PSYCHOEDUCATION FOR MOTHERS OF NEURODIVERSE CHILDREN: IMPROVING CHILD CARE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202511092156
Jaquelyne França de Matos1
Ana Beatriz Dupré Silva2
Resumo
O presente artigo teve como objetivo analisar os impactos de grupos de psicoeducação na saúde mental e no bem-estar de mães de crianças neurodiversas. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases PubMed, Scopus, SciELO e PsycINFO, utilizando descritores relacionados à psicoeducação, mães e neurodiversidade. Foram incluídos estudos publicados entre 2009 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra e que abordaram intervenções psicoeducacionais voltadas ao cuidado materno de crianças com condições do neurodesenvolvimento. Os resultados revelaram que programas psicoeducativos favorecem a redução do estresse e da sobrecarga emocional, aprimoram o manejo comportamental e ampliam o conhecimento sobre os transtornos, fortalecendo o vínculo afetivo e promovendo maior autoeficácia no cuidado. Além disso, a troca de experiências e o suporte social presentes em grupos contribuem para a resiliência e o bem-estar psicológico das mães. Concluiu-se que a psicoeducação se configura como prática baseada em evidências e é essencial para fomentar ambientes familiares mais acolhedores, subsidiando ações clínicas e políticas públicas voltadas à promoção da saúde mental de mães de crianças neurodiversas.
Palavras-chave: Psicoeducação; mães; crianças neurodiversas; Análise do Comportamento Aplicada; qualidade de vida.
1. INTRODUÇÃO
O cuidado de crianças neurodiversas constitui-se um desafio, especialmente para as mães que, na maioria das vezes, assumem um papel central na rotina, no acompanhamento terapêutico e no desenvolvimento global dos filhos. Pesquisas recentes evidenciam que mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outras condições relacionadas à neurodiversidade enfrentam sobrecarga emocional significativa, impactando diretamente sua saúde mental, seu bem-estar psicológico e a qualidade das interações familiares (Gomes, 2022). Esse cenário demanda não apenas resiliência, mas também acesso a informações, estratégias de manejo e suporte social adequado, fatores que muitas vezes ficam limitados em contextos socioculturais desiguais.
Diante dessa realidade, a psicoeducação surge como uma intervenção efetiva e necessária, tratando-se de um processo que articula informações teóricas e práticas sobre condições clínicas e comportamentais, ao mesmo tempo em que oferece suporte emocional aos cuidadores. Mais do que transmitir conhecimento, a psicoeducação busca ajudar as mães, ampliando sua percepção de competência parental, fortalecendo vínculos familiares e promovendo o autocuidado. Nesse sentido, programas de psicoeducação desenvolvidos em espaços de saúde e reabilitação constituem uma rede de apoio essencial, favorecendo o enfrentamento das demandas cotidianas (Dessen; Polonia, 2007).
Estudos internacionais corroboram a relevância dessa abordagem. Keen et al. (2010) demonstraram que intervenções centradas nos pais, voltadas para estratégias de manejo de crianças com TEA, reduziram significativamente o estresse parental e aumentaram a confiança materna no cuidado. Além disso, a literatura destacou que ações psicoeducativas facilitaram a criação e o fortalecimento de redes de apoio social, fator crucial para a melhoria da qualidade de vida de famílias que lidam com a neurodiversidade (Cuzzocrea et al., 2016).
Apesar dessas evidências, ainda existe uma lacuna no suporte oferecido às mães no contexto brasileiro, tanto no campo institucional quanto nas políticas públicas. Muitas vezes, essas mães enfrentam isolamento social, estigma, dificuldades financeiras e ausência de recursos terapêuticos acessíveis, o que amplia os riscos de adoecimento mental, como estresse, ansiedade e depressão (Alves; Gameiro; Biazi, 2022; Moreira; Lopes; Nogueira de Paulo, 2023).
A problematização central que norteou o estudo sobre o tema foi: como programas de psicoeducação poderiam contribuir para a melhoria das relações familiares e do bem-estar psicológico das mães de crianças neurodiversas, promovendo, ao mesmo tempo, um cuidado mais efetivo para seus filhos? Compreender esse tema foi fundamental, pois muitas mães enfrentam a sobrecarga de lidar com as necessidades específicas dos filhos, sem conhecer estratégias adequadas de enfrentamento e sem uma rede de apoio qualificada para auxiliá-las.
A psicoeducação para mães de crianças neurodiversas não se configura apenas como uma intervenção prática, mas também como uma estratégia de apoio emocional e psicológico essencial para a construção de relações familiares mais saudáveis e para a promoção de um cuidado mais efetivo. É fundamental compreender e atender tais demandas das mães de crianças neurodiversas, ampliando o conhecimento acerca dos desafios enfrentados por elas.
Diante de um cenário em que essas mães ainda enfrentam desafios significativos e, muitas vezes, se veem em situação de isolamento, programas de psicoeducação apresentam o potencial de transformar a experiência parental. Além de oferecer suporte no enfrentamento das dificuldades, tais programas disponibilizam ferramentas para o fortalecimento dos vínculos familiares e para a melhoria da qualidade de vida das mães e de seus filhos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A neurodiversidade representa uma mudança paradigmática ao compreender que o autismo e outras formas de funcionamento neurológico não devem ser interpretados como desvios ou deficiências, mas como manifestações legítimas da diversidade humana. Essa perspectiva valoriza as diferenças cognitivas e rejeita a lógica da normalização, promovendo o reconhecimento das singularidades como parte essencial da condição humana (Araujo; Silva; Zanon, 2023).
