FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO: OTIMIZAÇÃO E EFICIÊNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE

MANAGEMENT TOOLS: OPTIMIZATION AND EFFICIENCY OF STOCK CONTROL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10157005


Laercio Luiz Da Luz Junior1
Orientador: Me. Marcio Evandro Guimarães2


RESUMO 

A gestão de estoque, é um componente essencial nas decisões empresariais, fundamental para garantir a eficiência na cadeia de suprimentos, maximizar os lucros e atender às demandas do mercado. O estudo tem como objetivo examinar o uso eficiente de ferramentas de gerenciamento para otimizar a gestão de estoque nas empresas. A metodologia adotada é baseada em uma revisão teórico-analítica, qualitativa, com ênfase em um propósito exploratória, proporcionando analises valiosos para as práticas de gestão de estoque. A gestão de estoque envolve o planejamento, controle e supervisão de todos os aspectos relacionados ao estoque da empresa. Modelos de gestão, como a Curva ABC e o estoque mínimo de segurança, desempenham um papel fundamental na eficiência operacional e na competitividade. O inventário cíclico, focado na contagem sistemática de itens, também é essencial para manter a precisão dos registros. A gestão de estoque não deve ser negligenciada, pois impacta diretamente a rentabilidade, a competitividade e a satisfação do cliente. Tomar decisões com base na importância de cada item, bem como considerar os custos associados à manutenção de estoque, é crucial para o sucesso a longo prazo das empresas. Portanto, a gestão eficaz de estoques é uma prática vital para as empresas em busca de vantagem competitiva sustentável. 

Palavra-chave: Curva ABC; Estoque mínimo; Inventário.  

ABSTRACT 

Inventory management is an essential component in business decisions, crucial for ensuring efficiency in the supply chain, maximizing profits, and meeting market demands. The study aims to examine the efficient use of management tools to optimize inventory management in companies. The adopted methodology is based on a theoretical-analytical, qualitative review, with an exploratory emphasis, providing valuable analyses for inventory management practices. Inventory management involves the planning, control, and supervision of all aspects related to the company’s stock. Management models, such as the ABC Curve and safety stock, play a fundamental role in operational efficiency and competitiveness. Cyclical inventory, focused on systematic item counting, is also essential to maintain record accuracy. Inventory management should not be neglected, as it directly impacts profitability,  competitiveness, and customer satisfaction. Making decisions based on the importance of each item, as well as considering the costs associated with stock maintenance, is crucial for the long-term success of companies. Therefore, effective inventory management is a vital practice for companies seeking sustainable competitive advantage. 

Keywords: ABC Curve; Minimum Stock; Inventory.

INTRODUÇÃO 

Com a rápida evolução da sociedade, o ambiente de negócios se tornou cada vez mais complexo para as empresas. Alguns dos acontecimentos que caracterizam esse contexto estão atrelados às as mudanças climáticas frequentes, à pandemia do COVID-19 e aos conflitos geopolíticos, os quais têm ampliado os desafios enfrentados pelas organizações. Diante desse cenário, tomar decisões empresariais sólidas e responder de maneira eficaz aos riscos se tornaram questões cruciais para o crescimento e desenvolvimento das empresas neste mercado complexo (He et al., 2023). 

De maneira evidente, o investimento em estoque é amplamente reconhecido como um fator significativo nas flutuações do ciclo econômico (Dasgupta et al., 2018). Assim, a eficiente gestão de estoques se tornou um componente essencial na tomada de decisões empresariais, especialmente diante do aumento dos riscos externos (Zietsman e Van Vuuren, 2022).  

A gestão de estoque é uma prática administrativa que envolve a organização, adaptação e a inclusão de produtos em um espaço físico durante um determinado período de tempo, visando sua utilização futura, seja para fabricação ou entrega (Silva et al., 2022). Desse modo, pode-se verificar que o estoque é uma das partes mais importantes de uma empresa.  

De acordo com Mello (2020), o estoque pode ser o maior ativo de uma empresa, muitas vezes sendo o principal responsável pelo fluxo de caixa do negócio. Implementar e manter um gerenciamento adequado pode assegurar a saúde financeira da empresa e maximizar os lucros. 

Além disso, a gestão de estoque deve estar alinhada com a demanda do mercado e as estratégias de vendas da empresa, garantindo que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo e na quantidade certa, para atender às necessidades dos clientes. 

