O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AOS ATENDIMENTOS DO CRAS: ANÁLISE DESCRITIVA SOBRE A CONTEXTUALIZAÇÃO DO CENÁRIO ATUAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10127826


Janaina Gláucia da Silva Marques¹
Kessjhonny Goes Ferreira¹
Luciana Monteiro¹
Maria Lucineide Rodrigues de Lima¹
Profª Elizândia Vieira Da Silva²


RESUMO

o presente trabalho visa compreender a importância do papel do assistente social frente aos atendimentos do CRAS a partir de uma análise descritiva sobre a contextualização do cenário atual.

Desse modo, mostrar a relevância das atividades realizadas pelos/pelas assistentes sociais que atuam nestes centros com as regras de assistencialidade atuais. Uma interação que buscou fortalecer o comportamento organizacional dos profissionais que atendem as famílias cadastradas nos Programas do Governo Federal GF, mostrando desafios de intervenções para resolução de problemas de diversas naturezas e que necessitam do trabalho especializado ofertado por este e outros órgãos que oferecem políticas públicas.

O objetivo central é mostrar o papel do assistente social frente aos atendimentos do CRAS: análise descritiva sobre a contextualização do cenário atual em ações práticas de intervenção com os usuários que estão cadastrados na instituição. A metodologia utilizada foi afirmativa de revisão bibliográfica com consultas em periódicos virtuais disponíveis, tais como: SCIELO, MAMED, LILACS, BIREME, Google Acadêmico, Biblioteca virtual, teses, dissertações que dialogam sobre a temática do período de 2015 a 2022, cronologicamente.

Isto posto, os resultados mostraram que o papel desempenhado por estes profissionais nos centros de referências é essencial para auxiliar as famílias que vivem em vulnerabilidade e necessita destes atendimentos.

Assim, concluiu-se através dos documentos na pesquisa exploratória e descritiva que muito ainda deve ser feito para que os trabalhos dos/das assistentes sociais venham de maneira satisfatória atender as famílias que precisam de atendimento nos centros de referências.

Palavras-chave: Assistente Social; Políticas de Assistências; CRAS.

ABSTRACT

The present work aims to understand the importance of the social worker’s work in social assistance policy in the environment of the CRAS III São Joaquim Reference and Social Assistance Center in the Municipality of Altamira Pará.

In this way, show the relevance of the activities carried out by the social workers who work in this center. An interaction that sought to strengthen the organizational behavior of professionals who serve families registered in the Federal Government Program, showing challenges in interventions to solve problems of different natures and which require the specialized work offered by this and other bodies that offer public policies.

The central objective is to show how Social Workers work in practical intervention actions with users who are registered at the institution. The methodology used was an affirmative bibliographic review with consultations in available virtual journals, such as: SCIELO, MAMED, LILACS, BIREME, Google Scholar, Virtual Library, theses, dissertations that discuss the topic and then qualitative intervention motivated by the topic in question. in relation to the role of social workers.

That said, the results showed that the work of this professional in reference centers is essential to help families who live in vulnerability and need this assistance.

Thus, it was concluded through the documents in the initial exploratory and subsequent bibliographical research that much still needs to be done so that the work of social workers can satisfactorily serve families who need assistance in reference centers.

Keywords: Social Worker; Assistance Policies; CRAS.

1. Introdução

O estudo propõe como tema “O papel do assistente social frente aos atendimentos do CRAS: análise descritiva sobre a contextualização do cenário atual destes centros de referências.

O interesse em refletir sobre o tema ocorreu no âmbito de trabalho para subsidiar a contemplação da conclusão do curso e a temática foi unânime entre a equipe de preparação final deste estudo, pois é um assunto que merece diálogos e muitas discussões, sendo de interesse geral da área.

Notadamente, o papel do/da Assistente Social tem sido motivo de várias discussões e muito tem se pesquisado no sentido de buscar uma interação que dialoga com maestria com o trabalho distribuído por este profissional e sua importância no contexto social, principalmente na área dos Programas do Governo Federal, Estados e Municípios, e sua atuação no campo dos desafios em relação a insipiência do acompanhamento das famílias atendidas pelos projetos que deveriam ser melhores desenvolvidos nestes centros.

Faz-se necessário, portanto, ampliar as discussões e problemáticas existentes sobre o tema e o trabalho desenvolvido pelo/pela assistente social, uma vez que é de extrema necessidade compreender a importância desta reflexão aqui proposta a partir das leituras dos artigos disponíveis sobre a temática na atualidade.

Por conseguinte, as questões norteadoras que emergem nesse cenário são: Qual o perfil deste profissional que atual nesta conjuntura social vigente? Qual a atuação em projetos para a comunidade com novas perspectivas de diálogos nesta área que precisa de muita atenção e cuidados? Quais atividades são trabalhadas pelos Assistentes Sociais? Como ocorre a organização dos encontros do programa de Atenção Integral a Família PAIF nos CRAS? Quais instrumentais as/os Assistentes Sociais utilizam para o acompanhamento das famílias beneficiarias de Programas do Governo?

Para tanto, é possível imaginar o porquê de tais questionamentos neste contexto, afinal, as dificuldades enfrentadas pelos assistentes sociais são inúmeras e exigem habilidades para reavaliar e redirecionar suas ações, visando resultados positivos, em parceria com os demais segmentos envolvidos nesse processo.

Frente ao que foi apresentado, esta pesquisa tem como objetivo: Identificar as atividades realizadas pelo assistente social no CRAS. A partir do exposto, o estudo traz como objetivos específicos: refletir sobre a falta de formação e material para efetivação do trabalho dos profissionais que atendem nos CRAS; Analisar as técnicas e as práticas no cenário dos centros de referência de Assistência Social.

Nestes termos, o estudo será realizado, por meio de uma revisão bibliográfica, posterior um estudo exploratório e descritivo através da pesquisa qualitativa para a coleta dos dados que será apresentado a partir dos autores selecionados.

Em linhas gerais, no caso da revisão bibliográfica, se utilizou para os parâmetros técnicos as normas da (ABNT). Além disso, os dados que compõem a revisão de literatura foram extraídos de artigos das bases de dados SCIELO, PUBMED, LILACS, BIREME e afins, excluindo os de anos anteriores a 2015, equivalendo o período de 2015 a 2022, exceto os que são referências no assunto. Os descritores foram: Assistência Social; Políticas de Assistência; Programas; CRAS.

