REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202512301845
Alessandro Barros de Oliveira1; Cledson José da Silva Oliveira2; Diego José Leitão de Souza3; Alan Kelvin dos Santos Rosas4; Alace de Amorim Loura5; Cleibson Costa Farias6; Lélis Kelly Monteiro Ferreira7; André De Souza e Silva8; André da Silva Carvalho9; Frank Rodrigues da Silva10
Resumo
Este estudo analisa o impacto do emprego dos alunos do Curso de Formação de Praças (CFP) da Polícia Militar do Pará, polo Castanhal, durante o estágio supervisionado, sobre os indicadores de roubos e furtos, no mês de novembro de 2025, na área da 1º Companhia orgânica do 5º BPM. Com base em dados do SIAC/SEGUP, relatórios da 1ª CIA/5º BPM e consolidados operacionais, a pesquisa identifica reduções expressivas nos crimes patrimoniais quando comparado ao mesmo período de 2024, destacando queda de 60,7% nos roubos e 36,3% nos furtos. Paralelamente, observou-se aumento de 40% nas prisões e um salto operacional de 206% em relação ao mês anterior, resultado do reforço de efetivo proporcionado pela atuação supervisionada dos 118 alunos empregados. O estudo evidencia que o incremento da presença policial, orientado por manchas criminais e distribuído estrategicamente em áreas sensíveis, ampliou a capacidade de intervenção, fortaleceu ações preventivas e aumentou a sensação de segurança da população. Do ponto de vista institucional, conclui-se que o estágio supervisionado cumpre simultaneamente função pedagógica e operacional, contribuindo tanto para a formação profissional dos futuros policiais quanto para a melhoria dos indicadores de segurança pública. Como resultado, a prática demonstra potencial de replicação como ferramenta de gestão do efetivo e de policiamento orientado por dados.
Palavras-chave: Policiamento ostensivo; Estágio supervisionado; Indicadores criminais; Segurança pública; Curso de Formação de Praças; Castanhal.
Abstract
This study analyzes the impact of deploying students from the Military Police of Pará’s Training Course for Enlisted Personnel (CFP), Castanhal campus, during their supervised internship on robbery and theft indicators in November 2025, within the jurisdiction of the 1st Company of the 5th Military Police Battalion. Based on data from SIAC/SEGUP, reports from the 1st Company/5th BPM, and operational summaries, the research identifies a significant reduction in property crimes compared to the same period in 2024, highlighting a 60.7% decrease in robberies and a 36.3% decrease in thefts. Simultaneously, a 40% increase in arrests was observed, along with an operational surge of 206% compared to the previous month, resulting from the reinforced policing enabled by the supervised participation of the 118 employed students. The study demonstrates that the increased police presence—guided by crime mapping and strategically distributed in sensitive areas—enhanced the capacity for intervention, strengthened preventive actions, and improved the population’s perception of safety. From an institutional standpoint, it concludes that the supervised internship fulfills both pedagogical and operational functions, contributing to the professional development of future police officers while improving public security indicators. Consequently, the findings indicate that this practice holds strong potential for replication as a tool for personnel management and data-driven policing.
Keywords: Ostensive policing; Supervised internship; Crime indicators; Public security; Training Course for Enlisted Personnel; Castanhal.
1. Introdução
Castanhal, localizada na região nordeste do Estado do Pará e constituída às margens da BR-316, configura-se como um dos mais relevantes polos urbanos do interior paraense. De acordo com dados do IBGE (2025), o município ultrapassou, em 2022, a marca de 190 mil habitantes, evidenciando sua crescente importância demográfica e socioeconômica. Embora permaneçam presentes atividades agrícolas nas agrovilas circunvizinhas, a economia local consolidou-se majoritariamente sobre o setor comercial, seguido pela atividade industrial, que também exerce papel expressivo na dinâmica econômica municipal.
O centro comercial de Castanhal é marcado por uma ampla variedade de estabelecimentos varejistas, desde grandes redes nacionais até empreendimentos de médio e pequeno porte, além de uma expressiva presença do setor bancário, que compõe um dos pilares da economia urbana. Paralelamente, observa-se o fortalecimento de polos comerciais periféricos, como nos bairros Fonte Boa, Nova Olinda, Imperador e Caiçara, que promovem descentralização das compras e ampliam a circulação econômica local. Destaca-se, especialmente, o bairro Jaderlândia, cujo volume de serviços e estabelecimentos atende grande parte das demandas cotidianas da população, funcionando quase como uma “cidade dentro da cidade”.
No entanto, assim como ocorre em médios e grandes centros urbanos brasileiros, o avanço das dinâmicas urbanas traz consigo desafios típicos dos espaços de intensa circulação. A presença de pessoas em situação de rua e a incidência do uso e comercialização de entorpecentes em áreas comerciais de Castanhal têm exigido crescente atenção das forças de segurança pública. Essas circunstâncias acarretam o aumento de furtos, arrombamentos e roubos, fenômeno frequentemente associado à vulnerabilidade social e à ausência de políticas públicas capazes de promover inclusão, tratamento e reinserção dessas populações. Nesse contexto, muitas demandas sociais acabam por recair sobre a Polícia Militar, que se vê diante da responsabilidade de intervir na garantia da ordem pública.
