A CONCEPÇÃO DE UM PARADIGMA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO ATRAVÉS DAS MPMES

THE DESIGN OF AN ECONOMIC GROWTH PARADIGM THROUGH MSMES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10472167


Julio Cesar C. Brito ¹
Oswaldo Cruz da Silva Sousa ²


Resumo

As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) podem ser eleitas como elemento alternativo ao serem inseridas em um processo de reestruturação, onde se elimine ou pelo menos minimize as bolhas de efeito passageiro. Dentro deste novo contexto, políticas de desenvolvimento regional devem ser direcionadas para um processo de valorização das potencialidades locais e fortalecimento de empresas de menor porte, potencializando o desenvolvimento endógeno. Com intuito de melhor compreender os aspectos inerentes às MPMEs, realizou-se uma pesquisa nas cidades fluminenses de Petrópolis e Nova Friburgo, visando ratificar e complementar as investigações teóricas. O trabalho da pesquisa direcionou suas atenções para a construção de estudos sobre uma visão detalhada de fatores que causam a mortalidade deste grupo empresarial. Os resultados apontaram que a maioria buscava uma nova jornada por questões ligadas a renda/manutenção da vida, ou seja, como uma necessidade para auferir algum rendimento e de forma considerada amadora. Através dos resultados apurados pela pesquisa aplicada, comprovou-se que a ausência de uma gestão profissional à frente dos pequenos negócios leva a uma mortalidade prematura deste segmento empresarial, impedindo por consequência uma maior expansão dos negócios, ampliação dos postos de trabalhos e uma melhor distribuição da renda.

Palavras-chave: Pequenas empresas. Desenvolvimento econômico. Aglomerações empresariais.

Abstract

Micro, Small and Medium Enterprises (MSMEs) can be chosen as an alternative element when included in a restructuring process, which eliminates or at least understand the aspects inherent to MSMEs, research was carried out in the Rio de Janeiro cities of Petrópolis and Nova Friburgo, aiming to ratify and complement theoretical investigations. The research work directed its attention to the construction minimizes temporary bubbles. Within this new context, regional development policies must be directed towards a process of valuing local potential and strengthening smaller companies, enhancing endogenous development. In order to better of studies on a detailed view of factors that cause mortality in this business group. The results showed that the majority were looking for a new journey for reasons related to income/maintenance of life, that is, as a need to earn some income and in a way considered amateur. Through the results obtained through applied research, it was proven that the absence of professional management at the head of small businesses leads to premature mortality in this business segment, consequently preventing greater business expansion, expansion of jobs and better distribution of income.

Keywords: Small companies. Economic development. Business clusters.

1 INTRODUÇÃO

          Apesar de estarmos no século XXI, a sociedade brasileira sofre pesadas consequências devido às políticas econômicas aplicadas não terem conseguido elevar o padrão qualitativo de vida da sua maioria. Infelizmente o crescimento econômico do país não transferiu dividendos sociais. O resultado é a constituição de um país para somente 2/5 de sua população (Pochmann, 2010).

          Os modelos de crescimento utilizados na economia brasileira baseados nos oligopólios favoreceram a concentração da renda e o desemprego. Ao final do ano de 2020 o país contava com quase 14 milhões de desempregados (IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

          É claro que não se nega a participação da grande empresa dentro do cenário econômico ocidental. Porém, os oligopólios cresceram controlando a oferta e obtiveram ganhos altos e fáceis, além de diminuir o poder de barganha dos sindicatos dos trabalhadores. Com um “Exército Industrial de Reserva” alto, a mão de obra torna-se barata e o salário cai, representando lucros elevadíssimos e concentração de poder e renda (Brito, 2004).

          De acordo com Souza (1999), o crescimento é condição indispensável para o desenvolvimento, mas não é condição suficiente. Haja vista que parte da população brasileira tem buscado alternativas de sobrevivência, através do setor informal. Segundo dados do IBGE, a partir de 2017, este setor passou a absorver um número de ocupados maior do que o setor formal, com um incremento de 1.829 milhão de pessoas, chegando a quase 40 milhões de pessoas vivendo na informalidade em 2019.

          Desta forma, mudanças qualitativas no modo de vida das pessoas, das instituições e das estruturas produtivas devem ocorrer. Ou seja, a transformação de uma economia arcaica em uma economia moderna, eficiente, juntamente com a melhoria do nível de vida do conjunto da população. Isso significa buscar alternativas nas propostas de desenvolvimento econômico (Baldwin, 1979).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Revisão Sobre algumas teorias de desenvolvimento e crescimento econômico e a não inclusão das MPMEs

          De acordo com Baldwin (1979), desde 1945 o desenvolvimento econômico tem se tornado um dos maiores assuntos discutidos mundialmente. A preocupação sobre o embasamento teórico recai sobre a sua utilização como arcabouço para a elaboração das políticas aplicadas na sociedade. Porém, é possível verificar que nestes arcabouços teóricos infelizmente não há alguma ênfase com relação ao aproveitamento das MPMEs como elemento dinâmico destes processos. Este relato foi descrito por Filion (1999), quando o autor descreveu que os pequenos empresários são pouco citados nos modelos de desenvolvimento econômico e quando aparecem são representados por uma função. Keller (2019) também destacou esta observação ao relatar que nas teorias elaboradas sobre crescimento econômico, não se aborda o papel do empreendedorismo como fator fundamental para geração de crescimento sustentável.