Ademais, falar sobre o papel do/da assistente social é sem dúvida necessário, pois considera-se que muitos desafios e diálogos neste contexto ainda deve ser explorado, representa um trabalho marcante de profunda consideração em termos de atendimentos, cuidados, assistência, acompanhamentos, cadastramentos e vários outros segmentos que demonstram concepções positivas no acolhimento das famílias que precisam dos centros, principalmente nos relacionados a questão social.

Aferidas estas considerações, o trabalho apresenta no primeiro capítulo como ocorre o papel do/da assistente social no Brasil; segue mostrando os programas oferecidos para o CRAS e depois apresenta a políticas de assistencialidade contemporâneas.

Prossegue no segundo capítulo abordando alguns desafios para o desenvolvimento de tarefas do/da assistente social no Brasil. Prossegue apresentando a formação dos assistentes que trabalham no CRAS. No terceiro capítulo, as práticas ofertadas pelos/pelas assistentes, o trabalho desenvolvido e o perfil das famílias cadastradas. Por fim, contrasta os resultados, análises e discussões e as considerações finais.

2. Justificativa

O estudo justifica-se com conhecimentos sobre a assistência social no Brasil que se inicia com caráter conservador, alinhado a solidariedade religiosa, como caridade, filantropia e onde toda ajuda era constituída apenas para amenizar uma questão social agravante. A população brasileira passava por um momento de vulnerabilidade social e não tinham uma legislação que garantisse direito e acesso às suas necessidades básicas para sobrevivência (SPOSATI et al., 2017).

Até 1930 não se entendia a pobreza como expressão da questão social, mas, como uma disfunção pessoal dos indivíduos.  Era presente esse fato no atendimento social dado a essas pessoas, os quais eram tratados como doentes e enviados para abrigos ou hospitais. A pobreza era considerada doença, como afirma Sposati:

“(…) os pobres eram considerados como grupos especiais, párias da sociedade, frágeis ou doentes. A assistência se mesclava com as necessidades de saúde, caracterizando o que se poderia chamar de binômio de ajuda médico-social. Isto irá se refletir na própria constituição dos organismos prestadores de serviços assistenciais, que manifestarão as duas faces: a assistência à saúde e a assistência social. O resgate da história dos órgãos estatais de promoção, bem-estar, assistência social, traz, geralmente, esta trajetória inicial unificada” (SPOSATI et al., 2007, p.42).

Tudo começou por meio das ações de caridade, função ministrada por mulheres que formavam pequenos grupos de ajuda para aqueles que dela precisavam. Levadas pelo sentimento de amor ao próximo e critérios religiosos, esses grupos juntamente com instituições filantrópicas realizavam a assistência baseada no cuidado, sem interesses pessoais ou materiais, visando apenas o bem-estar das pessoas fragilizadas (BERGAMINI, 2015).

Devido à questão social que a sociedade brasileira estava enfrentando na época de evolução do capitalismo, a classe trabalhadora ou proletariado, estava sendo contido através de organismos que controlavam as relações de trabalho, como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Nesse sentido, a Igreja Católica passou a promover uma formação específica voltada para as moças de famílias tradicionais para cumprir ações sociais que atendessem aquela população que lutavam por melhorias sociais (CARVALHO et al., 2020).

Sendo assim, em 1936, é criada por meio do (Centro de Estudos e Ações Sociais) CEAS, a primeira escola de Serviço Social no Brasil, localizada em São Paulo, coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl, ambas sócias do CEAS, com o objetivo em qualificar e respaldar profissionais de forma conservadora, fundamentados na ideologia da igreja católica para lidar com a justiça social e bem comum, sendo uma estratégia de adequação as mudanças políticas, econômicas e sociais (CRAVALHO et al., 2020).

Portanto, no seu período inicial, o serviço social é pautado com caráter conservador e disciplinador das expressões das questões sociais, como exposto por Forti:

Essa concepção conservadora ignora a estrutura societária, contribuindo para obscurecer para os Assistentes Sociais – durante um amplo lapso de tempo – os determinantes da “questão social” o que caracterizou uma cultura profissional acrítica, sem um horizonte utópico que os impulsionasse para o questionamento e às ações consequentes em prol da construção de novos e diferentes rumos em face das diretrizes sociais postas e assumidas pela profissão (FORTI, 2021, p. 99).

Logo, o Serviço Social funciona como uma forma de “educar” os indivíduos para se adaptarem as crescentes mudanças na sociedade no período em que o capitalismo aflora no Brasil. Doravante, ocorreu a criação da Legião Brasileira da Assistência em 28 de Agosto de 1942, em parceria com o Estado e empresas brasileiras, teve como objetivo inicial, prestar assistência aos soldados e familiares daqueles que participaram da Segunda Guerra Mundial (FORTI, 2021).

Ainda nas concepções de Forti (2021), implantada por Darcy Vargas, esposa do então Presidente Getúlio Vargas, a instituição era fortemente marcada pelo trabalho voluntário feminino que em pouco tempo ganhou espaço, prestando assistência a grupos sociais que não foram alcançados pelo poder público no Brasil. A assistência era vista de forma benevolente e não como direito. Ao final da guerra, a LBA ampliou seu atendimento para as famílias necessitadas em geral, possibilitando melhores condições de vida a todos que foram prejudicados pela guerra.

Nesse movimento, anos mais tarde, em 1969, a Leis Básicas Assistenciais LBA deixa de ser sociedade civil e torna-se Fundação, mantendo a mesma sigla e vinculando-se ao Ministério do Trabalho e Previdência Social até o ano de 1990, passando a vincular-se desta vez ao Ministério da Ação Social. Em 1995, ligada ao Ministério do Bem-Estar do Menor e após várias denúncias de desvio de verbas durante os anos anteriores, a (Lei Básica de Atenção) LBA é extinta, dando abertura para a criação da SEAS (Secretaria de Estado da Assistência) e o programa Comunidade Solidária (BERGAMINI, 2015).

Anteriormente a constituição de 1988, a Assistência Social não possuía suporte organizacional, ou seja, funcionava como ato de caridade àqueles que dela necessitavam, de forma que não garantia direitos, disponibilizava apenas o básico para amenizar uma problemática por determinado período, algo que era muito questionado por não haver interferência do Estado para suprir as carências da população (CARVALHO et al., 2020).

