DESAFIOS ENFRENTADOS NA PRÁTICA DOCENTE PARA A PROMOÇÃO DA LEITURA NO AMBIENTE ESCOLAR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506092006


Erika Laura Moraes Motta1


RESUMO 

Este artigo teve como objetivo descrever e analisar os desafios enfrentados  pelos docentes na promoção da leitura no ambiente escolar, com ênfase na  inserção de estratégias inovadoras voltadas à melhoria do processo de ensino e  aprendizagem. O estudo foi elaborado e sistematizado com base em uma  abordagem qualitativa, sustentada por pesquisa bibliográfica, reconhecida por  sua relevância e por fornecer dados atualizados e pertinentes à temática  investigada. A análise dos fundamentos teóricos e dos dados empíricos revelou-se essencial para a compreensão das dificuldades enfrentadas pelos  professores em sala de aula, permitindo identificar as estratégias por eles  utilizadas e avaliar os desafios inerentes à formação de leitores no contexto  educacional. Os resultados demonstraram que, no cotidiano escolar, docentes e  discentes buscaram desenvolver práticas pedagógicas e metodológicas que  fossem inovadoras, atrativas e prazerosas, contribuindo para o fortalecimento da  cultura leitora nas instituições de ensino. 

Palavras-chave: leitura; prática docente; estratégias inovadoras; ensino aprendizagem; cultura leitora. 

RESUMEN 

Este artículo tuvo como objetivo describir y analizar los desafíos enfrentados por  los docentes en la promoción de la lectura en el entorno escolar, con énfasis en  la incorporación de estrategias innovadoras orientadas a la mejora del proceso  de enseñanza y aprendizaje. El estudio fue elaborado y sistematizado con base  en un enfoque cualitativo, sustentado en una investigación bibliográfica  reconocida por su relevancia y por proporcionar datos actualizados y pertinentes  sobre la temática investigada. El análisis de los fundamentos teóricos y de los  datos empíricos resultó esencial para comprender las dificultades enfrentadas  por los profesores en el aula, permitiendo identificar las estrategias utilizadas por  ellos y evaluar los desafíos inherentes a la formación de lectores en el contexto  educativo. Los resultados demostraron que, en la vida escolar cotidiana,  docentes y estudiantes buscaron desarrollar prácticas pedagógicas y  metodológicas que fueran innovadoras, atractivas y placenteras, contribuyendo  al fortalecimiento de la cultura lectora en las instituciones educativas. 

Palabras clave: lectura; práctica docente; estrategias innovadoras; enseñanza aprendizaje; cultura lectora.

1. INTRODUÇÃO 

O presente artigo apresenta uma investigação desenvolvida no âmbito do  Mestrado em Ciências da Educação, na Universidade de la Integración de las  Américas (Unida), que busca compreender os principais desafios enfrentados  pelos docentes na promoção da leitura entre estudantes do 4º e 5º ano do Ensino  Fundamental na Escola Estadual Dídimo Soares, localizada em Manicoré/AM,  durante o período de 2023-2024. A leitura é uma ferramenta essencial para o  desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos, sendo um dos pilares  da formação educacional. No entanto, promover a leitura de forma eficaz e  significativa em sala de aula permanece um desafio para muitos professores,  especialmente diante das mudanças tecnológicas e comportamentais que  impactam diretamente os hábitos de leitura dos estudantes. 

Essa inquietação levou à seguinte problemática: quais os principais  desafios enfrentados pelo docente na promoção da leitura? Para responder a  essa questão, o estudo adota uma abordagem metodológica que combina  pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, buscando não apenas levantar os  obstáculos enfrentados, mas também propor estratégias e soluções  pedagógicas que possam favorecer a formação de leitores críticos e engajados. 

A partir de uma perspectiva memorialística da pesquisadora, traça-se  também um panorama da sua trajetória educacional e das práticas de leitura  vivenciadas ao longo dos anos. Na infância, o ensino da leitura era pautado em  métodos tradicionais, como o fônico e o silábico, com foco na decodificação de  palavras por meio de materiais impressos e livros didáticos. Durante o Ensino  Médio, as práticas evoluíram para a interpretação crítica de textos literários e  não literários, com ênfase em temas sociais e culturais, além da introdução de  debates, produções textuais e o uso inicial de recursos digitais. Já na graduação,  a leitura passou a ser abordada de maneira mais crítica e reflexiva, incorporando  uma variedade de gêneros textuais — acadêmicos, jornalísticos e digitais — e  promovendo a análise de textos complexos e discussões fundamentadas. 

