A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO FINANCEIRA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA LITERATURA E SUA APLICABILIDADE NAS EMPRESAS.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10064283


Rafaela de Oliveira Dornelas¹
Ravel Peixoto Ramos2
Tayane da Silva Miranda³
Denis dos Santos Santiago Pereira4


RESUMO

O Fluxo de Caixa desempenha um papel fundamental e indispensável em todas as organizações e instituições que buscam o crescimento e o desenvolvimento de uma vida financeira saudável, sendo reconhecido como a ferramenta crucial para a tomada de decisões e como um indicador fundamental da sustentabilidade financeira e dos investimentos de uma empresa. Neste contexto, é importante observar que muitas empresas desconhecem ou não dominam a utilização deste instrumento em suas operações, o que pode comprometer o sucesso de seus investimentos e até mesmo ameaçar a continuidade de suas atividades, devido à falta de uma gestão financeira adequada. Este trabalho foi estruturado por meio de uma revisão bibliográfica que abordou tópicos relacionados ao tema, contribuindo para o esclarecimento e orientação do objeto de estudo. O objetivo foi apresentar conceitos relacionados à aplicação da gestão financeira e à elaboração de ferramentas que simplificam o processo de registro financeiro por parte dos gestores. Além disso, realizou-se um estudo de caso com empresas de diversos setores, com o propósito de identificar os controles financeiros utilizados e obter informações sobre o uso do Fluxo de Caixa. Com base nas informações coletadas no estudo de caso, foi realizado uma análise comparativa entre a teoria abordada e os dados das organizações, culminando na apresentação de um modelo de Fluxo de Caixa adaptado às necessidades específicas de cada empresa. Conclui-se, portanto, que este trabalho reforça a importância do Fluxo de Caixa não apenas para a gestão financeira, mas também para o processo de tomada de decisões no contexto empresarial.

Palavras-chave: Fluxo de Caixa

Abstract

Cash Flow plays a fundamental and indispensable role in all organizations and institutions that seek growth and the development of a healthy financial life, being recognized as a crucial tool for decision-making and as a fundamental indicator of financial sustainability and a company’s investments. In this context, it is important to note that many companies are unaware of or have not mastered the use of this instrument in their operations, which can compromise the success of their investments and even threaten the continuity of their activities, due to the lack of adequate financial management. This work was structured through a bibliographical review that addressed topics related to the theme, contributing to the clarification and guidance of the object of study.

The objective was to present concepts related to the application of financial management and the development of tools that simplify the financial recording process for managers. Furthermore, a case study was carried out with companies from different sectors, with the purpose of identifying the financial controls used and obtaining information on the use of Cash Flow. Based on the information collected in the case study, a comparative analysis was carried out between the theory covered and the organizations’ data, culminating in the presentation of a Cash Flow model adapted to the specific needs of each company. It is concluded, therefore, that this work reinforces the importance of Cash Flow not only for financial management, but also for the decision-making process in the business context.

Keyword: Cash flow

1. Introdução

A organização e o registro das movimentações do Fluxo de Caixa constituem umaabordagem sistemática e essencial para lidar com os recursos financeiros. Essa prática representa um controle fundamental que facilita a análise e compreensão das transações financeiras em um período definido, sendo indispensável tanto para pequenas, quanto para médias e grandes empresas. O Fluxo de Caixa é uma ferramenta valiosa que ajuda a identificar as forças e fraquezas na área financeira durante intervalos específicos. Um Fluxo de Caixa bem elaborado e implementado pode revelar o desempenho da empresa, sendo crucial para uma avaliação contínua. Quanto menor for o intervalo de tempo analisado, maior será a eficácia desse controle, permitindo a avaliação de opções de investimento e o acompanhamento das decisões estratégicas ao longo do tempo. Assim, ele proporciona uma visão precisa da situação atual e futura da empresa.

É importante ressaltar que o Fluxo de Caixa não é uma preocupação exclusiva das grandes empresas, mas uma necessidade geral em todas as organizações. Gerenciar o Fluxo de Caixa é essencial para a gestão financeira, uma vez que facilita o planejamento eapoia a tomada de decisões informadas. Portanto, essa ferramenta desempenha um papel fundamental na organização e controle das atividades diárias, permitindo um monitoramento eficaz das receitas e despesas da empresa e, consequentemente, fortalecendo o planejamento financeiro.

Segundo Silva (2015), o propósito da utilização da ferramenta de fluxo de caixa é fornecer assistência às microempresas que enfrentam desafios na obtenção de resultados precisos relacionados aos saldos que refletem a situação real da empresa. Considerando as limitações comuns das microempresas, como a falta de conhecimento em gestão empresarial e recursos financeiros limitados para a contratação de profissionais qualificados, apresentaremos um modelo adaptado para visualizar as transações financeiras com maior eficiência. Como resultado, a intervenção pode ocorrer a qualquer momento para evitar eventos que poderiam prejudicar a empresa. Isso possibilitará o ajuste do planejamento e do orçamento, aumentando assim a probabilidade de crescimento da empresa.

O fluxo de caixa de uma empresa é de suma importância, pois representa a espinha dorsal de sua saúde financeira. Ele oferece uma visão detalhada das entradas e saídas de dinheiro, permitindo que os gestores monitorem a liquidez em tempo real. Isso é crucial para honrar compromissos como pagamento de fornecedores, salários de funcionários e quitação de dívidas, mantendo a estabilidade operacional. Além disso, o fluxo de caixa ajuda na identificação de tendências financeiras, possibilitando a implementação de estratégias para maximizar receitas, reduzir despesas e aprimorar a gestão do capital de giro. Em última análise, uma administração eficaz do fluxo de caixa não apenas assegura a sobrevivência da empresa, mas também a capacita para crescer e prosperar no mercado.

