EVALUATION ON THE CONCEPTION AND DIDACTIC STRATEGIES IN TEACHING ECOLOGY: A BIBLIOGRAPHICAL REVIEW ON HIGH SCHOOL EDUCATION IN BRAZILIAN SCHOOLS FROM 2016 TO 2024
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506141553
Ellerson Oliveira Loureiro Monteiro1; Robledo Hideki Ebata Guimarães2; Yeda Raquel Rocha da Rocha3; Daiana Cristina Silva de Macedo4; Mayla dos Santos Chagas5; Leidyane Barbosa dos Passos6; Aline Mergulhão da Silva7; Jedna Kato Dantas8; Dalva de Oliveira Modesto9; Raimundo Adalberto Pacheco de Pinho10
Resumo
O Antropoceno, é marcado por um tempo geológico no qual a espécie humana é o agente principal das mudanças do planeta. Assim, trouxe a necessidade da implementação do ensino de ecologia nas escolas para que promova uma mudança da mentalidade das gerações futuras. O objetivo desse trabalho foi descrever através de uma revisão bibliográfica as metodologias aplicadas no ensino de ecologia nas escolas do ensino médio do Brasil de 2016 a 2024. A metodologia realizada baseia-se na obtenção de base de dados por uma pesquisa de busca utilizando o Google Acadêmico e do Scielo. Nesse trabalho concluiu-se que a maioria dos autores, já aplicam conceitos pedagógicos do conhecimento significativo do aluno. E mesmo aqueles autores que não aplicaram metodologias extraclasse ou aula de campo, concordaram que as aulas de ecologia devem ser dadas de forma dinâmica e diferentes do padrão dada em sala de aula fechada. Destacando ainda que a ecologia deve ser aplicada de forma inovadora e criativa.
Palavras-chave: Ensino. Ecologia. Ensino Médio. Escolas brasileiras.
1 INTRODUÇÃO
A nova era geológica, o Antropoceno, refere-se a um tempo geológico cujo as mudanças climáticas estão relacionadas a espécie humana como o principal agente geofísico do Planeta. E por isso, o estudo da ecologia é importante para a ciência e humanidade (MILANEZ, 2020).
Ecologia é a ciência que estuda a interdependência e as interações entre os organismos vivos e seu ambiente que cuida das relações e dos seres relacionados, o que faz com que o sentido usual da palavra transcenda à natureza, vá além do ambiente natural para englobar também a cultura, a sociedade, a mente e o indivíduo, enfatizando os enlaces entre todos os fenômenos naturais, sociais e culturais (MORAES, 2021). Então, a humanidade que integram os seres vivos, coexistindo com o meio ambiente e com os demais seres do planeta, está diretamente relacionado com o clima, com a fertilidade do solo, com a abundância ou não de água (CUNHA, 2020).
Ainda de acordo com Cunha (2020), o Estado brasileiro reconhece constitucionalmente o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito comum a todas as pessoas e possui uma estrutura composta por ações, programas, políticas públicas, órgãos e agentes com a missão de proteção e preservação, bem como de investigação e punição de ações fora da conduta moral que ameacem ou tragam algum prejuízo ecológico.
Diante desse contexto, os autores Favoretti et al. (2020) pressupõem que uma das maneiras de formar uma sociedade que se tenha consciência dos impactos causados pelas ações humanas em relação ao meio ambiente que se compreenda os diferentes modos pelos quais a vida se manifesta, nos diferentes níveis, sejam eles micro ou macro, das relações estabelecidas entre os diferentes organismos em seu grau de interdependência se dá por intermédio de uma base educacional consolidada.
O conteúdo ecologia, da disciplina biologia, destacam-se a investigação e a compreensão como pontos de grande relevância e relação com essa área, pois um de seus objetivos se vincula à capacidade de desenvolver no aluno a aptidão para criar estratégias para os enfretamentos de situações-problemas, identificar os fenômenos naturais ou grandezas, estabelecendo relações, identificando regularidades, invariantes e transformações (BRASIL, 2002).
