PSICOEDUCAÇÃO PARA MÃES DE CRIANÇAS NEURODIVERSAS: MELHORANDO O CUIDADO COM OS FILHOS

PSYCHOEDUCATION FOR MOTHERS OF NEURODIVERSE CHILDREN: IMPROVING CHILD CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202511092156


Jaquelyne França de Matos1
Ana Beatriz Dupré Silva2


Resumo 

O presente artigo teve como objetivo analisar os impactos de grupos de psicoeducação na saúde  mental e no bem-estar de mães de crianças neurodiversas. Trata-se de uma revisão integrativa  da literatura. A busca foi realizada nas bases PubMed, Scopus, SciELO e PsycINFO, utilizando  descritores relacionados à psicoeducação, mães e neurodiversidade. Foram incluídos estudos  publicados entre 2009 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra  e que abordaram intervenções psicoeducacionais voltadas ao cuidado materno de crianças com  condições do neurodesenvolvimento. Os resultados revelaram que programas psicoeducativos  favorecem a redução do estresse e da sobrecarga emocional, aprimoram o manejo  comportamental e ampliam o conhecimento sobre os transtornos, fortalecendo o vínculo afetivo  e promovendo maior autoeficácia no cuidado. Além disso, a troca de experiências e o suporte  social presentes em grupos contribuem para a resiliência e o bem-estar psicológico das mães.  Concluiu-se que a psicoeducação se configura como prática baseada em evidências e é essencial  para fomentar ambientes familiares mais acolhedores, subsidiando ações clínicas e políticas  públicas voltadas à promoção da saúde mental de mães de crianças neurodiversas. 

Palavras-chave: Psicoeducação; mães; crianças neurodiversas; Análise do Comportamento Aplicada;  qualidade de vida.

1. INTRODUÇÃO 

O cuidado de crianças neurodiversas constitui-se um desafio, especialmente para as  mães que, na maioria das vezes, assumem um papel central na rotina, no acompanhamento terapêutico e no desenvolvimento global dos filhos. Pesquisas recentes evidenciam que mães  de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outras condições relacionadas à neurodiversidade enfrentam  sobrecarga emocional significativa, impactando diretamente sua saúde mental, seu bem-estar  psicológico e a qualidade das interações familiares (Gomes, 2022). Esse cenário demanda não  apenas resiliência, mas também acesso a informações, estratégias de manejo e suporte social  adequado, fatores que muitas vezes ficam limitados em contextos socioculturais desiguais. 

Diante dessa realidade, a psicoeducação surge como uma intervenção efetiva e  necessária, tratando-se de um processo que articula informações teóricas e práticas sobre  condições clínicas e comportamentais, ao mesmo tempo em que oferece suporte emocional aos cuidadores. Mais do que transmitir conhecimento, a psicoeducação busca ajudar as mães,  ampliando sua percepção de competência parental, fortalecendo vínculos familiares e  promovendo o autocuidado. Nesse sentido, programas de psicoeducação desenvolvidos em espaços de saúde e reabilitação constituem uma rede de apoio essencial, favorecendo o  enfrentamento das demandas cotidianas (Dessen; Polonia, 2007). 

Estudos internacionais corroboram a relevância dessa abordagem. Keen et al. (2010)  demonstraram que intervenções centradas nos pais, voltadas para estratégias de manejo de  crianças com TEA, reduziram significativamente o estresse parental e aumentaram a confiança  materna no cuidado. Além disso, a literatura destacou que ações psicoeducativas facilitaram a  criação e o fortalecimento de redes de apoio social, fator crucial para a melhoria da qualidade  de vida de famílias que lidam com a neurodiversidade (Cuzzocrea et al., 2016). 

Apesar dessas evidências, ainda existe uma lacuna no suporte oferecido às mães no  contexto brasileiro, tanto no campo institucional quanto nas políticas públicas. Muitas vezes,  essas mães enfrentam isolamento social, estigma, dificuldades financeiras e ausência de  recursos terapêuticos acessíveis, o que amplia os riscos de adoecimento mental, como estresse,  ansiedade e depressão (Alves; Gameiro; Biazi, 2022; Moreira; Lopes; Nogueira de Paulo,  2023). 

A problematização central que norteou o estudo sobre o tema foi: como programas de  psicoeducação poderiam contribuir para a melhoria das relações familiares e do bem-estar  psicológico das mães de crianças neurodiversas, promovendo, ao mesmo tempo, um cuidado  mais efetivo para seus filhos? Compreender esse tema foi fundamental, pois muitas mães  enfrentam a sobrecarga de lidar com as necessidades específicas dos filhos, sem conhecer  estratégias adequadas de enfrentamento e sem uma rede de apoio qualificada para auxiliá-las.

A psicoeducação para mães de crianças neurodiversas não se configura apenas como  uma intervenção prática, mas também como uma estratégia de apoio emocional e psicológico  essencial para a construção de relações familiares mais saudáveis e para a promoção de um  cuidado mais efetivo. É fundamental compreender e atender tais demandas das mães de crianças  neurodiversas, ampliando o conhecimento acerca dos desafios enfrentados por elas. 

Diante de um cenário em que essas mães ainda enfrentam desafios significativos e,  muitas vezes, se veem em situação de isolamento, programas de psicoeducação apresentam o  potencial de transformar a experiência parental. Além de oferecer suporte no enfrentamento das  dificuldades, tais programas disponibilizam ferramentas para o fortalecimento dos vínculos  familiares e para a melhoria da qualidade de vida das mães e de seus filhos. 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

A neurodiversidade representa uma mudança paradigmática ao compreender que o  autismo e outras formas de funcionamento neurológico não devem ser interpretados como  desvios ou deficiências, mas como manifestações legítimas da diversidade humana. Essa  perspectiva valoriza as diferenças cognitivas e rejeita a lógica da normalização, promovendo o  reconhecimento das singularidades como parte essencial da condição humana (Araujo; Silva;  Zanon, 2023). 