Segundo Zdanowicz (1998, apud GONÇALVES p. 33), o fluxo de caixa é a ferramenta que possibilita a exposição das transações financeiras efetuadas pela empresa, proporcionando assim uma base mais sólida para análises aprofundadas e tomada de decisão em relação à alocação dos recursos financeiros disponíveis na empresa.

Além disso, o fluxo de caixa ajuda a empresa a tomar decisões estratégicas informadas. Ao analisar os padrões de fluxo de caixa ao longo do tempo, os gestores podem identificar tendências, prever flutuações sazonais e antecipar momentos de maior ou menor disponibilidade de recursos financeiros. Isso permite que a empresa planeje investimentos, expansões ou cortes de custos de forma mais eficaz, maximizando suas oportunidades de crescimento e minimizando riscos financeiros.

Abordaremos, adicionalmente, a relevância do controle do fluxo de caixa nas atividades das pequenas empresas. Independentemente do setor, toda organização requer um controle minucioso de suas receitas e despesas. A implementação de um eficaz sistema de controle de fluxo de caixa proporciona uma visão completa e abrangente das informações essenciais, viabilizando a tomada de decisões informadas em diversas áreas, não se limitando apenas às questões financeiras.

Este estudo tem como objetivo destacar a relevância do Fluxo de Caixa na gestão financeira das micro e pequenas empresas, enfatizando sua capacidade de contribuir para o controle, captação e investimento de recursos financeiros. Além disso, pretende-se enfatizar como o uso adequado dessa ferramenta tem um impacto positivo crucial na sobrevivência dessas empresas.

O artigo tem o propósito de explorar a relevância e a necessidade de implementar o fluxo de caixa nas operações empresariais. O principal atributo do fluxo de caixa reside na sua capacidade de oferecer ao empresário orientações fundamentais para tomar decisões informadas em momentos cruciais, proporcionando uma compreensão detalhada das atividades financeiras da empresa, incluindo entradas e saídas de recursos no ativo circulante. Em muitos casos, os demonstrativos financeiros obrigatórios, exigidos pela Lei 6.404/76, não conseguem fornecer uma representação completa da situação atual da empresa. No entanto, o fluxo de caixa tem o potencial de oferecer informações mais abrangentes sobre o estado atual e futuro da organização.

Através de uma pesquisa bibliográfica abrangente, foi possível constatar que as implementações das ferramentas de controle do Fluxo de Caixa desempenham um papel vital na gestão financeira das micro e pequenas empresas. Ela fornece aos gestores informações essenciais que são fundamentais para a tomada de decisões, contribuindo significativamente para a minimização de erros e incertezas. Organizações que incorporam eficazmente essa ferramenta demonstram uma tendência a uma vida útil mais longa, uma vez que suas decisões são baseadas em planejamento cuidadoso, o que, por sua vez, facilita o cumprimento de obrigações financeiras e a promoção de sua sustentabilidade a longo prazo.

2. Metodologia

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica fundamentada em livros, artigos científicos eoutras publicações, buscando conhecimento de autores especializados no tópico abordado neste artigo.

A metodologia adotada neste artigo consiste em realizar uma revisão bibliográficaabrangente, consultando uma variedade de fontes, como livros, artigos, sites, dissertaçõese outros trabalhos científicos que abordam o tema do Fluxo de Caixa em Pequenas e Microempresas. A pesquisa bibliográfica tem como objetivo recuperar o conhecimento científico previamente acumulado relacionado a essa problemática. Conforme Marconi e Lakatos (2003, p. 33) afirmam, a pesquisa bibliográfica, também conhecida como pesquisa de fontes secundárias, engloba:

[. . .] todabibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, livros. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. A bibliografia pertinente oferece meios para definir, resolver não somenteproblemas já conhecidos. Também explora novas áreas. Dessa forma, a pesquisabibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando aconclusões inovadoras.”

Para conduzir a revisão bibliográfica, foram observados os passos metodológicos recomendados por Lakatos e Marconi (2003). Esses passos incluíram: 1. Seleção do temade estudo; 2. Elaboração do plano de trabalho; 3. Identificação das fontes relevantes; 4. Localização das fontes nos diversos recursos disponíveis; 5. Compilação das informaçõesrelevantes; 6. Realização de fichamento das principais contribuições; 7. Análise e interpretação dos dados coletados; 8. Por fim, a redação da revisão bibliográfica propriamentedita.

Para coletar os artigos na literatura, realizamos uma pesquisa em diversas bases de dados renomadas, incluindo o Google Acadêmico, bem como em outras plataformas digitais dedicadas à disseminação de materiais científicos. Utilizamos os seguintes descritores e suas combinações, tanto em português quanto em inglês, para conduzir a busca de artigos: “Método”, “Metodologia” e “Literatura de revisão como assunto”. Além disso, incorporamos palavras-chave relacionadas ao tema da pesquisa, tais como “Fluxo de Caixa”, “Financeiro” e “Ativo Circulante”, a fim de refinar os resultados e obter uma seleção abrangente de fontes relevantes.

O estudo conduziu uma análise de caso, envolvendo a coleta de dados primários por meio da aplicação de questionários e realização de entrevistas em profundidade. De acordo com a visão de Yin (2005), um estudo de caso é uma abordagem de várias possíveis na pesquisa, que se caracteriza por uma investigação minuciosa e aprofundada, visando uma compreensão abrangente sobre a utilização do fluxo de caixa e gestão financeira daempresas.