A assistência social ganhou novos rumos com sua inserção na Constituição Federal de 1988, quando esta passou a integrar a Seguridade Social, junto às políticas de saúde e previdência, abandonando o assistencialismo para então se tornar política pública de acesso e direito de todos, garantindo a proteção social (FORTI, 2021).

Mediante esse marco importante na história da assistência social, em um país onde há um alto índice de desigualdade social e famílias em situações de vulnerabilidade social, faz-se essencial a ampliação dos direitos sociais possibilitando uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos. Como declara Sposati e seus colaboradores (2017, p. 78), diz que

Após vários debates para a tomada de decisão para qual seria o rumo da assistência social, cinco Seminários Regional e uma Conferência Nacional de Assistência Social, realizados no ano de 1993, com a participação de diversos movimentos sociais em constante luta para a conquista de direitos e representantes da sociedade civil, serviram de base para a aprovação da Lei 8742/93, a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.

Essa lei visa à concessão de benefícios e afirmação de direitos para pessoas vulneráveis da sociedade, que de alguma forma acabaram sendo excluídas por viverem em situação de miséria, para que estas tenham oportunidades de crescimento pessoal e social fortalecendo a dignidade humana já inexistente ao longo de sua vivência (SPOSATI et al., 2017).

A lei 8742/93 foi elaborada com base na ideia de que a assistência social é um direito do cidadão e dever do Estado, e não uma opção de governo. Essa é inclusive a diretriz constitucional. Além disso, a política social estabelecida na lei possui duas principais linhas de atuação: uma restrita, voltada apenas para aqueles que se encontra em extrema pobreza, e outra, mais ampla, que prevê a expansão da política social de forma que atenda aos mais necessitados, modernizando a sua forma de atuação com a aplicação dos institutos nela previstos (WARDELEY, 2016).

A lei, segundo Bergamini (2015), foi responsável pela extinção do CNSS (Conselho Nacional do Serviço Social) e surgimento do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social), sendo assim, responsável pela fiscalização da aplicação das políticas de assistência social.

A partir da década de 90, ocorreram Conferências Nacionais que apresentaram pautas e levantaram questões que mudariam completamente a trajetória do Serviço Social no Brasil, como a criação do: SUAS (Sistema Único da Assistência Social) e as NOB’s (Normas Operacionais Básicas), que através delas foi elaborado o primeiro texto da PNAS (Política Nacional de Assistência Social) ao final dos anos 90. O Sistema Único de Assistência Social iniciou no ano de 2005, por meio de resolução do Conselho Federal da Assistência Social, sendo um sistema descentralizado e participativo que organiza e financia os serviços socioassistenciais do Brasil (WANDELEY, 2016, p. 45).

Promovendo as ações da assistência social em dois tipos de proteção social, sendo a primeira de Proteção Social Básica, ofertando programas, projetos e serviços para prevenir os riscos sociais e pessoais de indivíduos ou famílias em situação de vulnerabilidade social, e a segunda, é a Proteção Social Especial, onde está trabalha com indivíduos e famílias que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por meio de uma expressão da questão social.

Assim, em 06 de Julho de 2011, a lei 12.435 foi aprovada, assegurando a continuidade do SUAS, incorporado nos princípios de universalidade, gratuidade, a integralidade da proteção social, intersetorialidade e equidade, instituídos no art. 3º da NOB/SUAS (Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social), de acordo com a Resolução nº33, 12 de Dezembro de 2015:

Art. 3º São princípios organizativos do SUAS:

I – Universalidade: todos têm direito à proteção socioassistencial, prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou comprovação vexatória da sua condição;

 II – Gratuidade: a assistência social deve ser prestada sem exigência de contribuição ou contrapartida, observado o que dispõe o art. 35, da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto do Idoso;

III – integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua completude, por meio de conjunto articulado de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais;

IV – Intersetorialidade: integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais; V – equidade: respeito às diversidades regionais, culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais, priorizando aqueles que estiverem em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social. (NOB/SUAS, 2015).

Sendo assim, o SUAS trabalha estrategicamente com as entidades e organizações vinculadas ao Sistema para garantir e facilitar o acesso aos direitos dos cidadãos.

3. Objetivos

3.1. Geral:

Identificar a importância do papel desenvolvido pelos/pelas assistentes sociais em ações realizadas no CRAS.

3.2. Específicos:

Refletir sobre a falta de formação continuada e material para efetivação do trabalho dos profissionais que atendem nos CRAS;

Analisar as técnicas e as práticas no cenário dos centros de referência de Assistência Social.

Compreender as atribuições do trabalho realizado pelos/pelas assistentes sociais em relação aos atendimentos as famílias cadastradas nos programas.

4. Metodologia

Nesse campo, trata- se de uma pesquisa descritiva com revisão bibliográfica, realizada por meio de uma coleta de dados através de plataformas, bibliotecas virtuais e livros. Constituindo de uma revisão sistemática na qual possibilita uma pesquisa científica a respeito de discussões sobre o perfil dos/das assistentes sociais e o trabalho no CRAS.

Foram utilizados o SCIELO, PUBMED, BIREME, LILACS e livros que abordaram sobre o tema, como base de dados, de estudos publicados de 2015 a 2022. A Análise dos dados foi realizada por meio de tabelas e quadros com uso do programa Microsoft Excel 2015, com exceção de algumas obras de anos anteriores que não podiam ficar de fora da discussão. Assim, esta pesquisa é de cunho documental, possui caráter descritivo, onde foi realizado levantamento bibliográfico para realização deste estudo que antecipa o tema.

 Para dar sustentabilidade teórica à discussão, fez-se uso das Teorias sobre a Assistencialidade apontando para conceitos de afetividade, ou seja, todo e qualquer trabalho constitui de forma positiva para este debate emergencial no campo dos CRAS.

Quanto às fases do trabalho foram realizadas em três etapas: (1) fase exploratória; (2) leitura e fichamento; (3) análise e tratamento do material empírico e documental (MINAYO, 2011, p. 26). A pesquisa bibliográfica, ponto de partida deste trabalho, norteará as discussões e ampliará o conhecimento do conteúdo abordado.

Assim, a pesquisa foi direcionada para uma Revisão Bibliográfica de temas pertinentes para a realização da pesquisa (CRAS; Assistentes Sociais; Políticas de Assistência, etc.); e depois para a pesquisa Documental de materiais impressos e documentos como jornal, revistas, publicações, teses, documentos históricos entre outros que abordem sobre o tema de estudo.