O termo “neurodiversidade” foi introduzido pela socióloga australiana Judy Singer, no  final da década de 1990, ao propor uma nova forma de compreender as diferenças neurológicas.  Para a autora, tais diferenças deveriam ser equiparadas à diversidade cultural, étnica ou de  gênero, de modo a combater a visão patologizante do autismo e a ressaltar as singularidades  cognitivas como expressões legítimas da variação humana (Araujo; Silva; Zanon, 2023). 

Segundo Ortega (2008), o movimento da neurodiversidade se sustenta no conceito de  “sujeito cerebral”, concebendo a neurodivergência como parte integrante das minorias sociais  e do movimento em defesa da diversidade. Nessa perspectiva, a neurodiversidade constitui uma  alternativa crítica frente a dois paradigmas historicamente dominantes: o modelo psicologizante  da psicanálise e o enfoque biomédico da deficiência. 

O movimento social da neurodiversidade surgiu como uma resposta política à  patologização do autismo, reivindicando o reconhecimento das diferenças neurológicas como  parte da diversidade humana e articulando uma crítica aos discursos médicos que  historicamente culpabilizam as mães por características dos filhos autistas (Bliacheris;  Hernandez, 2024). Esse cenário contribuiu para a sobrecarga emocional dessas mulheres,  tornando evidente a necessidade de suporte psicológico e social adequado, uma vez que as mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam desafios significativos  relacionados à saúde mental e à qualidade de vida (Martins et al., 2022).  Nesse contexto, o movimento da neurodiversidade emergiu com a finalidade de  valorizar as pessoas autistas a partir de suas habilidades singulares e de suas formas próprias de  interpretar e interagir com o mundo. De acordo com Donvan e Zucker (2009, p. 533), essa  abordagem amplia o entendimento do autismo e fomenta uma visão mais positiva e  potencializadora das diferenças neurológicas: 

O avanço do conceito de neurodiversidade ganhou força graças ao reconhecimento da síndrome de Asperger no final do século XX. Lorna Wing desempenhou um papel crucial ao argumentar que o autismo deveria ser entendido como um espectro amplo e complexo. Esse entendimento foi oficialmente incorporado em 1994, na publicação do DSM-IV, ampliando significativamente os limites do diagnóstico. Sem esses dois marcos, seria improvável que a concepção original de autismo, proposta por Leo Kanner em 1943, se expandisse para incluir indivíduos altamente capazes, como Alex Plank, Michael John Carley e Ari Ne’eman, entre outros. A inclusão desses indivíduos no espectro reforçou o movimento da neurodiversidade, fortalecendo os argumentos e a atuação de seus defensores e promotores (Donvan; Zucker, 2009, p. 533). 

É relevante destacar que o movimento em defesa da neurodiversidade não se opõe ao  uso de tratamentos ou terapias voltadas às pessoas neurodivergentes. O que se propõe,  entretanto, é que essas intervenções sejam orientadas para a promoção da autonomia e da  independência, evitando práticas que imponham a conformidade rígida a padrões considerados  neurotípicos (Souza, 2018). De acordo com Souza (2018), essa perspectiva enfatiza a  valorização das características individuais e a oferta de um suporte que seja, ao mesmo tempo,  respeitoso. Nesse sentido, compreende-se que: 

Neurodiversidade é a noção de que condições neurológicas diferentes do “padrão” são  variações naturais, ou seja, são parte da diversidade humana. Elas não se devem a uma  tragédia, um “desequilíbrio cerebral” ou a uma “limitação”. São apenas conexões  neurais diferentes (Souza, 2018, p.1). 

Embora o paradigma da neurodiversidade se apresente como uma forma legítima de  reconceituar a deficiência, sua relevância ultrapassa o âmbito acadêmico. Schuck et al. (2022)  apontam que as intervenções voltadas ao autismo, ainda fortemente influenciadas pelo modelo  médico, podem ser ressignificadas à luz dos princípios da neurodiversidade por meio das  Intervenções Comportamentais Naturalísticas de Desenvolvimento (NDBIs). 

A psicoeducação constitui-se em uma estratégia de intervenção que articula aspectos  educativos e terapêuticos, com a finalidade de capacitar indivíduos e famílias no enfrentamento  de condições psicológicas e comportamentais. No contexto clínico, exerce papel central ao  oferecer informações sobre os transtornos, propor estratégias práticas de manejo  comportamental e fornecer suporte emocional às famílias de crianças neurodiversas.

A capacitação parental por meio da psicoeducação também influencia positivamente o  ambiente familiar. Rodrigues e Soares (2024) ressaltam que o desenvolvimento de  competências sociais educativas entre mães e pais de crianças com TEA é essencial para  fortalecer práticas parentais eficazes, resultando em contextos mais adaptativos. Assim, ao  incorporar a psicoeducação na prática clínica, os profissionais não apenas potencializam o  progresso da criança, mas igualmente promovem melhorias significativas na qualidade de vida  familiar. 

Outro aspecto relevante é a associação entre a psicoeducação e a Análise do  Comportamento, que amplia seus benefícios ao fornecer não somente fundamentos teóricos  sobre condições comportamentais, mas também instrumentos práticos para o manejo de  condutas desafiadoras. Nesse sentido, ao instruir mães quanto ao uso de estratégias de reforço  e extinção de comportamentos inadequados, a psicoeducação favorece um enfrentamento mais  acertado de situações cotidianas, refletindo em impactos positivos sobre a dinâmica familiar  como um todo. 