Conforme descrito por Yin (2005), um estudo de caso é uma pesquisa empírica que analisa um fenômeno contemporâneo inserido em um contexto da vida real. Nesse contexto, os comportamentos relevantes não são passíveis de manipulação, mas é viável realizar observações diretas e entrevistas sistemáticas. Seguindo a abordagem de Yin (2005), essa metodologia se destaca pela sua capacidade de lidar com uma ampla gama de evidências, incluindo documentos, artefatos, entrevistas e observações.

Contudo, o método de estudo de caso também apresenta algumas limitações. Uma delas é a impossibilidade de generalizar as conclusões do estudo para toda a população,uma vez que sua atenção se concentra em um número limitado de unidades dentro do universo em questão. Além disso, considera-se que os estudos de caso são mais propensos a distorções, seja devido à potencial influência do pesquisador na escolha dos casos com atributos específicos desejados, seja devido à parcialidade por parte dos entrevistados (Yin, 2005).

3. Estudo de caso

Este estudo de caso se baseou na utilização de um questionário eletrônico criadopor meio da plataforma Microsoft Forms. Este questionário compreende um total de 14 perguntas objetivas, todas diretamente relacionadas ao tópico em foco. O principal propósito do questionário foi traçar um retrato abrangente do perfil de cada empresa entrevistada. Além disso, buscou-se obter informações cruciais relacionadas às práticas de gestão financeira e à administração do fluxo de caixa adotadas e implementadas por cada participanteno estudo. Essa abordagem permitiu uma análise mais profunda e uma compreensão abrangente das empresas envolvidas.

Foram realizadas entrevistas com um total de 26 empresas, abrangendo uma diversidade de setores de atuação, que incluem prestação de serviços, comércio, indústria, indústria e comércio, cooperativas e instituições financeiras.

4. Apresentação

O Fluxo de Caixa é uma ferramenta projetada para monitorar minuciosamente as transações financeiras, registrando tanto os débitos quanto os créditos em um período de tempo determinado. Isso resulta na evidenciação das modificações ocorridas na conta caixa, proporcionando à empresa uma valiosa facilidade de controle. Além disso, o Fluxo de Caixa permite a geração de informações precisas, que refletem com exatidão o valor das obrigações assumidas ou o lucro obtido em um período específico. Essa técnica visa fornecer ao empreendedor informações cruciais que podem ser benéficas, tanto no presente quanto no futuro, abrangendo aspectos como o recebimento de dividendos, pagamento de juros, vencimento de títulos ou obrigações de empréstimos.

O fluxo de caixa é uma ferramenta essencial para a gestão financeira de empresas detodos os tamanhos e setores. Ele permite que as empresas monitorem seus recebimentos e desembolsos de caixa e gerencie seus fluxos de caixa de maneira eficaz. Com um fluxo de caixa bem gerenciado, as empresas podem tomar decisões financeiras informadas e tomar medidas para garantir a saúde financeira a longo prazo.

O uso do Fluxo de Caixa é inestimável para empresas de todos os tamanhos, independentemente de serem grandes, médias ou pequenas. Essa ferramenta fornece uma precisão crucial em relação à situação financeira atual da empresa e cria uma visão abrangente que se revela fundamental para a tomada de decisões futuras. Conforme destacado por Ribeiro (2012, p. 362), o Fluxo de Caixa representa uma síntese dos eventos administrativos relacionados ao fluxo de dinheiro, ocorridos durante um período delimitado,registrando tanto as entradas quanto as saídas de recursos financeiros.

Segundo Pereira (2010), no que diz respeito à importância do controle do fluxo de caixa, é notável que uma eficiente gestão do mesmo desempenha um papel significativo nos resultados alcançados pela empresa. Isso é particularmente vital para a sustentabilidade das pequenas e médias empresas, uma vez que os empreendedores e gestores dessas empresas muitas vezes dependem da administração financeira eficaz como um elemento fundamental para a continuidade de seus negócios.

Para Laroque (2003), o fluxo de caixa destaca a importância da utilização do capital de giro, pois uma gestão financeira eficaz busca o equilíbrio entre rentabilidade e liquidez. Essa busca pelo equilíbrio é essencial para a segurança dos recursos financeiros, considerando que a maximização de qualquer um desses aspectos, em detrimento dos outros, pode resultar em problemas significativos para a empresa.

De acordo com Pereira (2010), isso implica que o fluxo de caixa, em conjunto com os demonstrativos contábeis, pode oferecer dados cruciais para solucionar questões relacionadas à gestão dos recursos financeiros.

No entanto, é importante ressaltar que muitas empresas brasileiras ainda enfrentam desafios na gestão financeira, incluindo a falta de acesso a crédito, a burocracia excessiva e a alta carga tributária.

Um dos principais fatores que pode levar as empresas à falência reside na ausência de planejamento financeiro e na falta de controle do Fluxo de Caixa. A implementação e a execução adequada do Fluxo de Caixa têm o potencial de fornecer uma visão prospectiva das finanças da empresa, permitindo que a organização baseie suas projeções financeiras em dados estatísticos sólidos. Quando surgem necessidades como empréstimos substanciais ou retiradas de valores consideráveis, a existência do Fluxo de Caixa e suas provisões oferecem uma base sólida para tomar decisões com maior segurança.

De acordo com Gitman (1997 p .586), o Fluxo de Caixa representa o alicerce fundamental de uma empresa. Sem ele, fica difícil determinar quando os recursos serão suficientes para manter as operações ou quando será necessário recorrer a financiamentos bancários. Empresas que dependem regularmente de empréstimos de última hora podem enfrentar desafios para encontrar instituições financeiras dispostas a fornecer financiamento.