Por representar parcela significativa nos ativos da empresa, os estoques devem receber atenção especial, pois se não houver um equilíbrio entre as entradas e as saídas de materiais ou harmonia entre o fornecimento e a demanda, o investimento em estoques aumentará (Sá e Gonzaga, 2020).  

Em decorrência da importância do estoque na empresa, Ballou (2001) afirma que é fundamental observar os processos, desde a descarga até a saída dos produtos, a fim de compreender as práticas de armazenagem. Esse processo é dividido e gerenciado pela logística, que desempenha um papel fundamental em todas as etapas da estocagem. Portanto, essa área é essencial para garantir a efetividade no atendimento às demandas de produtos ou matérias-primas. 

Os autores Letti e Gomes (2014), defendem que dentre os desafios de gestão enfrentados pelas micro e pequenas empresas, o gerenciamento de estoques se destaca como um dos mais complexos. Isso ocorre, muitas vezes, devido à limitação de recursos tecnológicos, como por exemplo, dentro dos sistemas de tecnologia da informação, que em vários casos acarreta no não atendimento da demanda solicitada pelo mercado. 

Essa limitação tecnológica, frequentemente impedem que as micro e pequenas empresas adotem soluções de gestão de estoque sofisticadas, como sistemas integrados de gestão. Desta forma, elas podem enfrentar desafios adicionais na otimização de seus processos de estoque e na redução do custo operacional dos seus produtos. 

Quando os estoques são mantidos em níveis elevados, surgem problemas como a obsolescência de produtos, redução do capital de giro, produtos com prazo de validade expirado e altos custos associados à manutenção do estoque. 

Conforme dito por Gianesi e Biazz (2011), a gestão de estoques é uma área de grande importância para as organizações, mas muitas vezes é tratada de forma informal. As técnicas utilizadas para dimensionamento de estoques são pautadas ainda, as técnicas empregadas no início do século XX e, apesar do avanço relacionado à aplicação de métodos quantitativos nas decisões de suprimento de estoque, muitos gestores carecem de conhecimento dessas técnicas estatísticas. Como resultado, são utilizados métodos qualitativos baseados na intuição e na experiência pessoal dos próprios gestores. 

Considerando essa perspectiva, é de suma importância que as empresas adotem abordagens eficientes de gestão de estoque que incluam a automação de processos e a utilização de tecnologias avançadas (Sá e Gonzaga, 2020; Silva et al., 2010). Essas medidas podem ajudar a equilibrar de forma mais precisa os custos e benefícios associados ao controle de estoque, garantindo uma vantagem competitiva sustentável. 

Deste modo, o presente estudo, teve por objetivo central, estudar o uso eficiente de ferramentas de gerenciamento, na otimização das operações, visando um aprimoramento da gestão de estoque em empresas. 

METODOLOGIA 

Como toda pesquisa parte de um alicerce teórico-metodológico, pode-se dizer que este trabalho abarca o seu percurso através da inter-relação existente entre o referencial teórico, os objetivos e os instrumentos de que a pesquisa se utiliza para construir o conhecimento proposto (Almeida, 2022). 

Assim, o percurso teórico-metodológico deste estudo organiza-se através de uma significativa revisão teórico-analítica, o que implica pensar na adoção de um procedimento bibliográfico, sendo mobilizado a partir de artigos, livros e materiais publicados por autores que dialogam com o escopo deste trabalho.

Esta modalidade busca resolver problemas ou testar hipóteses com base em referências teóricas já existentes (Lunetta e Guerra, 2023). Ela envolve análise crítica e discussão das contribuições científicas, aprofundando o conhecimento sobre o tema  e expondo diversas abordagens na literatura, métodos e perspectivas (Boccato,  2006). Seu propósito foi caracterizado como exploratório, pois reuniu e analisou-se textos publicados de forma criteriosa, fornecendo uma base sólida de apoio para o trabalho em questão.  

[…] elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, como objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar (Prodanov; Freitas, 2013, p. 54). 

No que diz respeito à abordagem utilizada, esta pesquisa pode ser categorizada como qualitativa, uma vez que: 

[trata-se de] um fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado numa perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo buscando “captar” o  fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes. Vários tipos de dados são coletados e analisados para que se entenda a dinâmica do fenômeno (Godoy,  152 1995, p. 21). 

