“VÍRUS OROPOUCHE”:  ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS, MOLECULAR E LABORATORIAL NO BRASIL

“OROPOUCHE VIRUS”: CLINICAL, EPIDEMIOLOGICAL, MOLECULAR AND LABORATORY ASPECTS IN BRAZIL

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/cl10202410221312


Irlane Bruna Araújo do Nascimento1
Leandro Cavalcante Santos2


RESUMO 

Introdução: O Oropouche é uma arbovirose causada pelo vírus Oropouche (OROV). O vírus é transmitido principalmente por um inseto da espécie Culicoides paraensis, conhecido como maruim, meruim ou mosquito-pólvora, sendo seus sintomas muitos semelhantes aos da dengue e tendo no homem seu principal hospedeiro. Objetivo: fazer uma revisão bibliográfica apresentando como tema o vírus Oropouche, enfatizando seus aspectos clínicos, epidemiológicos, molecular e laboratorial no Brasil. Materiais e método: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, cuja pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados da PubMed e Scielo, bem como no Google Scholar, com a finalidade de reunir os estudos mais atuais sobre o vírus Oropouche. Para a realização da pesquisa nos bancos de dados online fez-se uso de palavras-chaves, tais como: Febre Oropouche, dados da epidemiologia do Oropouche no Brasil, medidas de prevenção e controle do vírus Oropouche, sendo lecionados diferentes tipos de documentos (artigos, teses, dissertações, textos on-line), tendo como critério de inclusão a pertinência com o tema em estudo e o idioma. Resultados: As condições climáticas e a localização geográfica favorecem a proliferação do mosquito e aumentam o risco de infecção. Conclusões: Ainda, que há uma discussão acerca da subnotificação dos casos de febre Oropouche, considerando-se que o número de casos de pessoas infectadas representa um número pequeno, não se tendo a garantia de que a análise e revisão laboratorial seja realizada para todos os infectados, deixando claro a existência de paradigmas relacionados ao dado fidedigno do real número de casos da febre Oropouche no país. 

Portanto, seguir as orientações da OPAS é essencial, pois esta preconiza ações de prevenção e controle de vetores, incluindo o fortalecimento da vigilância entomológica, a redução das populações de mosquitos (e outros insetos transmissores) e a educação da população sobre medidas de proteção.  

Palavras-chave: Febre Oropouche; Epidemiologia; Brasil. 

ABSTRACT 

Introduction: Oropouche is an arbovirus caused by the Oropouche virus (OROV). The virus is transmitted mainly by an insect of the species Culicoides paraensis, known as maruim, meruim or sandfly, with its symptoms being very similar to those of dengue and having humans as its main host. Objective: to carry out a bibliographical review presenting the topic of the Oropouche virus, emphasizing its clinical, epidemiological, molecular and laboratory aspects in Brazil. Materials and method: This is a narrative literature review, whose bibliographic research was carried out in the PubMed and Scielo databases, as well as Google Scholar, with the purpose of gathering the most current studies on the Oropouche virus. To carry out research in online databases, keywords were used, such as: Oropouche fever, data on the epidemiology of Oropouche in Brazil, prevention and control measures for the Oropouche virus, and different types of documents were taught (articles, theses, dissertations, online texts), with the inclusion criteria being relevance to the topic under study and the language. Results: Climatic conditions and geographic location favor mosquito proliferation and increase the risk of infection. Conclusions: Furthermore, there is a discussion about the underreporting of cases of Oropouche fever, considering that the number of cases of infected people represents a small number, and there is no guarantee that laboratory analysis and review will be carried out for all infected people, making clear the existence of paradigms related to reliable data on the real number of cases of Oropouche fever in the country. Therefore, following PAHO guidelines is essential, as it recommends vector prevention and control actions, including strengthening entomological surveillance, reducing mosquito populations (and other transmitting insects) and educating the population about protective measures.  

Keywords: Oropouche fFever; Epidemiology; Brazil. 

1. INTRODUÇÃO

Há pouco menos de cinco meses na plataforma do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) o médico infectologista e Doutor em Epidemiologia Sérgio de Andrade Nishioka (2024) afirmou que até recentemente a maioria dos brasileiros não tinha ouvido falar, ainda, do vírus Oropouche, o qual é pouco conhecido até mesmo pelos profissionais de saúde, muito embora já venha circulando pelo Brasil, – mesmo que restrito à região amazônica -, desde o início da década de 60 do século passado, causando doença febril muito semelhante à dengue. 

O motivo da publicação do artigo sobre o Oropouche pelo infectologista Nishioka (2024) decorre da preocupação oriunda da constatação de que a doença febril causada por um arbovírus, vem se manifestando fora da região amazônica.  