Conforme destacado por Campos Filho (1999, Pág. 19), o Fluxo de Caixa é o processo dinâmico que envolve o registro e o controle de todas as transações financeiras de uma empresa, apresentando de forma detalhada as entradas e saídas de recursos, durante um período específico. Além de simplesmente refletir o controle das movimentações financeiras, o Fluxo de Caixa também tem a capacidade de fornecer um panorama abrangente sobre como os recursos estão sendo administrados. Ele possibilita a identificação de oportunidades para alocar os recursos da empresa de maneira eficiente, evitando gastos desnecessários e promovendo um desenvolvimento mais sólido em todas as áreas da organização.

Nas empresas de pequeno porte, é habitual observar uma estrutura simplificada com poucos departamentos encarregados de executar todas as tarefas. Existem diversas abordagens para a elaboração do Fluxo de Caixa, que podem variar desde o uso de planilhas simples, com a assistência de software, até a utilização de um caderno convencional. Quando empregado da maneira adequada, o Fluxo de Caixa tende a se tornar um recurso fundamental para o microempreendedor, devido aos seus inúmeros benefícios, que englobam o controle eficaz e a obtenção de resultados de forma direta, prática e rápida.

Essa ferramenta de gestão financeira proporciona ao empreendedor uma visão precisa de todas as entradas e saídas, ocorridas durante o período desejado, de acordo com as necessidades estabelecidas pelo empresário. Alguns dos notáveis resultados revelados pelo Fluxo de Caixa incluem a avaliação da rentabilidade obtida, o cálculo do prazo de retorno do investimento, a previsão da receita da empresa para os meses seguintes e a identificação de despesas que poderiam ser evitadas. Dessa maneira, a empresa pode alcançar uma segurança completa em relação às suas demandas financeiras.

Ao realizar a análise do Fluxo de Caixa e constatar um saldo negativo, torna-se evidente que, caso haja um controle rigoroso sobre as receitas e obrigações, é possível identificar as causas desse desequilíbrio financeiro. Pode resultar de gastos dispensáveis ou de investimentos inadequados para o momento. Após a identificação da falha operacional, o empresário deve empreender um estudo visando tomar medidas adequadas, de acordo com suas necessidades, visando um controle mais eficaz e a resolução do problema.

Conforme destacado por Marion (2004, p. 110), todas as pessoas têm seu próprio Fluxo de Caixa, independentemente de quão simples possam ser. Elas mantêm registros de receitas e despesas pessoais. Isso realça a eficácia e a necessidade desse controle, independentemente do porte da empresa ou da sua amplitude de atuação.

É fundamental que a empresa mantenha uma estrutura organizacional sólida e exerça controle eficaz sobre todas as informações relevantes, abrangendo aspectos como vendas, compras, contas a pagar, entre outros. Por outro lado, se a empresa não estiver preparada para implementar um sistema de Fluxo de Caixa contínuo, será necessário atualizar o controle financeiro trimestralmente. Isso assegurará que todas as contas estejam sob controle rigoroso e que as informações possam ser transmitidas com confiabilidade ao empresário.

A gestão financeira de uma empresa pode enfrentar vários desafios, dependendo do setor em que a empresa atua e das condições econômicas e financeiras do mercado. Alguns dos principais desafios que as empresas enfrentam na gestão financeira são:

  • Previsão e gerenciamento do fluxo de caixa: a empresa deve prever e gerenciar adequadamente o fluxo de caixa para garantir que tenha recursos financeiros suficientes para pagar seus fornecedores e funcionários, investir em novos projetos e lidar com situações de emergência;
  • Gerenciamento de riscos financeiros: a empresa deve gerenciar os riscos financeiros, como as flutuações das taxas de juros, a volatilidade cambial e as mudanças nas regulamentações fiscais e financeiras, para minimizar as perdas financeiras e maximizar os lucros;
  • Gestão de custos e despesas: a empresa deve gerenciar adequadamente seus custos e despesas para garantir que seus produtos ou serviços sejam competitivos e lucrativos;
  • Mudanças na economia e no mercado: a empresa deve estar preparada para lidar com mudanças na economia e no mercado, incluindo recessões, mudanças nas tendências de consumo e competição crescente.

É importante ressaltar que o Brasil possui um ambiente de negócios complexo, com muitas regulamentações fiscais e trabalhistas que podem representar desafios adicionais para as empresas em relação à gestão financeira. Além disso, o mercado brasileiro é altamente competitivo, o que pode exigir que as empresas sejam ágeis na adaptação às mudanças, nas tendências de consumo e no ambiente econômico.

Em resumo, a gestão financeira de uma empresa pode enfrentar vários desafios que exigem uma abordagem estratégica e informada que sendo implementada possibilitará uma melhora na saúde financeira da empresa a longo prazo.

Existem algumas rotinas fundamentais que são essenciais para fazer o fluxo de caixa, são elas:

  • Registrar todas as entradas e saídas de caixa: é importante registrar todas as entradas e saídas de caixa da empresa diariamente. Isso inclui receitas de vendas, pagamentos de fornecedores, despesas com folha de pagamento, aluguel, impostos, entre outros.
  • Organizar os dados financeiros: organize os dados financeiros em categorias, como despesas fixas, despesas variáveis, receitas fixas e receitas variáveis. Essa organização ajudará a entender melhor as fontes de receita e os gastos da empresa;
  • Atualizar o fluxo de caixa regularmente: o fluxo de caixa deve ser atualizado regularmente para que a empresa possa ter uma visão clara da sua posição financeira atual. Idealmente, ele deve ser atualizado diariamente ou semanalmente;
  • Monitorar o fluxo de caixa projetado: é importante monitorar o fluxo de caixa projetado da empresa para prever e gerenciar as necessidades de caixa futuras. Isso pode ajudar a evitar surpresas desagradáveis e garantir que a empresa tenha recursos financeiros suficientes para suas operações diárias e projetos futuros;
  • Analisar o fluxo de caixa: análise do fluxo de caixa para entender melhor as tendências financeiras da empresa;
  • Realizar uma reconciliação bancária: ras informações do fluxo de caixa devem ser conferidas com os extratos bancários da empresa, para garantir que todas as entradas e saídas de caixa tenham sido registradas corretamente.

