THE IMPORTANCE OF PHYSIOTHERAPY IN PREVENTING FALLS IN ELDERLY PEOPLE RESIDENT IN ILPLS: A FUNCTIONAL APPROACH
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch102025005131427
Amanda Trindade dos Santos
Edilane dos Santos Moreira
Janaina Victória Matos Sousa
Hillary Emanuele Mascarenhas Pinheiro
Renata Bahia Bitencourt
RESUMO
A prevenção de quedas é uma necessidade urgente nas ILPIs, considerando o impacto negativo que essas ocorrências têm tanto na saúde dos idosos quanto nos custos para o sistema de saúde. O estudo tem como objetivo geral investigar a importância da fisioterapia na prevenção de quedas em idosos residentes em ILPIs, com foco em estratégias de reabilitação funcional que promovam o fortalecimento, equilíbrio e mobilidade dos idosos. Este trabalho utiliza uma abordagem qualitativa, com levantamento bibliográfico. Conclui-se que a implementação de diretrizes e práticas adequadas no ambiente das ILPIs, juntamente com o acompanhamento de profissionais capacitados, garante uma abordagem segura e eficaz para a prevenção de quedas. Portanto, a fisioterapia, ao se concentrar na funcionalidade, não apenas ajuda a minimizar o risco de quedas, mas também promove uma maior qualidade de vida e bem-estar dos idosos, favorecendo um envelhecimento.
Palavras-chave: Quedas, Fisioterapia, Idosos, Instituições de Longa Permanência para Idosos, Prevenção.
ABSTRACT
Fall prevention is an urgent need in LTCFs, considering the negative impact that these occurrences have on both the health of the elderly and the costs to the health system. The study aims to investigate the importance of physiotherapy in preventing falls in elderly residents of LTCFs, focusing on functional rehabilitation strategies that promote strengthening, balance and mobility of the elderly. This work uses a qualitative approach, with a literature review. It is concluded that the implementation of appropriate guidelines and practices in the LTCF environment, together with the monitoring of trained professionals, ensures a safe and effective approach to fall prevention. Therefore, physiotherapy, by focusing on functionality, not only helps to minimize the risk of falls, but also promotes a better quality of life and well-being of the elderly, favoring aging.
Keywords: Falls, Physiotherapy, Elderly, Long-Term Care Facilities for the Elderly, Prevention.
1 INTRODUÇÃO
As quedas em idosos são uma das principais causas de morbidade e mortalidade nessa faixa etária, especialmente entre aqueles residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). A fisioterapia tem um papel essencial na prevenção dessas quedas, promovendo o fortalecimento muscular, o equilíbrio e a mobilidade funcional dos idosos (Nunes, 2021).
Santana, Santos e Nunes (2024), destacam que a reabilitação funcional por meio de instruções direcionadas pode diminuir de forma expressiva o risco de quedas e melhorar a qualidade de vida da população idosa. As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) lidam com um crescimento constante na procura por cuidados especializados em geriatria. Com o avanço do envelhecimento populacional, o número de idosos em condição de dependência ou vulnerabilidade vem aumentando, tornando possíveis políticas públicas de saúde e estratégias preventivas eficientes.
A prevenção de quedas é uma necessidade urgente nas ILPIs, considerando o impacto negativo que essas ocorrências têm tanto na saúde dos idosos quanto nos custos para o sistema de saúde. Investir em intervenções fisioterapêuticas pode prevenir quedas e melhorar a qualidade de vida dos idosos, além de reduzir gastos com internações e tratamentos de complicações decorrentes de fraturas (Andrade, 2020).
A institucionalização de pessoas idosas é uma realidade presente em diversos países, trazendo consigo desafios relacionados à mobilidade e à saúde funcional dos residentes. Diante das limitações enfrentadas por grande parte desses idosos, torna- se essencial a criação de programas específicos voltados à promoção de um envelhecimento ativo e saudável, sendo a fisioterapia um elemento fundamental nesse processo (Lima, 2022). Dessa forma o estudo tem a seguinte problemática: “Como a fisioterapia, com um enfoque funcional, pode contribuir para a prevenção de quedas em idosos residentes em ILPIs?”
A relevância deste estudo está em entender como a fisioterapia, com ênfase em técnicas de fortalecimento e equilíbrio, pode atuar na prevenção de quedas em idosos. Tal análise é relevante não apenas para profissionais de saúde e gestores de ILPIs, mas também para políticas públicas de saúde voltadas para o envelhecimento saudável.