Nishioka (2024) relata ser este vírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, sendo um arbovírus. Neste sentido, sua transmissão se dá através de um artrópode, cujo ciclo silvestre envolve alguns mamíferos, como a preguiça e macacos, transmitida por diversos vetores invertebrados. Contudo, o infectologista alerta para um ciclo urbano, onde o homem é o hospedeiro e o vetor, no Brasil, é um maruim, o Culicoides paraenses. 

Quanto ao diagnóstico molecular de Oropouche no Brasil, Nishioka (2024) esclarece que   este vem sendo feito em maior escala desde 2023, a partir da descentralização da investigação de casos suspeitos de dengue não confirmados, o que tem permitido detectar casos de Oropouche em vários estados brasileiros fora da região amazônica. 

Quanto às notificações, relata Nishioka (2024) que dados do Centro de Operação de Emergências (COE), pertinentes às Semanas Epidemiológicas de 1 a 20, até 21 de maio deste ano, já forma 5530 casos de Oropouche notificados no Brasil, cerca de 52% deles do sexo masculino, com todas as faixas etárias representadas, mas predomínio (60,5%) em adultos entre 20 e 49 anos.  

Outra informação importante relatada pelo infectologista a partir dos dados disponibilizados pelo COE é que, em que pese o fato de que “a grande maioria (91,4%) dos casos tenham como local provável de infecção (LPI) municípios da região amazônica, os 8,6% restantes provavelmente se infectaram fora dessa região, nos estados da Bahia, Piaui, Espírito Santo e Santa Catarina” (Nishioka, 2024, par., 4). Também existem suspeitas de casos oriundos de outros quatros estados e três casos tiveram seu LPI na Bolívia. Também destaca que foram notificados 836 casos em todo o ano de 2023.  

Mediante o exposto, e considerando que a febre Oropouche, causada por um arbovírus, começa a ser também detectada fora da região amazônica, questiona-se: como os aspectos clínicos e epidemiológicos do vírus Oropouche influenciam as abordagens laboratoriais e moleculares para diagnóstico e controle de surtos no Brasil? 

Abordar sobre este tema é extremamente importante por várias razões.  O vírus Oropouche que é transmitido por mosquitos, pode causar epidemias significativas em populações urbanas, o que implica na necessidade e importância de se compreender sua epidemiologia para eventual necessidade de se implementar medidas de controle e prevenção que possam ajudar a mitigar a proliferação do vírus e proteger as populações vulneráveis. Também, a importância do reconhecimento clínico, ou do diagnóstico precoce, pois o conhecimento dos aspectos clínicos da infecção pelo vírus contribui para que os profissionais de saúde consigam reconhecer os sintomas e realizar diagnósticos precoces, fundamental para o manejo adequado do paciente e para que se evite possíveis complicações.  

Outros pontos se fazem pertinentes e atribuem relevância a este estudo, mas, em resumo, abordar esse tema contribui não só para a compreensão do vírus Oropouche em si, mas também para melhoria das estratégias de saúde pública e para a promoção de um ambiente mais seguro para todos. Portanto, o presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão bibliográfica apresentando como tema o vírus Oropouche, enfatizando seus aspectos clínicos, epidemiológicos, molecular e laboratorial no Brasil.  

2. MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, portanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados da PubMed e Scielo, bem como no Google Scholar, com a finalidade de reunir os estudos mais atuais sobre o vírus Oropouche.  

Para a realização da pesquisa nos bancos de dados online fez-se uso de palavras-chaves, tais como: Oropouche, dados da epidemiologia do Oropouche no Brasil, medidas de prevenção e controle do vírus Oropouche, etc., sendo lecionados diferentes tipos de documentos (artigos, teses, dissertações, textos on-line).  

Os artigos foram selecionados tendo como critérios de inclusão a pertinência com o tema em estudo e o idioma. 

Os dados obtidos foram organizados por categoria de análise temática, apresentados nos resultados e discussão, dos quais foi feita uma leitura mais superficial na fase exploratória, que corresponde ao momento de busca dos estudos nas fontes selecionadas, o que nos permitiu reunir 25 literaturas. Posteriormente, já na fase de refinar essa literatura, se priorizou os dados que convergiam com os nossos objetivos e questões de estudos, o que reduziu a mostra para 15 literaturas, as quais compõem o nosso referencial teórico, guardando-se a relação com o objeto de pesquisa.  

