IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DA MATERNAGEM ATÍPICA: PERSPECTIVAS E VICISSITUDES “(IN)VISÍVEIS” DO CUIDADO MATERNO COM CRIANÇAS NEURODIVERGENTES

PSYCHOSOCIAL IMPACTS OF ATYPICAL MOTHERHOOD: PERSPECTIVES AND “(IN)VISIBLE” VICISSITUDES OF MATERNAL CARE FOR NEURODIVERGENT CHILDREN

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511091823


Larissa Rodrigues Leite¹*
Monik Carreiro Lima e Dorta²
Naiele Souza Batista³
Isabela Bernardes Bosque¹**


Resumo

Este artigo teve como objetivo analisar os impactos psicossociais da maternagem atípica, compreendida como a experiência de mães que cuidam de crianças com deficiência ou neurodivergência, buscando compreender como essa vivência afeta a saúde emocional e mental dessas mulheres. A pesquisa, de natureza bibliográfica e abordagem qualitativa, baseou-se em estudos, legislações e documentos oficiais produzidos entre 2012 e 2025, utilizando como fontes o Ministério da Saúde, CRAS, CAPS, UBS, OSCs e literatura científica nacional e internacional. Os resultados apontaram que a maternagem atípica está associada a altos níveis de estresse, ansiedade e esgotamento emocional, decorrentes da sobrecarga de cuidado e da falta de apoio institucional. Verificou-se que, embora existam políticas públicas voltadas à inclusão e à saúde mental, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Política Nacional de Saúde Mental, há fragilidades na sua implementação devido ao subfinanciamento da saúde pública e à insuficiência de serviços especializados. Além disso, a ausência de redes de apoio social e comunitário agrava o isolamento e o sofrimento dessas mães, que frequentemente precisam abdicar de suas atividades profissionais e pessoais. Conclui-se que os impactos psicossociais da maternagem atípica refletem a desigualdade de gênero e a invisibilidade do trabalho do cuidado. A efetivação de políticas públicas integradas e o fortalecimento das redes de apoio psicossocial são medidas fundamentais para promover a saúde mental e a qualidade de vida dessas mulheres, reconhecendo o cuidado como uma responsabilidade compartilhada e como um pilar essencial da justiça social.

Palavras-chave: maternagem atípica; impactos psicossociais; saúde mental; deficiência; políticas públicas.

1. INTRODUÇÃO

A maternagem atípica refere-se ao cuidado materno de crianças com condições de saúde que demandam acompanhamento constante, como deficiências físicas, transtornos do neurodesenvolvimento ou síndromes genéticas. Segundo Kuperman (2019), mães atípicas vivenciam uma rotina marcada por terapias frequentes, enfrentamento de barreiras institucionais e ausência de políticas públicas efetivas, o que amplia sua sobrecarga física e emocional. Essas mães, além das preocupações comuns à maternidade, lidam com sentimento de culpa, incertezas sobre o futuro e a constante necessidade de luta por direitos e acesso a recursos.

Dessa forma, a maternagem deixa de ser apenas uma experiência afetiva e passa a mulheres. De acordo com Guimarães (2019), a sobrecarga imposta às mães, especialmente àquelas que não possuem rede de apoio, torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas de sofrimento emocional, como ansiedade, depressão e sentimento de solidão. Tal realidade é agravada quando se trata da maternagem atípica, em que os cuidados exigem uma dedicação ainda mais intensa e complexa.

A maternagem atípica, entendida como o exercício da maternidade voltado ao cuidado de crianças com deficiência ou neurodivergência, configura-se como uma experiência marcada por desafios únicos, que extrapolam o processo tradicional da parentalidade. Mães inseridas nesse contexto convivem com demandas contínuas de atenção, tratamento e acompanhamento especializado, vivenciando impactos significativos em sua saúde emocional e mental. Esses desafios não se restringem ao âmbito privado, mas dialogam diretamente com questões sociais, culturais e políticas, exigindo uma análise aprofundada dos aspectos psicossociais envolvidos (CABRAL; SILVA, 2021).

O campo dos estudos sobre maternagem atípica vem ganhando relevância nas últimas décadas, especialmente diante do aumento da visibilidade social das deficiências e da neurodiversidade. Ao mesmo tempo, observa-se uma lacuna de políticas públicas adequadas e de suporte psicológico eficaz às mães, que permanecem como principais cuidadoras. Essa sobrecarga de funções, associada à falta de rede de apoio consistente, pode resultar em adoecimento psíquico, isolamento social e fragilização da qualidade de vida (FLENIK et al., 2022).

Outro fator importante refere-se às expectativas sociais construídas sobre a maternidade. O ideal materno, frequentemente romantizado, contrasta com a realidade vivida por mães de crianças que exigem cuidados intensivos e contínuos. Esse choque entre expectativa e realidade tende a gerar sentimento de culpa, frustração e insuficiência, que se somam ao estresse diário das demandas práticas do cuidado (OLIVEIRA et al., 2020).