          Investigando os fatos transcorridos no período pós-crise de 1929, o economista inglês John Mayard Keynes, procurou apontar os fatores que induzem e atrapalham o crescimento dos investimentos e seus impactos sobre a renda e o emprego em sua obra clássica Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (Souza, 1999).

          As ideias de Keynes ainda moldam vários pensamentos econômicos na atual conjuntura. Porém, observa-se que as análises keynesianas ainda focam na utilização dos mesmos atores para serem elementos dinâmicos da Demanda Efetiva, principalmente o Estado como agente regulador para a manutenção da demanda.

          Quando Schumpeter declarou que a atividade econômica tem sempre como significado a satisfação das necessidades, sendo, portanto, o produtor o personagem que dá início às mudanças econômicas, estimulando os consumidores a adquirirem novos hábitos e rompendo o status quo, infelizmente ele também não soube analisar o papel das empresas de menor porte, que poderiam ser utilizadas como elemento dinâmico do processo criativo (Souza, 1999).

          Isto porque há certa confusão em se delegar a Schumpeter como o autor que deu relevância para os pequenos empresários. Porém, visualiza-se em seus escritos que o mesmo faz referência do empreendedor àquele que investe pesadamente em inovações e promove o processo da Destruição criativa. Neste ponto, portanto, conclui-se que Schumpeter cita empresários de grandes corporações como os responsáveis pelo processo, onde não há referências específicas acerca de empresas de menor porte (Souza, 1999).

          Não somente nestes autores citados, mas também em demais autores que estudaram sobre teorias que abordam o aspecto do crescimento econômico, podemos observar que as MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) não foram destacadas como elemento dinâmico e central para esta concepção. Ou quando citadas, ficaram relegadas a um segundo plano.

          Esta observação se torna relevante, visto que quando se analisa as teorias econômicas sobre o aspecto do desenvolvimento podemos realizar uma reflexão sobre a economia nacional, observando que as mesmas serviram de base para a elaboração das políticas até aqui implantadas. Pois, ao que parece, apesar de estarmos no século XXI, o Brasil ainda encontra-se enraizado em laços profundos com séculos passados.

2.2 A possibilidade da concepção de um novo paradigma de crescimento econômico através das MPMEs

          Percebe-se, portanto, que há a necessidade da visualização de outros arcabouços teóricos a serem analisados, de forma a se questionar sobre a possibilidade da utilização das MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) como indutoras de um processo de desenvolvimento econômico.

          Um destes embasamentos trata da Teoria do Crescimento Equilibrado, apresentado por Rosenstein-Rodan, onde o autor apresentou este modelo para a Europa Oriental (Souza, 1999).

          O modelo parte da suposição de que as economias não desenvolvidas deveriam procurar contornar o problema da escassez de demanda pela dispersão dos investimentos em uma gama variada de indústrias, de modo a criar um mercado interno, via expansão do emprego e da renda, promovendo um grande impulso econômico (Souza, 1999).

          Dentro desta análise, é possível fazer uma ligação desta Teoria com outro arcabouço teórico, que é a Teoria do Desenvolvimento Endógeno, visualizando a possibilidade do desenvolvimento de uma alternativa no que tange à utilização das MPMEs.

          As ideias acerca da Teoria do Desenvolvimento Endógeno tiveram como embrião os apontamentos descritos por Alfred Marshall em fins do século XIX, quando definiu o conceito de “Distrito Industrial”. Ele utilizou este conceito para caracterizar as concentrações de empresas localizadas nos subúrbios das cidades inglesas (Campos, Callefi e Souza, 2005).

          Tanto as ideias de Marshall quanto as análises de Schumpeter, deram a François Perroux o embasamento para o desenvolvimento da Teoria Endógena nas décadas de 1940 e 1950. Segundo o pesquisador francês, o crescimento econômico se manifesta em polos distintos e por meio de diferentes canais (Costa, 2010).

          De acordo com Perroux, nos polos, liderados por empresas líderes, são reunidas empresas complementares que proporcionam o surgimento de conjunturas acumulativas de ganhos, através da facilidade do transporte e da comunicação entre as unidades empresariais aglomeradas. O polo seria uma unidade econômica motriz ou um conjunto formado por várias dessas unidades que exercem efeitos de expansão sobre outras unidades com as quais se relaciona (Costa, 2010).

