REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202511301343
Ueudison Alves Guimarães; Carolina de Araujo Hessel; Claudia Bernadete Zohler Scheid; Pollyana Rodrigues de Almeida Dias; Tatiana Barth; Hélio Raimundo; Daurivane Gomes da Silva Lobato; Silvania Maria Roque
RESUMO
Tratar da presença da Inteligência Artificial (IA) na formação docente é enfrentar um dos temas mais inquietantes da contemporaneidade educativa. A expansão de mecanismos digitais nos espaços escolares desloca antigos paradigmas e convoca a docência a reinterpretar o próprio sentido de ensinar. O que antes se restringia ao domínio instrumental passa a demandar consciência ética, sensibilidade comunicativa e postura investigativa diante de processos mediados por algoritmos. A questão central não se reduz à substituição do humano pela máquina, mas à construção de uma nova ecologia pedagógica em que professor e tecnologia interagem na produção de significados. Pode-se argumentar que a presença da IA exige reformular modos de planejar, avaliar e acompanhar aprendizagens, situando o professor como mediador crítico de fluxos informacionais e culturais. Este estudo tem como objetivo compreender como a formação docente pode integrar práticas reflexivas e criativas frente à incorporação da IA nos contextos educativos. Adota-se a pesquisa bibliográfica como percurso metodológico, tomando como base autores que articulam ética, inovação e humanização. Busca-se compreender de que modo a docência pode conservar sua função formativa em meio às transformações tecnológicas. Os eixos analíticos desenvolvidos apontam para uma educação que una conhecimento técnico e sensibilidade humana, sustentando uma práxis pedagógica capaz de conjugar criticidade, empatia e invenção.
Palavras-chave: Cultura Digital. Formação Docente. Humanização. Inteligência Artificial. Práticas Pedagógicas.
ABSTRACT
Addressing the presence of Artificial Intelligence (AI) in teacher training means confronting one of the most disturbing issues in contemporary education. The expansion of digital mechanisms in schools shifts old paradigms and calls on teachers to reinterpret the very meaning of teaching. What was once restricted to the instrumental domain now demands ethical awareness, communicative sensitivity, and an investigative stance when faced with algorithmically mediated processes. The central issue is not simply the replacement of humans by machines, but the construction of a new pedagogical ecology in which teachers and technology interact to produce meaning. It can be argued that the presence of AI requires reformulating ways of planning, assessing, and monitoring learning, positioning the teacher as a critical mediator of informational and cultural flows. This study aims to understand how teacher training can integrate reflective and creative practices considering the incorporation of AI in educational contexts. Bibliographic research is adopted as the methodological approach, drawing on authors who articulate ethics, innovation, and humanization. The aim is to understand how teaching can maintain its formative function amid technological transformations. The analytical axes developed point to an education that combines technical knowledge and human sensitivity, supporting a pedagogical practice capable of combining critical thinking, empathy, and invention.
Keywords: Digital Culture. Teacher Education. Humanization. Artificial Intelligence. Pedagogical Practices.
1. INTRODUÇÃO
Tratar a docência diante da IA requer sensibilidade para compreender que o ensino não se limita à incorporação de novas ferramentas, mas à reinvenção do próprio sentido de formar. A escola contemporânea habita um tempo em que algoritmos atravessam decisões, alteram percepções e reorganizam modos de aprender. O professor, situado nesse território em transformação, precisa conciliar saberes técnicos e éticos para que o uso da IA não substitua o humano, mas amplifique sua presença na experiência educativa.
A formação docente, nesse contexto, deixa de ser exercício restrito à atualização de conteúdos e passa a se constituir como prática reflexiva. É nesse movimento que a IA se revela ambígua: ao mesmo tempo em que oferece suporte ao ensino, impõe questionamentos sobre autonomia, autoria e responsabilidade. A urgência de preparar professores para lidar criticamente com tais dimensões coloca a formação como eixo estruturante de uma pedagogia consciente de suas implicações sociais e cognitivas.
Compreender as interações entre IA e docência requer um olhar que ultrapasse o fascínio tecnológico. É necessário perceber que toda inovação pedagógica carrega escolhas ideológicas e morais. O modo como se integra uma tecnologia ao cotidiano escolar expressa concepções de ser humano, de conhecimento e de sociedade. Nessa perspectiva, o professor é chamado a mediar conflitos, traduzir linguagens digitais e resgatar o sentido coletivo da aprendizagem diante de um cenário marcado pela automatização crescente.
