O PAPEL DO TUTOR EM CURSOS NA MODALIDADE EAD

THE ROLE OF THE TUTOR IN DISTANCE LEARNING COURSES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202512182125


Eduardo Henrique Baltrusch de Gois1
Ellem de Souza Coimbra2
Nathan Trindade Santos3


RESUMO

O presente artigo pretende tratar do papel do tutor em processos de Ensino à Distância – EaD, em particular em cursos voltados para a formação do Agente Comunitário em Saúde. Pretende-se  abordar o papel desse tutor a partir de atividades didáticas e também de práticas vivenciadas em unidades básicas de saúde, com vistas a promover uma aprendizagem pautada em conceitos geradores de reflexão e a fim de permitir aos estudantes elaborar hipóteses contextualizadas e integradas que lhes permitam construir seu próprio conhecimento. É nosso objetivo apontar a função do tutor como um dos principais agentes facilitadores e mediadores entre a plataforma e o saber. O estudo foi orientado por revisão de literatura na área. Para tanto, recorremos a autores consagrados, especialistas no assunto “atuação do tutor no âmbito da EaD”. A análise partiu da concepção de que a EaD é uma modalidade de ensino que oferece inúmeras vantagens, tais como flexibilidade, praticidade, otimização do tempo, aprendizagem personalizada, comodidade, autonomia e independência. Pensar em um modelo de educação que seja flexível, sem limitação a formatos padronizados e previsíveis é essencial para que se possa garantir a excelência dos cursos e atender, de maneira eficaz, às demandas e particularidades dos participantes.

Palavras-chave: Ensino à Distância. Tutor.  Mediação. Aprendizagem.

ABSTRACT

The present paper aims at dealing with the role of the tutor in Distance Education Learning, particularly in courses aimed at preparing Community Health Agents. We intend to approach the role of this tutor from didactic activities and also from practices experienced in basic health units, focused on promoting learning framed on concepts that generate reflection and also focused on allowing students to build their own knowledge. It is our goal to point towards the role of the tutor as one of the principal facilitators and mediators between the platform and the knowledge. The study was oriented by review of literature in the area. For such, we used renowned authors, specialists in the subject “the role of the tutor in the scope of distance education”. The analysis started from the conception that  Distance Education is a type of teaching that offers several advantages, such as flexibility, practicity, time optimization, personalized learning, commodity, autonomy and independency. Thinking about a flexible model of education without  limitation to predictable patterns is essential to assure the excellence of courses in fulfilling, in an efficient way, the participants’ demands and particularities.

Keywords: Distance Education. Tutor. Mediation. Learning.

1. INTRODUÇÃO

     A modalidade Ensino à Distância (EaD) vem sendo utilizada pelas instituições de ensino como uma ferramenta de trabalho com vistas a capacitar os iniciantes adultos, e se apresenta como um diferencial no que tange a oportunidade de formação, para aqueles que pretendem se atualizar. Ademais, dispõe de particularidades que delineiam o processo ensino-aprendizagem e são definidas, dentre tantos outros documentos, pelo Decreto nº 9.057/2017, o qual se refere a EaD como

    A modalidade educacional na qual a mediação didática-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis entre outros e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos. (Brasil, 2017) 

    De acordo com Miranda, Fiorentini e Rodrigues (2010, p. 65) “o ensino à distância rompe com a relação espaço/tempo, característica da escola tradicional, e se materializa através da mídia”.

    Esse novo modelo educacional surge e traz consigo o avanço tecnológico, uma nova era informacional, centrada na tecnologia da informação. Decerto, os meios comunicacionais lançaram mão de ferramentas digitais e a internet oportunizou pessoas, dos mais variados níveis de instrução e dos mais longínquos lugares do país, acesso a todo e qualquer tipo de conhecimento.

    Entretanto, segundo Moran (2003),

    O processo de mudança na educação não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora. (Moran, 2003, p. 8)

    Para isso, reiteramos a ideia de que oferecer cursos de aperfeiçoamento fundamentados no binômio teoria-prática e que tenham objetivo de incentivar reflexão e criticidade, contribui para uma formação emancipatória e torna o aprendizado significativo. 

