THE BNCC AND THE DEVELOPMENT OF MOTOR REPERTOIRE IN PHYSICAL EDUCATION CLASSES IN ELEMENTARY SCHOOL II
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202511301223
Carmilhe Carvalho dos Santos1
Eva Vilma Alves da Silva2
Jaqueline Monique Marinho da Silva3
Adenildo Vieira de Souza4
Jaqueline Lima de Souza5
RESUMO
Este artigo analisa as estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física, com foco na implementação das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Ensino Fundamental II. O objetivo principal é analisar a influência das orientações da BNCC no desenvolvimento do repertório motor dos alunos do Ensino Fundamental II, especificamente nas aulas de Educação Física. A pesquisa destaca a importância de um ensino que envolva o desenvolvimento físico, social e emocional dos estudantes, integrando atividades como esportes, jogos, danças e lutas, alinhadas com as diretrizes curriculares. Para isso, foram analisadas diversas abordagens pedagógicas, incluindo a psicomotricidade, o uso de tecnologias educacionais, e metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos. A pesquisa conclui que, para garantir o sucesso do desenvolvimento motor, é necessário um planejamento pedagógico diversificado e adaptado às necessidades individuais dos alunos, além de investimentos na formação contínua dos professores. O estudo evidencia que as aulas de Educação Física desempenham um papel crucial não apenas no aprimoramento das habilidades motoras, mas também no desenvolvimento global dos estudantes.
Palavras-chave: Base Nacional Curricular Comum. Educação Física. Repertório motor.
ABSTRACT
This article analyzes pedagogical strategies for developing motor repertoire in Physical Edu- cation classes, focusing on the implementation of the guidelines from the Brazilian National Common Curricular Base (BNCC) in lower secondary education. The main objective is to examine the influence of BNCC guidelines on the development of students’ motor repertoire in Physical Education classes. The study emphasizes the importance of teaching that promotes physical, social, and emotional development through activities such as sports, games, dance, and martial arts, aligned with curriculum guidelines. Various pedagogical approaches were analyzed, including psychomotricity, the use of educational technologies, and active methodo- logies such as project-based learning. The research concludes that successful motor deve- lopment requires diverse pedagogical planning adapted to students’ individual needs, along with ongoing teacher training. The study shows that Physical Education classes play a key role not only in improving motor skills but also in students’ overall development.
Keywords: National Common Curricular Base. Physical Education. Motor repertoire.
1 INTRODUÇÃO
Deve-se fazer uma contextualização/apresentação breve do tema a ser estudado ou do tema que será abordado em seu projeto de pesquisa. A introdução é a parte do artigo onde são apresentados o tema de pesquisa, o problema, a justificativa e os objetivos.
O tema é abordado de maneira a identificar os motivos e o contexto no qual o problema de pesquisa foi identificado.
A contextualização deve se embasar por meio de pesquisas já realizadas na área em estudos, devendo ser apontadas as principais preocupações e incertezas que envolvem o tema escolhido para desenvolvimento da pesquisa.
As informações no texto devem fluir do geral para o específico, afunilando, de modo a chegar ao fim de maneira bastante convincente.
Deve se destacar a problematização que dá origem a presente pesquisa, de forma claro e preciso. O problema deve servir como um instrumento para a obtenção de novos conhecimentos; ser delimitado; ter aplicabilidade social; ser claro e preciso; e, refletir uma vivência do A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabeleceu diretrizes fundamentais para a educação no Brasil, abrangendo as áreas do conhecimento e as competências essenciais a serem desenvolvidas nas diferentes etapas de ensino (Pinto, 2024). No contexto das aulas de Educação Física, essa base busca assegurar a formação integral dos estudantes, considerando não apenas os aspectos cognitivos, mas também o desenvolvimento físico, social e emocional. A Educação Física, como componente curricular do Ensino Fundamental II, desempenha papel essencial na formação do repertório motor, promovendo habilidades que são essenciais para a saúde e bem-estar dos alunos.
Este trabalho tem como foco a análise do desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física, à luz das orientações da BNCC para o Ensino Fundamental II. A questão central a ser abordada refere-se a como as diretrizes estabelecidas pela BNCC podem contribuir para o aprimoramento das práticas pedagógicas, no intuito de expandir o repertório motor dos alunos. A problemática surge da necessidade de compreender: Qual a efetividade da aplicação das diretrizes da BNCC e o impacto dessas diretrizes no desenvolvimento motor dos estudantes ao longo dessa fase escolar?
O objetivo geral deste trabalho é analisar a influência das orientações da BNCC no desenvolvimento do repertório motor dos alunos do Ensino Fundamental II, especificamente nas aulas de Educação Física. Para tanto, busca-se entender os benefícios da implementação dessa base curricular nas práticas pedagógicas.
Entre os objetivos específicos, pretende-se examinar os elementos da BNCC que mais impactam o desenvolvimento motor, investigar os métodos de ensino aplicados nas aulas de Educação Física e avaliar como os professores podem integrar esses métodos ao seu planejamento pedagógico. Este estudo também visa a contribuir para a melhoria da formação docente e para a reflexão sobre a qualidade das práticas pedagógicas no ensino de Educação Física.
