RESHAPING THE SCHOOL CURRICULUM: INTEGRATING 21ST CENTURY SKILLS TO PREPARE STUDENTS FOR FUTURE CHALLENGES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10509448
Kevin Cristian Paulino Freires1; Ticiane Antunes Perin2; Mari de Souza3; Edinardo Aguiar Do Nascimento4; Micheli Pires de Oliveira Meda5; Francisco Felipe Ramos Rodrigues Lima6; Micael Campos da Silva7; Vanessa Aparecida Minetto8; Sonia Maria dos Anjos9; Célia Silva Vieira Camargo10
Resumo
A rápida evolução sociocultural e tecnológica exige uma reformulação urgente do currículo escolar para preparar os alunos para os desafios do século XXI. Este ensaio explora a integração de habilidades essenciais, como pensamento crítico e colaboração, com o intuito de oferecer uma educação mais alinhada com as demandas contemporâneas. A pesquisa objetiva analisar criticamente a necessidade de reformular o currículo escolar, identificando as habilidades do século XXI como alicerces fundamentais. Buscamos fornecer insights que inspirem práticas educacionais inovadoras e orientadas para o futuro. A pesquisa adota uma abordagem de ensaio crítico, baseando-se em pesquisa qualitativa e revisão bibliográfica. Com metodologia qualitativa e de revisão bibliográfica, os resultados destacam a necessidade premente de atualização do currículo, enfatizando as habilidades do século XXI como catalisadoras do sucesso dos alunos em um mundo dinâmico. Exemplos inspiradores ilustram a aplicação prática dessas habilidades, enquanto os desafios práticos ressaltam a complexidade da transição. Em conclusão, a reformulação do currículo é uma promessa para o futuro. A integração de habilidades do século XXI não apenas prepara os alunos para desafios iminentes, mas contribui para uma sociedade mais justa e adaptável. Este ensaio propõe uma visão transformadora da educação, incentivando práticas inovadoras, o papel ativo dos educadores e uma avaliação centrada no desenvolvimento de habilidades. Ao transcender os limites escolares, essa abordagem não apenas transforma a educação, mas molda o tecido social, econômico e ambiental de nossas comunidades.
Palavras-Chave: Alfabetização Digital. Colaboração. Habilidades do Século XXI. Inovação Educacional. Pensamento Crítico.
Abstract
Rapid sociocultural and technological evolution requires an urgent reformulation of the school curriculum to prepare students for the challenges of the 21st century. This essay explores the integration of essential skills, such as critical thinking and collaboration, with the aim of offering an education more aligned with contemporary demands. The research aims to critically analyze the need to reformulate the school curriculum, identifying 21st century skills as fundamental foundations. We seek to provide insights that inspire innovative, future-oriented educational practices. The research adopts a critical essay approach, based on qualitative research and literature review. Using qualitative methodology and literature review, the results highlight the pressing need to update the curriculum, emphasizing 21st century skills as catalysts for student success in a dynamic world. Inspiring examples illustrate the practical application of these skills, while practical challenges highlight the complexity of the transition. In conclusion, the redesign of the curriculum holds promise for the future. Integrating 21st century skills not only prepares students for imminent challenges, but contributes to a more just and adaptive society. This essay proposes a transformative vision of education, encouraging innovative practices, the active role of educators and an assessment focused on skill development. By transcending school boundaries, this approach not only transforms education, but shapes the social, economic and environmental fabric of our communities.
Keywords: Digital Literacy. Collaboration. 21st Century Skills. Educational Innovation. Critical Thinking.
Introdução
As discussões apresentadas neste ensaio foram fruto das leituras de autores importantes para a área da educação, como Paulo Freire (1959, 1974, 2005, 2005, 2010), Dermeval Saviani (1973, 2007, 2021, 2021b, 2021c), Karl Marx (1973), Scheffler (1974), Espindola (2023), Sérgio (2021), Sousa (2020), Freires, Da Costa e Júnior (2023) , Moraes e Leal (2021), Da Silva Fonseca (2021), Abed (2016), Ugalde e Roweder (2020), dentre outros. Dessa forma, houve-se também a leitura dos documentos norteadores para a educação, tais como: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996, 2013), Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (1988), Lei nº 11.738/2008 (2008) do piso salarial, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s, 2006), Plano de metas nacional da educação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2020, 2022), Plano Nacional de Educação (PNE, 2014), Políticas Nacionais da Educação (2006), Resolução nº 253 do Conselho Estadual de Educação, Educação Profissional Técnica do Ministério da Educação (MEC, 2007), Resolução nº 2 (2009), etc.
Além disso, para a concretização, discussão-crítica e sugestões deste ensaio, deve-se pontuar que os encontros do Grupo de Estudos História da Educação, História e Pedagogia Brasileira (GEHEPB) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Matemática do Ceará (GEPEMAC) auxiliaram na finalização desta obra, que trouxe a troca, discussão, reflexão e crítica da realidade antiga e atual acerca da temática que direcionará nossa análise e reflexão neste artigo, que foi denominada “Reformulando o Currículo Escolar: Integrando Habilidades do Século XXI para Preparar os Alunos para os Desafios Futuros”. Este tópico é de extrema importância e relevância, pois se concentra em questões cruciais que afetam não apenas o sistema educacional, mas também a vida como um todo dos docentes, discentes, comunidade, pais e as futuras gerações.
A educação é um campo dinâmico e reflexivo que demanda constante adaptação às mudanças socioculturais e tecnológicas. No contexto atual, marcado pela rápida evolução da sociedade e das demandas do mercado de trabalho, a necessidade de reformular o currículo escolar é evidente. Este ensaio crítico se propõe a explorar a integração de habilidades do século XXI no currículo, examinando como essa abordagem pode preparar os alunos para os desafios futuros. Para guiar nossa investigação, delineamos um roteiro que abrange a evolução histórica da educação, a análise das habilidades essenciais para o século XXI, a relação entre essas habilidades e os desafios futuros, a necessidade de ação imediata na atualização do currículo, exemplos inspiradores de práticas inovadoras, obstáculos práticos na implementação, o papel crucial dos professores, a redefinição da avaliação do aprendizado, a promoção da educação inclusiva e diversa, e, por fim, o impacto social além dos portões da escola.