O termo “neurodiversidade” foi introduzido pela socióloga australiana Judy Singer, no final da década de 1990, ao propor uma nova forma de compreender as diferenças neurológicas. Para a autora, tais diferenças deveriam ser equiparadas à diversidade cultural, étnica ou de gênero, de modo a combater a visão patologizante do autismo e a ressaltar as singularidades cognitivas como expressões legítimas da variação humana (Araujo; Silva; Zanon, 2023).
Segundo Ortega (2008), o movimento da neurodiversidade se sustenta no conceito de “sujeito cerebral”, concebendo a neurodivergência como parte integrante das minorias sociais e do movimento em defesa da diversidade. Nessa perspectiva, a neurodiversidade constitui uma alternativa crítica frente a dois paradigmas historicamente dominantes: o modelo psicologizante da psicanálise e o enfoque biomédico da deficiência.
O movimento social da neurodiversidade surgiu como uma resposta política à patologização do autismo, reivindicando o reconhecimento das diferenças neurológicas como parte da diversidade humana e articulando uma crítica aos discursos médicos que historicamente culpabilizam as mães por características dos filhos autistas (Bliacheris; Hernandez, 2024). Esse cenário contribuiu para a sobrecarga emocional dessas mulheres, tornando evidente a necessidade de suporte psicológico e social adequado, uma vez que as mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam desafios significativos relacionados à saúde mental e à qualidade de vida (Martins et al., 2022). Nesse contexto, o movimento da neurodiversidade emergiu com a finalidade de valorizar as pessoas autistas a partir de suas habilidades singulares e de suas formas próprias de interpretar e interagir com o mundo. De acordo com Donvan e Zucker (2009, p. 533), essa abordagem amplia o entendimento do autismo e fomenta uma visão mais positiva e potencializadora das diferenças neurológicas:
O avanço do conceito de neurodiversidade ganhou força graças ao reconhecimento da síndrome de Asperger no final do século XX. Lorna Wing desempenhou um papel crucial ao argumentar que o autismo deveria ser entendido como um espectro amplo e complexo. Esse entendimento foi oficialmente incorporado em 1994, na publicação do DSM-IV, ampliando significativamente os limites do diagnóstico. Sem esses dois marcos, seria improvável que a concepção original de autismo, proposta por Leo Kanner em 1943, se expandisse para incluir indivíduos altamente capazes, como Alex Plank, Michael John Carley e Ari Ne’eman, entre outros. A inclusão desses indivíduos no espectro reforçou o movimento da neurodiversidade, fortalecendo os argumentos e a atuação de seus defensores e promotores (Donvan; Zucker, 2009, p. 533).
É relevante destacar que o movimento em defesa da neurodiversidade não se opõe ao uso de tratamentos ou terapias voltadas às pessoas neurodivergentes. O que se propõe, entretanto, é que essas intervenções sejam orientadas para a promoção da autonomia e da independência, evitando práticas que imponham a conformidade rígida a padrões considerados neurotípicos (Souza, 2018). De acordo com Souza (2018), essa perspectiva enfatiza a valorização das características individuais e a oferta de um suporte que seja, ao mesmo tempo, respeitoso. Nesse sentido, compreende-se que:
Neurodiversidade é a noção de que condições neurológicas diferentes do “padrão” são variações naturais, ou seja, são parte da diversidade humana. Elas não se devem a uma tragédia, um “desequilíbrio cerebral” ou a uma “limitação”. São apenas conexões neurais diferentes (Souza, 2018, p.1).
Embora o paradigma da neurodiversidade se apresente como uma forma legítima de reconceituar a deficiência, sua relevância ultrapassa o âmbito acadêmico. Schuck et al. (2022) apontam que as intervenções voltadas ao autismo, ainda fortemente influenciadas pelo modelo médico, podem ser ressignificadas à luz dos princípios da neurodiversidade por meio das Intervenções Comportamentais Naturalísticas de Desenvolvimento (NDBIs).
A psicoeducação constitui-se em uma estratégia de intervenção que articula aspectos educativos e terapêuticos, com a finalidade de capacitar indivíduos e famílias no enfrentamento de condições psicológicas e comportamentais. No contexto clínico, exerce papel central ao oferecer informações sobre os transtornos, propor estratégias práticas de manejo comportamental e fornecer suporte emocional às famílias de crianças neurodiversas.
A capacitação parental por meio da psicoeducação também influencia positivamente o ambiente familiar. Rodrigues e Soares (2024) ressaltam que o desenvolvimento de competências sociais educativas entre mães e pais de crianças com TEA é essencial para fortalecer práticas parentais eficazes, resultando em contextos mais adaptativos. Assim, ao incorporar a psicoeducação na prática clínica, os profissionais não apenas potencializam o progresso da criança, mas igualmente promovem melhorias significativas na qualidade de vida familiar.
Outro aspecto relevante é a associação entre a psicoeducação e a Análise do Comportamento, que amplia seus benefícios ao fornecer não somente fundamentos teóricos sobre condições comportamentais, mas também instrumentos práticos para o manejo de condutas desafiadoras. Nesse sentido, ao instruir mães quanto ao uso de estratégias de reforço e extinção de comportamentos inadequados, a psicoeducação favorece um enfrentamento mais acertado de situações cotidianas, refletindo em impactos positivos sobre a dinâmica familiar como um todo.
