O ESPAÇO E A INFRA-ESTRUTURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10188455


Dinalva Lopes Claudio1
Maria de Fatima da Silva2
Odirlene Maria da Silva3
Edilene Pereira de Azevedo Lizzi4
Renilse borges Lima Villas5
Laide Pereira de Jesus6
Gleice Kelly Sousa da Costa7
Michele Sousa Santana8
Vanusa oliveira Jardim9
Luana Vilarinho Melo10


RESUMO

O ambiente não é só constituído de espaços, material e mobiliário. Um ambiente é feito de sentimentos e relações construídos no toque, nos gestos de carinho e confiança, no olhar, no incentivo, nas trocas interativas e nos diálogos que se estabelecem no dia-a-dia da Educação Infantil. É assim que os espaços, inicialmente indiferenciados, se transformam em lugares — espaços significados pelo afeto. TUAN (1983: pg.38. apud MOREIRA, 2008: pg. 39 e 40).

Com ênfase na Psicologia, ofertado pela Universidade Federal de Mato Grosso no Curso de Licenciatura em Pedagogia com ênfase na Educação Infantil, esta pesquisa foi elaborada no período de Novembro de 2008 a Abril de 2009 nas Escolas de Educação Infantil, com professores em início e auge de carreira e também com mãe gestante. Com a finalidade de colocar em evidência a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança, e a necessidade de que o ambiente seja cuidadosamente planejado, pois é nele que a criança permanecerá grande parte de sua infância.

A influência do espaço físico no desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos, tendo como finalidade discutir a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança, bem como as interações entre os pares e o papel do educador nos espaços oferecidos para a criança.

Os espaços que se constituem dentro do contexto da educação infantil devem ser preparados para criança e com a criança respeitando o direito que todas têm de buscar construir a sua autonomia, sua identidade, bem como o seu próprio conhecimento.

Considerando o ambiente uma teia de sujeitos, objetos e ações com regulações recíprocas, pode ele representar um contexto de desenvolvimento ou não, mas acreditar que exista uma forma ideal e única de organizar espaços para crianças é um grande erro, pois os arranjos espaciais são produtos culturais, que sintetizam representações sociais. A maneira como o ambiente é arrumado vai depender da visão, consciente ou inconsciente, que os adultos de determinada sociedade e em dado momento histórico têm acerca de criança, desenvolvimento e educação, e quais os comportamentos e ações que procuram incentivar. O melhor espaço para crianças é sempre o espaço que oferece possibilidades de ser mexido, de ser vivido; é aquele que pode fazer a criança avançar em seu desenvolvimento a partir da criação da zona de desenvolvimento proximal. Podemos dizer que o espaço em que a criança brinca, isto é, naquele que a criança efetivamente intervém, assentada em suas necessidades e desejos, e não por ordens do adulto, já constitui um espaço de avanço no desenvolvimento, pois, “ao brincar, a criança está sempre acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na realidade.” Dessa forma, o ambiente educativo deve propiciar espaços para brincadeira, que é a forma espontânea de a criança construir, legitimar e reconstruir significados do mundo e de si mesma. (Vygotsky, 1988, : p.146 apud MOREIRA. 2008: p. 34).

O modo como o ambiente físico está organizado tanto pode contribuir para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças quanto pode dificultar esses processos. Horn (2005) entende que a organização espacial das salas de atividade, longe de ser mero pano de fundo, apresenta-se como figura no processo educativo, devendo ser “parceiro pedagógico dos educadores” para a realização de sua prática cotidiana. Para tanto, o primeiro passo é fazer uma leitura crítica do ambiente educacional, isto é, conhecer quais concepções de criança, desenvolvimento e educação ele expressa. (apud MOREIRA, 2008: p. 31).

O que mais se aproxima de um ambiente “ideal” é aquele que oferece estímulos à curiosidade e à imaginação infantil, devendo estar incompleto o suficiente para permitir que a criança o reconheça como seu espaço de apropriação e nele imprima sua marca, transformando-o e se transformando também. (apud MOREIRA, 2008: p. 35).