A psicoeducação familiar também desempenha papel crucial no tratamento de  transtornos mentais em geral, trazendo benefícios tanto para os pacientes, pela redução das  recaídas, quanto para os familiares, pela diminuição da sobrecarga emocional. Essa perspectiva  reforça a necessidade de informar e apoiar as famílias, como salientaram Menegalli, Silva e  Oliveira (2021). Revisões sistemáticas, como a de Mottaghipour e Tabatabaee (2019),  evidenciam que essa prática é decisiva no suporte a pacientes e familiares, além de contribuir  para o processo educacional e terapêutico. 

O estudo conduzido por Mottaghipour e Tabatabaee (2019), que analisou 48 pesquisas  sobre psicoeducação em transtornos mentais graves no Irã — incluindo esquizofrenia,  transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar —, apontou reduções expressivas nas taxas de  recaída e novas hospitalizações, bem como diminuição do estresse e da sobrecarga familiar.  Tais resultados evidenciaram a eficácia da psicoeducação mesmo em contextos de recursos  limitados, ressaltando que negligenciar sua aplicação no cuidado clínico seria um equívoco. 

Os autores destacaram, entretanto, que fatores culturais e estruturais ainda podem limitar  sua implementação. Apesar disso, defendem que a psicoeducação deve integrar  obrigatoriamente as intervenções psicossociais, ampliando as oportunidades de promoção da qualidade de vida tanto de pacientes quanto de familiares. 

Brown et al. (2020) exploraram a aplicação da psicoeducação em contextos escolares,  ressaltando sua importância para o apoio a estudantes, famílias e profissionais da educação.  Nessas situações, a psicoeducação é frequentemente conduzida por psicólogos escolares, que aliam conhecimentos sobre saúde mental, dificuldades de aprendizagem e mediação da família escolar. As ações incluem desde a disseminação de materiais informativos até a organização de  grupos psicoeducacionais voltados ao bem-estar acadêmico, comportamental e socioemocional  dos alunos. 

Apesar dos avanços, os estudos apontaram limitações, como a falta de dados sobre a  sustentabilidade dos resultados a longo prazo (Dahl et al., 2020) e a dificuldade de medir  diretamente o impacto em algumas áreas, como a qualidade de vida (Katsuki et al., 2018). Além  disso, o número reduzido de sessões pode limitar os efeitos, como observado em Katsuki et al.  (2018). Pesquisas futuras devem explorar intervenções mais longas e incluir avaliações de  impacto em diferentes contextos culturais e econômicos. 

A presença de uma criança neurodiversa exerce impacto significativo na dinâmica  familiar, trazendo desafios emocionais, financeiros e sociais para os cuidadores. Pesquisas  indicaram que mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente  enfrentam elevados níveis de estresse e sobrecarga emocional. Tinoco et al. (2022)  identificaram sintomas de estresse em 78,2% das mães participantes, evidenciando a  necessidade de estratégias de intervenção voltadas ao apoio dessas cuidadoras. 

De maneira complementar, Faro et al. (2019) observaram que mães que apresentam  estresse percebem quase o dobro da sobrecarga em comparação àquelas sem estresse, enquanto  estas últimas relatam maior suporte familiar, especialmente em aspectos relacionados à  afetividade e à autonomia. Esses achados destacam a relevância do suporte social adequado na  redução do estresse e na promoção do bem-estar materno em famílias com crianças  neurodiversas. 

Além disso, estudos apontam que o autoestigma é recorrente entre mães de crianças com  TEA, especialmente quando há sobrecarga emocional e ausência de suporte apropriado (Lima  et al., 2024). Nesse contexto, intervenções como a psicoeducação têm demonstrado eficácia na  mitigação desses impactos, oferecendo informações claras sobre os transtornos e estratégias  práticas de enfrentamento, o que contribui para o desenvolvimento de resiliência e para a  criação de um ambiente familiar mais acolhedor para as crianças. 

Figueiredo et al. (2024) investigaram as adaptações familiares diante de diagnósticos de  neuropatias e neurodivergências em crianças, utilizando uma abordagem exploratória e  transversal. A pesquisa combinou revisão bibliográfica e estudo de caso, com a coleta de dados  realizada por meio de questionários em entrevistas individuais com pais ou responsáveis. O  objetivo foi compreender o processo de adaptação familiar desde a descoberta do diagnóstico, a continuidade do tratamento até as orientações recebidas no momento da identificação da  condição, evidenciando como as famílias reorganizam suas rotinas e estratégias de cuidado. De forma semelhante, Caparroz e Soldera (2022) analisaram os impactos do diagnóstico  de TEA nas famílias, abordando as repercussões emocionais, sociais e organizacionais no  ambiente familiar. Os autores identificaram que o diagnóstico frequentemente provoca desafios  que demandam uma reorganização significativa das dinâmicas familiares. A pesquisa teve  como objetivos específicos avaliar os sintomas e manifestações clínicas desde os primeiros  meses de vida até o diagnóstico, compreender os impactos emocionais e estruturais no núcleo  familiar e analisar os processos de adaptação que ocorrem posteriormente. Por meio de revisão  bibliográfica, foram explorados textos e livros que abordam o diagnóstico do TEA e suas  implicações. 

Os resultados indicaram que o diagnóstico de TEA afeta profundamente a rotina e as  relações familiares, desencadeando sentimentos como negação, luto, aceitação e superação. O  processo de adaptação envolve ajustes na dinâmica familiar, planejamento do cuidado e busca  por recursos de apoio, reforçando a importância de intervenções que considerem não apenas a  criança, mas toda a família, promovendo um suporte integral (Caparroz; Soldera, 2022). 

A combinação de psicoeducação com a Análise do Comportamento Aplicada (ABA)  constitui uma abordagem abrangente e eficaz no apoio a famílias de crianças neurodiversas.  Enquanto a psicoeducação proporciona informações e suporte emocional para promover o  entendimento das condições e o desenvolvimento de habilidades, a ABA oferece estratégias  baseadas em evidências para a modificação sistemática de comportamentos específicos.  Técnicas da ABA, como o ensino intensivo e individualizado, demonstram eficácia na  adaptação escolar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), facilitando sua  integração e progresso no ambiente educacional (Massalai; Coutinho, 2020). 