Desenvolver trabalhos no âmbito da pesquisa referencial é relevante, segundo Gerhardt (2019, p. 59) “analisar todo e qualquer conteúdo é uma técnica de pesquisa e possui algumas características metodológicas como, por exemplo, sistematização, inferência e objetividade”.

Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo temático, proposta por (MINAYO, 2012, p. 49). Nesta proposta, a construção teórica está representada pelos conceitos (teóricos) que, por sua vez, estão relacionados às unidades de significação (retiradas das falas dos sujeitos da pesquisa). As unidades de significação podem ser divididas entre unidades de registro e unidades de contexto.

As de registro são as frases ou orações que giram em torno das mensagens que os autores nos dão ao longo dos fichamentos e leituras realizados. Essas unidades são retiradas da decomposição do conjunto da mensagem. As unidades de contexto são a referência mais ampla, ou seja, o contexto que faz parte da mensagem (MINAYO, 2012, p. 71).

A análise dos dados constitui-se um caminho de ordenação da realidade, de modo a que se possam olhar os fatos e as relações já descritas pelos autores.

Adotando como instrumento de dados a pesquisa de revisão e diante das leituras realizadas, os resultados e discussão foram apresentados em forma de quadro e neste primeiro momento um fluxograma para melhor definir a coleta de dados da pesquisa e promover melhor visualização.

Figura 1 – Dados coletados dos autores para a pesquisa bibliográfica.

Fonte: (Elaborado pelos autores, 2023).

Nesse movimento, na seção dos resultados, análises e discussões, teremos a interação das obras analisadas de acordo com a representação acima.

5.1. HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

À primeira vista, a história do Serviço Social no Brasil inicia-se com caráter conservador, alinhado a solidariedade religiosa, como caridade, filantropia e onde toda ajuda era constituída apenas para amenizar uma questão social agravante. A população brasileira passava por um momento de vulnerabilidade social e não tinham uma legislação que garantisse direito e acesso às suas necessidades básicas para sobrevivência.

Todavia, a assistência social centra esforços na prevenção e enfrentamento de situações de vulnerabilidade e risco sociais, por meio de intervenções territorialidades e com foco nas relações familiares e comunitárias (BRASIL, 2009).

Desse modo, com ênfase nas primeiras escolas de serviço social no Brasil, este estudo apresenta de maneira breve, conceitos e discussões sobre a Assistência Social. É notório que desde os primórdios do desenvolvimento Assistencial como programa e profissão, duas vertentes se acentuaram, o plano experimental que preza por moldes e padrões pré-definidos, planejados teoricamente e a prática que se interessa diretamente com o trabalho mediante atendimento do público envolvido, no caso famílias cadastradas em programas (BRASIL, 2009).

Este enfoque, ainda segundo Brasil (2009), proporciona bases em discussões que compreendem os primeiros passos indicativos do Serviço Social no Brasil que compõem o início dos atendimentos primários, acompanhamentos das famílias que estão cadastradas; novas inscrições e recadastramentos de natureza clara em consonância com as leis,  permitindo uma maior segurança a nível informacional e formal.

Desta forma, elencaremos meios planejados de reflexões específicas, tentando expor elementos que os profissionais na área possam alcançar através de seus propósitos em função desta discussão como uma forma de aprendizado privilegiada para o público envolvido e pessoas interessadas na temática sobre o serviço social no Brasil, seus desafios e possibilidades de um passado histórico para uma contemporaneidade assistencialista com projetos ético e político do serviço social (CARVALHO et al., 2020).

Lembrando que estes processos dos atendimentos passaram por vários momentos históricos de lutas e processos para que as leis fossem cumpridas de maneira satisfatória para este público, por isso a seguir mostraremos o início deste serviço e as mudanças atualmente.

No campo das gêneses do serviço social no Brasil, oportuno evidenciar neste tópico de maneira a tentarmos sintetizar os principais acontecimentos do serviço social mediante as décadas de 1930 a 1960 do século XX, considerando a importância histórica dos fatos no Brasil e no seguimento da profissão do serviço social. Sendo que estes acontecimentos não devem ser entendidos como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser considerado o resultado de dois processos que, relacionados, geraram as condições sócias históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu percurso histórico no cenário brasileiro (CARVALHO et al., 2020).

Assim, em 1936 aconteceu a criação da primeira Escola de Serviço Social na PUC de São Paulo, marcando o início de uma trajetória de lutas, rupturas, fracassos, enfrentamentos e construções. Ininterrupta e repleta de recuos e avanços, hoje é um misto dessa construção histórica, avançada pela direção social e política que se construiu em linha ascendente, atingindo um projeto profissional de maturidade acadêmica e de exercício profissional consolidado na perspectiva da renovação (CARVALHO et al., 2020).

Nos momentos iniciais do serviço social e da profissão, desde as origens até os primeiros anos da institucionalização profissional, houve forte influência da Igreja Católica, especialmente a partir das duas encíclicas papais: a Rerum Novarum, de Leão XIII, e a Quadragésimo Anno, de Pio XI. No contexto atual da profissão, a laicidade e o materialismo histórico dialético compõem o argumento central. De lá para cá a profissão passou por uma reconfiguração significativa, galgando posição extremada em relação a sua origem, mas ainda é fortemente marcada pelo sincretismo que acompanhou a sua trajetória histórica, como destaca Castro (2018, p. 18).

Neste mesmo contexto, segundo Iamamoto (2011), destaca que “a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto profissão inscrita na divisão social do trabalho está relacionada ao contexto das grandes mobilizações da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX, pois o debate acerca da “questão social”, que atravessa a sociedade nesse período, exige um posicionamento do Estado, das frações dominantes e da Igreja”.

Portanto, neste patamar e com esses agentes dominantes, em destaque o Estado e a igreja católica, consolida um período de muitas divisões e retrocessos, destacado no quadro abaixo cada momento deste período inicial da história do serviço social no Brasil.

