THE BENEFITS OF ABA THERAPY IN THE DEVELOPMENT OF CHILDREN WITH ASD: APPLICATIONS AND IMPACTS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202510111442
Lohana de Oliveira Torres1
Vitória de Souza Oliveira2
Orientadora: Gabrielle Selleri Bezerra
Resumo
A pesquisa examina a eficácia da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) na melhoria das habilidades sociais e comportamentais de pessoas no espectro autista. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente traz dificuldades consideráveis na comunicação, na interação social e na adaptação comportamental. A ABA é uma metodologia terapêutica focada na compreensão e alteração do comportamento, empregando técnicas e estratégias fundamentadas em princípios científicos do comportamento. O estudo inclui uma revisão minuciosa da literatura, examinando pesquisas que avaliaram os impactos da ABA nas habilidades sociais e comportamentais de pessoas com TEA. Os resultados mostram consistentemente melhorias notáveis em diversos aspectos, como interação social, comunicação e comportamentos adaptativos, quando a ABA é aplicada de maneira consistente e personalizada. Pesquisas indicam que a ABA, quando implementada de forma intensiva e personalizada, pode ser eficiente no desenvolvimento e na melhoria das habilidades sociais e comportamentais em crianças, adolescentes e adultos com TEA. A avaliação da eficácia da ABA ressalta a relevância de intervenções precoces e bem estruturadas para aumentar a qualidade de vida e a autonomia dessas pessoas. A metodologia utilizada foi uma revisão sistemática de literatura.
Palavras-chave: Autismo. Avaliações. Desenvolvimento. Terapia.
Abstract
This study examines the effectiveness of Applied Behavior Analysis (ABA) in improving the social and behavioral skills of individuals on the autism spectrum. Autism Spectrum Disorder (ASD) often presents significant difficulties in communication, social interaction, and behavioral adaptation. ABA is a therapeutic methodology focused on understanding and modifying behavior, employing techniques and strategies based on behavioral science principles. The study includes a thorough literature review, examining research that has evaluated the impact of ABA on the social and behavioral skills of individuals with ASD. The results consistently show notable improvements in various aspects, such as social interaction, communication, and adaptive behaviors, when ABA is applied consistently and personalized. Research indicates that ABA, when implemented intensively and personalized, can be effective in developing and improving social and behavioral skills in children, adolescents, and adults with ASD. The evaluation of ABA’s effectiveness highlights the importance of early, well-structured interventions to improve the quality of life and autonomy of these individuals. The methodology used was a systematic literature review.
Keywords: Autism. Assessments. Development. Therapy.
1 INTRODUÇÃO
A presente produção é artigo científico cuja temática aborda os benefícios da terapia de Análise do Comportamento Aplicada (ABA) como uma das alternativas para ajudar no desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A eficácia da ABA é respaldada por pesquisas científicas e fundamenta-se no uso de reforço positivo, além da personalização do tratamento para atender às demandas específicas de cada criança.
A Terapia ABA é amplamente considerada uma das estratégias mais eficientes para tratar crianças com TEA e outros atrasos no desenvolvimento. O principal objetivo dessa metodologia fundamentada em evidências é ensinar novas habilidades e diminuir comportamentos inadequados, o que resulta em uma melhoria considerável na qualidade de vida da criança e de sua família.
Segundo Andrade et al., (2025) a ABA constitui-se como uma terapia que oferece vantagens consideráveis para crianças com TEA, pois facilita o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, promove a independência por meio do ensino de competências práticas, diminui comportamentos desafiadores e melhora a adaptação ao ambiente escolar
O TEA, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) é um transtorno do neurodesenvolvimento, O transtorno do espectro autista também é definido por padrões restritos de e repetitivos de comportamento, interesse ou atividades que mostram uma gama de manifestações de acordo com a idade e a capacidade, intervenções e apoios atuais.
Comportamentos estereotipados ou repetitivos incluem estereotipias motoras simples. Que se caracterizam pelos níveis de necessidade de suporte se dividindo em 3 níveis. A análise do comportamento aplicada apresenta-se como uma das terapias mais recomendadas na questão do tratamento para o autismo tendo como objetivo promover a independência e autonomia da criança, reduzindo comportamentos inadequados e ganhos de novas habilidades.
