O USO DAS MÍDIAS EDUCACIONAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DURANTE A PANDEMIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10473628


Leonardo Sousa Lopes1


RESUMO

Este artigo científico analisa o uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual de educação durante a pandemia. Com o advento da COVID-19 e a necessidade de distanciamento social, as escolas foram desafiadas a adotar o ensino remoto, o que levou a um aumento significativo no uso de mídias digitais como ferramentas de apoio ao ensino. O objetivo deste estudo foi investigar como as escolas públicas da rede estadual têm utilizado as mídias educacionais e avaliar os impactos dessa adoção no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, é importante que sejam promovidas ações de inclusão digital para garantir o acesso igualitário dos alunos a essas ferramentas. Este estudo contribui para a compreensão do uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual durante a pandemia, destacando seus benefícios e desafios. Essas informações podem auxiliar na formulação de políticas educacionais mais eficazes e no desenvolvimento de estratégias de ensino mais adequadas ao contexto atual.

Palavras-chave: mídias educacionais, ensino remoto, pandemia, escolas públicas, rede estadual de educação.

ABSTRACT

This scientific article analyzes the use of educational media in public schools of the state education network during the pandemic. With the advent of COVID-19 and the need for social distancing, schools were challenged to adopt remote teaching, which led to a significant increase in the use of digital media as tools to support teaching. The objective of this study was to investigate how public schools in the state network have been using educational media and to evaluate the impacts of this adoption on the teaching-learning process. In addition, it is important that digital inclusion actions are promoted to ensure equal access for students to these tools. This study contributes to understanding the use of educational media in public schools in the state network during the pandemic, highlighting its benefits and challenges. This information can help formulate more effective educational policies and develop teaching strategies that are more suited to the current context.

Keywords: educational media, remote learning, pandemic, public schools, state education network.

1. INTRODUÇÃO

Vivemos numa era de globalização onde as tecnologias de comunicação e os meios digitais nos permitem visitar lugares, ver pessoas e comunicar à distância. Nossa conexão instantânea com a cultura, costumes e diferentes formas de entretenimento e socialização nos permite conectar com o mundo em tempo real (TESSARI, 2020).

O conhecimento humano é construído inicialmente a partir da experiência cotidiana e do senso comum. No entanto, o ser humano nasce com essa transformação e evolução do conhecimento para adaptá-lo às necessidades básicas de sobrevivência ou desenvolvimento de indivíduos, profissões ou comunidades, de acordo com seu contexto social, cultural ou temporal (TESSARI,2020).

Piaget 2001 constrói seu conhecimento a partir das relações que desenvolve com os objetos e o ambiente com o qual interage. Por meio dessas relações, em um processo contínuo e dinâmico de desenvolvimento cognitivo, a pessoa assimila, reflete, toma consciência e é capaz de agir sobre os objetos.

O conhecimento científico muda e avança de acordo com as necessidades da sociedade e dos sistemas de produção. No entanto, quando se trata de conhecimento baseado em princípios jurídicos e teóricos, esses avanços no conhecimento científico se concentram em priorizar práticas que abordam de forma mais eficaz os desafios da sociedade e oferecem oportunidades dinâmicas de mudança que podem levar a mudanças em todas ou algumas áreas da sociedade, trazendo melhorias. O conhecimento gerado por essa ciência é sistematizado e compartilhado com a comunidade a fim de subsidiar o desenvolvimento pessoal dos cidadãos e facilitar seu ingresso na sociedade e no mercado de trabalho (MOSER,2020).

A sociedade mundial vive um momento importante de transformação da educação tradicional, marcada pela padronização do ensino baseado na relação professor/diretoria/livro/aluno, para uma relação ensino-aprendizagem mais complexa. Os desafios que surgem exigem uma apreciação renovada do que realmente significa ensinar e aprender nestes tempos. Mais do que nunca, a produção de conhecimento é uma prioridade do desenvolvimento humano, e na prática docente significa que os professores precisam aprender a aprender em nível técnico para saber ensinar (TESSARI,2020).

O objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão de literatura acerca das tecnologias digitais, sua utilização na prática docente e seu impacto no processo de ensino.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO 

No Brasil, a educação sistemática passou por diversas mudanças na história, começando com os tempos coloniais. A missão dos jesuítas junto aos índios, originalmente com o único objetivo de incutir neles a fé católica, desenvolveu um programa com a função de ensinar ofícios, e estabeleceu colégios e seminários para desenvolver as vocações religiosas. Associam as atividades religiosas ao aprendizado da leitura e da escrita, porém, sempre sob uma ênfase religiosa. Dramas, festas, disputas e debates são usados ​​como ferramentas de ensino. A música e o canto são métodos educacionais bem-sucedidos porque os índios gostam muito de cantar e dançar. Eles aperfeiçoaram a arte necessária para a sobrevivência fazendo roupas e sapatos de cânhamo, casas e objetos de barro, artesanato e técnicas agrícolas. A abordagem jesuítica da educação continuou em todo o Império brasileiro (Lago, 2017).

Na época colonial, segundo Queiroz et al. (2018), onde muitos intelectuais formaram a corte portuguesa que aqui residiu, a deslocalização da Real Biblioteca para cá foi um grande passo na educação, embora a sua utilização fosse limitada. Este fato, aliado à posterior abertura da biblioteca pública, foi um grande avanço. Outro legado significativo do Tribunal de Educação nesse período foi a criação da Imprensa Real, que possibilitou a publicação de livros e jornais, considerados importantes materiais didáticos na época.

No século XX após a fundação da República Popular da China, surgiram novas escolas e propostas atualizadas, representadas pela tecnologia educacional. Utilizando uma abordagem pedagógica intuitiva, foi dada especial atenção à aquisição de materiais didáticos, incluindo peças anatômicas, equipamentos químicos e físicos, mapas geográficos, mapas de história natural e sistemas de pesos e medidas (Queiroz et al. 2018).

No entanto, nem todas as escolas têm acesso a esses materiais e, com o passar do tempo, desenvolve-se nas escolas o uso sistemático de cartilhas e livros, bem como o uso diário de lousas e giz, cadernos e lápis. Os materiais mais técnicos geralmente encontrados ainda são mapas e cartazes (DE LIMA, 2021).

No final da década de 1950, foi implantado um sistema de radiodifusão educativa e serviços de cinema, distribuindo equipamentos de projeção de luz fixa e animada, radiodifusão educativa, toca-discos, projetores e outros materiais considerados inovadores para a época. Foi também nesse período que se difundiu o termo audiovisual, referindo-se aos recursos que utilizam imagens e sons. A partir das décadas de 1960 e 1970, a ideia de tecnologia educacional se difundiu no Brasil, com o poder público apoiando projetos ambiciosos de implementação de políticas educacionais envolvendo emissoras de rádio e televisão educacionais abertas (BRUZZI, 2018).

Na década de 1990, o governo federal instituiu o ProInfo, programa destinado a incentivar o uso da tecnologia da informação na educação. No entanto, muitas escolas têm computadores instalados, mas os alunos não têm acesso à internet. O uso das atividades de mimeógrafo e/ou fotocópias permaneceu inalterado até a década de 2000. Também podemos destacar nesse momento que o uso da televisão ganha mais destaque, principalmente nos programas educativos lançados pelo MEC, como a TV Escola.

Na maioria dos estados do Brasil, somente após a expansão do programa ProInfo (programa nacional de tecnologia educacional criado em 1997), em 2007, foram implantados laboratórios de informática nas escolas, conectividade com a Internet e formação de professores (COSTA, 2017).

2.2 MÍDIA DIGITAL 

As mídias educacionais têm desempenhado um papel cada vez mais relevante no contexto educacional, proporcionando novas possibilidades de ensino e aprendizagem. Nesta revisão de literatura, serão abordados os principais aspectos relacionados às mídias educacionais, destacando suas definições, tipos, benefícios e desafios.

Mídia digital refere-se a um modo de comunicação contemporâneo utilizado por dispositivos eletrônicos baseados em rede, portanto, referem-se tanto à conexão quanto ao seu suporte físico. Existem formas muito diferentes de se conectar à rede, e suas interseções também são diferentes, dependendo do tipo de acesso e da conexão entre os dispositivos utilizados (MISKOLCI, 2017).

O conceito de mídia digital é entendido como um conjunto de objetos técnicos cujo uso “media as relações sociais por meio da conectividade” (PRADO, 2017).