A rede de serviços públicos e comunitários, como o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e as OSCs (Organizações da Sociedade Civil) de apoio a pessoas com deficiência, desempenha um papel crucial no suporte às famílias. No entanto, esses serviços muitas vezes apresentam limitações estruturais, falta de profissionais especializados ou mesmo dificuldade de articulação intersetorial, ampliando o peso que recai sobre as mães (GOMES; RAMOS, 2019).

Nesse cenário, torna-se necessário investigar de forma abrangente como a maternagem atípica impacta a saúde mental e emocional dessas mulheres. O presente estudo busca compreender tais impactos a partir de uma análise psicossocial, considerando fatores emocionais, sociais e institucionais que permeiam a experiência da maternidade atípica no Brasil.

Assim, o objetivo principal da pesquisa é analisar os impactos psicossociais da maternagem atípica na saúde emocional e mental de mães de crianças com deficiência ou neurodivergência. Como objetivos secundários, pretende-se: identificar os principais fatores de risco psicossocial associados a essa maternidade; discutir as estratégias de enfrentamento e resiliência utilizadas pelas mães; analisar o papel das redes de apoio formais e informais; e refletir sobre a efetividade das políticas públicas voltadas ao cuidado dessas famílias. Dessa forma, o problema de pesquisa pode ser formulado da seguinte maneira: Quais são os impactos psicossociais da maternagem atípica e de que forma eles afetam a vida das mães de crianças com deficiência ou neurodivergência?

2. MATERNAGEM ATÍPICA

2.1. MATERNAGEM ATÍPICA E IDENTIDADE MATERNA

A diferença entre maternidade e maternagem reside, principalmente, na distinção entre o aspecto biológico e o afetivo do ato de ser mãe. Conforme Gradvohl, Osis e Makuch (2014), maternidade refere-se à capacidade física e biológica de gerar um filho, enquanto maternagem diz respeito ao vínculo afetivo, ao cuidado e ao exercício emocional e relacional que se estabelece com a criança. A maternidade, portanto, é um evento natural, mas a maternagem é um processo construído social e historicamente, podendo existir independentemente da experiência biológica de gerar. Essa distinção é fundamental para compreender que o amor e o cuidado materno não são instintivos, mas aprendidos e influenciados por fatores culturais e sociais. Assim, a maternagem envolve a presença, o afeto e o suporte emocional, ultrapassando o simples fato de dar à luz (GRADVOHL; OSIS; MAKUCH, 2014).

A construção da identidade materna sofre alterações profundas quando a mulher se depara com o diagnóstico de deficiência ou neurodivergência do(a) filho(a). Esse processo geralmente envolve luto pela perda do filho idealizado, adaptação às novas demandas e redefinição do papel de mãe (SOUZA; DIAS, 2018). Muitas vezes, o diagnóstico precoce gera sentimentos de choque, negação e posteriormente aceitação, configurando um percurso emocional intenso. Esses aspectos podem repercutir em sintomas depressivos e ansiosos, afetando diretamente o equilíbrio psíquico da mãe (SILVA; DESSEN, 2017).

Além disso, a identidade materna se constrói em meio a expectativas sociais, frequentemente marcadas por um ideal de mãe “perfeita”, devotada e sempre disponível. No caso da maternagem atípica, esse ideal torna-se ainda mais distante, já que as exigências do cuidado extrapolam os padrões esperados. Esse descompasso entre a realidade vivida e o modelo socialmente imposto reforça sentimentos de insuficiência e culpa (OLIVEIRA et al., 2020).

Outro ponto relevante é que, ao assumir a função de cuidadora, muitas vezes a mulher vivencia uma diluição de sua identidade pessoal em prol da identidade materna. Isso significa que seus projetos individuais, sonhos e desejos são colocados em segundo plano diante da prioridade absoluta que passa a ser o bem-estar do filho (CABRAL; SILVA, 2021). Tal dinâmica pode gerar uma sensação de apagamento de si mesma, com implicações emocionais e psicológicas importantes.

Por outro lado, há relatos de mães que encontram na maternagem atípica um processo de ressignificação identitária. Para algumas mães, a experiência se torna um catalisador de engajamento social e ativismo em prol da inclusão, fortalecendo seu senso de identidade como agente de transformação social (NUNES et al., 2019). Esse movimento de ressignificação pode ser considerado um fator protetivo diante dos desafios emocionais enfrentados.