Para Dias et al., (2025), a ABA é eficaz na identificação e modificação de comportamentos problemáticos, como agressão e auto agressão. Através da análise funcional, os terapeutas determinam os gatilhos desses comportamentos e implementam estratégias para reduzi-los, promovendo comportamentos mais adaptativos. Essas contribuições da terapia ABA são fundamentais para promover um desenvolvimento mais abrangente e para melhorar a qualidade de vida das crianças com TEA.
A presente produção tem como objetivo mostrar que a terapia ABA é capaz de promover interação social, autonomia e independência e redução de comportamentos desafiadores. São objetivos específicos: Avaliar a eficácia de diferentes métodos de ensino dentro da terapia ABA na aquisição de habilidades específicas, como comunicação e autocuidado; Analisar o papel do reforço positivo na motivação e no engajamento das crianças durante as sessões de terapia ABA; e, identificar as habilidades desenvolvidas por meio da terapia ABA, incluindo comunicação, autocuidado e habilidades sociais.
Ademais, a ABA prioriza a generalização de habilidades, o que significa que as habilidades aprendidas em um ambiente devem ser aplicadas em outros contextos da vida da criança, a fim de promover uma aprendizagem mais ampla e funcional. Portanto, com o objetivo de promover melhorias significativas na qualidade de vida dessas pessoas, diversos estudos e métodos de intervenção são analisados, sendo o ABA um deles. Isso posto, tem-se a pergunta problema de estudo: Quais as contribuições da terapia ABA para o desenvolvimento de crianças com TEA?
Justifica-se esta pesquisa pela sua relevância acadêmica, por ser um tema de interesse da área da Psicologia. Para a psicologia, este estudo é relevante, pois será utilizado para fins metodológicos e teóricos que visam analisar como essa profissão contribui para o desenvolvimento de sujeitos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista, Essa pesquisa, portanto, é realizada pela necessidade de ampliar o conhecimento científico e fortalecer a aplicabilidade prática dessa abordagem, considerando as demandas sociais e a diversidade das populações atendidas
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Análise do Comportamento Aplicada – ABA
O método ABA é uma estratégia psicológica reconhecida por sua efetividade na intervenção psicopedagógica, especialmente no tratamento do TEA e outras dificuldades de aprendizagem. Ela se fundamenta em princípios científicos da análise do comportamento e visa principalmente promover mudanças relevantes no comportamento das pessoas, especialmente das crianças (Sousa et al, 2020).
A evidência empírica que sustenta a ABA como uma das abordagens mais eficazes para o desenvolvimento de crianças com TEA. Diversos estudos demonstram que a aplicação sistemática da ABA pode promover melhorias significativas em áreas como linguagem, habilidades cognitivas, habilidades sociais e habilidades adaptativas, impactando diretamente na qualidade de vida da criança e sua capacidade de integração social.
A Terapia ABA tem se destacado como uma das abordagens mais eficazes na intervenção com crianças diagnosticadas com TEA. Fundada nos princípios da análise do comportamento, a ABA utiliza técnicas sistemáticas para modificar comportamentos e ensinar novas habilidades. Este referencial teórico explora os benefícios da terapia ABA, incluindo o desenvolvimento de habilidades, a redução de comportamentos desafiadores, o envolvimento familiar e a promoção da inclusão social, baseada nas teorias do psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinne Skinner, que enfatiza a importância do comportamento observável e o papel do ambiente na modificação do comportamento.
A terapia utiliza princípios como reforço positivo, que consiste em recompensar comportamentos desejáveis para aumentá-los, e a modelagem, que envolve a demonstração de comportamentos para que a criança os imite. Essa abordagem sistemática e baseada em dados permite a personalização das intervenções, adaptando-se às necessidades específicas de cada criança.
Resende e Campos (2024), uma das principais vantagens da Terapia ABA é sua metodologia personalizada. Cada plano de intervenção é elaborado para suprir as demandas particulares de cada criança. Isso implica que os terapeutas identificam os comportamentos que precisam ser fortalecidos e os que devem ser alterados, desenvolvendo estratégias personalizadas. Por exemplo, se uma criança tem problemas de comunicação, a Terapia ABA pode se concentrar em melhorar suas habilidades linguísticas, como solicitar objetos, expressar desejos ou manter uma conversa. Em situações que envolvem dificuldades comportamentais, como crises de agressividade, o terapeuta pode empregar métodos para ajudar a criança a gerenciar suas emoções de forma mais eficaz.