A psicoeducação familiar também desempenha papel crucial no tratamento de transtornos mentais em geral, trazendo benefícios tanto para os pacientes, pela redução das recaídas, quanto para os familiares, pela diminuição da sobrecarga emocional. Essa perspectiva reforça a necessidade de informar e apoiar as famílias, como salientaram Menegalli, Silva e Oliveira (2021). Revisões sistemáticas, como a de Mottaghipour e Tabatabaee (2019), evidenciam que essa prática é decisiva no suporte a pacientes e familiares, além de contribuir para o processo educacional e terapêutico.
O estudo conduzido por Mottaghipour e Tabatabaee (2019), que analisou 48 pesquisas sobre psicoeducação em transtornos mentais graves no Irã — incluindo esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar —, apontou reduções expressivas nas taxas de recaída e novas hospitalizações, bem como diminuição do estresse e da sobrecarga familiar. Tais resultados evidenciaram a eficácia da psicoeducação mesmo em contextos de recursos limitados, ressaltando que negligenciar sua aplicação no cuidado clínico seria um equívoco.
Os autores destacaram, entretanto, que fatores culturais e estruturais ainda podem limitar sua implementação. Apesar disso, defendem que a psicoeducação deve integrar obrigatoriamente as intervenções psicossociais, ampliando as oportunidades de promoção da qualidade de vida tanto de pacientes quanto de familiares.
Brown et al. (2020) exploraram a aplicação da psicoeducação em contextos escolares, ressaltando sua importância para o apoio a estudantes, famílias e profissionais da educação. Nessas situações, a psicoeducação é frequentemente conduzida por psicólogos escolares, que aliam conhecimentos sobre saúde mental, dificuldades de aprendizagem e mediação da família escolar. As ações incluem desde a disseminação de materiais informativos até a organização de grupos psicoeducacionais voltados ao bem-estar acadêmico, comportamental e socioemocional dos alunos.
Apesar dos avanços, os estudos apontaram limitações, como a falta de dados sobre a sustentabilidade dos resultados a longo prazo (Dahl et al., 2020) e a dificuldade de medir diretamente o impacto em algumas áreas, como a qualidade de vida (Katsuki et al., 2018). Além disso, o número reduzido de sessões pode limitar os efeitos, como observado em Katsuki et al. (2018). Pesquisas futuras devem explorar intervenções mais longas e incluir avaliações de impacto em diferentes contextos culturais e econômicos.
A presença de uma criança neurodiversa exerce impacto significativo na dinâmica familiar, trazendo desafios emocionais, financeiros e sociais para os cuidadores. Pesquisas indicaram que mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam elevados níveis de estresse e sobrecarga emocional. Tinoco et al. (2022) identificaram sintomas de estresse em 78,2% das mães participantes, evidenciando a necessidade de estratégias de intervenção voltadas ao apoio dessas cuidadoras.
De maneira complementar, Faro et al. (2019) observaram que mães que apresentam estresse percebem quase o dobro da sobrecarga em comparação àquelas sem estresse, enquanto estas últimas relatam maior suporte familiar, especialmente em aspectos relacionados à afetividade e à autonomia. Esses achados destacam a relevância do suporte social adequado na redução do estresse e na promoção do bem-estar materno em famílias com crianças neurodiversas.
Além disso, estudos apontam que o autoestigma é recorrente entre mães de crianças com TEA, especialmente quando há sobrecarga emocional e ausência de suporte apropriado (Lima et al., 2024). Nesse contexto, intervenções como a psicoeducação têm demonstrado eficácia na mitigação desses impactos, oferecendo informações claras sobre os transtornos e estratégias práticas de enfrentamento, o que contribui para o desenvolvimento de resiliência e para a criação de um ambiente familiar mais acolhedor para as crianças.
Figueiredo et al. (2024) investigaram as adaptações familiares diante de diagnósticos de neuropatias e neurodivergências em crianças, utilizando uma abordagem exploratória e transversal. A pesquisa combinou revisão bibliográfica e estudo de caso, com a coleta de dados realizada por meio de questionários em entrevistas individuais com pais ou responsáveis. O objetivo foi compreender o processo de adaptação familiar desde a descoberta do diagnóstico, a continuidade do tratamento até as orientações recebidas no momento da identificação da condição, evidenciando como as famílias reorganizam suas rotinas e estratégias de cuidado. De forma semelhante, Caparroz e Soldera (2022) analisaram os impactos do diagnóstico de TEA nas famílias, abordando as repercussões emocionais, sociais e organizacionais no ambiente familiar. Os autores identificaram que o diagnóstico frequentemente provoca desafios que demandam uma reorganização significativa das dinâmicas familiares. A pesquisa teve como objetivos específicos avaliar os sintomas e manifestações clínicas desde os primeiros meses de vida até o diagnóstico, compreender os impactos emocionais e estruturais no núcleo familiar e analisar os processos de adaptação que ocorrem posteriormente. Por meio de revisão bibliográfica, foram explorados textos e livros que abordam o diagnóstico do TEA e suas implicações.
Os resultados indicaram que o diagnóstico de TEA afeta profundamente a rotina e as relações familiares, desencadeando sentimentos como negação, luto, aceitação e superação. O processo de adaptação envolve ajustes na dinâmica familiar, planejamento do cuidado e busca por recursos de apoio, reforçando a importância de intervenções que considerem não apenas a criança, mas toda a família, promovendo um suporte integral (Caparroz; Soldera, 2022).
