POVOS CIGANOS: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL À VISIBILIDADE DE UM POVO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10567102


Fabíola Benigna Lopes De Queiroz
Orientação: Prof. Me. Hélcia Sampaio Muniz Garcez.


RESUMO

A origem dos povos ciganos é cercada de mistério, assim como suas práticas, comparada com a indiana, pela semelhança cultural e tradicional, contudo os registros, na sua maioria oral, traz uma diversidade regional e razões diversas para sua expansão, dividindo-se em três etnias mais conhecidas que são os Rom, Calon e Sinti. Esse estudo teve como objetivo analisar os estudos de psicologia acerca dos povos ciganos através das publicações em plataformas científicas, perspectivando a pesquisa presente no estado da arte. A psicologia social obteve um papel fundamental vinculando com as representações sociais, norteando como os profissionais de psicologia podem contribuir na respectiva temática.  Dessa forma, o trabalho delineou-se por identificar nas produções sobre os povos ciganos, verificar o índice de produções que possuem como tema central povos ciganos e analisar a diáspora cigana numa perspectiva psicossocial. Na definição da questão norteadora: o que está sendo publicado no domínio da psicologia sobre os povos ciganos no Brasil. Os materiais encontrados foram artigos e documentários. A metodologia proposta de natureza exploratória, com a revisão sistemática, descritiva e bibliográfica com recortes de análise fílmica documental, os livros e artigos e dissertações aprimoraram a articulação na fundamentação teórica. A abordagem qualitativa quantitativa com a finalidade de coletar dados, que podem ser descritos e analisados em tabelas com a proposta de obter recursos que pode viabilizar o estudo conforme os resultados obtidos no decorrer da pesquisa. Conclui-se que, os povos ciganos sofrem invisibilidade social, que interfere na criação de vínculo com o meio social, considerando a diáspora uma tendência arraigada que impede a aproximação dos demais grupos da sociedade.

Palavras-chave: Ciganos; Comunidade cigana; Psicologia social.

ABSTRACT

The origin of the gypsy people they are surrounded by mystery, as well as their practices, compared to the Indian, due to the cultural and traditional similarity; however, the records, mostly oral, bring a regional diversity and different reasons for its expansion, being divided into three best-known ethnic groups that are the Rom, Calon and Sinti. This study aimed to analyze psychology studies about gypsy peoples through publications on scientific platforms, putting this research in perspective in the state of the art. Social psychology played a key role in linking with social representations, guiding how psychology professionals can contribute to the respective theme. In this way, the work was outlined by identifying the productions about gypsy peoples, verifying the index of productions that have gypsy peoples as their central theme and analyzing the gypsy diaspora from a psychosocial perspective. In defining, the guiding question: what is being published in the field of psychology about gypsies in Brazil? The materials found were articles and documentaries. The proposed methodology of an exploratory nature, together with the systematic, descriptive and bibliographical review with clippings of documentary film analysis, books and articles and dissertations improved the articulation of the theoretical foundation. The quantitative qualitative approach with the purpose of collecting data, which can be described and analyzed in tables with the proposal to obtain resources that, can make the study viable according to the results obtained during the research. It is concluded that gypsies suffer social invisibility, which interferes with the creation of bonds with the social environment, considering the diaspora as an ingrained tendency that prevents the approximation of other groups in society.

Keywords: gypsies; gypsy community; social Psychology.

1  INTRODUÇÃO

 A historiografia dos povos ciganos possui várias vertentes devido às divisões étnicas a qual são: Rom, Calon, Sinti, seguidamente as subdivisões dos grupos e subgrupos. Numa acepção geral, a chegada no Brasil dos povos universalmente conhecidos como ciganos, que ocorreu por volta de 1574, devido ao modo de ser e perceberem que suscitariam impactos na sociedade que não correspondiam com as expectativas da sociedade e dos grupos majoritários “não ciganos”. Por esse motivo ocorreria o degredo e as expulsões dos territórios de origens predominantes vindo da indiana e Portugal (ANDRADE, 2013).

 As representações sociais e a psicologia social contribuem no conhecimento dos processos que permeiam as relações humanas grupais e individuais. No contexto da pesquisa são grupos minoritários, os quais sofrem discriminações e preconceitos, que estão arraigados no pensamento social advindo de processamentos históricos (VALA, 2013).

 Em 2019 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) viabilizou referências a respeito da psicologia com povos tradicionais, com técnicas para atuação de profissionais de psicologia frente às políticas públicas voltadas à temática. O olhar em relação aos povos tradicionais requer um desdobramento, ou seja, buscar refletir nos acontecimentos históricos, desse modo a efetividade nos impactos sociais que os povos tradicionais demandam intrínsecos na saúde mental.   

 A fim de refletir sobre os estudos sobre os povos ciganos, surge o problema de pesquisa. Quais os impactos psicossociais que atravessam o povo cigano conforme sua diáspora? A partir do questionamento sobrevindo o assunto, torna-se concernente ao objeto social. A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar os estudos de psicologia acerca dos povos ciganos através das publicações nas plataformas científicas; buscou-se realizar a pesquisa no estado da arte com a revisão sistemática a respeito dos povos ciganos.

 Os objetivos específicos percorrem: a identificação nas produções sobre os povos ciganos; verificar o índice de produções que possuem como tema central povos ciganos; analisar a diáspora cigana numa perspectiva psicossocial. Nadefinição da questão norteadora: “o que está sendo publicado no domínio da psicologia sobre os povos ciganos no Brasil?”. Os materiais encontrados foram artigos e documentários.

 Para mapear a produção científica, foram observadas as publicações realizadas entre os anos de 2009 e 2020, no portal PePSIC, (Periódicos Eletrônicos de Psicologia) artigos científicos. Na SciELO (Scientific Electronic Library Online) entre 2018 e 2022, artigos científicos.  Foram definidos como critérios de inclusão os artigos em português, abordando a temática dos povos ciganos, considerando os critérios de exclusão, antepondo-se por não incluir artigos em língua estrangeira. Observação as datas dos periódicos diferem, devido à ausência de materiais, que complementasse com a ideia de outros autores.

  As palavras-chave utilizadas foram “ciganos”, “comunidade cigana” e “psicologia social”. Os referidos termos foram utilizados nas pesquisas por dois aspectos: a primeira pesquisou-se separadamente e em seguida os termos familiarizados simultâneos: ciganos, comunidade cigana e psicologia social, constatou-se número reduzido nas publicações referente aos descritores. 

A metodologia proposta de natureza exploratória, descritiva e bibliográfica com recortes de análise fílmica documental, proporcionando um desenvolvimento contextual na elaboração da pesquisa. Os livros, artigos e dissertações aprimoraram a articulação na fundamentação teórica. A abordagem qualitativa e quantitativa com a finalidade de coletar dados que podem ser descritos e analisados que elencassem numa junção de recursos e viabilizasse o estudo conforme os resultados obtidos na pesquisa.

 Por fim, a pesquisa presente possibilita outras áreas das ciências sociais que podem estar comportando informações sobre a temática, contudo, o número de publicações nas atribuições da psicologia, nos preceitos qualidade de vida e a saúde geral da população cigana foi discreta, pela necessidade de investir em estudos voltados a etnia cigana, contribuindo na prevenção de problemas emocionais, saúde psicológica e social. Sendo assim, justifica-se nesse artigo compreender respostas que possam contribuir na profissão de psicologia, compartilhando com outras áreas afins, todavia não descontinuar sobre esse tema de relevância para a sociedade e para com os povos ciganos.     