A psicoeducação, ao combinar a disseminação de informações com suporte psicológico,  fortalece o entendimento de condições de saúde mental e promove a melhoria da qualidade de  vida de crianças e famílias. Quando integrada à Análise do Comportamento, essa estratégia se  torna ainda mais efetiva, oferecendo uma base científica sólida e práticas fundamentadas em  evidências para orientar mudanças comportamentais (Sousa; Pinheiro; Machado, 2021). 

Especificamente no contexto familiar, a psicoeducação tem se mostrado essencial na  reabilitação de crianças com TEA, fortalecendo vínculos familiares, reduzindo comportamentos  disfuncionais e promovendo o bem-estar dos envolvidos. Ao associar-se à ABA, permite  identificar padrões de comportamento, analisar suas funções e propor intervenções direcionadas, o que é particularmente útil para famílias de crianças neurodiversas (Sousa;  Pinheiro; Machado, 2021). 

Intervenções que combinam psicoeducação e Análise do Comportamento voltadas a  pais e cuidadores têm demonstrado impacto positivo no desenvolvimento de habilidades sociais  das crianças e no bem-estar familiar. Ao compreender os estímulos antecedentes e  consequências que influenciam os comportamentos dos filhos, os cuidadores podem aplicar  estratégias baseadas em ABA que facilitam o manejo cotidiano, reduzem o estresse familiar e  promovem relações saudáveis (Cardoso; Quevedo, 2021). 

Além disso, programas psicoeducativos que incorporam princípios da ABA têm  mostrado eficácia na promoção do envolvimento familiar e no desenvolvimento de  competências práticas necessárias para o cuidado diário. Essas intervenções são bem recebidas  pelas famílias, contribuindo para maior adesão aos tratamentos e para a consolidação de  habilidades essenciais para o manejo das necessidades das crianças (Oliveira, 2009). 

A psicoeducação tem se consolidado como uma prática efetiva em diferentes contextos,  incluindo o apoio a cuidadores de pessoas com transtornos psicológicos, condições médicas  diversas e demências. Quando aplicada em grupos ou combinada com outras técnicas cognitivas  e comportamentais, apresenta resultados positivos significativos. Além de auxiliar diretamente  os indivíduos afetados, a psicoeducação promove autoconsciência, automotivação, empatia e  gestão emocional dos participantes, contribuindo para o bem-estar, desenvolvimento de  estratégias de enfrentamento e aumento da autoeficácia, ao mesmo tempo em que reduz  pensamentos disfuncionais (Coelho, 2012; Lopes; Cachioni, 2012). 

Estudos demonstram que pais habilidosos exercem impacto relevante no  desenvolvimento social e acadêmico dos filhos, além de favorecerem comportamentos  adequados. Santos e Wachelke (2019) destacam que programas de treinamento de habilidades  sociais e parentais melhoram o repertório social de pais e filhos, promovendo relações mais  positivas. De forma semelhante, Leme e Bolsoni-Silva (2010) identificaram que práticas  parentais positivas, como expressão de sentimentos, enfrentamento de desafios e comunicação  efetiva, estão associadas a filhos mais habilidosos e com menor incidência de problemas  comportamentais. 

Bolsoni-Silva e Loureiro (2019), em estudo de caso-controle com 36 mães, observaram  que práticas parentais positivas se correlacionam com comportamentos habilidosos nos filhos,  enquanto práticas negativas estão ligadas a problemas comportamentais. Martins et al. (2014),  em pesquisa com 117 pais, evidenciaram que práticas parentais baseadas em afeto e controle adequado favorecem a competência acadêmica, ao passo que o controle psicológico prejudica  as habilidades sociais. 

Os estilos parentais, inicialmente propostos por Diana Baumrind e posteriormente  expandidos por Maccoby e Martin, apresentam impactos distintos no desenvolvimento infantil.  O estilo autoritativo, que combina exigência com responsividade adequada, favorece o  desenvolvimento de habilidades sociais; o estilo autoritário, caracterizado por baixa  responsividade e uso frequente de punições, pode gerar medo e ansiedade; o estilo indulgente,  marcado pela ausência de regras e limites; e o estilo negligente, com baixa responsividade e  controle, resulta em falta de envolvimento com os filhos. Práticas coercitivas ou negligentes,  portanto, podem gerar efeitos negativos, como ansiedade e dificuldades na compreensão de  regras e limites (Mondin, 2008). 

Bolsoni-Silva, Loureiro e Marturano (2016) identificaram que mães com práticas  parentais negativas, especialmente em contextos de depressão materna, apresentam maior  frequência de problemas comportamentais nos filhos, enquanto habilidades sociais são mais  prevalentes em ambientes com práticas parentais positivas. Mariano e Bolsoni-Silva (2016)  destacaram que professores habilidosos promovem competências nas crianças por meio de  imitação e feedback, enquanto educadores com dificuldades em lidar com problemas comportamentais podem reforçar padrões indesejáveis. 

Del Prette e Del Prette (2018) discutiram a relação entre habilidades sociais e análise do  comportamento, ressaltando a importância de processos como instrução, consequenciação e  modelação para a aprendizagem de comportamentos desejáveis e a redução de comportamentos  indesejáveis. Esses processos podem ocorrer de forma planejada ou aleatória, simultânea ou  sequencial, sendo essenciais para o desenvolvimento de competências sociais. A  implementação de práticas educativas voltadas a professores, incluindo a competência para  ensinar habilidades de comunicação, estabelecer regras e reforçar comportamentos positivos, é  crucial para a melhoria das habilidades sociais e prevenção de problemas comportamentais na  escola, tornando o ambiente escolar um contexto estratégico para intervenção precoce. 

