A IMPORTANCIA DA CONTROLADORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10155426


Ana Ketlen Lima Dal Forno¹
Eliabe Raquel Silva Alexandre²
Samantha Cristina Viana Magalhães³
Thiago Matos Saltão⁴


Resumo

Diante do cenário das organizações é notório que as grandes corporações ganham prestígio e destacam-se frente as micro e pequenas empresas no alcance de excelentes resultados mediante um controle empresarial eficiente. Nesse sentido o estudo busca apresentar a controladoria como ferramenta de gestão para as micro e pequenas empresas demostrando sua importância para a sobrevivência desse campo organizacional. O artigo foi construído por meio da pesquisa bibliográfica e trouxe aspectos relevantes quanto a necessidade da controladoria para a vida de empresas de pequeno porte. Sendo assim, é fundamental o uso da controladoria e de um agente capacitado para direcionar quais melhores decisões os gestores devem tomar para garantir o sucesso da organização diante de um mercado tão competitivo.

Palavras-Chave: ferramenta de gestão; controladoria; micro e pequenas empresas

ABSTRACT

In view of the scenario of organizations, it is notorious that large corporations gain prestige and stand out from micro and small companies in achieving excellent results through efficient business control. In this sense, the study seeks to present controllership as a management tool for micro and small companies, demonstrating its importance for the survival of this organizational field. The article was constructed through bibliographic research and brought relevant aspects regarding the need for controllership for the life of small businesses. Therefore, it is essential to use controllership and a trained agent to direct the best decisions managers should make to ensure the success of the organization in such a competitive market.
Key words: management tool; controllership; Micro and small enterprise

1- INTRODUÇÃO

A evolução empresarial e o olhar dos gestores quanto a necessidade de novas técnicas e estratégias, foi marcada desde a revolução industrial segundo Corrêa (2019), no qual o mundo passou a ter uma perspectiva diferente de crescimento econômico acelerado.

Sabe-se que nessa época as teorias surgiram e contribuíram significativamente para o crescimento das organizações (CARVALHO,2010,pg.15). A administração foi uma das ciências que reuniu elementos importantes para auxiliar as empresas a iniciarem suas atividades, darem seguimento as suas operações e obter êxito nas demonstrações de resultados, e assim, o controle se tornou uma medida essencial para as empresas não correrem riscos de superprodução, de gastos desnecessários e operações fracassadas.

Para Padoveze (2016), as empresas passaram a controlar seus processos e departamentos de forma estratégica e a controladoria se encarregou de atuar como uma ferramenta capaz de trazer soluções estruturais, processuais e financeiras para as organizações por intermédio de análises dos dados fornecidos, capazes de direcionar os empresários na tomada decisão.

A controladoria em um contexto geral se trata de um elemento da administração, o Controle. Dentro das suas origens etimológicas, vem do latim rotulus e significa rolos, escrituras ou registro, ou seja, é o registro de todas as operações que precisam ser examinadas. O foco principal é a realização da leitura geral das informações para gerar diagnósticos precisos quanto ao andamento das diversas atividades e setores garantindo a eficácia das operações e resultados financeiros organizacionais.

Como ferramenta, a controladoria pode atuar não somente nas empresas de grande porte, mas sua aplicação é de grande necessidade nas micro e pequenas empresas. De acordo com dados publicados pelo Sebrae, inúmeras empresas decretam falência. Feito um estudo, percebe-se que o fator dominante para negócios falidos, é a falta de um bom plano de negócio e a falta de uma gestão estratégica eficaz, no que se refere ao controle gerencial. Sendo assim, é fundamental um intérprete da controladoria que possibilite a leitura das informações relevantes para conduzir a empresa rumo ao sucesso.

Este trabalho foi desenvolvido por meio de revisão de literatura e estruturado em capítulos que trazem um breve histórico, conceitos e funções relevantes ao tema. A primeiro momento temos uma breve introdução com o tópico ferramenta de gestão, logo em seguida controladoria, micro e pequenas empresas, sendo os principais resultados abordados pela pesquisa.