As interações que ocorrem dentro dos espaços são de grande influência no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Se esta vive em um ambiente construído para ela e por ela, vivenciará emoções que a farão expressar sua maneira de pensar, bem como a maneira como vive e sua relação com o mundo.

É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções […] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado. (Horn, 2004: p. 28).

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil/ RCNEI (BRASIL, 1998) concebe os aspectos do ambiente como elementos essenciais do projeto educativo, salientando tanto a estruturação do espaço quanto o arranjo espacial.

Legendre vem estudando o papel dos arranjos espaciais como suporte para as interações entre crianças em creches francesas há mais de 20 anos. Vários experimentos lhe permitiram elaborar três grandes categorias de arranjos espaciais, os quais provocaram interações distintas entre as crianças e delas com os adultos envolvidos em cada situação: (a) arranjo espacial semi-aberto; (b) arranjo espacial aberto e (c) arranjo espacial fechado. Vejamos cada um deles.

Semi-aberto – é aquele que permite à criança visualizar todo o ambiente como uma unidade que abrange uma multiplicidade, uma vez que é formado por zonas estruturadas do tipo circunscritas, oferecendo à criança um ambiente simultaneamente diversificado e estável, e atende às necessidades de segurança através da visualização de outras crianças e do adulto, principalmente. Aberto – não contempla zonas circunscritas; pelo contrário, apresenta o espaço central livre favorecendo a proximidade entre crianças e adultos, visto que esses funcionam como estruturadores privilegiados do ambiente (estruturadores sociais). Fechado – se caracteriza pela presença de barreiras altas que impedem a apreensão do ambiente em sua totalidade pela criança, e as incentivam a permanecer em uma das áreas criadas em volta do adulto, suscitando poucas interações entre crianças. (apud MOREIRA. 2008:. p. 36 e 37).

Em relação à área interna, as salas devem ser planejadas, relevando-se os três elementos arquitetônicos que a compõem: o chão, as paredes e o teto. O chão deve estar organizado de modo a facilitar a movimentação da criança e, ao mesmo tempo, oferecer pequenos desafios, seja ao engatinhar, seja ao andar. Dependendo da idade da criança, o colchão ou colchonete permite que elas possam ficar deitadas e engatinhar para deslocar-se livremente. “Um espelho, no mínimo, em uma das paredes, favorecerá a exploração do seu corpo, assim como a observação dos colegas”.

Nas paredes, tanto o mobiliário quanto os murais devem estar no mesmo plano das crianças para que elas tenham acesso aos objetos nele disponíveis e às suas produções. As paredes precisam transmitir vida e alegria, com cores suaves que compõem um ambiente agradável, acolhedor e tranqüilo.

Para pendurar no teto, móbiles, toldos e fitas coloridas são bem-vindos, pois atraem a atenção e a curiosidade da criança para outro plano. (apud MOREIRA, 2008: p. 38).

De acordo com Weinstein e David (1987), os ambientes infantis devem estar voltados para o desenvolvimento infantil, promovendo a construção da identidade da criança, o desenvolvimento de competências, oportunidades de crescimento, a movimentação do corpo, a estimulação dos diferentes sentidos, o sentimento de segurança e confiança, e oportunidades para o contato com o outro e para ficar só. Quanto mais são as possibilidades do ambiente, mais rico será o desenvolvimento da criança. (apud MOREIRA, 2008: p. 39).

Os autores Jodelet (2002) e Maffesoli (1996) atribuem ao espaço a característica de uma matriz, porque esta incorpora a mediação entre natureza e cultura, definindo oportunidades e limitações para a ação do sujeito. Espaço como matriz é aquilo que religa uns aos outros, possibilitando a existência humana apoiada em elementos sociais e naturais.

Esta concepção revela que o espaço é, ao mesmo tempo, uma estrutura subordinada e subordinante que se materializa em objetos, lugares e práticas sociais enraizadas nas relações e nos modelos culturais de uma época.

A concepção, a organização, e mesmo a transformação do espaço, dão-se na relação que o ser humano estabelece entre si ou consigo mesmo e se baseiam tanto em conhecimentos objetivos quanto em relações sócio-afetivas para ele significativas.