Os benefícios da psicoeducação incluem melhora na adesão ao tratamento, impacto  positivo na qualidade de vida e nas atividades diárias (Menezes; Souza, 2012). Quando aplicada  em grupos, favorece a criação de redes de apoio, troca de experiências e aprendizado coletivo,  resultando na aquisição de novas habilidades (Cuevas-Cancino; Moreno-Pérez, 2017).  Programas de treinamento direcionados a pais e cuidadores têm mostrado resultados  promissores, como o aprimoramento das práticas parentais, incremento das habilidades sociais das crianças e redução de comportamentos problemáticos (Coelho; Murta, 2007; Guisso; Bolze;  Vieira, 2019). 

Estilos parentais baseados em afeto, controle adequado e comunicação assertiva estão  associados ao desenvolvimento de competências acadêmicas, sociais e emocionais, enquanto  práticas autoritárias ou negligentes podem gerar ansiedade, medo e dificuldades de adaptação  nas crianças (Mondin, 2008; Martins et al., 2014; Bolsoni-Silva; Loureiro, 2019). Esses  achados reforçam a relevância da psicoeducação como ferramenta de apoio à parentalidade e  promoção de habilidades sociais, tanto no contexto familiar quanto escolar. 

A psicoeducação é uma abordagem que combina elementos educativos e terapêuticos,  oferecendo informações claras e práticas para indivíduos e famílias que lidam com condições  específicas. Segundo Alves et al. (2024), essas intervenções são amplamente utilizadas para  promover a saúde mental, demonstrando efeitos positivos na vida dos participantes diante de  situações de adoecimento. A psicoeducação é especialmente efetiva em contextos clínicos  voltados para populações neurodiversas, proporcionando suporte informativo e emocional. 

A Análise do Comportamento, por sua vez, oferece uma base científica sólida para  compreender e modificar comportamentos, enfatizando a interação contínua entre organismo e  ambiente. Sampaio (2005) destacou a importância da análise das contingências que sustentam  os comportamentos, aplicando essa perspectiva em contextos educacionais, de saúde e  familiares, com resultados significativos na melhoria da qualidade de vida. 

No âmbito familiar, a Análise do Comportamento permite compreender como práticas  parentais influenciam o desenvolvimento infantil. Leme e Bolsoni-Silva (2010, p. 154)  enfatizam que “práticas parentais positivas, como expressão de sentimentos e comunicação  clara, estão associadas a menos problemas comportamentais e maior desenvolvimento de  habilidades sociais nas crianças”. Dessa forma, programas que integram psicoeducação e  princípios comportamentais podem transformar significativamente as dinâmicas familiares. 

A psicoeducação em grupo oferece benefícios adicionais, proporcionando espaços de  troca de experiências e construção de redes de apoio. Cuevas-Cancino e Moreno-Pérez (2017,  p. 82) afirmam que “a troca de experiências entre participantes proporciona redes de apoio,  facilita a aprendizagem coletiva e promove a aquisição de novas habilidades”. Esses grupos  permitem que os pais compartilhem desafios e estratégias, fortalecendo a sensação de  pertencimento e compreensão mútua. 

As práticas parentais desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil.  Mondin (2008, p. 44) apontou que “pais que adotam estilos parentais autoritativos,  caracterizados por alta responsividade e controle adequado, tendem a criar ambientes que promovem a autonomia e as habilidades sociais das crianças”. Em contraste, estilos autoritários  ou negligentes podem gerar impactos negativos no comportamento e no desenvolvimento  infantil. 

Além disso, a integração de abordagens terapêuticas potencializa os benefícios da  psicoeducação. Lopes e Cachioni (2012, p. 88) observaram que essas intervenções “aumentam  a sensação de autoeficácia, reduzem pensamentos disfuncionais e promovem estratégias de  enfrentamento mais adaptativas”. Souza (2018, p. 89) acrescentou que “a psicoeducação deve  incluir estratégias que validem as emoções dos indivíduos neurodivergentes, ajudando-os a  desenvolver mecanismos de autorregulação e resiliência”, promovendo ambientes mais  acolhedores e inclusivos. 

No contexto dos cuidadores, a psicoeducação fornece informações essenciais sobre  características da neurodivergência, permitindo práticas parentais mais eficazes. Conforme  Leme e Bolsoni-Silva (2010, p. 154), “a expressão de sentimentos e a comunicação clara estão  associadas a menos problemas comportamentais e maior desenvolvimento de habilidades  sociais em crianças neurodivergentes”, demonstrando que pais bem-informados estão mais  preparados para enfrentar desafios diários e fomentar um ambiente familiar positivo. 

Grupos de psicoeducação para famílias de crianças neurodivergentes oferecem  vantagens adicionais, como ampliação da visão sobre os desafios enfrentados e criação de  estratégias coletivas de enfrentamento. A abordagem do tema neurodiversidade na  psicoeducação deve, ainda, considerar o impacto do estigma social. Rosqvist et al. (2020, p.  37) afirmam que “a desinformação sobre a neurodivergência perpetua preconceitos e  limitações, enquanto a educação e a conscientização promovem inclusão e empoderamento”.  Dessa forma, programas psicoeducativos precisam incluir estratégias que combatam o estigma,  promovendo uma visão mais ampla e positiva das diferenças neurológicas. 

3. METODOLOGIA  

A presente pesquisa caracterizou-se como uma revisão integrativa da literatura, um  método que permite reunir e sintetizar resultados de estudos anteriores sobre um tema  específico, de forma sistemática e abrangente. Essa abordagem possibilita a análise de  evidências já publicadas, a identificação de lacunas no conhecimento e a proposição de novas  perspectivas de investigação, articulando diferentes enfoques teóricos e metodológicos  (Mendes; Silveira; Galvão, 2008). Assim, a revisão integrativa se apresenta como estratégia  adequada para compreender os impactos da psicoeducação na vida de mães de crianças  neurodiversas.