À luz do art. 144 da Constituição Federal, a Polícia Militar integra o sistema de segurança pública e tem como missão o policiamento ostensivo e a preservação da ordem. Em Castanhal, os dados do 5º BPM, unidade da PMPA responsável pelo policiamento no município, mostram que essas ações vêm produzindo efeitos positivos. Entre novembro de 2019 e 2025, observa-se uma acentuada diminuição nos indicadores de roubo: de 359 registros em 2019 para apenas 67 em 2025, abrangendo toda a área do batalhão. Essa trajetória revela avanços significativos na gestão da segurança e evidencia a efetividade das estratégias operacionais adotadas.
Em novembro de 2025, um fator adicional contribuiu para esse cenário: o emprego de 118 alunos do Curso de Formação de Praças (CFP), polo Castanhal, em estágio supervisionado. A atuação desses discentes reforçou o policiamento ostensivo, ampliou a presença institucional nas ruas, elevou a sensação de segurança da população e resultou em diversas prisões, demonstrando sua eficácia tanto como ferramenta pedagógica quanto como suporte operacional.
Diante disso, revela-se de fundamental importância para a corporação analisar, de forma sistemática e empírica, os impactos desse reforço de efetivo sobre a dinâmica criminal. Tal análise contribui para o aprimoramento da formação policial, pois permite compreender como o emprego supervisionado dos alunos pode simultaneamente qualificá-los, proporcionar experiência prática e fortalecer o policiamento ordinário.
Nesse sentido, este estudo parte do seguinte problema de pesquisa: o emprego dos alunos do CFP, durante o estágio supervisionado, contribuiu para a redução de roubos e furtos no município de Castanhal? A hipótese orientadora sustenta que o aumento de efetivo no policiamento ostensivo gera maior presença policial, o que tende a reduzir a prática de crimes patrimoniais.
Assim, justifica-se científica e institucionalmente a realização desta pesquisa, que busca compreender com rigor o papel do estágio supervisionado como instrumento relevante tanto para o aperfeiçoamento da atuação policial quanto para a melhoria dos indicadores de segurança pública no município.
2 Fundamentação Teórica
2.1. Policiamento Ostensivo e Missão da Polícia Militar do Pará
O policiamento ostensivo constitui a espinha dorsal da atuação das Polícias Militares no Brasil. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 144, estabelece que a segurança pública é “dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, devendo ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (BRASIL, 1988). No mesmo dispositivo, o §5º determina que “às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública”, atribuindo a essas instituições a função constitucional de agir preventivamente, inibindo o crime antes que ele ocorra, e repressivamente, quando necessário, para restaurar a ordem violada.
A Lei nº 14.751/2023 reforça esse entendimento ao caracterizar as Polícias Militares como “instituições militares permanentes, exclusivas e típicas de Estado”, indispensáveis à preservação da ordem pública, da segurança pública, do regime democrático e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (BRASIL, 2023). Ao definir a PM como instituição essencial à justiça militar e como força auxiliar e reserva do Exército, a legislação reconhece sua centralidade na estabilidade social e no funcionamento do Estado Democrático de Direito. Além disso, o §1º da mesma lei explicita que cabe às Polícias Militares a proteção dos direitos fundamentais no âmbito da preservação da ordem pública, evidenciando o caráter humanizado que deve orientar o uso legítimo da força.
Essa missão institucional harmoniza-se com o princípio do bem comum, fundamento clássico da teoria do Estado e amplamente reforçado na literatura especializada. Lazzarini (1992, p. 277) observa que, para preservar esse bem comum, “o Estado deve ter a sua Polícia, que não cogitará tão só da sua segurança ou da segurança da comunidade como um todo, mas sim, e de modo especial, da proteção e garantia de cada pessoa”. O autor destaca, ainda, que a segurança pública contempla simultaneamente “o sentido coletivo” e “o sentido individual da proteção do Estado”, evidenciando que a atuação policial deve voltar-se tanto à comunidade quanto à salvaguarda de cada cidadão.
Nesse mesmo sentido, Lazzarini (1992) enfatiza que o poder de polícia consiste em um conjunto de atribuições da Administração Pública direcionado ao “controle dos direitos e liberdades das pessoas”, devendo sempre ser guiado pelos “ideais do bem comum” (p. 277). Tal compreensão fornece sólida sustentação teórica para o policiamento ostensivo, demonstrando que sua finalidade vai muito além da mera contenção de ilícitos: trata-se de uma atividade que equilibra autoridade estatal, garantia de direitos fundamentais e promoção da vida comunitária, contribuindo para a preservação da ordem pública de maneira humanizada e legitimada pela própria sociedade.
De modo complementar, o autor enfatiza que a repressão imediata, elemento essencial do policiamento ostensivo, pode ser exercida pelo policial militar sempre que houver violação da ordem pública, destacando que “quem tem a incumbência de preservar a ordem pública, tem o dever de restaurá-la, quando de sua violação, sendo isso que o povo dele espera” (LAZZARINI, 1992, p. 286). Isso reforça o papel da PMPA como instituição que age de forma imediata, proporcional e legal, restabelecendo o equilíbrio social quando ele é rompido.
Assim, o policiamento ostensivo desempenhado pela Polícia Militar articula-se com princípios de prevenção situacional do crime, presença visual do Estado, proteção dos direitos individuais e coletivos e atuação rápida diante de situações que ameacem a paz social. A presença dos policiais nas vias públicas funciona como estratégia de dissuasão, reduzindo oportunidades para delitos e aumentando a sensação de segurança. Essa lógica dialoga com a doutrina contemporânea de segurança pública, que reconhece a visibilidade da polícia como fator diretamente associado à prevenção de crimes patrimoniais, conflitos urbanos e desordens sociais.