É sabido que a sociedade tradicionalmente impôs a responsabilidade pela formação da personalidade individual às instituições escolares em prol da transmissão cultural e do conhecimento historicamente acumulado. No entanto, mesmo com o objetivo de desenvolver cidadãos ativos, criativos e críticos nas tecnologias de comunicação e informação, as escolas não encontraram um caminho para isso (DE LIMA, 2021).

A integração dos meios de comunicação também produziu uma convergência gradual das atividades intelectuais e industriais no campo da informação. Jornalistas das redações dos principais jornais e agências de informação, artistas, comunidades estudantis, pesquisadores trabalham em frente às telas dos computadores. A eficiência da informação está melhorando a cada dia e o custo da tecnologia está ficando mais barato. Não se esqueça que diferentemente de outras máquinas que manipulam, transformam ou transportam matéria e energia, os computadores manipulam, transformam e transportam um elemento mais limpo e que consome menos energia e matérias-primas. Assim, abre-se uma porta para o crescimento ilimitado da informação (FONSECA FILHO, 2017).

De acordo com Santos (2019), as mídias educacionais são recursos audiovisuais e tecnológicos que têm como objetivo auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Elas englobam diferentes formatos, como vídeos, animações, jogos educativos, simuladores, e-books, podcasts, entre outros.

Essas mídias podem ser classificadas em diferentes categorias, como mídias impressas, mídias audiovisuais, mídias digitais e mídias interativas. As mídias impressas incluem livros, apostilas e materiais didáticos em formato físico. Já as mídias audiovisuais abrangem vídeos, filmes, documentários e programas de TV educativos. As mídias digitais envolvem recursos online, como plataformas de aprendizagem, aplicativos educacionais e ambientes virtuais de ensino. Por fim, as mídias interativas permitem a participação ativa dos estudantes por meio de jogos, quizzes e atividades interativas.

Com a crescente evolução das tecnologias e a popularização dos dispositivos eletrônicos, o uso das mídias educacionais nas escolas se tornou cada vez mais comum. Durante a pandemia de COVID-19, esse uso se intensificou ainda mais, já que muitas escolas tiveram que adotar o ensino remoto para garantir a continuidade do aprendizado dos alunos. Nesse contexto, tornou-se essencial compreender como as mídias educacionais podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem.

Segundo Almeida (2010), as mídias educacionais podem ser definidas como recursos didáticos que utilizam tecnologia para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Dentre as principais mídias utilizadas nas escolas, destacam-se os vídeos educativos, as apresentações multimídia, os jogos educativos e as plataformas de aprendizagem online.

De acordo com Prensky (2001), os alunos da chamada “geração digital” são mais receptivos às mídias educacionais do que às formas tradicionais de ensino. Isso ocorre porque eles estão acostumados a lidar com dispositivos eletrônicos desde cedo e têm facilidade para lidar com as tecnologias. Além disso, as mídias educacionais podem tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico e atrativo, o que contribui para a motivação dos alunos.

No entanto, é importante destacar que o uso das mídias educacionais não pode substituir completamente a figura do professor. Conforme destacado por Moran (2007), o professor ainda é fundamental no processo de ensino, já que é responsável por mediar as interações entre os alunos e as mídias educacionais, bem como por avaliar o desempenho dos alunos e fornecer feedbacks. Outra questão importante é a acessibilidade das mídias educacionais. 

Conforme destacado por Lima e Oliveira (2020), é necessário garantir que os recursos estejam disponíveis para todos os alunos, independentemente de suas condições socioeconômicas ou de suas deficiências físicas. Para isso, é importante que as escolas invistam em infraestrutura e que os materiais sejam adaptados às necessidades de cada aluno.

A utilização das mídias educacionais nas escolas pode contribuir significativamente para o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais dinâmico e atrativo para os alunos. No entanto, é importante destacar que essas mídias devem ser utilizadas de forma complementar ao trabalho do professor e que é necessário garantir a acessibilidade dos recursos para todos os alunos.