De acordo com Polit e Beck (2011), a revisão integrativa possibilita a combinação de  dados empíricos e teóricos, favorecendo conclusões mais consistentes e baseadas em  evidências. Essa metodologia é particularmente relevante em áreas da saúde, psicologia e educação, onde os fenômenos são complexos e multifatoriais. Além disso, autores clássicos da  metodologia científica, como Gil (2002) e Lakatos e Marconi (2010), destacaram a importância  da revisão sistemática da literatura como recurso essencial para mapear o estado atual do  conhecimento e assegurar a reprodutibilidade da pesquisa. 

O processo metodológico adotado nesta revisão seguiu as etapas propostas por  Whittemore e Knafl (2005), adaptadas por Mendes, Silveira e Galvão (2008). Primeiramente,  definiu-se a questão de pesquisa, voltada para a análise de intervenções psicoeducativas  dirigidas a mães de crianças neurodiversas e seus impactos no bem-estar psicológico e na  qualidade do cuidado. Em seguida, foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão:  consideraram-se artigos publicados entre 2009 e 2025, em português, inglês e espanhol,  disponíveis em texto completo, que abordassem práticas psicoeducativas relacionadas ao  cuidado materno de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH ou outras  condições de neurodiversidade. Excluíram-se estudos duplicados, revisões de escopo não  integrativas e artigos sem acesso integral. 

A coleta de dados foi realizada nas bases PubMed, Scopus, SciELO e PsycINFO,  utilizando os descritores em inglês e português: “psychoeducation” ou “psicoeducação”,  “neurodiverse children” ou “crianças neurodiversas”, “parental support” ou “apoio parental”, e  “caregiver intervention” ou “intervenção com cuidadores”. 

A triagem ocorreu em duas fases: leitura preliminar de títulos e resumos e,  posteriormente, leitura crítica dos textos completos selecionados. Em seguida, foi feita a  extração e sistematização dos dados, organizados em quadros analíticos contendo informações  sobre autor, ano, objetivos, população estudada, tipo de intervenção, métodos aplicados e  principais resultados. 

Figura 1 – Termos de busca utilizados

TERMOS DE BUSCABASES DE DADOS CONSULTADASDESCRIÇÃO DA BUSCA
“Psicoeducação” OR  “Psychoeducation”SciELO, PubMed Busca inicial para identificar estudos  teóricos e empíricos sobre  psicoeducação.
“Psicoeducação” AND  “crianças neurodiversas”SciELO, Scopus, PsycINFO Foco em estudos sobre famílias e  intervenções educativas voltadas à  neurodiversidade.
“Psicoeducação” AND  “mães” OR “cuidadores”PubMed, Scopus Seleção de artigos voltados ao apoio  emocional e à parentalidade.
“Psicoeducação” AND  “Análise do Comportamento  Aplicada”SciELO, PsycINFO Identificação de estudos que abordam  a integração entre psicoeducação e  ABA.
“Psicoeducação” AND  “qualidade de vida”Scopus, PubMed Estudos que analisam o impacto da  psicoeducação sobre o bem-estar  psicológico e familiar.
Fonte: Elaborado pela autora (2025).

Os estudos foram analisados criticamente, com vistas à identificação de lacunas e  contribuições relevantes. Essa síntese possibilitou não apenas mapear os benefícios e limitações  das intervenções psicoeducativas, mas também compreender seu potencial transformador na  vida das mães e das famílias. Dessa forma, a metodologia adotada garantiu rigor científico,  clareza e reprodutibilidade, em consonância com os princípios defendidos por autores clássicos  da metodologia científica, assegurando validade às conclusões apresentadas neste trabalho. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A presente revisão integrativa permitiu reunir evidências científicas publicadas entre  2009 e 2025 acerca dos impactos das intervenções psicoeducativas voltadas a mães e cuidadores  de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições do  neurodesenvolvimento. Foram incluídos dois estudos empíricos, sete revisões sistemáticas e  seis estudos com intervenções. A análise revelou uma convergência significativa entre os  achados, que destacam o papel da psicoeducação como recurso efetivo na redução do estresse  parental, no aprimoramento das práticas de cuidado e na ampliação das redes de apoio social. 

Os ensaios clínicos controlados de Hemdi e Daley (2017) e Kaçan et al. (2023)  evidenciaram que intervenções estruturadas, mesmo quando realizadas de forma remota, são  capazes de promover ganhos significativos na saúde mental materna. No estudo de Hemdi e  Daley (2017), mães de crianças com TEA que participaram de sessões psicoeducativas via  WhatsApp apresentaram redução expressiva de sintomas depressivos e de estresse,  demonstrando a eficácia de estratégias digitais acessíveis. De modo semelhante, Kaçan et al.  (2023) observaram diminuição do estigma internalizado e da sobrecarga de cuidado entre  cuidadores que receberam seis semanas de atendimento psicoeducativo individualizado. Esses  resultados reforçam a importância das tecnologias de comunicação como meios de ampliar o  alcance e a efetividade de programas voltados a famílias de crianças neurodiversas. 

Em contrapartida, Patra, Arun e Chavan (2015) conduziram um estudo piloto presencial  na Índia, cujo módulo de psicoeducação foi associado ao aumento significativo do  conhecimento parental sobre o TEA e a diminuição do estresse emocional. Os autores  destacaram a relevância de combinar informação científica e estratégias práticas de enfrentamento, favorecendo a compreensão dos comportamentos infantis e a melhoria da  relação pais-filhos. 