Portanto, a missão constitucional atribuída à PMPA encontra fundamento jurídico, doutrinário e social robusto: trata-se de uma atuação que visa ao bem comum, que equilibra autoridade e proteção de direitos e que responde às demandas concretas da sociedade por ordem pública, segurança e dignidade humana.
2.2. Formação Policial e Estágio Supervisionado
A formação policial militar demanda um processo educacional específico, no qual a construção de competências técnicas, táticas e comportamentais ocorre de maneira progressiva e articulada entre teoria e prática. Nas profissões de natureza operacional, como o serviço policial, a aprendizagem se consolida de forma mais efetiva em ambientes reais de trabalho, nos quais o discente vivencia situações que exigem tomada de decisão, comunicação assertiva, controle emocional e aplicação contextualizada dos conteúdos estudados. Assim, as teorias contemporâneas de aprendizagem profissional em ambientes práticos reforçam que o desenvolvimento de habilidades complexas depende da imersão do estudante em experiências supervisionadas e orientadas, capazes de aproximar o conhecimento formal das exigências concretas da atuação cotidiana.
Nesse contexto, o estágio supervisionado assume papel estruturante na formação das praças da PMPA. O Projeto Pedagógico do Curso de Formação de Praças descreve essa etapa como espaço destinado à “complementação do ensino, particularmente no que concerne à adaptação do futuro policial militar às peculiaridades de uma Organização Policial Militar (OPM)” (PMPA, 2024, p. 56). Trata-se de momento essencial para que o discente vivencie a atividade-fim da Corporação, interaja com a sociedade e aplique, com orientação técnica, os conhecimentos construídos ao longo do curso.
Conforme o Art. 34 da Resolução nº 381/2024–GAB CMDO/PMPA, o estágio é definido como atividade didático-pedagógica que visa “aproximar a teoria à prática”, constituindo-se como prática pré-profissional inserida no Projeto Pedagógico Formativo, com carga mínima de 10% da matriz curricular. Essa determinação evidencia uma concepção de formação que valoriza a experiência como método e reconhece a complexidade da atuação policial militar, que exige prontidão, disciplina, responsabilidade e discernimento ético.
As diretrizes gerais para a realização de estágios no âmbito da educação profissional, estabelecidas pela Resolução CNE/CEB nº 1/2004, reforçam que os sistemas de ensino devem regulamentar essa prática de acordo com suas especificidades, conforme previsto no Art. 82 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Por analogia, a Resolução destaca que o estágio, quando vinculado a programas de qualificação profissional, pode ser incorporado ao plano de curso desde que alinhado ao perfil profissional de conclusão, devendo contar com carga mínima de 150 horas (CNE/CEB, 2004). Essa orientação, aplicada ao Curso de Formação de Praças, legitima a inserção de práticas operacionais supervisionadas como parte indissociável do processo formativo.
A natureza singular da atividade policial militar é reconhecida pela própria LDB, cujo Art. 83 estabelece que “o ensino militar é regulado em lei específica”, permitindo equivalência de estudos conforme normas dos sistemas de ensino. A legislação militar estadual reforça essa especificidade ao reconhecer que a atuação policial demanda tempo integral, dedicação exclusiva e atenção permanente às demandas sociais por segurança pública e manutenção da ordem. Assim, o documento pedagógico do curso destaca a “imprescindibilidade de não limitar a carga horária máxima dos estágios”, admitindo sua flexibilização conforme as necessidades operacionais e administrativas, uma vez que essa etapa “reforça e alicerça todo o aprendizado, podendo transformar emergências em grandes oportunidades de ensino” (PMPA, 2024, p. 57).
O estágio supervisionado, portanto, não constitui apenas um requisito curricular, mas um momento de consolidação identitária do futuro policial militar, na medida em que aprimora a capacidade de agir com técnica, prudência, disciplina e humanidade. A aprovação nessa etapa depende da frequência mínima estabelecida, sendo o discente classificado como “apto” quando cumpre os critérios de participação previstos no projeto pedagógico.
A legislação disciplinar também atribui papel formativo às atividades práticas desempenhadas pelos alunos. O Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar do Pará estabelece, em seu Art. 159, que os discentes “concorrerão aos serviços internos normais e extraordinários da OPM em que estão matriculados, bem como participarão dos estágios e exercícios externos”, desde que enquadrados como atividades curriculares ou complementares da formação profissional. O parágrafo único ressalva que os alunos somente podem atuar em serviços externos de segurança em situações excepcionais, como “grave perturbação da ordem, calamidade pública, desastre ou eventos de extraordinária necessidade” (PARÁ, 2006). Essa previsão normatiza a inserção gradual e supervisionada do futuro praça em atividades operacionais, garantindo que sua participação ocorra de forma responsável, proporcional e pedagogicamente orientada.
Assim, o estágio supervisionado representa a síntese do processo de formação policial militar: é nele que se articulam o conhecimento técnico, o preparo psicológico, o espírito de corpo, a disciplina operacional e a compreensão humanizada do papel social da Polícia Militar. Vivenciar a prática supervisionada significa, portanto, incorporar valores institucionais, desenvolver competências profissionais e fortalecer o compromisso ético com a proteção da sociedade paraense.
