  que é através dele que a criança e o adolescente transformam suas vidas, buscando novos caminhos para se efetivar como pessoas, capazes de serem atuantes em uma sociedade dinâmica, lutando por justiça, por qualidade de vida e por um ensino que proporcione a todos uma educação pública que seja capaz de atender com toda a estrutura que a educação requisita.

A pesquisa tem como objetivo geral analisar o impacto da pandemia covid-19 na aprendizagem dos alunos da educação básica no Brasil no período de 2020-2022.

MÉTODOS

Neste artigo a metodologia utilizada foi a revisão integrativa, segundo Neto (2009), é o procedimento de buscar informações documentais sobre os conhecimentos já acumulados sobre um determinado tema. Os critérios de inclusão definidos para seleção dos artigos foram: artigos primários, publicados em português entre 2020 a 2022 com o tema oimpacto da pandemia pela covid-19 na aprendizagem dos alunos da educação básica

Dessa forma, para a seleção dos estudos foram realizadas as seguintes etapas: leitura dos artigos selecionados; leitura dos resumos, de acordo com critérios de inclusão e exclusão; leitura, na íntegra, dos artigos da amostra parcial; exploração dos artigos; codificação dos conteúdos emergentes e relevantes; e apresentação dos resultados a partir da leitura seletiva dos resultados.

O universo pesquisado foi o de publicações sobre o impacto da pandemia na aprendizagem dos alunos da educação básica no Brasil. Foram considerados 200 estudos disponíveis na base de dados do google acadêmico. Foram excluídos 50 artigos duplicados, artigos de opinião, artigos de notícias, artigos incompletos, artigos de revisão e aqueles que não atendiam aos objetivos deste estudo. Após a exclusão, 15 artigos permaneceram disponíveis para leitura na íntegra seguindo os mesmos critérios de exclusão. Por fim, 10 artigos foram selecionados para escrever esta revisão integrativa.

Fluxograma de Prisma

Quadro 1 – Relação entre as propostas apresentadas por alguns autores destacados e seus principais achados.