2.2 Transtorno do Espectro Autista – TEA
O transtorno do espectro autista é uma condição clínica em que os indivíduos enfrentam desafios para estabelecer relações sociais típicas, utilizam a linguagem de forma atípica ou não a utilizam de modo algum, e exibem comportamentos restritos ou repetitivos. O TEA é uma condição que afeta as funções do neurodesenvolvimento, comprometendo a habilidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento do indivíduo. Ainda assim, o diagnóstico precoce possibilita a criação de estratégias que promovem a independência e melhoram a qualidade de vida das crianças.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, que é a referência mundial para critérios de diagnóstico, indivíduos com este espectro podem ter dificuldades na comunicação e interação social (incluindo linguagens verbal e não verbal, além da reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos constantes, interesses específicos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo enfrentam essas dificuldades, porém cada um é afetado em diferentes graus, o que leva a situações bastante específicas. Embora ainda seja denominado autismo infantil, uma vez que o diagnóstico é frequente em crianças e até mesmo em bebês, os transtornos são condições duradouras que persistem ao longo de toda a vida da pessoa.
As causas do TEA ainda não são completamente compreendidas, e a pesquisa científica tem se dedicado principalmente ao estudo da predisposição genética. Isso envolve a análise de mutações espontâneas que podem ocorrer durante o desenvolvimento fetal, bem como a herança genética transmitida de pais para filhos. Contudo, já existem indícios de que os fatores genéticos explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que afetam o feto, como estresse, infecções, contato com substâncias tóxicas, complicações na gestação e desequilíbrios metabólicos teriam a mesma influência na probabilidade de desenvolvimento do transtorno.
O TEA influencia o comportamento da pessoa, e os primeiros indícios podem ser observados em bebês com apenas alguns meses de vida. De modo geral, uma criança no espectro autista exibe os seguintes sintomas: dificuldade em interações sociais, como manter contato visual, usar expressões faciais e gestos, expressar emoções e fazer amigos; Habilidade limitada na comunicação, recorrendo à linguagem repetitiva e enfrentando obstáculos para iniciar e sustentar uma conversa; mudanças no comportamento, como manias, apego exagerado a rotinas, ações repetitivas, interesse profundo em assuntos específicos, dificuldade de imaginação e sensibilidade sensorial (hiper ou hipo).
2.2.1 Diagnóstico
O diagnóstico de autismo é clínico e requer uma avaliação comportamental minuciosa da criança, além de conversas com os pais. Se a criança já estiver em idade escolar, a opinião dos professores será fundamental. Exames como raio-X, tomografia e exames de sangue não contribuem para o diagnóstico e não são necessários, a menos que o médico identifique a necessidade de investigar outra condição clínica. Um psiquiatra especializado em infância e adolescência ou um neuropediatra é o profissional mais adequado para realizar esse diagnóstico (Klin, 2020).
Desta forma,
O primeiro passo que se deve fazer ao receber o diagnóstico tem que ser a criação do PIT (plano individual de tratamento) que visa reconhecer todas as particularidades do paciente, e em cima disso construir um plano de tratamento individual para cada paciente, e os tratamentos são baseados em estudos científicos, englobando diversas intervenções decididas em grupo com base no plano que foi feito. Até o momento ainda não existe medicamento para cura, mas existem medicamentos que acalmem os sintomas, por exemplo, uma criança muito agressiva pode estar sendo medicada com algum medicamento para amenizar (Klin, 2020 p. 68).
Crianças autistas enfrentam desafios ao lidar com situações que fogem ao seu controle ou que não fazem parte de sua rotina. Por isso, existem técnicas para ajudá-las a entender essas situações e se organizar, evitando comportamentos inadequados. O primeiro passo é comunicar à criança o que acontecerá em seu dia a dia, permitindo que ela se prepare para possíveis eventos. As crianças autistas costumam fazer planejamentos mentais, o que demonstra a importância da rotina para elas (Beck, 2023).
3 METODOLOGIA
A metodologia empregada foi uma revisão sistemática de literatura de caráter descritivo e exploratório. Segundo Sousa, et al. (2010) a pesquisa exploratória adota estratégia sistemática com vias de gerar e refinar o conhecimento quantificando relações entre variáveis. A adoção desse modelo qualitativo objetiva compreender as questões que envolvem o processo de entendimento de como a análise do comportamento aplicada pode contribuir no processo de desenvolvimento de crianças com o transtorno do espectro autista.