Atualmente, na condição de docente, a pesquisadora observa um novo  cenário desafiador: o excesso de estímulos digitais tem reduzido a concentração  e o interesse dos alunos pela leitura profunda. Muitos estudantes demonstram preferência por conteúdos curtos e dinâmicos, o que exige dos educadores o  desenvolvimento de estratégias inovadoras, capazes de tornar o ato de ler mais  atrativo e significativo. Diante desse contexto, a formação de leitores continua  sendo uma prioridade, especialmente em um ambiente escolar que deve se  adaptar às transformações sociais e tecnológicas. 

Além desta introdução, o artigo será estruturado em quatro seções: a  fundamentação teórica, a metodologia empregada, a análise dos resultados  obtidos e, por fim, as considerações finais e as referências bibliográficas  utilizadas. 

1.1. A importância de cultivar a leitura 

Nesta seção, serão apresentados os principais conceitos relacionados  aos desafios enfrentados pelos docentes em sala de aula, bem como as  estratégias utilizadas no desenvolvimento do hábito da leitura. Para isso, serão  utilizadas referências teóricas de pesquisadores renomados nas áreas da  educação e da leitura. 

A leitura é uma habilidade essencial para o desenvolvimento cognitivo,  social e cultural dos indivíduos, desempenhando um papel fundamental na  formação de cidadãos críticos, reflexivos e participativos na sociedade. De acordo com Cosson (2014, p. 36),

[…] ler consiste em produzir sentidos por meio de um diálogo, um diálogo que travamos com o passado enquanto experiência do outro, experiência que compartilhamos e pela qual nos inserimos em determinada comunidade de leitores. Entendida dessa forma, a leitura é uma competência individual e social, um processo de produção de sentidos que envolve quatro elementos: o leitor, o autor, o texto e o contexto. 

O pesquisador destaca que a leitura literária não deve ser tratada como  uma atividade isolada ou meramente mecânica. O ensino da leitura precisa ser  concebido de forma integrada e progressiva, possibilitando ao leitor não apenas  a decodificação dos textos, mas, sobretudo, o desenvolvimento da capacidade  de interpretá-los, relacioná-los a outras leituras e experiências, e ampliar  continuamente sua competência leitora. Nesse sentido, Rangel e Rojo (2010, p.  86) afirmam que…

Conceber a leitura desse modo muda radicalmente a forma de pensar e de organizar o seu ensino. Se os sentidos não estão prontos no texto, é preciso contribuir para que os alunos criem boas estratégias para estabelecer relações necessárias à compreensão. Não adianta mandar o aluno ler dizendo-lhe: “Leia porque a informação está aí”. Muito menos adianta mandar abrir o livro didático e copiar o texto que lá está. Isso não é aula de leitura. A realização de cópia é mera atividade motora, não favorece o entendimento do texto. 

Os pesquisadores argumentam que conceber a leitura como um processo  de construção ativa de sentidos transforma radicalmente o modo de ensiná-la.  Quando os sentidos não estão prontos no texto, torna-se essencial que o  professor auxilie os alunos no desenvolvimento de estratégias que lhes permitam  estabelecer relações significativas para a compreensão. Apenas instruir o aluno  a ler sem orientação, ou fazê-lo copiar trechos do livro didático, não configura  uma verdadeira aula de leitura, já que a cópia representa apenas uma atividade  mecânica, sem contribuição real para a interpretação. 

Dessa forma, a leitura deve ser trabalhada de maneira reflexiva e  dinâmica, permitindo que os estudantes compreendam os textos de forma crítica  e significativa, em vez de apenas reproduzi-los mecanicamente. 

Entre os principais obstáculos enfrentados pelos docentes, destacam-se:  a falta de interesse dos alunos, as dificuldades de compreensão leitora, a  ausência de uma cultura de leitura tanto no ambiente familiar quanto escolar,  bem como limitações estruturais, como a escassez de recursos didáticos  adequados. Além disso, metodologias pouco atrativas e a desvalorização da  leitura como prática cotidiana tornam o processo ainda mais desafiador. 

Segundo Espinoza (2007, p. 20), a promoção da leitura requer estratégias  eficazes que levem em conta o interesse dos alunos e estimulem o prazer de ler,  contribuindo assim para a ampliação do vocabulário, o aprimoramento da  interpretação textual e o desenvolvimento do pensamento crítico.