2.3. Indicadores Criminais como Métricas de Avaliação Operacional
Os indicadores criminais constituem instrumentos essenciais para mensurar a eficiência da atuação policial e orientar o emprego racional dos recursos humanos e materiais da Polícia Militar. Nos estudos sobre segurança pública, esses indicadores permitem compreender tendências delitivas, identificar áreas críticas e avaliar o impacto de estratégias de policiamento sobre a prevenção e repressão de crimes.
No contexto deste trabalho, dois delitos assumem centralidade analítica: roubo e furto, ambos definidos no Código Penal Brasileiro. O furto, previsto no art. 155 do CP, consiste em subtrair coisa alheia móvel, sem o emprego de violência ou grave ameaça. Trata-se de um crime que, embora silencioso, afeta significativamente o patrimônio das vítimas e contribui para a sensação de vulnerabilidade social, sobretudo em áreas comerciais e com grande circulação de pessoas. Já o roubo, tipificado no art. 157 do CP, ocorre quando a subtração é praticada mediante violência ou grave ameaça, impactando profundamente a vida das pessoas, uma vez que coloca em risco direto a integridade física e psicológica das vítimas. Em ambos os casos, são delitos que geram forte incômodo social e elevam a percepção de insegurança da população, exigindo resposta rápida, qualificada e tecnicamente planejada por parte da Polícia Militar.
Nesse sentido, o uso de manchas criminais como ferramenta estratégica de planejamento operacional tem se consolidado como um recurso indispensável para o policiamento moderno. A análise espacial e temporal das ocorrências permite identificar zonas quentes (hotspots), áreas que apresentam concentração acima da média de delitos, e, com isso, orientar o emprego policial de forma mais eficiente, racional e proporcional às demandas reais da sociedade. Esse método está em consonância com o policiamento orientado por dados, que preconiza a tomada de decisão a partir de evidências empíricas, aprimorando a capacidade de resposta estatal.
As Ordens de Serviço nº 586/2025 e nº 590/2025, que regulamentaram o estágio supervisionado dos alunos do Curso de Formação de Praças em Castanhal, evidenciam essa lógica de planejamento técnico. Nos documentos, observa-se que o emprego dos discentes foi direcionado especificamente para a área comercial e bancária, locais identificados como sensíveis e tradicionalmente associados a maior circulação de pessoas e, consequentemente, maior risco de roubos e furtos. O policiamento a pé, distribuído em guarnições acompanhadas por graduados e monitores, foi escalado de forma a garantir cobertura contínua, visível e estrategicamente posicionada, medida que reforça a presença policial e tende a inibir a ação de infratores.
O aumento do efetivo proporcionado pelo estágio supervisionado, com a incorporação diária de 39 alunos no primeiro período da operação e 79 alunos no segundo, permitiu ao 5º BPM ampliar o alcance territorial do policiamento ostensivo, na área da 1º CIA, cobrindo mais pontos sensíveis e fortalecendo a prevenção situacional. Com mais guarnições distribuídas nos horários e locais de maior incidência delitiva, a tropa conseguiu atuar de maneira mais técnica e cirúrgica, priorizando trechos críticos identificados pela análise estatística das ocorrências. Esse reforço operacional não apenas aumentou a visibilidade policial, como também ampliou a capacidade de intervenção imediata, conferindo maior sensação de segurança à população.
Além disso, a atuação baseada em indicadores fortalecidos, como número de abordagens, registros de ocorrências, produtividade policial e variações nos índices de furtos e roubos, oferece subsídios concretos para avaliação do impacto da operação e para o aperfeiçoamento contínuo das decisões de gestão do efetivo. Dessa forma, o estágio supervisionado, além de cumprir sua função pedagógica no processo de formação dos futuros praças, traduz-se em contribuição real e mensurável para a segurança pública local, alinhado aos objetivos institucionais de prevenção, repressão qualificada e preservação da ordem pública estabelecidos nas Ordens de Serviço do 5º BPM.
3 Metodologia
A presente pesquisa caracteriza-se como aplicada, descritiva, quantitativa e comparativa, uma vez que busca analisar, de forma objetiva e baseada em evidências, os efeitos do emprego dos alunos do Curso de Formação de Praças (CFP) sobre os indicadores criminais de Castanhal durante o estágio supervisionado.
3.1 Tipo de pesquisa
Trata-se de um estudo aplicado, pois seus resultados possuem potencial de utilização direta no planejamento operacional da Polícia Militar. É também descritivo, ao retratar o comportamento dos indicadores de segurança pública, e quantitativo, ao utilizar dados numéricos para mensuração dos resultados. Por fim, assume natureza comparativa, ao estabelecer relação entre dois períodos distintos: novembro de 2024 (sem alunos estagiando) e novembro de 2025 (com o reforço operacional de alunos do CFP).
3.2 Delimitação temporal e espacial
A análise concentra-se no mês de novembro, período em que o estágio supervisionado ocorreu de 6 a 26 de novembro de 2025. Nesse intervalo, 118 alunos foram empregados, distribuídos em dois momentos distintos:
- 6 a 14 de novembro de 2025: emprego diário de 39 alunos, divididos em dois turnos (07h às 13h e 14h às 20h).
- 17 a 26 de novembro de 2025: emprego diário de 79 alunos, também em dois turnos (07h às 13h e 14h às 20h) e com foco no centro comercial de Castanhal e áreas adjacentes, consideradas sensíveis pelo histórico de incidências criminais.