2.2. IMPACTOS EMOCIONAIS E SOBRECARGA PSÍQUICA

Estudos apontam que mães de crianças com deficiência apresentam índices mais elevados de ansiedade, depressão e estresse crônico em comparação com mães de crianças típicas (NUNES et al., 2019). A sobrecarga mental é intensificada pela necessidade constante de acompanhamento médico, terapêutico e pedagógico, o que limita o tempo para autocuidado e lazer. Segundo Flenik et al. (2022), a ausência de tempo próprio contribui para a sensação de esgotamento, favorecendo quadros de exaustão emocional e síndrome de burnout materno.

“Síndrome de burnout materno” não é um diagnóstico médico oficialmente reconhecido nos manuais diagnósticos internacionais, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição) da American Psychiatric Association, nem na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, 11ª revisão) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O que existe oficialmente é o “burnout ocupacional” — um estado de esgotamento físico e emocional relacionado exclusivamente ao contexto de trabalho, reconhecido pela OMS desde 2019 e classificado na CID-11 (QD85 – “Burn-out”) como um fenômeno ocupacional, não como um transtorno mental. CID-11 (OMS, 2019) define burnout como: “Síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso, caracterizada por exaustão, distanciamento mental e redução da eficácia profissional.” A expressão “burnout materno” (maternal burnout), portanto, é uma metáfora clínica e teórica usada em pesquisas recentes para descrever um estado de exaustão extrema e emocional associada às demandas da maternidade, mas não tem reconhecimento formal como diagnóstico médico.

O conceito ganhou força principalmente com as pesquisas da psicóloga belga Isabelle Roskam e de Moïra Mikolajczak, da Universidade de Louvain (Bélgica), que publicaram estudos empíricos sobre o tema a partir de 2018, propondo uma distinção entre o burnout ocupacional e o maternal burnout. Segundo Mikolajczak e Roskam (2018), o burnout materno é uma “condição psicológica resultante de estresse parental crônico e intenso, que leva à exaustão emocional, distanciamento afetivo e perda de prazer no papel de mãe”. No entanto, as próprias autoras ressaltam que não se trata de um transtorno reconhecido oficialmente, mas de um constructo teórico em desenvolvimento que pode auxiliar na compreensão do sofrimento psíquico materno.

Essa sobrecarga psíquica é ainda maior em contextos de vulnerabilidade social, nos quais o acesso a serviços especializados é restrito. Muitas mães precisam percorrer longas distâncias para conseguir atendimento em CAPS ou UBS, o que gera desgaste físico e emocional adicional (BRASIL, 2020). A carência de profissionais capacitados para lidar com demandas da neurodivergência e da deficiência agrava a sensação de impotência vivida pelas mães (GOMES; RAMOS, 2019).

A literatura também evidencia que sintomas como insônia, crises de choro frequentes, irritabilidade e sentimentos de desesperança são comuns entre mães de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) e deficiências múltiplas (OLIVEIRA et al., 2020). Esse adoecimento psíquico não se dá de forma isolada, mas em um contexto de sobreposição de papéis sociais, já que muitas dessas mulheres são responsáveis pelo sustento da casa, além do cuidado com outros filhos.

É importante destacar que a sobrecarga emocional não é apenas individual, mas estrutural. A ausência de suporte adequado do Estado transfere às mães responsabilidades que deveriam ser compartilhadas pela sociedade, como o cuidado integral, a reabilitação e a inclusão escolar. Essa transferência de responsabilidades constitui um fator de injustiça social, que impacta diretamente a saúde mental dessas mulheres (CARVALHO; MARTINS, 2021).

2.3. REDE DE APOIO E ISOLAMENTO SOCIAL

A presença ou ausência de rede de apoio impacta significativamente na saúde mental das mães. Quando existe suporte familiar, comunitário ou institucional, os efeitos do estresse tendem a ser atenuados. No entanto, em contextos de abandono conjugal, ausência de políticas públicas e exclusão social, a mãe enfrenta isolamento e solidão (GOMES; RAMOS, 2019). As instituições públicas, como o CRAS e CAPS, oferecem suporte psicossocial, mas com limitações devido à alta demanda e à falta de recursos humanos e financeiros, refletindo a insuficiência do Estado em atender plenamente essas famílias (BRASIL, 2012; BRASIL, 2020).

A literatura mostra que a solidão materna é um dos fatores mais citados como desencadeador de sofrimento emocional. Muitas mães relatam afastamento de amigos e familiares, que não compreendem a rotina de cuidados ou evitam conviver com a criança devido ao preconceito. Esse isolamento social gera sentimento de abandono e aumenta o risco de depressão (NUNES et al., 2019).

Além disso, a rede de apoio muitas vezes é composta por outras mães que compartilham experiências semelhantes. As OSCs e associações de pais tornam-se espaços de pertencimento, onde é possível trocar vivências, aprender estratégias de enfrentamento e reduzir a sensação de solidão. OLIVEIRA et al. (2020) destacam que a participação em grupos de apoio é um fator de proteção importante para a saúde mental materna.