A combinação de psicoeducação com a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) constitui uma abordagem abrangente e eficaz no apoio a famílias de crianças neurodiversas. Enquanto a psicoeducação proporciona informações e suporte emocional para promover o entendimento das condições e o desenvolvimento de habilidades, a ABA oferece estratégias baseadas em evidências para a modificação sistemática de comportamentos específicos. Técnicas da ABA, como o ensino intensivo e individualizado, demonstram eficácia na adaptação escolar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), facilitando sua integração e progresso no ambiente educacional (Massalai; Coutinho, 2020).
A psicoeducação, ao combinar a disseminação de informações com suporte psicológico, fortalece o entendimento de condições de saúde mental e promove a melhoria da qualidade de vida de crianças e famílias. Quando integrada à Análise do Comportamento, essa estratégia se torna ainda mais efetiva, oferecendo uma base científica sólida e práticas fundamentadas em evidências para orientar mudanças comportamentais (Sousa; Pinheiro; Machado, 2021).
Especificamente no contexto familiar, a psicoeducação tem se mostrado essencial na reabilitação de crianças com TEA, fortalecendo vínculos familiares, reduzindo comportamentos disfuncionais e promovendo o bem-estar dos envolvidos. Ao associar-se à ABA, permite identificar padrões de comportamento, analisar suas funções e propor intervenções direcionadas, o que é particularmente útil para famílias de crianças neurodiversas (Sousa; Pinheiro; Machado, 2021).
Intervenções que combinam psicoeducação e Análise do Comportamento voltadas a pais e cuidadores têm demonstrado impacto positivo no desenvolvimento de habilidades sociais das crianças e no bem-estar familiar. Ao compreender os estímulos antecedentes e consequências que influenciam os comportamentos dos filhos, os cuidadores podem aplicar estratégias baseadas em ABA que facilitam o manejo cotidiano, reduzem o estresse familiar e promovem relações saudáveis (Cardoso; Quevedo, 2021).
Além disso, programas psicoeducativos que incorporam princípios da ABA têm mostrado eficácia na promoção do envolvimento familiar e no desenvolvimento de competências práticas necessárias para o cuidado diário. Essas intervenções são bem recebidas pelas famílias, contribuindo para maior adesão aos tratamentos e para a consolidação de habilidades essenciais para o manejo das necessidades das crianças (Oliveira, 2009).
A psicoeducação tem se consolidado como uma prática efetiva em diferentes contextos, incluindo o apoio a cuidadores de pessoas com transtornos psicológicos, condições médicas diversas e demências. Quando aplicada em grupos ou combinada com outras técnicas cognitivas e comportamentais, apresenta resultados positivos significativos. Além de auxiliar diretamente os indivíduos afetados, a psicoeducação promove autoconsciência, automotivação, empatia e gestão emocional dos participantes, contribuindo para o bem-estar, desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e aumento da autoeficácia, ao mesmo tempo em que reduz pensamentos disfuncionais (Coelho, 2012; Lopes; Cachioni, 2012).
Estudos demonstram que pais habilidosos exercem impacto relevante no desenvolvimento social e acadêmico dos filhos, além de favorecerem comportamentos adequados. Santos e Wachelke (2019) destacam que programas de treinamento de habilidades sociais e parentais melhoram o repertório social de pais e filhos, promovendo relações mais positivas. De forma semelhante, Leme e Bolsoni-Silva (2010) identificaram que práticas parentais positivas, como expressão de sentimentos, enfrentamento de desafios e comunicação efetiva, estão associadas a filhos mais habilidosos e com menor incidência de problemas comportamentais.
Bolsoni-Silva e Loureiro (2019), em estudo de caso-controle com 36 mães, observaram que práticas parentais positivas se correlacionam com comportamentos habilidosos nos filhos, enquanto práticas negativas estão ligadas a problemas comportamentais. Martins et al. (2014), em pesquisa com 117 pais, evidenciaram que práticas parentais baseadas em afeto e controle adequado favorecem a competência acadêmica, ao passo que o controle psicológico prejudica as habilidades sociais.
Os estilos parentais, inicialmente propostos por Diana Baumrind e posteriormente expandidos por Maccoby e Martin, apresentam impactos distintos no desenvolvimento infantil. O estilo autoritativo, que combina exigência com responsividade adequada, favorece o desenvolvimento de habilidades sociais; o estilo autoritário, caracterizado por baixa responsividade e uso frequente de punições, pode gerar medo e ansiedade; o estilo indulgente, marcado pela ausência de regras e limites; e o estilo negligente, com baixa responsividade e controle, resulta em falta de envolvimento com os filhos. Práticas coercitivas ou negligentes, portanto, podem gerar efeitos negativos, como ansiedade e dificuldades na compreensão de regras e limites (Mondin, 2008).
Bolsoni-Silva, Loureiro e Marturano (2016) identificaram que mães com práticas parentais negativas, especialmente em contextos de depressão materna, apresentam maior frequência de problemas comportamentais nos filhos, enquanto habilidades sociais são mais prevalentes em ambientes com práticas parentais positivas. Mariano e Bolsoni-Silva (2016) destacaram que professores habilidosos promovem competências nas crianças por meio de imitação e feedback, enquanto educadores com dificuldades em lidar com problemas comportamentais podem reforçar padrões indesejáveis.
Del Prette e Del Prette (2018) discutiram a relação entre habilidades sociais e análise do comportamento, ressaltando a importância de processos como instrução, consequenciação e modelação para a aprendizagem de comportamentos desejáveis e a redução de comportamentos indesejáveis. Esses processos podem ocorrer de forma planejada ou aleatória, simultânea ou sequencial, sendo essenciais para o desenvolvimento de competências sociais. A implementação de práticas educativas voltadas a professores, incluindo a competência para ensinar habilidades de comunicação, estabelecer regras e reforçar comportamentos positivos, é crucial para a melhoria das habilidades sociais e prevenção de problemas comportamentais na escola, tornando o ambiente escolar um contexto estratégico para intervenção precoce.