A discussão em torno da IA na formação docente também implica revisitar o conceito de conhecimento. As plataformas inteligentes produzem dados e padrões, mas o saber pedagógico emerge do diálogo, da escuta e da imprevisibilidade das relações humanas. A formação, portanto, não se reduz a dominar ferramentas, mas a desenvolver criticidade diante delas. Ensinar nesse contexto requer discernimento ético e compreensão das múltiplas dimensões que atravessam o ato educativo.
O objetivo deste estudo consiste em examinar como a formação docente pode integrar a IA de modo crítico e criativo, sem perder de vista os princípios da educação humanizadora. Busca-se identificar de que maneira a prática formativa favorece a construção de consciência sobre o uso dessas tecnologias, assegurando que a mediação pedagógica continue a ser orientada por valores éticos, sensibilidade social e compromisso com o desenvolvimento integral dos estudantes.
A metodologia adotada baseia-se em pesquisa bibliográfica, ancorada em referenciais teóricos contemporâneos que abordam a relação entre tecnologia e educação. Essa opção metodológica permite compreender as contribuições e limites das discussões já existentes, favorecendo uma leitura comparativa entre perspectivas pedagógicas. A pesquisa bibliográfica, ao reunir análises de diferentes autores, constitui ferramenta fundamental para delinear caminhos interpretativos e sustentar uma reflexão rigorosa sobre o tema.
Os debates em torno da IA na formação docente revelam um campo em disputa. Parte da literatura celebra suas potencialidades para personalizar o ensino, enquanto outra adverte sobre os riscos de homogeneização do pensamento e de controle de dados. Entre esses polos, a reflexão crítica torna-se o lugar de equilíbrio. O professor precisa transitar entre a curiosidade e o cuidado, entre a experimentação e o discernimento, preservando o caráter humano que legitima o ato educativo.
Considerar a IA como aliada do processo formativo exige repensar currículos e práticas. O desafio consiste em converter as tecnologias em instrumentos de emancipação, e não de vigilância. Essa conversão depende de formação sólida, capaz de promover diálogo entre ciência, ética e cultura. Quando o professor compreende as dinâmicas da IA e suas implicações, torna-se mediador de novas formas de autoria, ampliando o alcance da aprendizagem sem perder o compromisso com a justiça cognitiva.
A formação docente, portanto, não pode ser mera adaptação às tendências tecnológicas. Ela precisa reinventar o sentido do ensino em meio a um tempo em que máquinas simulam decisões humanas. O que está em jogo não é a substituição da docência, mas sua reafirmação. O conhecimento continua a exigir presença, diálogo e responsabilidade. A IA, nesse cenário, apenas encontra legitimidade quando inserida em projetos educativos que valorizem o humano como medida de todas as inovações.
As seções seguintes examinam, sob diferentes perspectivas, as interações entre formação docente e IA. Analisa-se como as metodologias ativas, a ética digital e a autoria pedagógica podem ser ressignificadas no contexto contemporâneo. O percurso proposto busca evidenciar que a tecnologia, quando atravessada pela reflexão crítica, não anula o papel do professor, ao contrário, convoca-o a reinventar-se como agente de mediação, criador de sentidos e guardião da sensibilidade pedagógica.
2. METODOLOGIA
A investigação desenvolvida fundamentou-se na pesquisa bibliográfica, compreendida como caminho analítico que reúne, examina e interpreta produções teóricas voltadas à formação docente e suas transformações no cenário contemporâneo. Essa escolha metodológica proporcionou o encontro entre diferentes perspectivas, permitindo relacionar fundamentos conceituais e práticas educativas. Conforme Macedo (1994, p. 17), “a pesquisa bibliográfica constitui um processo sistemático de leitura, análise e interpretação de materiais publicados”, configurando-se como eixo essencial para o aprofundamento reflexivo e crítico da temática abordada.
Desse modo, revela-se que ela não se restringiu à coleta de informações, mas buscou compreender os sentidos e contradições presentes nas obras consultadas. O corpus teórico incluiu artigos, dissertações e publicações especializadas que abordam práticas formativas e mediações tecnológicas. Essa opção metodológica permite reconhecer que a leitura é ato interpretativo, atravessado por valores e contextos. Assim, cada texto foi considerado como expressão de um pensamento situado, cuja análise requer atenção às dimensões históricas e éticas do conhecimento educacional.
O procedimento adotado seguiu etapas interligadas: seleção criteriosa das fontes, organização temática e interpretação analítica. A leitura das obras não se limitou à exegese conceitual, mas procurou estabelecer conexões entre discursos, evidenciando convergências e tensões. A metodologia bibliográfica, nesse sentido, funciona como campo de construção e diálogo. Conforme Macedo (1994, p. 29), “o pesquisador deve compreender cada obra como expressão de um pensamento situado historicamente”, reconhecendo que toda produção teórica carrega intenções e silêncios.