Já a revisão bibliográfica é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática. Determinando o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto (Souza, et al. 2010).
Foram elencadas e analisadas as publicações acerca do tema, a fim de compreender as dificuldades do psicólogo em trabalhar e/ou desenvolver as técnicas de análise do comportamento aplicada para melhorar as habilidades sociais e comportamentais em indivíduos no espectro autista.
A revisão sistemática de literatura foi organizada, conforme abaixo.

A seleção da literatura foi ampla, não se restringindo a trabalhos realizados no Brasil, por tratar Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, balizada pela lei nº 12764/2012 e ser um modelo adotado em nosso Sistema único de Saúde, foram utilizados como critérios de inclusão os trabalhos publicados no período de 2020 a 2025, sendo excluídos os materiais publicados fora do período considerado e aqueles que não corroboravam com a temática proposta.
Para elaboração do presente estudo foi realizada consulta às indicações formuladas pelo Ministério da Saúde, livros, artigos científicos e busca direcionada pelos descritores “Autismo. Avaliações. Desenvolvimento. Terapia” que apontaram ocorrências na LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Medline (Medical Literature. Analysis and Retrieval System Online), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Periódicos de Psicologia (PEPSIC) e Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.
Foram apreciados 25 estudos, dos quais foram excluídos: duplicatas, textos indisponíveis, artigos não relacionados ao tema, teses e dissertações, além de textos excluídos pelo título e leitura de resumo, dentre esses estudos “04” foram selecionadas de acordo com a relevância dos dados para o estudo proposto.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O autismo é uma condição comportamental que impede o desenvolvimento normal de habilidades básicas de interação social, comportamento e fala em crianças. A criança demonstra um atraso no desenvolvimento de habilidades, como falar, socializar, compreender linguagens não verbais, entre outras. Esses atrasos começam nos primeiros anos de vida. Crianças autistas não alcançam os marcos esperados para sua faixa etária, e à medida que crescem e enfrentam uma maior demanda por interação social, as dificuldades em estabelecer esse convívio se tornam ainda mais evidentes (Brasil, 2024).
A Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é amplamente considerada uma das estratégias mais eficientes para tratar crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros atrasos no desenvolvimento. O principal objetivo dessa metodologia fundamentada em evidências é ensinar novas habilidades e diminuir comportamentos inadequados, resultando em uma melhoria considerável na qualidade de vida da criança e de sua família.
Uma das principais vantagens da Terapia ABA é sua metodologia personalizada. Cada plano de intervenção é elaborado para atender às demandas particulares de cada criança. Isso implica que os terapeutas reconhecem os comportamentos que precisam ser fortalecidos e os que devem ser alterados, desenvolvendo estratégias personalizadas.
Por exemplo, se uma criança tem problemas de comunicação, a Terapia ABA pode se concentrar em melhorar suas habilidades linguísticas, como solicitar objetos, expressar desejos ou manter uma conversa. Em situações que envolvem dificuldades comportamentais, como crises de agressividade, o terapeuta pode empregar métodos para ajudar a criança a gerenciar suas emoções de forma mais eficaz.
As habilidades a serem ensinadas e desenvolvidas durante a terapia variam de acordo com as particularidades e demandas de cada criança ou adulto. Para realizar o tratamento, é essencial fazer uma avaliação personalizada dos pacientes, definir metas e, naturalmente, criar programas de ensino específicos.
No tratamento ABA, o indivíduo desenvolve várias habilidades, incluindo comportamento social, comunicação, contato visual e escrita, além de aprimorar a leitura, o autocuidado e outras rotinas específicas do dia a dia. Um outro aspecto positivo da terapia é a aplicação de estratégias para prevenir o comportamento violento do paciente. O método também é recomendado para distúrbios e síndromes que afetam significativamente a cognição do paciente.
A Terapia ABA também é eficiente no ensino de habilidades funcionais, que são fundamentais para a independência da criança. Isso abrange desde atividades básicas, como escovar os dentes, vestir-se ou comer de forma autônoma, até competências mais sofisticadas, como interação social e solução de problemas. Ao segmentar cada habilidade em etapas menores e valorizar cada avanço conquistado, a criança é estimulada a aprender de maneira positiva e encorajadora. Esse método, chamado de ensino por tentativas discretas, é bastante empregado por profissionais que trabalham com autismo.