2  METODOLOGIA

 A presente pesquisa apresenta a estruturação da metodologia que é um ponto central na pesquisa científica. O pesquisador é norteado com elementos centrais que estão relacionadas às teorias técnicas dando sentidos a pesquisa, o objetivo foi encontrar métodos que se adequasse conforme a realização da pesquisa (MINAYO et al. 2002).

 Designa –se a elaboração do estudo na perspectiva exploratória, essa pesquisa teve como objetivo explorar em primeiro contato com matérias que não sofreram alterações por outros autores, correspondendo uma construção familiarizada sobre a pesquisa. (FONTELLES et al., 2009).

 Conforme Fonseca (2002), para obter um melhor levantamento desta pesquisa objetivou-se o estudo bibliográfico, as quais são desenvolvidos a partir de livros e artigos científicos, por meios eletrônicos, gerenciando informações em sites e plataformas científicas, permitindo ao pesquisador uma aproximação dos estudos que na maioria das vezes foram produzidos por diversos autores, que permite um levantamento na referenciais teóricas.  A pesquisa documental de acordo Gil (2008) são narrativas de materiais já elaborados por outros autores, porém, não tenha adquirido tratamento analítico. Sendo esse documento em primeira ou em segunda mãos, o acesso a essas produções foram realizadas a partir fontes digital, assim como recortes de documentário, referente ao tema, preservando a pesquisa de modo que não tivesse influência da pesquisadora, partindo do pressuposto de concatenar os dados encontrados seguindo produções que cruzam com a psicologia enriquecendo a compreensão.

 Ferreira (2002) diz que a pesquisa no estado da arte é considerada a partir dos resumos acadêmicos, produções científicas, propiciando um discurso levemente neutro e estável. Conferindo ao pesquisador um amplo conhecimento, considerando uma visão especuladora a partir da evolução ou ausência no âmbito de pesquisas, de acordo com que foi elaborado. “[…] Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento […]” (FERREIRA, 2002, p.258) relata o autor sobre a pesquisa.

 Conforme Cordeiro et al. (2007) a revisão sistemática trata-se de uma revisão que se empenha em sondar cientificamente com finalidade individuais e simultâneo, permitindo que as buscas tenha sentindo com parâmetro observacional, de forma que as bases de dados contribuam de modo estratégico na estruturação e identificação dos estudos científicos, permitindo um aprofundamento na sistematização dos estudos facilitando o desenvolvimento da pesquisa. 

 Dessa maneira, para a pesquisa optou-se a abordagem qualitativa quantitativa com a finalidade de coletar dados que podem ser descritos e analisados que elencasse em uma junção de recursos e viabilizasse o estudo conforme os resultados obtidos na pesquisa, podendo ser levantados números e informações relevantes ou evidenciados considerando a subjetividade da pesquisa no ambiente natural sem que tenha pretensão de manipulação, partindo pelo viés interpretativos dos dados encontrados. Sendo assim as pesquisas qualitativa e quantitativa estão interligadas, permitindo que haja o acesso a fontes diretas que possam ser atribuídas à experiência nos aspectos humano da pesquisa. (PRADANOV e FREITAS, 2013).

 Para mapear a elaboração científico dos povos ciganos foram utilizados os seguintes descritores: ciganos, comunidade cigana e psicologia social. os referidos termos foram utilizados na pesquisa por dois aspectos, a primeira pesquisou-se separadamente os termos familiarizados, “ciganos”, “comunidade cigana” e “psicologia social”. Seguindo-se as etapas de busca ocorreu-se a pesquisa através de artigos científicos publicados nas plataformas: SciELO (Scientific Electronic Library Online), no portal PePSIC, (Periódicos Eletrônicos de Psicologia). Em seguida a busca pelos três descritores simultâneos, apresentando resultados que serão relatados na tabela abaixo.

Tabela 1 – Quantitativo dos materiais encontrados por descritores separados, assim como outros descritores que cruzam entre eles que se agrupam e os tipos buscas.

 Em relação aos artigos, a pesquisa foi realizada na base de dados da plataforma PePSIC através dos campos de preenchimento na própria plataforma com a ferramenta “mostrar todos os índices” a base de dados “artigos” encontrada referia-se ao termo ¨ciganos¨ os autores tratavam sobre: representações sociais, infância, memórias sociais, objeto social, identidade social, papéis de gênero. As publicações encontradas nos anos “2009 a 2020” e o “idioma da interface” português, apresentando na busca, também, textos em língua espanhola com produções estrangeira.

 A plataforma SciELO possui ferramentas existentes que contribuem na realização das buscas, os seguintes campos foram selecionados: “todos os índices”, “idioma português” publicados entre os anos de “2018 a 2022”; e o tipo de leitura em “artigos”, coleção “Brasil” ainda sobre a expressão utilizada “and”, em inglês que se traduz “e” que conecta os termos no campo “Adicionar outro campo”. 

Foi analisado ainda através da busca realizada por descritores isolados, o termo “comunidade cigana”, mas não foram encontrados materiais incluindo temas de diferentes áreas, com isso percebeu-se a necessidade de produções acadêmicas sobre o tema.

Seguidamente a realização dos procedimentos acima descritos, e tomando como base o trabalho dos autores Medrado et al. (2011) com a pesquisa de Oliveira Neto; Brandão e Lyra (2019), foi realizada o procedimento da etapa de “limpeza” dos materiais, que se identifica pela leitura das produções selecionadas durante a primeira etapa, objetivando assim identificar os materiais em que estejam relacionados com o tema que se pretende pesquisar.

Como referido, foi anteriormente realizado o processo de “limpeza” que fez com que procedesse o quantitativo de materiais que será apresentado na tabela a seguir.

Tabela 2 – Quantitativo de textos selecionados após a realização do processo de “limpeza”:

 Consequentemente, o processo de inclusão e exclusão, a qual é o processo de “limpeza” como propões Medrado et al. (2011), e Oliveira Neto; Brandão e Lyra (2019) distinguiu-se pela leitura dos resumos dos materiais que se restringiu aos ciganos, comunidade cigana, como forma compreender o âmbito psicossocial dos povos ciganos, bem como também a diáspora cigana, por leituras em português como relatado anteriormente.

 Sucedeu-se a exclusão dos materiais redundantes na plataforma de busca, assim como excluindo matérias em língua estrangeira. Selecionando apenas a leitura de artigos científicos, monografias, livros e pesquisa estrangeira. Implementou-se, além disso, leituras dos objetivos apontados nos materiais selecionados durante o processo de limpeza, tendo com o intuito de compreender como especificamente os materiais abordam as evidências relacionadas aos povos ciganos e seus impactos psicossociais.

 Foram excluídas também as matérias relacionados à “psicologia social” devido a não relevância os temas, durante a seleção dos materiais buscou-se compreender as características por fontes diretas de livros com a finalidade teórica proposta. Além disso, obteve-se a inclusão do contato direto via e-mail com a autora Mariana Bonomo, a qual evidenciou as relevantes produções de materiais, se prontificando em esclarecer sua trajetória nas produções. 

 Sendo assim, a pesquisa ganha importante adição, pois a mesma possui um percurso acadêmico brilhante como: doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2010; 2004), com período de estágio doutoral na Università di Bologna/Italia (2008-2009). Atua como docente permanente do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento e do Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, onde orienta estudantes em Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado na linha de processos psicossociais. É membro do GT da ANPEPP, memória, identidade e representações sociais, membro da rede latino-americana de psicologia rural, pesquisadora da Rede de Estudos e Pesquisas em Psicologia Social (RedePSO) da UFES, Coordenadora do NIPPSO (Núcleo de Intervenção e Pesquisas em Psicologia Societal) e Professora colaboradora da Università di Bologna/Italia.    