Entretanto, é necessário problematizar que esse apoio nem sempre é suficiente para suprir as demandas práticas do cuidado. Muitas mães, mesmo participando de redes de apoio, continuam sem auxílio efetivo para atividades básicas, como transporte para consultas, acesso a medicamentos e suporte financeiro. Essa limitação reforça a necessidade de políticas públicas mais abrangentes, que articulem as redes formais e informais de apoio (CABRAL; SILVA, 2021).

2.4. ESTIGMA, PRECONCEITO E EXCLUSÃO

Além da sobrecarga prática, mães enfrentam o estigma social vinculado à deficiência e à neurodivergência. O capacitismo, entendido como preconceito contra pessoas com deficiência, impacta não apenas a criança, mas também a mãe, que frequentemente é responsabilizada pelo comportamento ou pela condição do filho (DINIZ, 2017). Esse estigma pode levar ao afastamento de círculos sociais e à redução de oportunidades de participação comunitária.

A exclusão também se manifesta em espaços institucionais, como escolas e serviços de saúde. Muitas mães relatam experiências de preconceito por parte de profissionais que não estão preparados para lidar com crianças neurodivergentes. Esse tipo de vivência gera frustração e sensação de invisibilidade social, intensificando o desgaste emocional (FLENIK et al., 2022).

Do ponto de vista cultural, o estigma se expressa na culpabilização materna. É comum que a mãe seja responsabilizada por não “educar corretamente” a criança ou por não “controlar seu comportamento”, reforçando uma lógica de julgamento moral que recai exclusivamente sobre a figura materna (OLIVEIRA et al., 2020). Esse processo de culpabilização é uma forma de violência simbólica que compromete a saúde emocional da mãe.

Ainda assim, algumas mães transformam a experiência do preconceito em combustível para o ativismo social. Muitas delas se tornam militantes em defesa dos direitos de seus filhos e da inclusão, atuando em OSCs e associações. Esse engajamento social contribui para combater o estigma e, ao mesmo tempo, fortalece a autoestima materna, funcionando como um recurso de resiliência (CABRAL; SILVA, 2021).

2.5. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO E RESILIÊNCIA

Apesar das adversidades, muitas mães desenvolvem estratégias de enfrentamento que favorecem sua resiliência. A espiritualidade, a participação em grupos de apoio, o ativismo em associações e o uso de redes sociais como espaço de troca são práticas recorrentes (OLIVEIRA et al., 2020). A ressignificação da maternidade e o engajamento em causas sociais têm se mostrado fatores protetores importantes para a saúde emocional dessas mulheres (CABRAL; SILVA, 2021).

As redes sociais digitais, em especial, têm se tornado ferramentas de grande impacto na vida dessas mães. Plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp são utilizadas para criar comunidades virtuais, nas quais é possível compartilhar experiências, buscar informações sobre terapias e até mobilizar campanhas de arrecadação de recursos (NUNES et al., 2019). Esse ambiente digital favorece a construção de uma rede de apoio ampliada, ainda que virtual.

A espiritualidade também é frequentemente mencionada como um recurso de enfrentamento. A fé proporciona sentido para o sofrimento, funcionando como uma base de esperança diante das incertezas do futuro. Em muitos casos, práticas religiosas coletivas também contribuem para a formação de laços sociais, ampliando o suporte emocional (OLIVEIRA et al., 2020).

É importante destacar, contudo, que a resiliência não elimina o sofrimento. Trata-se de um processo dinâmico que permite às mães lidar com as adversidades, mas que ainda exige suporte externo para ser sustentado. Portanto, não deve ser interpretada como responsabilidade individual da mãe, mas como resultado da interação entre estratégias pessoais e condições sociais (FLENIK et al., 2022).

2.6. TRABALHO, ECONOMIA E MATERNAGEM ATÍPICA

Outro aspecto relevante diz respeito às dificuldades de inserção e permanência no mercado de trabalho. Muitas mães precisam abandonar ou flexibilizar suas carreiras devido à dedicação integral ao cuidado do(a) filho(a). Isso gera impacto financeiro significativo e aumenta a dependência de programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (BRASIL, 1993). Essa condição reforça a vulnerabilidade social e econômica da família, ampliando o ciclo de estresse e sobrecarga (CARVALHO; MARTINS, 2021).

As consequências financeiras se refletem diretamente no bem-estar emocional da mãe. A insegurança econômica gera preocupação constante com o futuro da criança e da família. Muitas vezes, as mães precisam escolher entre investir em terapias particulares ou suprir necessidades básicas da casa, o que intensifica sentimento de culpa e impotência (GOMES; RAMOS, 2019).