    Nesse ínterim, nos deparamos com uma necessidade desenfreada que a formação continuada provocou, o debate acerca do perfil do aprendiz e o que eles procuram alcançar com esse aperfeiçoamento profissional, uma vez que

    […] não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (Freire, 2002, p. 14)

    Para além disso, Kassar (2014) destaca que esse campo se posiciona, atualmente, diante de alguns desafios, afinal a diversidade encontrada nas salas de aula, leva a um movimento de repensar constante.

    E para dar conta desses desafios. Garcia e Baptista (2007), diz que no processo de ensino, os educadores devem estar atentos a essa condição

    Considerando a perspectiva da educação permanente, a mesma é uma mudança contínua bem como de constante aprendizado e atualização profissional que tem por finalidade melhorar a qualidade do atendimento, humanização, aprimoramento técnico e dignidade no exercício do trabalho por meio da construção coletiva assim como troca de saberes. (Garcia; Baptista, 2007, p. 70)

    De posse de ofertas de formação continuada e em face dessa nova modalidade de Educação, a EaD, surgem diversos personagens e um deles é o tutor, profissional de suma importância no processo virtual de construção do conhecimento, em especial, no curso PROJETO SAÚDE COM AGENTE, oferecido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS.

    Conforme o Ministério da Saúde, o Programa Saúde com Agente, agora intitulado Mais Saúde com Agente, representa a ampliação da oferta dos cursos técnicos em Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), promovendo qualificação profissional para um vínculo maior e mais forte com a população, além da integração entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), ofertados aos cursistas através de um Ambiente Virtual de Aprendizagem, o AVA, promovendo também a possibilidade de contato com outros cursistas, tutores, supervisores e coordenação, via e-mail institucional, e tem o objetivo de preparar as(os) ACS e ACE de acordo com as novas atribuições da categoria, previstas na Lei nº 11.350/2006, oferecendo condições para analisar informações coletadas nas residências e território de atuação, além de orientar a população, a fim de melhorar a qualidade e resolutividade da Atenção Primária à Saúde.

    Programas esses que se debruçam sobre documentos oficiais que estabelecem as diretrizes e normas nacionais para a oferta de programas e cursos de educação na modalidade à distância, conforme parecer CNE/CES nº 564/2015 ao discorrer sobre tutores que desempenham importante papel no processo educacional e na mediação didático-pedagógica do ensino e aprendizagem. O tutor é o profissional de nível superior, que atua na área de conhecimento de sua formação, e tem a função de dar suporte às atividades dos docentes e realizar a mediação pedagógica junto aos estudantes. É a ponte entre professores e cursistas, sanando dúvidas, estimulando a participação e interação entre todos. Vale dizer que é de sua responsabilidade o estabelecimento de contato direto com os estudantes, por meio do acompanhamento pedagógico e formativo.

    2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

      A história da EAD no Brasil é dividida em 3 gerações: cursos por correspondências, Universidades Abertas e novas mídias (televisão, rádios, fitas de áudio, fax, telefone) e a terceira e atual geração de EAD online. Essa modalidade de ensino intensificou a função do tutor em cursos de EAD, se mostrando crucial para o sucesso do processo de aprendizagem dos estudantes. Para fundamentar teoricamente nossa descrição, abordaremos os principais aspectos dessa função tendo como base teorias pedagógicas e práticas educacionais.

      Primeiramente, nos voltaremos para a Teoria da Aprendizagem Construtivista, que segundo Piaget (1996), traduz o conhecimento como sendo construído ativamente pelo estudante, e descreve o papel do tutor, como facilitador desse processo. Sua atuação carece de mediar o processo, fornecendo suporte, orientação e feedback para ajudar os cursistas a construírem seu próprio entendimento. Já a Teoria da Aprendizagem Social, desenvolvida por Albert Bandura (2021), enfatiza a importância da observação e da interação social na aprendizagem.