Os benefícios da psicoeducação incluem melhora na adesão ao tratamento, impacto positivo na qualidade de vida e nas atividades diárias (Menezes; Souza, 2012). Quando aplicada em grupos, favorece a criação de redes de apoio, troca de experiências e aprendizado coletivo, resultando na aquisição de novas habilidades (Cuevas-Cancino; Moreno-Pérez, 2017). Programas de treinamento direcionados a pais e cuidadores têm mostrado resultados promissores, como o aprimoramento das práticas parentais, incremento das habilidades sociais das crianças e redução de comportamentos problemáticos (Coelho; Murta, 2007; Guisso; Bolze; Vieira, 2019).
Estilos parentais baseados em afeto, controle adequado e comunicação assertiva estão associados ao desenvolvimento de competências acadêmicas, sociais e emocionais, enquanto práticas autoritárias ou negligentes podem gerar ansiedade, medo e dificuldades de adaptação nas crianças (Mondin, 2008; Martins et al., 2014; Bolsoni-Silva; Loureiro, 2019). Esses achados reforçam a relevância da psicoeducação como ferramenta de apoio à parentalidade e promoção de habilidades sociais, tanto no contexto familiar quanto escolar.
A psicoeducação é uma abordagem que combina elementos educativos e terapêuticos, oferecendo informações claras e práticas para indivíduos e famílias que lidam com condições específicas. Segundo Alves et al. (2024), essas intervenções são amplamente utilizadas para promover a saúde mental, demonstrando efeitos positivos na vida dos participantes diante de situações de adoecimento. A psicoeducação é especialmente efetiva em contextos clínicos voltados para populações neurodiversas, proporcionando suporte informativo e emocional.
A Análise do Comportamento, por sua vez, oferece uma base científica sólida para compreender e modificar comportamentos, enfatizando a interação contínua entre organismo e ambiente. Sampaio (2005) destacou a importância da análise das contingências que sustentam os comportamentos, aplicando essa perspectiva em contextos educacionais, de saúde e familiares, com resultados significativos na melhoria da qualidade de vida.
No âmbito familiar, a Análise do Comportamento permite compreender como práticas parentais influenciam o desenvolvimento infantil. Leme e Bolsoni-Silva (2010, p. 154) enfatizam que “práticas parentais positivas, como expressão de sentimentos e comunicação clara, estão associadas a menos problemas comportamentais e maior desenvolvimento de habilidades sociais nas crianças”. Dessa forma, programas que integram psicoeducação e princípios comportamentais podem transformar significativamente as dinâmicas familiares.
A psicoeducação em grupo oferece benefícios adicionais, proporcionando espaços de troca de experiências e construção de redes de apoio. Cuevas-Cancino e Moreno-Pérez (2017, p. 82) afirmam que “a troca de experiências entre participantes proporciona redes de apoio, facilita a aprendizagem coletiva e promove a aquisição de novas habilidades”. Esses grupos permitem que os pais compartilhem desafios e estratégias, fortalecendo a sensação de pertencimento e compreensão mútua.
As práticas parentais desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil. Mondin (2008, p. 44) apontou que “pais que adotam estilos parentais autoritativos, caracterizados por alta responsividade e controle adequado, tendem a criar ambientes que promovem a autonomia e as habilidades sociais das crianças”. Em contraste, estilos autoritários ou negligentes podem gerar impactos negativos no comportamento e no desenvolvimento infantil.
Além disso, a integração de abordagens terapêuticas potencializa os benefícios da psicoeducação. Lopes e Cachioni (2012, p. 88) observaram que essas intervenções “aumentam a sensação de autoeficácia, reduzem pensamentos disfuncionais e promovem estratégias de enfrentamento mais adaptativas”. Souza (2018, p. 89) acrescentou que “a psicoeducação deve incluir estratégias que validem as emoções dos indivíduos neurodivergentes, ajudando-os a desenvolver mecanismos de autorregulação e resiliência”, promovendo ambientes mais acolhedores e inclusivos.
No contexto dos cuidadores, a psicoeducação fornece informações essenciais sobre características da neurodivergência, permitindo práticas parentais mais eficazes. Conforme Leme e Bolsoni-Silva (2010, p. 154), “a expressão de sentimentos e a comunicação clara estão associadas a menos problemas comportamentais e maior desenvolvimento de habilidades sociais em crianças neurodivergentes”, demonstrando que pais bem-informados estão mais preparados para enfrentar desafios diários e fomentar um ambiente familiar positivo.
Grupos de psicoeducação para famílias de crianças neurodivergentes oferecem vantagens adicionais, como ampliação da visão sobre os desafios enfrentados e criação de estratégias coletivas de enfrentamento. A abordagem do tema neurodiversidade na psicoeducação deve, ainda, considerar o impacto do estigma social. Rosqvist et al. (2020, p. 37) afirmam que “a desinformação sobre a neurodivergência perpetua preconceitos e limitações, enquanto a educação e a conscientização promovem inclusão e empoderamento”. Dessa forma, programas psicoeducativos precisam incluir estratégias que combatam o estigma, promovendo uma visão mais ampla e positiva das diferenças neurológicas.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa caracterizou-se como uma revisão integrativa da literatura, um método que permite reunir e sintetizar resultados de estudos anteriores sobre um tema específico, de forma sistemática e abrangente. Essa abordagem possibilita a análise de evidências já publicadas, a identificação de lacunas no conhecimento e a proposição de novas perspectivas de investigação, articulando diferentes enfoques teóricos e metodológicos (Mendes; Silveira; Galvão, 2008). Assim, a revisão integrativa se apresenta como estratégia adequada para compreender os impactos da psicoeducação na vida de mães de crianças neurodiversas.