Artigo/anoProposta Principais achados 
BARREIROS, Camilla Monteiro/ 2021investigar as interferências da pandemia no campo da educação a partir do ponto de vista dos professores, identificando os problemas e as dificuldades que estes profissionais da área da educação passaram a enfrentar com as atividades remotasO ensino remoto não era uma realidade vivenciada na vida da maioria dos educadores, especialmente na dos profissionais da educação básica. Com o surgimento da pandemia essa modalidade de ensino passou a ser necessária, assim, os profissionais passaram a utilizar essa e outras ferramentas para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
GROSSI, M. G. R.; MINODA, D. DE S. M.; FONSECA, R. G. P./2020.Apresentar os impactos da pandemia das famílias, cujos filhos estão no Ensino Fundamental I da COVID-19 na educação, sob a perspectiva Rede de Ensino Privada de Belo Horizonte, a qual passou a ofertar suas aulas remotamente.A pesquisa demonstrou que o isolamento social e o ensino remoto ofereceram às famílias a oportunidade de resgatar seu papel educativo. Também se percebeu que, embora alguns alunos estejam bem com essa situação, a maioria está tendo dificuldade em estudar a distância, estão ansiosos, triste e desmotivados. Sentem a falta da escola, dos amigos e dos professores.    
JUSTINO, Cenira Ferreira Marques; COELHO, Maria Batista; SANTOS, Márcia Carvalho/  2020Compreender os principais desafios da educação escolar durante a pandemia, demonstrando as principais dificuldades enfrentadas pela escola, mencionando os fatores que dificultam o acesso dos alunos as aulas.O estudo evidenciou que as escolas não estavam preparadas para tamanho desafio, seja por falta dos recursos tecnológicos ou preparo dos educadores e como consequência a aprendizagem dos alunos foi diretamente afetada.. A maior parte dos alunos das escolas públicas estavam estudando por meio de atividades tutoradas e não tem acesso aos recursos tecnológicos necessários, isso demonstra a necessidade de se ter políticas públicas de enfrentamento das desigualdades sociais e econômicas.
RITTER, Denise; PERIPOLLI, Patrícia Zanon; ULEGON, Ana Marli/ 2020.  Compartilhar a síntese que fizemos acerca de algumas plataformas e recursos tecnológicos que podem ser utilizados nas aulas remotas   e   para   enriquecer   as   aulas presenciais.   As aulas remotas foram adotadas em um contexto emergencial, diante desse cenário, as instituições e os professores tiveram que se reinventar e utilizar diferentes estratégias para ensinar.  A atual situação tem desafiado professores e estudantes a recriar o processo de ensino e aprendizagem. As atividades remotas são importantes para que os estudantes mantenham o contato com professores, colegas e o ritmo de estudo, para que não apresentem muita dificuldade no retorno à rotina escolar.    
BARBOSA; Alexandre Lucas de Araujo; ANJOS, Ana Beatriz Leite dos; SALGADO, Cíntia Alves/2021.Identificar os impactos deste isolamento na aprendizagem de crianças e adolescentes da educação básica.  Os resultados demonstraram que, dentre os estudos analisados, há um alerta para os estudantes em situação de vulnerabilidade social, com pior repercussão em meninas em situação de risco para gestação precoce e sobrecarga de trabalho doméstico, assim como prejuízos acadêmicos em virtude da falta da alimentação no contexto escolar daqueles que dependem da escola para sobrevivência.
ALVES, Lynn/2020Discutir e analisar as orientações das mantenedoras das escolas privadas da educação básica, especialmente na cidade de Salvador, para a aprendizagem das crianças durante o distanciamento social.Diversos âmbitos foram atingidos, incluindo as escolas que para os seus estudantes é vista como um importante espaço de socialização e intercâmbio entre seus pares. O contexto apresentado torna-se preocupante, pois mais uma vez, o processo que deveria ser prazeroso e rico, torna-se estressante, desgastante e frustrante para os sujeitos do processo de ensinar e aprender, incluindo nessa situação singular, os seus pais.
BECSI, Alexandre Thiesen/2021 Analisar os impactos da pandemia de Covid-19 ao Direito à Educação e os desafios impostos aos gestores públicos na área de educação no Brasil.Observou na pesquisa realizada que a educação, antes mesmo da pandemia, já vinha sofrendo com entraves para a sua concretização. Há um claro descompasso entre os ocupantes do poder e os pacientes da Política Pública Educacional. Logo, é imprescindível que essas crianças e adolescentes que estão à margem da sociedade possam ter oportunidades para um dia ocuparem os seus lugares de fala e de tomada de decisão e, para isso, só há uma saída – a efetiva concretização do Direito à Educação.
VALENTE José Armando; ALMEIDA Maria Elizabeth Bianconcini de /2022discutir o legado do desenvolvimento dos projetos e propostas que antecederam a pandemia, bem como da própria experiência da crise sanitária, de modo a pensar como poderão ser a educação e o futuro da escola à luz das vivências dos últimos anos, que deixam marcas indeléveis na vida de crianças, jovens e adultos.Os resultados do trabalho possibilitaram entender as diferentes concepções sobre metodologias ativas, bem como analisar as potencialidades destas metodologias para uso em diferentes níveis de ensino. Ainda se convive com metodologias tradicionais que acabam distanciando os educadores dessas propostas, embora os alunos expressem interesse por compreendê-las e se mostrem engajados, produtivos e reflexivos quando participam de atividades baseadas em novas metodologias.
RODRIGUES, Brenda Valeria Soares; GIACOMIN, Joicy Machado; RODRIGUES, Nathália Cristina Alves de Souza Gama et al./2022 explorar os impactos da pandemia de COVID-19 no desenvolvimento psicossocial da criança com autismo, no que se refere a vida escolarObservou-se os impactos trazidos para o desenvolvimento da criança e construiu-se um espaço de reflexão sobre a importância da instituição escolar. Para isso, foi aplicado um formulário online, respondido por 10 mães. É essencial estimular as potencialidades da criança com autismo sem sufocar sua posição de sujeito do desejo. Percebe-se a partir desse estudo a necessidade de explorar os mecanismos envolvidos na adaptação a novas rotinas.
ROCHA; Camila Raianna Justiniana; LARA, Jessica Naiara; FURTADO, André Luís Fonseca. (2021)Discutir obre os desafios enfrentados por professores e alunos na pandemia.O estudo apresentou que os desafio proposto será o de reparar as perdas acarretadas pelo ensino remoto. Tendo que ser desenvolvido à eliminação das desigualdades, oportunizando aos alunos, sobretudo aos que foram excluídos no contexto de pandemia. As aprendizagens deverão ser voltadas para o desenvolvimento intelectual, humano e do pensamento crítico, e para a formação da cidadania.