As revisões sistemáticas de Deb et al. (2020) e Conrad et al. (2021) reforçaram tais  evidências ao sintetizar dados de múltiplos ensaios clínicos. Ambas apontaram que  treinamentos parentais com componentes psicoeducativos reduzem o estresse e melhoram o  repertório de manejo comportamental das famílias. Contudo, alertaram para a heterogeneidade  metodológica entre os estudos, indicando a necessidade de padronização dos programas e  avaliação de longo prazo. Tais revisões fundamentam cientificamente a relevância de políticas  públicas que integrem a psicoeducação a serviços de saúde e reabilitação infantil. 

No contexto latino-americano, Rojas-Torres et al. (2020) analisaram 51 estudos sobre  intervenção precoce mediada pelos pais, identificando efeitos positivos tanto no  desenvolvimento das crianças quanto na auto confiança parental. Essa perspectiva é reforçada  por Fernandes (2011), em pesquisa brasileira conduzida com mães de crianças com TEA, que  evidenciou o impacto das orientações terapêuticas na melhoria das práticas comunicativas e na  percepção de competência das mães. Ambos os estudos ressaltaram o potencial transformador  da psicoeducação em contextos comunitários e de serviços públicos, especialmente em países  em desenvolvimento, onde o acesso a terapias especializadas ainda é limitado. 

Além disso, Cardoso e Quevedo (2021) verificaram que programas psicoeducativos  voltados a pais e cuidadores de crianças com TEA contribuem significativamente para o  aprimoramento das habilidades de comunicação, autocontrole emocional e estratégias de  manejo comportamental. A pesquisa evidenciou que, ao favorecer o compartilhamento de  experiências e a troca de informações, os grupos de psicoeducação fortalecem o sentimento  de pertencimento e reduzem o isolamento social das famílias. 

De modo semelhante, Caparroz e Soldera (2022) analisaram o impacto do diagnóstico  de TEA nas dinâmicas familiares e destacaram que o suporte psicoeducativo contribuiu para  reduzir o sofrimento emocional e reorganizar papéis parentais. O estudo reforçou a importância  de oferecer espaços de escuta e acolhimento às mães, possibilitando a ressignificação das  experiências e o enfrentamento mais saudável das demandas do cuidado. 

No campo teórico, Alves et al. (2024) destacaram a psicoeducação como uma prática  de saúde mental centrada no empoderamento do sujeito e na ampliação do repertório de  enfrentamento diante do sofrimento psíquico. Os autores enfatizaram que, aplicada em  contextos de neurodiversidade, a psicoeducação favorece o desenvolvimento da autonomia e  do sentimento de competência parental, funcionando como ferramenta de prevenção em saúde  mental.

De forma complementar, Oliveira (2009) analisou as técnicas psicoeducacionais  aplicadas a famílias de crianças com autismo infantil, demonstrando que o acesso à informação  e a orientações sistematizadas são fatores determinantes para o fortalecimento emocional e para  o engajamento ativo no processo terapêutico. O estudo foi um dos pioneiros a abordar a  importância da psicoeducação no contexto brasileiro, servindo de base para as intervenções  contemporâneas. 

Estudos recentes ampliaram a discussão para o campo das intervenções digitais e  híbridas. Lu et al. (2024) demonstraram que cursos remotos de suporte parental podem reduzir  a sobrecarga emocional e melhorar a disposição para o cuidado, apontando para a viabilidade  de modelos online e sua aplicabilidade em larga escala. De forma complementar, Mavroeidi et  al. (2024) avaliaram um módulo integrativo de treinamento parental (IMpACT), evidenciando  melhorias na autoeficácia, no manejo comportamental e na qualidade da interação entre pais e  filhos. 

Por fim, a revisão de Van Niekerk et al. (2023) destacou a relação direta entre  comportamentos desafiadores das crianças, estigma social e sobrecarga dos cuidadores. Os  autores apontaram que a psicoeducação e o fortalecimento das redes de apoio social são fatores  essenciais para mitigar esses efeitos, reduzir o isolamento e promover maior qualidade de vida  às famílias. 