Quadro 1 – Gênese do Serviço Social do período que vai de 1930 a 1960

Período/AnoAcontecimento/Processos
1930O primeiro processo que devemos destacar é o redimensionamento do Estado brasileiro, que decorre da transição do capital de um estágio concorrencial para a fase monopólica.
1930O segundo processo que se faz necessário destacar está vinculado à busca pela recuperação da hegemonia ideológica da Igreja Católica, através do fortalecimento da Ação Católica Brasileira (ACB).
1931No ano de 1931, duas grandes demonstrações de força são engendradas pela hierarquia Católica na cidade do Rio de Janeiro – àquela época, Capital da República –, por meio destas ações tentará fazer com que o novo regime entenda a sua indispensabilidade, estipulando, também, o preço de seu apoio.
1932De um curso intensivo realizado em São Paulo por um grupo de moças religiosas de Santo Agostinho, preocupadas com a “questão social”, surge o Centro de Estudos e Ação Social – CEAS.
1937No rastro de São Paulo, por iniciativa do Grupo de Ação Social – e assim como a escola paulista, alinhada com a preocupação da Igreja em tornar-se força normativa da sociedade que – no ano de 1937, no Rio de Janeiro, é fundado o Instituto de Educação Familiar e Social, composto pelas Escolas de Serviço Social e Educação Familiar.
1960O período compreendido entre os anos de 1940 até meados da década 1960 significou, para o Brasil, um momento de considerável crescimento econômico. Nos países latino-americanos, emerge a ideia do desenvolvimentismo, entendido como uma possibilidade de superação do subdesenvolvimento presente nos países da região. No Brasil, os planos desenvolvimentistas não alcançaram os resultados esperados. O desejo do desenvolvimento econômico com justiça social não se concretizou e o que podemos observar é a forte presença de capital estrangeiro no país, entendida como necessária para o desenvolvimento nacional. O que se observa, em verdade, é a construção de uma indústria no Brasil e não uma indústria do Brasil. O surgimento de uma economia urbano-industrial traz à tona a necessidade de entidades assistenciais para atender às demandas postas e controlar as lutas sociais.

  Fonte: Elaborado pelos autores (2023), com base em (FORTI, 2021).

Portanto, o Serviço Social em sua “fase inicial”, é pautado num posicionamento moralizador em face das expressões da “questão social”, “captando o homem de maneira abstrata e genérica, configurou-se como uma das estratégias concretas de disciplinamento e controle da força de trabalho, no processo de expansão do capitalismo monopolista” (FORTI, 2021, p. 99).

A exposição no quadro, segundo Forti (2021), traz uma reflexão que visa contribuir com a manutenção da memória histórica do Serviço Social, mediante o destaque de alguns elementos que se constituem em marcas e marcos dessa história. Dentre as marcas foram destacadas aquelas que representam momentos relevantes nessa composição histórica e que imprimiram a face dessa profissão neste período mencionado, trazendo posterior a consolidação e renovação do Serviço Social no Brasil.

Era necessária a criação do programa que partiu muito tempo atrás através da Legião Brasileira da Assistência em 28 de agosto de 1942, em parceria com o Estado e empresas brasileiras, teve como objetivo inicial, prestar assistência aos soldados e familiares daqueles que participaram da Segunda Guerra Mundial.

Implantada por Darcy Vargas, esposa do então Presidente Getúlio Vargas, a instituição era fortemente marcada pelo trabalho voluntário feminino que em pouco tempo ganhou espaço, prestando assistência a grupos sociais que não foram alcançados pelo poder público no Brasil. A assistência era vista de forma benevolente e não como direito (BRASIL, 2009).

Ao final da guerra, a Leis Básica de Assistência LBA ampliou seu atendimento para as famílias necessitadas em geral, possibilitando melhores condições de vida a todos que foram prejudicados pela guerra.

Assim, para o Serviço Social brasileiro, os anos 60 do século XX representaram o início de um processo de reformulação global que se prolongará por, pelo menos, três décadas, suscitando um redimensionamento e um amadurecimento profissional indubitável. Esse processo não está finalizado, como explicita Ortiz (2020), “está em curso […] um processo de construção de uma nova imagem para o Serviço Social brasileiro, iniciado em meados dos anos 60”.

Quadro 2 – Acontecimentos da Consolidação do Serviço Social

Principais acontecimentos de Renovações (1960-1970)
Nessa época, na América Latina, surge o Movimento de Reconceituação, que pode ser considerado como “um marco decisivo do processo de revisão crítica do Serviço Social no continente” e que explicita uma preocupação dos profissionais em repensar a estrutura excludente do capitalismo.
No Brasil, no ano de 1964, ocorre uma ditadura militar.
Muitas são as transformações sofridas pela sociedade brasileira com a instauração do regime militar. A repressão e a violação de direitos para a manutenção da ditadura é, sem dúvida, o aspecto mais triste desse cenário. É erguido, após o golpe de 1964, um Estado que tem como função assegurar a reprodução do grande capital. Tem-se a instauração de um Estado “antinacional e antidemocrático”, que passa a enfrentar a “questão social” não apenas com repressão, mas também com políticas sociais compensatórias.
Esse ambiente promove profundas alterações também no âmbito do Serviço Social, que se vê diante de novas demandas. Ainda que a requisição continue sendo executar políticas sociais para atender à funcionalidade do Estado e das elites, uma novidade lhe é posta, a exigência de uma atuação profissional realizada com “caráter técnico e científico, que dê conta da burocracia estatal e dos investimentos privados”.

   Fonte: (NETO, 2015).

Efetivamente, o Serviço Social começa a romper com o que praticava até o momento e passa a apresentar polêmicas, heterogeneidade nas propostas interventivas, busca por uma elaboração teórica mais consistente e, principalmente, apresenta sua laicização. Sumariamente, podemos mencionar que se coloca em curso, no Serviço Social brasileiro, um processo de renovação, que se desenvolve a partir do pós-64 até meados da década de 1980.

Segundo Cardoso (2017), destaca que “a primeira expressão desse processo de renovação é a perspectiva modernizadora, que se configura, como o nome sugere, em adequar o Serviço Social conservador às exigências do momento histórico vivido pelo Brasil. É, portanto, uma tendência de agrupar novas bases técnicas e científicas ao fazer profissional, sem, no entanto, romper com as bases do surgimento da profissão”.

5.2. BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL

Nesse enlace, as discussões sobre as políticas sociais no Brasil é sempre um fato atual, pois mesmo no passado como na atualidade apresenta dados brutais de ineficiência que mostra uma sociedade condenada por um alto índice de desigualdades sociais, pobreza, população carente que só aumenta e um Estado inerte mostrando um quadro historicamente incapaz de sanar as problemáticas.