Além disso, a exclusão do mercado de trabalho gera perda de identidade profissional e redução do convívio social. Para muitas mulheres, o trabalho não é apenas fonte de renda, mas também de reconhecimento e pertencimento. O afastamento desse espaço acarreta isolamento social e impacto negativo na autoestima (CABRAL; SILVA, 2021).

É fundamental considerar que a maternagem atípica não deve ser vista apenas como questão privada, mas também como questão social e econômica. O Brasil já possui políticas que buscam conciliar maternidade e trabalho, como a licença-maternidade garantida pela Constituição Federal de 1988 e pela CLT, o Programa Empresa Cidadã (Lei nº 11.770/2008), e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), que assegura direitos às pessoas com deficiência e suporte às famílias cuidadoras. Além disso, programas e serviços como CRAS, CAPS, UBS e o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) oferecem apoio financeiro, psicossocial e de saúde às mães e seus filhos. Contudo, essas políticas ainda enfrentam desafios de implementação, cobertura e integração intersetorial. Por isso, o Estado precisa fortalecer a Política Nacional de Cuidados e ampliar ações de conciliação entre maternidade e trabalho, como flexibilização de jornada, capacitação de cuidadores profissionais e expansão das redes de apoio comunitário (BRASIL, 2015; BRASIL, 2023).

2.7. POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO

No Brasil já existe Políticas e Leis relacionadas à conciliação entre maternidade, cuidado e trabalho.  A Constituição Federal (1988), já garante direitos à maternidade e à infância, como: Licença-maternidade de 120 dias (art. 7º, XVIII); Proteção do emprego da gestante (art. 10, II, “b” do ADCT); Direito à creche e à pré-escola para filhos de trabalhadores (art. 7º, XXV); Dever do Estado e da sociedade na proteção da maternidade e da infância (art. 227).

A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, (Decreto-Lei nº 5.452/1943), reforça os direitos de: Licença-maternidade (arts. 392–396); Intervalos para amamentação (art. 396); Garantia de estabilidade da gestante; Proteção do trabalho da mulher (arts. 373-A a 401).

A Lei nº 11.770/2008 – Programa Empresa Cidadã Cria o Programa Empresa Cidadã, que amplia a licença-maternidade para 180 dias e a licença-paternidade para 20 dias, mediante adesão das empresas. Esse benefício busca justamente favorecer a conciliação entre trabalho e cuidado, com impacto positivo nas famílias de crianças com deficiência.

O governo federal, via Ministério das Mulheres, está estruturando a Política Nacional de Cuidados, que prevê: Valorização das pessoas cuidadoras (profissionais e familiares); incentivo à divisão equitativa das tarefas de cuidado; Ampliação de creches e serviços de reabilitação; Suporte direto às mães de crianças com deficiência.

Os programas de apoio e proteção social, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) que garante um salário mínimo à pessoa com deficiência de baixa renda; o CRAS e CREAS já oferecem acolhimento, acompanhamento psicossocial e encaminhamento a serviços de saúde e inclusão; CAPS – apoio em saúde mental, inclusive para familiares cuidadores; UBS e NASF – suporte básico de saúde e encaminhamento a terapias e reabilitação.

O Brasil dispõe de um arcabouço legal que assegura direitos às pessoas com deficiência e suas famílias, como a Lei Brasileira de Inclusão (LEI nº 13.146/2015). Entretanto, sua efetividade ainda é limitada na prática, devido à insuficiência de políticas integradas e à falta de acompanhamento especializado contínuo (BRASIL, 2015). Além disso, embora os serviços de saúde mental, como os CAPS, sejam fundamentais, sua capilaridade ainda é insuficiente para atender à demanda (BRASIL, 2020).

Outro marco importante é a Política Nacional de Saúde Mental, que prevê atenção psicossocial às famílias, mas que, na prática, enfrenta barreiras de implementação devido ao subfinanciamento da saúde pública: por exemplo, embora o gasto total com saúde atinja cerca de 9,7% do PIB, o governo federal, estadual e municipal responde por apenas 4,0% do PIB em gasto público direto no setor (IBGE, 2021) o que é muito abaixo da meta de 6% do PIB recomendada por organismos como o IEPS para sustentar um SUS com cobertura adequada (IEPS, 2024). Muitas mães relatam dificuldade de acesso a psicólogos e psiquiatras pelo SUS, o que as leva a buscar atendimentos particulares, frequentemente inacessíveis diante das limitações financeiras impostas pelo cuidado integral dos filhos. Essa lacuna entre a previsão legal e a prática cotidiana agrava o sofrimento psíquico dessas mulheres, que se veem desamparadas por políticas públicas fragmentadas (FLENIK et al., 2022).