Essa proposição de Maffesoli (1996) se aproxima daquilo que Sennett (1990) distingue como espaços lineares e narrativos, sendo possível perceber a mecânica dos sólidos, aproximando-se dos espaços lineares, e a mecânica dos fluidos, dos espaços narrativos.

Essa articulação permite pensar que as instituições de Educação Infantil podem ser consideradas espaços sociais cuja produção de sentidos é constituída por meio das duas facetas do espaço: a linear, ou sólida, e a narrativa, ou fluida. (apud MOREIRA, 2008: p. 48 e 49).

O espaço jamais é neutro. A sua estruturação, os elementos que o formam, comunicam ao indivíduo uma mensagem, que pode ser coerente ou contraditória com aquilo que o educador (a) quer fazer chegar a criança. O educador (a) não pode conformar-se com o meio tal como ele é, deve incidir, transformar, personalizar o espaço onde desenvolve a sua tarefa, torná-lo seu, projetar-se fazendo deste espaço um lugar onde a criança encontre o ambiente necessário para desenvolver-se (MORALES, 1982: p.5, apud MOREIRA, 2008: p. 31).

Os diferentes ambientes e setores da edificação das Unidades de Educação Infantil requerem tratamentos diferenciados com relação à utilização da cor. As cores têm importância fundamental para os ambientes destinados à educação da pequena infância, pois reforçam o caráter lúdico, despertando os sentidos e a criatividade.

Um dos aspectos normativos tratados quanto a Espaços Físicos e Recursos Materiais para a Educação Infantil, afirma-se que os espaços físicos deverão contemplar também em sua estruturação cuidados que contribuam para o bem estar das crianças como, por exemplo: instalações e equipamentos para o preparo de alimentos que atendam às exigências de nutrição, saúde, higiene e segurança, nos casos de oferecimento de refeição, a qualidade do ar interior, iluminação, conforto térmico, conforto visual, conforto acústico, mobiliário e equipamentos adequados; instalações sanitárias suficientes e próprias para uso exclusivo das crianças, local para repouso, área livre para movimentação das crianças, locais para amamentação e higienização e espaço para tomar sol e brincadeiras ao ar livre; Brinquedos e materiais pedagógicos para espaços externos e internos dispostos de modo a garantir a segurança e autonomia da criança e como suporte de outras ações intencionais. (DCNEI, Brasil, 2000)

As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a mesma como própria construtora de seu conhecimento. O conhecimento se constrói a cada momento em que a criança tem a possibilidade de poder explorar os espaços disponíveis a ela.

O papel do adulto no espaço é o de um parceiro mais experiente que promove as interações, que planeja e organiza atividades com o objetivo de através das relações dentro do espaço que oferece, buscar o desenvolvimento integral de todas as potencialidades da criança. O educador deve ter a sua proposta voltada para o bem estar da criança, buscando sempre melhorar a sua prática elaborando sempre novas alternativas de construir o conhecimento de um grupo como um todo, facilitando as interações, promovendo e construindo espaços adequados.

De posse das idéias de teóricos vistos nos fascículos da Disciplina de Psicologia, o grupo saiu em busca de sujeitos que se permitissem ser entrevistados (Fórum de Psicologia III) e pôde obter respostas que se encontram com as teorias de Vygotsky, Wallon e Piaget:

“Mãe gestante, último mês de gestação respondeu que acha que o espaço onde a criança estuda conta muito em sua aprendizagem. Não precisa ser um ambiente sofisticado; pode ser simples, mas tem que ser aconchegante, confortável e atrativo para que a criança se disponha a participar das atividades e aprender o que lhe é ensinado. Para o ambiente favorecer a interação entre as crianças ele tem que ser espaçoso, arejado e sem perigo deles se machucarem; se o mobiliário e as instalações forem adequados para a idade as crianças conseguirão se virar sozinhas. Precisarão algumas vezes da ajuda do professor, mas não ficarão na dependência sempre. Concorda que o espaço físico e a infra-estrutura é educação silenciosa porque um prédio, sua estrutura e decoração ensinam muito também, ainda que indiretamente.” (C.R.P. 22 anos).