O uso das mídias educacionais traz uma série de benefícios para o processo de ensino-aprendizagem. Estudos têm demonstrado que essas ferramentas promovem a motivação dos alunos, estimulando o interesse pelo conteúdo e tornando as aulas mais dinâmicas e atrativas (Almeida, 2018). Além disso, as mídias educacionais facilitam a compreensão de conceitos complexos por meio de representações visuais e interativas (FERNANDES, 2019). Elas também possibilitam a personalização do aprendizado, permitindo que os estudantes avancem no seu próprio ritmo e revisem os conteúdos quando necessário (PEREIRA, 2020).

Apesar dos benefícios, o uso das mídias educacionais também apresenta desafios a serem enfrentados. A falta de acesso a equipamentos tecnológicos e à internet adequada é uma das principais barreiras, especialmente em regiões mais vulneráveis economicamente (CARVALHO, 2021). Além disso, é necessário um planejamento adequado para a seleção e uso das mídias educacionais, considerando a qualidade dos recursos, sua adequação ao currículo e a formação dos professores para sua utilização (SILVA, 2019).

2.3. MÍDIAS DIGITAIS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

O uso de ferramentas tecnológicas avançou em grande escala e atingiu muitas áreas da vida social, a educação não é exceção, pois o impacto desse progresso se efetiva como processo social, adentrando muitas instituições públicas e privadas, intrometendo-se em sua vida. Dessa forma, o impacto da mídia digital vivenciado pelos participantes sociais orienta suas atividades e suas relações com os outros (DE LIMA, 2021).

As tecnologias de informação e comunicação estão mudando a relação entre ensino e aprendizagem. Eles abrem novos horizontes e oferecem aos educadores a possibilidade de utilizar uma variedade de ferramentas para melhorar o processo de ensino, tornando o aprendizado mais interativo, concreto e colaborativo (NUNES, 2018).

Em um mundo mediado pelas mídias digitais, a relação entre professores e alunos mudou drasticamente, obrigando os educadores a repensarem seus conceitos, pois não são mais a única fonte de conhecimento no espaço escolar. É impossível ignorar as experiências dos escolares com as mídias digitais porque estão sendo vivenciadas por eles à medida que são inseridos no mundo em que vivem. Além disso, quase todo o conhecimento agora é facilmente acessível na Internet, de modo que os alunos também se tornam protagonistas de seu aprendizado (DE LIMA, 2021).

As mídias digitais impactam a educação porque fazem parte da experiência do aluno e uma parte importante da sociedade. Como tal, eles permitem a aprendizagem colaborativa, permitindo que os alunos interajam uns com os outros e se baseiam em outras culturas, melhorando assim a compreensão de novas e diferentes visões de mundo. Nesse mundo mediado pelas mídias digitais, é necessário que os alunos atuem como colaboradores em projetos dentro e fora do campus, trabalhando com outros alunos para pesquisar, coletar dados, escrever, publicar e editar vídeos. No entanto, é importante que os professores estejam preparados para atuar nessa capacidade e sempre planejem suas ações (NUNES, 2018).

As mídias digitais têm desempenhado um papel cada vez mais importante no processo de ensino-aprendizagem. Com o avanço da tecnologia, o uso de dispositivos eletrônicos e recursos digitais nas salas de aula tem se tornado uma realidade presente em muitas instituições educacionais. Neste contexto, é fundamental compreender o impacto das mídias digitais no processo educativo, bem como explorar as vantagens e desafios dessa abordagem. 

Diversos estudos têm enfatizado os benefícios das mídias digitais no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Lévy (1999), as mídias digitais possibilitam a construção de ambientes de aprendizagem interativos, nos quais os alunos podem explorar conteúdos de forma ativa e autônoma. Essa abordagem promove a participação ativa dos estudantes, incentivando o desenvolvimento de habilidades como autonomia, criatividade e pensamento crítico. Além disso, as mídias digitais oferecem a oportunidade de acessar e compartilhar uma vasta gama de recursos educacionais. 

Conforme apontado por Johnson et al. (2017), a internet e as plataformas online fornecem um acervo de informações e materiais multimídia que enriquecem o processo de aprendizagem. Os alunos podem acessar vídeos, simuladores, jogos educativos, entre outros recursos, que proporcionam uma experiência de aprendizagem mais envolvente e significativa. Outro aspecto relevante é a possibilidade de personalização do ensino por meio das mídias digitais. 