O estudo justifica-se pela elevada incidência de quedas entre idosos institucionalizados, o que representa um problema de saúde pública com consequências físicas, emocionais e financeiras. As quedas em idosos residentes em ILPIs frequentemente resultam em lesões graves, como fraturas e traumatismos cranianos, que comprometem significativamente a qualidade de vida desses indivíduos e aumentam a sobrecarga nos serviços de saúde.
O estudo tem como objetivo geral investigar a importância da fisioterapia na prevenção de quedas em idosos residentes em ILPIs, com foco em estratégias de reabilitação funcional que promovam o fortalecimento, equilíbrio e mobilidade dos idosos e como objetivos específicos: identificar as principais técnicas fisioterapêuticas utilizadas para o fortalecimento e equilíbrio, avaliar a aplicabilidade e os resultados de programas de reabilitação funcional nas ILPIs, demonstrar as diretrizes para a implementação de programas de fisioterapia em ILPIs voltados à prevenção de quedas.
2 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa, com o objetivo de investigar a importância da fisioterapia na prevenção de quedas em Instituições de Longa Permanência para Idosos ( ILPls), com foco em estratégias de reabilitação funcional.
A coleta de dados foi realizada em bases de dados científicas reconhecidas, como SciELO, Google Acadêmico ( Repositório UFMG, Revista ICESP, Periódico Uniftc, Reósitório IPV, Periódico Rease, Revista FT, Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, Revista Unipacto, Periódicos IESP e Revista Foco), abragendo publicações dos anos de 2014 a 2024, nos idiomas português e inglês.
Foram utilizados os seguintes descritores para busca dos estudos: “ Quedas”, “ Fisioterapia”, “Idosos” “ Instituições de Longa Permanência para Idosos” e “ Prevenção”. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos que abordassem intervenções fisioterapêuticas voltadas à prevenção de quedas em idosos institucionalizados. Os critérios de exclusão envolveram fuga do tema, dados insuficientes, estudos duplicados e metodologias inadequadas. Após a aplicação dos critérios estabelecidos, foram incluídos 9 artigos para composição da fundamentação teórica deste trabalho.
Figura 1. Fluxoframa da Metodologia da etapa de seleção e inclusão dos estudos

Fonte: Autores (2025)
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 O PROCESSO DE ENVELHECER E QUALIDADE DE VIDA
De acordo Andrade (2020), relata que o envelhecimento é um processo contínuo, no qual uma vida ativa pode contribuir para o aprimoramento das funções mentais, sociais e físicas da pessoa que envelhece. Tornar-se idoso, portanto, está condicionado a diversos fatores que ultrapassam os limites de simples marcos cronológicos, o que gera desafios na construção de um conceito específico que realmente caracteriza o processo de envelhecimento.
O envelhecimento segundo Falsarella, Gasparotto e Coimbra (2014), é um fenômeno que se destaca de maneiras, modos e momentos diferenciados em cada etapa da vida. Ele é um processo que não ocorre particularmente e simultaneamente com a idade cronológica, uma vez que cada indivíduo tem sua própria genética; bem como sofre influências ligadas à fatores externos, como os hábitos e comportamentos diários na vida de cada ser humano.
Andrade (2020) evidencia-se que altos níveis de depressão e angústia, aliados a baixos níveis de satisfação e bem-estar, resultam em índices de saúde reduzidos entre os idosos. Além disso, destaca-se que as dificuldades na realização de tarefas rotineiras, acarretando problemas físicos, acarretam obstáculos nas relações sociais e comprometem a manutenção da autonomia, impactando níveis a saúde emocional. Essas informações são confirmadas na Figura 2, que ilustra o ciclo presente na vida do idoso, demonstrando que os fatores físicos contribuem diretamente para a diminuição da qualidade de vida e da saúde mental.
Figura 2. Ciclo Vicioso Associado ao Envelhecimento e Inatividade Física

Fonte: Andrade (2020)
Aquino et al., (2022) relata que o corpo humano necessita de interação complexa de diversos mecanismos para mantê-lo em equilíbrio. Com o passar do tempo e o avanço do envelhecimento, esses mecanismos tendem a perder sua eficácia. De modo geral, pacientes investigados com demência sofrem perdas ainda mais acentuadas em seu equilíbrio, possivelmente em razão das alterações estruturais e neuroquímicas causadas pelo processo degenerativo específico da doença.