O ensino da Ecologia tem um papel de extrema relevância, contribuindo para a formação de cidadãos que compreendam as diversas formas pelas quais a vida se manifesta ao seu redor (Favoretti et al. 2020).
Então, o presente trabalho apresenta-se como uma revisão bibliográfica cujo o objetivo é avaliar as principais concepções e métodos de ensino de ecologia para os alunos do ensino médio do Brasil no período de 2016 a 2024.
2 MÉTODOS
Esse trabalho consiste em uma revisão bibliográfica qualitativo sobre os métodos de ensino de ecologia no nível médio da educação básica do Brasil que foram divididos por regiões: norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. A metodologia aplicada está descrita na Figura 1:
Figura 1: Descrição da metodologia aplicada.

Os artigos analisados foram obtidos através das bases de dados Google Acadêmico e do Scielo, utilizando-se das palavras-chaves na busca: “ensino de ecologia no ensino médio”. Os critérios de inclusão foram artigos completos, disponíveis entre 2016 e 2024 que foram publicados de forma direta sobre o tema ensino de ecologia e artigos voltados para discussões recorrentes no ensino de ecologia, ambos no ensino médio. Foram excluídos os artigos que não tinham relação com o ensino de ecologia no ensino médio e aqueles que não foram publicados em revistas científicas ou que não eram trabalhos completos publicados em periódicos. Após baixar os trabalhos científicos classificados por região (norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul), foi dado preferência aos três trabalhos mais recentes. Consecutivamente, foi feito o detalhamento de cada trabalho selecionado.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta pesquisa bibliográfica foram vistos 42 artigos dos anos de 2016 a 2024, os quais foram selecionados apenas 3 trabalhos, mais recentes, separados por região e detalhados na Tabela 1:
Tabela 1: Descrição do ensino de ecologia no ensino médio por região. |
Região | Autores | Título |
Norte | Mendes et al. (2019) | Arecaceae: Uma estratégia diferenciada para o ensino de botânica em uma escola de ensino médio na ilha de Cotijuba, Pará, Brasil |
Pereira et al. (2019) | A ecologia por sequência didática: alternativa para o ensino de biologia | |
Barros e Araújo (2016) | Aulas de campo como metodologia para o ensino de ecologia no ensino médio. | |
Nordeste | Barbosa et al. (2023) | A imagem da ecologia para alunos do ensino médio: Estudo de caso. |
Costa (2022) | Biologia interativa: Uso de site como ferramenta pedagógica para o ensino-aprendizagem de ecologia. | |
Araújo (2019) | Ensino de biologia: O vídeo como instrumento mediador de uma aprendizagem significativa em conteúdo de ecologia no ensino médio. | |
Centro-Oeste | Vieira (2024) | Rotação por estações como estratégia de ensino em ecologia no cerrado: um estudo em um colégio em Caldas Novas. |
Dantas e Teixeira-Oliveira (2020) | Construção e aplicação de sequência didática com smartphone para ensino de biologia. | |
Pinheiro (2019) | Ensino de ecologia no ensino médio através de atividades investigativas. | |
Sudeste | De Oliveira e Francelino (2022) | Ecologia de formigas no ensino médio: uma discussão sobre processos eco educativos para sensibilização ambiental pós pandemia. |
Silva e Russo (2022) | Oficina de educação ambiental para a conservação do córrego Pamplona em Vazante-MG: Uma abordagem investigativa no ensino de ecologia. | |
Pinheiro et al. (2018) | Morcegos (Mammalia: Chiroptera) na percepção de alunos do Ensino Médio do município do Rio de Janeiro – a importância do ensino de Ciências/Biologia na conservação dos morcegos. | |
Sul | Machado e Ludka (2020) | Percepção sobre o tema agroecologia pelos alunos do ensino médio dos colégios estatuais de Cornelio Procópio-PR |