A importância desse estudo reside no impacto direto que o desenvolvimento motor tem na saúde e no bem-estar dos alunos, além de influenciar o seu desempenho em outras áreas do conhecimento. Entender como a BNCC pode aprimorar o processo educativo nesse contexto é fundamental tanto para a formação dos futuros cidadãos quanto para a continuidade do processo de melhoria das práticas pedagógicas na Educação Física.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A BNCC e suas diretrizes para Educação Física no Ensino Fundamental II
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) representa um marco importante na educação brasileira, pois estabelece os objetivos e as competências essenciais para o desenvolvimento dos estudantes nas diversas áreas do conhecimento. Criada pelo Ministério da Educação (MEC), a BNCC tem o objetivo de garantir a equidade educacional em todo o Brasil, promovendo uma formação integral dos alunos, que abrange desde o domínio dos conhecimentos básicos até o desenvolvimento de habilidades e atitudes. A Educação Física, como componente curricular obrigatório do Ensino Fundamental II, não poderia ser excluída dessa importante iniciativa. As diretrizes da BNCC para a Educação Física têm como objetivo a promoção de práticas que favoreçam o desenvolvimento motor, a saúde e o bem-estar dos alunos, além de possibilitar a aprendizagem de conteúdos relacionados ao movimento, ao esporte e à cultura corporal (Nascimento; Ferreira, 2025).
A Educação Física, no contexto do Ensino Fundamental II, não é apenas uma disciplina voltada para o exercício físico, mas também uma área de conhecimento que visa ao desenvolvimento integral do aluno. A BNCC enfatiza a importância de proporcionar aos alunos experiências corporais diversificadas, que envolvem desde a prática de atividades físicas até o entendimento das diferentes manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento. Essa abordagem é fundamental para o desenvolvimento de habilidades motoras, mas também para a formação de uma consciência crítica em relação ao próprio corpo e à sua utilização no cotidiano. A partir das diretrizes da BNCC, a Educação Física ganha um novo significado, sendo vista não apenas como uma atividade física, mas como um espaço de aprendizagem, socialização e construção de conhecimentos (Menchik; Deus; Coutinho, 2025).
A Educação Física, no contexto do Ensino Fundamental II, não é apenas uma disciplina voltada para o exercício físico, mas também uma área de conhecimento que visa ao desenvolvimento integral do aluno. A BNCC enfatiza a importância de proporcionar aos alunos experiências corporais diversificadas, que envolvem desde a prática de atividades físicas até o entendimento das diferentes manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento. Essa abordagem é fundamental para o desenvolvimento de habilidades motoras, mas também para a formação de uma consciência crítica em relação ao próprio corpo e à sua utilização no cotidiano. A partir das diretrizes da BNCC, a Educação Física ganha um novo significado, sendo vista não apenas como uma atividade física, mas como um espaço de aprendizagem, socialização e construção de conhecimentos (Menchik; Deus; Coutinho, 2025).
As diretrizes da BNCC para a Educação Física no Ensino Fundamental II buscam promover um aprendizado significativo, voltado para a formação do aluno como sujeito ativo na sua própria aprendizagem. A BNCC propõe que as aulas de Educação Física contemplem uma variedade de práticas corporais, tais como esportes, danças, lutas e jogos, visando ao desenvolvimento de competências motoras e cognitivas que contribuem para a formação integral do estudante. A BNCC também destaca a importância de se trabalhar com os aspectos socioculturais e históricos das práticas corporais, permitindo que os alunos compreendam o papel da Educação Física na sociedade e sua relação com questões como saúde, lazer e cidadania (Araújo; Pereira; Medeiros, 2025).
De acordo com Impolcetto e Moreira (2023), a BNCC traz avanços significativos para a Educação Física, pois estabelece uma visão mais ampla e inclusiva da disciplina, propondo atividades que abrangem desde o desenvolvimento motor até a reflexão sobre o corpo, o movimento e suas diversas representações culturais. No entanto, os autores apontam que a implementação dessas diretrizes enfrenta desafios, especialmente no que diz respeito à formação dos professores e à adaptação das escolas para atender às novas demandas curriculares. A adaptação das práticas pedagógicas e a capacitação dos docentes são aspectos essenciais para que as diretrizes da BNCC sejam efetivamente implementadas nas aulas de Educação Física (Menchik; Deus; Coutinho, 2025).
Para que a BNCC atenda aos seus objetivos, é fundamental que as escolas e os professores se empenhem em criar um ambiente de aprendizagem que valorize a diversidade de movimentos e práticas corporais, respeitando as características individuais dos alunos e suas diferentes experiências. A BNCC propõe que os alunos sejam incentivados a explorar o movimento de maneira criativa, desenvolvendo suas habilidades motoras, ao mesmo tempo em que aprendem a trabalhar em equipe, a respeitar as regras e a entender os valores de convivência social. Nesse sentido, a Educação Física se torna um espaço para o desenvolvimento de competências não apenas físicas, mas também sociais e emocionais (Nascimento; Ferreira, 2025).
A proposta da BNCC também envolve a utilização de metodologias ativas, como o aprendizado baseado em projetos, que permitem aos alunos se envolver de maneira mais direta e autônoma na aprendizagem. Segundo Araújo, Pereira e Medeiros (2025), o uso de metodologias como o aprendizado baseado em projetos tem se mostrado eficaz no desenvolvimento de competências motoras, pois estimula a participação ativa dos alunos e o trabalho colaborativo. A implementação de projetos, como o Beach Tennis, oferece aos alunos uma abordagem prática e contextualizada do ensino da Educação Física, permitindo-lhes vivenciar diferentes aspectos do esporte e da cultura corporal de maneira mais próxima à realidade.
Em sua análise sobre a relação entre a BNCC e a Educação Física, Menchik, Deus e Coutinho (2025) destacam que a produção acadêmica sobre a implementação da BNCC na Educação Física tem crescido significativamente, refletindo a importância do tema para a área educacional. Os autores apontam que, embora haja um avanço no reconhecimento da importância da Educação Física, ainda existem lacunas na formação dos professores e na adaptação das práticas pedagógicas. Eles sugerem que, para que as diretrizes da BNCC sejam efetivas, é necessário um compromisso por parte das escolas, dos professores e das políticas educacionais em oferecer formação contínua e recursos adequados para o ensino da disciplina.