      Segundo Edward Deci e Richard Ryan (1985) na teoria da Motivação os indivíduos têm uma motivação intrínseca, através da qual, buscam vivenciar situações que envolvem desafios e reforçam o envolvimento em atividades que consideram significativas. E onde fica o tutor nessa história? A ele cabe desempenhar importante papel na promoção dessa motivação, criando atividades interessantes, relevantes, desafiadoras e fornecendo apoio emocional aos estudantes.

      Já na Teoria da Personalização da Aprendizagem, Hoz (2018), aponta que, com o avanço da tecnologia, tornou-se possível personalizar o processo de ensino para atender às necessidades individuais de cada um. Para ele, o tutor em um curso EaD pode usar ferramentas e técnicas de personalização para adaptar o conteúdo, os métodos de ensino e o suporte às preferências e ao ritmo de aprendizagem de cada estudante.

      Sugere, ainda, que:

      Na educação de hoje não tem muito sentido proporcionar determinados conhecimentos concretos, normas ou padrões de atitude e reação para problemas e situações sociais dadas. Interessa mais capacitar o homem para conhecer as situações em que se encontra e saber como deve reagir adequadamente a elas. Mais que a aquisição de uma enciclopédia relativamente fixa de conhecimentos, interessa o desenvolvimento de hábitos de trabalho intelectual e de critérios de seleção. Se o homem terá de se mover numa sociedade complexa e mutável, o problema está em torná-lo capaz de distinguir entre o importante e o trivial, o permanente e o transitório, o real e o aparente. Só assim o homem poderá cruzar seguro um mundo propício à confusão; só assim será capaz de encontrar “o caminho pelo mar e a senda segura entre as ondas”. (Hoz, 2018, s. p.)

      É fato que essas teorias oferecem uma base sólida para entender o papel do tutor nos cursos de EaD, destacando sua importância na facilitação da aprendizagem, na promoção da motivação dos cursistas, na criação de conexões sociais e na personalização do processo de ensino.  

      Com relação a isso, cabe salientar que, é de fundamental importância a valorização  do trabalho do tutor que requer apoio diário às suas iniciativas e ao impacto que sua função promove para melhoria do contexto educacional e social, e porque não dizer da sociedade como um todo. Do mesmo modo, ele requer que seja dada especial atenção à valorização de seu trabalho, pois é o principal responsável pela formação das novas gerações virtuais, vencendo os desafios impostos pela atuação diária, uma vez que sua atuação impacta diretamente na motivação, bem-estar emocional e desenvolvimento dos cursistas. 

      3. METODOLOGIA 

        A metodologia adotada neste trabalho foi baseada em um estudo bibliográfico voltado para revisão de literatura através da análise de artigos científicos, dissertações, teses, monografias e livros, obtido nas seguintes bases de dados e sites de busca: SciELO (Scientific Electronic Library Online) e Google Scholar (Google acadêmico). As bibliografias consultadas foram publicadas na língua portuguesa, inglesa ou espanhola, entre os anos de 2014 a 2024. Contudo, publicações de relevância de anos anteriores também foram consideradas, assim como vivências, experiências e participações diárias durante a formação, pautadas em referenciais teóricos de autores renomados no assunto, que nortearam nossa trajetória.

        Para Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é realizada

        […] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta. (Fonseca, 2002, p. 32)

        Levando-se em conta que os saberes oriundos de experiências têm o intuito de reunir e mobilizar os demais saberes, nos debruçamos sobre a ideia de que

        A experiência provoca um efeito de retomada crítica (retroalimentação) dos saberes adquiridos antes ou fora da prática profissional. Ela filtra e seleciona outros saberes, permitindo assim aos professores reverem seus saberes, julgá-los e avaliá-los e, portanto, objetivar um saber formado de todos os saberes retraduzidos e submetidos ao processo de validação constituído pela prática cotidiana. (Tardif, 2012, p. 53)

        Do mesmo modo, para validar nossos objetivos, recorremos a uma sustentação bibliográfica de apoio, que nos permitiu uniformizar o trabalho desenvolvido pelo tutor enquanto mediador, bem como apontar a relevância da qualidade e a rapidez às demandas emanadas pelos cursistas. Sobretudo, às aulas interativas, os fóruns de discussão, os encontros virtuais, as trocas de experiências, os alinhamentos conceituais, como indicadores de qualidade da aprendizagem, apontaram resultados positivos.