Elias e Rico (2020) | Ensino de biologia a partir da metodologia de estudo de caso | |
Rech e Meglhioratti (2016) | Ensino por investigação: um estudo de caso na aprendizagem de ecologia |
Região Norte
No trabalho de Mendes et al. (2019) objetivou-se em avaliar na comunidade escolar da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Marta da Conceição (E.E.E.F.M.P.M.C.) o conhecimento social, cultural e econômico sobre as palmeiras (Arecaceae), usando-as em aulas teóricas e de campo no ensino de Ciências e Biologia. O trabalho consistiu em visitas, entrevistas gravadas e aplicações de questionários. Identificando 27 espécies de palmeiras que apresentam expressiva importância cultural e econômica na comunidade, sendo utilizadas para diferentes finalidades, como: o uso alimentício, artesanal, construção/doméstica, cosmético e medicinal, associados a relatos de moradores locais. Os professores obtiveram um resultado positivo na inserção das palmeiras no ensino-aprendizagem, os quais puderam conciliar o conhecimento popular dos alunos, já existente, acrescentando mais conhecimentos, sob orientação, voltados a botânica, sistemática e ecologia sustentável.
No trabalho de Pereira et al. (2019) teve como objetivo promover a aprendizagem dos alunos a respeito dos conteúdos em ecologia por meio de uma sequência didática com atividades variadas para alunos do 3º ano do ensino médio em uma escola da rede pública da cidade de Manaus-AM. A pesquisa demonstrou que a utilização de meios alternativos no processo de aprendizagem, apresentaram algumas dificuldades, como: o número reduzido de alunos, alunos focados na realização de outras atividades e pouca participação ativa. Mesmo assim, acredita-se que ocorreu aprendizagem por parte deles.
No trabalho desenvolvidos pelos autores Barros e Araújo (2016) teve como objetivo investigar as aulas de campo como metodologia facilitadora da aprendizagem significativa em Ecologia. Desse modo, como ferramenta de coleta de dados, os alunos foram instigados a elaborar desenhos sobre o tema Ecologia por meio de um passeio por uma Trilha Ecológica. E também foi aplicado um questionário para avaliar a aprendizagem significativa em ecologia. Os resultados obtidos foram positivos, pois se notou nos alunos: o despertar de um interesse, participação ativa, adição de novos conhecimentos, sensibilização aos problemas ambientais, consciência de atitudes responsáveis, obtendo-se uma formação cidadã e cientifica do aluno.
Em uma percepção dos três trabalhos analisados da região norte, notou-se que as aulas ministradas extra sala de aula, aulas de campo, além de fluírem bem como um método de ensino e aprendizagem, houve uma maior aceitação por parte dos estudantes e ainda obtiveram maiores resultados positivos com relação ao conhecimento significativo em comparação ao método de sequência didática.
Região Nordeste
No estudo de Barbosa et al. (2023) foi um estudo que analisou a percepção dos alunos do ensino médio sobre a Ecologia. O estudo foi desenvolvido em três turmas de ensino médio em uma escola estadual situada no município de Girau do Ponciano-AL, a partir da aplicação de um questionário com perguntas de múltipla escolha que abordava a caracterização do estudante, bem como investigava a sua percepção acerca de temáticas da Ecologia. Os autores obtiveram excelentes resultados, descobrindo que a maior parte dos alunos nunca participaram de eventos acerca dessa ciência, e que os alunos têm preferências aos passeios e filmes como formas de aprenderem mais sobre as temáticas da Ecologia. Concluindo que o uso de meios tecnológicos e a realização de projetos online podem ser estratégias que envolvam e estimulem o aluno a colocar em prática o que foi aprendido em sala.