O levantamento das fontes concentrou-se em produções que abordam a inserção da IA na formação de professores e suas repercussões ético-pedagógicas. Foram priorizados estudos recentes, sem desconsiderar autores clássicos, a fim de garantir densidade e continuidade histórica. Essa seleção plural assegurou um panorama equilibrado entre tradição e inovação, permitindo construir interpretações que se afastam de leituras lineares. As categorias de análise derivaram das próprias problemáticas emergentes nas obras, respeitando a organicidade dos debates e das perspectivas teóricas.
A leitura crítica sustentou a elaboração das categorias interpretativas que estruturaram o estudo. A partir delas, tornaram-se visíveis as diferentes concepções sobre docência, tecnologia e formação. A sistematização do material exigiu comparações entre ideias, buscando compreender os modos pelos quais as práticas educativas são atravessadas por transformações digitais. Essa etapa revelou o caráter dinâmico da pesquisa bibliográfica, em que o conhecimento se expande à medida que o pesquisador reinterpreta o que lê, produzindo novos sentidos a partir do diálogo com os autores.
O processo metodológico orientou-se por uma abordagem hermenêutica, sustentada na compreensão de que interpretar é reconstruir significados. Essa perspectiva implicou examinar como as obras traduzem valores sociais e educacionais que moldam o lugar do professor na cultura digital. Ao reunir textos de diferentes orientações, a análise buscou superar reducionismos, compreendendo a IA não como fim em si, mas como mediação cultural. O método, portanto, reafirmou a dimensão ética do conhecimento e sua função na formação integral do educador.
O caráter qualitativo da pesquisa favoreceu o cruzamento entre fundamentos teóricos e práticas narradas nos estudos consultados. Essa articulação fortaleceu a coerência interna do trabalho, permitindo reconhecer que a formação docente, diante das tecnologias digitais, requer pensamento crítico e sensibilidade pedagógica. A metodologia bibliográfica tornou-se, assim, espaço de síntese e criação, onde as leituras se transformaram em provocações analíticas. O rigor científico residiu na capacidade de sustentar interpretações ancoradas em argumentos e não em descrições superficiais.
Verifica-se, dessa forma, que o método adotado garantiu densidade conceitual e permitiu aprofundar o entendimento sobre a formação docente na era da IA. O percurso bibliográfico revelou-se fértil para questionar pressupostos, recompor sentidos e propor caminhos formativos que associem inovação e ética. Em vez de apenas mapear teorias, a pesquisa transformou-se em experiência de reflexão sobre o próprio ato de ensinar e aprender. Assim, o método, longe de ser etapa técnica, configurou-se como exercício de autoria e compromisso com a construção do saber educativo.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Cenários Tecnológicos e o Reposicionamento da Docência
O avanço da IA nos ambientes escolares vem alterando profundamente o modo como o conhecimento circula e se reinventa. Nesse novo contexto, a docência deixa de ser tarefa centrada na exposição linear de conteúdos e passa a configurar-se como prática dialógica, em que o professor atua como intérprete de realidades diversas. O domínio técnico perde sentido isolado; ganha relevo a capacidade de articular saberes humanos e digitais com sensibilidade ética e olhar crítico sobre o processo educativo.
As práticas pedagógicas mediadas por IA exigem novas formas de percepção sobre o aprender. A interação com sistemas inteligentes, algoritmos e plataformas demanda leitura crítica dos processos de automação que permeiam a escola. O docente, nesse contexto, precisa compreender que ensinar também significa interpretar dados, orientar decisões e garantir que as tecnologias não substituam, mas ampliem o horizonte formativo dos sujeitos em processo de aprendizagem.
Marcom e Porto (2023) ressaltam que a IA redefine o papel docente ao deslocar o foco da simples instrução para a curadoria de experiências significativas. Os autores indicam que o professor passa a atuar como mediador das relações entre estudantes e recursos digitais, utilizando-os para potencializar autonomia e criatividade. Essa compreensão amplia o sentido da prática pedagógica, conferindo-lhe dimensão investigativa e colaborativa, indispensável à educação contemporânea.
Sob tal perspectiva, a incorporação de tecnologias inteligentes requer mais do que domínio técnico. Exige formação ética e epistemológica que sustente decisões pedagógicas coerentes. O professor, ao lidar com múltiplas linguagens e interfaces, torna-se responsável por filtrar informações e contextualizar conhecimentos. A docência se fortalece como prática social complexa, que precisa equilibrar inovação e responsabilidade, sem perder de vista o compromisso humano que sustenta o ensino.