          Este processo de aglomeração eleva o entendimento sobre o aspecto do Desenvolvimento Endógeno, onde a questão territorial passa a ser analisada em conjunto com a questão produtiva, tornando-se um novo paradigma industrial, marcado pela descentralização organizacional e produtiva (Casarotto Filho e Pires, 2001).

          Desta forma, há a possibilidade do desenvolvimento de uma perspectiva de atividades produtivas mais descentralizadas, através da ampliação de oportunidades para as MPMEs. Essas empresas podem se instalar em regiões que desenvolveriam uma diversidade de relações sociais, baseadas na complementaridade, na interdependência produtiva e nas ações cooperativas. Esses fatores ampliariam o desenvolvimento regional, no sentido de buscar melhores perspectivas de crescimento econômico, aprimoramento técnico, redução de custos e geração de emprego e renda. Assim, as empresas de menor porte melhorariam suas chances de competir e obter vantagens no mercado que antes só estavam ao alcance das grandes empresas (Campos, Callefi e Souza, 2005).

          Tal como sugeriu Montaño (2001), através da associação de pequenos empresários que poderiam se reunir para a aquisição de matérias primas, maquinário e demais insumos, assim como também na fase da comercialização, teriam condições de unidos, fazer frente ao poder monopsônio de uma grande empresa.

          A racionalidade na utilização de um modelo baseado em MPMEs está ancorada em um processo de geração de emprego e renda destinada a prover, repor e elevar os padrões de vida e na utilização dos recursos próprios, englobando unidades de trabalho, revertendo a lógica do capital, que é de deslocar trabalhadores e fechar oportunidades de trabalho em prol da eficiência econômica (Kraychete, 2000).

          Esta nova concepção de produção não deve se restringir apenas como uma simplória alternativa para amenizar as mazelas do capitalismo e principalmente minimizar os prejuízos do desemprego. Ele deve servir também para que a sociedade possa descobrir que é possível um novo modo de fazer e conceber as relações econômicas e sociais, perfazendo as sementes para a construção de uma nova cultura do trabalho (Tiriba, 2002).

          Corroborando com este ensaio teórico envolvendo as MPMEs dentro de um processo de desenvolvimento econômico, Acs, Desai e Hessels (2008), formularam uma hipótese de crescimento econômico (denominada de “Teoria do Empreendedorismo pelo Transbordamento do Conhecimento”), onde a mesma descreve que níveis mais altos de crescimento devem resultar de uma maior atividade empreendedora, uma vez que o empreendedorismo serve como mecanismo de facilitar o transbordamento e a comercialização do conhecimento.

          Para testar a hipótese do trabalho, os autores receberam um apoio empírico em teste aplicado no universo de 327 condados da Alemanha. Eles concluíram que o empreendedorismo é um fator chave para explicar o desempenho econômico regional. Eles verificaram que nas regiões onde há mais empreendedorismo, o Produto Interno Bruto e sua variação são maiores, comprovando que há possibilidade da aplicação do exercício teórico.

          Para ratificar com este pensamento, Barros e Pereira (2008) utilizaram uma pesquisa de campo para analisar a correlação entre empresas de pequeno porte e crescimento econômico, a partir de dados estatísticos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e trabalhos publicados na literatura.

          O resultado apontou um efeito significativo da atividade empreendedora sobre a taxa de desemprego: nos municípios onde há maior proporção de trabalhadores por conta própria, o desemprego é menor.

          Mesmo com este ensaio, cabe uma ressalva a ser feita, onde não se pretende criar uma obsessão nem tampouco eleger as MPMEs como condição sine qua non para a saída de alguma crise. Mas, deve-se ter a compreensão de que o país necessita de políticas e ações que modifiquem a estrutura produtiva, envolvendo a questão social dentro de um caráter que objetive a continuidade e evitando os chamados “efeitos-bolhas”.

          Torna-se de plausível compreensão que as MPMEs não irão conseguir absorver todo o excesso de contingente produtivo, principalmente em épocas de desemprego, mas suas ações podem ser suficientes para atenuar os problemas sociais causados em períodos de recessão e investimentos pesados em tecnologias poupadoras de trabalho braçal.

          Mas, de acordo com Spies (2018), é possível verificar através de alguns estudos relacionados com o empreendedorismo, o aumento de renda familiar, a superação de situações de pobreza e desigualdade, apontando uma direção na melhoria das condições das pessoas com a introdução da iniciativa empreendedora, mesmo ainda que seja um empreendedorismo por necessidade advindo da mais pura falta de opção de inclusão social. Desta forma, acredita-se na ideia tácita de que investindo em empreendedorismo, se está investindo, de forma indireta, em desenvolvimento econômico, aumentando renda e diminuindo injustiças sociais como a pobreza ou a má distribuição de renda.