RESULTADOS

De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, em seu artigo 32, § 4º, “o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais” (BRASIL, 1996, p. 22). Dessa forma, observa-se que educação a distância é admissível em casos excepcionais, a exemplo da pandemia.

Levando em consideração o campo educacional e diante do escasso                    conhecimento inicial sobre o referido vírus, justificou-se o cuidado com relação à situação da educação básica que, em muitas situações, já estava precária no Brasil, pelos processos de desigualdades existentes no país. Todavia, passados quase três anos do início dos primeiros casos, entende-se que para haver um “novo normal”, é necessário considerar que as condições de boa parte das escolas públicas do país e de trabalho dos profissionais da educação sempre estiveram distante do mínimo de normalidade, razão pela qual é possível que o “novo normal”, dificilmente se estabeleça como um fato efetivamente novo nesses contextos.

Considerando que o grande impacto evidenciado apresenta relacionado  na aprendizagem, segundo com o Ministério da Educação, a principal preocupação é o retrocesso do processo educacional, por decorrência da suspensão das aulas presenciais, comprometendo o calendário acadêmico.

Com isso acarretando danos estruturais e sociais para as famílias e para os estudantes de baixa renda, trazendo um abandono e uma evasão escolar. Além disso, o MEC afirma que as famílias em situações vulneráveis antes da pandemia, aumentaram no cenário de pandemia.

Refletindo sobre o cenário atual da educação básica, e do retorno do contato presencial, os impactos podem ser percebidos nas próximas gerações, mas é preciso acompanhar como essa modificação educacional, impactará os futuros profissionais, e também seguindo o compromisso das escolas, pois a instituição escolar deve ser um espaço de condução de conhecimentos e valores.

Considerando portanto que para uma superação da crise e para focar na possibilidade de a educação não sofrer grandes danos, com o risco do crescimento da desigualdade educacional, é necessário que escola passe a ser vista como um espaço de inclusão e não de exclusão.

Isto é, a necessidade de dirimir problemas e discussões novas continuam surgindo, onde a crise educacional é abarbada como “modernidade tardia”, e quando  aparece uma dificuldade na educação, existe uma rejeição de modo quase generalizado, e quando os governantes, legisladores e os cidadãos se acomodam com o “problema” e as muitas vezes resolvem, surgindo outro, improvisando assim uma perspectiva de um país como transcrevido acima, moderno e tardio.

As aplicações de novos métodos são fundamentais ao ensino, como metodologias ativas, que representem um sistema de aprendizado eficiente, e inserir tecnologia nas práticas educacionais através da cultura digital e pensamento computacional, são maneiras de estimular os estudantes e coloca-los para desenvolver as habilidades e competências.

Como o próprio significado de colaboração sugere, o tipo de sala de aula está associado a uma maior colaboração dos alunos na sala de aula e, portanto, a um papel mais ativo na sala de aula. Esta é uma das tendências da educação pós-epidemia relacionada à educação. Numa sala de aula colaborativa, os alunos trabalham juntos e ajudam-se mutuamente, o que significa que o professor não é o único responsável pelo ensino. Dessa forma, ele desempenha um papel mais orientador. Isso permite que as crianças desenvolvam novas habilidades.