O estudo feito por Costa (2022) foi um estudo de caso com análise qualitativa no qual os alunos do 3º ano do Ensino Médio vivenciaram uma sequência de ensino investigativa sobre ecologia. Na etapa intitulada ensinando o olhar ecológico, os discentes despertaram o olhar investigativo, observando e vivenciando características próprias de suas regiões. De forma fictícia, os alunos realizaram também uma “expedição virtual”, explorando suas habilidades científicas, tais como o levantamento de hipóteses e a resolução de problemas. Ao retornar da expedição os alunos se reuniram em um “acampamento virtual”, a fim de discutir sobre seus resultados. Ao final da etapa de execução e como forma de avaliação, os discentes produziram “vivências digitais”, nesse momento os alunos desenvolveram várias linguagens e aprimoraram de conceitos chave fundamentais para o estudo de ecologia. Além disso, foram os protagonistas na criação, manutenção e uso de um site de divulgação de assuntos de ecologia. Os autores concluíram que o uso do site e de seus materiais proporcionaram a melhoria e aprimoramento do ensino de ecologia para os alunos envolvidos.
O trabalho feito por Araújo (2019) teve o intuito de investigar a contribuição do vídeo como possibilidade de desenvolvimento de uma aprendizagem significativa no Ensino de Biologia, a partir da produção de vídeos. A realização do estudo contou com a ação de 58 alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual do município de Araioses-MA, a fim de complementar o estudo dos Biomas Brasileiros em Ecologia, com enfoque para Manguezais. Então, foi proposto um trabalho aos alunos de criar um vídeo sobre as Características Gerais do Manguezal, e sobre a Diversidade de espécies Animais e Vegetais verificados no Manguezal local. Na reunião os alunos envolvidos na produção dos vídeos foram feitos por eles a divisão de tarefas, a coleta de material de estudo e sobre o que deveria ser explorado nos vídeos, estratégias de coleta de imagens do manguezal, pesquisas de vídeos na internet e elaboração de resumos do conteúdo e adaptações sobre o texto a ser introduzido nos vídeos. Houve visitação de regiões no entorno da cidade que fossem mais próximas do manguezal, foram gravadas entrevistas com alguns pescadores e coletores da região. A gravação do vídeo com as imagens coletadas e áudio com falas dos alunos foram editados e finalizadas, tudo a partir de recursos disponibilizados em livros, máquinas fotográficas digitais, smartphones, notebooks e na internet.Verificou-se em quase totalidade dos investigados que o uso de vídeos se mostrou eficiente na aprendizagem.
Analisando os estudos da região Nordeste, o estudo elaborado pelos autores Barbosa et al. (2023) e Costa (2022) reforçam a conclusão obtida a respeito dos três trabalhos avaliados da região Norte, as quais demonstraram que alunos preferem aulas ministradas com mais dinamismo e ludicidade no ensino dando mais qualidade ao processo de aprendizagem significativa se utilizando de tecnologias, como foram expostos pelos autores Costa (2022) e Araújo (2019) em seus trabalhos.
Referente aos 3 trabalhos avaliados na região Nordeste, todos os autores não somente concordam com uma aula fora do padrão (professor expositor e aluno plateia), como também com a inserção de tecnologias em seus métodos de ensino.