Além disso, o número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ainda é insuficiente para atender à demanda crescente de famílias que convivem com a deficiência e a neurodivergência. Segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2023), existem pouco mais de 2.800 CAPS ativos em todo o país, número considerado baixo diante da extensão territorial e das desigualdades regionais. Em muitos municípios pequenos ou periféricos, o atendimento psicossocial depende da atuação intersetorial entre CRAS, UBS e escolas, o que nem sempre ocorre de forma articulada (SILVA; CUNHA, 2020). Essa fragmentação da rede pública gera descontinuidade nos acompanhamentos e sobrecarga para os profissionais de referência, que enfrentam alta rotatividade e escassez de recursos materiais e humanos.

Nesse contexto, as mães de crianças com deficiência ou neurodivergência acabam assumindo não apenas o papel de cuidadoras, mas também o de gestoras do cuidado, intermediando atendimentos, transportes, agendas e terapias. Esse acúmulo de responsabilidades, somado à falta de apoio psicológico adequado, contribui para o aumento de sintomas ansiosos e depressivos, reforçando um ciclo de desgaste emocional (NUNES et al., 2019; COUTO; RIBEIRO, 2021). A ausência de uma política pública efetiva e integrada de apoio à saúde mental das mães cuidadoras reflete uma lacuna estrutural que ainda precisa ser enfrentada no sistema de saúde brasileiro.

A intersetorialidade entre saúde, educação e assistência social é outro desafio. Embora CRAS e UBS estejam previstos como pontos de suporte, sua articulação com as escolas e com as famílias ainda é incipiente. Isso gera fragmentação no atendimento e impede uma resposta integrada às necessidades da criança e da mãe (GOMES; RAMOS, 2019).

Diante desse cenário, as políticas públicas precisam avançar não apenas em termos legislativos, mas sobretudo em práticas efetivas de acolhimento e cuidado integral. O fortalecimento das equipes multiprofissionais, a ampliação da rede CAPS e a criação de programas específicos de suporte psicológico para mães cuidadoras seriam passos importantes para reduzir os impactos psicossociais da maternagem atípica (CARVALHO; MARTINS, 2021).

2.8. A IMPORTÂNCIA DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E INICIATIVAS COMUNITÁRIAS

Muitas vezes, o apoio mais efetivo vem de organizações não governamentais e movimentos comunitários. Associações de pais e grupos de mães têm desempenhado papel essencial na troca de experiências e na promoção de espaços de escuta e acolhimento. Segundo Nunes et al. (2019), a participação em grupos sociais fortalece a resiliência materna e proporciona sensação de pertencimento, reduzindo os efeitos do isolamento.

As OSCs também desempenham papel relevante no acesso a terapias complementares, como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, que muitas vezes não estão disponíveis na rede pública. Essa atuação supre lacunas do sistema de saúde, embora dependa de financiamento instável e da mobilização comunitária (GOMES; RAMOS, 2019).

Além disso, essas iniciativas têm protagonizado campanhas de conscientização contra o capacitismo, promovendo maior visibilidade social às famílias e pressionando o poder público por políticas mais inclusivas. O ativismo de mães em OSCs tem sido fundamental para conquistas legais, como a própria Lei Brasileira de Inclusão (BRASIL, 2015).

É necessário, contudo, reconhecer os limites dessas iniciativas. OSCs e associações não podem substituir a responsabilidade do Estado em garantir direitos básicos. Sua atuação deve ser entendida como complementar, fortalecendo redes de solidariedade, mas não como substituição das políticas públicas (CABRAL; SILVA, 2021).

3. METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa e exploratória, fundamentada em revisão bibliográfica e documental, com recorte temporal entre 2012 e 2025. Esse recorte foi escolhido por compreender o período em que houve avanços significativos nas discussões acadêmicas e políticas sobre saúde mental materna, inclusão social e direitos das pessoas com deficiência, sobretudo após a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).

A revisão bibliográfica foi realizada em bases acadêmicas como SciELO, LILACS, utilizando descritores como maternidade atípica, impactos psicossociais, saúde mental materna, rede de apoio, deficiência e família, neurodivergência e políticas públicas. Foram priorizados artigos, teses, dissertações e livros publicados dentro do recorte temporal. Também foram consultados relatórios técnicos de instituições como Ministério da Saúde, CAPS, CRAS, UBS e ONGs voltadas à inclusão social, visando agregar dados de campo já existentes.

Além disso, buscou-se incluir dados secundários de pesquisas realizadas em serviços de saúde e assistência social. Documentos e relatórios oficiais emitidos por órgãos públicos como o IBGE, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Ministério da Cidadania e o Ministério da Saúde foram utilizados para fundamentar as discussões sobre realidade social e políticas públicas. Essa escolha metodológica amplia a validade da análise ao considerar não apenas a produção acadêmica, mas também informações aplicadas no cotidiano das famílias.

