REFLEXÕES SOBRE O LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511300808


Walkíria Pereira dos Santos Carneiro1


RESUMO

Este trabalho apresenta algumas reflexões sobre o uso de atividades lúdicas na alfabetização e letramento nos anos iniciais. São várias as ferramentas e recursos disponíveis para se desenvolver uma atividade lúdica em sala de aula, com objetivo de envolver e instigar os alunos em aprender de maneira criativa e participativa. Através desse espaço com mediação do professor, cria-se um ambiente significativo muito importante para uma aprendizagem dinâmica e prazerosa. Para essa pesquisa foi utilizada o método da pesquisa bibliográfica, apresentando as propostas dos autores os quais, apresentam estratégias, métodos e recursos que tornam a alfabetização e o letramento um processo de aprendizagem prazeroso e amplo no espaço cultural das crianças.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização e Letramento; Lúdico; Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

A educação escolar desde o início dos tempos se apresenta como um processo desafiador e árduo. E atualmente se apresenta mais desafiadora, através das mudanças e inserções inovadoras na sociedade, em um ritmo tecnológico. Nesse sentido, pensou-se em refletir como a escola nesse processo, se faz necessária para entrar e receber essas mudanças, inserindo-as e tentando atender sua comunidade escolar, criando meios de levar uma aprendizagem autônoma, criativa.

A ideia de aprender brincando e jogando, se faz necessário, para criar um ambiente propício a um desenvolvimento cognitivo eficaz e participativo. Assim a Educação escolar, também com esse meio, proporciona uma aprendizagem, prazerosa, criando caminhos para a compreensão do meio. 

Nesse contexto, é importante pensar no lúdico, na alfabetização e no letramento, por saber que é a partir das séries iniciais que os alunos se familiarizam com a leitura e a escrita, essas descobertas criam nos mesmos, uma autonomia que quando somadas com atividades lúdicas, os mesmos despertam suas criatividades e por consequência aprendem mais. 

Como esse olhar amplo de ensinar de uma forma dinâmica, este trabalho propõe a pincelar, ou seja, a fazer reflexões sobre a importância das atividades lúdicas na alfabetização e letramento, pois, brincar, jogar e cantar se faz presente desde o início da vida de uma criança. E ao levar essas atividades com um cunho para atingir um aprendizado em sala de aula, se torna estimulante e familiar aos alunos, aguçando assim as mesmas trocas de experiências, desenvolvimento da imaginação e construção sólida do conhecimento. 

As brincadeiras direcionadas ao processo educacional, promove ao aluno uma aprendizagem dinâmica, onde através delas, aprender a ser relacionarem em grupos, desenvolver na linguagem, a afetividade, e trocas de experiências entre aluno/aluno e professor/aluno, através do ambiente escolar de maneira prazerosa, orientada e segura.

Contudo, para a elaboração deste trabalho, foi utilizado o método da pesquisa bibliográfica, citando alguns autores, onde suas obras apresentam para o professor meios que intencionam e auxiliam nas atividades lúdicas como um meio potencializador para a alfabetização e letramento com resultados satisfatórios para os alunos.

2 LÚDICO 

A brincadeira não é algo já dado na vida do ser humano, aprende-se a brincar desde cedo, nas relações que os sujeitos estabelecem com os outros e com a cultura. Os processos de desenvolvimento e de aprendizagem envolvidos no brincar são também constitutivos do processo de apropriação de conhecimentos (TRISTÃO, 2010, p.12).

Na área da Educação, vários autores e pensadores apresentam as atividades lúdicas como um meio importante para o desenvolvimento da leitura e do letramento dentro do espaço escolar, autor Alves (2009, p. 45), cita Freud (1968) que concorda que “as crianças vivenciam com grande intensidade e satisfação suas atividades lúdicas (brincadeiras, jogos, histórias) ”. Onde nesse processo as crianças tornam ativas e participativas criando situações de aprendizagem prazerosas. 

Brincando, o sujeito aumenta sua independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza sua cultura popular, desenvolve habilidades motoras, exercita sua imaginação, sua criatividade, socializa-se, interage, reequilibra-se, recicla suas emoções, sua necessidade de conhecer e reinventar e, assim, constrói seus conhecimentos (DALLABONA e MENDES, 2004, p.108).

No Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, apresenta quatro princípios centrais dentro do trabalho pedagógico, onde o quarto enfatiza “a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem”. (BRASIL, 2012, p. 27).