A justificativa para essa pesquisa reside na urgência de adaptar a educação para enfrentar os desafios do século XXI. As habilidades tradicionalmente valorizadas estão se deslocando para competências como pensamento crítico, colaboração, criatividade e alfabetização digital. Esta transição é essencial para equipar os alunos não apenas com conhecimentos, mas com as habilidades necessárias para se destacarem em um mundo caracterizado por mudanças rápidas e complexas.
O objetivo deste ensaio crítico é fornecer uma análise abrangente da necessidade de reformulação do currículo escolar, destacando a importância da integração de habilidades do século XXI. Buscamos oferecer insights que inspirem educadores, gestores escolares e formuladores de políticas a repensarem práticas e estratégias, visando uma educação mais alinhada com as demandas contemporâneas.
O recorte metodológico deste ensaio baseia-se em uma abordagem de pesquisa qualitativa, complementada por uma revisão bibliográfica. A pesquisa qualitativa permite explorar experiências, percepções e contextos educacionais, enquanto a revisão bibliográfica fundamenta nosso argumento em teorias educacionais, estudos acadêmicos e práticas inovadoras já implementadas.
O recorte teórico abrange diversas correntes educacionais contemporâneas, como a teoria da aprendizagem centrada no aluno, a pedagogia crítica e as teorias que destacam a importância das habilidades socioemocionais no desenvolvimento dos alunos. Além disso, a base teórica inclui contribuições de estudiosos que discutem as implicações da revolução digital e da globalização na educação.
O ensaio está estruturado em seções que se desdobram de forma lógica, começando pela Introdução, que delineia a importância da reformulação curricular. Em seguida, exploramos a evolução histórica da educação, fornecendo uma perspectiva que contextualiza as mudanças no sistema educacional ao longo do tempo. As seções subsequentes abordam as habilidades do século XXI, sua relação com os desafios futuros, a necessidade de ação imediata na atualização do currículo, exemplos inspiradores de práticas inovadoras, obstáculos práticos na implementação, o papel dos professores, a redefinição da avaliação, a promoção da educação inclusiva e diversa, e, por fim, o impacto social além dos portões da escola. As Considerações Finais sintetizam as descobertas, destacam a importância da reformulação curricular e lançam uma visão para o futuro da educação.
Introdução Histórica à Educação: Uma Perspectiva Evolutiva
A história da educação está intrinsecamente ligada à evolução da sociedade, refletindo não apenas mudanças nos métodos pedagógicos, mas também se adaptando às complexidades das demandas sociais e econômicas. Ao traçarmos a trajetória do sistema educacional ao longo do tempo, é possível identificar uma interação dinâmica entre a educação e os contextos sociais e econômicos.
Na antiguidade, a educação era muitas vezes restrita a elites privilegiadas, centrada em ensinamentos filosóficos e retóricos. Com o surgimento de impérios e cidades-estado, como Atenas e Roma, a educação começou a incorporar elementos de cidadania e valores comunitários. Durante a Idade Média, a educação tornou-se predominantemente ligada à igreja, focada na transmissão de conhecimentos religiosos e teológicos. A sociedade feudal moldou a educação de acordo com as estruturas hierárquicas vigentes, perpetuando a ideia de que o conhecimento era para poucos.
O Renascimento trouxe consigo uma revitalização do interesse pela aprendizagem e uma ênfase na educação humanística. Surgiram instituições de ensino e uma crescente valorização das ciências e artes. O Iluminismo, por sua vez, defendeu a razão e o pensamento crítico como fundamentais, influenciando as bases pedagógicas que visavam à formação de cidadãos informados.
A Revolução Industrial transformou radicalmente os padrões econômicos, sociais e educacionais. A necessidade de trabalhadores industriais levou à criação de sistemas educacionais massificados, frequentemente focados em habilidades básicas para o trabalho. O currículo tornou-se mais padronizado, refletindo as demandas de uma sociedade industrial emergente.
No século XX, a educação expandiu-se com movimentos como a Educação Nova, que enfatizava uma abordagem mais centrada no aluno. No entanto, muitos sistemas educacionais ainda mantiveram estruturas tradicionais, como sistema de avaliação tradicional. A globalização e avanços tecnológicos no final do século XX destacaram a necessidade de revisitar o currículo para preparar os alunos para um mundo cada vez mais interconectado e digital.
A história da educação é uma narrativa complexa de adaptação às necessidades da sociedade em diferentes momentos. As mudanças no currículo escolar ao longo dos séculos refletem não apenas a evolução dos métodos de ensino, mas também a resposta às demandas sociais e econômicas emergentes. A compreensão dessa trajetória histórica fornece uma base crucial para a reflexão sobre a necessidade contemporânea de reformulação curricular, visando a preparação dos alunos para os desafios do século XXI. Nesse sentido, é imperativo analisar criticamente as lições aprendidas com o passado, identificando como a educação pode evoluir de maneira significativa e equitativa para atender às demandas presentes e futuras.
Habilidades do Século XXI: A Escola Diante de Novos Desafios
O século XXI é marcado por uma rápida transformação impulsionada por avanços tecnológicos, globalização e mudanças sociais. Diante desses desafios, a escola enfrenta a tarefa crucial de preparar os alunos não apenas com conhecimento, mas também com habilidades essenciais para navegar em um mundo em constante evolução.
O pensamento crítico destaca-se como uma habilidade fundamental no século XXI. Envolve a capacidade de analisar informações de maneira objetiva, questionar suposições e tomar decisões fundamentadas. A escola deve promover ambientes que estimulem o pensamento crítico, incentivando a análise profunda e a busca por soluções inovadoras.