A entrada das tecnologias de automação nos espaços educativos também provoca uma revisão sobre a noção de tempo e presença na aprendizagem. A mediação digital rompe fronteiras geográficas e temporais, permitindo interações contínuas e personalizadas. Essa fluidez desafia modelos tradicionais e convida o professor a reconstruir modos de acompanhar trajetórias formativas, reconhecendo o protagonismo dos estudantes e o caráter dinâmico do conhecimento.
Conforme Carvalho (2021), o uso da IA na educação requer vigilância ética e preparo profissional para lidar com seus benefícios e limitações. A autora argumenta que o impacto pedagógico das tecnologias depende da capacidade crítica dos docentes em utilizá-las como instrumentos de reflexão, e não como mecanismos de controle. Essa leitura reafirma que a tecnologia, quando humanizada, pode favorecer processos de inclusão e engajamento, mas, sem mediação, corre o risco de reforçar desigualdades e automatismos.
Os debates sobre o uso responsável da IA aproximam-se das discussões mais amplas sobre equidade e autonomia na formação docente. Ao compreender a complexidade desses instrumentos, o professor passa a atuar como guardião do sentido pedagógico da tecnologia. Sua função não é rejeitar o digital, mas convertê-lo em campo de experimentação crítica, no qual os estudantes aprendem a discernir, argumentar e decidir.
O deslocamento da docência para um ambiente tecnomediado requer formação que uma reflexão filosófica e prática contextual. As escolas de formação de professores precisam integrar o debate sobre IA em seus currículos, articulando teoria, pesquisa e experimentação. Tal integração permite que o docente desenvolva repertórios flexíveis, capazes de responder a um mundo em constante transformação, sem abdicar de valores éticos e humanos que sustentam o processo educativo.
Marcom e Porto (2023) compreendem que a docência contemporânea se apoia em uma pedagogia da mediação e da interação. Para eles, o professor precisa dominar tanto os fundamentos das metodologias ativas quanto os princípios que orientam o uso das tecnologias inteligentes. Essa combinação assegura que a aprendizagem seja processo de autoria compartilhada, no qual estudantes e docentes constroem sentidos de forma colaborativa e crítica.
A consolidação dessa nova postura docente exige condições institucionais adequadas. Formação continuada, investimento em infraestrutura e espaços de experimentação pedagógica tornam-se elementos decisivos. A tecnologia, nesse contexto, não deve ser tratada como adereço, mas como componente orgânico do cotidiano escolar, cuja presença precisa ser mediada por propósitos educacionais e não apenas por demandas técnicas.
Carvalho (2021) argumenta que o uso responsável da IA depende da consciência dos riscos associados à automação. A autora sublinha que as decisões pedagógicas devem preservar a singularidade dos estudantes, evitando que o ensino se reduza à mera reprodução de algoritmos. Ao defender uma postura crítica e reflexiva, enfatiza que o professor precisa compreender o funcionamento das tecnologias para garantir que elas sirvam à emancipação humana e não à padronização da aprendizagem.
A docência no século XXI, atravessada pela presença da IA, requer posicionamento ativo diante das incertezas. O professor que compreende sua função como mediador de sentidos e não como executor de tarefas pré-programadas torna-se agente de renovação. Sua atuação contribui para transformar a escola em espaço de diálogo entre humanismo e tecnologia, reafirmando que educar continua sendo um ato político, ético e criativo, mesmo em tempos de algoritmos.
3.2 Competências Digitais e Mediação Pedagógica no Contexto da Inteligência Artificial
No cenário educacional contemporâneo, o domínio de competências digitais deixou de ser um diferencial para se tornar condição elementar da prática docente. A IA, ao penetrar nos espaços de ensino, não se limita a introduzir ferramentas automatizadas, mas redefine os modos de aprender, comunicar e criar sentido. O professor passa a ser convocado a interpretar códigos tecnológicos com o mesmo rigor com que interpreta linguagens humanas, conciliando criticidade, empatia e intencionalidade pedagógica.
A incorporação de dispositivos inteligentes na sala de aula exige da docência discernimento ético e sensibilidade social. O acesso a dados, algoritmos e plataformas, se não for acompanhado de reflexão, pode reduzir a prática educativa à lógica da produtividade. O desafio, portanto, não está em dominar aparatos, mas em compreendê-los como extensões culturais que alteram a percepção do conhecimento e reposicionam o professor diante de novas formas de autoria e mediação.