De acordo com Polit e Beck (2011), a revisão integrativa possibilita a combinação de dados empíricos e teóricos, favorecendo conclusões mais consistentes e baseadas em evidências. Essa metodologia é particularmente relevante em áreas da saúde, psicologia e educação, onde os fenômenos são complexos e multifatoriais. Além disso, autores clássicos da metodologia científica, como Gil (2002) e Lakatos e Marconi (2010), destacaram a importância da revisão sistemática da literatura como recurso essencial para mapear o estado atual do conhecimento e assegurar a reprodutibilidade da pesquisa.
O processo metodológico adotado nesta revisão seguiu as etapas propostas por Whittemore e Knafl (2005), adaptadas por Mendes, Silveira e Galvão (2008). Primeiramente, definiu-se a questão de pesquisa, voltada para a análise de intervenções psicoeducativas dirigidas a mães de crianças neurodiversas e seus impactos no bem-estar psicológico e na qualidade do cuidado. Em seguida, foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão: consideraram-se artigos publicados entre 2009 e 2025, em português, inglês e espanhol, disponíveis em texto completo, que abordassem práticas psicoeducativas relacionadas ao cuidado materno de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH ou outras condições de neurodiversidade. Excluíram-se estudos duplicados, revisões de escopo não integrativas e artigos sem acesso integral.
A coleta de dados foi realizada nas bases PubMed, Scopus, SciELO e PsycINFO, utilizando os descritores em inglês e português: “psychoeducation” ou “psicoeducação”, “neurodiverse children” ou “crianças neurodiversas”, “parental support” ou “apoio parental”, e “caregiver intervention” ou “intervenção com cuidadores”.
A triagem ocorreu em duas fases: leitura preliminar de títulos e resumos e, posteriormente, leitura crítica dos textos completos selecionados. Em seguida, foi feita a extração e sistematização dos dados, organizados em quadros analíticos contendo informações sobre autor, ano, objetivos, população estudada, tipo de intervenção, métodos aplicados e principais resultados.
Figura 1 – Termos de busca utilizados
| TERMOS DE BUSCA | BASES DE DADOS CONSULTADAS | DESCRIÇÃO DA BUSCA |
| “Psicoeducação” OR “Psychoeducation” | SciELO, PubMed | Busca inicial para identificar estudos teóricos e empíricos sobre psicoeducação. |
| “Psicoeducação” AND “crianças neurodiversas” | SciELO, Scopus, PsycINFO | Foco em estudos sobre famílias e intervenções educativas voltadas à neurodiversidade. |
| “Psicoeducação” AND “mães” OR “cuidadores” | PubMed, Scopus | Seleção de artigos voltados ao apoio emocional e à parentalidade. |
| “Psicoeducação” AND “Análise do Comportamento Aplicada” | SciELO, PsycINFO | Identificação de estudos que abordam a integração entre psicoeducação e ABA. |
| “Psicoeducação” AND “qualidade de vida” | Scopus, PubMed | Estudos que analisam o impacto da psicoeducação sobre o bem-estar psicológico e familiar. |
Os estudos foram analisados criticamente, com vistas à identificação de lacunas e contribuições relevantes. Essa síntese possibilitou não apenas mapear os benefícios e limitações das intervenções psicoeducativas, mas também compreender seu potencial transformador na vida das mães e das famílias. Dessa forma, a metodologia adotada garantiu rigor científico, clareza e reprodutibilidade, em consonância com os princípios defendidos por autores clássicos da metodologia científica, assegurando validade às conclusões apresentadas neste trabalho.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A presente revisão integrativa permitiu reunir evidências científicas publicadas entre 2009 e 2025 acerca dos impactos das intervenções psicoeducativas voltadas a mães e cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições do neurodesenvolvimento. Foram incluídos dois estudos empíricos, sete revisões sistemáticas e seis estudos com intervenções. A análise revelou uma convergência significativa entre os achados, que destacam o papel da psicoeducação como recurso efetivo na redução do estresse parental, no aprimoramento das práticas de cuidado e na ampliação das redes de apoio social.
Os ensaios clínicos controlados de Hemdi e Daley (2017) e Kaçan et al. (2023) evidenciaram que intervenções estruturadas, mesmo quando realizadas de forma remota, são capazes de promover ganhos significativos na saúde mental materna. No estudo de Hemdi e Daley (2017), mães de crianças com TEA que participaram de sessões psicoeducativas via WhatsApp apresentaram redução expressiva de sintomas depressivos e de estresse, demonstrando a eficácia de estratégias digitais acessíveis. De modo semelhante, Kaçan et al. (2023) observaram diminuição do estigma internalizado e da sobrecarga de cuidado entre cuidadores que receberam seis semanas de atendimento psicoeducativo individualizado. Esses resultados reforçam a importância das tecnologias de comunicação como meios de ampliar o alcance e a efetividade de programas voltados a famílias de crianças neurodiversas.
Em contrapartida, Patra, Arun e Chavan (2015) conduziram um estudo piloto presencial na Índia, cujo módulo de psicoeducação foi associado ao aumento significativo do conhecimento parental sobre o TEA e a diminuição do estresse emocional. Os autores destacaram a relevância de combinar informação científica e estratégias práticas de enfrentamento, favorecendo a compreensão dos comportamentos infantis e a melhoria da relação pais-filhos.