2.3 O entrave na utilização das MPMEs como elemento dinâmico de crescimento econômico

          A grande questão que paira sobre a utilização das MPMEs como indutoras de um processo de crescimento econômico é sobre a sua alta taxa de mortalidade. Na busca pela formulação de uma base teórica ancorada nestas empresas, Misunaga, Miyatake e Filippin (2012) procuraram contribuir para um referencial teórico relacionado com a mortalidade precoce das empresas de menor porte, bem como indicar possíveis soluções para que sejam evitados os fracassos.

          Os autores realizaram pesquisas e declararam que a falta de conhecimento técnico e experiência dos gestores caracterizam-se como os maiores fatores para a mortalidade prematura dos pequenos negócios. Tanto que os autores apontam os relatos conclusivos de Franco e Haase, onde esses motivos são os causadores das restrições do desenvolvimento do empreendedorismo.

          Em outra análise a respeito do tema (mortalidade das pequenas empresas), Pinheiro e Ferreira Neto (2019) publicaram resultados de suas pesquisas, onde verificaram que a incapacidade de gerenciar o fluxo de caixa com eficiência foi considerada uma das principais razões pelas quais as empresas falharam, principalmente no primeiro ano de operação. Segundo ainda os autores, os gestores tomavam decisões apenas com base em experiências pessoais (e não profissionais) e visando decisões apenas no curto prazo.

          Os resultados do trabalho de campo de pesquisa realizada ratificaram demais resultados anteriormente encontrados sobre as principais causas de mortalidade das MPMEs: a ausência de uma gestão profissional, onde esta atrapalha na condução dos negócios, levando inclusive a falência dos negócios.

3 METODOLOGIA

          Com intuito de melhor compreender os aspectos inerentes às MPMEs, realizou-se uma pesquisa nas cidades fluminenses de Petrópolis e Nova Friburgo, visando ratificar e complementar as investigações teóricas. O desenvolvimento econômico nas duas cidades é diferenciado, porém em ambos os casos foram observadas atividades correlacionadas com agrupamento de pequenas empresas.

          O trabalho da pesquisa visou direcionar suas atenções para a construção de uma tese acerca de estudos sobre pequenas empresas, mais especificamente para obter uma visão detalhada de fatores que causam a mortalidade das mesmas e ainda a forma como atuam em estruturas de aglomerações. O trabalho partiu de uma investigação desses fatores, sobre como atuam isoladamente e em conjunto. O mesmo utilizou também de evidências de estudos anteriores como forma de apoio ao embasamento a ser construído, permitindo uma visão holística sobre o fenômeno.

          As investigações ocorreram conjuntamente em empresas localizadas em aglomerações denominadas de clusters (os Arranjos Produtivos Locais), em comparação com outras que não se localizam no mesmo conjugado territorial, de forma que foi possível verificar se os fatores de mortalidade das empresas de menor porte são específicos para determinados grupos ou ocorrem independente da localidade. Ou seja, se o fato da aglomeração era elemento de interferência na condução dos negócios, ou algo indiferente.

          O motivo da escolha das duas cidades e, por conseguinte, dos seus empresários, resume-se ao fato de que as empresas abordadas possuem características relacionadas com a municipalidade, onde Petrópolis e Nova Friburgo são conhecidas não apenas pela parte histórica, mas também pelo polo têxtil e o forte comércio de roupas que movimentam boa parte da economia local. Desta forma contou-se com uma amostra que pôde auxiliar na percepção para saber se entre os empresários havia uma profissionalização de suas gestões por meio de conhecimentos adquiridos em processos educacionais oficiais.

4 RESULTADOS

          O levantamento dos dados foi realizado entre os meses de julho a agosto do ano de 2021. Foram abordados 100 pequenos empresários, dos quais 60 se dispuseram a responder ao questionário. Consequentemente, foram coletados 60 questionários divididos em 02 partes. A primeira parte foi direcionada a 30 empreendedores instalados nos Arranjos e a segunda parte foi direcionada a 30 empreendedores fora dos Arranjos, sendo 15 de cada grupo em cada município pesquisado.

          As coletas de dados não se resumiram apenas na forma de questionários, mas também em informações colhidas através de entrevistas junto aos empreendedores pesquisados, objetivando analisar os fatores que mais afetam e prejudicam na desenvoltura de seus negócios. A pesquisa se valeu também da observação como instrumento para a obtenção de dados.

          A maioria dos entrevistados situa-se na faixa dos 40 anos, onde há certa acumulação de capital, em conjunto com captações exógenas (empréstimos, herança, etc.), estimulando a aventura no mundo dos negócios e se colocar à frente de uma empresa.