As quedas frequentemente ocorrem como um somatório de fatores de risco intrínsecos e extrínsecos, sendo difícil restringir um evento de queda a um único fator de risco ou a um agente causal. Os fatores intrínsecos relacionados a quedas em idosos são imobilidade e incapacidade funcional para realizar as atividades de vida diária, diminuição de força muscular de membros inferiores, déficit de equilíbrio, queixa de tontura, uso de medicações psicotrópicas, déficits cognitivo, visual e/ou auditivo, hipotensão postural, distúrbios da marcha e doenças crônicas
As quedas em idosos constituem um importante problema de saúde pública, devido a sua frequência, o aumento da morbimortalidade e o elevado custo socioeconômico, sobretudo quando ocasiona aumento da dependência e da institucionalização. Para Andrade (2020), afirma que a origem das quedas nessa população é multifatorial, estando relacionada a fatores fisiológicos, musculoesqueléticos e psicossociais que acompanham o processo de envelhecimento, além de aspectos ligados ao ambiente em que o idoso reside.
Ainda segundo Andrade (2020), as quedas são eventos de natureza multifatoriais; no entanto, pesquisas identificaram alguns elementos com evidências relevantes quanto à sua relação com a incidência de quedas em idosos que possuem osteoartrose. A influência dos fatores ambientais está diretamente ligada ao estado funcional e à mobilidade do idoso, demonstrando que as quedas resultam de uma interação complexa entre fatores extrínsecos e intrínsecos. Além disso, o risco de quedas cresce de forma linear à medida que aumenta o número de fatores de risco associados.
Silva e Andrade (2022), a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa inclui em seu conteúdo orientações voltadas para a prevenção de quedas, utilizando figuras ilustrativas para apresentar os principais fatores de risco. Nesse material, destacam- se fatores extrínsecos, como o uso de tapetes, a presença e o uso de corrimãos em escadas, tipos de calçados, pisos escorregadios, obstáculos dentro da residência e iluminação iluminada. Já o documento Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, pertencente à série Pacto pela Saúde, não menciona fatores de risco específicos, limitando-se a afirmar que as quedas são provocadas por fatores extrínsecos e intrínsecos.
A qualidade de vida dos idosos de acordo Oliveira e Oliveira (2023), relata essa condição torna-se comprometida quando existem problemas de saúde, bastante comuns na fase avançada da vida, que, associados à incapacidade funcional, passam a ser fatores responsáveis por multimorbidades relevantes. Muitas vezes, isso resulta na ocorrência ou até mesmo na reincidência de quedas, levando a perdas parciais de capacidades ou de dependência, o que contribui para uma piora significativa na qualidade de vida.
Falsarella, Gasparotto e Coimbra (2014), afirma que a relação do uso de medicação anti-hipertensiva com quedas em idosos com osteoartrose causa grandes divergências entre os estudos analisados neste estudo, esses medicamentos podem exacerbar a hipotensão postural. Entretanto, outros estudos não encontraram essa associação
Dentre os fatores que podem contribuir para que este medo esteja presente, destaca-se segundo Vieira, Brito e Da Silva (2023), a falta de suporte social, o conhecimento de um parente ou amigo que tenha vivenciado uma queda grave, a percepção dos próprios déficits de equilíbrio e marcha, ou ainda a baixa confiança do idoso em relação ao seu equilíbrio, mesmo na ausência de déficits, são fatores que influenciam diretamente a sua segurança e autonomia.
De acordo Oliveira et al., (2024), afirma entre os idosos institucionalizados, pelo menos 50% apresentam maior risco de quedas, e 25% sofrerão uma queda anualmente. Esses índices podem ser explicados pelo fato de que, nas instituições, encontram-se os idosos mais frágeis e com maiores problemas de saúde, além da existência de um relato e registro mais específico de cada episódio de queda.
Assim Santana, Santos e Nunes (2024), relata que a importância deste assunto no contexto desenvolvido está diretamente ligada à prevenção de complicações comuns em pessoas que já vivenciaram alguma queda, as quais acabam contribuindo para o desenvolvimento de um sedentarismo indesejado. A própria limitação física e a insegurança gerada por esse medo tornam-se, também, fatores de risco para a ocorrência de novas quedas.