Em ambos os períodos, os discentes atuaram sob supervisão constante, integrados a guarnições comandadas por graduados, conforme previsto nas Ordens de Serviço nº 586/2025 e nº 590/2025 do 5º BPM.
O recorte espacial da pesquisa abrange o município de Castanhal, com ênfase especial na área central, onde se localizam comércios, bancos e maior fluxo populacional diário.
3.3 Coleta de dados
Os dados utilizados foram obtidos a partir de três fontes principais:
- Relatórios da 1ª Companhia do 5º BPM, responsável pelo policiamento do centro comercial;
- Registros do Sistema Integrado de Atendimento (SIAC/SEGUP/PA), contendo informações oficiais sobre ocorrências criminais;
- Estatísticas internas da Polícia Militar, tais como boletins operacionais e consolidados do SISP.
As variáveis analisadas foram:
- Número total de roubos;
- Número total de furtos;
- Quantidade de prisões;
Essas variáveis permitem mensurar não apenas os indicadores criminais, mas também a produtividade operacional decorrente da presença dos alunos nas ruas.
3.4 Procedimentos de análise
A análise dos dados foi realizada em quatro etapas principais. Inicialmente, procedeu-se à tabulação das informações oriundas das três fontes oficiais. Posteriormente, foi calculada a variação percentual dos indicadores entre os meses de novembro de 2024 e novembro de 2025, permitindo mensurar o impacto do reforço operacional proporcionado pelos alunos do CFP.
Em seguida, foram elaborados gráficos comparativos entre os dois períodos, facilitando a visualização das tendências criminais e da produtividade policial. Por fim, conduziu-se uma análise específica acerca da atuação dos alunos durante o estágio, relacionando a distribuição do efetivo, o foco territorial na área comercial e os resultados obtidos em termos de redução de roubos, furtos e aumento de prisões.
Essa abordagem metodológica possibilita compreender, com rigor técnico e clareza, se o incremento do efetivo, em turnos ampliados e supervisionados, resultou em maior eficiência operacional e em redução mensurável dos crimes contra o patrimônio em Castanhal.
4. Resultados
Este capítulo apresenta a análise comparativa dos indicadores de roubos e furtos no município de Castanhal entre novembro de 2024 e novembro de 2025, bem como a produtividade operacional decorrente do emprego dos alunos do CFP durante o estágio supervisionado. Os resultados são expostos de forma clara e objetiva, em consonância com o objetivo central do estudo.
4.1. Comparação dos Roubos: 2024 × 2025
Os registros oficiais do SIAC/SEGUP demonstram redução expressiva nos roubos ocorridos em Castanhal entre os períodos analisados. Em novembro de 2024, foram contabilizados 107 roubos, enquanto em novembro de 2025 foram registrados 42 roubos.
Tabela 1 – Comparativo dos Roubos (Nov. 2024 × Nov. 2025)

A queda de 60,7% nos roubos é um resultado expressivo e sugere efeito direto da ampliação do policiamento ostensivo decorrente da presença dos 118 alunos do CFP, distribuídos em dois períodos do estágio supervisionado. Observa-se que as duas semanas de maior reforço de efetivo (17 a 26 de novembro) coincidem com as semanas de menor incidência de ocorrências, indicando relação entre visibilidade policial e dissuasão do crime.
A redução significativa não apenas melhora a segurança objetiva, mas também impacta a percepção da população, sobretudo nas áreas comerciais e de grande fluxo, tradicionalmente mais suscetíveis a delitos com emprego de violência ou grave ameaça.
4.2. Comparação dos Furtos: 2024 × 2025
A análise dos furtos também revela queda consistente. Em novembro de 2024 foram registrados 143 furtos, enquanto em novembro de 2025 o total foi de 91 furtos.
Tabela 2 – Comparativo dos Furtos (Nov. 2024 × Nov. 2025)

A redução de 36,3% representa uma queda substancial, ainda que proporcionalmente menor que a observada nos roubos. Esse comportamento é coerente com a natureza do furto, que depende mais de oportunidades do que de confrontos diretos. A intensificação do policiamento a pé, a ocupação contínua das áreas comerciais e a circulação de guarnições acompanhadas por graduados reduziram significativamente as oportunidades para ações furtivas.
O padrão observado confirma achados recorrentes na literatura sobre prevenção situacional: maior vigilância formal e presença policial contínua reduzem oportunidades delitivas, sobretudo em ambientes urbanos com grande fluxo e diversidade de alvos.
4.3. Produtividade Operacional dos Alunos do CFP
Os relatórios mensais da 1ª Companhia revelam um crescimento expressivo na quantidade de prisões realizadas entre os meses de novembro de 2024 e novembro de 2025.
Tabela 3 – Prisões Realizadas (2024 × 2025)

A comparação entre os dois períodos evidencia uma ampliação significativa da capacidade de intervenção direta da Polícia Militar em Castanhal. O aumento de 40% nas prisões realizadas reflete o impacto do reforço operacional proporcionado pelo emprego dos alunos do CFP durante novembro de 2025.
Esse salto quantitativo não deve ser interpretado apenas como maior rigor repressivo, mas como um indicador da maior presença policial nas ruas, da intensificação das abordagens e do fortalecimento das ações preventivas nos locais de maior circulação de pessoas. A ampliação do efetivo, ainda que composta por discentes em estágio supervisionado, produziu efeitos concretos na capacidade de resposta da corporação, permitindo abordagens mais frequentes, interrupção de delitos em andamento e materialização de flagrantes.