É necessário criar situações-problemas que gerem dúvidas instigantes sobre o tema a estudar e permitam que os estudantes revelem suas concepções por meio de conversas, desenhos e textos próprios. O resultado é que no momento da leitura eles já terão uma concepção mínima do assunto, diferentes do que tinham no início dos trabalhos. 

O pesquisador destaca a importância de criar situações-problema que  despertem dúvidas instigantes sobre o tema a ser estudado, permitindo que os estudantes expressem suas concepções por meio de conversas, desenhos e  textos próprios. Esse processo favorece uma aprendizagem mais significativa,  pois, ao confrontarem suas ideias iniciais com novas informações e reflexões, os  alunos constroem uma compreensão mais aprofundada do conteúdo. Assim,  quando chegam ao momento da leitura, já possuem uma base conceitual  mínima, o que potencializa a interpretação e a assimilação do material. 

Nesse contexto, é fundamental que os docentes adotem abordagens  eficazes, entre as quais se destacam: a leitura compartilhada e dialogada, com  o objetivo de promover leituras em grupo e incentivar a discussão e interpretação  coletiva dos textos; o uso de jogos e desafios relacionados à leitura, tornando o  processo mais dinâmico e motivador; a utilização de tecnologias digitais, com  plataformas interativas e aplicativos de leitura, para ampliar o interesse dos  alunos; a diversificação dos gêneros textuais, explorando diferentes tipos de  textos, como poesias, crônicas e quadrinhos, para atender aos diversos perfis  de leitores; a realização de projetos interdisciplinares, relacionando a leitura a  outras disciplinas; e a criação de espaços leitores, incentivando a construção de  ambientes acolhedores para a leitura dentro da escola, como cantinhos de leitura  e bibliotecas interativas. 

Por fim, é essencial envolver a família, estimulando a participação dos  pais e responsáveis no hábito da leitura e promovendo atividades conjuntas. 

Segundo Barbosa, Et Al. (2013, p. 47):

A leitura de textos é uma atividade na qual se levam em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, além de que exige dele bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que ler e compreender o sentido do texto.

Assim, para compreender um texto, não é suficiente apenas considerar  as palavras e entender seu significado isolado. A interpretação depende das  experiências, vivências e conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo da vida.  Dessa forma, cada indivíduo pode interpretar um texto de maneira única, pois  traz para a leitura suas próprias referências culturais e emocionais. 

Por isso, a leitura deve ser incentivada desde cedo, pois é por meio dela  que os estudantes ampliam seu repertório cultural, desenvolvem o pensamento  crítico e constroem significados sobre o mundo. Como afirma Proust (2003, p.  09-10), “a leitura é uma maneira de resgatar o tempo perdido, de transformar as experiências vividas em uma possibilidade de entender e se conectar com o  mundo.

Talvez não haja na nossa infância dias que tenhamos vivido tão plenamente como aqueles que pensamos ter deixado passar sem vivê-los, aqueles que passamos na companhia de um livro preferido. Era como se tudo aquilo que para os outros os transformava em dias cheios, nós desprezássemos como um obstáculo vulgar a um prazer divino: o convite de um amigo para um jogo exatamente na passagem mais interessante, a abelha ou o raio de sol que nos forçava a erguer os olhos da página ou mudar de lugar […]. Tudo isso que a leitura nos fazia perceber apenas como inconveniências, ela as gravava, contudo em nós, como uma lembrança tão doce que se nos acontece ainda hoje folhearmos esses livros de outrora, já não é senão como simples calendários que guardamos dos dias perdidos, com a esperança de ver refletidas sobre as páginas as habitações e os lagos que não existem mais. 

Esse entendimento nos leva a uma reflexão profunda sobre a experiência  da leitura na infância, ressaltando como os momentos passados com um livro  podem ser vividos de forma intensa e marcante. Para Proust, os dias imersos na  leitura não são dias perdidos, mas, ao contrário, são aqueles vividos plenamente,  ainda que possam passar despercebidos para os outros. Ele descreve como  pequenos incômodos externos — um convite para brincar, uma abelha que  interrompe a concentração — se tornam meros obstáculos diante do prazer  sublime da leitura. No entanto, paradoxalmente, essas mesmas interrupções se  transformam em doces e vívidas lembranças, associadas ao ato de ler. 