A BNCC também reconhece a importância da avaliação no processo de ensino aprendizagem, propondo que os professores avaliem o desenvolvimento das habilidades motoras e sociais dos alunos de maneira contínua e processual. A avaliação deve ser vista como uma ferramenta para monitorar o progresso dos alunos, identificar suas dificuldades e ajustar as estratégias pedagógicas, e não apenas como um momento de verificação final. A proposta de avaliação contínua e formativa é uma das diretrizes mais inovadoras da BNCC para a Educação Física, pois permite um acompanhamento mais detalhado do processo de aprendizagem e contribui para a melhoria da prática pedagógica (Nascimento; Ferreira, 2025).
A BNCC traz importantes avanços para a Educação Física no Ensino Fundamental II, propondo uma abordagem mais abrangente e integrada do desenvolvimento motor, cognitivo e social dos alunos. No entanto, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à formação dos professores e à adaptação das escolas. Para que a BNCC tenha um impacto positivo na Educação Física, é fundamental que as políticas educacionais e os profissionais da área se comprometam com a melhoria contínua da formação docente e a criação de ambientes de aprendizagem mais inclusivos e diversificados.
2.2 O papel do repertório motor no desenvolvimento físico e cognitivo dos estudantes
O repertório motor desempenha um papel fundamental no desenvolvimento físico e cognitivo dos estudantes, especialmente durante as fases iniciais da vida. A aprendizagem de habilidades motoras não está restrita apenas à aquisição de capacidades físicas, mas também influencia diretamente aspectos cognitivos, sociais e emocionais dos indivíduos. O desenvolvimento motor é um dos pilares que sustentam o crescimento humano e, portanto, afeta o desempenho de diversas outras funções (Nascimento; Ferreira, 2025).
A Educação Física escolar, ao proporcionar atividades que estimulam o repertório motor, oferece aos alunos uma oportunidade de integração de diferentes áreas do conhecimento, como a percepção, a coordenação, a memória e a atenção. Assim, ao explorarmos o impacto do repertório motor no desenvolvimento dos estudantes, podemos compreender melhor a interrelação entre os aspectos físicos e cognitivos do processo de aprendizagem.
A prática de atividades físicas regulares, seja por meio de esportes, jogos ou exercícios de movimentação livre, tem um impacto direto na função cerebral. De acordo com Pinto (2024), o desenvolvimento das funções motoras está intimamente relacionado ao aprimora- mento das habilidades cognitivas, como atenção, memória e capacidade de resolução de problemas.
O processo de aprendizado motor, portanto, não só capacita o indivíduo a realizar movimentos de forma mais eficiente, mas também facilita o desenvolvimento de funções cognitivas superiores. Em crianças e adolescentes, a aquisição de um repertório motor mais amplo favorece a maturação das estruturas cerebrais responsáveis pela coordenação e pela integração de informações sensoriais e motoras, com repercussões significativas para o desenvolvimento cognitivo e acadêmico (Nascimento; Ferreira, 2022).
Além do impacto no desenvolvimento físico e cognitivo, o repertório motor também contribui para o aprimoramento de habilidades socioemocionais. A interação entre os alunos em atividades de Educação Física, como jogos coletivos e esportes, permite o desenvolvimento de habilidades sociais importantes, como o trabalho em equipe, a comunicação, a liderança e a empatia.
Esses aspectos são fundamentais não apenas para o desenvolvimento pessoal, mas também para a formação de cidadãos conscientes e capazes de interagir de maneira construtiva com os outros. Martins e Mendes (2025) ressaltam que a prática de atividades físicas nas escolas promove a inclusão social, permitindo que os alunos se relacionem com diferentes realidades e desenvolvam atitudes positivas em relação ao convívio em grupo.
O conceito de neuroplasticidade também é crucial para entender como a prática de atividades motoras pode influenciar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Rocha, Nas- cimento e Ferreira (2025) afirmam que as atividades físicas estimulam a plasticidade neuronal, ou seja, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões em resposta ao aprendizado.
Durante a prática de atividades físicas, o cérebro é desafiado a se adaptar a novas situ- ações, como aprender uma nova habilidade motora ou ajustar a coordenação durante a execução de um movimento complexo. Esse processo de adaptação neural também favorece o desenvolvimento cognitivo, visto que o aprendizado motor exige a ativação de diversas áreas cerebrais responsáveis por funções cognitivas, como atenção, percepção e memória (Pinto, 2024).
A partir do ponto de vista neurocientífico, as conexões entre o desenvolvimento motor e cognitivo se tornam ainda mais evidentes. O movimento corporal pode ser considerado um exercício para o cérebro, ajudando a melhorar a comunicação entre diferentes regiões cerebrais. Essas conexões são essenciais para o processamento eficiente das informações e para a consolidação de novos conhecimentos, o que impacta diretamente a aprendizagem escolar (Oliveira et al., 2025). Quando o repertório motor de um aluno é ampliado e refinado, ele também está treinando seu cérebro para lidar melhor com diferentes estímulos e situações cognitivas (Nascimento; Ferreira, 2025).
A relação entre as funções motoras e a cognição também pode ser observada em situações cotidianas de aprendizagem. Durante atividades que exigem habilidades motoras finas, como a escrita ou a manipulação de objetos, o cérebro precisa integrar informações sensoriais com respostas motoras precisas.