A habilidade de resolver problemas complexos é essencial em um mundo onde as questões muitas vezes não têm respostas simples, como por exemplo: Um gerente de projeto em uma empresa de tecnologia enfrenta o desafio de implementar um novo sistema de gerenciamento que integra várias equipes e departamentos. A escola deve oferecer oportunidades para os alunos enfrentarem problemas do mundo real, desenvolvendo estratégias para superar obstáculos e promovendo a resiliência diante de desafios.
No século XXI, a colaboração transcende as fronteiras geográficas. A capacidade de trabalhar efetivamente em equipes diversificadas torna-se crucial. As escolas devem criar ambientes que fomentem a colaboração, incentivando a troca de ideias, a resolução conjunta de problemas e o desenvolvimento de habilidades sociais.
A criatividade é a força motriz por trás da inovação. A escola deve nutrir a criatividade, proporcionando espaços onde os alunos possam explorar diferentes perspectivas, experimentar novas ideias e desenvolver a confiança para expressar pensamentos originais. Isso não apenas alimenta a imaginação, mas também prepara os alunos para os desafios desconhecidos do futuro.
Em um contexto globalizado, a habilidade de se comunicar eficazmente é vital. A escola deve enfatizar não apenas a comunicação verbal, mas também a escrita persuasiva, a comunicação digital e a interpretação de informações visuais. A compreensão da audiência e a adaptação do estilo de comunicação são aspectos essenciais a serem desenvolvidos.
A era digital exige mais do que o conhecimento básico de tecnologia. A alfabetização digital abrange a habilidade de avaliar criticamente informações online, entender conceitos de segurança cibernética e utilizar eficientemente ferramentas digitais para fins educacionais e profissionais. A escola deve integrar o desenvolvimento dessas habilidades desde os estágios iniciais da educação.
A integração dessas habilidades no currículo enfrenta desafios, como a resistência a mudanças tradicionais e a necessidade de recursos adequados. A escola deve abordar esses desafios com estratégias inovadoras, investindo em desenvolvimento profissional para os educadores e atualização constante do currículo.
Sendo assim, a escola do século XXI enfrenta a responsabilidade crucial de desenvolver habilidades que vão além do mero conhecimento acadêmico. Ao priorizar o pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração, criatividade, comunicação eficaz e alfabetização digital, a escola pode preparar os alunos para enfrentar os desafios complexos e dinâmicos do mundo contemporâneo. Essas habilidades não apenas os capacitam a prosperar em suas carreiras, mas também a se tornarem cidadãos ativos e conscientes em uma sociedade em constante transformação.
Entrelaçando Habilidades e Desafios Futuros: Uma Análise Profunda
O futuro promissor, mas desafiador, que se desenha para os alunos do século XXI exige uma análise cuidadosa de como as habilidades contemporâneas estão diretamente conectadas aos desafios que eles enfrentarão. A globalização, mudanças tecnológicas, automação e questões socioambientais são os pilares que moldarão o cenário no qual essas habilidades se tornarão cruciais.
O avanço exponencial da tecnologia define a era atual e antecipa um futuro onde inovações rápidas transformarão indústrias e carreiras. Habilidades como alfabetização digital, pensamento crítico e resolução de problemas tornam-se a espinha dorsal da adaptabilidade. Os alunos precisarão não apenas assimilar novas tecnologias, mas também entender seus impactos sociais, éticos e econômicos.
A globalização é uma força que conecta culturas, economias e sociedades. As habilidades necessárias para prosperar neste ambiente incluem a capacidade de colaborar efetivamente em equipes diversificadas, compreender diferentes perspectivas culturais e comunicar-se de maneira eficaz em contextos internacionais. A escola deve preparar os alunos para operar em um mundo interconectado, onde as fronteiras são permeáveis e as oportunidades transcendem limites geográficos.
O avanço da automação levanta questões sobre o futuro das profissões e empregos. Habilidades como criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas tornam-se insubstituíveis. A capacidade de realizar tarefas complexas, adaptar-se a situações novas e encontrar soluções inovadoras torna-se mais valiosa do que habilidades rotineiras que podem ser automatizadas. A escola deve centrar-se no desenvolvimento dessas habilidades intransferíveis.
Os desafios ambientais e sociais, como mudanças climáticas e desigualdade, demandam uma geração de líderes e cidadãos preocupados e informados. Habilidades de comunicação eficaz, pensamento crítico e colaboração são essenciais para compreender, debater e abordar essas questões. A educação deve incorporar uma perspectiva de sustentabilidade, incentivando os alunos a serem agentes de mudança em suas comunidades e no mundo.
Apesar da clara interconexão entre habilidades do século XXI e os desafios futuros, a implementação eficaz enfrenta desafios, como o sistema educacional avaliativo tradicional. O sistema educacional tradicional, muitas vezes burocrático e resistente à mudança, precisa adaptar-se para incorporar metodologias inovadoras e centradas no aluno. O desenvolvimento profissional contínuo dos educadores também é vital para garantir que estejam equipados para cultivar essas habilidades.
Com isso, a análise profunda da interseção entre habilidades do século XXI e os desafios futuros revela a urgência de uma reformulação educacional. A escola deve ser mais do que uma transmissora de conhecimento; deve ser um terreno fértil para o desenvolvimento de habilidades adaptativas, críticas e interconectadas. Ao alinhar a educação com as demandas emergentes, os alunos podem ser preparados não apenas para enfrentar, mas também para liderar e moldar o futuro, tornando-se agentes ativos na resolução dos desafios globais.
Chamado à Ação: Atualizando o Currículo para a Era Moderna
O modelo tradicional de currículo escolar, muitas vezes arraigado em métodos do passado, enfrenta desafios diante das demandas complexas e em constante evolução do século XXI. Este tópico enfoca a necessidade premente de reformular o currículo, destacando as deficiências do modelo tradicional e argumentando a favor de uma abordagem mais alinhada com as demandas atuais e futuras.