A tecnologia tem que ser vista como uma propulsora ao processo de ensino e aprendizagem e contribuir para a inovação e criatividade, além de um aprendizado personalizado que respeita os diferentes ritmos de aprendizado ao oferecer várias ferramentas que contribuem para o ensino.

Deve-se analisar a mudança mundial com a pandemia, e nada é como era, e tendo em vista isso, a escola pública brasileira, deve ser dirigida seguindo o mesmo caminho, o caminho da transformação, da adaptação, da qualidade assegurada em todos os aspectos. Diante desse panorama, a Revista Censo, no artigo “as políticas públicas de avaliação em larga escala no Brasil diante da pandemia a Covid-19” retrata que o contexto inserido, é tão desafiador, único, “pois, as políticas de avaliação observarem o efeito do que se está vivenciando e, a partir daí, reinventarem-se, na medida do possível.”

Com as novas tecnologias, os elementos do saber já não são mais imaginados como componentes tão abstratos ou distantes, sendo bem próximos, e mais presentes em tempo real. Contudo, o padrão de várias escolas no Brasil, particularmente das públicas, parece estar retornando ao passado, enfocando conteúdos através de aulas expositivas, de maneira que as peculiaridades individuais e geracionais são pouco notadas.

Entretanto, as tecnologias, sozinhas, não são suficentes para resolver a aprendizagem. Isso porque as tecnologias necessitam estar dentro problemas da educação, como, por exemplo, as particularidades dos estudantes e suas dificuldades de um projeto docente bem estruturado, no qual os usos não são aleatórios e despretensioso; ao contrário, ocorrem para atender a objetivos previamente pensados.

Nessa perspectiva, a internet pode servir como um meio de ensino e aprendizagem, indo além da sala de aula, cabendo ressaltar que

o que é particularmente fascinante nas novas tecnologias disponíveis hoje, em especial na Internet, e, dentro dela, na Web, não é que, com sua ajuda, seja possível ensinar remotamente ou a distância, mas, sim, que elas nos ajudam a criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem nos quais as pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem ter que se tornar vítimas de um processo formal e deliberado de ensino. A aprendizagem, neste caso, é mediada apenas pela tecnologia (CHAVES, 2011, p. 4).

O processo de ensinar e educar é inteirado por pessoas de diversas idades e maturidades, como também de realidades sociais e vivências variadas. Desse modo, para atingir uma educação de qualidade, não se pode enxergar somente a sala de aula ou para o professor na frente dos estudantes, mas para um conjunto mais amplo. Esse conjunto, todavia, deve sempre apreciar as novas tecnologias, que são ferramentas importantes para aperfeicoar o desenvolvimento do ensino-aprendizagem.

Atualmente, a educação brasileira abarca o confronto simultâneo entre questões psicológicas, sociais, econômicas e culturais, tendo em vista a busca das formas de  liberdade, solidariedade e justiça. Adiciona-se a essas questões o papel constitutivo da cultura em todos os aspectos da vida em sociedade. Nessa perspectiva, o MEC especifica a formação de cidadãos como função do Ensino Fundamental (BRASIL, 1996). Isso envolve as ações de educar para a democracia, associando as práticas pedagógicas diárias às novas tecnologias e à pluralidade de linguagens que compõem o universo.

DISCUSSÃO

O estudo de Justino (2020)demonstra que as escolas não estavam preparadas para tamanho desafio, seja por carência dos recursos tecnológicos ou preparo dos educadores e como consequência a aprendizagem dos alunos foi diretamente afetada. A maior parte dos alunos das escolas públicas estava estudando por meio de atividades tutoradas e não tinham acesso aos recursos tecnológicos necessários, apontando a necessidade das políticas públicas de enfrentamento das desigualdades sociais e econômicas.