Em termos procedimentais, a pesquisa se concentrou em na revisão bibliográfica, com o objetivo de destacar as ferramentas de gerenciamento de estoque que podem impulsionar o desempenho das empresas. Deste modo, esta pesquisa busca contribuir significativamente para o campo de conhecimento em questão, fornecendo insights valiosos para as práticas de gestão de estoque nas organizações.

DESENVOLVIMENTO 

A gestão de estoque é o processo de planejar, controlar e supervisionar todos os aspectos relacionados ao estoque de uma empresa, incluindo aquisição, armazenamento, movimentação e distribuição de produtos ou materiais.

O gerenciamento visa maximizar a disponibilidade de produtos com estoques mínimos. Este assunto é relevante para empresas de todos os tamanhos que lidam com bens tangíveis, pois gerenciamento de estoque envolve previsões de compras futuras e fornece informações valiosas sobre as vendas da empresa (Ballou, 2009).

A adoção de modelos de gestão de estoque é essencial para uma administração eficiente. Deste modo, a integração e a colaboração na abordagem adotada para o gerenciamento de estoque podem resultar em melhorias significativas na eficiência e na eficácia dos processos de cadeia de suprimentos (Alimardani et al., 2015). Com esse fundamento, vê-se que a efetiva gestão de estoque é um fator determinante para a competitividade e lucratividade das empresas em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo (Lin e Lee, 2020). 

De acordo com Dantas (2015), uma empresa pode dividir seu estoque em diferentes categorias, estes podem ser classificados como: Estoques de matéria prima, onde os materiais e insumos são utilizados no processo de transformação dos produtos acabados; Estoques em processo, onde os materiais estão em fase de produção, ou seja, aqueles que estão sendo transformados ou processados para a criação dos produtos finais; Estoques de produtos acabados, está relacionado aos produtos acabados, prontos para serem distribuídos e comercializados; Estoques em trânsito, caracterizado pelos materiais em movimento entre o local de origem e o consumidor final; e Estoques em consignação, fundamentados por materiais que foram entregues ao cliente, mas ainda são de propriedade do fornecedor até que sejam utilizados ou vendidos. 

No entanto, ainda percepção de Dantas (2015), é crucial que a organização realize o controle de estoque para garantir a eficiência e o bom funcionamento do processo logístico. Isso se deve ao fato de que o estoque é responsável por grande parte dos custos logísticos da organização, e consequentemente sua acuracidade impacta diretamente nos resultados da empresa. 

Utilizar ferramentas de gestão de estoque é essencial para otimizar o controle  191 e a eficiência na administração dos produtos ou materiais de uma empresa. Isso ajuda a evitar perdas, reduzir custos, melhorar o atendimento ao cliente e garantir que a quantidade certa de itens esteja disponível quando necessário.

Para Magalhães (2017), ferramentas são técnicas que podem ser utilizadas com o objetivo de definir, medir, analisar e propor soluções para problemas que eventualmente ocorrem e interferem no desempenho adequado dos processos de trabalho. Essas ferramentas são importantes porque ajudam a identificar as causas referentes à raiz dos problemas, permitindo que a equipe de trabalho desenvolva soluções efetivas para superá-los, melhorando assim, a qualidade e a eficiência dos processos produtivos. Além disso, essas ferramentas permitem uma análise mais precisa das informações de estoque, facilitando a tomada de decisões estratégicas para o sucesso do negócio. 

A utilização de ferramentas é essencial para garantir a eficiência e a eficácia do controle de estoque. As ferramentas, desenvolvidas para realizar a gestão, têm a capacidade de melhorar a precisão das previsões de demanda, reduzir o nível de estoque em excesso e minimizar as perdas por obsolescência de estoque (Lin e Lee,  207 2020). 

Durante muito tempo, a qualidade foi vista como um diferencial competitivo entre as empresas. No entanto, após a globalização, a concorrência aumentou e a qualidade passou a ser uma obrigação básica para se manter no mercado. Outra mudança importante na história da qualidade foi a sua transição de um setor isolado para uma abordagem abrangente, incorporada em toda a organização. Isso requer uma nova mentalidade que englobe desde a diretoria até o chão de fábrica (Oliveira, et al., 2022). Mediante aos estudos, os autores enfatizam que a utilização de ferramentas de gestão de estoque é fundamental para maximizar a eficiência operacional e a competitividade da empresa. 