Para Tristão (2010, p. 16) o lúdico, 

tem sua origem na palavra latina ‘ludus’ que quer dizer ‘jogo’. Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. 

Para Neves (2001), o lúdico apresenta como valores que são próprios, em cada fase da vida humana. Inicia na idade infantil e percorre a adolescência e a partir de direcionamentos diversificados a escola fundamenta em processos pedagógicos, com ganho no ensino-aprendizagem, levando o aluno a vivenciar a realidade mais prazerosa e participativa e autônoma. 

Freire (2005), em seus trabalhos enfatiza a ampliação ao saber, propondo que o professor utilize as experiências do meio em que vive para a alfabetização e o letramento. Assim criando atividades que leva a criança a aprender brincando, pois o lúdico (jogos, recreação) acompanhado pelo professor, se tornam meios facilitadores para a construção e desenvolvimento de habilidades das crianças.

A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para resolução dos problemas que as rodeiam. A literatura especializada no crescimento e no desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que a simples satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais, que são universais, e próprio da saúde porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros (DALLABONA e MENDES, 2004, p.109).

Usando atividades lúdicas, o professor cria um ambiente autônomo e participativo, diante das atividades planejadas. 

O importante é criar um ambiente que induza a criança a exteriorizar o rico e animado mundo de imagens que forma sua mente. Para que haja essa exteriorização é necessário condicionar na criança, a confiança em si mesma, e para isso é preciso que o professor tenha habilidade e tacto (FIDELIS, TEMPEL, 2005, p. 15).

Essas atividades lúdicas, devem ser planejadas, com um olhar direcionado ao desenvolvimento das potencialidades das crianças. 

Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. “A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará à criança estabelecer relações cognitivas com as experiências vivenciadas, bem como relacioná-las às demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis com essa prática” (TRISTÃO, 2010, p. 17).

Para Tristão (2010), a ludicidade se apresenta como um meio de equilíbrio, para a saúde mental do ser humano, merecendo um olhar especial, por todos envolvidos no ambiente escolar através dos educadores, pais e alunos, tendo como resultado uma construção de saber sólida.

O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para redefinir valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade (DALLABONA e MENDES, 2004, p.107).

3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

No Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, a Alfabetização é conceituada como o termo que:

designa o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de representação da linguagem humana, a escrita alfabético-ortográfica. O domínio dessa tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos e procedimentos relacionados tanto ao funcionamento desse sistema de representação quanto às capacidades motoras e cognitivas para manipular os instrumentos e equipamentos de escrita (Brasil. 2012, p.01).

Para Martins e Couto, 2016, o processo de alfabetização ocorre no ensino fundamental, com idade de 6(seis) anos no 1º ano de escolaridade do ensino fundamental.

A alfabetização tem como processo diversos conhecimentos para que haja de fato a aquisição de saberes sistematizados na vida da criança. Envolve concentração da atenção em operações cognitivas, ordenação, síntese, composição e decomposição, classificação, memorização, resolução de problemas e situações-problemas. Para resoluções, a imaginação é essencial porque proporciona soluções. A criança se lança sem medo no mundo da imaginação levando em considerações seus erros e acertos de forma livre e intencional (RODRIGUES, 2013, p.21).

E o Letramento no Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, está como: 

O conceito [letramento] designa, então, o conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em práticas sociais e necessárias para uma participação ativa e competente na cultura escrita (BRASIL, 2012, p. 01).  

Para Soares (2003, p.19), “Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”. Nesse sentido, o letramento se apresenta como um resultado do processo de alfabetização.

Soares ainda diz, que esse processo de alfabetização e leitura, o aluno se torna envolvido, ultrapassando a mera aquisição da tecnologia ao ler e escrever, objetivando a aprendizagem do aluno com saberes que propicia uma autonomia e construção do conhecimento significativa.

Para Rodrigues, ”alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita.” (2013, p.23).

Brasil (2012) apresenta o professor alfabetizador, como peça fundamental para o aluno em seus anos iniciais, pois a alfabetização não se delimita somente em ler e escrever palavras, mas sim, em ler e escrever em distintas situações sociais, onde os mesmos consigam adentrar-se e participar de forma ativa do mundo letrado, diante das situações problemas e avanços tecnológicos e sociais em seu meio que vive. 

Assim, através das orientações do Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, a escola no processo de alfabetização tem como um dos objetivos  instruir com descobertas da escrita dos alunos a desenvolver, compreender e produzir textos orais e escritos,  “que os docentes planejem situações de escrita que, ao mesmo tempo favoreçam a aprendizagem do funcionamento da escrita alfabética e possibilitem o acesso aos textos escritos de modo a garantir a inserção social em diversos ambientes e tipos de interação” (BRASIL, 2012, p. 26).  