Região Centro-Oeste
A pesquisa de Pinheiro (2019) propôs uma sequência didática abordando conteúdos de ecologia para alunos da primeira série do ensino médio do Centro Educacional 11 de Ceilândia, escola pública no Distrito Federal, utilizando a perspectiva do ensino por investigação. A pesquisa sobre a aplicação da sequência didática utilizouse da metodologia qualitativa do tipo investigação-ação, permitindo que a professora investigadora fosse capaz de organizar estratégias e as adotassem para as fragilidades nas aprendizagens que fossem identificadas. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o caderno de campo, permitindo a descrição das atividades, dos sujeitos, dos ambientes, das situações, das reflexões e dos procedimentos da pesquisadora. Relatórios entregues ao final das atividades pelos alunos também serviram para coleta de dados. A análise de conteúdo foi utilizada para tratamento dos dados da pesquisa, oferecendo possibilidades de inferir conhecimento na produção das comunicações dos documentos. A sequência didática investigativa aplicada interferiu de maneira positiva no planejamento escolar do componente curricular de biologia, seguindo as diretrizes do currículo escolar. Atividades realizadas no pátio, na horta escolar ou canteiros evidenciaram a possibilidade de usar espaços internos da escola para aulas potencialmente interessantes para os alunos como as saídas de campo. As aulas de ecologia com a perspectiva do ensino por investigação, proporcionou um maior envolvimento e participação dos alunos. Esse comportamento mais ativo dos alunos encorajou-os a manifestarem mais as dúvidas, sem receio de julgamentos. Com o aluno mais envolvido, participativo, interessado e curioso, as atividades investigativas permitiram uma ampliação em sua capacidade argumentativa, que passou a demonstrar uma intencionalidade em relacionar seus argumentos, demonstrando uma conexão entre as explicações. A habilidade de observação do aluno avançou, passando a perceber fenômenos e eventos que antes não despertavam a atenção, passando a questionar as explicações para tais fatos.
O trabalho de Dantas e Texeira-Oliveira (2020) desenvolveu uma sequência didática de ensino, utilizando o smartphone como uma ferramenta metodológica para o ensino da biologia. A pesquisa foi realizada com estudantes de 1º ano do Ensino Médio em uma escola pública na cidade de Sorriso, MT e investigou a eficiência dos recursos utilizados na sequência didática, analisando o desempenho dos alunos acerca do tema Ecologia, a qual os objetivos de ensino buscaram contribuir com a formação dos estudantes. Ao que se constatou através dos levantamentos, os estudantes possuem telefone celular e acesso à internet dentro e fora do ambiente escolar. Possuem relativa habilidade em manusear os recursos disponíveis no telefone celular como os aplicativos para trocas de informações, compartilhamento de links, envio de trabalhos, registro fotográfico, produção e a edição dos trabalhos de pesquisa, o que colaborou com a execução da sequência didática. Mesmo diante de um grupo de alunos de diferentes meios sociais e culturais, foi possível e viável utilizar essa ferramenta como recurso metodológico. A sequência didática favoreceu o desenvolvimento de múltiplas competências, destacamos dentre elas, as discussões coletivas que valorizam a fala. Além de ser um momento para ouvir o outro em confronto de ideias de argumentação, os registros escritos e elaboração de mapas conceituais, instrumentos que desafiaram os estudantes à transcrição, sintetizam a organização do pensamento, os registros fotográficos que estimularam o protagonismo dos estudantes, ao buscar por imagens durante os estudos do meio para representar os conceitos trabalhados, explorando o potencial informativo através das imagens, estabelecendo importantes relações entre a teoria e prática, tornando a ação pedagógica mais contextualizada e significativa. A professora-pesquisadora percebeu uma motivação em manipular e desenvolver atividades com as diferentes tecnologias, principalmente em ações atreladas as aulas práticas. Conclui-se que a sequência didática produziu os resultados esperados, pois os participantes da pesquisa melhoraram seu desempenho, apresentando maior compreensão e aprofundamento dos conceitos em ecologia em relação às interações ecológicas, as quais foram proporcionados por aulas utilizando diferentes recursos do telefone celular como um recurso didático com possibilidades efetivas no desenvolvimento dos estudantes. Os autores reforçam a necessidade dos educadores de se apropriar de tais habilidades e aproximar ainda mais as tecnologias digitais nos planejamentos, proporcionando assim maior familiaridade com essa tecnologia e desenvolvendo habilidades.