Existem diversas ferramentas que podem ser aplicadas para identificar e resolver possíveis problemas nos diversos setores de uma empresa. No segmento do varejo, essas ferramentas podem ser utilizadas na gestão de estoques, com o objetivo de aprimorar o controle dos produtos disponíveis para venda e minimizar o risco de rupturas ou excessos de estoque. De tal modo, é possível garantir uma maior eficiência nas operações do negócio e, consequentemente, melhorar a experiência do cliente (Bastos Júnior, 2016). 

Conforme já citado anteriormente, a gestão eficiente de estoques é essencial para a sustentabilidade e o sucesso de qualquer empresa. Nesse contexto, uma dessas ferramentas, amplamente adotada em todo o mundo, é a Curva ABC pois ela auxilia as empresas a alocar recursos de forma mais estratégica e a tomar decisões informadas. 

A Curva ABC é fundamentada no teorema do economista do século XIX, Vilfredo Pareto, que conduziu uma pesquisa sobre distribuição de renda e riqueza, revelando que uma minoria da população (20%) detinha a maioria da riqueza (80%), tornou-se uma poderosa ferramenta na gestão (Facchini et al., 2019). 

Ao analisar o estudo de Pozo (2017), obteve-se a descrição da nomenclatura “curva ABC”, esta, origina-se da divisão em três categorias distintas:

A – Os itens de maior importância, representando cerca de 80% do valor total, devem ser priorizados na análise inicial, sendo que correspondem a no máximo 20% dos itens. 

B – Os itens intermediários, que representam cerca de 15% do valor total, devem ser abordados após as medidas tomadas para os itens da classe A. Eles compõem no máximo 30% do total de itens. 

C – São itens menos importantes, em grande quantidade, de baixo valor monetário. Devem ser abordados após a análise dos itens mais relevantes. Correspondem a 5% do valor total, mas podem representar mais de 50% do total de itens. 

A metodologia da curva ABC permite classificar os itens do estoque de acordo com sua importância, com base em algum critério de relevância. Dessa forma, os gestores podem tomar decisões com base no grau de importância de cada item, determinando as quantidades a serem mantidas em estoque, levando em consideração um nível mínimo que permita lidar com possíveis falhas de fornecimento e tempo de reposição dos itens. Essa ferramenta é útil para otimizar a gestão do estoque e evitar custos desnecessários (Figueiredo et al., 2020). 

Seguindo a linha de raciocínio de Pozo (2017) concentrar-se nos estoques, a aplicação da curva ABC facilita a tomada de decisões ágeis, gerando um impacto significativamente positivo nos resultados da empresa.  

Conforme estudo sobre a curva ABC na gestão de estoque aplicado por Santa Ana (2021) devido a competição crescente no mercado, é essencial adotar abordagens mais estruturadas na gestão de estoques, o que pode ser crucial para o sucesso das organizações. Além disso, o estudo destaca a importância de desenvolver conceitos simples e práticos que sejam acessíveis às empresas de pequeno e médio porte, que desempenham um papel significativo na economia do país e necessitam de ferramentas profissionais para uma administração eficaz.

Ao analisar o estudo de Simoes e Vernini (2023) onde o objetivo principal foi aumentar o valor das vendas além de gerenciar, de maneira segura e confiável, todo o processo utilizando o método ABC. O estudo identificou que a aplicação da ferramenta é essencial para alcançar qualidade nos processos de vendas. Os autores enfatizam que através da análise da curva ABC, foi possível identificar a necessidade de um gerenciamento mais intenso nas vendas, especialmente para os itens classificados como “A”, que representam 77,97% do valor total dos produtos vendidos.

Contudo, podemos identificar que a análise ABC é uma ferramenta poderosa. Apesar disso, não pode ser adotada como único método de gestão, pois além dela podemos citar também o estoque mínimo de segurança. 

A ideia de manter um estoque mínimo de segurança foi desenvolvida ao longo do tempo com base em princípios de gestão empresarial e em resposta às mudanças nas dinâmicas dos negócios, portanto, não pode ser atribuída a um único autor, pois essa prática, evoluiu e evolui ao longo do tempo em resposta às necessidades das empresas, em garantir a disponibilidade de produtos, minimizar interrupções na produção e lidar com incertezas na demanda e no fornecimento. 