          Notou-se através dos dados colhidos que a maioria possui nível médio de instrução, o que facilitaria, ou melhor, auxiliaria na captação dos conhecimentos necessários para um processo mais duradouro dos seus negócios. Observou-se também que estes números obtidos junto aos empresários entrevistados, vão de encontro dos números observados em ambos os municípios sobre a escolaridade. Isto se traduz em uma sinergia negativa ao que se refere sobre a problemática da capacitação dos empreendedores, onde tal empecilho é oriundo da própria organização da sociedade brasileira, refletindo-se na baixa produtividade e, consequentemente, na elevada taxa de mortalidade precoce dos pequenos empreendimentos.

          Notou-se também que, ao que parece, são aventureiros, no sentido empreendedor, pois se arriscam com pouca experiência a formalizar um negócio próprio, já que se detectou que a maioria das empresas é nova dentre as que foram pesquisadas. Talvez seja esse um dos motivos apontado por Dornelas (2001) que levam à falência empresas criadas por pessoas entusiasmadas, mas sem o devido preparo. Visto que o mercado apresenta-se com uma irredutível incapacidade de gerar novos postos de trabalho em volume suficiente para absorver um volume significativo de pessoas, o caminho a ser trilhado por aqueles que foram alocados à margem é a ida arriscada para o lado corporativo.

          Talvez o risco da perda de rendimentos possa explicar que a maior parte das pessoas que resolveram abrir seu próprio negócio já trabalhava no ramo e a maioria era empregada. Esse era o elemento significativo para a experiência necessária ao se lançar na aventura do movimento empreendedor. Isso revela o que se percebe de forma assistemática dos pequenos empreendedores que levam seus negócios à falência, onde os mesmos acham que, por terem alguma experiência técnica é fator suficiente de sucesso à frente de um negócio.

          O desejo pelo próprio negócio foi detectado pela pesquisa, que apontou que a maioria buscava esta nova jornada não como uma visão de crescimento ou elevação do patrimônio, mas sim por questões ligadas a renda/manutenção da vida, ou seja, como uma necessidade para auferir algum rendimento.

          Porem, apesar do espírito empreendedor, os empresários participantes da pesquisa reconheceram em sua maioria a falta da visão profissional para a gestão dos negócios. Os empreendedores declararam sentir a falta de um especialista no comando dos negócios. Em suas respostas, conforme se pode analisar nas figuras abaixo, comentaram o fato de sentir que poderiam “render mais em seus negócios”, se fossem capacitados para o aspecto da gestão.

Figuras 01 e 02 – Por que resolveu abrir um negócio?

Fonte: Dados da Pesquisa.

          Muitos também relacionaram a questão do crédito como elemento impedidor para a prosperidade dos seus empreendimentos. Mas, desses que elegeram a falta de crédito como um empecilho para o crescimento dos seus negócios, um número considerável relatou durante a entrevista que a falta de alguém especializado a trabalhar com finanças poderia se transformar em transtorno, pela falta de habilidade em utilizar recursos financeiros, conforme demonstram as figuras abaixo.

Figuras 03 e 04 – Principal entrave para a prosperidade dos negócios

Fonte: dados da pesquisa.

          Mesmo sentindo a necessidade de um apoio profissional e especializado, uma parte significativa dos entrevistados não buscou esta opção, pois declararam e apontaram dificuldades para a obtenção deste fato importante, dentre as quais o custo no apoio e a sensação de que não seriam plenamente atendidos. Muitos se consideraram pequenos e acharam que não seriam bem tratados em órgãos de apoio. Alguns relataram inclusive, em modo comparativo, a experiência dentro de instituições financeiras oficiais (bancos), onde não se sentem plenamente incentivados e tratados com respeito.

          Foi perguntado também se alguma instituição de ensino realizou algum contato na tentativa de auxiliar ou mesmo repassar algum conhecimento especializado. Todos foram unânimes em responder negativamente sobre este aspecto.

          Alguns se estenderam em suas declarações respondendo ainda que era uma situação lamentável esta não conexão com o ensino, visto ser este o caminho para a aprendizagem. Pois, tal como descreveu Villela (1994) citando como exemplo a Indonésia, houve naquele país um direcionamento de políticas para as empresas de menor porte, onde foram oferecidos serviços de treinamento e educação.

          A imensa maioria, mesmo sem apoio por parte de profissionais, considera importante este suporte para a abertura e condução das atividades empresariais. Porém, tal importância não se traduziu na busca por uma orientação especializada, de acordo com os dados informados pelas figuras abaixo.

Figuras 05 e 06 – Acha importante a orientação profissional?

          Tanto que, mesmo sabendo da importância de uma profissionalização à frente dos negócios, a maior parte não possui um Plano de negócios, apesar de já terem ouvido falar.