O método de análise utilizado foi a análise temática de conteúdo (Bardin, 2016), a partir da qual foram organizados os principais eixos de impacto psicossocial: identidade materna, saúde mental, rede de apoio, relações familiares, estigma social e estratégias de enfrentamento. Essa abordagem permitiu agrupar e interpretar de forma crítica as informações encontradas, favorecendo a construção de uma visão ampla e integrada da realidade vivida por mães atípicas.

Por se tratar de um estudo bibliográfico e documental, não houve coleta de dados diretos com sujeitos de pesquisa. Entretanto, a análise dos relatórios de campo já realizados por serviços públicos (CRAS, CAPS e UBS) e ONGs atuantes em comunidades possibilitou um contato indireto com a realidade empírica, garantindo maior consistência à discussão dos impactos psicossociais investigados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise bibliográfica sobre os impactos psicossociais da maternagem atípica evidencia que a experiência materna de cuidar de uma criança com deficiência ou neurodivergência transcende o campo individual, tornando-se um fenômeno social complexo, que envolve dimensões emocionais, econômicas, culturais e estruturais. De acordo com Flenik et al. (2022), essas mães vivenciam uma sobrecarga física e emocional significativa, marcada por sentimentos ambíguos de amor, culpa, exaustão e impotência diante das demandas cotidianas. Essa sobrecarga, que muitas vezes extrapola os limites do autocuidado, está associada à insuficiência das redes de apoio institucional e à fragilidade das políticas públicas voltadas à saúde mental das cuidadoras.

Os estudos revisados revelam que as mães de crianças com deficiência são mais propensas a desenvolver sintomas de ansiedade, depressão e estresse crônico quando comparadas às mães de crianças típicas (Nunes et al., 2019). Tal condição está diretamente relacionada ao papel social imposto à mulher enquanto principal cuidadora, papel esse historicamente naturalizado pela sociedade patriarcal (Badinter, 2011). O processo de maternagem atípica exige não apenas cuidados diários e contínuos, mas também um acompanhamento burocrático complexo envolvendo consultas médicas, terapias, questões escolares e direitos legais, o que aumenta a carga de responsabilidade mental e emocional. Essa configuração reforça o que Federici (2019) denomina de “trabalho reprodutivo invisível”, isto é, o conjunto de tarefas de cuidado não remuneradas que sustentam a reprodução social, mas permanecem desvalorizadas econômica e simbolicamente.

A literatura também aponta que, apesar da existência de políticas públicas voltadas à pessoa com deficiência e suas famílias, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e a Política Nacional de Saúde Mental (Portaria nº 3.088/2011), a efetividade dessas ações ainda é limitada. Segundo Couto e Ribeiro (2021), a execução dessas políticas é frequentemente prejudicada por entraves estruturais, como falta de financiamento, escassez de profissionais especializados e ausência de integração entre os serviços de saúde, assistência social e educação. Tal desarticulação institucional compromete o acesso das mães cuidadoras a recursos essenciais de apoio, como psicoterapia, orientação parental e grupos de escuta, perpetuando o ciclo de sobrecarga e isolamento social.

Em muitos municípios brasileiros, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, a rede de atenção psicossocial ainda é insuficiente para suprir a demanda crescente de famílias que convivem com a deficiência e a neurodivergência. Dados do Ministério da Saúde (Brasil, 2023) indicam que existem pouco mais de 2.800 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em funcionamento no país, número considerado aquém das necessidades da população. A carência desses serviços implica maior vulnerabilidade para as mães, que dependem de encaminhamentos em CRAS e UBS, nem sempre preparados para lidar com as especificidades da maternagem atípica (Silva; Cunha, 2020). Essa realidade demonstra que, embora o SUS e a RAPS representem avanços importantes, a fragmentação da rede ainda compromete o acompanhamento contínuo dessas famílias.

No que se refere aos impactos psicossociais, a maternagem atípica repercute em diferentes dimensões da vida da mulher. Psicologicamente, o esgotamento emocional é um dos efeitos mais relatados, sendo descrito em algumas pesquisas como uma forma de “burnout materno” que é uma metáfora que expressa o desgaste extremo das mães diante das exigências ininterruptas do cuidado, ainda que não seja um diagnóstico clínico reconhecido (Mikolajczak; Roskam, 2018). Esse estado de exaustão tende a ser agravado pela ausência de redes de suporte emocional, pela invisibilidade social do trabalho do cuidado e pela pressão internaizada para cumprir expectativas de uma maternidade idealizada.

Socialmente, observa-se que essas mães enfrentam processos de isolamento e retração social, decorrentes tanto das demandas intensas do cuidado quanto da falta de compreensão da sociedade sobre as deficiências e neurodivergências. Segundo Leal et al. (2020), a falta de acessibilidade, o preconceito e a desinformação dificultam a inclusão das crianças e de suas famílias nos espaços comunitários e escolares, reforçando sentimentos de marginalização e exclusão. Assim, o impacto psicossocial da maternagem atípica não se restringe ao campo da saúde mental, mas também incide sobre as condições de cidadania e pertencimento social.