No trabalho de Vieira (2024), Estações como estratégia para o ensino em Ecologia. Nele se buscou responder à seguinte questão de pesquisa: “Como a abordagem de Rotação por Estações pode auxiliar o processo ensino-aprendizagem em Ecologia, voltada para a Preservação do Cerrado?”. Então, o Objetivo era estudar o processo de ensino-aprendizagem a partir do desenvolvimento de atividades pautadas no Ensino Híbrido, por meio da Rotação por Estações, no Ensino de Ecologia, com Estudantes da 1ª Série do Ensino Médio. Utilizou-se de uma Pesquisa de Campo Descritiva, de cunho qualitativo, dividida em duas fases: a primeira, uma Pesquisa Bibliográfica e a segunda, a Pesquisa de Campo. Esses estudantes contribuíram ainda com a avaliação das atividades da Rotação por Estações e da Aprendizagem de Ecologia. A pesquisa fez uso de quadros e anotações de campo que foram sendo registradas para posterior análise, elaboração das unidades de sentido e categorização dos resultados. A pesquisa evidenciou a relevância da aplicação dessa metodologia, uma vez que a proposta despertou o interesse dos estudantes, favorecendo e estimulando o trabalho colaborativo e o pensamento críticoreflexivo sobre educação ambiental, conhecimento e participação social ativa. Os pesquisadores encorajam o uso de Metodologias Ativas da Aprendizagem.
Na avaliação dos 3 trabalhos da região Centro-Oeste observou-se que Pinheiro (2019) e Vieira (2024) estão mais alinhados a aplicação de aulas de campo para o ensino e aprendizagem, como a maioria dos trabalhos da região Norte, já o trabalho de Dantas e Texeira-Oliveira (2020) está mais em conformidade com a totalidade dos trabalhos que foram realizados na região Nordeste, o ensino aliado ao uso de tecnologias. Além, notase que todos os trabalhos dessa região adotam métodos inovadores para o ensino de ecologia para os alunos do ensino médio.
Região Sudeste
Os autores Pinheiro et al. (2018) tiveram como objetivo em sua pesquisa, apresentar a percepção dos alunos do Ensino Médio no município do Rio de Janeiro a respeito dos morcegos e as mudanças decorrentes no conhecimento desses animais após um trabalho de educação ambiental. Para isso foram utilizados questionários abertos antes da aula expositiva e prática, e outro após o trabalho de educação ambiental. Nas aulas os alunos puderam conhecer um pouco da biologia, diversidade e curiosidades sobre os morcegos, além de tocar em exemplares taxidermizados e tirar dúvidas sobre a ecologia desses animais. Foram analisados questionários e pôde-se perceber que, após as aulas, o conhecimento da biologia dos morcegos aumentou, com maior número de itens assinalados a respeito da alimentação e refúgio. Além do aumento de referências de afetividade/ajuda e de entendimento sobre a importância dos morcegos nos ecossistemas. Pode-se concluir através desse estudo que a escola é uma ótima ferramenta para expandir o acesso ao conhecimento na realização de atividades extracurriculares, de modo a auxiliar na consolidação de atividades em prol da conservação dos morcegos e trabalhar sua importância ecológica para o meio ambiente, assim como a inter-relação dos organismos que afeta o equilíbrio ambiental.
No estudo de Silva e Russo (2022) teve como objetivo investigar as percepções dos estudantes sobre o córrego Pamplona por meio de práticas de Educação Ambiental e informar à comunidade escolar sobre as condições ecológicas do córrego Pamplona, além de proporcionar o entendimento dos aspectos ecológicos relacionados à conservação e à preservação ambiental dentro do Ensino de Biologia, a fim de identificar possíveis mudanças e superações dos estudantes a partir dos conhecimentos assimilados. A pesquisa foi desenvolvida junto a estudantes do Ensino Médio regular da Escola Estadual Carolina Silva no Município de Vazante (Minas Gerais). Os procedimentos para coleta de informações foram observações do estado ambiental do córrego Pamplona e aplicação de questionários aos estudantes. Foi executada a aula de campo em pontos ao longo do córrego Pamplona. Os dados coletados foram analisados e interpretados qualitativamente. Através de desenhos feitos pelos alunos, os resultados obtidos indicaram por parte deles, quais são os impactos ambientais existentes no córrego, os quais comprometem sua conservação, evidenciando suas principais causas. E como esse ambiente afeta a vida dos estudantes. Em relação a como desejam o córrego no futuro, os desenhos retratam que os estudantes imaginam a possibilidade de o ser humano viver em equilíbrio e coexistir com desenvolvimento. Por fim, buscou-se, com esse trabalho construir a cidadania consciente pelas práticas de Educação Ambiental no Ensino de Biologia. E concluiu que a oficina de educação ambiental é uma proposta viável para aprendizagem, levando em consideração os aspectos cognitivos dos estudantes.