Assim, as Políticas Sociais instituídas no Brasil abrangem diferentes áreas e segmentos como a: transferência de renda, saúde, previdência/assistência social, habitação/urbanismo, saneamento básico, trabalho e renda, educação, desenvolvimento rural, bem como políticas sociais focalizadas conforme idade, gênero, etnia, grupos identitários, considerando o contexto brasileiro e internacional.

De maneira bem simplificada, o Sistema Brasileiro de Proteção Social (SBPS) pode ser compreendido como um conjunto de políticas sociais que se originam se desenvolvem e se agrupam em quatro diferentes eixos estruturantes das políticas sociais, conforme apresenta o quadro abaixo.

Quadro 3 – O Desenvolvimento das Políticas Sociais no Brasil

Eixos Estruturantes das Políticas Sociais
O emprego assalariado contributivo e, mais recentemente, o trabalho socialmente útil, mas não necessariamente assalariado, em suas mais variadas e heterogêneas formas: política previdenciária contributiva (assalariados do setor privado, funcionários públicos estatutários e militares), política previdenciária parcial e indiretamente contributiva (segurados especiais em regime de economia familiar rural), políticas de proteção ao trabalha dor assalariado formal (abono salarial e seguro- desemprego), políticas de proteção ao trabalhador em geral (intermediação de mão-de-obra, qualificação profissional e concessão de microcrédito produtivo popular), e políticas agrária e fundiária.
A assistência social, a segurança alimentar e o combate direto à pobreza: política nacional de assistência social (BPC para idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais, abaixo de certa linha monetária de pobreza, programas e ações especiais para crianças e jovens em situação de risco social), ações de segurança alimentar (merenda escolar, ações emergenciais como a distribuição de cestas básicas etc.), e ações de combate direto à pobreza (Programa Fome Zero, cujo carro-chefe é o Programa Bolsa Família, de transferência direta de renda sujeita a condicionalidades).
A cidadania social incondicional: política nacional de saúde pública, que se organiza a partir do SUS e o conjunto de programas que lhe diz respeito, e política nacional para o ensino fundamental.
A infraestrutura social: políticas nacionais de habitação, inclusive ações de urbanismo, e saneamento básico, inclusive ações de meio ambiente.

   Fonte: (CEDEPSS, 1997).

Nesse movimento, a Política Social, segundo Santos (2019), “é aquela que ordena escolhas trágicas segundo um princípio de justiça consistente e coerente. Sendo assim, a política social é em realidade uma ordem superior, metapolítica que justifica o ordenamento de quaisquer outras políticas”.

Assim, a política social deveria ser analisada a partir da lógica do processo político no qual está inserida. Podemos afirmar, então, que as políticas sociais possuem duas partes que se complementam: uma de tipo valorativo, filosófico, ético e moral que tende a definir os objetivos a alcançar; e outra de tipo empírico, prático, que mostra de que maneira se podem alcançar os objetivos estabelecidos (SANTOS, 2019, p. 56).

Segundo Faleiros (2021, p. 8), as políticas sociais no Brasil estão relacionadas diretamente às condições vivenciadas pelo País em níveis econômico, político e social. São vistas como mecanismos de manutenção da força de trabalho, em alguns momentos, em outros, como conquistas dos trabalhadores, ou como doação das elites dominantes, e ainda como instrumento de garantia do aumento da riqueza ou dos direitos do cidadão.

As políticas sociais devem ser entendidas como produto histórico concreto a partir do contexto da estrutura capitalista; com isso: As políticas sociais são formas de manutenção da força de trabalho econômica e politicamente articuladas para não afetar o processo de exploração capitalista e dentro do processo de hegemonia e contra hegemonia da luta de classes. […] as políticas sociais, apesar de aparecerem como compensações isoladas para cada caso, constituem um sistema político de mediações que visam à articulação de diferentes formas de reprodução das relações de exploração e dominação da força de trabalho entre si, com o processo de acumulação e com as forças políticas em presença (FALEIROS, 2021, p. 90).

5.3 HABILIDADES DE ATUAÇÃO DOS/DAS ASSISTENTES SOCIAIS

Em primeiro plano, faz-se necessário pensar em alternativas, de aproximação da sociedade para com o trabalho do assistente social, que por sua vez não se tem uma informação precisa de como realizar de forma satisfatória o atendimento as famílias assistidas, e nem as organizações tem algo de novo a oferecer para a formação deste sujeito (BERGAMINI, 2015).

Nesse movimento, as pessoas precisam de estímulo para contribuir, precisam que seu interesse seja despertado. É importante fazer com que o assistente se sinta como parte integrante e ativa do trabalho e o quanto o seu envolvimento faz a diferença no trabalho a partir da motivação que representa um elemento primordial nesta área.

Afinal, “motivação é um processo responsável por impulso no comportamento do ser humano para uma determinada ação, que o estimula para realizar suas tarefas de forma que o objetivo esperado seja alcançado de forma satisfatória” (BERGAMINI, 2015, p. 45).

A construção e produção sobre a assistência social na atuação e articulação do trabalho deste sujeito com o acompanhamento das famílias verifica-se que ainda é bastante incipiente, demandando maior atenção de pesquisadores e profissionais inseridos nesse contexto para trazer novos saberes nesta área em questão e ministrar a devida importância que o assistente tem com seu papel dentro dos centros (CARVALHO et al., 2020).

Um dos pontos fundamentais que a temática explora, é a preocupação da captação dos assistentes sociais para esses programas que tanto necessita da maioria n que tange a vulnerabilidade social para manter-se em nosso meio, ajudando aqueles que necessitam de atenções especiais. Outro ponto importante também é o tratamento destes assistentes no que tange seu perfil de representações nas ações sociais, mediante outros projetos dentro das comunidades carentes (BRASIL, 2009).

A maioria das pessoas que atuam no mundo dos projetos sociais concordaria que os melhores funcionários são os motivados no trabalho, pois são indivíduos que tomam iniciativa, que desejam fazer um bom trabalho, que evoluem na carreira por esforço próprio e que, em geral, têm mais probabilidade de ser bem-sucedidos no estudo e na carreira profissional, como nos fala Valoto (2019),

Os funcionários de práticas sociais precisam de um ambiente propício para demonstrar suas capacidades de realização de tarefas. Um computador quebrado, instrumentos e ferramentas obsoletas e tradicionais levam a baixa produtividade e consequentemente a desmotivação. As condições de higiene e espaço físico de trabalho e estudo, alimentação, pausas longas para repouso, todos estes aspectos interferem no nível de motivação (VALOTO, 2019, p. 96).