Assim sendo, o proposito deste trabalho é apresentar a importância da controladoria como ferramenta de gestão das micro e pequenas empresas, objetivando revelar as necessidades que os empresários das micro e pequenas empresas tem em possuir o conhecimento e adotar a prática devida da controladoria empresarial.

2-METODOLOGIA

Este artigo tem a finalidade de apresentar a importância da controladoria como ferramenta de gestão nas MPEs. Portanto, utiliza-se de uma revisão bibliográfica, no período 10 de outubro a 13 de novembro de 2023. Foram incluídos neste estudo artigos que apresentassem descritores como: “Controladoria”, “Papel do Controller” “Ferramenta de gestão”, “Micro e pequenas empresas”.

As informações foram levantadas através dos dados disponíveis nas bibliotecas eletrônicas como SciElo e Google Acadêmico, como resultados, foram obtidos 13 artigos na SciElo, e 8 foram selecionados. No Google Acadêmico, dos 15 artigos encontrados, apenas 5 foram escolhidos para este estudo. Em seguida, livros, revistas e legislação vigente, que estavam de acordo com os objetivos do estudo, foram acrescentados, a fim de contribuir com o tema abordado.

Segundo Fachin (2006, p.120) “Entende-se que a pesquisa bibliográfica, em termos genéricos, é um conjunto de conhecimentos reunidos em obras de toda natureza. Tem como finalidade conduzir o leitor à pesquisa de determinado assunto, proporcionando o saber.”. Desta forma, entende-se que a pesquisa bibliográfica é a base de todos os demais estudos.

Além dos dados fornecidos nas plataformas acima, também se utilizou de sites oficiais como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e do Planalto, com o objetivo de expor a realidade das MPEs no Brasil, apontando índices atuais sobre a importância da controladoria nas micro e pequenas empresas, bem como as principais razões da mortalidade e sobrevivência delas.


3- Ferramenta de Gestão

A ferramenta de gestão é um mecanismo muito utilizado pela Administração para auxiliar no bom funcionamento da organização. Esses instrumentos buscam traçar metas especificas, sejam elas de curto, médio e longo prazo e são realizadas por meio de planejamento, organização, direção e controle para que assim, seja possível alcançar os objetivos esperados. Essas técnicas são muito usadas pelos gestores a fim de minimizar riscos, aumentar receitas, reduzir custos, melhorar processos, criar produtos, traçar metas, resolver problemas, reduzir conflitos, desenvolver pessoas, tomar decisões dentre outros fatores importantes para a sobrevivência das organizações. Atkinson et al.,2015 afirma que, cada uma dessas ferramentas é destinada para propósitos específicos e aplicadas de acordo com as necessidades e características que cada empresa possui para atingir seus objetivos.

O nível estratégico é responsável por direcionar e adotar ferramentas adequadas para cada situação. Sendo assim, a ferramenta de gestão é importante para conduzir a empresa de forma estratégica com o intuito de alcançar resultados positivos (ALIGREIR,2011).

Diante dessa breve explanação, este capítulo trará aspectos relevantes sobre o tema controladoria como ferramenta de gestão, visto que não somente as grandes empresas como também as micro e pequenas empresas tem grande necessidade do uso desta ferramenta para auxiliar no processo gerencial.

3.1 Controladoria

A Primeira Revolução Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a transição de um sistema feudal para o sistema capitalista e durou até meados de 1850, quando, então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.

Foi na Segunda Revolução Industrial, metade do XIX e Início do XX que surgiu a necessidade da controladoria, devido à crescente complexidade das operações comerciais, a necessidade de gerenciar de forma eficaz as atividades e os recursos financeiros, a globalização física das empresas e o crescimento nas relações governamentais com os negócios das companhias

Para Marion (2005), o surgimento da controladoria se deu no início do século XX, na chegada das corporações de grande porte nos Estados Unidos tinha como intenção o controle das empresas relacionadas, subsidiárias e/ou filiais, levando em consideração um significativo número de empresas concorrentes, que haviam aumentado em grande escala a partir da revolução industrial, onde houve a criação de filiais de grandes corporações ao redor do mundo.