Giraffa e Kohls-Santos (2023) observam que o uso da IA na formação docente implica repensar os modelos de ensino tradicionais, pois as tecnologias digitais instauram ecossistemas em que professores e estudantes constroem saberes de modo colaborativo. A mediação pedagógica, segundo as autoras, passa a requerer habilidades interpretativas que articulem informação, sensibilidade e propósito educativo. Assim, a prática docente se amplia para o campo das decisões críticas, em que cada interação tecnológica é também uma escolha ética e cultural.
Quando a docência é compreendida como experiência relacional e simbólica, a mediação digital ganha densidade formativa. O professor não atua apenas como transmissor, mas como organizador de fluxos, curador de sentidos e guardião do diálogo humano em meio ao automatismo crescente. Essa postura sustenta o equilíbrio entre técnica e humanização, garantindo que a IA seja instrumento de expansão das possibilidades cognitivas, e não de supressão das singularidades que caracterizam o processo de ensinar e aprender.
A mediação docente na era digital requer atenção à pluralidade dos contextos e aos diferentes ritmos de aprendizagem. A Inteligência Artificial (IA), ao personalizar percursos, pode favorecer a inclusão ou reforçar desigualdades, dependendo da intenção pedagógica que a orienta. Cabe ao professor assegurar que a tecnologia se mantenha a serviço da equidade, evitando que algoritmos determinem trajetórias educativas e desconsiderem o potencial criativo e emocional de cada estudante.
Para Marzal (2023), a formação docente na contemporaneidade precisa integrar competências digitais e multiletramentos críticos, de modo que o professor compreenda a virtualidade como território de aprendizagem expandida. O autor explica que tais competências envolvem interpretar fluxos informacionais, avaliar confiabilidade de dados e agir eticamente diante das interações mediadas por IA. Essa perspectiva amplia o repertório profissional, permitindo que o professor se torne protagonista no uso consciente das tecnologias educacionais.
A cultura digital instaura novas formas de presença pedagógica. O docente que compreende a complexidade das interações mediadas por IA desenvolve uma postura investigativa, que o leva a interpretar padrões, prever demandas e sustentar o diálogo com diferentes realidades culturais. Essa leitura ativa do ambiente digital favorece a criação de práticas híbridas, em que o conhecimento circula de modo descentralizado e os sujeitos assumem papéis interdependentes na construção do saber.
A transversalidade das competências digitais modifica a própria estrutura dos currículos formativos. Os cursos de licenciatura, ao incorporarem a IA, precisam garantir espaços de experimentação, pesquisa e reflexão crítica. A aprendizagem técnica isolada, desprovida de contexto, não dá conta da complexidade contemporânea. Por isso, a formação deve incluir debates éticos, discussões sobre autoria, análise de algoritmos e práticas de colaboração que estimulem autonomia intelectual e compromisso social.
De acordo com Giraffa e Kohls-Santos (2023), a mediação pedagógica na era da IA pressupõe compreender que ensinar é também aprender com os sistemas tecnológicos. As autoras ressaltam que a IA, quando usada de forma reflexiva, amplia a capacidade do professor de analisar dados educacionais e identificar necessidades formativas específicas. Esse movimento reposiciona a docência, que deixa de reagir às transformações digitais e passa a antecipá-las, orientando-se por princípios éticos e inclusivos.
A docência digital, nesse horizonte, deve ser sustentada por uma pedagogia que valorize o pensamento crítico e a autonomia dos sujeitos. O uso da IA precisa ser acompanhado de uma dimensão reflexiva que assegure o protagonismo humano diante das máquinas. Ensinar, nesse contexto, significa criar condições para que o estudante compreenda o funcionamento dos sistemas, questione seus limites e desenvolva consciência ética sobre o uso das tecnologias no cotidiano social.
Marzal (2023) adverte que o docente contemporâneo precisa desenvolver competências de leitura e escrita digitais que ultrapassem o domínio instrumental. Para o autor, o letramento em IA requer sensibilidade para interpretar ambientes informacionais complexos e discernimento para distinguir entre automatismo e criação. Essa competência não é apenas técnica, mas formativa, pois envolve escolhas que determinam o tipo de sociedade que a escola ajuda a construir por meio de suas práticas pedagógicas.
Os caminhos aqui traçados evidenciam que a mediação pedagógica diante da IA demanda formação crítica, criatividade e compromisso social. O professor que se reconhece como agente cultural entende que ensinar é mediar mundos, o humano e o digital, sem permitir que um silencie o outro. Nesse equilíbrio, a docência se reafirma como prática de diálogo e de esperança, capaz de manter a ética, a imaginação e a sensibilidade como fundamentos da experiência educativa.