A atuação do ser humano passa a ser verdadeira quando nasce das necessidades e a fonte para esta energia cria movimentos e resultados, está nas molas de ações, e assim também são nas instituições. A motivação é sempre fruto de uma interação entre pessoa e o ambiente de trabalho ao qual o profissional pretende atuar (FREIRE, 2016).

Nestes termos os assistentes sociais não atuam somente no ambiente de trabalho, mas também em todos os lugares onde se reúnem grupos de pessoas, como nos hospitais, empresas e serviços como os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), em equipes multidisciplinares. Dentro desta perspectiva, o papel dos assistentes sociais é mediar entre o conhecimento e o bem-estar social, na medida em que promove intervenções de atendimentos satisfatórios nas vidas dos sujeitos vulneráveis socialmente, a fim de que todos tenham consciência de seus deveres e direitos como cidadãos vindos de uma concepção histórica (BRASIL, 2009).

Assim, precisa também, “atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime e igualitária”. Carvalho e Batista (2020, p. 28). Trabalhar, em espaços de assistências sociais, na promoção de atendimentos sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo de acompanhamentos; identificar problemas socioculturais com postura investigativa, integrativa e prepositiva em face de realidades complexas que vivem as famílias vulneráveis, com vista a contribuir para superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas entre outras.

Descobrimos que somos pertencentes a grupos historicamente constituídos e geopoliticamente situados em um contexto inerente e linear com experiências do coletivo para o individual, com um profundo desenvolvimento e renovação de técnicas distribuídas para as pessoas de forma a elaborar diálogos necessários e possíveis sobre a assistência social.

6. RESULTADOS E ANÁLISES

Nessa seção, apresenta-se a tabela abaixo com os diálogos dos autores selecionados para a apreensão deste assunto de extrema relevância para os dias atuais quando se fala e discute-se sobre o perfil dos assistentes sociais e os serviços disponibilizados nos centros de referências CRAS.

O presente trabalho transita por uma pesquisa de natureza bibliográfica e busca compreender de forma subjetiva as caraterísticas inerentes ao tema.

Este estudo baseou-se em uma estratégia de caráter exploratório e descritiva, por meio de uma pesquisa bibliográfica realizada através de obras que abordam o tema. 

Desta forma, pretende-se demonstrar os procedimentos metodológicos do tipo de pesquisa utilizado. Abordam-se também os critérios para a construção do universo de estudo, o método de coleta de dados, a forma de tratamento desses dados e, por fim, as limitações do método escolhido.

A decisão em adotar o método de caráter exploratório e descritivo, que consideramos o mais apropriado para o tipo de análise que pretendemos fazer. Antes, porém, cabe contextualizar o tipo de pesquisa escolhido para um melhor entendimento a respeito. Quanto aos fins, o tipo de investigação escolhido para a realização da pesquisa bibliográfica enquadra-se como exploratória. Ela “é realizada em áreas na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa”.

Compreende-se que esta pesquisa como interpretativa no qual o pesquisador desenvolve uma intimidade com os entrevistados envolvidos em sua pesquisa compreende de maneira mais significativa situações abordadas no decorrer da pesquisa, assim o pesquisar poderá percebe de forma pratica a problemática, não existe neutralidade neste sentindo, e alguns conceitos podem ser ampliados ou até mesmo resinificados ao passo que o pesquisador tem um contato direto com a situação problema. (CRESWELL, 2017).

Dessa maneira, apresenta-se as intervenções realizadas a partir das leituras e fichamentos utilizando e demonstrando os diálogos realizados pelos autores selecionados para a pesquisa. Nesta interação, o estudo feito a partir dos periódicos, apresenta elementos relacionado a temática como mostra tabela abaixo:

Tabela 1: Artigos relacionados ao perfil dos/das assistentes sociais que atendem nos CRAS

TítuloAutorMetodologiaResultadosConclusão
Arranjos Institucionais de Políticas Críticas ao Desenvolvimento do CRASGomide et al. (2021)Revisão BibliográficaO método utilizado foi de pesquisa bibliográfica e como conclusão, resultados constatou-se que o fazer profissional na área da saúde  é essencial nas atividades desenvolvidas nos centros de referências, a profissão se vê em meio a uma formação voltada para a justiça social, direito social e democracia, na garantia da efetividade dos direitos sociais aos usuários.Na mesma direção, a ampliação do processo democrático na condução de políticas requer o desenvolvimento de novas capacidades técnico-administrativas e políticas, sem pretender separá-las.
Introdução à Teoria da Política PúblicaSaravia (2017)Revisão BibliográficaMostrar o relevante trabalho do Assistente Social que tem sido estudado, assim como a sua atuação como profissional do campo da Saúde, e suas relações interdisciplinares e multiprofissionais.Por fim, esse aspecto requer atenção de gestores e da sociedade e tem se constituído em um desafio crescente no mundo das políticas públicas, requerendo maior interseção, forte articulação e ação coordenada, baseada na cooperação e na complementaridade para a implementação.
Política Social – fundamentos e históriaBehring (2018)Revisão BibliográficaUma breve (re)construção histórica do Serviço Social na Saúde ajudará a entendermos seu processo de intervenção e o saber profissional neste campo da Saúde de modo a consolidar e ampliar a intervenção com os usuários.Esse processo de avanços e maturidade política se deve muito à força da organização dos movimentos sociais. A ampliação dos direitos está intimamente relacionada à mobilização social. É preciso reconhecer, por outro lado, o ambiente democrático em que vivem as políticas públicas nos últimos anos no Brasil.
A Saúde como Campo de Intervenção Profissional dos Assistentes Sociais: limites, desafios e possibilidadesRocha (2022)Revisão BibliográficaNuma outra perspectiva dentro de um viés teórico-metodológico e ético-político, a atuação do Serviço Social no campo da Saúde, deve-se preservar a sua autonomia profissional e sua identidade, sem negar a interdisciplinaridade.Por força da estrutura nacional que possui hoje a Assistência Social, é natural que o conjunto dos entes federados se pautem pela norma geral que orienta o Sistema Único de Assistência Social, enquanto sistema público descentralizado e participativo. No Distrito Federal, não poderia ser diferente quanto a normatização pertinente ao SUAS, naquilo que é da competência do DF em sua forma híbrida de estado e município.
O Lugar do Método na Formação e na Intervenção Profissional em Serviço SocialTurk (2018)Revisão BibliográficaOs resultados, mostram que o Assistente Social na contemporaneidade se coloca frente as esferas de direitos sociais e a inclusão social do cidadão a serem assegurados pelo Estado laico e democrático.A Assistência Social enquanto política pública está mais fortalecida, desenvolveu instrumentos próprios de gestão com a aprovação do SUAS.
Saúde e Serviço Social: O desafio da subjetividade e da interdisciplinaridadeVasconcelos (2020).Revisão BibliográficaUm dos maiores desafios postos ao Assistente Social é o desenvolvimento de sua capacidade em entender a realidade dos usuários e construir estratégias voltadas à efetivação de direitos, usando de todo seu saber acadêmico, teórico e prático para se chegar à efetivação desses direitos.Merece ser observado o processo de institucionalização do SUAS diante do papel híbrido do DF na federação e para a organização do conjunto de programas, ações e serviços prestados pelo órgão coordenador e executor da política de assistência social.