Segundo Schmidt e Santos (2006, p. 14) a controladoria “surgiu como uma resposta ao processo evolutivo natural das organizações no início do século XX, fundamentado na nova forma de gestão caracterizada pela delegação de autoridade e responsabilidade de muitas companhias.”. Devido a expansão das organizações, a controladoria passou a desempenhar um papel essencial na coordenação das atividades financeiras e na avaliação do desempenho em escala internacional, na necessidade de controlar as finanças com o objetivo de fornecer informações financeiras precisas para a alta administração e garantir o cumprimento das regulamentações contábeis e fiscais.

No Brasil, não há um momento específico em que a controladoria tenha surgido, pois ela se desenvolveu gradualmente à medida que as empresas e organizações reconheceram a importância de um controle financeiro eficaz. Mas com as instalações das multinacionais no Brasil, houve a necessidade de maior transparência, responsabilidade e eficiência em suas operações. Nesse período, muitos profissionais passaram a atuar como controladores e contadores de gestão, desempenhando um papel fundamental na elaboração de relatórios financeiros, análises de custos e orçamentos.

Ou seja, a controladoria é uma área da empresa responsável por transmitir informações fidedigna e tempestivas para as tomadas de decisões, em apoio à gestão empresarial, pois todas as entidades precisam ter todas as informações conectadas, de uma maneira integrada, assegurando que o gestor tenha informações úteis, possibilitando um controle maior para a melhor tomada de decisão e o alcance do objetivo traçado.

Para o autor Silva et al. (2019), a controladoria é uma área de auxílio as organizações para que elas possam gerir o seu negócio de forma segura e com confiabilidade, pois ela fornece informações internas e externas, para assim, posteriormente traçar os próximos passos a serem dados a fim de obter os resultados desejados. Complementando, Costa (2016) diz que a controladoria é a responsável por garantir a credibilidade e eficiência das informações fornecidas.

3.2 Funções da Controladoria

A Controladoria possui diversas funções e tem um papel importante no êxito empresarial, tendo como missão primordial a geração de informações relevantes para a tomada de decisão no âmbito organizacional. Essas funções podem variar de empresa para empresa, dependendo do seu modelo de gestão e negócio.

Segundo Kanitz (1976) as funções da controladoria se confundem algumas vezes com as funções do Controller, ao abordar sobre a origem da controladoria e suas funções, ele cita que a controladoria surgiu com pessoas que exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, ou no departamento financeiro, uma vez que estes profissionais possuem uma visão ampla da empresa, capacidade esta que os tornou qualificados para detectar as dificuldades e propor soluções.

Catelli (2013) e Borinelli (2006) consideram que a Controladoria é uma área do conhecimento que inclui conceitos e teorias relacionadas à economia, patrimônio, finanças e operações, além do controle de gestão.

A controladoria é um órgão administrativo responsável por elaborar e relatar informações ocorridas na entidade e suas principais funções são:

⦁ Planejamento: elaboração de um plano de ação que estabeleça quais serão os planos de controles para atender as demandas dos serviços e forneça uma base estimada para alcançar o sucesso provável, para que os objetivos traçados sejam atingidos;

⦁ Organização: é necessário uma estrutura que defina o tipo de organização e assim avaliar se o que foi proposto está sendo colocado em prática e se estão trazendo benefícios;

⦁ Direção: implantar métodos como a coordenação das divisões das tarefas, com indicação clara de autoridade, poder, responsabilidade e lealdade;

⦁ Controle: elaborar relatórios para a gestão sobre o que foi encontrado na aplicação dos controles para mensurar o desempenho presente em relação a padrões esperados, com a devida correção, quando necessário.
Contudo, é preciso entender a importância de uma área bem estruturada e adaptar a área de controladoria e sua estrutura conforme necessidade. Pois é a partir dessa estrutura organizacional que o gestor saberá suas funções, a quem responder e sua autoridade.