A forma como cada ambiente é pensado e organizado expressa nossa concepção de infância e o papel do adulto, o que nos leva a crer que o ambiente constitui um instrumento importante para a prática educativa. Por isso, insistimos que a organização dos espaços nas unidades de Educação Infantil é um dos pontos que merece relevo na elaboração do projeto político-pedagógico, Percebemos a semelhança de pensamento de Vygotsky.

“Um bom local de trabalho é de fundamental importância para o desenvolvimento afetivo, social e cognitivo de seus alunos. Pois se o professor tem de apoio um bom espaço na sala de aula, no pátio e no parque, ajudam e colaboram a realizar atividades de diferentes aspectos, como a ludicidade que é de extrema importância para a Educação Infantil e séries iniciais. Quando chega à escola a criança precisa sentir – se segura quanto ao seu professor e principalmente quanto ao espaço e o local que a recebe. Esse local deve ser adequado à idade para que possa ir e vir em segurança, oferecendo- lhes meios que chamem sua atenção como uma boa (bonita) decoração, com cores alegres, mas não muito carregado, (lembrando que esse fator leva a criança a se irritar com mais facilidade), um som ambiente, brincadeiras e muita atenção e limites. Concorda que o espaço físico e a infra-estrutura contribuem para o desenvolvimento educacional, pois se o aluno se sente feliz e seguro ao vir para a escola isso favorecerá para que a aprendizagem seja mais rápida e de forma natural.” (E.C.P.B, 34 anos, Professora de Educação Infantil há cinco anos).

A instituição de Educação Infantil se diferencia do ambiente familiar, uma vez que, orientada pelo ideário educacional da autonomia, busca organizar seu espaço e sua rotina de modo a promover o desenvolvimento e a aprendizagem da criança por meio de brincadeias e das várias modalidades de interação social possivel, além da interação adulto-criança.(apud, MOREIRA & ANDRADE, 2008: p.15).

“Os aspectos físicos do espaço constituem o cenário de desenvolvimento; para que a criança tenha uma boa aprendizagem é necessário que o ambiente seja bem organizado, com espaço adequado para realização de atividades e brincadeiras, tanto na estrutura como na organização deve estar voltados para a Educação Infantil. A forma como cada ambiente é organizado expressa a maneira dá escola e educadores trabalharem; nas salas de aulas a criança deve se sentir a vontade para expressar suas idéias e criatividade; se o lugar onde se encontra não estiver apropriado dificulta os avanços da criança na aprendizagem. Acredita que quando as crianças vão para creche, nas primeiras semanas elas são muito inseguras e tímidas, pois o ambiente é novo para elas, mas se esse ambiente lhe traz alegria e ao mesmo tempo tranqüilidade e segurança ela se solta, mas para isso é preciso que esse ambiente tenha um espaço favorável e adequado às suas necessidades para o seu ir e vir, onde elas participem ativamente e interagindo com todos.” (R.S.G.M., 40 anos, Professora de Educação Infantil há vinte anos).

A organização do ambiente físico se apresenta como um dos elementos-chave na educação, De acordo com Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2006), a organização espacial constitui uma das referências funcionais e estéticas dos ambientes físicos, devendo, portanto, receber destaque especial na proposta pedagógica. (apud, MOREIRA & ANDRADE, 2008: p.30).

“É através dessa interação entre crianças e professor (educador) que as crianças formam sua autonomia, tendo total liberdade de se expressarem como também aprenderem a conviver em grupo. Concorda que o espaço físico e a infra-estrutura configuram em educação silenciosa porque eles dizem muito sobre como o ambiente é cuidado e preparado para receber as crianças; acrescenta que se a comunidade escolar entender que o espaço físico não e o apropriado devem procurar sanar as dificuldades junto aos órgãos competentes, pois todos têm direito à “educação de qualidade”, item que abrange também ao espaço físico.” (R.S.G.M., 40 anos, Professora de Educação Infantil há vinte anos).

As crianças distribuidas no ambiente, e envolvidas em situações diferenciadas e interessantes, podem caracterizar um ambiente organizado, pois esse pode lhes promover possibilidades de produção, manutenção, articulação e transformação de conhecimentos, de acordo com o pensamento de Piaget.