Autores como Gee (2003) destacam que essas ferramentas permitem adaptar o conteúdo e as atividades às necessidades individuais dos alunos. Por meio de plataformas de aprendizagem adaptativa, é possível oferecer um ensino mais personalizado, levando em consideração o ritmo de aprendizagem e as preferências de cada estudante. No entanto, é importante mencionar os desafios associados ao uso das mídias digitais no processo de ensino-aprendizagem. 

Nesse sentido, Selwyn (2016) destaca a necessidade de considerar as desigualdades digitais que podem surgir, como a falta de acesso a dispositivos e conexão à internet, o que pode criar disparidades no acesso às oportunidades educacionais. 

As mídias digitais têm o potencial de transformar o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando uma educação mais interativa, personalizada e enriquecedora. No entanto, é necessário considerar os desafios relacionados à infraestrutura e à equidade no acesso aos recursos digitais.  A integração efetiva das mídias digitais nas práticas educacionais requer um planejamento cuidadoso, formação docente adequada e a busca por soluções inclusivas que garantam que todos os alunos possam se beneficiar dessas tecnologias.

As mídias digitais vêm sendo cada vez mais utilizadas no processo de ensino-aprendizagem, especialmente devido ao avanço da tecnologia e ao aumento do acesso à internet. Essas ferramentas possibilitam o acesso a uma infinidade de conteúdos e recursos educacionais, tornando o ensino mais dinâmico e atrativo para os estudantes. Nesse contexto, é importante analisar a eficácia do uso das mídias digitais no processo de ensino-aprendizagem e identificar as melhores práticas para sua aplicação. O uso das mídias digitais no ensino-aprendizagem tem sido amplamente estudado nas últimas décadas. 

Segundo Almeida e Valente (2011), as mídias digitais são recursos tecnológicos que podem ser utilizados para a construção do conhecimento, proporcionando aos alunos novas formas de aprendizagem. O uso de vídeos, jogos, animações e outras ferramentas digitais pode tornar o processo de ensino mais lúdico e interativo, facilitando a compreensão dos conteúdos.

De acordo com Alencar e Araújo (2016), o uso das mídias digitais no ensino pode aumentar a motivação dos estudantes e sua participação ativa nas atividades, além de possibilitar a construção do conhecimento de forma mais autônoma e colaborativa. As mídias digitais também podem ajudar a atender às necessidades individuais de cada aluno, permitindo uma aprendizagem mais personalizada. No entanto, é importante ressaltar que o uso das mídias digitais deve ser planejado e estruturado para que seja eficaz. 

Segundo Ponte (2010), é necessário que haja um equilíbrio entre a utilização das mídias digitais e outras estratégias de ensino, como aulas expositivas e atividades práticas. Além disso, é preciso que os professores estejam capacitados para utilizar as ferramentas digitais de forma adequada, tanto em relação à sua operação quanto à sua aplicação pedagógica.

A utilização das mídias digitais no processo de ensino-aprendizagem pode trazer diversos benefícios para os estudantes, como o aumento da motivação e a personalização da aprendizagem. No entanto, é fundamental que sua aplicação seja planejada e estruturada, com o objetivo de maximizar seus benefícios e minimizar possíveis riscos. Os professores devem estar capacitados para utilizar as ferramentas digitais de forma adequada, e é importante que haja um equilíbrio entre o uso das mídias digitais e outras estratégias de ensino. 

2.4. O USO DAS MÍDIAS EDUCACIONAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DURANTE A PANDEMIA

A pandemia de COVID-19 impactou significativamente a educação, forçando as escolas a se adaptarem rapidamente ao ensino remoto. Uma das formas de adaptação foi o uso de mídias educacionais, como plataformas digitais, videoaulas e materiais interativos. 

O uso de mídias educacionais na educação não é uma novidade, mas a pandemia acelerou a sua implementação. Segundo Oliveira (2020), a utilização de plataformas digitais na educação pode facilitar o acesso ao conhecimento e aumentar a interatividade entre alunos e professores. No entanto, é preciso ter em mente que nem todos os alunos têm acesso à internet ou dispositivos digitais, o que pode aumentar a desigualdade no acesso à educação. 