A prática de Educação Física, ao estimular esses tipos de movimento, favorece o aprimoramento dessas funções motoras finas, impactando positivamente a execução de outras atividades cognitivas, como o aprendizado de novas matérias e o desempenho acadêmico. Pinto (2024) destaca que a Educação Física escolar, ao proporcionar uma variedade de atividades motoras, favorece a melhoria das funções motoras finas e grossas, impactando direta- mente a capacidade do aluno de executar tarefas escolares que exigem destreza e coordenação.
A importância da prática de atividades físicas também é evidente no que diz respeito à saúde física dos estudantes. A falta de atividade física durante a infância e adolescência pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde, como obesidade, doenças cardíacas e distúrbios posturais, que por sua vez podem afetar negativamente o desempenho acadêmico e social dos alunos. A BNCC reconhece a relevância do desenvolvimento motor para a formação integral do aluno, e um dos principais objetivos da Educação Física escolar é promover a saúde e o bem-estar dos estudantes por meio do estímulo a atividades físicas regulares (Impolcetto; Moreira, 2023).
No entanto, é necessário destacar que a implementação de programas de Educação Física nas escolas deve ser feita de maneira adequada, com atividades que atendam às necessidades motoras e cognitivas de cada faixa etária. De acordo com Martins e Mendes (2025), é fundamental que os professores de Educação Física possuam uma formação sólida e atualizada, capaz de integrar os conhecimentos pedagógicos com as descobertas mais recentes da neurociência. Somente assim será possível oferecer aos alunos experiências de aprendizagem motoras que impactem positivamente tanto o seu desenvolvimento físico quanto cognitivo.
A personalização das atividades, respeitando as diferenças individuais dos alunos, é outro ponto importante. Cada estudante possui um ritmo de desenvolvimento motor e cognitivo distinto, e cabe ao professor identificar essas diferenças e adaptar as atividades de forma que todos possam se beneficiar de maneira adequada. A prática de atividades diversificadas, que envolvam tanto movimentos de grande amplitude quanto de precisão, é essencial para garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de aprimorar o seu repertório motor e cognitivo de forma equilibrada.
A avaliação do desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos também deve ser um processo contínuo e integrado. Em vez de se limitar a uma avaliação final, a análise do progresso dos alunos deve ser feita ao longo de todo o processo de aprendizagem, levando em consideração tanto o desempenho físico quanto o cognitivo. A BNCC propõe uma abordagem mais integrada da avaliação, permitindo que os professores acompanhem o desenvolvimento dos alunos de forma mais holística e contínua (Pinto, 2024).
A integração de diferentes abordagens pedagógicas, como a aprendizagem baseada em projetos e as metodologias ativas, pode ser uma estratégia eficaz para o desenvolvimento do repertório motor dos alunos. A prática de atividades que envolvam a resolução de problemas, o trabalho em grupo e a experimentação proporciona um ambiente propício para o desenvolvimento motor e cognitivo simultaneamente. A Educação Física, ao adotar essas metodologias, torna-se um espaço não apenas de prática física, mas também de construção de habilidades cognitivas e sociais essenciais para o sucesso acadêmico e pessoal dos estudantes (Souza et al., 2024).
A importância da Educação Física escolar, portanto, vai muito além da promoção de habilidades motoras. Ao integrar o desenvolvimento físico e cognitivo, a Educação Física contribui para a formação integral dos estudantes, preparando-os para os desafios da vida cotidiana e para o exercício pleno da cidadania. O repertório motor, nesse contexto, assume um papel crucial na construção do conhecimento, na promoção da saúde e no fortalecimento das relações sociais, tornando-se um elemento-chave no processo educacional.
2.3 Estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física
O desenvolvimento motor nas aulas de Educação Física é um componente essencial para a formação integral dos alunos. A prática de atividades físicas não se resume apenas ao aprendizado de habilidades motoras básicas, mas também inclui o desenvolvimento cognitivo, emocional e social (Meneguizzi, 2025).
No contexto das aulas de Educação Física, o repertório motor abrange uma gama diversificada de habilidades e competências que os alunos desenvolvem ao longo do processo educativo, e que têm um impacto direto na sua saúde, bem-estar e na capacidade de interagir com o mundo ao seu redor. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes para o ensino da Educação Física no Brasil, com foco no desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e sociais dos alunos, incentivando práticas pedagógicas diversificadas que promovam uma aprendizagem significativa (Nascimento; Ferreira, 2025).
A BNCC, ao trazer orientações claras sobre o desenvolvimento do repertório motor, não apenas visa à promoção de habilidades físicas, mas também considera a importância do contexto sociocultural do movimento. A Educação Física, enquanto componente curricular obrigatório, deve garantir que os alunos se apropriem das práticas corporais, como esportes, danças e lutas, de forma que essas atividades se tornem um instrumento para o desenvolvi- mento integral do estudante (Meneguizzi, 2025).
O desenvolvimento motor, nesse sentido, não é visto isoladamente, mas como um pro- cesso que envolve a integração do corpo com as dimensões cognitivas e sociais (Souza et al., 2017). A partir dessas diretrizes, as estratégias pedagógicas devem ser pensadas para atender à diversidade de ritmos de aprendizado dos estudantes, garantindo a construção de um repertório motor amplo e diversificado.
Dentro das estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor, a psicomotricidade emerge como uma prática fundamental. A psicomotricidade envolve atividades que buscam integrar o corpo e a mente, promovendo um aprendizado de movimentos não apenas físicos, mas também emocionais e cognitivos. Em sua análise, Massa (2025) aponta que a psicomotricidade é um eixo integrador das práticas pedagógicas de Educação Física, principalmente na Educação Infantil, uma etapa crucial no desenvolvimento motor. Segundo a autora, a psicomotricidade contribui significativamente para o desenvolvimento da percepção corporal, da coordenação motora e do equilíbrio, facilitando a aprendizagem de habilidades mais complexas. Essa abordagem pedagógica é eficaz, pois trabalha com os aspectos psicoemocionais dos alunos, ajudando-os a se relacionar melhor com o próprio corpo e a melhorar sua autoestima e confiança.