As causas das quedas em pessoas idosas são descritas em dois grandes grupos: as causas extrínsecas, dependentes de obstáculos ambientais que não podem ser transpostos pelo idoso, ou situações sociais de risco; e as causas intrínsecas, decorrentes de alterações fisiológicas relacionadas com o envelhecimento, doenças ou uso de fármacos
Desta forma, o que ocorre é um ciclo que se inicia com a queda em idosos com osteoartrose e tem como consequência primária o medo de cair, esse medo resulta na perda da confiança na realização das tarefas do cotidiano, restrição nas atividades sociais e dependência aumentada que, por sua vez, levam ao recondicionamento, restrição da mobilidade e isolamento social. O ciclo se conclui, finalmente, com a perda da capacidade funcional, e, por conseguinte, em maior suscetibilidade do idoso a sofrer novas quedas.
3.2 AS PRINCIPAIS TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS UTILIZADAS PARA O FORTALECIM555ENTO E EQUILÍBRIO
As técnicas fisioterapêuticas de fortalecimento e equilíbrio em idosos têm sido amplamente pesquisadas nos últimos anos, devido à sua importância para a manutenção da autonomia e para a prevenção de quedas, um problema frequente em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). As principais abordagens incluem exercícios resistidos, treino de equilíbrio e propriocepção, treinamento funcional, além de métodos como Pilates e Tai Chi Chuan (Vieira; Brito; Da Silva; 2023).
O fortalecimento e o equilíbrio são componentes fundamentais em programas de reabilitação fisioterapêutica, especialmente para idosos. De acordo Costa, Silveira (2021), as principais técnicas fisioterapêuticas externas para esses objetivos envolvem exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de resistência e atividades proprioceptivas. Métodos como o fortalecimento resistido, o treinamento funcional e a prática de exercícios em plataformas instáveis são altamente indicados, uma vez que estimulam o desenvolvimento muscular e melhoram a estabilidade postural, fatores fundamentais para a prevenção de quedas.
Nunes (2021) destaca ainda o uso de práticas como o treino de marcha e a terapia com pesos livres ou elásticos como alternativas eficazes para melhorar a funcionalidade dos idosos. Estudos demonstram que programas regulares de fortalecimento e equilíbrio podem melhorar a capacidade de sustentação, reduzir o risco de quedas e aumentar a função de autonomia
Os exercícios resistidos são essenciais para o fortalecimento muscular, especialmente nas extremidades inferiores, que tendem a sofrer maior perda de massa muscular com o envelhecimento. Limão e Martins (2021), demonstram que o fortalecimento muscular, realizado de maneira controlada e progressiva, promove a manutenção da força e reduz a sarcopenia, comum em idosos institucionalizados. O fortalecimento muscular também impacta diretamente na capacidade de realização de atividades cotidianas, como levantar-se e caminhar, fundamentais para o equilíbrio postural.
Os treinos de equilíbrio e propriocepção são técnicas amplamente aplicadas, mudando o controle postural e a redução do risco de quedas. Estes treinos envolvem atividades que desafiam o sistema vestibular e os receptores proprioceptivos, como caminhar em superfícies irregulares e realizar movimentos unilaterais, melhorando a estabilidade dos idosos (Dourado et al., 2022). Esse tipo de treino é considerado uma intervenção preventiva eficaz, com impacto direto na qualidade de vida dos idosos.
Outro recurso cada vez mais empregado é o treinamento funcional , que se concentra em exercícios que simulam atividades da vida diária, promovendo a mobilidade e a funcionalidade. Este tipo de treinamento é realizado com atividades como pegar objetos do chão, subir e descer escadas, e movimentos de rotação do tronco. Dourado et al., (2022) demonstram que esse treino resulta em melhorias na realização de tarefas diárias e na autonomia dos idosos.
Os métodos como Pilates e Tai Chi Chuan foram incorporados na fisioterapia geriátrica por sua capacidade de melhorar o equilíbrio, a flexibilidade e a força muscular de forma menos agressiva e mais adaptada à condição dos idosos (Pillatt; Nielsson, 2019). O Pilates atua principalmente no fortalecimento do core e na estabilidade lombar, enquanto o Tai Chi, além do benefício físico, tem efeitos sobre o bem-estar mental, o que é relevante em ambientes de ILPIs.