3.3 Perspectivas Éticas e Desafios Formativos diante da Automação Educacional
A expansão da automação no campo educacional impõe novos modos de pensar o ensinar e o aprender. As tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA) configuram espaços de decisão compartilhada entre humanos e sistemas, exigindo do professor um olhar ético sobre suas escolhas pedagógicas. A docência, nesse contexto, é convocada a reinterpretar os limites da autonomia e da responsabilidade. O desafio não reside apenas em adotar dispositivos digitais, mas em compreender o que significa educar em tempos de algoritmos que também aprendem.
Ao se difundir nas escolas, a IA redefine fronteiras entre instrução, avaliação e criação. Cada vez mais, softwares assumem tarefas que antes pertenciam exclusivamente ao professor. Contudo, essa delegação não é neutra. O uso acrítico da automação pode gerar distanciamento humano e reduzir o processo educativo a métricas quantitativas. A formação docente precisa, portanto, cultivar discernimento ético para decidir o que deve ser delegado às máquinas e o que deve permanecer sob a mediação sensível do educador.
Ernandes et al. (2024) apontam que a integração da IA à educação básica demanda programas de formação continuada voltados à reflexão crítica sobre seus efeitos. Os autores enfatizam que políticas educacionais devem contemplar princípios éticos e estratégias pedagógicas que assegurem a centralidade humana nas decisões escolares. Compreender a automação não como ameaça, mas como oportunidade de reinventar práticas, requer preparação sólida e comprometimento com valores que ultrapassem o imediatismo tecnológico.
Esse entendimento reforça a necessidade de uma formação que una técnica e sensibilidade. O professor precisa aprender a ler os dados sem se tornar refém deles, interpretando-os como narrativas que expressam contextos e singularidades. A ética, nesse processo, atua como eixo de sustentação que orienta a escolha das metodologias e o uso responsável das ferramentas digitais. Assim, o ato de ensinar permanece humano, mesmo quando mediado por sistemas automatizados.
A automação educacional, ao mesmo tempo em que amplia o acesso à informação, pode invisibilizar desigualdades. Sistemas de recomendação, algoritmos de desempenho e plataformas personalizadas operam com lógicas que refletem preconceitos implícitos. A docência precisa, então, desenvolver um olhar investigativo para decifrar essas camadas de poder presentes nos códigos e nas métricas. A ética tecnológica torna-se componente indispensável da formação docente, garantindo que o uso da IA não reforce exclusões históricas, mas contribua para superá-las.
Webber e Flores (2023) ressaltam que o ensino sobre IA deve envolver discussões éticas que permitam compreender as implicações de sua aplicação nas escolas. Para os autores, é essencial que o professor se torne mediador de debates sobre privacidade, autonomia e justiça algorítmica, estimulando o pensamento crítico nos estudantes. O ensino da tecnologia, sob essa ótica, não se limita a treinar para o uso de ferramentas, mas busca formar cidadãos capazes de agir de modo consciente e ético diante da automação crescente.
O reconhecimento da ética como princípio formativo amplia o sentido da docência na era digital. A relação entre humano e máquina deixa de ser hierárquica e passa a ser dialógica, fundada em decisões compartilhadas. O professor que compreende os mecanismos da IA pode intervir pedagogicamente, corrigindo distorções e garantindo que o processo educativo preserve a sensibilidade e a equidade. A educação, assim, reafirma seu caráter político, sustentado por escolhas que privilegiam a dignidade humana.
A formação docente diante da automação precisa ser concebida como um processo de emancipação intelectual. Aprender sobre IA não é apenas adquirir novas competências técnicas, mas reconfigurar modos de pensar o conhecimento. Isso implica aprender a desconfiar das respostas prontas, a interrogar os resultados produzidos por algoritmos e a transformar cada dado em possibilidade de leitura crítica do mundo. O professor torna-se, nesse movimento, guardião da reflexão e promotor da autonomia.
De acordo com Ernandes et al. (2024), a incorporação ética da IA nas políticas educacionais depende da criação de ambientes colaborativos entre docentes, pesquisadores e gestores. O trabalho coletivo é visto pelos autores como condição para assegurar transparência, participação e controle democrático sobre o uso das tecnologias. A formação, portanto, precisa favorecer o diálogo entre teoria e prática, para que o professor se reconheça como protagonista e não como mero executor de diretrizes automatizadas.
A docência contemporânea enfrenta o desafio de ensinar a viver num mundo em que a presença da IA é constante e mutável. Essa tarefa não se resolve com manuais ou protocolos, mas com reflexão, escuta e compromisso ético. O professor precisa resgatar a dimensão sensível do ensino, equilibrando a precisão técnica com a abertura interpretativa. Em vez de resistir ao avanço tecnológico, é necessário reinventar o sentido do humano no interior das novas racionalidades digitais.