 A Bonomo dispõe experiência em intervenção psicossocial e metodologia aplicada à pesquisa social e processos psicossociais, atuando, principalmente, nas seguintes áreas, a partir da Psicologia Social: identidade social em diferentes contextos socioculturais; grupos sociais e relações intergrupais; memória social; representações sociais; relações comunitárias; socialização e processos de identificação psicossocial; grupos e comunidades tradicionais. (Informações da autora).

 Compondo indicações de livros sobre psicologia social, alçando uma compreensão dos aspectos sociais na psicologia, os indicados são:  Álvaro, J. L., & Garrido, A. (2006). Psicologia Social: Perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill.

J. Vala, & M. B. Monteiro (Orgs.), Psicologia social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.  Percebe-se durante a pesquisa que a distinção de materiais ajuda desenvolveu uma análise fílmica documental, implementando nos aspectos relacionais na pesquisa. 

 Sendo assim, na ótica dos autores Mombelli e Tomaim (2014) referindo a análise fílmica como método de pesquisa nos aporte nos estudos científico de modo interpretativo cinematográfico do produtor e do pesquisador, para construir dessa forma uma análise fílmica visualizando os recursos narrativos e visuais em diversas características de atravessamento que pode ser contextualizadas a partir da percepção individual que apresenta é representa para pesquisa.

 Prosseguindo nesse sentido, os critérios utilizado na escolha do documentário deu-se pela aproximação em relação à localidade onde foi produzido na cidade Sousa no estado da Paraíba, a data que foi publicado o documentário  em 24 de maio de 2021, acessado pela plataforma YouTube, com vinte quatro minutos e cinquenta e nove segundos sendo, a sua divulgação foi por meio do canal do Ministério Público Federal (MPF), com a Secretária de Gestão Estratégica (SGE), entre vários grandes nomes envolvidos no projeto. O projeto teve como idealizador, o professor Caetano José Lima, colaborador/ Organização Não Governamental (ONG) – Grupo Verde de Agroecologia e Abelhas (GVAA). 

3  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 Para a compreensão deste trabalho, é importante entender os povos ciganos, adentrar na historiografia, pois a sua história não é contada pelos mesmos, e também há ausência de pesquisas no campo acadêmico no curso de psicologia referente a eles. Desde sempre, os ciganos são vistos como minoria social ou minorias étnicas, assim como os negros, indígenas, LGBTQI+ são obrigados a enfrentar o preconceito e a exclusão na sociedade, e sofrem desconsiderações pelo modo de ser. A partir dessas considerações é possível notar que os grupos minoritários sofrem preconceito, discriminação e estigmas pelo pertencimento cultural, as crenças religiosas e tradições que estão intrínsecas quando se fala em ciganos.

Abordar a origem dos povos ciganos é quase em sua completude, trazer conhecimentos baseados em suposições por falta de registros documentais. Uma teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas, a partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelo povo Rom) e a língua hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão). Por meio dessa descoberta, foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país. (MARQUES, 2018, p.1-2).

 Conforme a citação, a origem dos ciganos é compreendida em conjunto com os indianos, pela semelhança cultural e tradicional, há variações dos grupos ou comunidades considerando os países pelos quais as ramificações dos ciganos foram se expandindo, sendo assim, são notados de diferentes prismas nos grupos e subgrupos e as regiões geográficas. Por esse motivo o nomadismo torna-se uma das características mais marcante relacionada à diáspora, deslocamento forçado em diferentes territórios e nacionalidades.

 Como propõe, Abrantes et al. (2016) as memórias são algo presente dentro da cultura cigana que são passadas de geração em geração, com isso, as identificações e significados históricos caracterizam uma sustentabilidade singular, podendo ser, à vista disso, pertencimento à cultura. Algo mantido sagrado, a imagem que os ciganos retratam é comparada com alguns princípios bíblicos, a mudanças territoriais de Abraão e Moisés, assim como, as tendas que armavam quando assentavam para repousar.

 Ainda de acordo com Abrantes et al. (2016) em relação aos nômades ou viajantes como eram conhecidos, são aspectos idiossincráticos, há histórias que dizem que é um castigo divino, outras histórias que relacionam com o não abrigo dessa cultura em macro e microrregiões geográficas. As compreensões em relação ao nomadismo estão relacionadas ao modo de vida coletivo, perpetuadas no tempo, no ato de narrar passado e presente, que entre eles são verbalizados e não escritos, por essa razão, há muitas variações de conceitos na história dos povos ciganos, mas manter algumas características significativas entre eles é fundamental, pois serve como elemento de identificação das comunidades.

O povo cigano no Brasil

 Alguns estudos ciganológicos fazem recortes amplos que possibilita a compreensão da chegada dos ciganos no Brasil, os ciganos estão espalhados por todos os países. Ha diversos autores ciganólogos que demonstre falta de matérias comprobatórios, até então os escritos históricos relatam que no século XVI em 1574, quando os primeiros ciganos assentaram -se no Brasil, agrupados com imigrantes, pessoas, expulsas de Portugal. Atualmente não se localizam dados oficiais sobre o número de ciganos, que ocupam o território brasileiro com consequência da desinformação das condições de vida dos grupos étnicos, notoriamente as pesquisas ainda são poucas em relação aos povos ciganos. (CARDOSO, 2018). 

Há a tendência para aludir a João de Torres e sua família como o mais antigo cigano degredado presente na Colônia, porém, embora a data da ‘Carta de Perdão’ (que lhe comutou a pena para o Brasil) seja de 1574, por andar perdido o registo de embarque, ou qualquer documento que ateste a sua presença no território, pomos-lhe reservas. (DA COSTA, 2015, p.43).

Consonante a citação, a chegada dos ciganos no Brasil, na maior parte era por conta do degredo, o propósito sobre isso era expulsar definitivamente os ciganos do reino de Portugal. A linha de raciocínio do reinado era castigar os povos ciganos, neste sentido era estipulado um período que passava distanciado dos países de origem. Tendo em vista, o Brasil, assim com outros países, visualizava os degredados como malfeitores que não seguiam as leis da corte ou da sociedade.

Como bem nos assegura Moonen (2011) o degredo fazia parte de uma união de elementos, principalmente mecanismo jurídico, conforme fatos históricos ao poder monárquico que o rei delega a justiça, amplificando o poder do rei em todo Reino. Com isso o degredo é notado como exclusão social, isso se dava oferecer ao Brasil baixo custo de mão-de-obra, dando a entender como punição. Com isso, vale ressaltar que devido esses processos obteve aumento de povoamento das terras brasileiras.

Nesta perspectiva é importante que se compreenda o processo histórico dos ciganos, que permite entender que:

O degredo foi um dos castigos preferidos do Santo Ofício. Essa punição estava inserida no amplo processo penal difundido em Portugal desde a Baixa Idade Média. Nos coutos e homizios os delinquentes podiam refugiar-se legalmente, fugindo da ação da justiça. Os tribunais seculares e os tribunais inquisitoriais organizaram um tipo similar de procedimento corretivo cujo mecanismo funcionava paralelamente. Evidentemente, as jurisdições, as prisões e os juízes eram diferentes. (MOONEN, 2011, p.24-25).

 Como se pode verificar nessa citação, o deslocamento dos degredados como processo imigratório, mas eram aceitos de maneira negativa, sendo rotulados e marginalizados, os que não obedeciam às leis.  Presentemente a história se repete mesmo estando em territórios brasileiros ainda perpassam por expulsões dos grupos ciganos. Em relação ao castigo há relação religiosos que permite até então compreender as perseguições e estigmas que corresponde ao contexto do grupo étnico.