É importante realizar essas rotinas regularmente para manter um registro preciso e atualizado das finanças da empresa e tomar decisões informadas, com base nos dados financeiros disponíveis.

O controle de fluxo de caixa pode ser realizado em diferentes frequências, mensal, semanal ou diária, de acordo com as necessidades da microempresa. Quanto mais preciso for esse controle, mais confiáveis são as informações. Além de registrar receitas e obrigações, o fluxo de caixa é uma ferramenta dinâmica e eficaz que capacita para a tomada de decisões imediatas, possibilita aplicações financeiras quando o caixa está sob controle e auxilia no planejamento de futuros investimentos, como a aquisição de novos equipamentos.

O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira que registra todas as entradas e saídas de dinheiro em um determinado período de tempo de uma empresa. Ele é utilizado para monitorar o fluxo de caixa da empresa, ou seja, o dinheiro que entra e sai do negócio, permitindo que os gestores tenham uma visão clara e precisa da situação financeira da organização.

O fluxo de caixa pode ser elaborado de diversas formas, desde planilhas simples até softwares específicos, e deve contemplar todas as fontes de receita e despesa da empresa, incluindo vendas, pagamentos de fornecedores, salários, impostos, entre outros.

Com base no fluxo de caixa, é possível analisar a saúde financeira da empresa, identificar problemas de gestão, planejar investimentos e estabelecer metas a curto e longo prazo. Por isso, é uma ferramenta indispensável para qualquer empreendimento que deseja ter sucesso e se manter competitivo no mercado.

Fluxo de Caixa é um Instrumento de gestão financeira que segundo o Sebrae (2011), projeta para períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado.

Ainda de acordo com Sebrae (2011), o Fluxo de Caixa é de fácil elaboração quando o gestor e a instituição possuem os controles financeiros bem organizados, sendo este utilizado para controle e, dentre suas necessidades, a principal delas é como instrumento na tomada de decisões.

A elaboração do Fluxo de Caixa torna-se uma tarefa acessível quando o gestor e a instituição mantêm controles financeiros meticulosamente organizados. Essa ferramenta não apenas facilita o controle financeiro diário, mas também emerge como um recurso indispensável para embasar decisões estratégicas. Quando os registros estão em ordem, o Fluxo de Caixa oferece uma visão transparente das entradas e saídas de recursos, permitindo ao gestor tomar decisões informadas sobre investimentos, cortes de despesas e planejamento financeiro. Assim, a organização financeira e o Fluxo de Caixa se alinham na busca pelo sucesso e pela estabilidade financeira de uma instituição.

De acordo com Assaf Neto (2016), o fluxo de caixa é uma ferramenta essencial para a gestão financeira das empresas, permitindo uma visão clara e precisa da situação financeira da organização. Ele ainda ressalta que o fluxo de caixa é uma das principais ferramentas para a administração financeira, pois permite a análise e o controle do dinheiro que entra e sai do negócio.

Ainda para Assaf Neto (2016), o fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável para a gestão financeira das empresas, permitindo o monitoramento do fluxo de entrada e saída de recursos financeiros. O autor destaca que o fluxo de caixa permite a identificação de problemas de gestão financeira e auxilia na tomada de decisões estratégicas.

O fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável para a gestão financeira das empresas. Ele oferece um panorama claro do fluxo de entrada e saída de recursos financeiros, permitindo uma análise precisa da saúde financeira da organização. Além disso, o fluxo de caixa desempenha um papel fundamental na identificação precoce de problemas de gestão financeira e é uma ferramenta valiosa para embasar decisões estratégicas que podem impactar significativamente o desempenho e a sustentabilidade da empresa.

Conforme destacado por Sanvicente e Santos (2018), o fluxo de caixa é uma importante ferramenta de gestão financeira que permite o acompanhamento da saúde financeira das empresas. Os autores ressaltam que, além de monitorar as entradas e saídas de dinheiro, o fluxo de caixa possibilita a análise da rentabilidade e do endividamento da empresa.

O controle financeiro é um elemento essencial para o crescimento e a continuidade de uma empresa. Dentro desse contexto, o fluxo de caixa emerge como uma ferramenta financeira de extrema relevância para os empreendedores, uma vez que apresenta informações de forma clara, eficaz e eficiente. Ele permite que o empresário tenha uma visão precisa da sua situação financeira atual, bem como da movimentação de recursos, conforme mencionado previamente nos dados registrados no fluxo de caixa durante um determinado período.

Segundo Gomes e Moraes (2022), o fluxo de caixa é uma importante ferramenta para a gestão financeira de micro e pequenas empresas, permitindo o controle das entradas e saídas de recursos financeiros. O autor destaca que o fluxo de caixa possibilita uma melhor organização financeira e ajuda a evitar problemas de ausência de recursos.

Dentre suas funções, o Fluxo de Caixa de acordo com a necessidade da empresa, deve ser considerado como uma estrutura flexível, devendo conter informações de entradase saídas, que por sua vez, proporcionará ao empresário a elaboração da análise de sensibilidade, de estrutura gerencial de resultados, podendo calcular a rentabilidade e a lucratividade, sendo possível encontrar o ponto de equilíbrio tão quanto o prazo de retorno do investimento.