A diminuição de comportamentos inadequados que afetam o desenvolvimento infantil, como birras, autoagressão ou comportamentos repetitivos, é outro benefício importante da Terapia ABA. A intervenção se fundamenta na identificação das causas desses comportamentos e na troca por respostas mais apropriadas. Ao ensinar métodos alternativos para expressar frustrações ou necessidades, a criança aprende a enfrentar desafios de forma mais construtiva, o que ajuda a criar um ambiente mais harmonioso em casa e na escola.
Um elemento fundamental da Terapia ABA é o uso do reforço positivo, que envolve recompensar comportamentos desejados para incentivá-los no futuro. Essa metodologia estabelece um ambiente de aprendizagem estimulante e receptivo, no qual a criança se sente incentivada a desenvolver novas habilidades. Por exemplo, ao elogiar ou oferecer um brinquedo favorito quando a criança conclui uma tarefa, ela associa o comportamento ao resultado positivo, o que incentiva a repetição do aprendizado.
Estudos científicos comprovam a eficácia da Terapia ABA. Estudos indicam que crianças que recebem essa intervenção de maneira intensiva e precoce apresentam melhorias consideráveis nas habilidades cognitivas, linguísticas e sociais, além de uma diminuição nos sintomas do autismo. Instituições de saúde de renome, como a American Academy of Pediatrics e a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam essa estratégia devido ao seu alto grau de eficácia.
A Terapia ABA também pode ser combinada com outras metodologias, como o Modelo Denver de Intervenção Precoce, aumentando a eficácia dos resultados. O Modelo Denver integra componentes da Terapia ABA com atividades recreativas, facilitando o processo de aprendizagem para crianças pequenas. Ademais, as sessões de ABA oferecem orientação aos pais, permitindo que eles apliquem estratégias terapêuticas no cotidiano, o que fortalece os laços familiares e garante a continuidade do progresso fora da clínica.
Abaixo, demonstra-se os artigos utilizados na revisão sistemática.
Casos | Título | Base de dados | Método | Autor (Ano) |
Artigo 1 | Análise do comportamento aplicada: a percepção de pais e profissionais acerca do tratamento em crianças com espectro autista | BVSMS | Estudo de caso | Sousa et al., (2020) |
Artigo 2 | Autismo e comportamentos adaptativos: uma análise da eficácia da ABA na melhoria das habilidades sociais e comportamentais | Brazilian Journal | Estudo de caso | Dias et. al. (2023) |
Artigo 3 | Benefício do uso da análise do comportamento aplicado (aba), no estímulo da fala em crianças autistas | BVSMS | Estudo de caso | Sá (2024) |
Artigo 4 | Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) | BVSMS | Estudo dirigido | Brasil (2024) |
Para Sousa et. al., (2020), a Terapia ABA oferece benefícios que ultrapassam a fase infantil. Ao incentivar o desenvolvimento de habilidades essenciais, a intervenção capacita a criança para lidar com os desafios da adolescência e vida adulta com mais autonomia e segurança. Crianças que são submetidas a essa metodologia geralmente apresentam um desempenho acadêmico superior, uma habilidade maior para formar relacionamentos e mais chances de se integrar socialmente.
Segundo Dias et al. (2023), mais do que uma técnica terapêutica, a Terapia ABA é um instrumento transformador para o desenvolvimento das crianças. Com uma metodologia organizada, científica e acolhedora, ela proporciona às crianças autistas e suas famílias a oportunidade de um futuro mais promissor. Uma das particularidades da ABA é sua metodologia extremamente sistemática e fundamentada em dados. Os analistas do comportamento que adotam essa abordagem conduzem uma avaliação minuciosa do comportamento do indivíduo, definem objetivos de intervenção específicos e mensuráveis e implementam estratégias fundamentadas em evidências científicas para atingir esses objetivos.
Sá (2024), destaca que um ponto relevante da ABA é o foco na generalização de habilidades. Isso implica que as competências adquiridas em um ambiente específico devem ser utilizadas em diversos contextos e circunstâncias do dia a dia, assegurando que o aprendizado seja prático e funcional.