        Graças à pesquisa foi possível verificar o verdadeiro significado das oportunidades geradas pela EaD. Através dessas ações entendemos que tais procedimentos facilitam a compreensão e integração dos cursistas, enfatizando que são contribuições como estas que ajudam a esclarecer que a educação a distância permeia nosso dia a dia de modo a contribuir com a formação continuada, mostrando que a prática educativa deve ser pensada e planejada de forma contextualizada e que, os meios do EaD, também precisam ser reinventados, reformulados, replanejadas de modo a atender a todos os que deles lançam mão.

        4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

          Neste artigo, apresentamos contribuições para dar resposta à nossa pergunta de pesquisa: qual o papel do tutor na EaD?

          Para tanto, consideramos que, para uma EaD transformadora e eficaz faz-se necessária uma comunicação efetiva e sem amarras, em um processo dinâmico, distante de modelos previsíveis, o que certamente motiva ainda mais a aprendizagem. Vale ressaltar que a transmissão de conhecimentos por si só, não dá conta de capacitar os profissionais para um processo de constante transformação. Ela vai além e busca referência em conceitos atuais de ação e prática.

          Tardif (2012), diz que

          […] os diversos saberes e o saber-fazer do professor dos professores estão longe de serem produzidos por eles mesmos ou de se originarem do seu trabalho cotidiano. Ao contrário, o saber dos professores contém conhecimentos e um saber-fazer cuja origem social é patente. […] alguns deles provêm da família do professor, da escola que o formou e de sua cultura pessoal; outros vêm das universidades ou das escolas normais, outros estão ligados à instituição (programas, regras, princípios pedagógicos, objetivos, finalidades etc. outros ainda provêm dos pares, dos cursos de reciclagem etc. Nesse sentido, o saber profissional está, de um certo modo, na confluência de saberes, oriundo da sociedade, da instituição escolar, dos outros atores educacionais, das universidades etc. (Tardif, 2012, p. 18)

          Com base nas reflexões e análises podemos apontar que contatos telefônicos,  acolhimento, empatia, lives, webconferências, propiciam um estreitamento do vínculo social tanto quanto afetivo entre todos. 

          Procuramos aqui descrever o quanto aprendemos com novas eras e espaços organizacionais no contexto do EaD, contexto esse mediado por tutores que lançam mão de acolher e sensibilizar os estudantes, fortalecendo a dinâmica das relações num ato de ir e vir em educação. Isso implica num Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA acessível, de fácil acesso, interativo e lúdico, com vistas a proporcionar uma melhor comunicação entre seus atores.

          São muitos os pontos positivos e já conhecidos da EaD, como a inclusão de pessoas com dificuldades de locomoção por inúmeros fatores, a flexibilidade e organização de tempo de forma individual, de acordo com as possibilidades, a capacidade de atender aos diferentes ritmos de aprendizagem e o fato de conseguir reunir pessoas de vários lugares na mesma sala de bate-papo, aumentando o conhecimento com a troca de ideias e experiências, além de facilitar a inclusão digital apresentando e levando os usuários a conhecerem novas tecnologias (Fagundes; Dutra; Maia, 2015, p. 4)

          Com esta análise podemos afirmar que, a EaD enquanto responsável por facilitar o processo de atualização, deve focar no incentivo à curiosidade científica e no interesse pelo aprendizado e conhecimento. Incentivo esse ofertado inicialmente pelo curso, e posteriormente pelo principal agente mediador da aprendizagem, responsável por despertar no estudante o interesse pela busca por qualificação, sem deixar de lado as necessidades específicas dos envolvidos no contexto em que estão inseridos e suscitando o incentivo para vencerem o desafio do processo ensino-aprendizagem à distância.