As revisões sistemáticas de Deb et al. (2020) e Conrad et al. (2021) reforçaram tais evidências ao sintetizar dados de múltiplos ensaios clínicos. Ambas apontaram que treinamentos parentais com componentes psicoeducativos reduzem o estresse e melhoram o repertório de manejo comportamental das famílias. Contudo, alertaram para a heterogeneidade metodológica entre os estudos, indicando a necessidade de padronização dos programas e avaliação de longo prazo. Tais revisões fundamentam cientificamente a relevância de políticas públicas que integrem a psicoeducação a serviços de saúde e reabilitação infantil.
No contexto latino-americano, Rojas-Torres et al. (2020) analisaram 51 estudos sobre intervenção precoce mediada pelos pais, identificando efeitos positivos tanto no desenvolvimento das crianças quanto na auto confiança parental. Essa perspectiva é reforçada por Fernandes (2011), em pesquisa brasileira conduzida com mães de crianças com TEA, que evidenciou o impacto das orientações terapêuticas na melhoria das práticas comunicativas e na percepção de competência das mães. Ambos os estudos ressaltaram o potencial transformador da psicoeducação em contextos comunitários e de serviços públicos, especialmente em países em desenvolvimento, onde o acesso a terapias especializadas ainda é limitado.
Além disso, Cardoso e Quevedo (2021) verificaram que programas psicoeducativos voltados a pais e cuidadores de crianças com TEA contribuem significativamente para o aprimoramento das habilidades de comunicação, autocontrole emocional e estratégias de manejo comportamental. A pesquisa evidenciou que, ao favorecer o compartilhamento de experiências e a troca de informações, os grupos de psicoeducação fortalecem o sentimento de pertencimento e reduzem o isolamento social das famílias.
De modo semelhante, Caparroz e Soldera (2022) analisaram o impacto do diagnóstico de TEA nas dinâmicas familiares e destacaram que o suporte psicoeducativo contribuiu para reduzir o sofrimento emocional e reorganizar papéis parentais. O estudo reforçou a importância de oferecer espaços de escuta e acolhimento às mães, possibilitando a ressignificação das experiências e o enfrentamento mais saudável das demandas do cuidado.
No campo teórico, Alves et al. (2024) destacaram a psicoeducação como uma prática de saúde mental centrada no empoderamento do sujeito e na ampliação do repertório de enfrentamento diante do sofrimento psíquico. Os autores enfatizaram que, aplicada em contextos de neurodiversidade, a psicoeducação favorece o desenvolvimento da autonomia e do sentimento de competência parental, funcionando como ferramenta de prevenção em saúde mental.
De forma complementar, Oliveira (2009) analisou as técnicas psicoeducacionais aplicadas a famílias de crianças com autismo infantil, demonstrando que o acesso à informação e a orientações sistematizadas são fatores determinantes para o fortalecimento emocional e para o engajamento ativo no processo terapêutico. O estudo foi um dos pioneiros a abordar a importância da psicoeducação no contexto brasileiro, servindo de base para as intervenções contemporâneas.
Estudos recentes ampliaram a discussão para o campo das intervenções digitais e híbridas. Lu et al. (2024) demonstraram que cursos remotos de suporte parental podem reduzir a sobrecarga emocional e melhorar a disposição para o cuidado, apontando para a viabilidade de modelos online e sua aplicabilidade em larga escala. De forma complementar, Mavroeidi et al. (2024) avaliaram um módulo integrativo de treinamento parental (IMpACT), evidenciando melhorias na autoeficácia, no manejo comportamental e na qualidade da interação entre pais e filhos.
Por fim, a revisão de Van Niekerk et al. (2023) destacou a relação direta entre comportamentos desafiadores das crianças, estigma social e sobrecarga dos cuidadores. Os autores apontaram que a psicoeducação e o fortalecimento das redes de apoio social são fatores essenciais para mitigar esses efeitos, reduzir o isolamento e promover maior qualidade de vida às famílias.