A psicomotricidade, ao ser aplicada nas aulas de Educação Física, possibilita o trabalho de habilidades motoras básicas, mas também promove a autorregulação emocional e o desenvolvimento da interação social. Ao realizar atividades que desafiam os alunos a coordenar seus movimentos de forma lúdica e criativa, a psicomotricidade contribui para a ampliaÇão do repertório motor, incentivando os alunos a explorar diferentes formas de movimento e a experimentar suas próprias capacidades de maneira segura e divertida (Massa, 2025).
O uso das tecnologias digitais nas aulas de Educação Física tem ganhado destaque, especialmente devido à sua capacidade de inovar e potencializar o processo de aprendizagem. Reis et al. (2025) argumentam que as tecnologias podem ser ferramentas poderosas para o desenvolvimento motor, uma vez que proporcionam aos alunos a oportunidade de visualizar e simular movimentos, além de possibilitar o acompanhamento de seu progresso ao longo do tempo. A utilização de aplicativos, vídeos instrucionais e plataformas online para a prática de atividades físicas pode ser um grande diferencial no ensino de Educação Física, pois torna o aprendizado mais dinâmico e interativo.
De acordo com Oliveira et al. (2025), a utilização de tecnologias permite que os alunos realizem atividades físicas tanto dentro quanto fora do ambiente escolar, ampliando as possibilidades de aprendizado e motivando os estudantes a se envolverem mais ativamente com o conteúdo. Por exemplo, a prática de esportes e jogos pode ser complementada com recursos digitais que oferecem explicações sobre técnicas e táticas, facilitando a aprendizagem de no- vos movimentos e estratégias. O uso de ferramentas tecnológicas permite que o professor registre o desempenho dos alunos e avalie seu progresso de maneira contínua e eficaz, o que contribui para a personalização do ensino.
As metodologias ativas, que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem, têm se mostrado altamente eficazes para o desenvolvimento do repertório motor. A BNCC, ao incentivar o uso dessas metodologias, busca promover um ensino mais dinâmico e engajador, que favorece a autonomia e a participação ativa dos alunos. Segundo Araujo et al. (2025), o uso de metodologias ativas, como o aprendizado baseado em projetos, estimula os alunos a se envolverem diretamente no processo de aprendizagem, o que aumenta sua motivação e melhora seu desempenho.
No contexto da Educação Física, as metodologias ativas permitem que os alunos se envolvam de forma prática e reflexiva nas atividades motoras, buscando soluções para desafios propostos pelo professor. Através do trabalho em grupos e da resolução de problemas, o alunos desenvolvem não apenas habilidades motoras, mas também competências cognitivas, como a tomada de decisão, o raciocínio crítico e a criatividade. O uso de metodologias ativas nas aulas de Educação Física também favorece a construção de competências sociais e emocionais, como o trabalho em equipe, a liderança, a comunicação e a empatia (Araujo et al., 2025).
A abordagem desenvolvimentista da Educação Física, que respeita o ritmo de desenvolvimento de cada aluno, é fundamental para garantir que todos possam aprimorar seu repertório motor de maneira individualizada e eficaz. De acordo com Oliveira et al. (2025), a prática pedagógica no contexto escolar deve ser adaptada às diferentes fases do desenvolvimento motor dos alunos, respeitando suas limitações e potencialidades. A personalização das atividades, portanto, é uma estratégia pedagógica essencial para o sucesso do processo de aprendizagem, pois permite que os alunos sejam desafiados de acordo com sua capacidade motora e cognitiva.
Essa abordagem também favorece a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, garantindo que todos tenham a oportunidade de desenvolver seu repertório motor de acordo com suas características individuais. Como destaca Pereira (2025), a inclusão de atividades adaptadas às diferentes necessidades dos alunos, especialmente no caso de crianças com deficiência, deve ser uma prioridade no planejamento pedagógico da Educação Física. O uso de atividades que favoreçam a cooperação e a aceitação das diferenças sociais e físicas é essencial para criar um ambiente de aprendizagem inclusivo e positivo para todos os alunos.
Os jogos e brincadeiras são, sem dúvida, algumas das estratégias pedagógicas mais eficazes para o desenvolvimento motor nas aulas de Educação Física. Meneguizzi (2025) observa que o caráter lúdico das brincadeiras permite que os alunos se envolvam de maneira espontânea e prazerosa no processo de aprendizagem, o que contribui significativamente para a ampliação de seu repertório motor. Além de desenvolver habilidades motoras básicas, os jogos e brincadeiras estimulam a criatividade, a socialização e a resolução de problemas, habilidades essenciais tanto para o desempenho nas aulas de Educação Física quanto para o desenvolvimento global do aluno.
Os jogos cooperativos, por exemplo, favorecem o trabalho em equipe e a comunicação entre os alunos, enquanto os jogos competitivos estimulam a autoconfiança e a resiliência. Segundo Meneguizzi (2025), essas atividades lúdicas também desempenham um papel importante na construção de valores sociais, como o respeito às regras e a importância da convivência harmoniosa no grupo. Dessa forma, os jogos e brincadeiras não apenas contribuem para o desenvolvimento físico, mas também para a formação social e emocional dos alunos.
As estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física devem ser planejadas de forma diversificada e integrada, considerando as necessidades e características individuais dos alunos. A psicomotricidade, o uso de tecnologias, as metodologias ativas e as brincadeiras são apenas algumas das abordagens que podem ser utilizadas para promover uma aprendizagem mais efetiva e significativa.
A BNCC, ao orientar os professores a adotarem práticas pedagógicas diversificadas, contribui para o desenvolvimento de competências motoras, cognitivas e sociais, que são fundamentais para a formação integral dos alunos. A Educação Física, portanto, deve ser vista não apenas como uma disciplina voltada para o exercício físico, mas como um espaço de aprendizagem e desenvolvimento global dos estudantes, que impacta positivamente suas vidas e contribui para a construção de um futuro mais saudável e equilibrado (Meneguizzi, 2025).
3 METODOLOGIA
A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com foco em uma revisão de literatura sobre o tema da BNCC e o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental II. Para a construção do conhecimento, foram selecionados artigos publicados entre 2021 e 2025, que discutem a aplicação da BNCC nas aulas de Educação Física e as implicações no desenvolvimento motor dos estudantes dessa fase escolar.
As palavras-chave utilizadas na pesquisa foram: BNCC, Educação Física, repertório motor, Ensino Fundamental II e desenvolvimento motor. As bases de dados consultadas para a revisão de literatura foram LILACS, Periódicos Capes, Google Acadêmico e Scielo, com o objetivo de garantir a diversidade e relevância das fontes. Os critérios de inclusão abrangeram artigos que abordassem diretamente a BNCC e o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física, enquanto os critérios de exclusão descartaram publicações que não tratavam especificamente do tema ou que envolviam outras abordagens pedagógicas que não se relacionavam com o foco do estudo.
Segundo Lima e Mioto (2007), a pesquisa bibliográfica é um procedimento essencial para a construção do conhecimento científico, pois permite a análise crítica das produções existentes sobre um determinado tema, possibilitando a construção de uma base sólida para novas investigações. A metodologia aplicada visa a proporcionar uma visão abrangente e atualizada sobre as diretrizes da BNCC e seu impacto no desenvolvimento motor dos alunos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A tabela abaixo apresenta os autores, objetivos, títulos e ano das obras utilizadas nas referências para a construção do trabalho, com o intuito de proporcionar uma visão clara das fontes e seus respectivos temas. Ela permite compreender o direcionamento das pesquisas que embasam a análise do desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física, cada uma abordando um aspecto fundamental para o ensino e a aprendizagem motoras, seja por meio de metodologias, tecnologias, psicomotricidade ou a integração com as diretrizes da BNCC.
Tabela 1 – Resultados da pesquisa
| Nome | Objetivo | Título | Ano |
| ARAÚJO, Silvia Ribeiro Santos; PEREIRA, Beatriz Magalhães; MEDEIROS, Fabíola Bertu | Discutir a aprendizagem baseada em projetos na Educação Física escolar, com foco no caso do Beach Tennis | Aprendizagem baseada em projetos na educação física escolar: o caso do Beach Tennis | 2025 |
| IMPOLCETTO, Fernanda Moreto; MOREIRA, Evando Carlos | Analisar os avanços e desafios da Educação Física Escolar na BNCC | A Educação Física Escolar na BNCC: avanços e desafios | 2023 |
| LIMA, Telma Cristiane Sasso; MIOTO, Regina Célia Tamaso | Apresentar procedimentos especificamente sobre a pesquisa bibliográfica metodológicos na construção do conhecimento científico, | Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica | 2007 |
| MARTINS, Luciana; MENDES, Ivanise Nazaré | Discutir o impacto transformado da Educação Física nas escolas | MOVIMENTO E APRENDIZADO: O Impacto Transformado da Educação Física nas Escolas | 2025 |
| MASSA, Deyse Patrícia Morais | Apresentar a psicomotricidade como eixo integrador das práticas pedagógicas de Educação Física na Educação Infantil | Corpo, movimento e aprendizagem: psicomotricidade como eixo integrador das práticas pedagógicas de Educação Física na Educação Infantil | 2025 |
| MENCHIK, Jaubert de Castro; DEUS, Gabriela Brum de; COUTINHO, Renato Xavier | Realizar uma análise cienciométrica das produções acadêmicas sobre Educação Física e a BNCC entre 2016 e 2023 | Educação Física e a Base Nacional Comum Curricular: uma análise cienciométrica das produções acadêmicas entre 2016 e 2023 | 2025 |
| MENEGUZZI | Discutir a importância da Educação Física escolar | A importância da Educação Física escolar | 2025 |
| OLIVEIRA, R. P. et al. | Apresentar contribuições e limitações da abordagem desenvolvimentista da Educação Física na escola e o planejamento de brincadeiras na Educação Infantil | A abordagem desenvolvimentista da Educação Física na escola e a criança: contribuições e limitações para orientar os planejamentos de brincadeiras na Educação Infantil | 2025 |
| PEREIRA, Débora Favaro | Analisar a produção acadêmica sobre práticas pedagógicas de Educação Física com bebês na Educação Infantil | Práticas pedagógicas da Educação Física com bebês na Educação Infantil: análise da produção acadêmico- científica da área | 2025 |
| PINTO, Eduardo Henrique dos Santos Almeida | Discutir o desenvolvimento das funções motoras com a prática de Educação Física na infância | Desenvolvimento de funções motoras com a prática de Educação Física na infância | 2024 |
| REIS, Ana Júlia Beltrão; FERREIRA, Brenda Ramos; ALVES, Eva Vilma | Analisar a influência das tecnologias no desenvolvimento motor e social dos estudantes em aulas de Educação Física | A influência das tecnologias no desenvolvimento motor e social dos estudantes em aulas de Educação Física | 2025 |
| ROCHA, Ana Caroline; NASCIMENTO, Karollayne Dutra do; FERREIRA, Geovana Pedrosa | Analisar o processo cognitivo de aprendizagem e neuroplasticidade infantil nas atividades escolares | Atividades escolares e cognição: uma análise do processo cognitivo de aprendizagem e neuroplasticidade infantil | 2025 |
| SOUZA, Caroline Bremer et al. | Analisar as estratégias pedagógicas para o desenvolvimento motor nas aulas de Educação Física nos anos iniciais | Estratégias pedagógicas para o desenvolvimento motor nas aulas de Educação Física nos anos iniciais | 2017 |
| SOUZA, Maria Rita Vasconcelos et al. | Propor o uso de RPG no ensino de Física | Uma proposta para o uso de RPG no Ensino de Física: A Vingança de Newton | 2024 |
As estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física são um tema central para a construção de práticas eficazes que atendam às necessidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais dos alunos. A BNCC, ao estabelecer diretrizes para a Educação Física, busca garantir uma formação integral, onde o desenvolvi- mento motor é trabalhado de forma holística, integrando movimentos com a aprendizagem cognitiva e social. Diversos autores contribuem para essa discussão, com enfoques que abrangem desde metodologias ativas até a utilização de tecnologias e abordagens psicomotoras. A análise desses autores permite uma reflexão aprofundada sobre as melhores práticas pedagógicas e as abordagens que podem ser adotadas para promover um repertório motor amplo e eficaz.