Segundo Cunha e Albuquerque (2020), a falta de infraestrutura e recursos tecnológicos adequados pode afetar negativamente o processo de aprendizagem dos estudantes. Além disso, o uso das mídias educacionais requer uma adaptação dos professores, que precisam se familiarizar com as tecnologias e desenvolver novas habilidades pedagógicas. 

Segundo Silva et al. (2021), é importante que os professores sejam capacitados e recebam suporte técnico para que possam utilizar as mídias educacionais de forma efetiva. O uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual de educação durante a pandemia trouxe benefícios e desafios. Embora tenha facilitado o acesso ao conhecimento e aumentado a interatividade entre alunos e professores, também expôs as desigualdades no acesso à educação e exigiu uma adaptação dos professores. É importante que sejam realizados investimentos em infraestrutura e recursos tecnológicos, bem como em capacitação e suporte técnico para os professores, para que o uso das mídias educacionais possa ser uma realidade inclusiva e efetiva na educação pública. 

O uso das mídias educacionais tem se destacado como uma alternativa no contexto educacional, especialmente durante a pandemia da COVID-19, quando as escolas públicas da rede estadual de educação tiveram que adotar o ensino remoto para garantir a continuidade do processo de ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva, diversos estudos têm abordado a importância e os impactos do uso das mídias educacionais nesse contexto.

Segundo Silva e Santos (2020), as mídias educacionais são recursos tecnológicos que podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, proporcionando interação, engajamento e acesso a diversos tipos de conteúdos. Essas mídias podem incluir vídeos educativos, jogos digitais, apresentações multimídia e plataformas de aprendizagem online.

O estudo realizado por Oliveira et al. (2021) apontou que o uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual durante a pandemia teve um impacto positivo no engajamento dos alunos, na motivação para aprender e na ampliação do acesso a recursos educacionais. Além disso, a utilização dessas mídias permitiu uma maior flexibilidade no processo de ensino, possibilitando que os alunos desenvolvessem habilidades autônomas e colaborativas. No entanto, é importante ressaltar os desafios enfrentados no uso das mídias educacionais nas escolas públicas. 

De acordo com Santos e Lima (2020), a falta de infraestrutura tecnológica adequada e o acesso limitado à internet foram apontados como obstáculos para a utilização plena dessas ferramentas. Além disso, a capacitação dos professores para utilizar as mídias de forma eficaz também se mostrou essencial para garantir uma experiência de ensino-aprendizagem de qualidade.

Diante desses aspectos, é fundamental que as escolas públicas da rede estadual invistam em infraestrutura tecnológica e capacitação docente, a fim de proporcionar condições adequadas para o uso efetivo das mídias educacionais. Além disso, a inclusão digital e o acesso igualitário a essas tecnologias devem ser priorizados, visando diminuir as desigualdades educacionais.

O uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual de educação durante a pandemia tem sido objeto de estudo e discussão na área da educação. Diversas pesquisas têm explorado os impactos, desafios e benefícios dessa prática, buscando compreender como as mídias educacionais têm sido utilizadas nesse contexto específico.

Segundo Silva e Santos (2020), as mídias educacionais têm se mostrado um recurso valioso para o processo de ensino-aprendizagem, especialmente durante a pandemia. Vídeos educativos, plataformas online, jogos digitais e outros recursos multimídia têm sido adotados como alternativas para promover o engajamento dos alunos, ampliar o acesso a conteúdos e facilitar a interação entre professores e estudantes.

Um estudo realizado por Oliveira et al. (2021) investigou o uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual durante a pandemia. Os resultados indicaram que a maioria das escolas adotou essas mídias como estratégia de ensino, buscando manter a continuidade do processo educativo. O estudo também destacou que o uso das mídias educacionais possibilitou a personalização do ensino, permitindo que os alunos avançassem no seu próprio ritmo e explorassem diferentes recursos de aprendizagem.

No entanto, Santos e Lima (2020) ressaltam que o uso das mídias educacionais nas escolas públicas também apresentou desafios. A falta de infraestrutura tecnológica adequada, a ausência de acesso à internet em algumas regiões e a falta de capacitação dos professores para utilizar essas ferramentas foram apontados como obstáculos a serem superados. Esses desafios evidenciam a necessidade de investimentos em infraestrutura e formação docente para garantir o uso efetivo das mídias educacionais.