Dessa forma o professor permite que o aluno tenha interações diversas, criando domínio do aprender a ler e escrever textos, instigando assim o aluno a curiosidade e ampliando seu espaço cultural, ligando ao mundo social e natural (BRASIL, 2012).

Na fase de alfabetização, aprender pode ser uma maravilhosa aventura, onde a criança se lança num mundo mágico desempenhando atividades com seriedade e motivação. O professor precisa se preocupar com a preservação dessas atitudes, estimulando o aluno à curiosidade, pois esta é a melhor forma de promover a aprendizagem (RODRIGUES, 2013, p.20).

As atividades lúdicas são temas presentes, encontradas através de pesquisas em artigos, livros e revistas, propostas por vários autores e pensadores, para auxílio na alfabetização e letramento nos anos iniciais.

As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; – O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário; – As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento (TEIXEIRA, 1995, p. 23).

Elas se apresentam de acordo com as experiências dos alunos e com o meio que estão inseridos. Atividades estas que procuram modificar as tradições do uso de atividades decoradas, enfadonhas e sem participação espontânea e ativa para o desenvolvimento afetivo, social e cognitivo do aluno. 

A “pedagogia tradicional” é uma proposta de educação centrada no professor, cuja função se define como a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria […] baseia-se na exposição oral dos conteúdos, numa sequência predeterminada e fixa, independentemente do contexto escolar; […] Os conteúdos do ensino correspondem aos conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações passadas como verdades acabadas, e, embora a escola vise à preparação para a vida, não busca estabelecer relação entre os conteúdos que se ensinam e os interesses dos alunos, tampouco entre esses e os problemas reais que afetam a sociedade (BRASIL, 1997, p. 30).

Assim o lúdico através de um planejamento do professor alfabetizador, é inserido de uma forma que se torna significativa para o desenvolvimento da pratica pedagógica, onde através da participação do aluno o conhecimento é absorvido, onde o mesmo pratica com êxito o que aprendeu, tornando prazeroso e instigador para buscar de novos conhecimentos, e ao mesmo tempo, brincam, socializam e interagem com seu meio.

Durante os jogos e brincadeiras, as crianças adquirem diversas experiências, interagem com outras pessoas, organizam seu pensamento, tomam decisões, desenvolvem o pensamento abstrato e criam maneiras diversificadas de jogar, brincar e produzir conhecimentos (VIEIRA; OLIVEIRA, 2010, s/p).

Baseando nessa dinâmica, o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, pontua recursos didáticos que devem contemplar e garantir uma “ ação lúdica de alfabetização” (BRASIL, 2012, p.17).

Outros materiais de simples produção/aquisição também podem compor o acervo de materiais didáticos das escolas: abecedários, fichas de pares de palavras/figuras, envelopes contendo figuras e letras ou sílabas que compõem as palavras que representam as figuras (BRASIL, 2012, p.17).

Dentre esses recursos o professor alfabetizador recebe suporte através do o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, onde possui acesso ao livro distribuído no PNBE do professor, “ na coleção Explorando o Ensino e outras publicações do MEC são parte do que pode ser usado como apoio no planejamento” (BRASIL, 2012, p. 18). Apesar que o professor alfabetizador não se limita somente nas atividades sugeridas, mas também o professor se torna autônomo e criativo para criar, elaborar e confeccionar materiais para fomentar e que contemple as atividades, levando uma interação também nas áreas de conhecimentos.

A tecnologia atualmente também se torna aliada nas atividades lúdicas de aprendizagem. Onde essa ferramenta encontra-se em toda parte é acessível para a maioria dos alunos. Assim as opções tecnológicas tornam aliadas ao ensino, neste sentido ela, permitem “ao docente planejar situações didáticas diversificadas e que estimulem a ampliação dos letramentos, tais como a televisão, as filmadoras, os gravadores, os projetores multimídia e os computadores” (BRASIL, 2012, p. 17). 

 “Os alunos têm possibilidade de interagir com textos diversos e com pessoas de diferentes partes do mundo. Ampliam-se, portanto, suas condições de reflexão sobre as culturas e multiplicam-se os materiais textuais a servirem como parte do acervo infantil” (BRASIL, 2012, p. 18).