Araújo, Pereira e Medeiros (2025) apresentam a aprendizagem baseada em projetos (ABP) como uma abordagem eficaz no ensino da Educação Física, com destaque para o exemplo do Beach Tennis. A ABP, ao colocar os alunos como protagonistas do processo de aprendizagem, permite que eles se envolvam de maneira mais profunda com os conteúdos trabalhados, desenvolvendo não apenas habilidades motoras, mas também competências sociais e cognitivas.
O estudo do Beach Tennis, como apontado pelos autores, oferece aos alunos a oportunidade de aprender habilidades motoras em um ambiente cooperativo e competitivo, essencial para o desenvolvimento do repertório motor. Nesse contexto, a estratégia pedagógica se alinha com as diretrizes da BNCC, que enfatizam a necessidade de uma aprendizagem diversificada e significativa, envolvendo tanto o corpo quanto o pensamento (Araujo; Pereira; Medeiros, 2025).
Por outro lado, Impolcetto e Moreira (2023) discutem os avanços e desafios da implementação da BNCC na Educação Física, destacando a importância de se compreender a integração do movimento com o desenvolvimento social e cultural dos alunos. Eles argumentam que, embora as diretrizes da BNCC tragam avanços significativos, ainda existem desafios no que diz respeito à formação docente e à adaptação das escolas para implementar essas orientações de maneira eficaz. A ideia de que a Educação Física deve ser mais do que a prática de atividades físicas, mas também um espaço para a construção de conhecimentos sobre o corpo e o movimento, ressoa com os argumentos de Araújo et al. (2025) sobre a importância de práticas diversificadas, como o Beach Tennis, que envolvem aspectos cognitivos e sociais.
A psicomotricidade, proposta por Massa (2025), é uma abordagem que integra o corpo e a mente, promovendo o desenvolvimento das habilidades motoras de forma a considerar os aspectos emocionais e sociais. Ela se torna uma estratégia pedagógica valiosa para a Educação Física, especialmente na Educação Infantil, uma vez que contribui para a construção de uma base sólida para o desenvolvimento motor. A psicomotricidade não apenas melhora a coordenação e o equilíbrio dos alunos, mas também promove a autorregulação emocional e a interação social. Nesse sentido, ela se complementa com a ABP discutida por Araújo et al. (2025), já que ambas as abordagens buscam integrar a aprendizagem motora com o desenvol- vimento cognitivo e emocional dos alunos.
Reis et al. (2025) ampliam essa discussão ao trazer a tecnologia como um elemento crucial para o desenvolvimento motor nas aulas de Educação Física. Eles destacam como a utilização de ferramentas digitais pode potencializar a aprendizagem dos alunos, permitindo a visualização de movimentos, a prática em casa e o acompanhamento contínuo do desenvolvi- mento motor.
Martins e Mendes (2025) enfatizam a importância da Educação Física escolar na for- mação integral dos alunos, destacando como o movimento e o aprendizado se entrelaçam para promover o desenvolvimento físico, cognitivo e social. Eles defendem que as aulas de Educação Física devem ser mais do que simples momentos de exercício, mas espaços de construção de competências que impactam a vida do aluno em várias dimensões.
Isso corrobora com os argumentos de Meneguizzi (2025), que também vê na Educação Física uma ferramenta de transformação social, capaz de contribuir para a inclusão, o respeito às regras e o trabalho em equipe. Assim, tanto Martins e Mendes (2025) quanto Meneguizzi (2025) convergem para a ideia de que a Educação Física não apenas promove o desenvolvi- mento motor, mas também desempenha um papel essencial na formação de cidadãos críticos e conscientes.
Oliveira et al. (2025) e Pereira (2025) abordam a importância da abordagem desenvolvimentista no planejamento pedagógico de atividades motoras para a Educação Infantil. Eles ressaltam que, para que o desenvolvimento motor seja efetivo, as atividades devem ser adaptadas ao estágio de desenvolvimento dos alunos, respeitando suas características individuais. Essa abordagem garante que todos os alunos, independentemente de suas habilidades motoras iniciais, tenham a oportunidade de aprender e aprimorar suas competências. A proposta de uma Educação Física inclusiva, que respeita as diferenças e promove a participação ativa de todos os alunos, é alinhada com as diretrizes da BNCC e reforça a importância de estratégias pedagógicas diversificadas que atendam às necessidades de cada aluno.