          Alguns entrevistados relataram que conseguiram obter algum ensinamento, mas consideraram o mesmo de aspecto “tecnicista”, onde sentiram que algo mais próximo a eles estava em falta. Declararam que era uma espécie de “ensino robotizado”, igual para todos, sem perceber ou mesmo se importar com o nível de conhecimento de cada empreendedor.

          Este tipo de ensino é o que Lima (2001) chamou a atenção, quando o mesmo descreve que a formação deve visar, entre outras coisas, a modificação das atitudes, fomentando-os para que se desenvolvam ou amplifiquem suas características empreendedoras.

          É também o que Lopes de Sá (1984) descreveu em seus escritos ao registrar que não se deve confundir as normas que se aplicam a uma pequena empresa com as que devem servir para uma grande organização, pois nas pequenas empresas as decisões, providências e execuções de medidas para a realização dos negócios estão nas mãos do proprietário, ao contrário da burocracia presente nos grandes conglomerados.

          Isso significa, segundo o autor, que os métodos de administração devem variar de acordo com a dimensão das empresas. É preciso evitar o enlatado, o padronizado, pois cada empresa deve ter o seu próprio sistema de organização, estudado especialmente para ela. E as escolas nacionais de administração ainda patinam nesta visão errônea, dificultando ainda mais a chegada do conhecimento para os pequenos empresários.

          Observa-se, portanto, que a educação e a qualificação dos empreendedores são instrumentos importantes para a formação da capacidade competitiva de um país. Além da importância para a competitividade, a educação básica é condição fundamental à geração de uma força de trabalho, envolvendo qualidade e produtividade.

          Desta forma, para que o Brasil possa alcançar os padrões necessários de exigibilidade para se situar ao nível de primeiro mundo, será necessário um investimento maciço em capital humano, porém não no sentido de tornar o ser humano um mero fator de produção, mas sim de torná-lo consciente e capaz de argumentar e apresentar ideias e soluções. Ou seja, a educação aliada à visão de negócio como peça central de um novo paradigma industrial e como objetivo social em si mesmo, e não apenas como peça complementar a este mesmo modelo. No mundo desenvolvido, a educação escolar colaborou para que se formassem sociedades menos desiguais, na medida em que instrumentalizava os indivíduos para uma participação mais efetiva tanto no nível da atividade política quanto no da atividade produtiva.

          A educação deve, então, deixar de ser encarada como bem de consumo, isto é, como simples despesa social, ou no mesmo nível de bens e serviços que propiciam imediato benefício aos consumidores, passando a ser encarada como um investimento, com a possibilidade da aplicação de recursos para que se possa em futuro próximo se obter uma maior eficácia do trabalho, uma quantidade superior de produtos gerados, elevando as qualidades físicas e intelectuais dos indivíduos considerados como agentes produtivos e abrindo-se um leque de opções e oportunidades com a soma da visão do empreendedorismo como realidade e deixando de ser algo abstrato e apenas um objeto singelo de (raro) estudo.

          O Governo para apoiar as MPMEs deve adotar uma política de fortalecimento objetivando o aspecto profissional dos dirigentes destas empresas. Deve haver então uma aproximação maior entre os centros de ensino e pesquisa com esta categoria empresarial, pondo em foco o repasse dos conhecimentos e não apenas alocá-los inside e aguardando pela procura de quem necessita.

          O processo de profissionalização da gestão pode ser entendido como o caminho pelo qual as estratégias de coordenação de atividades e os esforços organizacionais adotados pela administração vão se formalizando, à medida que a empresa vai passando pelas diferentes fases do seu crescimento. A profissionalização representa duas grandes frentes de ação: o processo de delegação de responsabilidades e o grau de formalização dos mecanismos utilizados para o controle das atividades no interior da organização. Entende-se, portanto, por sistemas formais de administração o processo explícito de estabelecimento das políticas, dos objetivos, dos planos e programas, dos orçamentos e dos critérios de avaliação e recompensa no interior da empresa (Padula, 2002).

          Isso significa que a formação que a maior parte dos gestores de MPMEs necessita é uma formação não somente tecnicista, mas principalmente esta atrelada à formação do conhecimento humano, da formação para a vida, para um pensamento crítico e atento ao que ocorre mundo afora. Ou seja, não deixar mais que a escola se torne um Aparelho Ideológico do Estado e se livrar das amarras do capital. Pois, enquanto a consciência tecnológica estiver como modo soberano em detrimento da consciência política, estará se preconizando a separação entre sujeito que pensa e o sujeito que (somente) opera.

          É o que Filion (1999) refletiu sobre a educação empreendedora. O educador direcionado para transmitir conhecimentos para aqueles que desejam ser inseridos no mundo dos empreendimentos, deve também adquirir a lógica do empreendedor, ou seja, ter um contato direto com empreendedores não somente pelos estudos, mas também pelos testemunhos e vidas de alguns empreendedores.