Uma das particularidades da ABA é sua metodologia extremamente sistemática e fundamentada em dados. Os analistas do comportamento que adotam essa abordagem conduzem uma avaliação minuciosa do comportamento do indivíduo, definem objetivos de intervenção específicos e mensuráveis e implementam estratégias fundamentadas em evidências científicas para atingir esses objetivos. Um ponto relevante da ABA é o foco na generalização de habilidades. Isso implica que as competências adquiridas em um ambiente específico devem ser utilizadas em diversos contextos e circunstâncias do dia a dia, assegurando que o aprendizado seja prático e funcional.
É fundamental ressaltar que a aplicação da ABA exige formação especializada e ética, devendo ser conduzida por profissionais capacitados. Ademais, a abordagem deve sempre considerar os direitos e a dignidade dos indivíduos assistidos. A Análise do Comportamento Aplicada é uma técnica muito eficiente para alterar comportamentos e desenvolver habilidades, particularmente em crianças com necessidades especiais. Sua metodologia científica e personalizada a transforma em um recurso importante para promover uma vida mais autônoma e de qualidade para quem recebe seus benefícios.
A ABA valoriza a participação ativa da família no tratamento de crianças com TEA. Os terapeutas colaboram com os pais, fornecendo orientação e treinamento para que eles possam promover o desenvolvimento da criança tanto em casa quanto em outros lugares. A ABA é uma abordagem baseada em evidências, com uma vasta quantidade de pesquisas que demonstram sua eficácia no tratamento de crianças com TEA. Essa fundamentação científica apoia o uso da ABA como um método seguro e eficaz para o controle dos sintomas do TEA e para o estímulo do desenvolvimento infantil.
Sousa et al., (202), ressalta que o trabalho com o ABA preserva a tradição operante e o progresso por meio dos princípios de aprendizagem de mudanças causadas, abordando questões ligadas à educação e intervenções terapêuticas para comportamentos mais problemáticos, como automutilação, fobias, dificuldades sociais, entre outros. Silva (2019) acrescenta que os estudos de 1960 analisaram o autismo pela primeira vez sob uma perspectiva comportamental, sugerindo que os problemas não tinham origem emocional, mas eram consequência de uma dificuldade de aprendizado, que, por sua vez, levava a outros problemas.
O TEA tem uma alta prevalência, e seus efeitos subsequentes impactam diretamente a qualidade de vida do indivíduo afetado. Nesse sentido, a intervenção antecipada combinada com uma intervenção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. A comunicação é um dos elos fundamentais no tratamento do autismo, visto que se trata de um dos pontos mais afetados pelos sintomas desde o início do distúrbio até os casos mais severos (Brasil, 2024).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação da eficácia da ABA ressalta a relevância de intervenções precoces e bem estruturadas para aumentar a qualidade de vida e a autonomia dessas pessoas. Além disso, o estudo indica a necessidade de pesquisas mais detalhadas e de longo prazo que levem em consideração as variações individuais e os efeitos duradouros da ABA nas habilidades sociais e comportamentais. Ademais, é essencial uma abordagem integrada, levando em conta outros elementos que possam afetar o desenvolvimento dessas habilidades, como o contexto social, apoio familiar e a combinação de diversas modalidades terapêuticas.
O método ABA emprega uma abordagem fundamentada nos princípios do comportamento de enfrentamento, com foco na avaliação eficaz e no desenvolvimento de habilidades. As orientações para a escolha e implementação de planos de intervenção são baseadas em estratégias comportamentais eficazes e comprovadas.
A maioria das atividades identificadas na abordagem psicológica oferece recomendações que utilizam estratégias fundamentadas no modelo (ABA). Esse processo envolve uma análise minuciosa de como os fenômenos naturais podem influenciar o comportamento humano, além de incorporar programas comportamentais voltados para o desenvolvimento de diversas habilidades, como linguagem, competências sociais e de aprendizagem. Assim, esse modelo visa amenizar alguns dos problemas comportamentais mais graves frequentemente relacionados à doença.
Na psicopedagogia, por exemplo o método ABA exerce um papel fundamental e transformador. Essa metodologia científica tem a capacidade de melhorar de forma profunda e significativa a vida de pessoas com dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais.
A ABA oferece uma metodologia estruturada e fundamentada em evidências para entender e atuar sobre o comportamento humano. Em contextos psicopedagógicos, isso significa intervenções específicas e personalizadas que têm como objetivo aprimorar o comportamento, as competências acadêmicas, sociais e de comunicação dos estudantes.