Assim, ao reler um livro da infância, não encontramos apenas a história  contida nas páginas, mas também resquícios de um tempo passado, das  paisagens e das emoções que marcaram aquela experiência leitora. 

É fundamental que a escola, os educadores e a sociedade como um todo  promovam ações que valorizem a leitura e incentivem os estudantes a  desenvolverem uma relação prazerosa com os livros. Somente por meio de um  esforço conjunto será possível superar os desafios e garantir que a leitura  cumpra seu papel essencial na formação dos cidadãos do futuro. 

2. METODOLOGIA 

O presente artigo adota uma abordagem qualitativa, com a utilização do  método de pesquisa bibliográfica, apoiado em artigos científicos, livros, revistas  especializadas, consultas à internet e pesquisa de campo por meio da aplicação de questionários aos docentes, com o objetivo de coletar dados que elucidam e  descrevem como a prática docente enfrenta os desafios significativos para  promover a leitura de maneira eficaz na sala de aula. 

A análise de dados é uma etapa essencial, na qual as informações obtidas  são examinadas, interpretadas e organizadas, com a finalidade de responder à  pergunta de pesquisa e alcançar os objetivos do estudo. Minayo (1994, p. 17)  ressalta que “nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em  primeiro lugar, um problema da vida prática”. Essa perspectiva sugere que, para  algo ser considerado um problema no âmbito intelectual, científico ou  acadêmico, deve antes ter se manifestado como um problema concreto na vida  cotidiana. Ou seja, as questões teóricas e de pesquisa não surgem de forma  isolada, mas sim a partir da observação e da vivência de desafios reais  enfrentados pelas pessoas e pela sociedade. 

Essa concepção reforça a importância de que os estudos acadêmicos  estejam estreitamente conectados com a realidade, originando-se de demandas  e problemas práticos, para que possam ser analisados e compreendidos em um  nível mais profundo. Assim, a pesquisa adquire relevância e aplicabilidade,  contribuindo efetivamente para a solução de questões concretas do mundo real. 

2.1. Análise de dados 

Os dados apresentados nesta seção derivam das respostas obtidas por  meio da aplicação do questionário previamente mencionado. As informações  foram fornecidas de maneira voluntária por cada participante, de forma  individual, e dizem respeito a docentes que atuam no Ensino Fundamental da  instituição onde a coleta de dados foi realizada. 

A pesquisadora conduziu sua investigação com uma amostra  correspondente a 25% do total de 16 docentes, tendo como critério de seleção  os professores que ministram a disciplina de Língua Portuguesa. Nesse  contexto, é importante destacar que a pesquisadora se configura como sujeito  ativo na construção teórica, elaborando suas interpretações à luz de um  referencial teórico consolidado, mas preservando a possibilidade de  contradições e tensões entre sua compreensão empírica e os fundamentos  teóricos (González Rey, 2002).

Para a produção dos dados empíricos, foi utilizado um questionário  contendo questões relacionadas à formação docente na área da leitura, às  estratégias pedagógicas adotadas nas práticas de leitura em sala de aula e aos  desafios enfrentados no processo de formação de leitores. Além disso, a técnica  da entrevista semiestruturada foi empregada com o objetivo de aprofundar as  contribuições dos docentes, permitindo identificar os obstáculos enfrentados  pelos professores na promoção de práticas pedagógicas que estimulem o  interesse e o prazer pela leitura, tornando as atividades mais significativas e  motivadoras para os discentes.

Gráfico 1. Formação Acadêmica

Fonte: Motta, 2024, pag. 81.

Os resultados provenientes das contribuições dos sujeitos da pesquisa,  no que se refere à formação acadêmica em nível de licenciatura, revelaram que  cinquenta por cento dos docentes possuem titulação em Pedagogia, enquanto  trinta e sete por cento têm formação em Normal Superior e treze por cento em  outras licenciaturas direcionadas ao ensino. Vale ressaltar que, atualmente, no  quadro da Secretaria Estadual de Educação, nenhum docente ministra aulas  sem possuir o título de Ensino Superior.

Gráfico 2. Atividades realizadas para desenvolver a leitura e obter a compreensão do texto

Fonte: Motta, 2024, pag. 86.