3.3 A APLICABILIDADE E OS RESULTADOS DE PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NAS ILPIS
A reabilitação funcional em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) é essencial para preservar a autonomia dos idosos, apresentando resultados positivos nos âmbitos físico, social e psicológico. Esses programas têm como objetivo restaurar ou manter as habilidades funcionais dos residentes, promovendo a melhoria da mobilidade e prevenindo a perda funcional (Costa; Silveira, 2021).
A reabilitação funcional em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) tem mostrado resultados promissores na promoção de saúde e na redução de limitações funcionais. Estes programas geralmente integram atividades de fortalecimento, desenvolvimento motor e alongamento, sendo adaptados às necessidades e condições físicas dos residentes (Costa; Silveira, 2021).
Santana, Santos e Nunes (2024) indicam que a reabilitação funcional em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) contribuiu para a melhoria da qualidade de vida dos residentes, proporcionando maior autonomia, alívio das dores e fortalecimento da capacidade funcional. Os programas regulares e supervisionados também demonstram um efeito positivo na redução da incidência de quedas e hospitalizações entre os idosos, além de favorecer uma maior interação social entre os residentes, o que reforça ainda mais o impacto positivo dessas intervenções.
Nunes (2021) demonstraram que esses programas melhoram a capacidade de marcha e a estabilidade dos idosos. Pessoas que participam regularmente de atividades de reabilitação funcional tendem a apresentar maior velocidade de caminhada, aumento do equilíbrio e maior estabilidade postural, fatores diretamente associados a uma menor taxa de quedas.
Além dos ganhos financeiros, há um impacto positivo na qualidade de vida e autoestima dos idosos. Dourado et al., (2022) apontam que a participação em atividades físicas regulares, como exercícios de fortalecimento e treino de equilíbrio, melhora a saúde mental dos idosos. O exercício promove a liberação de endorfinas, redução de sintomas de ansiedade e depressão, comuns em idosos institucionalizados.
Além disso, a redução na incidência de quedas é um dos principais resultados observados. Lima (2022) realizaram um estudo onde idosos que participaram de um programa de reabilitação funcional alcançaram uma redução de 30% nas taxas de quedas em relação àqueles que não participaram. Essa redução deve ser uma combinação entre o fortalecimento muscular e a melhoria do equilíbrio, fatores que proporcionaram maior segurança durante a movimentação.
3.4 AS DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE FISIOTERAPIA EM ILPIS VOLTADOS À PREVENÇÃO DE QUEDAS
A implementação de programas de fisioterapia em ILPIs com foco na prevenção de quedas deve seguir diretrizes bem fundamentadas para garantir sua eficácia e segurança. As diretrizes incluem avaliações periódicas, capacitação da equipe, exercícios multifacetados e adaptação do ambiente (Limão; Martins, 2021).
Inicialmente, é essencial que se realize uma avaliação inicial e contínua dos idosos, de modo a ajustar os exercícios conforme a evolução das condições físicas de cada residente. Vieira, Brito e Da Silva (2023) ressaltam que essas avaliações devem incluir testes de força, equilíbrio e flexibilidade para que o fisioterapeuta possa personalizar o programa de acordo com as necessidades de cada idoso. Além disso, uma avaliação contínua permite monitorar o progresso e ajustar as atividades conforme necessário, mantendo a eficácia do programa.
Pillatt e Nielsson (2019) esses programas devem incluir avaliações periódicas das capacidades funcionais e dos fatores de risco de queda de cada residente, com adaptações dos exercícios às condições individuais. As diretrizes recomendam a presença de fisioterapeutas especializados, a utilização de instrumentos para avaliação de equilíbrio, força e mobilidade, além de métodos de treino progressivo e supervisionado.
Além disso, o ambiente deve ser adaptado para reduzir riscos, e a capacitação da equipe de cuidadores é fundamental para apoiar as práticas diárias e promover a segurança dos idosos. Essas diretrizes visam não apenas prevenir quedas, mas também promover a independência e a qualidade de vida dos idosos nas ILPIs.
A capacitação da equipe de profissionais que atuam nas ILPIs é outro ponto fundamental. É necessário que os fisioterapeutas e demais envolvidos tenham treinamento para realizar instruções específicas de prevenção de quedas. Vieira, Brito e Da Silva (2023) indicam que a qualificação profissional é essencial para identificar riscos e aplicar estratégias de forma segura e eficaz.