O modelo tradicional muitas vezes prioriza a memorização de fatos e dados em detrimento do desenvolvimento de habilidades críticas. Os alunos podem se tornar especialistas em reter informações, mas podem falhar na aplicação prática e na compreensão profunda dos conceitos.
Currículos tradicionais tendem a ser uniformes, negligenciando as diferentes necessidades e estilos de aprendizado dos alunos. Uma abordagem única para todos pode resultar em desengajamento e subaproveitamento do potencial individual dos estudantes.
O modelo tradicional geralmente subestima ou ignora completamente as habilidades essenciais do século XXI, como pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração. A preparação para desafios futuros, como a automação, muitas vezes é negligenciada.
O currículo tradicional pode estar desatualizado em relação às mudanças sociais, tecnológicas e econômicas, não preparando adequadamente os alunos para o mundo que enfrentarão ao sair da escola. Pode haver uma lacuna entre o que é ensinado na escola e as habilidades demandadas pelo mercado de trabalho.
Reformular o currículo permite um foco claro no desenvolvimento de habilidades cruciais do século XXI, capacitando os alunos a prosperar em ambientes complexos e em rápida evolução. Dessa forma, um currículo atualizado pode incentivar o aprendizado significativo, conectando conceitos acadêmicos a situações do mundo real e estimulando a curiosidade natural dos alunos. Nessa perspectiva, a reformulação possibilita a personalização do processo de aprendizagem, reconhecendo a diversidade de estilos e ritmos de aprendizado dos alunos, promovendo um ambiente mais inclusivo e engajador.
Ao integrar habilidades do século XXI, o currículo reformulado prepara os alunos para enfrentar os desafios do futuro, incluindo mudanças tecnológicas, globalização e questões socioambientais. Dessa forma, a reformulação alinha o currículo às demandas do mercado de trabalho, garantindo que os graduados estejam equipados com as habilidades necessárias para se destacarem em carreiras diversas e em constante transformação. Consoante a isso, a reformulação do currículo não é isenta de desafios, incluindo resistência institucional, falta de recursos e a necessidade de um comprometimento significativo. No entanto, diante das demandas urgentes do século XXI, a inação pode resultar em uma lacuna crescente entre o que é ensinado e o que é necessário, comprometendo o sucesso dos alunos em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico.
O chamado à ação para atualizar o currículo escolar é uma resposta essencial às deficiências do modelo tradicional. A reformulação não é apenas uma mudança estética, mas uma evolução fundamental para garantir que a educação permaneça relevante, significativa e equipada para preparar os alunos não apenas para os desafios do presente, mas também para os desafios futuros de uma era moderna em constante transformação.
Práticas Inovadoras na Educação: Exemplos Inspiradores
À medida que a sociedade evolui, a educação enfrenta a necessidade de se adaptar, incorporando práticas inovadoras que preparem os alunos para os desafios contemporâneos. Este tópico destaca exemplos inspiradores de escolas e sistemas educacionais que estão na vanguarda, implementando abordagens inovadoras no currículo e integrando habilidades do século XXI de maneira eficaz.
A High Tech High, localizada na Califórnia, é um exemplo paradigmático de uma escola que abraça a inovação (Gomes, 2012). Seu currículo é construído em torno de projetos interdisciplinares que demandam pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração. Os alunos não apenas adquirem conhecimento, mas aplicam esse conhecimento em contextos do mundo real, desenvolvendo habilidades práticas e criativas.
A Vittra Telefonplan adota um modelo educacional revolucionário, eliminando as salas de aula tradicionais e optando por espaços abertos e colaborativos (Bosch, 2020). O currículo é baseado em temas, permitindo que os alunos explorem conceitos de maneira interdisciplinar. Essa abordagem não apenas fomenta a criatividade, mas também desenvolve habilidades de comunicação e trabalho em equipe.
A União Europeia, reconhecendo a necessidade de inovação educacional, lançou o programa “Ensino para o Futuro” (Rodrigues, 2008). Este programa visa integrar tecnologia de ponta e práticas pedagógicas inovadoras. As escolas participantes adotam métodos de ensino centrados no aluno, incorporando ferramentas digitais para promover a alfabetização digital e habilidades de pesquisa.
A Escola Avenues em Nova Iorque incorpora o conceito de MakerSpace em seu currículo (Avenues, 2018). Esses espaços de aprendizagem ativa incentivam os alunos a criar, experimentar e solucionar problemas, promovendo habilidades de pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas. Os alunos são desafiados a aplicar conceitos acadêmicos em projetos tangíveis, preparando-os para desafios do século XXI.
A Escola da Ponte, em Portugal, é um exemplo de abordagem democrática e participativa (Moreira, 2003). Os alunos têm voz ativa nas decisões educacionais, colaborando com os professores na definição do currículo. Essa prática não apenas fomenta a autonomia e a responsabilidade, mas também promove a capacidade de tomada de decisões informadas, alinhando-se com as demandas do século XXI.
Embora esses exemplos sejam inspiradores, é crucial abordar desafios associados à implementação de práticas inovadoras. Nem todas as escolas têm acesso a recursos financeiros e tecnológicos necessários, e a resistência institucional pode ser um obstáculo. Além disso, é essencial considerar a adaptabilidade dessas práticas a diferentes contextos culturais e socioeconômicos.
Os exemplos de práticas inovadoras na educação oferecem vislumbres promissores de como as escolas podem reformular seus currículos para integrar habilidades do século XXI. No entanto, a busca pela inovação deve ser acompanhada por uma reflexão crítica sobre os desafios associados e um compromisso contínuo com a equidade e a acessibilidade. Esses exemplos inspiradores não apenas ilustram possibilidades, mas também destacam a necessidade de uma abordagem ampla e adaptável na construção de um futuro educacional mais dinâmico e preparado para os desafios contemporâneos.