O estudo indica que é preciso que haja união entre gestão escolar, coordenação pedagógica, docentes, família e a comunidade, de maneira igualitária, recíproca e dinâmica necessitando trabalhar para o melhoramento da qualidade do ensino no país, haja vista que a educação é responsável por formar cidadãos conscientes, além de promover a ascensão social.

Dias e Brito (2020) observaram que, na pandemia, grande parte das escolas e das universidades está fazendo o possível para garantir o uso das ferramentas digitais, mas sem terem o tempo hábil para testá-las ou capacitar o corpo docente e técnico-administrativo para utilizá-las corretamente.

No artigo intitulado “A Covid-19 e a volta às aulas: ouvindo as evidências”, Oliveira, Gomes e Barcellos analisaram a questão do afastamento prolongada por causa da quarentena imposta pela pandemia, o impacto das tecnologias no desempenho escolar e quais os caminhos mais promissores para que este não seja um período completamente perdido para os alunos da Educação Básica.

No período da pandemia, as dificuldades fizeram parte do cotidiano escolar, demonstrando a necessidade de criar novas possibilidades e potencialidades de incentivar a aprendizagem. Nesse sentido, as reflexões e a experimentação da educação em tempos de Covid-19 demonstram a falta de conectividade como um obstáculo a ser superado, necessitando de ações concretas para a melhoria da aprendizagem e a qualidade do ensino, com acesso à internet para todos. 

Um aspecto que deve ser visto, observado e analisado, ao longo prazo, é o déficit de aprendizagem devido à suspensão das aulas presenciais na pandemia que trouxe impactos socioeconômicos agravando ainda mais as desigualdades em todas as esferas sociais (BECSI, 2021).

Estudo realizado por Medici; Tatto; Leão (2020) indica que as condições de acesso e aprendizagem não são as mesmas e que o ensino remoto é diferentemente avaliado por estudantes das duas redes de ensino (pública e privada). Logo, as medidas que estão sendo implementadas no período da pandemia poderão aprofundar o quadro de exclusão e segregação de maneira significativa, a exemplo das desigualdades de condições de estudo e desenvolvimento humano.

Rodrigues et al. (2022) realizaram estudo com o objetivo de identificar como a criança com autismo tem sido influenciada pelo contexto pandêmico. Os autores observaram que a aprendizagem no período da pandemia foi comprometida e as interações foram dificultadas, uma vez que a convivência física com os professores e demais alunos estava impossibilitada. A falta do ambiente escolar comprometeu a maioria dos casos pesquisados em questionário, ocasionando efeitos negativos para os aspectos educacionais e sociais. A nova modalidade de ensino trouxe, para a educação, a necessidade de renovar o que é aprender.

Os estudos realizados no Brasil demonstram que as decisões tomadas no sistema educacional foram um grande desafio para todos, principalmente para as famílias e professores que tiveram de se adaptar à nova realidade da adaptação com as ferramentas tecnológicas.

O estudo de Grossi (2022) identificou que os docentes estavam cansados e estressados com o aumento do trabalho, inseguros com  a nova   maneira   de   ensinar,   especialmente   porque   nem   todos  tinham domínio das novas  tecnologias   digitais   que   as   aulas online demandam e, sofriam com a pressão das escolas e das famílias.

O estudo de Barbosa; Araújo (2020) demonstrou que a suspensão das aulas, em razão da pandemia do novo coronavírus COVID-19, trouxe consequências na aprendizagem de crianças com e sem transtornos do neurodesenvolvimento. O objetivo dos estudos visou nos principais resultados que deveriam refletir na aprendizagem face às diferenças de acesso entre crianças de alta e baixa renda, em situações desiguais de ensino-aprendizagem e recursos tecnológicos e materiais educacionais para acompanhamento das aulas remotas, assim como a efetivação de estudos realizados no ambiente domiciliar.