Segundo Silva (2015, p. 57) o fluxo de caixa tem como finalidade principal permitir uma gestão financeira eficiente da empresa, fornecendo informações precisas sobre as entradas e saídas de recursos financeiros, o que possibilita a identificação de problemas e a adoção de medidas corretivas. O autor ainda destaca que o fluxo de caixa é utilizado para a elaboração de orçamentos, planejamento de investimentos, controle de despesas, análise de rentabilidade, dentre outras finalidades.

O fluxo de caixa é essencial para uma gestão financeira eficiente, oferecendo detalhes sobre entradas e saídas financeiras. Ele permite a detecção de problemas e a aplicação de ações corretivas. Além disso, é utilizado na elaboração de orçamentos, planejamento de investimentos, controle de despesas e análise de rentabilidade, entre outras funções cruciais para o sucesso empresarial, garantindo decisões embasadas e sustentabilidade financeira.

Conforme Santos e Martins (2017, p. 32), o fluxo de caixa permite a avaliação da necessidade de financiamento externo, o planejamento de investimentos, a identificação de gargalos financeiros e a análise da rentabilidade dos investimentos. Os autores destacam que o fluxo de caixa é uma ferramenta imprescindível para a gestão financeira de empresas de todos os portes e setores.

O principal objetivo do Fluxo de Caixa é fazer com que o empresário possa verificar a saúde financeira do negócio, por meio de análise, e obter dados claros sobre os possíveis investimentos e as condições atuais da empresa.

Para Tomasi (2019), um fator crucial que contribui para o fechamento de empresas em seus estágios iniciais é a gestão inadequada do negócio. O empreendedor muitas vezes não realiza um monitoramento meticuloso da saúde de sua empresa, deixando de acompanhar de perto despesas e receitas. Além disso, a falta de métricas de avaliação eficazes resulta em um acompanhamento ineficaz do desempenho do empreendimento.

Ainda para Tomasi (2019), a mortalidade das empresas não pode ser atribuída a uma única causa. No entanto, é evidente que várias causas importantes se combinam para levar ao fechamento de empresas em seus estágios iniciais. Dentre essas causas, quatro se destacam como as mais comuns: planejamento, gestão, capacitação e a administração inadequada de tributos e encargos.

A alta taxa de mortalidade de empresas nos estágios iniciais é um fenômeno multifacetado, refletindo a complexidade do ambiente empresarial. Não pode ser atribuída a uma única causa, mas sim a uma interação de fatores determinantes. O planejamento inadequado, ou a falta dele, pode levar à falta de direção estratégica. A gestão ineficaz pode resultar em decisões precárias e alocação ineficiente de recursos. A ausência de capacitação adequada afeta a habilidade dos empreendedores em enfrentar desafios complexos. Além disso, a sobrecarga de tributos e encargos pode asfixiar financeiramente as empresas. Portanto, a compreensão e o tratamento desses quatro principais fatores são cruciais para melhorar a sobrevivência das empresas iniciantes.

De acordo com Marion (2019, p. 213), o objetivo principal do fluxo de caixa é fornecer informações sobre as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa, num determinado período, permitindo a tomada de decisões financeiras com maior segurança e agilidade. O autor ainda destaca que o fluxo de caixa pode ser utilizado para a elaboração de projeções financeiras, planejamento de investimentos, controle de despesas, entre outras finalidades.

O fluxo de caixa desempenha um papel crucial na gestão financeira empresarial ao oferecer um retrato detalhado das entradas e saídas de recursos financeiros durante um período específico. Sua principal finalidade reside em capacitar as tomadas de decisões financeiras com segurança e rapidez, fornecendo uma base sólida para estratégias de alocação de recursos. Além disso, essa ferramenta versátil pode ser empregada na criação de projeções financeiras, orientar o planejamento de investimentos, promover um rigoroso controle de despesas e atender a uma série de outras necessidades relacionadas à gestão financeira empresarial. Com o fluxo de caixa como aliado, as empresas podem direcionar seus recursos de forma eficaz e alcançar resultados sólidos.

Ainda para Marion (2017, p. 92), o objetivo principal do fluxo de caixa é fornecer informações sobre a disponibilidade de caixa da empresa em um determinado período, permitindo ao gestor tomar decisões quanto à utilização dos recursos financeiros. O autor ainda enfatiza que o fluxo de caixa auxilia na identificação de despesas desnecessárias, no planejamento financeiro a curto e longo prazo, na avaliação da capacidade de pagamento da empresa e na tomada de decisões estratégicas.

Para todas as empresas, independentemente do seu tamanho (micro, pequeno, médio ou grande), é fundamental ter informações financeiras prontamente disponíveis para realizar operações de forma eficaz. A escolha dos métodos apropriados, que atendam às necessidades específicas de uma microempresa, está intrinsecamente ligada ao controle gerencial da organização.

Nesse contexto, o uso do fluxo de caixa é uma abordagem eficaz, uma vez que seu foco principal é proporcionar uma visão informatizada do saldo disponível e das obrigações financeiras da empresa. Em essência, o objetivo do fluxo de caixa para uma empresa é promover segurança e agilidade em suas atividades financeiras, fundamentadas no conhecimento tático do volume de recursos disponíveis. Desempenhando um papel crucial, permitindo a alocação apropriada desses recursos e aprimorando significativamente as estimativas do capital de giro da empresa.

Quando o fluxo de caixa é mantido de forma precisa e atualizada, ele fornece dados claros sobre a lucratividade ou prejuízo das operações da empresa. Além disso, ajuda a determinar se há necessidade de recorrer a empréstimos e se, no futuro, haverá fundos suficientes para cobrir todas as despesas, inclusive pagamento dos novos empréstimos.