Desafios Práticos na Rota da Mudança Curricular
A reformulação curricular é uma jornada desafiadora, pois enfrenta obstáculos práticos e resistências institucionais que podem comprometer a implementação efetiva das mudanças necessárias. Neste tópico, discutiremos os desafios práticos que surgem ao tentar integrar habilidades do século XXI no currículo, como resistência institucional, falta de recursos e a necessidade crucial de treinamento de professores.
A resistência institucional é um desafio quando se trata de reformular o currículo. Muitas instituições educacionais têm estruturas e tradições consolidadas, o que pode levar à resistência a mudanças substanciais. Administradores, professores e até mesmo pais podem resistir às transformações, muitas vezes por receio do desconhecido ou da quebra de tradições.
A implementação efetiva de um novo currículo muitas vezes demanda recursos financeiros e tecnológicos substanciais. Escolas, especialmente aquelas em contextos socioeconômicos desfavorecidos, como as instituições públicas, podem enfrentar restrições orçamentárias que dificultam a aquisição de materiais didáticos atualizados, tecnologias educacionais avançadas e treinamento de professores. A falta desses recursos pode limitar a eficácia das mudanças propostas.
Os professores desempenham um papel central na implementação bem-sucedida de um currículo reformulado. No entanto, a falta de treinamento adequado pode ser um obstáculo significativo. A familiarização com novas metodologias, tecnologias educacionais e abordagens centradas no aluno é crucial. Sem o devido treinamento, os professores podem se sentir despreparados para implementar as mudanças propostas, resultando em resistência ou execução inadequada.
Mensurar o sucesso da reformulação curricular também representa um desafio prático. Métodos tradicionais de avaliação podem não ser adequados para medir o desenvolvimento de habilidades do século XXI, como pensamento crítico e criatividade. Adotar novas formas de avaliação, como portfólios e projetos, demanda tempo e ajustes no sistema de avaliação convencional.
Um desafio prático adicional é a necessidade de adaptação a diversos contextos educacionais e às necessidades específicas dos alunos. O que funciona em uma escola pode não ser diretamente transferível para outra, levando à dificuldade de desenvolver um currículo abrangente e flexível o suficiente para atender às demandas variadas. Nesse contexto, Freires, Da Costa e Júnior (2023), afirmam que para um problema qualquer, o(s) indivíduo(s) deve(m) levar em consideração diversos aspectos, tais como para esse contexto educacional: Sociais, Estruturais, externos e internos de cada instituição e aluno, dentre outros. Dentro dessa contextualização, fica claro que a subjetividade se mantém presente e, por mais que um plano/solução exista para uma questão, deverá sempre se atentar a realidade, pois questões únicas sempre existirão e, devem ser levadas em total consideração para uma total concretização do que se busca/pretende realizar.
É crucial abordar esses desafios de maneira crítica e proativa. Ignorar ou subestimar a resistência institucional, a falta de recursos ou a necessidade de treinamento pode comprometer os objetivos da reformulação curricular. Além disso, é fundamental reconhecer a importância da inclusão de diversas perspectivas e contextos na formulação de estratégias eficazes.
Os desafios práticos na rota da mudança curricular são inegáveis, mas também representam oportunidades para inovação e crescimento. Superar a resistência institucional, buscar recursos criativos, investir em treinamento de professores abrangente e desenvolver métodos de avaliação mais relevantes são passos cruciais. Uma abordagem reflexiva e colaborativa é essencial para garantir que a reformulação curricular seja implementada com sucesso, capacitando os alunos para os desafios do século XXI.
O Papel Fundamental dos Professores na Transformação Educacional
A reformulação do currículo para integrar habilidades do século XXI exige uma mudança profunda no papel dos educadores. Neste tópico, exploraremos a importância do papel dos professores na implementação dessas mudanças, destacando a necessidade crítica de desenvolvimento profissional e apoio contínuo para garantir o sucesso da transformação educacional.
Ao longo da história, o papel do professor evoluiu de transmissor de conhecimento para facilitador do aprendizado. No contexto atual, em que as habilidades do século XXI ganham destaque, espera-se que os educadores desempenhem um papel ainda mais dinâmico, priorizando o desenvolvimento de habilidades críticas nos alunos.
O desenvolvimento profissional é um pilar essencial para capacitar os professores a liderar a transformação educacional. Isso envolve a atualização constante das práticas pedagógicas, a incorporação de novas metodologias de ensino e a adaptação às demandas emergentes da educação moderna. Professores bem treinados são mais aptos a integrar com sucesso habilidades do século XXI em seu ensino.
Professores desempenham um papel vital no desenvolvimento de habilidades do século XXI nos alunos. Eles não apenas transmitem conhecimento, mas também são responsáveis por cultivar pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração, criatividade e comunicação eficaz. Essas habilidades transcendem a mera entrega de conteúdo, exigindo uma abordagem pedagógica mais interativa e centrada no aluno.
Cada aluno é único, e os professores desempenham um papel crucial na adaptação do ensino às necessidades individuais. Isso envolve reconhecer diferentes estilos de aprendizado, oferecer suporte personalizado e criar ambientes que incentivem a autonomia do aluno. Professores bem preparados podem diferenciar sua abordagem para garantir que cada aluno alcance seu potencial máximo.
A transformação educacional é um processo contínuo, e o apoio contínuo é essencial para garantir a sustentabilidade dessas mudanças. Professores enfrentarão desafios durante a transição para abordagens mais inovadoras, e é fundamental fornecer suporte emocional, pedagógico e técnico ao longo desse caminho.
A implementação das mudanças propostas pode encontrar resistência, tanto de professores quanto de sistemas educacionais mais amplos. A necessidade de resiliência é evidente, pois os educadores podem enfrentar desafios ao tentar integrar novas práticas em ambientes educacionais estabelecidos. O desenvolvimento de uma comunidade de prática e a troca de experiências entre os professores podem ser estratégias valiosas nesse processo.