O trabalho de Silva e Francelino (2022) teve como objetivo propor prática de ensino de Biologia voltada para o primeiro ano do Ensino Médio, focada na Ecologia de Formigas, mas com intento de, também, articular reflexões acerca do perfil social e ambiental da formação de pessoas para a vida na Terra; indivíduos com senso crítico e com capacidade de gerar e produzir conhecimento ecosófico. Para tal, recorreu metodologicamente à discussão acerca da educação (ecoeducação) voltada para a sustentabilidade, a Agenda 2030 da ONU, questões ambientais/ecológicas e uma proposição de aula em campo, no modelo de laboratório vivo/sala de aula invertida tendo como base pesquisas prévias realizadas via Centro de Estudos em Ecologia Urbana e Educação Ambiental Crítica do IFET, Campus Barbacena, Minas Gerais. Os autores ratificam a ideia da importância de aulas interativas e explorativas como forma alternativa, motivadora e satisfatória para os discentes, pois favorece melhor absorção do conteúdo estudado. Ressaltando que a vivência em campo no estudo de animais e ambientes presentes no cotidiano dos alunos é ferramenta enriquecedora, por permitir melhor entendimento sobre Ecologia, Sustentabilidade e também, nesse sentido, perspectivas filosóficas e políticas fundamentais à cidadania.
Na região Sudeste observou-se que todos os autores executaram seus trabalhos em sala de aula associadas a aula de campo, levando exemplares ou objeto da pesquisa dos alunos para a sala, a fim que se fizessem o restante de seu trabalho em sala. Notou-se também que em todos os trabalhos dessa região houve uma preocupação específica para o desenvolvimento da sensibilidade dos alunos com relação ao meio ambiente. Assim, como os trabalhos anteriores já citados acima, os trabalhos do Sudeste dão ênfase a aulas dinâmicas e extra sala de aula.
Região Sul
No trabalho de Machado e Ludka (2020) objetivou avaliar a compreensão e a abordagem da agroecologia com alunos do 3º ano do Ensino Médio de colégios estaduais do município de Cornélio Procópio, estado do Paraná. Esse trabalho foi realizado por meio de pesquisas de cunho bibliográfico com autores como: Gliessman (2000), Leff (2002), dentre outros e a aplicação de um questionário com os alunos do Ensino Médio de Cornélio Procópio. Com o questionário, observou-se que as escolas negligenciaram esse assunto, o que prejudicou o entendimento e a percepção dos alunos quanto ao tema, necessitando desta forma, de ações pedagógicas voltadas a Agroecologia, a fim de despertar uma consciência ambiental e uma preocupação maior pelo meio ambiente. Os autores sugerem e apoiam aulas expositivas com apresentação de amostras, como por exemplo trazendo produtos agroecológicos em palestras anualmente, ou com a implantação de hortas nas escolas, ou até mesmo um trabalho de campo com produtores que praticam a produção agroecológica, com objetivo de gera uma sensibilização ambiental maior e uma preocupação com relação aos produtos consumidos por eles, possibilitando desta forma, uma transformação no seu entendimento acerca do assunto.