Outro aspecto recorrente na literatura diz respeito à conciliação entre maternagem e trabalho. Apesar de avanços legais, como a ampliação da licença-maternidade para mães de crianças com deficiência (Lei nº 13.370/2016) e a previsão de horários especiais de amamentação e cuidados, ainda há lacunas na implementação de políticas de conciliação. Muitas mães relatam a necessidade de abandonar o emprego ou migrar para trabalhos informais para atender às demandas dos filhos, o que implica perdas econômicas e identitárias (Vieira; Amaral, 2022). Essa renúncia profissional, associada à falta de apoio institucional, contribui para a perpetuação da desigualdade de gênero e para o empobrecimento das famílias.

O enfrentamento desses impactos requer o fortalecimento das políticas públicas e das redes de apoio comunitário. Experiências locais mostram que a atuação integrada entre CRAS, CAPS, escolas e ONGs tem potencial para promover bem-estar emocional e suporte social às mães cuidadoras. De acordo com Pereira e Souza (2023), grupos de apoio psicológico e oficinas terapêuticas desenvolvidas em parceria com universidades e serviços públicos têm se mostrado eficazes para reduzir o estresse e favorecer a troca de experiências entre mães. Essas ações fortalecem o senso de pertencimento e diminuem o isolamento, reafirmando a importância da dimensão coletiva no enfrentamento da maternagem atípica.

Por fim, os resultados apontam que é urgente a necessidade de se ampliar o debate sobre a maternagem atípica como uma questão de saúde pública e de gênero. O sofrimento psíquico das mães não pode ser visto como consequência individual da maternidade, mas como resultado de uma estrutura social que sobrecarrega as mulheres e negligencia o cuidado como responsabilidade compartilhada (Saffioti, 2015). Assim, discutir os impactos psicossociais da maternagem atípica é, também, discutir justiça social, equidade de gênero e o direito à saúde mental plena para todas as mulheres.

5. CONCLUSÃO

A análise dos impactos psicossociais da maternagem atípica evidencia que o cuidado de uma criança com deficiência ou neurodivergência representa uma vivência multifacetada, que ultrapassa o campo afetivo e alcança dimensões sociais, econômicas e estruturais. As mães cuidadoras enfrentam, cotidianamente, o desafio de equilibrar o amor e a responsabilidade materna com o desgaste físico, emocional e mental provocado pelas demandas contínuas de cuidado, burocracia e acompanhamento terapêutico. Essa sobrecarga reflete não apenas a intensidade da experiência individual, mas também a fragilidade das políticas públicas de suporte à maternidade atípica no Brasil.

A partir da revisão bibliográfica, constatou-se que, embora existam marcos legais e políticas voltadas à inclusão e à saúde mental, tais como o Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Política Nacional de Saúde Mental e a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial, para a realidade cotidiana das mães cuidadoras ainda é marcada por lacunas de acesso, desarticulação entre serviços e insuficiência de financiamento público. Essa condição de vulnerabilidade se expressa tanto na exaustão emocional quanto na renúncia a projetos pessoais e profissionais, ampliando desigualdades de gênero e limitações sociais.

Além disso, a pesquisa demonstrou que os impactos psicossociais da maternagem atípica estão fortemente associados à ausência de redes de apoio consistentes. A falta de suporte familiar, comunitário e institucional potencializa sentimentos de solidão, impotência e esgotamento, revelando que o cuidado não pode ser compreendido como responsabilidade exclusiva das mães, mas como uma tarefa social e coletiva. As experiências de acolhimento, escuta e integração promovidas por CRAS, CAPS e ONGs mostram-se fundamentais para o enfrentamento do sofrimento psíquico e para o fortalecimento da saúde mental dessas mulheres.

Diante desse panorama, torna-se imprescindível repensar o papel do Estado e da sociedade na construção de políticas que garantam o direito à maternidade digna e à saúde mental equilibrada. A maternagem atípica precisa ser reconhecida como uma questão de saúde pública, com estratégias que incluam formação continuada de profissionais, ampliação de serviços de atenção psicossocial e criação de programas específicos de suporte emocional às mães cuidadoras. Somente por meio da valorização do cuidado como um direito humano e coletivo será possível transformar a sobrecarga em partilha e o sofrimento em protagonismo.

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¹*Graduanda em Psicologia pela Uninassau Tocantins. E-mail: laralarissa1808@gmail.com

²Graduanda em Psicologia pela Uninassau Tocantins. E-mail: delcimonik@gmail.com

³Graduanda em Psicologia pela Uninassau Tocantins. E-mail: naielebatista1@gmail.com

¹* Professora Orientadora. Especialista em Neuropsicologia. E-mail: isabelabosque@gmail.com