 Em relação às políticas pública nacional Cardoso (2018, p.37) destacam alguns aspectos, são eles:

 […] i) Decreto de 25 de maio de 2006, que institui o 24 de maio como o Dia Nacional do Cigano; ii) Decreto 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, que institui a política nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais; iii) Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o princípio da não discriminação na rede de serviços de saúde; iv) Portaria n° 940, de 28 de abril de 2011, que afirma a não obrigatoriedade do fornecimento do endereço de domicílio permanente (comprovante de residência) para que uma pessoa cigana nômade se cadastre ao sistema de saúde; v) Parecer CNE/CEB nº 14/2011 e Resolução CNE/CEB nº 03/2012, que definem diretrizes do conselho nacional de educação para o atendimento em educação escolar para a população em situação de itinerância; vi) Inclusão no CADÚNICO (Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal), de marcador específico para a identificação e classificação de famílias ciganas.

 A desigualdade nas leis que contemplem os interesses das comunidades ciganas, sendo que ainda atualmente não foi plenamente suprida, principalmente nas políticas públicas efetivadas que contemplem ou estejam conforme o contexto social, cultural e econômico. Ocorre um distanciamento da sociedade para compreender os grupos culturalmente peculiares, sendo grupos minoria têm alcançado alguns reconhecimentos como cidadãos, e de direitos humanos. Por meio de decreto foi estabelecido o dia nacional do cigano celebrado no dia 25 de maio de 2006, é importante para os ciganos ter um dia nacional em seja lembrado a etnia. (OLIVEIRA, 2013).

 Como propõe, Salloum et al. (2021) explicar sobre o salvo-conduto no Brasil, em meio ao decreto n° 1.983, de 14 de agosto de 1996, prediz que é um documento de viagem, o mesmo permite a saída do território nacional, concedida da união do decreto pelo Ministério da Justiça sendo outros, decreto diplomático concedido entre outros países o direito de ir e vir quem se identificava ou identificada com pessoas ciganas.

Os salvo-condutos, bem como documentos de apresentação, eram frequentemente usados por peregrinos e viajantes europeus como forma de conseguir uma boa recepção onde passavam. Conta-se que os ciganos aprenderam o valor desses documentos observando os peregrinos e viajantes que passavam pelos portos de Constantinopla ou da Grécia, e resolveram imitar este exemplo como forma de conseguir uma fonte de renda quando decidiram migrar para Europa Ocidental.  (COSTA, 2017, p.14).

 Conforme verificamos nessa citação, os salvo-condutos viabilizou aos ciganos um amparo mediante as autoridades dando maior assistência onde os ciganos se localizavam, o documento lhes ofertava alimentação e hospedagem conforme a necessidade, dinheiro também era concedido. No decorrer dos anos passou a ser menos concedidos os salvo-condutos, isso por conta de haver possibilidades de falsificações, algumas condições eram impostas como, por exemplo, a validação do documento.

Ramificações dos povos ciganos 

 Neste capítulo será viável o conhecimento das ramificações, abordando os aspectos compreensíveis até então os conhecidos genericamente ciganos, que parte de diferentes etnias, mostrando variedade de língua, costumes e tradições. Outro ponto é a carga negativa que o nome cigano carrega na sociedade, assim como perseguição, exclusão social, estereótipos negativos. 

O termo ‘cigano’ é uma expressão que tem origem no século XV, na Europa, para designar grupos nómadas que surgiam de outras regiões. Alguns dicionários da língua portuguesa ainda admitem formas pejorativas para designar o significado deste grupo étnico, traduzindo-os como indivíduos que tentam enganar os clientes nos negócios, que são trapaceiros e que agem no intuito de ludibriar, modo ultrapassado e ainda preconceituoso de definição, como se todos os ciganos pudessem ser resumidos a uma mesma categorização. Facto é que suas origens são envoltas de algum mistério, uma vez que suas histórias e tradições foram primordialmente transmitidas de forma oral, por vezes não deixando muitos registos escritos. (DE CARVALHO, 2021, p. 09).

 Dessa maneira, percebe-se que os ciganos ou Gypsies, Gitano, na língua inglesa e egípcia, possuem diversidade cultural, por um lado a heterogeneidade dos grupos e subgrupos se alvo de elementos pejorativos, os ciganos também são alvo de pessoas que não gostam de trabalhar, são notados com estilo de vida livre que não possuem compromisso, assim como pessoas associado a crimes. Embora o trabalho seja propício à forma de vida que eles têm em relação ao trabalho contribui para uma sustentabilidade pejorativa, a partir disso os ciganos utilizam de diferentes estratégias de sobrevivência como a música, danças ciganas conhecidas mundialmente, vendas ambulantes (BRASIL et al., 2018).

  Perpétuo (2021) clarifica nos seus estudos que os povos ciganos se dividem em três etnias, o qual são Rom, Calon e Sinti, posto isto a diversidade entre os grupos e subgrupos, cada um tem suas especificidades a serem cautelosamente respeitada, com isso os Rons ou Roma usa-se da língua Romani, são conhecidos mais sedentarizados uma característica amantes da arte e comércio. Os Senti ou Sintó, grupos restritos carregam dor e sofrimento mediante a Segunda Guerra Mundial, devido a isso se protegem e ficam no anonimato, já os Calon ou Kalé, são foram os primeiros a chegar no Brasil, tornaram a maior representatividade no Brasil. Até os dias atuais.

Psicologia Social

 Os desdobramentos da psicologia social ocorreu na Europa na primeira década do século XIX, desenvolvendo múltiplas origens na perspectiva de diversos autores, sendo vista como uma condição de pluralidade interligada a outras ciências como, por exemplo, a psicologia, sociologia e antropologia. No decorrer dos estudos a psicologia social se estruturou-se ganhando autonomia como disciplina científica, podendo ser independente, permitindo que outras ciências houvesse comunicação entre elas (ÁLVARO e GARRIDO, 2003).

Isso significa que o desenvolvimento das vertentes em Psicologia Social também ocorreu sob o crivo das discussões a respeito da objetividade/subjetividade, pesquisa quantitativa/qualitativa, experimentalismo/pesquisa aplicada, inerentes aos debates que permeavam o destacamento das ciências sociais das naturais. As respostas a essas questões vieram marcar as diferenças nos fundamentos epistemológicos e estatuto ontológico de cada uma das linhas teóricas da disciplina – e ainda causa inquietação e dissenso entre profissionais, docentes e estudantes nos trabalhos de investigação e intervenção (CALEGARE, 2010, p.35).

 Conforme explicado acima, a psicologia social mostra que em sua abordagem no âmbito das ciências sociais, uma particular relevância quando se trata de ciências humanas. Mesmo porque debate-se sobre as questões sociais partindo das ideias de declínio nas relações humanas, não se trata só conhecimentos plausíveis, mas a importante forma de considerar que fenômenos psicossociais possam estar atrelados a vulnerabilidade social interligada de ordem biopsicossocial do indivíduo.

 De acordo com Lane, et al. (1986) conceituar que a psicologia social é relevante na psicologia, na compreensão que assumir que existe objetividade e subjetividade, que certamente se trata de práticas psicossociais, isso porque os processos sócios históricos podem acarretar interferência nas relações humanas, assim, a psicologia social, tem o importante papel de enxergar o ser humano em dimensões que consegue assumir não só como o lugar de indivíduo, mas implicado no pertencimento de grupo social. 