Webber e Flores (2023) argumentam que a abordagem ética da IA deve ultrapassar o âmbito curricular e permear toda a cultura escolar. A ética, segundo os autores, não pode ser tratada como disciplina isolada, mas como linguagem transversal, presente nas decisões pedagógicas, nas avaliações e nas relações institucionais. Tal compreensão reposiciona a formação docente como espaço de responsabilidade compartilhada, em que o aprender com tecnologia é inseparável de aprender a cuidar.
A caminhada reflexiva aqui delineado evidencia que a automação educacional, longe de significar ameaça, convida a repensar o sentido político e humano da formação. O professor, ao compreender a IA como interlocutora e não substituta, reafirma a potência ética de seu ofício. A docência do futuro dependerá menos da quantidade de dados processados e mais da qualidade dos vínculos que souber preservar. Nesse equilíbrio, a educação reencontra sua vocação de construir consciência, solidariedade e esperança.
4. DISCUSSÕES
Os resultados revelam que a incorporação da IA à formação docente só se consolida quando acompanhada por reflexão ética e compromisso pedagógico. A tecnologia, quando usada sem intencionalidade formativa, tende a acentuar automatismos e distâncias entre professores e estudantes. O desafio não está em adotar recursos digitais, mas em compreender as transformações culturais que eles instauram. O diálogo entre técnica e sensibilidade constitui, assim, condição essencial para uma docência que se mantenha crítica e socialmente comprometida.
Na perspectiva de Macedo (1994), o conhecimento resulta de um processo contínuo de leitura, interpretação e reelaboração de saberes. Essa concepção ilumina o papel do professor na era digital: o de pesquisador que interroga dados, confronta discursos e atribui sentidos. Sob esse olhar, o uso da IA deixa de ser ferramenta mecânica e torna-se mediador cognitivo, capaz de ampliar a consciência pedagógica. A pesquisa bibliográfica, nesse contexto, evidencia o quanto a docência requer fundamentação teórica sólida para lidar com novos paradigmas tecnológicos.
Marcom e Porto (2023) observam que a IA redefine a dinâmica das interações escolares ao transformar o professor em curador de experiências. Ao interpretar resultados gerados por algoritmos, o docente articula leitura crítica e discernimento ético, evitando que as decisões pedagógicas se tornem automáticas. Essa postura analítica exige reconfiguração formativa e ampliação das competências reflexivas. O professor que compreende a IA como parceira simbólica, e não como substituta, torna-se capaz de sustentar processos educativos criativos e autônomos.
A partir desse entendimento, pode-se argumentar que a educação digital contemporânea precisa equilibrar inovação e humanidade. O avanço tecnológico só ganha sentido quando orientado por valores que reconhecem a pluralidade e o diálogo. As ferramentas inteligentes, ao mesmo tempo em que otimizam tarefas, convidam à reinvenção dos vínculos entre saber, ética e convivência. O professor, nesse cenário, assume a responsabilidade de mediar experiências que integrem dados e narrativas, razão e afetividade, construindo novos modos de aprender coletivamente.
Carvalho (2021) enfatiza que a formação docente deve preparar o professor para lidar criticamente com riscos e benefícios da IA. O autor destaca que o uso responsável das tecnologias requer discernimento ético e conhecimento técnico equilibrado. Ao compreender a natureza das decisões algorítmicas, o professor adquire condições de manter sua autonomia frente à automação. Essa postura crítica evita que as práticas escolares se reduzam a rotinas instrumentais, fortalecendo uma cultura educacional orientada pela reflexão e pela responsabilidade social.
De modo convergente, Giraffa e Kohls-Santos (2023) afirmam que a mediação pedagógica em tempos de IA precisa incluir o domínio de competências digitais integradas ao pensamento crítico. As autoras defendem que o docente não deve apenas usar ferramentas, mas compreender suas lógicas internas e limitações éticas. Essa formação amplia a capacidade de leitura do contexto e aprimora a tomada de decisões educativas. A pedagogia digital, então, transforma-se em prática de autoria e coautoria, na qual aprender e ensinar se retroalimentam.
Ernandes et al. (2024) reforçam que a integração da IA à educação básica exige políticas de formação continuada que contemplem ética, inclusão e autonomia docente. Em consonância, Marzal (2023) acrescenta que a formação em multiletramentos digitais representa fronteira decisiva para o desenvolvimento humano. A confluência entre esses autores evidencia que o educador precisa reconhecer-se como sujeito ativo da cultura tecnológica, capaz de promover aprendizagens que transcendam o domínio técnico e se afirmem como experiências emancipatórias.