3.3 O papel do Controller

A palavra Controller originou-se a partir da palavra controle, que segundo Souza (2010, p. 58), significa: “meios para se atingir um fim, buscar a direção planejada, exercer verdadeiramente o controle”.
Para Padoveze (2011, p.36), “o papel do controller é o de ação da empresa, fazendo a avaliação coordenada da atuação de todos os gestores, sempre com foco no desempenho e resultados, global e setorial.”. De acordo com o autor, o papel do controller pode ser resumido da seguinte forma: monitoramento dos sistemas de informações gerenciais, apoio aos demais gestores, influência, persuasão e auxílio na toma de decisão

O Controller tem em sua responsabilidade todo controle orçamentário, planejamento, estrutura de dados e informação para tomadas de decisão. A área, assim como o Controller, trabalha continuamente ao lado da diretoria e de outras áreas, seja auxiliando com informações relevantes nas decisões estratégias ou coletando dados para construção do Planejamento Orçamentário.

Entre suas funções estão:

⦁ Extrair e consolidar informações das outras áreas da empresa;
⦁ Construir o Planejamento Orçamentário;
⦁ Controle administrativo global da organização;
⦁ Relatórios de desempenho para tomadas de decisões
administrativas e contábeis;
⦁ Acompanhar o planejado x realizado conforme o objetivo da empresa;
⦁ Montar simulações de cenários.

É necessário que o controller seja um profissional altamente qualificado, acumular experiências nas áreas contábeis, financeiras e administrativas, pois será o profissional que definirá e controlará todo fluxo de informações da empresa e será ele que garantirá que se tais informações são corretas e assim asseguram a credibilidade da informação, garantindo que cheguem aos interessados dentro de prazos adequados.

  1. Micro e Pequenas Empresas no Brasil – MPEs
    As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) desempenham um papel fundamental e relevante na economia nacional, mas foi somente na década de 80 que no Brasil, as MPEs foram beneficiadas, com a Constituição Federal de 1988, enquanto em outros países já eram beneficiadas desde a década de 50, como nos Estados Unidos com o programa Small Business Administration (SBA) criado para dar apoio aos seus empreendedores.
    Na Constituição de 1988, os artigos 170 e 179 instituem que compete à União, Estados, Distrito Federal e Municípios dispensar às microempresas e empresas de pequeno porte tratamento jurídico diferenciado e incentivá-las por meio da simplificação, redução ou eliminação de obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias.
    Nesse sentido, inclusive, leciona Nathalia Masson (2015, p. 1239):

[…] a efetivação deste princípio se dá, principalmente, pelo regime jurídico diferenciado ao qual elas se submetem (art. 179, CF/88). Como incentivo à atuação destas empresas, que enfrentam significativas dificuldades de concorrência no mercado (sobretudo diante dos conglomerados multinacionais), a Constituição simplifica (às vezes elimina) as obrigações administrativas,
Previdenciárias, tributárias e creditícias destas empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração em nosso país.

Oito anos depois, criou-se a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996 (Brasil, 1996), Lei das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte, que instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), tornando-se conhecida como “Lei do Simples”. Tratando apenas do aspecto tributário, escopo do artigo 146 da Constituição.

Foi no ano de 2006 o grande marco na legislação específica para as MPEs, foi promulgada a Lei complementar n 123, de 14 de dezembro do mesmo ano, conhecida como Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas. Lei essa que apresenta inúmeras praticidades para a melhoria do ambiente em que se encontrava as MPEs, provendo medidas de apoio, redução de carga tributária, do excesso de burocracias, a unificação de arrecadação de impostos e contribuições.

As MPEs são uma fonte geradora de empregos significativo no país, elas oferecem oportunidades de trabalho formais para milhões de brasileiros. Além de contribuem para o fortalecimento da economia das comunidades onde estão inseridas, pois os investimentos nessas empresas tendem a permanecer na região, o que estimula o crescimento de negócios locais. As MPEs são verdadeiros motores da economia brasileira. E elas não apenas promovem o crescimento econômico, como também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e inovadora.
Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2020 mostra que no Brasil, 27% do Produto Interno Bruto (PIB) corresponde as MPEs, e esse percentual é crescente desde 1985. Isso mostra que as micro e pequenas empresas vem traçando um crescimento constante na economia nacional.