A relação entre Psicologia e Psicologia Social deve ser entendida em sua perspectiva histórica, quando na década de 50 se iniciam sistematizações em termos de Psicologia Social, dentro de duas tendências predominantes: uma, na tradição pragmática dos Estados Unidos, visando alterar e /ou criar atitudes, interferir nas relações grupais para harmoniza-las e assim garantir a produtividade do grupo — e um a atuação que se caracteriza pela euforia de uma intervenção que minimizaria conflitos, tornando os homens “felizes” reconstrutores da humanidade que acabava de sair da destruição de uma II Guerra Mundial (LANE et al., 1989, p.10)

 Além disso, cabe enfatizar as críticas que a psicologia social sofreu com diversos questionamentos, como, por exemplo, a “crise” do conhecimento psicossocial, esses aspectos não seguiam com o que na época era colocava em evidência as mensurações dos testes psicológicos entre características comportamentais, visto que em diferente área geográfica divergia em relação aos processos históricos. Com isso a Segunda Guerra Mundial tenha ocorrido inúmeras perdas, ocorreram contribuições científicas assim como, nas relações e interações humanas entre outras áreas de conhecimento científico.    

 Conforme Vala (2006) a psicologia social e as representações sociais envolve processos psicológicos básicos que fazem parte da função cognitiva, bem como memórias e emoções. Até então outras teorias não davam tanta importância para compreender o indivíduo como agente de transformação que vive em contínuo movimento no mundo, tendo em vista o modo de pensar e agir, isso envolve as estruturas sociais e meio onde se inclui o indivíduo tais como, as representações grupais. Os estudos sobre o campo social passam a ser questionados e analisados a partir dos conteúdos a compor considerações sobre o objeto social, outra relevância é como as pessoas pensam e como elas pensam numa compreensão cognitiva pessoal e social, podendo haver explicação na compreensão de constituição e reconstituição na sociedade.

Psicólogos sociais evidenciam uma contínua preocupação com processos psicológicos básicos, ou seja, processos que influenciam um vasto e variado conjunto de comportamentos sociais. Simulando a preocupação de psicólogos experimentais com processos básicos, como visão em cores, aquisição da linguagem, memória e assim por diante, psicólogos sociais detiveram-se em alguns processos, tais como dissonância cognitiva, nível de aspiração e atribuição causal. Entretanto, há uma profunda diferença entre os processos estudados nos domínios da psicologia geral experimental e no domínio da psicologia social. (GERGEN, 2008, p.482).

 Com isso, evidencia-se que a psicologia social está atrelada na consequência em considerar a ciência no comportamento social, em decorrências nas mudanças históricas que diferem de outras teorias. A psicologia social tem como perspectiva nas renovações no campo dos conhecimentos, com o propósito nas interações humanas juntamente aos fenômenos sociais, nessa linha de raciocínio os comportamentos não conduzem para estabelecimento de questões controláveis, cada pessoa possui visões de mundo, diferentes pontos de vistas subjetivo que podem correr nas relações e inter-relações. 

Representação Social

 Quando falamos em representações sociais lembramos de Moscovici, embora não tenha sido o primeiro teórico a falar sobre o assunto, Serge Moscovici apresenta uma fundamental importância para Teoria das Representações Sociais (TRS), compreendida como a finalidade de um produto ou em processo, ou seja, seguem o mesmo desenvolvimento em relação funcionamento cognitivo seja individual ou grupal que restabelece o que é realmente constituído, são as significações específicas no conhecimento do senso comum que envolve ações e comportamentos grupais e individuais.

Os <<Sistemas simbólicos>>, como instrumentos de conhecimento e de comunicação, só podem exercer um poder estruturante porque são estruturados. O poder simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnoseológica: o sentido imediato do mundo (e, em particular, do mundo social) supõe aquilo. A que Durkheim chama o conformismo lógico, quer dizer, <<uma concepção homogénea do tempo, do espaço, do número, da causa, que torna possível a concordância entre as inteligências>>. (BOURDIEU, 1989, p.09).

 De acordo com a citação, o poder simbólico exerce funções estruturantes na apreensão cognitiva ou até mesmo no senso comum. Émile Durkheim foi o teórico que primeiro falou sobre as representações sociais, sobre tudo, a incorporação na reprodução da disposição social que ocorre entre elas, a integração lógica e moral que permite que o conhecimento humano seja restrito, resumindo, que as estrutura simbólica ganhe significados semelhantes que possa representar familiaridade em que o indivíduo apresenta mediante as funções sociais ou até as de identidade social, desenvolvido a partir da concepção indenitária. 

[…] Para Moscovici, sujeito e objeto não são funcionalmente distintos, eles formam um conjunto indissociável, isso quer dizer um objeto não existe por si mesmo, mas apenas em relação a um sujeito (indivíduo ou grupo); é a relação sujeito-objeto que determina o próprio objeto. Ao formar sua representação de um objeto, o sujeito de certa forma o constitui, o reconstrói em seu sistema cognitivo, de modo a adequá-lo ao seu sistema de valores, o qual, por sua vez, depende de sua história e do contexto social e ideológico no qual, está inserido. (MAZZOTTI, 2002, p.17).

 Nesse sentido, a abordagem das representações sociais é interessante que se tenha conhecimento partindo do pressuposto social, individual e coletivo, considerando uma atribuição de sentido delicado “difícil”, porque envolve subjetividade no modo de ponto de vista idiossincrático como pensar e se conhece. Nesse sentido, a leitura individual do eu, assim como a visão de mundo, pode ocorrer rigidez e flexibilidade na elaboração e reelaboração das ações, podendo está relacionada dentre as classificações ligadas à subjetividade, intersubjetividade e transubjetividade, fazendo um parâmetro que a representações sociais cruzam e a importância de estudar sobre as classificações entre o objeto- sujeito.

 Como propõe Jodelet (2009) considera que a subjetividade colabora no universo que estabelece o sujeito a estar no mundo, nos processos de leitura percebe-se que a fenomenologia assim como a filosofia estão atreladas para melhor compreensão em relação ao pensamento e processos epistemológicos, que integra nos fatores emocionais e identitários, tendo por objetivo oferecer um lugar de pertencimento no seu campo social.

4  RESULTADOS E DISCUSSÕES

 Optar pelo investimento de se fazer uma revisão sistêmica a partir do estado da arte dimensiona um olhar amplo acerca das discussões acadêmicas que circundam diversas áreas que podem ser exploradas para a compreensão amplificada dos fazeres científicos que se debruçam sobre o tema escolhido. O estado da arte vislumbra o que há de mais evidência nas produções acadêmicas, permitindo assim uma análise mais contextualizada, possibilitando observações e indagações nas produções acadêmicas (FERREIRA,2002).

4.1  Representação social dos povos ciganos

 É importante destacar, que as representações sociais possuem atribuições na compreensão com os grupos sociais e interagem entre si, e como outros grupos assimilam as dinâmicas juntamente os comportamentos no âmbito social (JODELET, 2009).

 Os estudos de Bonomo et al. (2017) tem como propósito investigar o objeto social “ciganos” e como são representados para os “não ciganos”, tendo como embasamento a teoria das representações sociais e a psicologia social. O estudo foi desenvolvido com o propósito de compreender o campo afetivo e a representação dos sentimentos que surgem no nível de contato direto ou indireto.

É importante considerar os aspectos psicossociais tais como os comportamentos individuais e grupais, a aproximação com o objeto social, acompanhar as evoluções que têm ocorrido no decorrer dos anos. A pesquisa aponta que os sentimentos de modo positivo e negativo em relação aos povos ciganos apresentam ambiguidade na compreensão de seus valores sociais, assim como estigmas que se inscrevem no imaginário dos povos ciganos e “não ciganos”.