Em síntese, os dados mostram que: 2025 apresentou um nível muito superior de produtividade policial, especialmente no que se refere à prisão de infratores; o reforço de efetivo durante o estágio supervisionado contribuiu diretamente para esse aumento, ampliando a capacidade da PM de atuar de maneira preventiva e repressiva; A diferença de 14 prisões entre um ano e outro representa ganho operacional mensurável, coerente com a queda simultânea nos indicadores de roubos e furtos no mesmo período. Os números se tornam mais significativos ainda quando comparamos com os meses anteriores.
Gráfico 1 – Quantidade de prisões da 1º CIA/5º BPM (AGO – NOV 2025)

Fonte: Relatório de Produtividade da 1º CIA/5º BPM
A análise da produtividade operacional da 1ª Companhia ao longo de 2025 revela um comportamento importante para compreender a dinâmica do policiamento e seus impactos nos indicadores criminais. Os dados de agosto, setembro e outubro apontam uma trajetória de queda no número de prisões, seguida por um salto expressivo em novembro, mês em que houve reforço de efetivo em razão do emprego dos alunos do CFP durante o estágio supervisionado.
Essa oscilação não é aleatória: a redução gradual das prisões nos três meses anteriores está associada ao decréscimo de efetivo, motivado pela passagem de militares para a reserva remunerada. Essa diminuição impactou diretamente a capacidade operacional, reduzindo as abordagens, as ações de saturação e a vigilância ostensiva — fatores que afetam a “janela de oportunidade” para a prisão em flagrante.
Quando comparados, os dados demonstram com clareza a mudança de cenário:
Tabela 4 – Prisões e Indicadores Associados (Ago–Nov 2025)


Fonte: Relatório de Produtividade da 1º CIA/5º BPM
A leitura do gráfico confirma que novembro apresentou um aumento abrupto, passando de 16 prisões em outubro para 49 prisões, um crescimento de 206% em apenas um mês. Esse salto não deve ser interpretado apenas como maior rigor repressivo, mas como resultado direto da recomposição e ampliação do efetivo no policiamento ostensivo.
A presença dos alunos do CFP nas ruas teve impacto mensurável: ampliou-se a visibilidade policial, intensificaram-se as abordagens e reforçou-se a capacidade de intervenção em situações de flagrante. Com maior cobertura territorial e aumento de patrulhamento, a corporação conseguiu interromper delitos em andamento, identificar suspeitos com mais rapidez e retomar a dinâmica de vigilância ativa que havia sido reduzida nos meses anteriores.
Assim, em síntese, os dados demonstram que: 2025 apresentou um nível muito superior de produtividade policial em novembro, especialmente no que diz respeito às prisões. Houve um aumento significativo não apenas em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas também quando comparado aos três meses que antecederam novembro, cuja queda estava relacionada à redução de efetivo. A diferença de 14 prisões em relação ao mesmo período do ano anterior e o salto de 33 prisões em relação a outubro representam um ganho operacional mensurável, coerente com a queda simultânea dos indicadores de roubos e furtos na cidade. O retorno do efetivo reforçado, mesmo que composto por discentes em formação, restabeleceu a capacidade plena de policiamento ostensivo, fortalecendo tanto a prevenção quanto a repressão imediata a ilícitos.
Em termos acadêmicos, os dados confirmam o que a literatura de policiamento preventivo preconiza: o aumento da presença policial não apenas reduz oportunidades para o crime, mas aumenta a capacidade de resposta e intervenção, resultando em indicadores operacionais mais robustos, exatamente o que se verificou em Castanhal no mês de novembro.
5. Discussão
A análise dos resultados evidencia que o emprego dos alunos do CFP, durante o estágio supervisionado, produziu impactos concretos e mensuráveis sobre os indicadores criminais de Castanhal no mês de novembro de 2025. À luz da teoria do policiamento ostensivo, tais efeitos podem ser compreendidos como consequência direta do aumento da visibilidade policial e da intensificação das ações de prevenção situacional, fatores amplamente reconhecidos pela literatura especializada como determinantes para a redução de crimes patrimoniais.
A missão constitucional da Polícia Militar, estabelecida no art. 144 da Constituição Federal, atribui a essa instituição o papel de preservar a ordem pública por meio de ações ostensivas. Lazzarini (1992) enfatiza que o policiamento ostensivo tem natureza preventiva e pedagógica, pois sua simples presença no espaço público desencoraja potenciais infratores ao elevar a percepção de risco. Os achados desta pesquisa dialogam diretamente com esse fundamento doutrinário: o reforço de efetivo promovido pelo estágio supervisionado expandiu a presença institucional da PMPA nos locais de maior circulação de pessoas, o que se refletiu em queda expressiva nos índices de roubo e furto.
O aumento significativo das prisões realizadas em novembro, tanto em relação ao mesmo período do ano anterior quanto aos três meses que o antecederam, constitui forte indício de correlação entre a intensificação do policiamento e a redução da criminalidade. Esse comportamento reforça a lógica de que, quando a corporação dispõe de maior capacidade operacional, é possível atuar de maneira mais eficiente na detecção de delitos, na interrupção de situações de flagrante e na responsabilização imediata de infratores. Não se trata apenas de maior repressão, mas da restauração de um ciclo preventivo, interrompido nos meses anteriores em razão da redução de efetivo.