A integração de exercícios multifacetados é considerada uma prática de grande impacto. Costa e Silveira (2021) apontam que programas que incluem fortalecimento muscular, treinamento de equilíbrio e exercícios funcionais demonstram melhores resultados na prevenção de quedas quando comparados a instruções unidimensionais. Essa combinação de técnicas possibilita o desenvolvimento simultâneo de diversas capacidades físicas, oferecendo uma abordagem mais completa e eficaz.
Por fim, a adaptação do ambiente nas ILPIs é uma diretriz importante para evitar quedas e garantir a segurança dos moradores durante a execução dos exercícios. Bernardes et al., (2021) sugerem que áreas para exercícios devem ser adequadas, com pisos reforçados, boa iluminação e apoio suficientes para evitar acidentes. Essa adaptação é um componente crucial para a segurança e para a implementação de programas de reabilitação de forma eficaz.
4 CONCLUSÃO
A fisioterapia desempenha um papel essencial na prevenção de quedas entre idosos residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), especialmente quando o enfoque está na funcionalidade. As quedas representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade nessa faixa etária, afetando não apenas a saúde física, mas também a independência e a qualidade de vida dos idosos. Programas de fisioterapia focados em fortalecimento, equilíbrio e reabilitação funcional oferecem uma abordagem preventiva eficaz, reduzindo os riscos de quedas e promovendo a autonomia dos residentes.
Ao incorporar exercícios específicos para fortalecimento muscular, treinamento de equilíbrio e atividades de reabilitação funcional adaptadas às necessidades de cada idoso, a fisioterapia melhora significativamente as capacidades físicas e motoras. Isso contribui para a redução de limitações funcionais e aumenta a confiança dos idosos em suas atividades diárias.
Conclui-se que a implementação de diretrizes e práticas adequadas no ambiente das ILPIs, juntamente com o acompanhamento de profissionais capacitados, garante uma abordagem segura e eficaz para a prevenção de quedas. Portanto, a fisioterapia, ao se concentrar na funcionalidade, não apenas ajuda a minimizar o risco de quedas, mas também promove uma maior qualidade de vida e bem-estar dos idosos, favorecendo um envelhecimento.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Jozilma de Souza. A importância da fisioterapia na prevenção de quedas de idosos. Trabalho de Conclusão de Curso. Ciências da Saúde, Ciências Humanas, 2020. Disponível em: https://revistaft.com.br/a-importancia-da- fisioterapia-na-prevencao-de-quedas-de-idosos/. Acesso em: 22 de fev. 2024 https://periodicos.iesp.edu.br/dialogosemsaude/article/view/542/382
AQUINO, Hélcio Dantas de et al., A relevância da fisioterapia na capacidade funcional de idosos para prevenção de quedas: uma revisão integrativa da literatura.Ciências da Saúde, Volume 26 – Edição 117/dez 2022. Disponível em:https://revistaft.com.br/a-relevancia-da-fisioterapia-na-capacidade-funcional-de- idosos-para-prevencao-de-quedas-uma-revisao-integrativa-da-literatura/. Acesso em: 18 de fev. 2025.
BERNARDES, Camila Aparecida; OLIVEIRA, Raqueline de Sousa; NUNES, Brenda Oliveira; MORENO, Amália; MUNHOZ, Maira Foresti Vieira; HADDAD, Marcela Filié. Avaliação da Qualidade de Vida de Idosos Institucionalizados após Reabilitação com Próteses Parciais e/ou Totais Removíveis. Revista Brasileira de Ciências de Saúde. Volume 25 Número 4 Páginas 687-698 2021. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/56881. Acesso em: 15 de jan. 2025.
COSTA, Fabiana Martins Caetano da; SILVEIRA, Rubia Cristina Gontijo. A importância da fisioterapia na prevenção de quedas em idoso. Revista Multidisciplinar, Humanidades e Tecnologias (FINOM), ISSN – 1809-1628. 2021. Disponível em: https://revistas.icesp.br/index.php/FINOM_Humanidade_Tecnologia/article/viewFile/1 650/1213. Acesso em 14 de jan. 2025.
DOURADO, Júnior; FRANCISCO Wellington; MOREIRA, Andréa Carvalho Araújo; SALLES, Dafne Lopes; SILVA, MARIA ADELANE Monteiro da. Intervenções para prevenção de quedas em idosos na Atenção Primária: revisão sistemática. Acta Paul. Enferm. (Online) ; 35: eAPE02256, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/TqV4k45sTkZYTJW9NGHh5Jj/. Acesso em: 15 de jan. 2025.