 Em vista disso, Marques (2018) refere-se sobre a origem dos ciganos apoiadas em conjecturas, isso dificulta assimilar a representação na sociedade como também no cognitivo, por essa razão, a falta de registros documentais impedem a construção de um único viés tendo em vista as ramificações dos grupos étnicos, refletindo diversas concepções vinculadas ao imaginário social.  

 Endossando as ideias dos autores anteriormente citados e a observância do aumento de participantes nas pesquisas, podemos observar que mesmo diante da complexidade impetrada pela variedade de etnias e suas múltiplas influências partilham do mesmo pressuposto nas representações sociais sob o olhar da psicologia social, fazendo assim um paralelo nos aspectos históricos. Os ciganos são imbuídos de diversas histórias que traz com maior peso a discriminação, preconceito e associações negativas tanto com os ciganos e os “não ciganos”, configurando assim a ideia de que a ausência de literatura fidedigna esteja amparada pelas discrepâncias epistemológicas entre os povos ciganos e não ciganos no que diz respeito as várias vertentes constituídas a respeito dos ciganos causando ambiguidade de sentimento no grupo étnico e na sociedade.

 Os ciganos possuem características marcantes vinculadas ao nomadismo numa relação conceitual baseada em fatos históricos, trazendo associações com paradigmas negativos, equiparando-os como ladrões, trapaceiros, entre outras representações pejorativas que a sociedade foi construindo no decorrer dos tempos. A partir dessas construções é conveniente investigar o que as pessoas pensam e sentem sobre o objeto social que reflete nas interações sociais dos grupos majoritários para com os grupos minoritários (BRASIL, et al, 2018).

 A respeito da questão do nomadismo, Silva e Figueira (2022) ponderam que ao classificar o grupo étnico de nômade ocorre um equívoco, partindo da perspectiva que os ciganos não eram aceitos em territórios, ou seja, o nomadismo está mais relacionado ao pensamento social que advém de forma romantizada dos “não ciganos”. Esse fato deriva da ideia que os ciganos reconhecem que a falta de espaço territorial seria derivada da ausência de políticas públicas, reforçando o conflito entre o pertencimento da identidade cigana e o preconceito com os “eternos estrangeiros”. 

No entanto, é oportuno acrescentar sobre as representações sociais, que contribui efetivamente nas integrações das constituições dos grupos sociais, auxiliando no esclarecimento das experiências vivenciadas nos grupos, permitindo que os grupos sociais consigam alcançar conhecimentos sobre outros componentes sociais, isso porque os aspectos identitários incluem a construção da identidade social sobre os grupos em que o indivíduo pertence, assumido novas características individuais ou coletivas podem reflete na sociedade estranhamento, provocando distanciamentos e divisões de ordem cognitiva, comportamental ou social (MOSCOVICI, 2005).

 Equivalente aos estudos supracitados, o documentário apresenta cenas narradas dos próprios ciganos que retratam a relação distante com “não ciganos” quando tentam a inserção no mercado de trabalho ou ambiente escolar, argumentando o desprovimento de políticas públicas e a participação nos lugares sociais, mantidos distantes quando buscam a inclusão na sociedade, ou seja, os estigmas e os sentimentos negativos são observados nas perspectivas de “não ciganos” e os “ciganos”.  

 De acordo com Vala (2013) a psicologia social tem como propósito compreender os múltiplos grupos sociais que vão se formando na sociedade, constitui a sociedade como peso de “normatividade”, isso implica que pode causar impactos na subjetividade individual e grupal. A psicologia social possui atribuições nos processos que envolvem as relações no campo das ciências sociais, podendo obter investigações relacionadas aos seres humanos, tomando necessário refletir que as inter-relações podem impactar na saúde mental. 

Ravaioli, et al. (2022) explicam que os psicólogos sociais têm um papel importante na estratégia psicoeducativa, assim como funções metodológicas trabalhadas individuais e grupais, contribuindo como facilitadores nas resolutividades das problemáticas das comunidades. Nessa perspectiva as experiências e os saberes entre o indivíduo e comunidade conduz sentidos e aprendizados devido aos acometimentos que exigem certa compreensão em função das particularidades étnicas e culturais dos povos e aspectos psicossociais particulares da comunidade em foco. O profissional de psicologia conectadamente com uma equipe multiprofissional pode ofertar assistência no âmbito social, na promoção de bem-estar, na saúde mental, no fomento às políticas públicas, bem como, pautar reflexões no desenvolvimento de ideias mais idôneas em relação os grupos, desenvolver projetos promovendo ações efetivas de conforme as demandas das comunidades.

4.2  O lugar da infância na constituição da identidade social

 No decorrer da pesquisa foi encontrado dois artigos relacionados à infância, um dos aspectos importante está voltado para a socialização das crianças, a comunidade étnica assegura que o prosseguimento dos processos históricos permite que seja desenvolvida apreensão desde a infância em relação às crenças, regras, valores e linguagem própria, visto como conservação tradicional na cultura cigana. Dentre outras características, as vestes, os eventos festivos, batizados, matrimônio e festividades religiosas de padroeiros. Vale ressaltar que os povos ciganos possuem diversidade religiosa, cada comunidade adquire sua própria singularidade (CARDOSO e BONOMO, 2019).

  Os papéis de gênero na etnia possuem fatores determinantes, com destaque ao gênero feminino que possui uma série de atribuições, como a responsabilidade com a administração do lar, educação dos filhos, assim como trabalhos externos como artesanato de rendas, ambulantes, leitura de mãos, entre outros. Outro aspecto apontado é a demonstração da vida dos “não ciganos”, os “paya”, como a nomeiam, apresentando às crianças como vida livre, sem comprometimentos familiar, semelhante com um dos pilares étnico a valorização na formação e união familiar, valorizando o matrimônio que se apoia na constituição identitária. A comunidade cigana apropria-se de posturas de hierarquia que indicam funções de gênero obstinado ao homem como pilar para o fortalecimento da formação familiar, sendo o provedor e mantenedor das regras e leis, designando liberdade nas incumbências relacionadas aos papéis   familiares e de gênero (PIZZANATO, 2009).

Em relação ao matrimônio, as meninas são instruídas que após a menarca incide responsabilidade com o casamento, isso concorrerá geralmente por volta dos doze e dezoito anos. O matrimônio na etnia cigana ocupa lugar social e afirmação no pertencimento etnocultural, uma vez que a união deva ser prioritariamente com pessoas da mesma etnia.  Dessa forma, os processos intergeracionais obtêm postura de obediência aos familiares e a própria etnia (CARDOSO e BONOMO 2019).

Refletindo sobre a pesquisa Cardoso e Bonomo (2019) que converge com a pesquisa de Pizzanato (2009) torna-se evidente que independente do espaço geográfico, as designações nos papéis familiares refletem nas mesmas acepções dos valores tradicionais decorrentes das diásporas ciganas. Os papéis sociais na cultura étnica consistem na integração da identidade social, assim como nas hierarquias geracionais que direcionam a categoria social, permitindo o reconhecimento identitário.

No tocante ao documentário, os idealizadores do projeto fundiário ressaltam que as comunidades ciganas de Sousa-PB estão atentando-se sobre a educação das crianças nas inserções nas escolas e creches. Os grupos étnicos dispõem a uma nova concepção sobre a educação, assim como a moradia fixa. Vale ressaltar que posicionamentos mais radicais frente a escolarização das crianças pode não ocorrer com outros grupos ou comunidades étnicas ciganas devido a divisões dos grupos e subgrupos, cada núcleo compreende a inclusão das crianças nas escolas de forma diversificada, bem como moradia fixa de modo singular (LIMA 2021).