Pinto (2024) e Rocha et al. (2025) destacam o impacto direto das práticas pedagógicas na formação das funções motoras das crianças. Pinto (2024) discute como as atividades motoras promovem o aprimoramento das funções cognitivas, como memória, atenção e resolução de problemas, ao mesmo tempo em que aprimoram as habilidades motoras.
Rocha et al. (2025), por sua vez, ressaltam o papel das atividades escolares no processo de neuroplasticidade infantil, demonstrando como o desenvolvimento motor está intima- mente relacionado ao aprimoramento das funções cognitivas. Dessa forma, as práticas pedagógicas de Educação Física não apenas contribuem para o desenvolvimento motor, mas também têm um impacto significativo no desenvolvimento cognitivo dos alunos.
Os objetivos desta pesquisa, que envolvem a análise das estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física, foram plenamente alcançados. Ao confrontar as contribuições dos diversos autores, é possível perceber que a combinação de metodologias ativas, psicomotricidade, tecnologias e uma abordagem desenvolvimentista no planejamento das atividades motoras pode resultar em um ensino mais eficaz e inclusivo. A BNCC, ao orientar a Educação Física para o desenvolvimento integral do aluno, se mostra como uma base sólida para a implementação dessas estratégias pedagógicas. O impacto da Educação Física vai além do desenvolvimento motor, abrangendo também o desenvolvimento social, emocional e cognitivo, contribuindo para a formação de cidadãos mais completos e preparados para os desafios da sociedade.
Os resultados e discussões de um artigo devem ser apresentados de maneira clara e organizada, com base nos dados coletados e nas análises realizadas durante o estudo. Inicialmente, os resultados devem ser apresentados de forma objetiva e concisa, utilizando tabelas, gráficos e estatísticas, se aplicável, para destacar as principais descobertas. Em segui- da, na seção de discussão, os resultados são interpretados à luz da literatura existente, destacando semelhanças, diferenças e implicações para a teoria e prática.
Além disso, são discutidas as limitações do estudo e possíveis direções para pesquisas futuras. É fundamental que tanto os resultados quanto a discussão sejam fundamentados em evidências sólidas e que contribuam significativamente para o avanço do conhecimento sobre o tema abordado.
5 CONCLUSÃO
O desenvolvimento do repertório motor nas aulas de Educação Física é essencial para a formação integral dos alunos, abrangendo não apenas aspectos físicos, mas também cognitivos, emocionais e sociais. A análise das diferentes estratégias pedagógicas apresentadas ao longo deste trabalho revela que a combinação de abordagens diversificadas é crucial para um ensino eficaz. A psicomotricidade, o uso de tecnologias educacionais, as metodologias ativas e os jogos e brincadeiras são ferramentas poderosas que devem ser integradas ao currículo da Educação Física para promover o desenvolvimento motor dos alunos de forma holística.
A BNCC desempenha um papel fundamental nesse contexto, pois ao estabelecer diretrizes claras para o ensino de Educação Física, ela orienta os professores a adotarem práticas pedagógicas que atendam às necessidades individuais de cada aluno. No entanto, como apontado pelos diversos autores, a implementação efetiva das diretrizes da BNCC ainda enfrenta desafios, especialmente no que diz respeito à formação continuada dos professores e à adaptação das escolas para garantir um ambiente de aprendizagem adequado. É preciso mais investimento na capacitação dos docentes para que as estratégias pedagógicas sejam aplicadas com eficácia.
Outro ponto relevante que emerge da pesquisa é a importância de considerar o desenvolvimento motor como um processo contínuo e integrado. Os métodos de ensino devem ser adaptados às características de cada aluno, respeitando seu ritmo de aprendizado e promovendo atividades que estimulem suas potencialidades. Isso exige um planejamento pedagógico cuidadoso, que contemple a diversidade de ritmos de aprendizagem e proporcione oportunidades para que todos os alunos, independentemente de suas condições iniciais, possam aprimorar suas habilidades motoras.
O impacto das estratégias pedagógicas no desenvolvimento motor vai além da simples melhoria das habilidades físicas. Essas práticas influenciam diretamente a formação de cidadãos mais completos, capazes de interagir de forma construtiva com o mundo ao seu redor. Assim, as aulas de Educação Física devem ser vistas como uma oportunidade de não apenas promover a saúde física, mas também de contribuir para a construção de competências cognitivas, sociais e emocionais dos alunos, preparando-os para os desafios da vida cotidiana.
REFERÊNCIAS
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1Licenciatura em Educação Física
Instituição de formação: Centro Universitário Ceuni Fametro
E-mail: carmilhecarvalho16@gmail.com
2Mestre em Ciências do Movimento Humano
Docente na Instituição: Centro Universitário Ceuni Fametro
E-mail: eva.silva@fametro.edu.br
3Doutoranda em Educação Física Universidade Federal de Viçosa
Professora nas Secretarias Municipal e Estadual de Educação na cidade de Manaus/AM
E-mail: jaqueline.marinho@ufv.br
4Doutorando em Educação Universidade Federal do Amazonas
Professor nas Secretarias Municipal e Estadual de Educação na cidade de Manaus/AM
E-mail: souza.adenildo@yahoo.com.br
5Mestranda em Educação Física Escolar Universidade Federal do Amazonas
Docente na Secretaria Municipal de Educação de Manaus
E-mail: jaqueline.souza@semed.manaus.am.gov.br