Uma pesquisa feita recentemente com os dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que de janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por MPE. Isso representa 69%. De janeiro a abril deste ano foram abertas 1.331.940 empresas no Brasil, totalizando mais de 21 milhões de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativos em todo o território nacional. Destes, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte.

4.1 Classificação

Há vários critérios que podem definir o porte de uma empresa, os mais comuns são: número de empregados, volume de vendas, valor de ativos, seguro da força de trabalho e volume de depósitos (LONGENECKER, MOORE e PETTY, 1997).
Pela Lei complementar de n 123 de 14 de dezembro de 2006, conhecida como Lei geral da Micro e Pequena Empresa, que define Microempresas (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) pelo seu faturamento ano-calendário, disposto no art. 3, inciso I e II da respectiva Lei.

I – No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II – no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).

De acordo com o Sebrae, a classificação é feita por meio da quantidade de funcionários na entidade, no caso de microempresa, no ramo da indústria e construção pode se ter até 19 empregados e no de comércios e serviços pode se ter até 9 funcionários. Já as empresas de pequeno porte a classificação são feitas da seguinte forma: De 20 a 99 na indústria e construção e de 10 a 49 no comércio de serviço.

E para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), microempresa é aquela que tem receita menor ou igual a R$ 360 mil, e pequena empresa a que tem receita superior a R$ 360 mil, mas inferior ou igual a R$ 4,8 milhões. A classificação feita pelo BNDES é utilizada principalmente para a concessão de créditos, essa definição está de acordo com os parâmetros usados pelo Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a classificação de porte é realizada conforme a Receita Operacional Bruta (ROB) das empresas ou conforme a renda anual de clientes pessoas físicas.

4.2 Índices de abertura e falência

No Brasil, surgem cerca de 460 mil novas empresas por ano. A grande maioria é de Micro e Pequenas Empresas (MPEs). As áreas de serviços e comércio são as com maior concentração deste tipo de empresa. Cerca de 80% das MPEs trabalham nesses setores (SEBRAE, 2013).

Um estudo publicado pelo SEBRAE (2013) mostrou que a taxa de sobrevivência das micro e pequenas empresas vinha crescendo no Brasil na primeira década de dos anos 2000. Em 2009, ano de referência do estudo, a taxa ficou em 75,6%. Isso significa que, das empresas que completariam dois anos naquela data, 75 em cada 100 sobreviveram ao segundo ano de atividade. Já entre as empresas que completariam dois anos de atividade em 2007, a taxa de sobrevivência foi de 73,6%.

O Sebrae (2020) identificou, em pesquisa, que cerca de 10,1 milhões de empresas pararam de funcionar temporariamente, sendo 2,1 por decisão da empresa e 8 milhões por determinação de governo. Em entrevista elaborada pelo Sebrae, foi relatado que 4,2 milhões de empresas estão em situação financeira ruim, 8,4 estão situação razoável e 4,6 estão com boa situação financeira na visão dos empresários. Porém, os dados mostram também que mesmo antes da crise a maioria das empresas não se encontrava com boa saúde financeira decorrentes de razões e fatores que antecedem à crise.

No início do ano de 2020, a economia mundial entrou em colapso devido ao enfrentamento ao novo Corona vírus (COVID-19). Os países foram obrigados a fechar suas fronteiras, cidades inteiras estimularam o isolamento horizontal forçando o fechamento do comércio local. No Brasil, no dia 6 de fevereiro, foi decretada a lei de Nº 13.979/20 que determina as medidas adotadas pelo governo brasileiro referente ao enfrentamento ao COVID-19, impondo o isolamento social e a quarentena, resguardando apenas os serviços públicos e atividades essenciais, como supermercados, farmácias e padarias.

4.3 Fatores que levam a Falência

Segundo Couto et al. (2017, p. 42), alguns pontos como falta de capital de giro, capitalização inadequada, pouco investimento de inovação, baixa qualificação do empreendedor, falta de planejamento, concorrência e condições econômicas são causas que dificultam no tempo de vida das MPEs.
De acordo com Ferreira et. al. (2012) vários fatores contribuem para a mortalidade precoce das MPEs, esses fatores apontam em várias direções e se baseiam nas causas apontadas na literatura.