Tabela 1 – Síntese dos estudos incluídos na Revisão Integrativa
| Autor(es) / Ano | Objetivo do Estudo | Método / Tipo de Estudo | Contexto / Amostra | Principais Resultados | Conclusões |
| Alves et al. (2024) | Revisar a psicoeducação em saúde mental | Revisão sistemática | Estudos nacionais e internacionais | Evidência eficácia da psicoeducação em variados contextos | Aponta psicoeducação como prática baseada em evidências e necessidade de implementação |
| Caparroz; Soldera (2022) | Analisar impacto do diagnóstico de TEA nas famílias | Estudo empírico | Famílias com crianças com TEA | Diagnóstico afeta relações familiares e funcionamento emocional | Suporte psicoeducacional reduz impacto e melhora enfrentamento |
| Cardoso; Quevedo (2021) | Avaliar psicoeducação sobre necessidades emocionais de pais e cuidadores | Estudo empírico | Pais e cuidadores de crianças com TEA | Psicoeducação melhora habilidades sociais e estratégias de enfrentamento | Estratégia eficaz de suporte familiar |
| Conrad et al. (2021) | Revisar intervenções mediadas por pais e seus efeitos parentais e infantis | Revisão sistemática/ meta-análise | Diversos RCTs internacionais | Indica efeitos positivos em desfechos parentais e infantis; hetero-geneidade metodológica | PMIs/psicoeducação são promissoras, mas precisam de padronização |
| Deb et al. (2020) | Avaliar eficácia de treinamentosparentais para crianças com TEA | Revisão sistemática e meta-análise | Estudos controlados internacionais | Redução do estresse parental e melhorias em comportamentos infantis (variável entre estudos) | Evidência favorável; demanda por RCTs maiores e padronizados |
| Fernandes (2011) | Orientar mães sobre comunicação e linguagem no TEA | Intervenção aplicada /relato | Mães de crianças com TEA (serviço brasileiro) | Melhora nas práticas comunicativas e conhecimento materno | Orientações favorecem práticas parentais e suporte emocional |
| Hemdi & Daley (2017) | Avaliar eficácia de intervenção psico educativa via WhatsApp para mães de crianças com TEA | Ensaio randomizado controlado (RCT) | Mães de crianças com TEA | Redução significativa do estresse parental e sintomas depressivos | Intervenções mediadas por tecnologia são viáveis e eficazes |
| Kaçan et al. (2023) | Analisar impacto de psicoeducação individual sobre estigma e carga do cuidador | Ensaio randomizado controlado | Cuidadores primários de crianças com TEA | Redução do estigma internalizado e percepção de carga | Programas individuais podem ser eficazes para sofrimentosubjetivo |
| Lu et al. (2024) | Avaliar curso remoto de suporte parental sobre saúde mental e práticas de cuidado | Estudo experimental/ quase experimental (remoto) | Pais/cuidadores de crianças neurodiversas (amostra online) | Redução da sobrecarga parental e aumento de autoeficácia | Intervenções remotas são escaláveis e eficazes |
| Mavroeidi et al. (2024) | Desenvolver e avaliar módulo integrativo de treinamento parental (IMpACT/InP ACT) | Estudo de desenvolvimento e avaliação piloto | Pais participantes de módulo piloto | Melhora da autoeficácia e manejo comportamental | Módulos integrativos são promissores para capacitação parental |
| Oliveira (2009) | Analisar técnicaspsicoeducacionais no autismo infantil | Revisão teórica | Contexto clínico — famílias com TEA | Aponta a psicoeducação como recurso complementar no cuidado | Potencial de apoio às famílias e base teórica para intervenções |
| Patra et al. (2015) | Impacto de módulo de psicoeducação em pais de crianças com TEA | Estudo piloto / pré-pós | Pais/cuidadores em contexto clínico | Melhora no conhecimento sobre TEA e redução do estresse parental | Módulo factível e aceitável em contextos com poucos recursos |
| Rojas Torres et al. (2020) | Rever intervenção precoce mediada por pais e seus efeitos | Revisão sistemática | Estudos internacionais (intervenção precoce) | Participação parental relacionada a ganhos em linguagem e confiança parental | Programas parentais são promissores para desfechos infantis e parentais |
| Sousa, Pinheiro & Machado (2021) | Discutir psicoeducação familiar em TEA | Revisão narrativa | Famílias com TEA | Psicoeducação apoia reabilitação e engajamento familiar | Estratégia essencial para envolvimento familiar e reabilitação |
| Van Niekerk et al. (2023) | Investigar carga do cuidador e fatores associados em TEA | Revisão narrativa/síntese | Estudos sobre cuidadores em diferentes contextos | Comportamentos desafiadores e estigma associados a maior sobrecarga; necessidade de apoio | Suporte e psicoeducação são cruciais para reduzir isolamento e sobrecarga |
De forma geral, os resultados desta revisão indicaram que a psicoeducação constitui uma estratégia de intervenção de alta relevância clínica e social. Além de promover bem-estar psicológico e reduzir sintomas de estresse e depressão, os programas psicoeducativos favoreceram o desenvolvimento de habilidades parentais, ampliaram o repertório de enfrentamento e fortaleceram o vínculo afetivo com as crianças neurodiversas. A literatura revisada demonstrou que, quando incorporadas de modo contínuo e contextualizado, as ações psicoeducativas têm potencial para transformar o cuidado familiar, atuando não apenas sobre o sofrimento individual, mas sobre as dinâmicas relacionais e a percepção de competência materna.
Assim, a revisão integrativa realizada neste estudo indicou a importância da psicoeducação como prática baseada em evidências, capaz de subsidiar programas de intervenção, políticas públicas e estratégias de apoio voltadas à promoção da saúde mental de mães e cuidadores de crianças neurodiversas.
5. CONCLUSÃO
A análise realizada ao longo deste trabalho evidenciou que a psicoeducação voltada para mães de crianças neurodiversas representa uma ferramenta essencial para o fortalecimento do cuidado parental. Os estudos discutidos demonstraram que essa prática contribuiu para ampliar o conhecimento sobre o transtorno, desenvolver estratégias de manejo comportamental e reduzir a sobrecarga emocional enfrentada pelas famílias.
Constatou-se também que a psicoeducação não se limita a transmitir informações, mas também promove mudanças significativas no ambiente familiar, favorecendo o desenvolvimento das crianças e a melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos. Dessa forma, pode-se afirmar que a integração da psicoeducação ao contexto clínico e social responde de maneira eficaz aos objetivos deste estudo, reafirmando sua relevância como prática de apoio às famílias de crianças neurodiversas.
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1Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Católica do Tocantins – UNICATÓLICA, Palmas/ TO. Trabalho de Conclusão de Curso; e-mail: jaquelynematos836@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Católica do Tocantins – UNICATÓLICA, Palmas/ TO. Doutora em Ciências do Comportamento; e-mail: beatriz.dupre@gmail.com.br.