Assim a habilidade na aprendizagem é construída de uma forma prazerosa, através brincadeiras, jogos e músicas, processo esse que foi conduzido através das diversas formas lúdicas com objetivo de potencializar a criatividade, imaginação, saberes de cada criança e consequentemente ampliando de forma participativa o conhecimento. 

Fidelis e Tempel (2005), baseia as atividades como: a literatura infantil, o teatro, o exercício de expressão facial, exercícios com o corpo, as artes, o inglês, a recreação livre e orientada, a música, que de forma trabalhada com os alunos ampliam diversos saberes e habilidades que enriquecem no aprendizado e no conhecimento. O lúdico por si só, cria momentos onde a criança depara com situações de aprendizagem, como por exemplo, se comportar, tomar decisões sozinhas e coletivamente, desenvolver argumentos.

Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo (DALLABONA e MENDES, 2004, p.110).

 E levando essas situações orientadas pelo professor dentro da escola faz com que o aluno aprenda e se desenvolva mais com facilidade, pois através delas, os alunos criam estímulos, afetos, interações propiciando além da aprendizagem, experiências construtivas entre eles mesmos, e atualmente dentro da escola, está havendo um olhar direcionado a essas atividades, planejamentos, formações diversas para que o objetivo seja atingido e criando meios facilitadores para a aprendizagem.

As brincadeiras e os jogos são umas das primeiras ações de interação e descoberta com o mundo em que vive. 

O jogo, portanto, além de ter importância na vida da criança, é o verdadeiro impulso da criatividade. E, para isso, o professor se vale da aprendizagem lúdica como recurso pedagógico, propiciando espaços e situações de aprendizagem que articulem os recursos e capacidades efetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento. (RODRIGUES, 2013, p.41).

E na escola elas são inseridas no cotidiano escolar como uma ferramenta de aprendizagem, onde a qual as crianças aprendem brincando, a partir de jogos, brincadeiras, cantos e desenhos, que tornam facilitadores para o desenvolvimento cognitivo.

A brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem. À medida que vai escrevendo, a criança traz para suas brincadeiras o que vê, escuta, observa e experimenta. O brincar não é apenas uma atividade natural. É, sobretudo, uma atividade social e cultural. A brincadeira para a criança é um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo (MARAFON, 2013, p.17)

Marafon, ainda embasa que a “brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo do seu jeito. (2013, p.17).

Brincar supõe sempre liberdade, envolvimento e espontaneidade. Leva a criança a aprender a organizar seu campo perceptivo, suas ideias e suas experiências, e a entrar em contato com suas emoções e sentimentos. Propicia dessa forma a integração dinâmica respeitando o próprio ritmo da criança e fortalecendo a alegria de pertencer a um grupo.(RODRIGUES, 2013, p.44).

Para Aguayo, “O ato de brincar é capaz de fazer com que a criança possa se identificar no meio social em que está inserida e assim o observa espiritualmente e corporalmente. Sendo que dessa maneira distingue o que tem significados positivos ou negativos para sua vida.” (2013, p.18). Dessa forma o ambiente gerado nesses momentos trás para a criança conteúdos que interagem de forma envolvente, prazerosa e curiosa. Em relação aos jogos podemos dizer, que os mesmos inseridos no ensino aprendizagem, criam situações para as crianças que levam a pensar, criar relações afetivas, disputar e se organizar.

Os jogos proporcionam a imaginação às crianças, sendo assim, elas criam situações e resoluções para os problemas. São capazes de lidar com dificuldades, com o medo, dor, perda, conceitos de bem e mal, que são reflexos do meio em que vivem. (RODRIGUES, 2013, p.40).

Para aprender, brincando, podemos elencar vários atividades lúdicas, como os jogos educativos usando a tecnologia como peça aliada às aulas, dança, música e teatro com fantoches, onde os mesmos tornam eficientes no processo do ensino aprendizagem.

Os jogos educacionais computadorizados são softwares que apresentam conteúdo e atividades práticas com objetivos educacionais baseados no lazer e diversão. Nesses jogos a abordagem pedagógica adotada utiliza a exploração livre e o lúdico e como consequência estimula o aprendiz. Os jogos digitais auxiliam na construção da autoconfiança e podem incrementar a motivação no contexto da aprendizagem. A atividade de jogar é uma alternativa de realização pessoal que possibilita a expressão de sentimentos, de emoção e propicia a aprendizagem de comportamentos adequados e adaptativos (FALKEMBACH, 2007, s/p).