O trabalho de Elias e Rico (2020) consistiu em uma metodologia ativa baseada em uma narrativa que estimula os educandos a se questionarem “por quê? ” E “como? ”, além de incentivar a formulação de questionamentos, elaborar hipóteses e solucionar problemas. Então, foi avaliado a eficiência da aplicação do estudo de caso em um colégio público de Douradina PR por meio da utilização de questionários e análise do discurso. Os resultados obtidos alcançaram as expectativas sobre a eficácia do método de ensino por meio de atividades de investigação, pois na maioria dos estudantes foi estimulado ao interesse pela aula e a busca por respostas, além de aumentar a participação dos alunos na aula, deixando de lado a posição de serem apenas ouvintes.
No trabalho de Rech e Meglhioratti (2016) teve o objetivo descrever uma sequência didática referente à Ecologia, fundamentada no ensino por investigação, com alunos de uma turma do 3º ano do Ensino Médio bem como avaliar o posicionamento dos alunos a respeito da metodologia de ensino utilizada. Também busca analisar em que medida os objetivos de ensino propostos foram alcançados. Segundo os autores Rech e Meglhioratti (2016), a abordagem metodológica amparada no ensino por investigação possibilita ao aluno: compreender o modo coletivo e ativo da produção científica; ampliar seu raciocínio lógico, realizando explicações causais; e desenvolver suas habilidades investigativas. Para compreender a percepção dos alunos sobre a abordagem metodológica desenvolvida, foi utilizado os seguintes instrumentos para a constituição dos dados: gravações audiovisuais e anotações de campo, portfólios e entrevistas. Os resultados apontam que o envolvimento dos alunos no contexto da investigação faz com que o ensino de ecologia, torne-se inovador, inesperado e atraente, ocasionando uma aprendizagem com sentido.
Nos trabalhos da região Sul os dois trabalhos dos autores Machado e Ludka (2020) e Elias e Rico (2020), apesar de terem sido feitas em sala de aula, a aplicação da metodologia foi feita de maneira dinâmica, demonstrando um bom resultado. Nota-se que na região Sul, os pesquisadores têm preferência na aplicação de questionários como metodologia de ensino em ecologia. Assim, apenas Rech e Meglhioratti (2016) implementou uma aula com mais recursos, aliando métodos tecnológicos e aulas de campo. Estando este trabalho mais próximo da grande parte dos trabalhos citados até aqui.
4 CONCLUSÃO
Em síntese, a maioria dos autores das diversas regiões do Brasil levantadas nessa pesquisa bibliográfica já aplicam conceitos pedagógicos a respeito do conhecimento significativo do alunado, que leva em consideração o contexto o qual esse aluno está inserido, aproximando mais os conceitos ecológicos a realidade deles. E mesmo aqueles autores que não aplicaram metodologias extraclasse ou aula de campo, concordaram que as aulas de ecologia devem ser dadas de forma dinâmica e diferentes do padrão professor expositor de aulas descritivas em salas fechadas. Destacando ainda que a ecologia deve ser aplicada de forma inovadora e criativa.
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VIEIRA, F. P. D. Rotação por Estações como Estratégia de Ensino em Ecologia no Cerrado: Um Estudo em um Colégio em Caldas Novas. Dissertação (Mestrado em Ensino para a Educação Básica) – Instituto Federal Goiano, Urutaí, 2024.
1Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: ellerson987@gmail.com
2Licenciatura em Biologia da Faculdade Única. E-mail: robguimas83@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: yeda.rocha@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: dayanacristinamacedo@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: biomaysc22@gmail.com
6Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: lidyanebarbosapassos@gmail.com
7Discente Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Belém e-mail: alinedasilva538@gmail.com
8Docente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém Mestre em Ciência Animal pela Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: jedna.kato@ifpa.edu.br
9Discente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém e-mail: dalvi_oliver@hotmail.com
10Docente do Curso Superior de Licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém Mestre em virologia (PPGV/IEC). E-mail: raimundo.pacheco@ifpa.edu.br