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Conforme relatos do Ministério da Saúde (Brasil, 2024), com sinais e sintomas muito similar aos de outras arboviroses, a febre Oropouche foi identificada no Brasil desde a década de 1960 e, a partir daí, surtos esporádicos da doença têm sido registrados na Região Amazônica desde a década de 1970 (Agência Brasil, 2024). 

Durante a recente disseminação, casos da doença foram registrados em todas as regiões do país. Embora uma parcela deles sejam ocorrências importadas, envolvendo viajantes que retornaram da Região Amazônica, diferentes estados também detectaram infecções de transmissão local (Agência Brasil, 2024). 

Apesar de não tão recente em terras brasileiras, são poucos os estudos abrangentes que apresentem dados sobre a repercussão da doença no país. Entretanto, já se tem ciência de que a febre Oropouche segue um padrão sazonal, sendo mais predominante durante os períodos chuvosos. Ainda não está há clareza quanto à sua relação com o sexo ou a faixa etária dos pacientes, mas há uma correlação entre o número de infecções e a proximidade das pessoas a áreas silvestres (Pereira et al., 2021). 

Contudo, a identificação de um surto epidemiológico onde uma nova variante recombinante foi identificada entre 2022 e 2024, revelou a necessidade crescente de se estudar a epidemiologia do vírus Oropouche (OROV), pois em 2023 registrou-se um pico de casos nos estados do Amazonas, Rondônia e Acre, após a descoberta de que mosquitos do gênero Culex também são vetores da doença (Garcia et al., 2024). 

As primeiras mortes registradas no Brasil pela doença aconteceram no estado da Bahia, sendo estas, também, as primeiras mortes pela doença já ocorridas no mundo e, em decorrência desses surtos que vêm acontecendo por vários estados brasileiros tem gerado preocupações de organismos sanitários nacionais e internacionais (Agência Brasil, 2024) 

3.1.1 Distribuição Geográfica

Até a segunda semana de agosto de 2024 já haviam sido contabilizados, no Brasil, 7.653 casos da doença e duas mortes, conforme relata Paula Laboissière (2024), repórter da Agência Brasil, que afirma ser o Amazonas o estado que lidera o ranking de infecções por febre do Oropouche, com 3.228 casos notificados, seguida do estado de Rondônia, que contabilizou até esta data 1.710 casos, ambos na região norte. Em seguida neste ranking vem a Bahia, com 844 casos, o Espírito Santo, com 441 casos) e, por fim, o Acre, com 270 casos.  

Contudo, dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses (Brasil, 2024) apresentam outros dados já mais atualizados, onde o Amazonas aparece com 3.231, ou seja, com três casos a mais notificados, Rondônia permaneceu com 1710 casos. A Bahia aparece já com 888 e o Espírito Santo com 504 casos notificados. O Acre apresenta 2 casos a mais, ou seja, 272 casos notificados da febre Oropouche. 

O quadro 1 nos permite uma melhor compreensão desses dados, apresentados por região.

Figura 1 – Número de exames detectáveis para o vírus Oropouche por UF do local Provável de Infecção (LPI) e ano, Brasil, 2024.

Fonte: adaptado do Painel de Monitoramento de Arboviroses (Brasil, 2024)

De acordo com a matéria publicada (Laboissiére, 2024), das 27 unidades da federação que formam o Brasil, apenas cinco não apresentam nenhuma notificação da febre Oropouche em 2024: Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul e no Painel de Monitoramento de Arboviroses (Brasil, 2024), esse dado se mantém. 

Alagoas aparece com 115 casos, Amapá com 126, Ceará com 232. Já Minas Gerais registrou 195 casos e o Maranhão 33 notificações. Mato Grosso do Sul notificou 2 casos e a Paraíba notificou um caso; São Paulo, cinco casos; Alagoas, seis; e Tocantins, oito. Assim, o 8.  

O Brasil contabilizava 8.258 casos da doença e duas mortes (Brasil, 2024). 

3.1.2 Transmissão: 

Conforme os dados da Nota Técnica Conjunta – nº 02/2024, IAL/CVE/CCD/SES/SP2, a Febre do Oropouche pode ser transmitida através do ciclo silvestre e ciclo urbano. No ciclo silvestre, bichos como preguiça, primatas não-humanos, além de aves silvestres e roedores, atuam como hospedeiros. Esta Nota também afirma haver registros de isolamento do Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) em algumas espécies de mosquitos da família Culicidae, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. Contudo, segundo a Nota Técnica o vetor primário é o Culicoides paraensis (Diptera: Ceratopogonidae), conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora (Nota Técnica Conjunta – nº 02/2024). 