          Isso significa que desenvolver empreendedores é, para Filion, trabalhar atitudes. Neste aspecto, para o autor, o modelo de educação tradicional é inadequado para formar empreendedores porque condiciona à passividade.

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

          Através dos resultados apurados pela pesquisa aplicada, comprovou-se que a ausência de uma gestão profissional à frente dos pequenos negócios leva a uma mortalidade prematura deste segmento empresarial, impedindo por consequência uma maior expansão dos negócios, ampliação dos postos de trabalhos e uma melhor distribuição da renda.

          Em vários livros e artigos analisados que foram utilizados como base para o desenvolvimento do presente trabalho, observou-se que dados e temas já indicavam que a falta de uma profissionalização das empresas de menor porte, mesmo aquelas localizadas em arranjos, ou seja, organizadas com demais empresas de uma cadeia produtiva em comum, era a responsável por levar inúmeros empreendimentos a um encerramento prematuro de suas atividades. Ou como compararam Hisrich, Peters e Shepherd (2009) de luto.

          Esta profissionalização dos dirigentes que se colocam à frente das MPMEs deve ter outro dinamismo na forma dos repasses dos conhecimentos. Infelizmente a academia brasileira ainda não está preparada para esta situação, ao direcionar programas em sua maior parte para que as pessoas sejam postulantes a cargos em grandes corporações. É necessário, portanto, que o “empreender” seja aprendido e a Educação passe a ser uma cruzada importante (Olivo e Mello, 1999).

          Infelizmente no país ainda não se desenvolve em larga escala atividades que envolvam o ensinamento de empreendedorismo visando o fortalecimento da gestão destas empresas. Não basta detectar e copiar as características do empreendedor de sucesso para se transformar em empreendedor. O tema central do empreendedorismo no Brasil deve ser a construção do desenvolvimento humano e social, inclusivo e sustentável, através da disseminação de uma cultura empreendedora. Pois é essa cultura que ajudará a construir valores sociais que sustentam a noção de um sistema empreendedor de vida como desejável e que apoiam fortemente a busca de um comportamento empreendedor efetivo por indivíduos ou grupos. A pedagogia empreendedora deve ter como proposta libertar o empreendedor que existe internamente nas pessoas, mas que está frequentemente aprisionado pelo formato das nossas relações sociais, pelos nossos valores e crenças.

          Este processo não pode ser realizado sob uma ótica empresarial pura e sim dentro de um propósito que valorize o homem em si, pois o enorme contingente informal que existe atualmente na economia brasileira é fruto das políticas implantadas até o presente momento.

          Isto significa que o despertar de uma cultura empreendedora deve ser baseada em ensinamentos profissionais através de uma educação pró ativa e crítica, traduzindo-se em uma possibilidade de se pensar em alternativas de crescimento econômico, onde se permita a inclusão das MPMEs neste processo de planejamento, visando um equilíbrio através do seu fortalecimento.

          Pois, com um maior número de MPMEs e sendo elas a maior responsável direta e indiretamente pela geração de postos de trabalho, a tendência é o crescimento da massa salarial, incorporando novos trabalhadores ao processo produtivo.

          As MPMEs podem fazer parte inclusive de um planejamento regional e integrado, onde haja o envolvimento de todos os elementos atuantes e influentes direta e indiretamente de uma determinada área, evitando-se reproduzir o que Araújo (2000) determinou de ilha de prosperidade.

          Sob esta ótica, a utilização das MPMEs como alternativa para o elemento dinâmico multiplicador de investimentos, empregos e renda, se faz por acreditar que podem ser eleitas como alternativa e serem inseridas em um processo de reestruturação, onde se elimine ou pelo menos minimize as bolhas de efeito passageiro, inclusive trazendo a reboque várias outras cadeias, inclusive que envolvam grandes empreendimentos, como o setor automotivo, por exemplo.

          Esta linha de raciocínio é embasada através do pensamento de Najberg et al (2000) e Ramos (2000), onde inclusive enfatizam a papel das políticas públicas para diminuir a mortalidade das unidades de menor porte, visto que as mesmas possuem papel significativo na geração e manutenção de emprego, em conjunto até com os avanços científicos, demonstrando a necessidade do país em reverter o quadro de mortalidade dos pequenos empresários.

          Espera-se, portanto, que esta nova visão possa gerar várias discussões e embates a respeito de novas propostas acerca do crescimento da economia brasileira, onde daqui para frente possa se pensar em sempre envolver os menos favorecidos e não simplesmente descarta-los e deixa-los à própria sorte, como ocorreu nos modelos implantados até o presente momento no país.

REFERÊNCIAS

Acs, Zoltan; Desai, Sameeksha; Hessels, Jolanda. (2008) Entrepreneurship, economic development and institutions. Small Business Economy, 219-234.