Uma das qualidades mais notáveis da ABA é sua habilidade de desenvolver planos de intervenção altamente personalizados. Ela valoriza a individualidade de cada estudante e cria estratégias personalizadas para atender às suas demandas específicas. Isso implica que a ABA proporciona uma abordagem flexível e centrada no indivíduo, a despeito dos desafios que o aluno possa enfrentar.
Além disso, a ABA é notável por promover a generalização de habilidades. Isso implica que as habilidades adquiridas em um ambiente de intervenção são aplicadas em contextos do mundo real, assegurando que a aprendizagem seja prática e funcional.
Ademais, a ABA não se limita a tratar dificuldades de aprendizado; ela também promove um ambiente em que os alunos podem aprimorar habilidades para a vida, melhorar a qualidade de suas interações sociais e fortalecer sua independência. A colaboração entre especialistas em psicopedagogia e analistas do comportamento capacitados em ABA é essencial para assegurar o êxito dos estudantes. Essa parceria possibilita uma abordagem completa e integrada, tratando tanto das questões de aprendizagem quanto dos desafios comportamentais.
Em suma, a análise do comportamento aplicada na psicopedagogia é uma ferramenta eficaz que proporciona esperança, suporte e oportunidades para o crescimento de cada estudante. A ênfase na ciência, na individualização e na promoção da independência faz dela uma estratégia fundamental para criar um ambiente de aprendizado inclusivo e enriquecedor para todos os estudantes, independentemente de suas necessidades.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Alana Xavier da. Os benefícios da terapia aba para o desenvolvimento de crianças autistas. Disponível em: https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/250719725.pdf Acesso em 09 set. 2025.
BECK, Judith S. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2ª edição, 2013.
BRASIL. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_autismo.pdf Acesso em 28 set. 2025.
CAMARGO, Síglia Pimentel Höher; RISPOLI, Mandy. Análise do comportamento aplicada como intervenção para o autismo: definição, características e pressupostos filosóficos. Revista Educação Especial, v. 26, n. 47, p. 639-650, 2013.
CAMPOS, Alessandra Freire Magalhães de. Revisão sistemática de literatura em educação: características, estrutura e possibilidades às pesquisas qualitativas. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/2702/3710 Acesso em 27 set. 2025.
DIAS, Renan Italo Rodrigues et. al., Autismo e comportamentos adaptativos: uma análise da eficácia da aba na melhoria das habilidades sociais e comportamentais. 2024. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/818 Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 2896–2908. Acesso em 07 09.2025.
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28 (suppl 1), s3–s11. 2020.
RESENDE, Samilly Danielly de; CAMPOS, Sonia Maria de. Transtorno do Espectro Autista: Diagnóstico e intervenção psicopedagógica clínica. Rev. psicopedag. vol.41 no.125 São Paulo maio/ago. 2024 Epub 13-Set-2024. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862024000200350 Acesso em 10 set. 2025.
SÁ, Priscilla Souza de. Benefício do uso da análise do comportamento aplicado (aba), no estímulo da fala em crianças autistas. Disponível em: https://share.google/HBLgn7GoqFxYAWLln Acesso em27 set. 2025.
SOUSA, Deborah Luiza Dias de et al., Análise do comportamento aplicada: a percepção de pais e profissionais acerca do tratamento em crianças com espectro autista. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000100007 Pepsic. Contextos Clínic vol.13 no.1 São Leopoldo jan./abr. 2020. Acesso em 09 set. 2025.
SOUZA, Marcela Tavares. et al., Revisão integrativa: o que é e como fazer. Revista Einstein. v. 8, p.102-106, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_1679-4508-eins-8-1-0102.pdf. Acesso em: 05 set. 2025.
1Lohana de Oliveira Torres, graduanda em Psicologia no Centro Universitário São Lucas Porto Velho/Afya, 2025.2. E-mail: Lohanatorres70@gmail.com.
2Vitória de Souza Oliveira, graduanda em Psicologia no Centro Universitário São Lucas Porto Velho/Afya, 2025.2. E-mail: vitoria09souza15@gmail.com.
*Artigo apresentado ao curso de Psicologia do Centro Universitário São Lucas Porto Velho/Afya, 2025.2, como pré-requisito para conclusão do curso, sob orientação de Gabrielle Selleri Bezerra. E-mail: gabrielle.bezerra@saolucas.edu.br.