FALSARELLA, G.R.; GASPAROTTO, L.P.R.; COIMBRA, A.M.V. Quedas: conceitos, frequências e aplicações à assistência ao idoso: Revisão da literatura. Rev Bras. Geriatria e Gerontol., v. 17, n. 4, p.897-910, 2014. Disponível em:https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=403838840019. Acesso em 14 de jan. 2025.
LIMÃO, Ricardo Patrício; MARTINS, Rosa Maria Lopes. Efetividade de programas de enfermagem de reabilitação no equilíbrio, marcha e independência funcional em idosos hospitalizados. Revista de Enfermagem Referência, vol. V, núm. 8, e20205, 2021. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/referencia/article/view/26779. Acesso em 17 de jan. 2025.
LIMA, Nelita Braga. A atuação da fisioterapia na prevenção de queda em idoso. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 8, n. 8, p. 1346–1351, 2022. DOI: 10.51891/rease.v8i8.6781. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/6781. Acesso em: 25 mar. 2025.
NUNES, Hiago José da Silva. Atuação do fisioterapeuta na prevenção de Quedas e melhora do equilíbrio em Idosos. Ciências da Saúde, Linguística, Letras e Artes, Centro Universitário do Norte – UNINORTE, 2021. Disponível em: https://revistaft.com.br/atuacao-do-fisioterapeuta-na-prevencao-de-quedas-e- melhora-do-equilibrio-em-idosos/. Acesso em 12 de dez. 2024.
OLIVEIRA, A. S. de; VALERIO, F. R.; PAIVA, Átila C.; BARBOSA, C. M.; SOUZA, T. D.; FERRAZ, D. M.; DIÓGENES, J. L. P.; NETO, A. C. da S. A.; MISTURA, V. R. A.; ALMEIDA, C. M. de; LORENA, G. C. de; MORO, A.; LIMA, J. R. de A. Avaliação e intervenção fisioterapêutica na prevenção de quedas em idosos. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, [S. l.], v. 6, n. 8, p. 1727–1750, 2024. DOI:10.36557/2674 -8169.2024v6n8p1727-1750. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/2945. Acesso em: 25 mar. 2025.
OLIVEIRA, A. C. M. de; OLIVEIRA, A. C. D. Papel da Fisioterapia Preventiva em Idosos. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, [S. l.], v. 1, n. 1, 2023. Disponível em: https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/876. Acesso em: 25 mar. 2025.
PILLATT, Ana Paula; NIELSSON, Jordana e Schneider, Rodolfo Herberto. Efeitos do exercício físico em idosos fragilizados: uma revisão sistemática. Fisioterapia e Pesquisa [online]. 2019, v. 26, n. 2. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fp/a/HxHRwfLJ9NZmkkDymvGRL4G/. Acesso em 11 de dez. 2024.
SANTANA, Roberto Araujo; SANTOS, Rosália Oliveira; NUNES, Fabiely Gomes da Silva. A importância da fisioterapia na prevenção de Quedas em idosos. Graduação em Movimento, Ciências da Saúde. ISSN Eletrônico – 2764-4650, Volume. 2 – N.2, 2024. Disponível em: https://periodicos.uniftc.edu.br/index.php/gdmsaude/article/view/568/294. Acesso em 12 de jan. 2025.
SILVA, Carolayne Lays Chaves; ANDRADE, Gabriela Melo de. O Benefício da atuação fisioterapêutica ao idoso atendido na atenção básica: uma revisão integrativa. Revista Diálogos em Saúde. ISSN 2596-206X – Página | 42 Volume 5 – Número 1 – jan./jun. de 2022. Disponível em: https://periodicos.iesp.edu.br/dialogosemsaude/article/view/524/366. Acesso em: 17 de fev. 2024.
VIEIRA, A. A.; BRITO, M. J. S.; DA SILVA, K. C. C. A importância da fisioterapia preventiva de quedas em idosos. Revista Foco, [S. l.], v. 16, n. 11, p. e3501, 2023. DOI: 10.54751/revistafoco.v16n11-008. Disponível em: https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/3501. Acesso em: 25 mar. 2025.
Currículo do autor