Chiavenato (2008, p. 15) afirma que “Nos novos negócios, a mortalidade prematura é elevadíssima, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam”. Diante disso, ele aponta como principais percentuais de fechamento a inexperiência, representada por um percentual de 72%, seguida dos fatores econômicos, correspondendo a 20%, enquanto vendas insuficientes somam 11%, despesas excessivas 8% e outros 3%.

Segundo estudo realizado pelo Sebrae a partir das bases de dados da RFB e de pesquisas de campo realizadas entre 2018 e 2021, entre as empresas fechadas em 2020 verificou-se:

⦁ Maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o negócio;
⦁ Menor conhecimento/experiência anterior no ramo;
⦁ Maior proporção de quem abriu por exigência de
cliente/fornecedor;
⦁ Maior proporção de quem abriu por necessidade;
⦁ Perto de metade das empresas que fecharam em 2020 considera que “a pandemia foi determinante”.

Os MEIs têm a maior taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 29% fecham após 5 anos de atividade. Já as MEs têm taxa de mortalidade intermediária entre os Pequenos Negócios, 21,6% fecham após 5 anos de atividade. As EPPs têm a menor taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 17% fecham após 5 anos de atividade.
A maior taxa de mortalidade é verificada no comércio (30,2% fecham em 5 anos) e a menor na indústria extrativa (14,3% fecham em 5 anos).

Fatores que contribuíram para o fechamento dos negócios:

⦁ Pouco preparo pessoal

Em média, 42% estavam desempregados, mas essa proporção chegou a 59% no grupo das empresas fechadas;
Mais de 40% dos entrevistados eram funcionários de empresa privada antes de abrir seu próprio negócio. Outros 37% eram autônomos sem empresa constituída;
Em média, 42% fizeram alguma capacitação. Mas no grupo das empresas fechadas foi maior a proporção de quem não fez nenhuma capacitação;
Entre as empresas em atividade, foi maior a proporção de quem abriu porque “identificou uma oportunidade”.

⦁ Planejamento do negócio deficiente

17% dizem não ter feito nenhum planejamento e 59% dizem ter feito para no máximo 6 meses;
Muitos deixaram de levantar informações relevantes para criar o negócio.

⦁ Gestão do negócio deficiente

Na “gestão do negócio” as empresas que sobreviveram se mostraram mais
ativas;
Diferenciação/adaptação de produtos/serviços foi estratégia relevante para a sobrevivência.

⦁ Problemas no ambiente (pandemia)

Mais de 40% citaram explicitamente como um dos principais motivos para o fechamento da empresa a pandemia da Covid-19;
Entre as empresas fechadas, foi menor a proporção dos que tentaram empréstimo e foi menor a proporção dos que conseguiram.

Ao analisar a sobrevivência por setor, o levantamento mostrou que a maior taxa de mortalidade é verificada no comércio, onde 30,2% fecharam as portas em cinco anos. Na sequência, aparecem indústria de transformação (com 27,3%) e serviços (com 26,6%). As menores taxas de mortalidade estão na indústria extrativa (14,3%) e na agropecuária (18%).

Minas Gerais é o estado com a maior taxa de mortalidade (30%). O Distrito Federal, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram índice de 29%. Amazonas e Piauí foram os que apresentaram as menores taxas de mortalidade (22%), seguidos pelo Amapá, Maranhão e Rio de Janeiro (23%).

Diante desses números percebemos o quanto essa classe de empresas necessita da acessória de profissionais qualificados para atuar diretamente na busca por eventuais fatores que prejudicam o andamento dessas organizações e trazer soluções simples e precisas para a vida do negócio

5.A importância da controladoria nas Micro e Pequenas Empresas

MPEs Estudos realizados pelo Sebrae (2017), alegam que existem 3 razoes pelas quais as empresas decretam falência e a segunda delas é a falta de um bom gerenciamento empresarial. Por esse motivo o papel do controller é fundamental para estruturar estratégias que definam a vida do negócio, e a controladoria como ferramenta, é o meio pelo qual se torna possível visualizar o rumo que a empresa está levando e traçar metas palpáveis que venham impactar positivamente o desenvolvimento empresarial.