Essa revisão de literatura destaca a importância do uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual durante a pandemia. Os estudos mencionados evidenciam os benefícios do uso dessas mídias, como o aumento do engajamento dos alunos, a personalização do ensino e o acesso a recursos variados. No entanto, também são apontados os desafios a serem enfrentados, como a falta de infraestrutura e de capacitação dos professores. Essas informações são relevantes para embasar a formulação de políticas e práticas educacionais que promovam o uso adequado e eficaz das mídias educacionais nas escolas públicas.

3. CONCLUSÃO

O presente artigo explorou o uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual de educação durante a pandemia, destacando tanto os benefícios quanto os desafios enfrentados nesse contexto. Ficou evidente que o uso dessas ferramentas desempenhou um papel fundamental na continuidade do processo de ensino-aprendizagem, permitindo que as escolas se adaptassem às novas demandas impostas pelo distanciamento social.

As mídias digitais na educação revelam as mudanças ocorridas na sociedade devido ao advento das tecnologias de informação e comunicação, colocando as escolas, e, portanto, alguns professores e responsáveis ​​pela educação, em um ambiente de preocupação em compreender como se dá o conhecimento em rede. Nessa perspectiva, há necessidade de formação continuada para os profissionais da educação, pois na maioria das vezes a formação inicial não fornece os subsídios necessários para o uso, integração e mídia digital adequada na prática em sala de aula.

As mídias digitais afetam não apenas o ambiente escolar, mas a sociedade como um todo, pois todo o mundo está totalmente envolvido, possibilitando a interação e a comunicação de forma rápida e acessível. As realidades sociais dos alunos estão cada vez mais integradas a esse contexto, esses recursos são muito fáceis de acessar e usar, eles se envolvem em interações sociais e profissionais como parte de seu cotidiano e têm uma boa visão da necessidade de usar esses recursos na educação como bem colaborar na sua cultura e desenvolvimento pessoal. Ainda há muito trabalho a ser feito e modificado para que as escolas possam realmente cumprir seu papel de trazer todos para o mundo digital, sem diferença. Este trabalho pode servir de base para novas pesquisas para continuar a explorar outros tópicos relacionados a este tema.

Os estudos revisados demonstraram que o uso das mídias educacionais trouxe vantagens significativas, como a personalização do ensino, o aumento do engajamento dos alunos e a ampliação do acesso a recursos educacionais diversificados. Essas ferramentas proporcionaram uma aprendizagem mais interativa, flexível e adaptada às necessidades individuais dos alunos. Além disso, o uso de mídias educacionais possibilitou a continuidade do vínculo entre professores e alunos, mesmo em um cenário de distanciamento físico.

No entanto, também foram identificados desafios relacionados ao uso das mídias educacionais. A falta de infraestrutura tecnológica adequada, a falta de acesso à internet, a falta de habilidades digitais dos professores e alunos, assim como a diminuição da interação social e da motivação dos alunos foram obstáculos a serem superados. Esses desafios evidenciaram a necessidade de investimentos em infraestrutura, capacitação docente e inclusão digital, a fim de garantir uma implementação eficaz e inclusiva das mídias educacionais.

Diante disso, é fundamental que as escolas públicas da rede estadual de educação adotem uma abordagem integrada, que inclua a combinação de diferentes recursos tecnológicos, estratégias pedagógicas e suporte adequado para professores e alunos. Além disso, é importante estabelecer políticas públicas que garantam a igualdade de acesso às mídias educacionais, a fim de diminuir as desigualdades educacionais e promover uma educação de qualidade para todos os alunos.

Em suma, o uso das mídias educacionais nas escolas públicas da rede estadual de educação durante a pandemia representou uma alternativa viável para a continuidade do processo de ensino-aprendizagem. Embora tenham sido identificados desafios, os benefícios potenciais dessas ferramentas no contexto educacional são inegáveis. Portanto, é fundamental que as escolas continuem a explorar e aprimorar o uso das mídias educacionais, com base em uma abordagem pedagógica sólida e em investimentos adequados, a fim de garantir uma educação de qualidade e inclusiva em qualquer cenário, incluindo situações de emergência como a pandemia de COVID-19.

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1 Mestre em Educação e Docência pela Faculdade de Educação da UFMG.