Em suma, o fluxo de caixa é uma ferramenta essencial para todas as empresas, independentemente do tamanho, pois proporciona uma compreensão profunda e baseada nos dados das finanças da empresa. Ao tomar decisões informadas com base nas informações do fluxo de caixa, as empresas podem melhorar sua eficiência financeira, planejar com mais precisão e garantir um futuro financeiro sólido e sustentável.

5. Resultados e discussão

Os resultados obtidos no âmbito da pequisa de campo se deram através de 26 questionários aplicados a empresas ativas, escolhidas aleatoriamente. Quanto ao ramo de atividade das empresas pesquisadas, 8 eram prestadoras de serviço, 17 eram do ramo de comércio e 1 era indústria e comércio.

O questionário apresenta um total de 14 questões para identificar o perfil das empresas e os diversos aspectos voltados a gestão financeira e usabilidade do fluxo de caixa como ferramenta de gestão e tomada de decisão. Após analisados, eles foram agrupados em 03 grupos para definir as empresas, nos seguintes aspectos:

1º Perfil e características das empresas; 2º Quais controles utilizados pelas empresas para gestão financeira; 3º Conhecimento das necessidades de uma ferramenta de gestão financeira.

No primeiro momento, foram apontados os seguintes resultados sobre o perfil e características das empresas.

Neste aspecto, percebe-se que as empresas pesquisas apresentam algumas distinções quanto ao ramo de atuação onde 31% das empresas atuam como prestadores de serviços; 65% das empresas no comércio e 4% das empresas na indústria e comércio.

Uma outra característica importante a ser observada é o tempo de atuação de cada empresa, de maneira que foi observado que 27% tem de 0 a 2 anos; 12% de 2 a 4 anos;12% 4 a 6 anos; 4% 6 a 8 anos; 4 % de 8 a 10 anos; 12% de 10 a 12 anos; 12% de 12a 14 anos e 19% acima de 14 anos. Observando que de acordo com a pesquisa 38% das empresas ainda não atingiram 5 anos de empresa e com base em dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fontes confiáveis adicionais, épossível observar que a média de sobrevivência das empresas no Brasil é estimada em aproximadamente 4 a 5 anos.

No que tange o tempo de sobrevivência das empresas conforme abordado por Tomasi (2019), a justificativa destaca a natureza multifacetada da mortalidade empresarial, onde vários fatores interagem para influenciar o fechamento de empresas, sendo o planejamento, gestão, capacitação e questões tributárias fundamentais para a compreensão emitigação desse fenômeno.

Com base na categorização de estabelecimentos conforme o número de funcionários, como estipulado pelo SEBRAE em 2013 (página 17), observa-se a seguinte divisão: Microempresa (ME) – até 9 empregados, Empresa de Pequeno Porte (EPP) – de 10 a 49 empregados, Empresa de Médio Porte – de 50 a 99 empregados, e Grandes Empresas – 100 ou mais empregados.

Nesse contexto, constatou-se que 92% das empresas se enquadram na categoria de Microempresa (ME), abrangendo organizações com até 9 colaboradores, enquanto as empresas de Médio Porte, que variam de 50 a 99 empregados, representam 8% do total. Esse dado reflete a predominância de empreendimentos de menor porte no cenário empresarial, com as Microempresas desempenhando um papel significativo na economia, embora as empresas de Médio Porte também tenham sua relevância. Essa distinção entre categorias é crucial para compreender o panorama das empresas em um país ou região específica.

Quanto a classificação das empresas quanto ao faturamento apresentado pelo BNDS as empresas são divididas em: Microempresa – Menor ou igual R$ 360 mil; Pequena Empresa – Maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões; Média Empresa – Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande Empresa – Maior que R$ 300 milhões. Diante aos resultados apresentados, 70% das empresas que participaram da pesquisa são Microempresa (ME), 23% das empresas são Pequenas Empresas e 8% são Grandes Empresas.

A descrição das empresas pode variar conforme o método de classificação utilizado, ressaltando que ambas as abordagens são valiosas, mas podem ser sujeitas a interpretações, especialmente no caso das Grandes Empresas. A maneira como uma empresa é categorizada, seja como Microempresa, Empresa de Pequeno Porte, Empresa de Médio Porte ou Grande Empresa, depende do critério de classificação adotado. Esses critérios podem diferir em termos de número de funcionários, receita, ativos, entre outros. Portanto, a interpretação precisa das categorias é crucial, especialmente quando se lida com Grandes Empresas, dadas suas complexidades e ampla gama de atividades.

Quanto questionadas sobre o serviço de contabilidade das empresas, 73% responderam que utilizam contabilidade terceirizada e 27% contabilidade própria. Todas as empresas com fins lucrativos devem cumprir obrigações tributárias para operar legalmente. No Brasil, vai além de evitar esquecer impostos, devido à complexidade e à alta carga tributária. A ausência de um contador aumenta o risco não apenas de pagar mais impostos, mas também de incorrer em multas por erros nas declarações fiscais. Contadores desempenham um papel crucial na gestão de riscos. Muitas empresas contratam contadores exclusivos, mas, para micro e pequenas empresas com limitações financeiras, a terceirização para escritórios de contabilidade é uma maneira eficaz de reduzir riscos.

Sobre os recursos utilizados como ferramenta de controle na empresa todas as empresas adotam pelo menos uma ferramenta de controle, no entanto, observa-se que apenas 42% das empresas utilizam a demonstração do fluxo de caixa em comparação com as demais ferramentas de controle que são necessárias e fundamentais e contribuem diretamente para a elaboração do Fluxo de Caixa de uma empresa.