Estudo de Rocha, Lara e Furtado (2021) evidenciou que os alunos, especialmente das classes mais pobres, tenderam a retornar para as escolas com dificuldades de aprendizagem expressivas, que deveriam ser ajustadas da melhor forma possível. O tempo de aprendizagem deveria ser reconsiderado, visando o que era realmente relevante e nas formas que assegurassem a evolução cognitiva flexível, possibilitando a construção criativa de conceitos, de problematização e na busca de outros ou de novos saberes.

Ritter; Peripolli e Ulegon (2020) enfatizaram que, diante da vivência atual na pandemia do covid-19, os docentes precisaram se desafiar buscando novas maneiras de recriar suas aulas, utilizando recursos tecnológicos, de forma que permitissem compartilhar aulas, fazendo atividades, corrigindo exercícios e realizando avaliações.

Segundo Barreiros (2020), os principais meios que os professores da educação básica utilizaram para entrar em contato com os alunos e seus pais foram o WhatsApp e o Facebook. Com a utilização dessas ferramentas, os professores estavam, cada vez mais, mesclando sua vida pessoal com a profissional, tendo em vista que antes essas redes sociais eram usadas para sua vida particular e agora, passaram a ser utilizadas para que os professores pudessem atender melhor aos alunos, tirando suas dúvidas de forma mais rápida e prática, mas ao mesmo tempo ampliando o tempo de trabalho e comprometendo a vida pessoal.

No estudo de Valente e Almeida (2022), observa-se que as tecnologias digitais estão começando a expandir novos espaços de aprendizagem. Em alguns casos, os alunos estão sendo convidados para as plataformas por seus educadores. Em outros, configuram-se como aprendizes ubíquos que consomem plataformas de educação não controladas pelo sistema educacional.

Na análise de Alves (2020), as práticas docentes que vêm sendo realizadas reproduzem o que tem de pior nas aulas presen­ciais, utilizando um modelo de interação broadcasting, no qual os professores transmitem infor­mações e orientações para um grupo de alunos que nem sempre consegue acompanhar o que está acontecendo nesses encontros virtuais e participar efetivamente, uma vez que muitos estudantes nem abriam a câmera, e por vezes apenas acessavam à sala e não permaneciam acompanhando as atividades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios e aprendizados, incluindo novas formas de comunicação, solidariedade, e impactos na educação básica no Brasil entre 2020 e 2022. Destaca-se a utilização de tecnologia para mitigar os efeitos da suspensão das aulas, mas ressalta que a desigualdade socioeconômica limita o acesso de muitos alunos aos recursos necessários. A pesquisa aponta que a pandemia afetou o direito à educação, especialmente para alunos de escolas públicas em situação de vulnerabilidade social. O estudo sugere a necessidade de investigações adicionais no ambiente escolar, com a participação de estudantes e professores, para entender as demandas pós-pandemia e seus impactos na comunidade escolar, especialmente na escola pública.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e nossa mãe Rainha do céu, por ter me iluminado e fortalecido a cada dia da minha vida. Às pessoas mais especiais da minha vida: meus pais, verdadeiros exemplos de perseverança e de vida, por todo carinho, esforço, atenção que propiciaram à minha educação pessoal.

Aos meus irmãos e meus avós, que conviveram e compartilharam os êxitos, dificuldades e momentos inusitados e enriquecedores ao longo da vida pessoal e profissional.

Aos meus amigos, agradeço pela gratidão pelo apoio nas horas difíceis, pois foram importantes para cada passo conquistado.

Ao orientador, o meu agradecimento por tudo que aprendi, pela atenção e tempo dedicados na orientação deste trabalho, de forma competente, transparente e experiência.


REFERÊNCIAS

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1La Universidad Interamericana Republica del Paraguai, Assunção – Paraguai. E-mail: leoaldosantana@yahoo.com.br

2La Universidad Interamericana Republica del Paraguai, Assunção – Paraguai. E-mail: eudstenoriobuloes@hotmail.com