A avaliação do desempenho dos professores deve ser uma reflexão crítica que valoriza não apenas a entrega de conteúdo, mas também a capacidade de cultivar habilidades do século XXI nos alunos. Os critérios de avaliação devem refletir a adaptação às necessidades individuais dos alunos, a inovação pedagógica e a busca contínua por desenvolvimento profissional.
Sendo assim, o papel dos professores na transformação educacional é fundamental para o sucesso da integração de habilidades do século XXI no currículo. O desenvolvimento profissional e o apoio contínuo são investimentos críticos para capacitar os educadores a liderar efetivamente essa mudança. Ao reconhecer o papel central dos professores na construção de um ambiente educacional mais relevante e preparado para os desafios do século XXI, podemos criar uma base sólida para o sucesso dos alunos em um mundo em constante evolução.
Avaliação do Amanhã: Mensurando Habilidades, Não Apenas Conhecimento
A necessidade de reformular o currículo escolar para integrar habilidades do século XXI demanda uma reavaliação fundamental da abordagem de avaliação dos alunos. Neste contexto, exploraremos como a avaliação pode ser ajustada para medir adequadamente o desenvolvimento das habilidades do século XXI, indo além das tradicionais avaliações de conhecimento.
A avaliação tradicional muitas vezes se baseia em testes padronizados que medem a retenção de informações e conhecimentos específicos. No entanto, essa abordagem pode ser limitada quando se trata de avaliar habilidades essenciais do século XXI, como pensamento crítico, colaboração, resolução de problemas e criatividade.
À medida que as habilidades do século XXI se tornam cruciais para o sucesso dos alunos em ambientes complexos e em constante evolução, a avaliação deve refletir essa mudança de paradigma. A valorização dessas habilidades não apenas prepara os alunos para desafios futuros, mas também fornece uma imagem mais abrangente de seu desenvolvimento como aprendizes.
A avaliação formativa, que fornece feedback contínuo durante o processo de aprendizagem, é uma ferramenta valiosa para mensurar habilidades do século XXI. Em vez de se concentrar apenas em resultados finais, essa abordagem permite a adaptação contínua, identificação de áreas de melhoria e promoção de uma mentalidade de aprendizado ao longo da vida.
A criação de portfólios e a realização de projetos práticos são métodos eficazes para avaliar habilidades do século XXI. Essas ferramentas permitem que os alunos demonstrem não apenas o conhecimento adquirido, mas também a aplicação prática desse conhecimento em contextos do mundo real. Além disso, facilitam a avaliação de habilidades como comunicação eficaz, criatividade e colaboração.
A incorporação de abordagens inovadoras de avaliação, como avaliação por pares e autoavaliação, pode proporcionar insights valiosos sobre o desenvolvimento das habilidades do século XXI. Essas práticas não apenas engajam os alunos de maneira mais ativa no processo de avaliação, mas também promovem a reflexão crítica sobre seu próprio aprendizado.
A avaliação contextualizada, que considera o contexto em que as habilidades são aplicadas, é essencial. A capacidade de transferir habilidades para diferentes situações e contextos é uma característica-chave das habilidades do século XXI. Portanto, as avaliações devem refletir essa adaptabilidade e aplicação prática em cenários do mundo real.
A transição para métodos de avaliação centrados em habilidades enfrenta desafios, incluindo a resistência a mudanças institucionais, a necessidade de treinamento de professores e a adaptação de sistemas educacionais tradicionais. A superação desses desafios é crucial para garantir uma avaliação mais alinhada com as demandas do século XXI.
A avaliação não deve ser vista apenas como uma medida de desempenho, mas como uma ferramenta educacional valiosa. Ao incorporar métodos que mensuram habilidades do século XXI, a avaliação não apenas guia o ensino, mas também promove o desenvolvimento total dos alunos como cidadãos preparados para enfrentar os desafios futuros.
A avaliação do amanhã deve transcender as limitações das abordagens tradicionais, refletindo a importância das habilidades do século XXI. Ao adotar métodos inovadores, contextualizados e formativos, podemos garantir uma avaliação mais autêntica e significativa, contribuindo para a preparação efetiva dos alunos para os desafios futuros, além de garantir que se tornem bons cidadãos.
Educação Inclusiva e Diversidade: Pilares da Reformulação Curricular
A integração bem-sucedida de habilidades do século XXI no currículo não pode ser completa sem uma abordagem centrada na educação inclusiva e na promoção da diversidade. Neste tópico, exploraremos como a reformulação curricular pode ser orientada para promover a inclusão e a diversidade, preparando os alunos para um mundo cada vez mais interconectado e plural.
A educação inclusiva é um pilar essencial da reformulação curricular voltada para o século XXI. Isso implica a criação de ambientes educacionais que atendam às necessidades de todos os alunos, independentemente de suas características individuais, origens étnicas, socioeconômicas ou habilidades. Ao garantir que o currículo seja acessível a todos, promovemos a equidade educacional.
A diversidade não deve ser vista apenas como uma característica demográfica, mas como uma riqueza de experiências, perspectivas e culturas que enriquecem o ambiente educacional. A reformulação curricular deve reconhecer a diversidade como uma oportunidade de aprendizado, integrando diferentes vozes e experiências no processo educacional. Isso não apenas prepara os alunos para um mundo plural, mas também promove a empatia e o respeito mútuo.
Uma abordagem inclusiva requer a adaptação do currículo às necessidades individuais dos alunos, como alunos com superdotação, transtornos de aprendizagem, dentre outros. Isso envolve o reconhecimento de diferentes estilos de aprendizado, ritmos e preferências. Ferramentas como tecnologia assistiva e estratégias pedagógicas flexíveis podem ser incorporadas para garantir que todos os alunos tenham oportunidades iguais de sucesso.
A educação para a diversidade deve ser uma parte intrínseca do currículo. Isso implica a incorporação de conteúdos que abordem temas como multiculturalismo, igualdade de gênero, respeito à orientação sexual e compreensão das diferentes habilidades. A diversidade deve ser refletida não apenas na composição dos alunos, mas também nos materiais didáticos, exemplos e abordagens pedagógicas.