Pozo (2007) enfatiza que o estoque de segurança, também conhecido como estoque mínimo ou reserva, representa a quantidade mínima de materiais que deve ser mantida no estoque. Essa reserva tem como finalidade proteger a empresa contra flutuações imprevistas no sistema, tais como atrasos na entrega de lotes de compra ou aumentos inesperados na demanda. O mesmo envolve a manutenção de uma reserva de produtos no estoque, com a finalidade de mitigar as oscilações na demanda e as variações no sistema de reposição. 

“O estoque de segurança é determinado por procedimentos estatísticos que lidam com a natureza aleatória da variabilidade presente. O tamanho do estoque de segurança a ser mantido depende da extensão da variabilidade e do nível de disponibilidade de estoque proporcionado. Uma previsão muito precisa é essencial para minimizar os níveis dos estoques de segurança. Na verdade, se os prazos de entrega e a demanda pudessem ser previstos com certeza absoluta, não haveria necessidade de nível algum de estoque de segurança” (Ballou, 2009, p. 274). 

Este gerenciamento também possui uma conexão direta com o ponto de pedido, e, por isso, desempenha um papel fundamental no processo produtivo. Deste modo, o autor Fusco (2007) aponta que o objetivo primordial do estoque mínimo é evitar atrasos no fornecimento, visando assegurar um fluxo de produção contínuo e eficiente, sem o risco de possíveis escassezes. 

Segundo Freitas et al. (2020), o estoque de segurança tem como finalidade, além das já citadas, balancear o custo de manter um estoque com o custo associado à sua falta. Contribui também, que para algumas empresas que não investem em planejamento de estoque e logística, na ausência de estoque, não gera imediatamente nenhum custo real. No entanto, assim que um produto não está disponível no estoque para venda ou para a prestação de serviços, a empresa precisa enfrentar os custos associados à redução de sua margem de lucro. 

É relevante destacar que entre as principais causas dessas carências, incluem se as flutuações sazonais na demanda, ineficiências no período de reposição, problemas no controle de qualidade e discrepâncias relacionadas ao inventário (Carraschi et al., 2023). 

Tomado o conhecimento deste conteúdo, os autores Benevenuto et al. (2023), realizaram um estudo titularizado em “controle do estoque de segurança x OEE (Eficiência Global dos Equipamentos) em uma indústria de bens de consumo” onde o objetivo central foi demonstrar a implementação de um sistema automatizado que tem como objetivo principal controlar tanto o estoque final quanto o estoque de segurança. Este sistema estabelece uma conexão entre dados históricos, a ferramenta OEE e o setor de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PCP), resultando na melhoria da prontidão das entregas e na promoção de uma maior satisfação do cliente.

Ao aplicado, os autores concluíram, que as definições dos níveis de estoque de segurança e da curva ABC foram estabelecidas de maneira eficiente no sistema. Esses parâmetros foram fundamentais, pois foram baseados no valor das vendas, o que permitiu um acompanhamento preciso para os gestores de controle e planejamento da produção. Isso possibilitou uma resposta mais ágil às dificuldades e desafios do dia a dia, com foco na redução de custos, ao mesmo tempo em que se alcançava maior produtividade e, especialmente, um feedback positivo por parte dos clientes. 

No contexto anterior, foi discutida a ampla importância do estoque mínimo de segurança na gestão eficiente de estoques, focando na sua relevância para evitar rupturas e garantir um fluxo de produção contínuo. Tomando como direcionamento para outra prática essencial na administração de estoques, o inventário cíclico se concentra na contagem e verificação regular dos produtos em estoque, visando a manter a integridade e a precisão dos registros de inventário. O inventário cíclico, também conhecido como contagem cíclica de estoque, é uma técnica de gestão de estoque que envolve a contagem regular e sistemática de partes do estoque em intervalos específicos, em vez de contar todo o estoque de uma só vez, como é feito em um inventário físico tradicional (Gasnier, 2002; Fernandes et al., 2020).

O inventário cíclico, ao contrário geral, não é realizado em uma única ocasião com portas fechadas e não requer a participação de um grande número de pessoas. Em vez disso, ele ocorre ao longo do ano, envolvendo pequenas quantidades de itens que são contados diariamente, semanalmente ou mensalmente.