No Projeto de Lei n. 248/2015 do Senado, o direito à educação consta nos artigos 4º a 7º, que se limitam a fazer referências à legislação aplicável, sem que haja previsão de formas específicas para o desenvolvimento pessoal e social dos ciganos, nem de uma concepção da escola como lugar de interface cultural entre as diversas comunidades ciganas e os não ciganos e das comunidades ciganas entre si. Busca-se assegurar um acesso formal ao sistema educacional existente. (ROTHENBURG e STROPPA, 2020, p.610). 

Convém apontar que o projeto de lei do senado n. 248, de 2015, elaborado e designado estatuto do cigano, fomenta o respeito e a integridade etnocultural dos povos ciganos que buscam a garantia de leis e direitos para com as crianças, viabilizando oportunidades nos direitos e a possibilidade de romper com os estigmas sociais, buscando igualdade a assistências de políticas públicas. 

A psicologia social corrobora enquanto ciência a inclinação no dinamismo social, permitindo visualizar as interferências que os grupos étnicos atravessam mediante os aspectos sócio-históricos, frente às inter-relações com os demais grupos sociais. No contexto social, os psicólogos buscam refletir com os grupos étnicos estratégias que possam subsidiar com os órgãos públicos, redes de apoio, solicitando medidas cabíveis diante das demandas das comunidades étnicas no plano de ação (AGUIAR, et al., 2001).

4.3  Os aspectos psicossociais e suas relações com as memórias históricas

 As memórias sociais da etnia são ancoradas na diáspora cigana que conta com elementos simbolicamente consideráveis, mantendo erguida a essência da identidade social. Pode-se mencionar alguns eventos que caracterizam: os rituais, a preparação de eventos matrimonial, a linguagem própria, a vestimentas, quiromancia, entre outras marcações étnicas que são aspectos importantes na conjuntura que envolve as memórias sociais e a reelaboração da memória prática, permitindo assim que  às comunidades possam cultivar lembranças tidas como mantenedoras da cultura com ênfase na oralidade, elemento que vem eternizar através das gerações a memória afetiva de povo.  Retratando as experiências passadas, um evento marcante mencionado pelos antigos ciganos foi o tempo das “tropas e mulas”, que ocorriam nas viagens dos povos ciganos, passando por diversas intempéries, levando os seus pertences, migrando de cidades e estados até encontrarem localidade que conseguissem fixar barracas quando tinham abrigo territoriais, passado um longo período assentado (BONOMO et al., 2020).

Nota-se que um dos maiores impasses para se desenvolver políticas públicas de acesso à terra e à moradia deve-se ao fato de se associar a “condição cigana” ao “nomadismo”, como sinônimos. Esta interpretação, por um lado, nega aos ciganos com práticas associadas ao “sedentarismo” o status de povos tradicionais e, consequentemente, de titulares de “direitos culturais”, assim como outros direitos fundamentais reconhecidos na Constituição Federal de 1988 e nas demais legislações infraconstitucionais (SILVA e FIGUEIRA, 2022, p.320).

 Deste modo, o nomadismo ocupa o lugar central na representação social dos ciganos, na acepção dos “não ciganos”, em contrapartida, os ciganos fazem uma leitura do nomadismo como ações compulsórias e não como elemento característico étnico. No decorrer dos anos os “não ciganos” rejeitam e discriminam os ciganos como ladrões, trapaceiros que acaba por sobressair os estigmas na sociedade. A negação de abrigos territoriais demonstra sentimentos negativos, dificultando a inserção no mercado de trabalho e em outras áreas sociais. Atualmente os ciganos buscam garantia de assistência básica com o auxílio das políticas públicas (BONOMO, et al., 2017).

 Considerando o contexto que retratam no documentário, a cidade de Sousa-PB é uma região em destaque que abriga povos ciganos da etnia Calom. As comunidades ciganas, consideradas seminômades, buscam regularização fundiária em conjunto com órgãos públicos, como também a seguridade dos direitos básicos solicitados pelas comunidades, como melhores condições habitacionais, saneamento básico e assistência médica (LIMA, 2021).

 O que concerne a psicologia social na perspectiva das memórias sociais dos povos ciganos inclui a rememoração das primeiras gerações que defendem os valores e crenças, visto que, atualmente, ocupa um lugar sociocultural compreendido como um legado na identificação étnica. As hierarquias geracionais nos grupos ciganos convergem com o gerenciamento das práticas tradicionais e costumes. As concepções dos atuais grupos compreendem que determinadas memórias passaram a ser como experiências que os mais antigos passaram, isso faz com o que assumam posicionamentos paralelos em relação ao nomadismo. Umas das hipóteses defendidas foi a que admite que as primeiras gerações que andavam “sem destino”, seriam consideradas por motivos históricos dos degredos, onde houve expulsão do território de origem. Os grupos étnicos contemporâneos deslocam-se para outros acampamentos para visitar familiares, não como os “troncos velhos” que imergiram nas primeiras gerações, sendo eles importantes, resguardando as memórias e segredos que são componentes marcantes dos povos ciganos (SÁ, 2007). 

 Destaca-se que as produções dos estudos dimensionam várias etapas cronológicas dos ciganos, permitindo uma melhor compreensão do ciclo vital, tendo como base as narrativas dos ciganos e os marcos históricos que ficaram na memória e posteriormente novas experiências podem ser moldadas no decorrer das vivências dos ciganos. A importância dos profissionais conhecer acerca da etnia proporciona possibilidades na efetividade no acolhimento, nos enfrentamentos dos conflitos internos, externos e familiares, as afetações na saúde mental, bem como, processo de sentimento de inferioridade que os povos ciganos atravessam nas relações e inter-relações.  

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A atual pesquisa, objetivou analisar os estudos de psicologia acerca dos povos ciganos, tornando indispensável para melhor compreender o estudo a psicologia social, que busca mesclar conhecimentos através dos impactos psicossociais que os grupos ou indivíduos atravessam, atuando de forma satisfatória na dinâmica dos grupos étnicos da sociedade. A atuação de profissionais de psicologia contribui nas estratégias metodológicas de projetos, acolhendo os enfrentamentos psicológicos, viabilizando a qualidade de vida, tendo em vista, outros profissionais que possam promover suporte da área de assistência social.  

 A pesquisa configurou-se no estado da arte, promovendo um maior alcance dos objetivos propostos na verificação dos índices de produções. Os resultados foram divididos nas seguintes ordens: representação social dos povos ciganos; o lugar da infância na constituição da identidade social e os aspectos psicossociais e sua relação com as memórias históricas. Concluindo, assim, que os povos ciganos sofrem uma invisibilidade social, que interfere na criação de um vínculo com o meio social, considerando a diáspora uma tendência arraigada que impede a aproximação dos demais grupos da sociedade.   

Diante da pesquisa, constatou-se o número reduzido de publicações na área da psicologia. Esse fator impulsiona a necessidade de produção de modo a suprir a carência de incentivos acadêmicos nas publicações voltadas para os grupos de ciganos. Considerando, que esse artigo dispõe temas transversais que podem ser trabalhados em outras áreas afins, nas ciências sociais e no campo jurídico, tornando o tema acessível na sociedade e para o campo acadêmico, desmistificando os estigmas sociais apropriados sobre os povos ciganos ao longo dos anos.