A reformulação curricular deve enfatizar o desenvolvimento de habilidades interculturais. Isso inclui a promoção da compreensão e apreciação das diferentes culturas, a capacidade de trabalhar efetivamente em equipes diversificadas e a competência para navegar em um mundo globalizado. Essas habilidades são fundamentais para a preparação dos alunos para desafios futuros, onde a colaboração intercultural se torna cada vez mais importante.
Um currículo reformulado deve ser ativo na promoção da consciência crítica e na desconstrução de preconceitos e estereótipos. Isso envolve a abordagem de questões sociais relevantes e o incentivo à reflexão sobre a igualdade, a justiça e os direitos humanos. Os alunos devem ser incentivados a questionar atitudes discriminatórias e a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
Implementar uma educação inclusiva e diversificada enfrenta desafios, incluindo a necessidade de treinamento de professores, resistência institucional e adaptação de recursos educacionais. O compromisso com esses desafios é crucial para garantir que a reformulação curricular não apenas promova a inclusão e a diversidade no discurso, mas também na prática.
A sustentabilidade da inclusão e diversidade no currículo deve ser uma prioridade. Isso requer uma reflexão contínua sobre as práticas educacionais, avaliação regular das estratégias implementadas e ajustes conforme necessário. A participação ativa de toda a comunidade escolar é vital para garantir uma cultura educacional que valorize e celebre a diversidade.
A educação inclusiva e diversificada não é apenas uma abordagem ética, mas uma preparação necessária para um mundo complexo e interconectado. A reformulação curricular deve abraçar a diversidade como uma força propulsora de aprendizado, promovendo uma compreensão mais profunda, respeitosa e colaborativa entre os alunos. Ao fazê-lo, não apenas capacitamos os alunos para os desafios futuros, mas também contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Além dos Portões da Escola: Impacto Social da Educação do Século XXI
A reformulação do currículo para integrar habilidades do século XXI não é apenas uma evolução na forma como os alunos aprendem, mas também um compromisso com a formação de cidadãos ativos e adaptáveis. Neste tópico, exploraremos o impacto social que uma abordagem mais alinhada com as habilidades do século XXI pode ter, transcendendo os limites dos portões da escola.
Uma educação do século XXI, centrada em habilidades como pensamento crítico, colaboração e resolução de problemas, vai além da mera transmissão de conhecimento. Ela visa desenvolver cidadãos ativos, capacitados a participar ativamente na sociedade. Ao internalizar a importância da participação cívica e do comprometimento com questões sociais, os alunos se tornam agentes de mudança e contribuem para a construção de comunidades mais justas.
Habilidades sociais e emocionais são elementos fundamentais das habilidades do século XXI. Uma educação que incorpora essas habilidades promove a empatia, a compreensão intercultural e a capacidade de trabalhar efetivamente com pessoas de diferentes origens. Isso não apenas fortalece os laços sociais, mas também cria uma sociedade mais inclusiva e tolerante.
A abordagem do século XXI na educação prepara os alunos para enfrentar desafios socioambientais, como mudanças climáticas. Ao integrar a conscientização ambiental, sustentabilidade e resolução de problemas complexos no currículo, os estudantes são capacitados a abordar questões como mudanças climáticas, desigualdade e escassez de recursos. Essa preparação é essencial para cultivar uma geração consciente e comprometida com a preservação do planeta.
A rápida evolução tecnológica caracteriza o século XXI, e uma educação alinhada com essa realidade prepara os alunos para se adaptarem a mudanças tecnológicas, como programas de educação em tecnologia. Ao desenvolver habilidades como alfabetização digital, pensamento crítico em relação à tecnologia e capacidade de aprender continuamente, os alunos se tornam mais resilientes em face das transformações tecnológicas e podem contribuir de maneira significativa para a sociedade digital.
A educação do século XXI estimula o empreendedorismo e a inovação. Ao incorporar a criatividade, o pensamento inovador e a resolução de problemas no currículo, os alunos são encorajados a buscar soluções originais para os desafios sociais e econômicos, como programas de empreendedorismo nas escolas. Essa mentalidade empreendedora não apenas impulsiona o crescimento econômico, mas também fomenta uma cultura de inovação na sociedade.
Uma educação do século XXI visa construir uma sociedade mais resiliente. Ao capacitar os alunos com habilidades adaptáveis, pensamento crítico e habilidades socioemocionais, a sociedade torna-se mais apta a enfrentar crises e mudanças inesperadas, como um plano de resposta a pandemias, infraestrutura resistente a desastres naturais, etc. Os cidadãos se tornam não apenas receptivos a desafios, mas também participantes ativos na construção de soluções.
Além dos benefícios sociais diretos, uma abordagem educacional do século XXI também impacta a economia e a competitividade global. Cidadãos preparados para os desafios do mundo moderno contribuem para uma força de trabalho mais inovadora, produtiva e competitiva, influenciando positivamente o desenvolvimento econômico e a posição global de um país.
Apesar dos benefícios evidentes, a implementação efetiva de uma educação do século XXI enfrenta desafios, como resistência institucional, necessidade de treinamento de professores e adaptação de infraestruturas educacionais. A sustentabilidade dessas mudanças exige um compromisso contínuo com a inovação, o desenvolvimento profissional e a adaptação às necessidades em constante evolução da sociedade.
A reflexão crítica sobre o papel da educação na sociedade é crucial para avaliar continuamente a eficácia das abordagens educacionais. Isso envolve não apenas medir o desempenho acadêmico, mas também considerar o impacto social, a formação de cidadãos e a contribuição para um futuro sustentável.
Uma abordagem mais alinhada com as habilidades do século XXI na educação não é apenas uma mudança no método de ensino, mas uma promessa de construir uma sociedade mais justa, inclusiva e preparada para os desafios futuros. Ao ir além dos portões da escola e impactar positivamente a sociedade em geral, essa abordagem não apenas transforma a educação, mas também influencia o tecido social, econômico e ambiental de uma nação.