Além disso, o emprego supervisionado dos discentes é coerente com os princípios contemporâneos da formação policial, que defendem a integração entre teoria e prática como instrumento de aperfeiçoamento profissional. A presença dos alunos nas ruas, sempre orientada por monitores e graduados, potencializou a capacidade da corporação ao mesmo tempo em que proporcionou aos futuros praças experiências reais de tomada de decisão, comunicação operacional, abordagem e aplicação proporcional da força. Nesse sentido, o estágio supervisionado mostrou-se não apenas um componente formativo, mas um dispositivo de reforço tático que contribuiu para o cumprimento da missão da PMPA.
Outro ponto relevante é o impacto psicológico do policiamento ostensivo sobre a população. A ampliação da presença policial em áreas críticas, especialmente no centro comercial, historicamente marcado por maior fluxo de pessoas e maior incidência de furtos e roubos, produz uma sensação ampliada de segurança. A visibilidade das guarnições com alunos, circulando a pé ou realizando abordagens direcionadas, altera a dinâmica do espaço urbano e rompe ciclos de oportunidade para a prática delitiva. Assim, a queda simultânea dos registros de roubos e furtos, acompanhada do aumento das prisões, sugere uma resposta integrada entre prevenção e repressão qualificada.
Entretanto, como todo estudo empírico, este trabalho apresenta limitações que devem ser reconhecidas. A principal delas diz respeito ao curto período de análise, concentrado exclusivamente no mês de novembro. Ainda que os resultados sejam expressivos, a mensuração de impacto de intervenções policiais exige, idealmente, séries históricas mais longas e controladas, capazes de neutralizar variações sazonais típicas do comportamento criminal. Fatores externos também podem influenciar esse cenário, como variações climáticas, eventos sazonais, movimentos econômicos e características sociais específicas daquele mês. Essas variáveis podem interferir tanto na dinâmica do crime quanto na intensidade do fluxo de pessoas nas áreas comerciais.
Além disso, a análise não controla fatores estruturais como investimentos paralelos em políticas sociais, ações de outras agências de segurança pública ou modificações no ambiente físico urbano, elementos que também podem afetar a incidência delitiva. Assim, ainda que os resultados indiquem forte associação entre o aumento da presença policial e a redução de crimes, é prudente reconhecer que essa relação não esgota todas as possibilidades explicativas.
Apesar dessas limitações, o conjunto de evidências empíricas reunidas sugere, com clareza, que o estágio supervisionado dos alunos do CFP contribuiu de maneira direta e positiva para a melhoria dos indicadores de segurança pública em Castanhal. O fortalecimento do policiamento ostensivo, missão central da PMPA, demonstrou ser capaz de produzir resultados imediatos e perceptíveis tanto para a corporação quanto para a comunidade, reforçando a importância estratégica do planejamento baseado em dados, da valorização da formação profissional e do emprego inteligente do efetivo disponível.
6. Conclusões
A presente pesquisa teve como objetivo analisar o impacto do emprego dos alunos do CFP da PMPA, durante o estágio supervisionado, sobre os indicadores de roubos e furtos no município de Castanhal no mês de novembro de 2025. A hipótese inicial sustentava que o reforço do policiamento ostensivo, ainda que composto por discentes supervisionados, poderia gerar efeitos positivos na dinâmica criminal local, reduzindo delitos patrimoniais e aumentando a eficiência operacional. Os resultados encontrados confirmam essa hipótese de maneira clara e consistente.
Os dados revelaram que novembro de 2025 apresentou uma redução significativa nos crimes patrimoniais, especialmente nos roubos, quando comparado tanto ao mesmo mês de 2024 quanto aos meses imediatamente anteriores. Paralelamente, observou-se um salto expressivo no número de prisões realizadas, bem como na recuperação de bens e no cumprimento de mandados, indicando fortalecimento da atuação repressiva e preventiva da corporação. Esses achados sugerem que a ampliação do efetivo, por meio da inserção dos alunos do CFP nas ruas, contribuiu diretamente para a reestruturação das capacidades operacionais do 5º BPM.
Do ponto de vista da percepção social, a presença ostensiva dos alunos em áreas de maior circulação, como o centro comercial e as vias adjacentes — contribuiu para o aumento da sensação de segurança da população, elemento fundamental da missão constitucional da PMPA. A intensificação das abordagens, a circulação de patrulhas a pé e a proximidade com comerciantes e transeuntes reforçaram o caráter preventivo do policiamento, reduzindo oportunidades para o cometimento de crimes e fortalecendo a confiança comunitária na instituição policial.
No plano operacional, os resultados demonstram que o estágio supervisionado, além de cumprir sua finalidade pedagógica, constitui-se como instrumento eficaz de reforço imediato ao policiamento, sobretudo em momentos de redução de efetivo ou aumento da demanda criminológica. A capacidade dos alunos de ampliar a cobertura territorial, intensificar o patrulhamento e apoiar guarnições experientes revelou-se essencial para recompor a estrutura de vigilância ativa da 1ª Companhia, cujo desempenho vinha sendo impactado pela saída de militares para a reserva remunerada.