Conforme discorridos nos capítulos anteriores, nota-se que a controladoria é essencial para a vida do negócio e quanto a isso não existe dúvidas. Diante dos dados informados, existe um número gigantesco de empresas que não vão adiante no desenvolvimento das suas atividades. Mesmo assim, há um tabu quanto ao uso da controladoria como ferramenta de gestão para pequenas empresas. Mas segundo Souza (2009 pg.45) a controladoria não se limita apenas a grandes corporações, mas pode atuar como um modelo de prestação de serviços terceirizados nas micro e pequenas empresas. Isto é, pode ser desenvolvida independente de ser um setor administrativo ou uma estrutura que componha a estrutura de uma empresa. Mambrini et al (2002,pg.40).

A controladoria apresenta benefícios diversos as organizações e como já dito antes, isto independe do porte delas, sendo assim, um dos benefícios citados pelos autores Garcia, Soutes e Garcia (2016) é a capacidade que a controladoria tem de minimizar os custos e encargos operacionais de maneira mais eficiente.

Os benefícios que a controladoria promove são: aumento da lucratividade, melhoria nos processos de controle de custos e despesas, geração de valor, aumento de receitas, ampliação de novos negócios, fidelização de novos clientes e desenvolvimento de novos funcionários, ampliação da visão estratégica dos gestores, entre outros (SOUZA 2010, pg.46).

De acordo com os autores Silva e Marcelino (2019, pg.314), a controladoria é um setor essencial dentro das micro e pequenas empresas. Entende-se que ainda que não possa ser aplicada nas MPEs como nas grandes empresas, mesmo assim, a controladoria é um instrumento de grande relevância para manter esse tipo de organização ativa e em expansão dentre os concorrentes. E portanto, o controller exerce um papel imprescindível para o funcionamento delas, visto que na maioria das vezes o gestor não possui o conhecimento e as técnicas necessárias para ter uma visão ampla do negócio.

CONSIDERAÇÃO FINAL

Este artigo buscou por meio dos resultados bibliográficos encontrados, mostrar a necessidade que as micro e pequenas empresas tem em possuir o conhecimento adequado das suas operações, além de entender que ter o controle adequado resulta em uma gama de benefícios para a vida dos negócios. Como muito bem enfatizado, inúmeras empresas fecham constantemente por falta de preparo e acompanhamento das atividades e do controle financeiro. Portanto é preciso entender que ainda existe uma lacuna muito grande entre os pequenos comerciantes e a controladoria. Muitos deles acreditam que não tem precisão de receber a orientação ou até mesmo a prestação dos serviços de um profissional e por conta da ignorância padecem por não conduzir a empresa da forma certa. Mas numa outra vertente, percebe-se que essa atividade da controladoria foca muito nas grandes empresas e acabam por perder essa fatia do mercado com grande fragilidade. Diante dessa breve conclusão entendese que a controladoria e as MPEs precisam andar juntas para garantir a movimentação desse mercado, garantindo decisões confiáveis, estratégias eficazes e resultados cada vez melhores. Portanto, estudantes e profissionais da área, precisam se atentar que o papel deles é fundamental para assegurar a economia de um país. O conhecimento que essa classe de profissionais possui torna a tradução desses registros mais clara e oferece uma segurança maior para as empresas, pois assim, o CEO consegue ter informações compiladas, concretas e palpáveis para fazer a melhor escolha na hora de decidir qual investimento mais rentável, qual estratégia mais eficiente, qual postura a organização deve ter frente a eventuais crises, dentre outros fatores importantes para o bom andamento empresarial.

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1 Pós-graduanda em Auditoria Controladoria e Perícia Contábil, dalforno.analima@gmail.com
2 Pós-graduanda em Auditoria Controladoria e Perícia Contábil, eliaberaquel19@gmail.com
3 Pós-graduanda em Auditoria Controladoria e Perícia Contábil, samanthaviana18@gmail.com