Ao serem questionados sobre os relatórios contábeis influentes nas decisões empresariais, 46% dos entrevistados destacaram que o fluxo de caixa assume um papel crucial na capacidade da empresa de tomar decisões informadas. Isso sublinha a importância criticado fluxo de caixa como ferramenta para a gestão financeira, permitindo que as empresas avaliem sua liquidez e solvência, bem como tomem decisões estratégicas embasadas em informações sólidas. A revelação dessa preferência indica que as organizações reconhecem a necessidade de monitorar de perto seus recursos financeiros para garantir um funcionamento bem-sucedido e eficiente no ambiente de negócios.

Das empresas que conduzem o fluxo de caixa, quando questionadas sobre a frequência de elaboração, 15% o realizam semanalmente, 23% o elaboram mensalmente, enquanto 58% não efetuam lançamentos do fluxo de caixa. Essa distribuição indica uma variação considerável na prática da gestão do fluxo de caixa, com uma parcela significativa das empresas optando por não realizar esse acompanhamento financeiro regularmente. Isso sugere a necessidade de conscientização sobre a importância da gestão financeira e do fluxo de caixa para uma tomada de decisões mais informada e segura.

A avaliação da importância dada à demonstração de fluxo de caixa pelas empresas revela um amplo espectro de perspectivas. Apenas 4% a veem como eventualmente importante, enquanto uma parcela significativa, 38%, reconhece sua importância. Além disso, 23% a classificam como muito importante e 35% a consideram imprescindível. Surpreendentemente, nenhum respondente a avaliou como irrelevante. Isso denota a alta relevância do fluxo de caixa como uma ferramenta de gestão financeira nas empresas. Essa variação na percepção destaca a diversidade de abordagens na gestão financeira, com muitas empresas reconhecendo a necessidade de monitorar seu fluxo de caixa com graus variados de rigor e frequência para tomar decisões informadas.

Quando se trata dos motivos que fundamentam a importância da demonstração de fluxo de caixa, um cenário claro se destaca: 85% das empresas reconhecem o Fluxo de Caixa como uma peça-chave nas áreas de controle, planejamento e gestão de suas atividades. Esse dado reflete uma compreensão unânime da sua relevância no âmbito empresarial.

O Fluxo de Caixa é uma ferramenta indispensável para a avaliação das entradas e saídas financeiras, permitindo um controle rigoroso das finanças. Ele é a bússola que guia as decisões financeiras, tornando possível o planejamento a curto e longo prazo. Além disso, o fluxo de caixa desempenha um papel crucial na gestão eficiente dos recursos financeiros, identificando desafios e oportunidades com antecedência.

Essa unanimidade de opiniões indica que as empresas estão cientes da necessidade de um sólido controle financeiro para o sucesso e a sustentabilidade de seus negócios, e o Fluxo de Caixa se estabelece como uma ferramenta fundamental nesse processo.

Os resultados desta pesquisa de campo, que envolveu a coleta de dados por meio de 26 questionários aplicados aleatoriamente a empresas ativas, oferecem insights valiosos sobre a importância do fluxo de caixa e outros aspectos relacionados à gestão financeira etomada de decisão. Com base nas respostas, foi possível delinear o perfil e as características das empresas, incluindo seu ramo de atuação e tempo de existência. Além disso, a pesquisa destacou a relevância do fluxo de caixa como uma ferramenta essencial para o controle, planejamento e gestão das operações empresariais, com 85% das empresas enfatizando sua importância.

A análise também revelou a diversidade nas práticas de gestão financeira, com uma considerável porcentagem de empresas optando por não elaborar regularmente o fluxo de caixa. Isso destaca a necessidade de conscientização sobre a importância dessa ferramenta.

Além disso, a pesquisa abordou a classificação das empresas com base nos números de empregados e no faturamento, mostrando que a interpretação dos critérios de classificação pode variar, especialmente no caso das Grandes Empresas.

Em última análise, os resultados enfatizam a relevância crítica do fluxo de caixa na gestão financeira e tomada de decisão, bem como a diversidade de abordagens e necessidades das empresas no contexto empresarial atual.

6. Considerações finais

Este estudo teve como objetivo primordial destacar a importância da implementação do controle de fluxo de caixa nas pequenas e microempresas, reconhecendo seu papel fundamental nas economias locais e globais, bem como seu impacto positivo no fomento do empreendedorismo no contexto brasileiro.

As microempresas desempenham um papel vital em qualquer economia, agregando valor aos produtos e serviços oferecidos, impulsionando a economia nacional e internacional. Sua atuação é uma força motriz para o crescimento econômico e a criação de empregos, o que contribui para a estabilidade e o desenvolvimento da nação.

O fluxo de caixa, por sua vez, é uma ferramenta essencial de gestão financeira. Sua importância é inquestionável, pois desempenha um papel fundamental na tomada de decisões imediatas e no planejamento de investimentos futuros. Além disso, sua flexibilidade permite que as empresas o utilizem diariamente, semanalmente e/ou mensalmente, adaptando-se às suas necessidades e preferências.

A relevância do controle de fluxo de caixa reside no fato de que ele proporciona uma visão mais precisa da saúde financeira da empresa. Ao analisar tanto o estado atual, quanto o futuro das finanças, as organizações podem identificar áreas de melhoria e garantir o cumprimento de todas as obrigações legais. A ausência desse controle pode ser um fator determinante para o fracasso empresarial, pois a falta de planejamento financeiro adequado pode resultar em sérias dificuldades.

Portanto, o controle de fluxo de caixa é uma ferramenta imprescindível para a sobrevivência e o sucesso das empresas, permitindo que elas alcancem lucratividade e crescimento no mercado competitivo. Sua adoção não apenas auxilia na tomada de decisões informadas, mas também contribui para a sustentabilidade econômica das microempresas, fortalecendo assim a economia local, nacional e global.

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