Os dados relacionados às estratégias adotadas para desenvolver a leitura  e promover a compreensão dos textos indicam que diversos recursos estão  sendo utilizados para atender às necessidades e expectativas dos alunos. Entre  as estratégias mais utilizadas, 32% dos docentes utilizam caça-palavras, 33%  recorrem ao uso de crachás, 20% aplicam jogos de bingo, 16% exploram  atividades com cartazes, e 9% utilizam outras atividades em sala de aula. Esses  dados refletem a diversidade de abordagens empregadas pelos professores  para tornar o processo de leitura mais dinâmico e acessível aos estudantes.

Gráfico 3. Como você avalia a reação e a participação dos alunos nas  atividades da Leitura? 

Fonte: Motta, 2024, pag. 83.

Na análise das estratégias utilizadas pelos docentes para tornar o  processo de ensino-aprendizagem mais atrativo, foi feita a seguinte pergunta:  “Como você avalia a reação e a participação dos alunos nas atividades de  leitura?”. Os dados revelaram que 75% dos alunos demonstram angústia ao se  depararem com a leitura, devido ao desconhecimento da prática, enquanto 13%  indicam ter mais facilidade para reconhecer e comparar letras, e 12% relatam  gostar de ler seus próprios nomes. 

É na escola, geralmente, que os alunos vivenciam suas primeiras  experiências de sucesso e fracasso, o que impacta diretamente na sua  motivação pessoal. Nesse contexto, é durante a trajetória escolar que os  estudantes têm contato com os motivos e a importância dos estudos, tanto para  o seu desenvolvimento pessoal quanto para a sociedade, o que pode despertar  o interesse pela escola e pelos conhecimentos que ela oferece, refletindo e  influenciando a aprendizagem (FREITAS et al., 2019). No entanto, realizar uma  avaliação após as atividades realizadas em sala de aula não é tarefa simples,  pois a aprendizagem é um processo único para cada aluno, que compreende de  maneira individual. Assim, muitas vezes os resultados das avaliações acabam  rotulando os estudantes de forma equivocada (GOMES, 2014). 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Com base nos dados e reflexões apresentados, é possível concluir que a  leitura, embora fundamental para o desenvolvimento intelectual e crítico dos  estudantes, enfrenta desafios significativos no contexto escolar. A falta de  interesse dos alunos, associada ao impacto das tecnologias digitais e à escassez  de recursos pedagógicos, representa obstáculos consideráveis para a promoção  de um hábito de leitura constante e eficaz. Além disso, a ausência de uma cultura  leitora consolidada tanto no ambiente escolar quanto familiar agrava ainda mais  essa situação. 

Entretanto, ao adotar estratégias inovadoras, como a diversificação de  gêneros textuais, o uso de metodologias ativas e a integração de recursos  tecnológicos, os professores podem tornar a leitura uma prática mais atrativa e  significativa. Criar espaços e momentos específicos para a leitura, bem como envolver a família e a comunidade escolar, é crucial para fortalecer o hábito leitor  dos estudantes. 

Por fim, os desafios para promover a leitura não devem ser vistos como  obstáculos intransponíveis, mas como uma oportunidade para repensar as  práticas pedagógicas e buscar soluções criativas e eficazes. A leitura deve ser  tratada como um processo contínuo e dinâmico, que vai além da sala de aula,  refletindo diretamente no desenvolvimento dos alunos como cidadãos críticos,  capazes de analisar e interpretar o mundo ao seu redor. Assim, é possível  cultivar uma geração mais engajada, preparada para os desafios do futuro e para  o exercício pleno da cidadania.

REFERÊNCIAS 

BARBOSA, C. S. et al. Linguística aplicada. Curitiba Inter Saberes, 2013.  – (Série Por Dentro da Língua Portuguesa). 

COSSON, R. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto,  2014.  

ESPINOZA, Ana M. É preciso ajudar os alunos a entender os textos de  ciências. Nova Escola. ABRIL; São Paulo, dezembro, 2007. 

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2011  (Coleção Questões da Nossa Época; 22). 

FREITAS. Pâmela F. Formação docente em avaliação educacional: lacunas, consequências e desafios. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de  Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2019.’ 

GOMES, Luciana S. Avaliação Da Aprendizagem No Contexto Da Avaliação  Institucional Da Escola. Universidade de Brasília, 2014 

MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade.  Petrópolis: Vozes, 1994 

PROUST, M. Sobre a leitura. 4 Ed. Campinas: Pontes, 2003. 

RANGEL, E. O.; ROJO, R. H. R. Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da  Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. V.19.


1Mestranda em Ciências da Educação – Universidad de la Integración de las Américas (Unida) erikalaura15@gmail.com