A importância da infra-estrutura e a organização espacial nas instituições de Educação Infantil é que definiram a temática deste trabalho. Diante da leitura dos fascículos, a interação com os entrevistados e visitas à instituição de Educação Infantil o grupo constatou que a organização do espaço físico e a infra-estrutura de uma escola deve ser pensada com mais seriedade, pois nela ocorrem as interações sociais, onde se processa a aquisição do conhecimento, se possibilita o desenvolvimento da autonomia e a formação integral e plena da criança. 

Na instituição visitada percebemos a indissociabilidade entre o cuidar e o educar enquanto direito das crianças. Elas seguem uma rotina diária que compreende café da manhã, atividades pedagógicas, almoço, higienização, repouso e depois disso as atividades de recreação e lazer, separadamente.

O grupo percebeu que as crianças têm maior liberdade de expressão no espaço externo das instituições como pátio, tanques de areia e parquinho de diversões. As salas de aula são restritas às atividades pedagógicas. Há uma “separação” entre o brincar e as atividades didatizadas.

As crianças não participam ativamente da organização do espaço e mobiliários, ficando essa parte a critério do professor, limitando muitas vezes o acesso aos materiais disponíveis e sua disposição, o que condiciona a ação das crianças, limitando aquilo que elas podem fazer.

Organizar o espaço de forma que contribua para o desenvolvimento pleno das habilidades e autonomia das crianças ainda é um desafio que merece tomada de consciência por parte dos profissionais que atuam na Educação Infantil.

De acordo com Weinstein e David (1987), quanto mais são as possibilidades do ambiente, mais rico será o desenvolvimento da criança e, ao planejar os espaços das salas de atividade, o educador deve incentivar o envolvimento dos pequenos em sua construção. A valorização das opiniões e preferências das crianças propicia uma relação de pertencimento ao ambiente, significando-o para si e para os outros. Por isso, é fundamental deixar que a marca da criança apareça mais do que a do adulto nas construções, nas desconstruções e reconstruções.

A infra-estrutura das instituições infantis, deve atender às necessidades de saúde, proteção, alimentação, descanso, interação, conforto, higiene, além de propiciar a interação das crianças com as crianças e crianças com adultos, devem aguçar a imaginação e aprendizagem das crianças. (DCNEI, 1998).

Refletir sobre todas essas questões nos coloca frente ao que chamamos de Qualidade na Educação Infantil, entretanto, na maioria das vezes, o espaço das unidades de Educação Infantil parece favorecer justamente o inverso, isto é, o processo de desapropriação ou de estranhamento dos objetos (brinquedos, material, espaços), sobretudo quando o adulto enfatiza, nas situações de disputa, que esses objetos não são das crianças, e sim da sala. O fato de várias crianças poderem usar os brinquedos que existem na sala, não implica necessariamente sua propriedade coletiva. Aos poucos, a criança vai internalizando a mensagem de que tudo é daquele lugar, apesar de, na brincadeira, por meio da fantasia, os objetos poderem ser transformado e pertencerem a qualquer um.

O espaço é marcado pela cultura e pela história que traduzem a biografia dos grupos, por isso, o espaço pode ainda, influenciar os modos de vida e de pensar. Sobre isso, analisa os modos de vida e pensamento dos dias atuais, para que através do espaço educacional seja de uma forma a ser programada e bem planejada, para que as crianças possam ser bem ensinadas, fazendo assim, homens íntegros e corretos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOREIRA, Ana Rosa Costa Picanço; ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Psicologia III: Questões do Cotidiano Educacional. Cuiabá: EdUFMT/UAB, 2008.

MOREIRA, Ana Rosa Costa Picanço. Psicologia IV: identidade profissional – pensando

a diferenciação do(a) professor(a) na educaçãoinfantil / Ana Rosa Costa Picanço Moreira, Daniela Barros da Silva Freire Andrade. – Cuiabá : EdUFMT/UAB, 2009.

BRASIL, Referencial Curricular Para a Educação Infantil. Vol. 1. Brasília: MEC/SEI, 1998.


1 Acadêmica do Curso de Licenciatura Pedagogia com ênfase em Educação Infantil, modalidade a distância, UFMT/UAB. Pólo Primavera do Leste.

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