Analisando o estudo de Covic et al. (2022) este, enfatiza que esta prática é uma valiosa ferramenta para auditoria, melhorando a precisão dos registros e reduzindo os custos. Enquanto o inventário periódico concentra-se principalmente no valor dos estoques, os inventários cíclicos têm como objetivo primordial assegurar a exatidão dos registros para o planejamento de produção e gestão de materiais. 

Cardim et al. (2020), em seu estudo tinha como objetivo desenvolver e demonstrar os benefícios que se pode obter na implementação do controle de inventário cíclico em estoques rotativos, facilitando assim gestão do estoque. Onde aplicaram o modelo de gestão e obtiveram sucesso, causando impacto positivo na empresa. A empresa, que anteriormente não adotava essa prática, enfrentava desafios financeiros e operacionais anuais devido à falta de dados detalhados sobre seu estoque, onde abordagem era apenas de inventários gerais no final do ano, não fornecia informações sobre as causas subjacentes das discrepâncias e não oferecia um método de controle confiável. Os resultados da implementação fizeram com que a empresa obtivesse a aprovação de uma multinacional de auditoria para eliminar os inventários anuais, resultando em economias significativas. Além disso, o projeto se mostrou ainda mais crucial durante a pandemia de COVID-19, garantindo entregas pontuais aos clientes e evitando atrasos ou cancelamentos de pedidos. 

Muitas vezes, os gestores não enxergam o estoque com um olhar crítico, o que os impede de compreender os custos associados a ele. Esse cenário pode enfraquecer os negócios, especialmente para empresas que operam com margens de lucro reduzidas. É fundamental que os gestores conheçam os custos envolvidos na decisão de manter ou não estoques, a fim de realizar uma tomada de decisão mais consciente e eficiente (Ballou, 1992; Sousa et al., 2017; Duarte e Rodrigues, 2019).

Os custos relacionados à manutenção de estoques abrangem todas as despesas necessárias para manter uma determinada quantidade de mercadorias por um período de tempo. O custo de oportunidade do capital surge porque o estoque imobiliza recursos que poderiam ser aplicados de outras formas, tanto dentro, quanto fora da empresa. Ademais, existem custos referentes a impostos, seguros e armazenamento físico, que variam de acordo com a quantidade de estoque mantido. 

Por outro lado, os custos associados aos riscos de manter o estoque incluem perdas decorrentes de deterioração, obsolescência, danos ou furto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Durante a execução deste estudo, foi explorado a importância da gestão eficaz  376 de estoques em empresas. A gestão de estoque foi observada como uma prática crucial na tomada de decisões empresarial, uma vez que os estoques frequentemente representam o maior ativo das empresas, revelando que diversas ferramentas são importantes para a gestão de estoques, denotando uma ênfase maior com uso da Curva ABC, o estoque mínimo de segurança e o inventário cíclico.

Em conclusão, a gestão eficiente de estoques é um fator crítico para o sucesso das empresas em um ambiente de negócios altamente competitivo. A adoção de modelos de gestão de estoque, como a Curva ABC e o inventário cíclico, desempenha um papel fundamental na maximização da eficiência operacional e na otimização dos custos. Essas ferramentas permitem que as empresas classifiquem e controlem seus estoques de forma estratégica, tomando decisões informadas com base na importância de cada item. Além disso, a consideração dos custos associados à manutenção de estoques é fundamental para uma tomada de decisão consciente. Os custos de oportunidade, impostos, seguros e riscos de manter o estoque devem ser cuidadosamente avaliados, pois afetam diretamente a rentabilidade e a competitividade da empresa. 

Portanto, a gestão de estoque não deve ser subestimada, pois desempenha um papel vital na eficiência dos processos de cadeia de suprimentos, na satisfação do cliente e na sustentabilidade financeira das empresas.  

É imperativo que as organizações adotem abordagens estruturadas e usem ferramentas adequadas para garantir um controle eficaz dos estoques, o que, por sua vez, contribuirá para o sucesso a longo prazo nos mercados cada vez mais desafiadores.

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1Acadêmico do curso de Administração – Faculdade Centro Mato-grossense.
Artigo científico apresentado ao Curso de Administração da Faculdade Centro Mato-grossense – FACEM, como parte avaliativa da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, para obtenção do Título de Administrador.

2Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia, Professor Orientador do Curso de Administração – Faculdade Centro Mato-grossense