Considerações Finais
Ao revisitarmos a jornada de reformulação do currículo para integrar habilidades do século XXI, desde a evolução histórica da educação até os desafios práticos na implementação, percebemos que essa transformação não é apenas uma necessidade educacional, mas uma imperativa social. Neste ponto culminante, é vital refletir sobre as considerações finais deste ensaio crítico, considerando os diversos tópicos abordados ao longo do trabalho.
A introspecção histórica revelou que a educação sempre foi moldada pelas demandas sociais e econômicas de cada era. No entanto, a rapidez das mudanças na sociedade contemporânea exige uma reavaliação mais constante e dinâmica do currículo. A adaptação do sistema educacional às transformações globais é uma resposta necessária para preparar os alunos para os desafios do futuro.
A análise das habilidades do século XXI destacou não apenas as habilidades cognitivas, mas também as socioemocionais como fundamentais para o sucesso dos alunos em um mundo complexo e interconectado. A escola, diante desses novos desafios, é convocada a transcender as estruturas tradicionais e fomentar ambientes que promovam a criatividade, a colaboração, o pensamento crítico e a adaptação constante.
Aprofundando nossa análise, percebemos a intrínseca relação entre as habilidades do século XXI e os desafios que os alunos enfrentarão no futuro. Desde as mudanças tecnológicas até as questões socioambientais, a educação do século XXI não pode se isolar dessas realidades. Ao contrário, ela deve ser uma resposta proativa, preparando os alunos para contribuírem significativamente na resolução desses desafios.
O chamado à ação reflete a urgência de reformular o currículo escolar, alinhando-o com as demandas atuais e futuras. A necessidade de superar as deficiências do modelo tradicional se torna evidente, uma vez que os alunos necessitam de uma educação que vá além da mera transmissão de conhecimento, capacitando-os com as habilidades necessárias para prosperar em um mundo dinâmico.
Os exemplos inspiradores de práticas inovadoras na educação fornecem uma visão tangível de como a transformação pode ocorrer na prática. Essas iniciativas não apenas ilustram a aplicabilidade das habilidades do século XXI, mas também oferecem modelos eficazes para educadores e sistemas educacionais que buscam integrar essas abordagens inovadoras.
A discussão dos desafios práticos na rota da mudança curricular destaca a complexidade da transição para um novo paradigma educacional. A resistência institucional, a falta de recursos e a necessidade de treinamento contínuo de professores são obstáculos reais, mas enfrentá-los é essencial para garantir a sustentabilidade da transformação educacional.
O reconhecimento do papel central dos professores na transformação educacional destaca a importância do desenvolvimento profissional e do apoio contínuo. Professores bem preparados são a espinha dorsal da implementação eficaz de práticas inovadoras, e sua habilidade em guiar os alunos em direção às habilidades do século XXI é crucial para o sucesso dessa empreitada.
A discussão sobre a avaliação do amanhã aponta para a necessidade de medidas que vão além da tradicional avaliação de conhecimento. A integração de métodos que mensuram adequadamente as habilidades do século XXI, como a avaliação formativa e o uso de portfólios, é crucial para garantir que a avaliação seja uma ferramenta construtiva e alinhada com os objetivos educacionais.
A análise da educação inclusiva e da diversidade ressalta a importância de preparar os alunos para um mundo diversificado. A inclusão não é apenas uma questão de acesso, mas uma abordagem ampla que promove a equidade e reconhece a riqueza da diversidade como um pilar para uma sociedade mais justa e harmoniosa.
Ao expandir nossa visão para além dos portões da escola, reconhecemos o potencial impacto social da educação do século XXI. Uma abordagem mais alinhada com as habilidades do século XXI não apenas transforma indivíduos, mas contribui para a construção de comunidades mais participativas, ambientalmente conscientes e socialmente responsáveis.
Com isso, a reformulação do currículo para integrar habilidades do século XXI é mais do que uma adaptação educacional; é uma promessa para o futuro. Este ensaio crítico destaca que essa promessa não é apenas acadêmica, mas social e global. Ao abraçar a mudança, superar desafios e reconhecer o papel crucial da educação na construção de um mundo melhor, estamos forjando um caminho para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade para as gerações futuras. Este é um compromisso com a evolução constante, com a inovação e com a construção de uma sociedade que valoriza não apenas o conhecimento, mas também as habilidades e os valores que moldarão o amanhã.
Logo, evidencia-se que este estudo não buscou sanar todas as lacunas teóricas acerca da reformulação do currículo escolar e da integração de habilidades do século XXI para preparar os alunos para os desafios futuros, tampouco esgotar os debates sobre essa temática. Pelo contrário, deve ser considerado complementar a outros estudos teóricos que apresentam essa discussão, porém, com a preocupação de sintetizar conhecimentos que compreendam a reformulação do currículo escolar a partir de diferentes óticas, apontando para as habilidades do século XXI para preparar os alunos para os desafios futuros, levando em conta diversos aspectos, tais como: Tecnológicos, Socioambientais, etc. Para trabalhos futuros, recomendam-se estudos de campo com profissionais da área educacional e interdisciplinar da educação, que atuam na reformulação do currículo escolar, tendo como objetivo integrar as habilidades do século XXI para preparar os alunos para os desafios futuros.
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1Mestrando em Educação pela Universidad Europea del Atlántico
2Mestranda em Educação pela Universidad Europea del Atlántico
3Mestranda em Educação pela Universidad Europea del Atlántico
4Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação – Must University
5Mestranda em Educação pela Universidad Europea del Atlántico
6Mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
7Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação – Must University
8Mestranda em Educação pela Universidad Europea del Atlántico
9Mestranda em Tecnologia Emergentes na Educação pela Must University
10Mestranda em Educação pela Universidad Europea del Atlántico