Para Falkembach, 2007, os jogos educativos em sala de aula servem como um estimulo O uso dos jogos no processo de ensino e aprendizagem serve como estímulo para o para o desenvolvimento do aluno, oportunizando o aluno a aprender em grupo, criando situações onde o mesmo encontra um vínculo de aprendizagem prazerosa nas atividades. 

A música apresenta também aliada, nos resultados de alfabetização e letramento, ela também vem desde sempre presente na vida de uma criança, a qual culturalmente a música, desencadeia memórias prazerosas e divertidas, 

a música exerce um aspecto importante na sociedade, sendo uma atividade sociocultural onde todos podem participar, seja em momentos de alegria, tristeza, ou em recordações como também no lazer, entre outros, tornando-se indispensável para que o ser humano se socialize de forma saudável. Brito (2003, p.31) comenta que “É difícil encontrar alguém que não se relacione com a música (SILVA, 2019, p.27).

E a música, quando inserida na educação escolar, o aluno recebe, de forma prazerosa, com alegria:

a escola é um ambiente propício para a música como uma expressão de alegria e espaço de prazer, sendo uma ferramenta que possibilita expor conhecimentos além do que o aluno já vivenciou, pois o professor poderá planejar suas aulas com dinamismo, proporcionando um ambiente acolhedor e que demonstre um contexto alfabetizador na sala de aula, planejando materiais que contenham vários ritmos e sons que são característicos da música, agregando assim conhecimento para uma melhor aprendizagem.

Outra atividade, que é muito satisfatória, no aprender, brincando é os contos dos folclores, onde cria e permite o aluno a imaginação e com ela o aluno aprende e brinca.

As histórias de fadas ao serem narradas em sala de aula ou em biblioteca causam fascínio nas crianças, elas se concentram se aquietam durante estes momentos: mas o que se percebe é que se após a narração, estas crianças tiverem a oportunidade de refletirem e mergulharem na atmosfera que os contos causam ao serem ouvidos. Os relatos posteriores revelam que a mensagem que ficou tem muito a oferecer emocional e intelectualmente. (ROCHA & MACIEL, 2020p.8).

O teatro também é colocado no planejamento da escola, como uma atividade motivadora, na alfabetização e no letramento, para Barros, et al 2019 o teatro é muito relevante na alfabetização e no letramento, a técnica teatral desenvolve habilidades na leitura e na escrita, além de propiciar uma interação social e consequentemente estimula criatividade, imaginação possibilitando que elas aprendam brincando. Ainda para Barros, et al, “o teatro cumpre duas funções: como obra de arte e como instrumento para a alfabetização, a criação artística feita pela criança, a independência dada a ela nos jogos teatrais, possibilita uma interação com o mundo das palavras, a literatura” (2019, p.1211).

Há mais inúmeros matérias que envolve outras formas de inserir o lúdico na sala de aula, para a alfabetização e o letramento, mais através das mencionadas neste capítulo pode-se perceber o quanto essas formas de aprender brincando cria um enriquecimento na aprendizagem do aluno, onde com essas opções a alfabetização e o letramento resulta em um processo divertido, dinâmico e participativo. 

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho enfatizamos as atividades lúdicas como uma prática satisfatório para o processo de alfabetização e letramento nos anos iniciais, onde o brincar é uma ação voluntaria desde o nascimento de uma criança. O brincar, jogar e cantar no ambiente escolar, não se faz somente como um momento de passar o tempo ou a recreação.

Dentro da sala de aula as atividades lúdicas se tornam instrumentos mediadores no ensino aprendizagem, criando habilidades e conhecimentos onde o aprender se torna prazeroso e participativo. Com as atividades lúdicas criam em cada aluno uma autonomia, e uma exploração de suas experiências que levam o aprender brincando.

Através do professor, como mediador, essas atividades despertam nas crianças o gosto da leitura e da escrita, onde a imaginação e interação leva um desenvolvimento afetivo e educacional importante para seu crescimento em seus conhecimentos. Assim, as descobertas são satisfatórias, nas inserções dos jogos, cantigas de roda, brinquedos e trabalhos em equipe, pois elas ofertam possibilidades e formas de ver e estar no mundo com um enriquecimento significativo na aprendizagem dos alunos. 

REFERÊNCIAS

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1 CARNEIRO, Walkíria Pereira dos santos. Pós Graduanda do Curso de Formação de Docentes: Educação Infantil, Alfabetização e Educação Especial. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVENI – walkiriasantos_@hotmail.com