          5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A pesquisa em questão teve início a partir da indagação sobre a relevância do papel do tutor em cursos à distância (EaD), com foco específico na formação do Agente Comunitário de Saúde (ACS). O estudo buscou analisar a atuação do tutor com base em atividades didáticas e práticas vivenciadas em unidades básicas de saúde, com o objetivo de pautar a aprendizagem em conceitos que gerassem reflexão e permitissem aos estudantes a construção de hipóteses contextualizadas e integradas para a solução de problemas, consolidando seu conhecimento por meio de vivências edificadas durante o curso de ACS.

            Evidenciou a importância do tutor em um curso EaD, revelando seu papel crucial na mediação da aprendizagem e na construção do conhecimento dos alunos. O papel tutor vai além da mera transmissão de conteúdos, atuando como facilitador, orientador, motivador e mentor, guiando-os em sua jornada de aprendizado e contribuindo para seu desenvolvimento pessoal e profissional.

            Em relação às múltiplas facetas do tutor, o estudo identificou que sua atuação envolve acolher e orientar, motivar e engajar, fornecer feedback e avaliar, mediar conflitos, tudo isso com maestria, empatia e expertise. É ideal que o tutor possua formação qualificada, experiência relevante, habilidades interpessoais e profundo conhecimento do conteúdo, características que o credenciam como agente essencial no processo educacional à distância.

            Tal conclusão reafirma o entendimento de que plataformas EaD robustas, e-mail acessível e ferramentas de comunicação online se configuram como instrumentos indispensáveis para o tutor, facilitando a comunicação, o compartilhamento de materiais, a realização de atividades e a avaliação da aprendizagem.

            Apesar da relevância do papel do tutor, o estudo também identificou alguns desafios que esses profissionais enfrentam, como lidar com uma carga de trabalho significativa, a falta de recursos adequados e a necessidade de um treinamento mais abrangente. No entanto, tais obstáculos podem ser superados com proatividade, criatividade e busca constante por aperfeiçoamento.

            Diante disso, os resultados do estudo evidenciam a importância de investir na formação de tutores qualificados, na oferta de recursos adequados e na criação de um ambiente de trabalho propício para o desenvolvimento pleno de suas funções. Ao reconhecer o papel crucial do tutor na EaD, podemos garantir um processo de ensino-aprendizagem de alta qualidade, que contribua para a formação de cidadãos conscientes, críticos e preparados para os desafios do mundo contemporâneo.

            Por fim, o estudo conclui que o tutor é a peça fundamental na engrenagem da EaD, mediando a aprendizagem, construindo o conhecimento e transformando a vida dos alunos. Investir em sua formação, valorizar seu trabalho e criar condições adequadas para o seu desenvolvimento profissional é investir no futuro da educação e no sucesso dos alunos.

            REFERÊNCIAS

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            1Docente do curso de bacharelado em Agronomia da Faculdade Cristo Rei- FACCREI, de Cornélio Procópio. Graduado em Agronomia (UENP/CLM), Licenciado em Pedagogia (UNIFAEL), mestre em Engenharia Ambiental (UTFPR-LD) e doutor em biotecnologia aplicada a Agricultura (UNIPAR). E-mail: eduardo.gois@faccrei.edu.br. 
            2Docente convidada do Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia das instituições Universo e Famath. Graduada em Serviço Social, Geografia e Pedagogia, Mestre e Doutora em Educação. E-mail: ellemcoimbra@hotmail.com.
            3Docente na Escola Técnica Estadual CEPAM – ETEC CEPAM do Centro Paula Souza. Graduado em Administração Pública, Sociologia e Pedagogia. Especialista Gestão Pública (UFU), em Ciências Jurídicas (FACULDADE I9 EDUCAÇÃO), em Tutoria na Educação a Distância (UFMS) e em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica (IFES). e-mail: nathanufvjm@gmail.com.