Webber e Flores (2023) destacam que o ensino da IA deve privilegiar dimensões éticas, formativas e sociais, assegurando que o avanço tecnológico não fragilize o sentido humano da educação. O conjunto das ideias apresentadas converge para uma compreensão ampliada da docência: formar professores significa formar leitores críticos do próprio tempo. A IA, quando guiada por princípios pedagógicos e compromisso coletivo, deixa de ser ameaça e se converte em oportunidade para reconstruir o horizonte ético da aprendizagem contemporânea.
5. CONCLUSÃO
As discussões aqui reunidas indicam que a presença da IA nas práticas educativas não inaugura apenas uma nova etapa tecnológica, mas um reordenamento profundo da docência. As relações entre professores e saberes tornaram-se mais complexas, exigindo posturas investigativas e sensíveis. A tecnologia, longe de substituir o humano, o interpela a redefinir seus modos de interpretar o mundo. A formação docente, nesse horizonte, deve articular criticidade, responsabilidade e sensibilidade para lidar com sistemas inteligentes de maneira ética e criadora.
O estudo evidenciou que os professores, ao assumirem postura mediadora, tornam-se agentes centrais na construção de uma pedagogia híbrida, na qual as tecnologias dialogam com valores humanos. Essa mediação não se sustenta em domínio técnico isolado, mas em compreensão epistemológica da cultura digital. O trabalho pedagógico passa a incorporar processos de leitura algorítmica, curadoria de informações e gestão emocional, ampliando o repertório formativo do educador e fortalecendo a autonomia reflexiva necessária para enfrentar os desafios contemporâneos.
As análises demonstraram também que o uso da IA na educação requer políticas de formação continuada que assegurem acompanhamento crítico. Sem esse investimento, o risco é de que as ferramentas sejam usadas como fins em si mesmas, desconectadas do projeto humanizador da escola. A profissionalização docente deve, portanto, incluir competências éticas e interpretativas, capazes de sustentar decisões pedagógicas em ambientes digitais complexos. A inovação educacional, assim, passa a ser compreendida como prática consciente e socialmente responsável.
Com base nos referenciais estudados, compreende-se que o avanço tecnológico só adquire sentido pedagógico quando associado a propósitos coletivos. A IA deve funcionar como catalisador de colaboração e não como instrumento de controle. A formação docente que integra sensibilidade, criatividade e rigor crítico permite que o professor transforme algoritmos em linguagens de mediação e não de dominação. Essa perspectiva inaugura uma docência atenta aos contextos, aberta à diversidade e comprometida com o fortalecimento da convivência democrática.
A experiência investigativa desenvolvida neste trabalho reafirma que os ambientes escolares são espaços de permanente reinvenção. As tecnologias, quando pensadas sob perspectiva pedagógica, favorecem a construção de sentidos compartilhados e o exercício da autonomia intelectual. O professor, nesse percurso, aprende a interpretar dados e a traduzi-los em experiências formativas. A IA, assim, não representa ameaça, mas campo fértil para o exercício da autoria docente e para a reconstrução de vínculos entre conhecimento, sensibilidade e ação social.
Outro aspecto relevante consiste na compreensão de que a integração tecnológica deve ser gradual, intencional e fundamentada. Cada decisão pedagógica precisa considerar as implicações éticas e epistemológicas envolvidas. O uso da IA pode auxiliar na personalização da aprendizagem, mas exige supervisão crítica que garanta equidade e transparência. Formar docentes nesse horizonte implica desenvolver capacidades analíticas e discernimento moral, prevenindo práticas que reduzam o ensino a procedimentos automatizados e assegurando que o processo formativo preserve o sentido humano da educação.
Pode-se inferir que a IA só contribuirá para o fortalecimento da educação se for guiada por princípios de justiça, cooperação e solidariedade. A formação docente deve estimular o diálogo interdisciplinar e a reflexão permanente sobre o impacto das tecnologias nas subjetividades. O professor que reconhece os limites e possibilidades desses recursos torna-se articulador de experiências emancipatórias. Ao reconstruir suas práticas sob esse prisma, o ensino passa a operar como espaço de invenção ética e de compromisso coletivo com a aprendizagem.
A pesquisa aqui apresentada sustentou-se na abordagem bibliográfica, permitindo reunir perspectivas teóricas sobre a formação docente e o uso educativo da IA. O percurso reafirma que inovação e humanização não são esferas opostas, mas dimensões complementares. A docência contemporânea exige que o professor una rigor técnico e sensibilidade crítica para que as tecnologias estejam a serviço da educação, e não o contrário. O texto foi construído com apoio da pesquisa bibliográfica, mediada por recursos digitais assistivos para organização e sistematização de fontes.
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