Fonte: (Elaborada pelos autores, 2023).

A primeira tabela, apresenta artigos relacionados a pesquisa bibliográfica sobre a fala dos autores em relação a temática e por conseguinte apresenta algumas discussões nestes diálogos.

6.1. DISCUSSÕES

Segundo Gomide et al. (2021), desde que foi promulgada a Constituição Federal de 1988, abriu-se uma janela de oportunidades, cujas consequências foram aplicadas à legislação avançada não só no âmbito específico da assistência social e os programas destinados aos CRAS, como em diferentes áreas dos direitos sociais, a exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nesse caso, conforme Saravia (2017) dialoga na mesma concepção e alerta que a cooperação dos profissionais e estudantes de relação interdisciplinar de ensino, deve manter o foco na mediação nos desfechos de cada demanda trazidas pelos usuários de gestão, e não em uma posição individual do profissional, inserido em equipe multiprofissional é de suma necessidade para os resultados.

Por outro lado, no setor dos CRAS, mais ações devem se mostrar a verdadeira importância da troca de saberes, e a inclusão da presença dos estudantes nas instituições de equipe multiprofissional, com uma visão crítica e ampla, de acordo com o projeto ético político de cada profissão (ROCHA, 2022).

Todavia, Turk (2018), diz que no que tange a participação social, identifica-se o papel coordenador do processo de participação desempenhado pelo Conselho de Assistência Social do Distrito Federal na realização da conferência enquanto espaço de participação social, isso vigora como ponto positivo.

Entrementes, Vasconcelos (2020), debate e diz o que se espera dos Assistentes Sociais é uma postura profissional em seu cotidiano de trabalho, de um compromisso ético e político com os princípios democráticos que norteiam a profissão. Portanto, o trabalho do Assistente Social em qualquer outro local deve estar apoiado no Código de Ética e nas Leis que regulamentam a profissão para a garantia da autonomia relativa. Pois, o atendimento ao usuário vai ser um posicionamento sustentado pelo Projeto Ético Político ou não.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A negação de direitos, pela intensificação dos programas e pela precarização das condições existenciais de vida e funcionamento estrutural e pessoal do setor da Assistencialidade é algo preocupante, contudo, deve ser pautado o Estado e a Sociedade Brasileira quanto à necessidade de ampliação da oferta de melhores políticas públicas e de qualidade social em todos os níveis assistenciais.

Assim, é necessário pensar os atendimentos assistenciais com mais dinamicidade, profissionais com formação direta para suprir as reais necessidades da população que dependem deste benefício, uma vez que a comunicação com estas famílias perpassa caminhos e serve de apoio na vida de qualquer cidadão.

É de suma importância investir na formação continuada e qualificação dos assistentes para que o atendimento as famílias assistidas por programas e outros projetos e intervenções ocorra de forma eficaz.

Ao olhar para a história da criação destes programas assistenciais é possível identificar que, para as famílias em situação vulnerabilidade social, foram negados requisitos essenciais de um atendimento de qualidade. Sirvam de exemplo à carência nas questões de infraestrutura e políticas públicas ineficazes e específicas para alguns sujeitos que nem precisam, tirando os direitos de outras famílias que vivem do benefício.

Por outro lado, este debate, necessita urgentemente de reflexões e intervenções para dinamizar os atendimentos de forma que alcance quem realmente precise desta renda para ter na mesa o básico para a sobrevivência neste mundo totalmente capitalista e excludente.

É necessário trabalhar a qualidade na Assistencialidade: formar profissionais atuantes em processo de busca de conhecimentos, pesquisa e intervenção junto ao cidadão com base em valores voltados para a humanização da vida da sustentabilidade social, ambiental, econômica, cultural e política.

Assim, este estudo compreende a necessidade de falar sobre a Assistencialidade de forma mais ampla trabalhando os vários problemas que cercam as famílias que necessitam do cadastro único e do benefício do Bolsa Família BF, mesmo sabendo que ainda existe um grande distanciamento dos Centros e das redes comunicativas em relação à realidade de melhorias e mudanças a luta persiste e este estudo serve para ministrar novos saberes sobre esta temática tão atual e importante, pois fala de vida de seres humanas.

Para tanto, levando em conta a problematização aferida neste estudo de revisão descritiva apresentou  o perfil e a peculiaridade do trabalho do assistente social nos CRAS, acreditamos que a articulação e atuação como referência em rede intersetorial deve ser exercida pelo profissional de Serviço Social, ou seja, devemos reivindicar a criação destas redes e nos apropriarmos deste espaço como forma de viabilizar direitos sociais voltados ao campo de famílias que vivem de forma vulnerável e que necessita de atendimentos efetivos neste setor.

Entretanto, essa é uma questão pertinente à compreensão de que, enquanto sistema, o CRAS deve gerir o conjunto dos programas e serviços sem que existam coordenações paralelas. Parte-se da compreensão de que estes Centros de referências devem ser o elemento de coordenação da política, enquanto instrumento de gestão, para ser forte o suficiente na articulação com outras políticas, estratégia fundamental para garantir direitos sociais, considerando que nenhuma política pode ser suficiente em si mesmo na busca de uma vida mais dignas para estas famílias que dependem destes atendimentos.

REFERÊNCIAS

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1 Bacharel em Serviço Social.

2Orientadora: Profª Elizândia Vieira Da Silva