Esses achados possuem implicações práticas relevantes. O estágio supervisionado demonstra potencial para ser utilizado de forma estratégica, especialmente em períodos de maior incidência criminal ou em áreas sensíveis que demandam presença policial reforçada. A experiência conduzida em Castanhal indica que a distribuição orientada por dados, aliada à supervisão qualificada de graduados, pode transformar o estágio em uma força complementar capaz de produzir resultados imediatos na segurança pública.
Do ponto de vista teórico, o estudo reforça a compreensão de que a formação policial e a efetividade operacional não são dimensões dissociadas, mas complementares. A prática supervisionada aproxima o discente da realidade do serviço ostensivo, aprimora sua tomada de decisão e fortalece seu compromisso ético com a proteção da sociedade. Simultaneamente, oferece à corporação um reforço tático que, quando bem planejado, contribui para a redução dos indicadores criminais. Assim, a relação entre formação e desempenho operacional mostra-se mutuamente benéfica, como já apontado pela doutrina contemporânea sobre policiamento preventivo e educação profissional.
Por fim, a experiência exitosa observada em Castanhal aponta para a possibilidade de replicação do modelo em outros municípios paraenses ou mesmo em outros estados, desde que respeitadas as especificidades territoriais e as diretrizes pedagógicas da instituição. A prática demonstra que, quando bem estruturado e alinhado aos objetivos institucionais, o emprego supervisionado de discentes é capaz de gerar ganhos operacionais, formativos e sociais, contribuindo para o fortalecimento da segurança pública e para uma formação mais completa, sensível e tecnicamente qualificada dos futuros praças.
Em síntese, conclui-se que o estágio supervisionado dos alunos do CFP não apenas reduziu crimes, aumentou a sensação de segurança e reforçou o policiamento ostensivo, mas também se afirmou como um modelo eficaz de integração entre formação policial e resultados operacionais. Trata-se de uma prática que, ao mesmo tempo em que qualifica o futuro profissional, amplia a capacidade do Estado de cumprir sua missão constitucional de preservar a ordem pública e proteger a sociedade.
7. Referências
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PMPA. Departamento Geral de Operações – CPR III – Subseção de Análise de Resultados Preventivos. Relatório preventivo: Castanhal – Roubo e Furto – novembro de 2025. Castanhal, 2025. Documento interno.
1 Licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Pará (2009).
Pós-Graduado em Segurança Pública pela Faculdade Prominas (2023).
Com experiência na área de Segurança Pública, com ênfase em Operador de Segurança Pública.
ID Lattes: 1592741793306292 ID ORCID: 0009-0006-6706-9231
E-mail: aleol246@gmail.com
2 LICENCIADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA pela
UNOPAR-CASTANHAL, Pós-Graduado Lato Sensu em AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Pela FACULESTE-MG
OPERADOR EM SEGURANÇA PÚBLICA- 3° SGT PMPA
ID Lattes: 8596178738778343 ID ORCID: 0009-0001-3585-4239
E-mail: cabopmcledsonsilva@gmail.com
3 Licenciado em Letras-Espanhol pela Universidade Federal do Pará, Pós-Graduado em Língua Inglesa pela Faculdade FAVENI.
ID Lattes: 0280620340719611 Registro Lattes: https://lattes.cnpq.br/0280620340719611
ID ORCID: 0009-0001-1018-235X Registro ORCID: https://orcid.org/0009-0001-1018-235X –
E-mail: diegoleitao83@hotmail.com
4 GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO pela UNIVERSIDADE PAULISTA (2025) Registro Lattes: https://lattes.cnpq.br/2984702900968042
ID ORCID: 0009-0005-0176-7320 E-mail: KELVINCOSTER2016@gmail.com
5 Bacharel em Administração pela Universidade UNOPAR CASTANHAL, Universidade Norte do Paraná .
Com experiência em operador de segurança pública ID Lattes: 1739298316896970 ID ORCID: 0009-0003-1386-5687
E-mail: alaceamorim@gmail.com
6 Licenciatura em História pela Universidade Pitágoras Unopar (2019). Com experiência na área de Segurança Pública,
com ênfase em Operador de Segurança Pública ID Lattes: 3720094823948685 ID ORCID: 0009-0007-9285-8563
E-mail: cleibsonfarias04@gmail.com
7 Curso Superior: Tecnologia em Gestão Ambiental (UNIP 2021)
PÓS-GRADUAÇÃO: CONSULTORIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL ( UNIVERSIDADE VITÓRIA 2025).
Com experiência na área de Segurança Pública, com ênfase em Operador de
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E-mail: monteirolelis@hotmail.com
8 Licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Pará (2005)
Com experiência na área de Segurança Pública, com ênfase em Operador de Segurança Pública ID LATTES
0395144475755074 ID ORCID: 0009-0009-9880-4843
Email: andredesouzaesilva@hotmail.com
9 Bacharel em Serviço Social pela Universidade da Amazônia (2014).Pós-Graduação em Políticas Públicas e
Segurança pela Faculdade Focus (2023). Tem experiência na área de Segurança Pública, com
ênfase em Operador de Segurança Publica.
ID Lattes: 2621345043053127 ID ORCID: 0009-0005-3401-5192
E-mail: sds.carvalho@hotmail.com
10 LICENCIADO EM HISTÓRIA PELA UNOPAR – PÓS GRADUADO EM HISTÓRIA DA GUERRA
ID Lattes: 4320453610172640 ID ORCID: 0009-0008-8481-5480
E-mail: frankrodsilva@hotmail.com