Araújo, Tânia Bacelar de. (2000). Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: REVAN.

Baldwin, Robert E. (1979). Desenvolvimento e crescimento econômico. São Paulo: Pioneira Editora.

Barros, Aluízio Antonio de; Pereira, Claudia Maria Miranda de Araújo. (2008). Empreendedorismo e crescimento econômico: uma análise empírica. RAC, 12 (4), p. 975-993, out/dez.

Brito, Julio Cesar. (2004). Uma concepção de crescimento econômico a partir da perspectiva de um planejamento baseado no fortalecimento das MPMEs. Dissertação de mestrado, UFRuRJ, Seropédica, RJ, Brasil.

Campos, Antonio Carlos, de; Callefi, Patrícia; Souza, João Batistas da Luz de. (2005). A teoria de desenvolvimento endógeno como forma de organização industrial. Acta Scientiarium. Human and Social Sciences. 27, (2), p. 163-170.

Costa, Eduardo José Monteiro da. (2010). Arranjos produtivos locais, políticas públicas e desenvolvimento regional. Belém: IDESP.

Dornelas, José Carlos Assis. (2001). Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus.

Casarotto Filho, Nelson; Pires, Luís Henrique. (2001). Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. São Paulo: Atlas.

Filion, Louis Jacques. (1999). Diferenças Entre Sistemas Gerenciais de Empreendedores e Operadores de       Pequenos Negócios. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, 39, (4), p. 6-20, out/dez.

Hisrich, Robert; Peters, Michael; Sheperd, Dean. (2009). Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman.

Keller, Renan Gonçalves. (2019). O contributo do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico: o papel da formação de clusters no ecossistema empreendedor sob a perspectiva brasileira. Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Cidade do Porto, Portugal.

Kraychete, Gabriel. (2000). Economia dos setores populares: entre a realidade e a utopia. Petrópolis: Vozes.

Lima, E. de O. (2001). A formação em empreendedorismo face à realidade do pequeno empresário brasileiro: a partir da vanguarda que devemos enfatizar? Brasília: SEBRAE.

Lopes de Sá, Antônio. (1984). Como administrar pequenos negócios. Rio de Janeiro: Ediouro.

Misunaga, Haroldo Yutaka; Miyatake, Anderson Katsumi; Filippin, Marcelo. (2012). Mortalidade de micro e pequenas empresas: ensaio teórico sobre os motivos do fechamento prematuro de empresas e lacuna de pesquisas. In: Maringá Manegement. 09, (2), p. 07-18, jul/dez.

Montaño, Carlos. (2001). Microempresa na era da globalização. São Paulo: Cortez.

Najberg, Sheila, et al. (2000). Sobrevivência das firmas no Brasil: dez 1995 – dez 1997. Revista do BNDES, 07, (13), p. 33-48.

Olivo, Silvio; Mello, Álvaro. (1999). O empreender e as novas formas de negócio para geração de emprego       & renda.  In: Geração de emprego e renda no Brasil: experiências de sucesso. Carlos Aquiles Siqueira (coord.). Rio de Janeiro: DP&A.

Padula, Antonio Domingos. (2002). Empresa familiar: profissionalização, desenvolvimento e sucessão. Porto Alegre: SEBRAE/RS.

Pinheiro, Janaína Felix Diógenes; Ferreira Neto, Macário Neri. (2019). Fatores que contribuem para a mortalidade das micro e pequenas empresas no Brasil. Brazilian Journal of Development. 7, (05), 11107-11122, jul.

Pochmann, Márcio. (2010). Desenvolvimento capitalista e divisão do trabalho. In: Reestruturação produtiva: perspectivas de desenvolvimento local com inclusão social. Márcio Pochmann (org.). Petrópolis: Vozes.

Ramos, Ricardo Corrêa de Oliveira. (2000). Perfil do pequeno empreendedor. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo. Brasil.

Souza, Nali de Jesus de. (1999). Desenvolvimento econômico. São Paulo: Atlas.

Spies, Luciana Guimarães. (2018). Empreendedorismo e desenvolvimento econômico no Brasil. Dissertação de mestrado, UFRGS, Porto Alegre, RJ, Brasil.

Tiriba, Lia Vargas. (2002). Educação e crise do trabalho: perspectivas de final de século. Petrópolis: Vozes.

Villela, André. (1994). As Micro, Pequenas e Médias empresas. Textos para discussão, Rio de Janeiro: BNDES, 17, jun.


1 Docente da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) RJ, Mestre em Gestão e Estratégia em Negócios. E-mail: juliocesarcbrito@gmail.com

2 Docente orientador na  Universidad Internacional Iberoamericana UNINI, Doutor em Projetos – Administração Estratégica. E-mail: ocsousa@gmail.com