É interessante passar a olhar para os povos ciganos na sua subjetividade, na sua essência, como sujeitos com particularidades, e não apenas como objeto de pesquisa. Sendo importante que os profissionais de psicologia tomem também a frente no processo de compreensão e inclusão dessa comunidade, desde que sejam profissionais mais aptos para lidar com a diversidade que existe na sociedade.

REFERÊNCIAS

ABRANTES, Gervásio Bernardo et al. O modo de vida da comunidade cigana em Sousa-PB. INTESA – Informativo Técnico do Semiárido(Pombal-PB),v.10, n 1, p 77-91, Jan – Jun,2016.

AGUIAR, Wanda Maria Junqueira. A pesquisa em psicologia sócio-histórica: contribuições para o debate metodológico. Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia, v. 3, p. 129-140, 2001.

ÁLVARO, José Luis; GARRIDO, Alicia. Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. Artmed Editora, 2003.

BONOMO, Mariana et al. Memória dos Troncos Velhos: um Estudo sobre Memória Social entre Ciganos. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 13, n. 3, p. 1-20, 2020.

BONOMO, Mariana et al. Os eternos estrangeiros: contato, campo afetivo e representações sociais de ciganos entre não ciganos da grande Vitória/ES. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei, v. 12, n. 3, p. 1-19, dez.  2017.

BOURDIEU, Pierre et al. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.

BRASIL, Julia Alves et al. Ancoragem psicossocial a partir dos sentimentos negativamente valorados: representações sociais de ciganos. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte, v. 24, n. 2, p. 616-637, ago.  2018.

BRASIL, Julia Alves; BONOMO, Mariana. Desafios da in-visibilidade: representações sociais de ciganos em jornais brasileiros e portugueses. Conhecimento & Diversidade, v. 13, n. 29, p. 150-170, 2021.

CALEGARE, Marcelo Gustavo Aguilar. Abordagens em Psicologia Social e seu ensino. TransFormações em Psicologia (Online), v. 3, n. 2, p. 30-53, 2010.

CARDOSO, G. K. A., Nós somos ciganos. E você, o que é?: processos identitários entre gerações de Ciganos Calon no Estado do Espírito Santo, 2018. http://repositorio.ufes.br/handle/10/10161 acesso em 12 nov 2022.

CARDOSO, Grecy Kelle Andrade; BONOMO, Mariana. Infância Calin: socialização étnica e identidade social entre crianças ciganas. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, 2019.

CARVALHO, Nayara Chagas et al. Representações sociais dos ciganos em Sergipe: contato e estereótipos. Psicologia e saber social, v. 1, n. 2, p. 232-244, 2012.

CFP. Conselho Federal de Psicologia. Brasília, 2019. https://site.cfp.org.br/cfplancareferenciassobrepsicologiacompovostradicionaisdurantereuniaodocnpct/

CORDEIRO, Alexander Magno et al. Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 34, p. 428-431, 2007.

COSTA, Thayse Limeira. Para onde ir? Por que ficar? Uma etnografia pelo direito de ir, vir e ficar dos povos ciganos. 2017.

DA COSTA, Elisa Maria Lopes. O povo cigano e o degredo: contributo povoador para o Brasil colônia. 2015.

DA FONSECA, João José Saraiva. Apostila de metodologia da pesquisa científica. João José Saraiva da Fonseca, 2002.

DE CARVALHO, Luisa Fonseca da Silva. “(Re) afirmando a titularidade universal de direitos: o caso da população cigana em Portugal. 2021.

DE CASTRO CRUSOÉ, Nilma Margarida. A teoria das representações sociais em Moscovici e sua importância para a pesquisa em educação. Aprender-Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, n. 2, 2004.

FERRAZ, Isabella Tormena; DOMINGUES, Eliane. A psicologia brasileira e os povos indígenas: Atualização do estado da arte. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 36, p. 682-695, 2016.

FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas” estado da arte”. Educação & sociedade, v. 23, p. 257-272, 2002.

FONTELLES, Mauro José et al. Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa. Revista paraense de medicina, v. 23, n. 3, p. 1-8, 2009.

GERGEN, Kenneth J. A psicologia social como história. Psicologia & Sociedade, v. 20, p. 475-484, 2008.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

JODELET, Denise. O movimento de retorno ao sujeito e a abordagem das representações sociais. Sociedade e estado, v. 24, p. 679-712, 2009.

LANE, Silvia T. Maurer, CODO, Wanderley. Psicologia social: o homem em movimento. 8°. ed. Brasiliense, São Paulo: 1989.

LIMA, C. 1 Vídeo de (24:59). Publicado pelo canal do Mistério Público Federal (MPF) O Direito em Suas Mãos, 2021. Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=2vCnZnr4cek. Acesso em: 13 out 2022.

MARQUES, Iranildo da Silva. Povos ciganos, povo silenciado: desafios e possibilidades do serviço social. Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, v. 16, n. 1, 2018.

MAZZOTTI, Alda Judith Alves. A abordagem estrutural das representações sociais. Psicologia da Educação, n. 14-15, 2002.

MEDRADO, B. et al. Literatura científica sobre gravidez na adolescência como dispositivo de produção de paternidades IN: TONELI M. et al. O pai está esperando? Políticas públicas de saúde para a gravidez na adolescência. Florianópolis: Mulheres; 2011.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. et.al. PESQUISA SOCIAL: TEORIA, MÉTODO E CRIATIVIDADE. 21.ed.Petrópoles, RJ: Editora Vozes, 2002.

MOMBELLI, Neli Fabiane; TOMAIM, Cássio Dos Santos. Análise fílmica de documentários: apontamentos metodológicos. Lumina, v. 8, n. 2, 2014.

MOONEN, Frans. Os estudos ciganos no Brasil: 1885-2010. Texto disponibilizado em, 2011.

OLIVEIRA, Lívia Sudare de. Ciganos no Brasil do degredo à busca por direitos sociais. Direito-Florianópolis, 2013.

PERPÉTUO, Lenilda Damasceno. Quantas pedras no meio do caminho? representações sociais acerca dos Povos Ciganos e a relação com o trabalho e a educação escolar na Etnia Calon. 2021.

PIZZINATO, Adolfo. Identidade narrativa: papéis familiares e de gênero na perspectiva de meninas ciganas. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro, v. 61, n. 1, p. 38-48, abr. 2009.

PRODANOV, Cleber Cristiano; DE FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico-2ª Edição. Editora Feevale, 2013.

RAVAIOLI, Martina de Paula Eduardo; BORGES, Lilian Maria. Práticas Psicoeducativas: Contribuições do Psicólogo na Atenção Primária. Revista Psicologia e Saúde, p. 185-199, 2022.

ROTHENBURG, Walter Claudius; STROPPA, Tatiana. ESTATUTO DOS POVOS CIGANOS NO PROJETO DE LEI DO SENADO N. 248/2015. REI-REVISTA ESTUDOS INSTITUCIONAIS, v. 6, n. 2, p. 600-624, 2020.

SÁ, Celso Pereira de. Sobre o campo de estudo da memória social: uma perspectiva psicossocial. Psicologia: reflexão e crítica, v. 20, p. 290-295, 2007.

SANTOS, Cicero Oliveira. SUICÍDIO: uma análise sobre a contribuição dos estudos em psicologia. 2018.

SILVA, Phillipe Cupertino Salloum; FIGUEIRA, Luiz Eduardo. A luta pelos direitos ciganos no Senado Federal. Revista Direito e Práxis, v. 13, p. 312-341, 2022.

VALA, Jorge; MONTEIRO, Maria Benedicta. Psicologia social.ed.7°, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa-2006.

VALA, Jorge; MONTEIRO, Maria Benedicta. Psicologia social.ed.9°, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa-2013.