Tabela 1 – Síntese dos estudos incluídos na Revisão Integrativa

Autor(es)  / AnoObjetivo do  EstudoMétodo /  Tipo de  EstudoContexto /  AmostraPrincipais  ResultadosConclusões
Alves et al.  (2024)Revisar a 
psicoeducação em saúde 
mental
Revisão 
sistemática
Estudos 
nacionais e internacionais
Evidência 
eficácia da 
psicoeducação 
em variados 
contextos
Aponta 
psicoeducação 
como prática 
baseada em 
evidências e necessidade de  implementação
Caparroz;  Soldera (2022)Analisar  
impacto do  
diagnóstico de  TEA nas  famílias
Estudo empíricoFamílias com  crianças com  TEADiagnóstico  
afeta relações  familiares e  
funcionamento  emocional
Suporte  
psicoeducacional reduz impacto e  melhora  
enfrentamento
Cardoso;  Quevedo (2021)Avaliar  
psicoeducação  sobre  necessidades emocionais de pais e  
cuidadores
Estudo empíricoPais e 
cuidadores de  crianças com  TEA
Psicoeducação  melhora  
habilidades  
sociais e  
estratégias de  enfrentamento
Estratégia eficaz  de suporte 
familiar
Conrad et al. (2021)Revisar 
 intervenções  mediadas por  pais e seus 
efeitos  parentais e  infantis
Revisão  
sistemática/  meta-análise
Diversos  RCTs  
internacionais
Indica efeitos  positivos em  
desfechos  parentais e  infantis; hetero-geneidade  metodológica
PMIs/psicoeducação são  
promissoras, mas  precisam de padronização
Deb et al.  (2020)Avaliar  eficácia de treinamentosparentais para  crianças com  TEARevisão 
sistemática e meta-análise
Estudos 
controlados 
internacionais
Redução do  
estresse  
parental e  melhorias em  comportamentos infantis (variável entre  estudos)
Evidência  favorável;  demanda por  RCTs maiores e  padronizados
Fernandes  (2011)Orientar mães  sobre 
comunicação  e linguagem  no TEA
Intervenção  aplicada /relatoMães de 
crianças com  TEA (serviço  brasileiro)
Melhora nas  práticas  comunicativas  e conhecimento  maternoOrientações  favorecem  práticas parentais  e suporte 
emocional
Hemdi &  Daley  (2017)Avaliar  eficácia de  intervenção  psico educativa via  WhatsApp 
para mães de  crianças com  TEA
Ensaio  randomizado  controlado (RCT)Mães de 
crianças com  TEA
Redução  significativa do  estresse 
parental e 
sintomas  
depressivos
Intervenções  mediadas por 
tecnologia são  viáveis e eficazes
Kaçan et  al. (2023)Analisar 
impacto de 
psicoeducação  individual sobre estigma  e carga do  cuidador
Ensaio 
randomizado  controlado
Cuidadores  primários de  
crianças com  TEA
Redução do 
estigma 
internalizado e  percepção de 
carga
Programas 
individuais  podem ser eficazes para  sofrimentosubjetivo
Lu et al.  (2024)Avaliar curso  remoto de 
suporte  parental sobre  saúde mental  e práticas de  cuidado
Estudo  
experimental/ quase experimental  (remoto)
Pais/cuidadores de crianças  neurodiversas  (amostra  online)Redução da 
sobrecarga  
parental e 
aumento de  autoeficácia
Intervenções  remotas são 
escaláveis e  eficazes
Mavroeidi  et al.  (2024)Desenvolver e  avaliar  módulo  integrativo de  treinamento  parental  
(IMpACT/InP ACT)
Estudo de 
desenvolvimento e avaliação  
piloto
Pais 
participantes de módulo  piloto
Melhora da 
autoeficácia e manejo  comportamental
Módulos  integrativos são  promissores para  capacitação 
parental
Oliveira  (2009)Analisar técnicaspsicoeducacionais no autismo  
infantil
Revisão  teóricaContexto  clínico — famílias com  TEAAponta a  
psicoeducação  como recurso  complementar  no cuidado
Potencial de  apoio às famílias  e base teórica  para intervenções
Patra et al.  (2015)Impacto de 
módulo de 
psicoeducação 
em pais de 
crianças com  TEA
Estudo piloto  / pré-pósPais/cuidadores em contexto  clínicoMelhora no  conhecimento  sobre TEA e  redução do  estresse  parentalMódulo factível e  aceitável em  contextos com  poucos recursos
Rojas Torres et  al. (2020)Rever  
intervenção  
precoce  
mediada por  pais e seus 
efeitos
Revisão  
sistemática
Estudos  
internacionais  (intervenção  
precoce)
Participação  
parental  
relacionada a  ganhos em  
linguagem e  confiança  parental
Programas  
parentais são 
promissores para  desfechos infantis  e parentais
Sousa,  Pinheiro  &  Machado  (2021)Discutir  
psicoeducação  familiar em  TEA
Revisão  
narrativa
Famílias com  TEAPsicoeducação  apoia 
reabilitação e  engajamento  familiar
Estratégia  
essencial para  
envolvimento  
familiar e 
reabilitação
Van  Niekerk et  al. (2023)Investigar  carga do  cuidador e  fatores  
associados em  TEA
Revisão  
narrativa/síntese
Estudos sobre  cuidadores em  diferentes  contextosComportamentos desafiadores  e estigma  associados a maior  
sobrecarga;  
necessidade de  apoio
Suporte e psicoeducação são cruciais para  reduzir 
isolamento e  sobrecarga
Fonte: elaborado pela autora (2025)

De forma geral, os resultados desta revisão indicaram que a psicoeducação constitui  uma estratégia de intervenção de alta relevância clínica e social. Além de promover bem-estar  psicológico e reduzir sintomas de estresse e depressão, os programas psicoeducativos  favoreceram o desenvolvimento de habilidades parentais, ampliaram o repertório de  enfrentamento e fortaleceram o vínculo afetivo com as crianças neurodiversas. A literatura  revisada demonstrou que, quando incorporadas de modo contínuo e contextualizado, as ações  psicoeducativas têm potencial para transformar o cuidado familiar, atuando não apenas sobre o  sofrimento individual, mas sobre as dinâmicas relacionais e a percepção de competência  materna. 

Assim, a revisão integrativa realizada neste estudo indicou a importância da  psicoeducação como prática baseada em evidências, capaz de subsidiar programas de  intervenção, políticas públicas e estratégias de apoio voltadas à promoção da saúde mental de  mães e cuidadores de crianças neurodiversas.

5. CONCLUSÃO 

A análise realizada ao longo deste trabalho evidenciou que a psicoeducação voltada para  mães de crianças neurodiversas representa uma ferramenta essencial para o fortalecimento do  cuidado parental. Os estudos discutidos demonstraram que essa prática contribuiu para ampliar  o conhecimento sobre o transtorno, desenvolver estratégias de manejo comportamental e  reduzir a sobrecarga emocional enfrentada pelas famílias. 

Constatou-se também que a psicoeducação não se limita a transmitir informações, mas  também promove mudanças significativas no ambiente familiar, favorecendo o  desenvolvimento das crianças e a melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos. Dessa  forma, pode-se afirmar que a integração da psicoeducação ao contexto clínico e social responde  de maneira eficaz aos objetivos deste estudo, reafirmando sua relevância como prática de apoio  às famílias de crianças neurodiversas. 

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1Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Católica do Tocantins – UNICATÓLICA,  Palmas/ TO. Trabalho de Conclusão de Curso; e-mail: jaquelynematos836@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Católica do Tocantins – UNICATÓLICA,  Palmas/ TO. Doutora em Ciências do Comportamento; e-mail: beatriz.dupre@gmail.com.br.