O outro ciclo, o urbano, tem o homem como principal hospedeiro e o vetor primário também é o Culicoides paraensis. Eventualmente, o mosquito Culex quinquefasciatus pode transmitir o vírus em ambientes urbanos (Nota Técnica Conjunta – nº 02/2024).  Portanto, a transmissão do vírus não se dá através de pessoa para pessoa, mas somente é transmissão vetorial, feita principalmente pelo inseto maruim, que, depois de picar uma pessoa ou animal infectado, pode transmitir o vírus para uma pessoa suscetível. 

3.1.3 Incidência e Prevalência

Considerando que os exames ajudam a identificar, monitorar e controlar doenças, fornecendo dados essenciais para a análise epidemiológica, o número de testes realizados se torna fundamental para que se possa conhecer e entender a propagação do vírus e, neste sentido, o Painel de Monitoramento de Arbovirose do Ministério da Saúde (Brasil, 2024), contabiliza o número de exames detectáveis para o vírus Oropouche e atualiza os dados, nos dando uma dimensão do panorama da situação.  

Como se pode perceber através do quadro 2, que traz a distribuição dos casos conforme a idade e o gênero, identificando os grupos populacionais mais afetados, há um número maior de pessoas do sexo masculino sendo acometidos pelo vírus, compreendendo uma faixa etária que vai dos 20 a 59 anos.

Figura 2 – Número de exames detectáveis para o vírus Oropouche por faixa etária e sexo, Brasil, 2023 e 2024. ( Instituto Adolfo Luiz; Centro de Vigilância Epidemiológica; Coordenadoria de Controle de Doenças; Governo de São Paulo.).

Fonte: Painel de Monitoramento de Arbovirose do Ministério da Saúde, 2024.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2024), no Brasil, entre a semana epidemiológica (SE) 1 e a SE 8 de 2024, o OROV foi detectado em 2.104 amostras, das quais 1.821 aconteceram no Amazonas, 172 em Rondônia, 51 no Acre e 12 em Roraima e chama a atenção para o fato de que todos os casos detectados em 2023 e 2024 provavelmente forma infectados nos estados da região Norte do Brasil (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima), inclusive os casos notificados em estados de outras regiões do país, em pessoas que visitaram esses estados. 

Percebe-se, portanto, que o número de casos de pessoas infectadas no Brasil é grande, e com tendência de aumentar, de forma sazonal, nos períodos chuvosos. Contudo, “considerando que sua apresentação clínica é semelhante a de outras infecções por arbovírus e que o diagnóstico laboratorial não está amplamente disponível, é possível que a verdadeira carga da doença nos países da Região esteja subestimada” (Ceará, 2024, p. 4), ou seja, o que implica dizer que os dados disponíveis sobre a febre Oropouche não refletem a realidade, já que, quando nos referimos à carga da doença, estar-se referindo ao impacto total de uma doença sobre a população, tanto no que diz respeito aos números de casos diagnosticados, quanto ao número referente à morbidade, mortalidade e o efeito na qualidade de vida.  

3.1.4 Fatores de Riscos 

No caso da febre Oropouche, assim como com outros vírus, o fator de risco está relacionado às características ou condições que contribuem para o aumento da probabilidade de uma pessoa vir a contrair a infecção pelo vírus Oropouche. Portanto, pode-se elencar 2 fatores amplos, que se constituem em fatores de riscos para a proliferação do vírus: 

1. Exposição Geográfica e Condições Ambientais

O habitat em que o vetor se desenvolve varia de espécie para espécie, mas, em geral, três elementos são necessários: umidade, sombra e matéria orgânica. Portanto, a exposição geográfica se constitui como fator de risco exatamente por ter relação com o fato de quem vive ou viajar para as áreas endêmicas, ou seja, para regiões onde o vírus é conhecido por circular, corre maior risco de infecção, alinhada às condições ambientais, são fatores que contribuem para a proliferação do vírus e, consequentemente, maior número de pessoas infectadas (BRASIL, 2024).  

Com relação às condições ambientais, os ambientes úmidos favorecem a sobrevivência e reprodução dos mosquitos, já que a umidade elevada proporciona um habitat propício para os criadouros. Também as temperaturas quentes são ideais para a reprodução dos mosquitos transmissores do vírus Oropouche. Neste sentido, as águas paradas também se configuram em fatores de riscos ambientais para a proliferação desses mosquitos, bem como uma vegetação densa se constitui em ótimos abrigos para os mosquitos. Por outro lado, pode se dizer das mudanças climáticas que as alterações no clima podem impactar a distribuição geográfica dos mosquitos e, em consequência, a incidência do vírus Oropouche em novas áreas (BRASIL, 2024).   

2. Atividades Humanas

A atividade humana é crucial, uma vez que a urbanização se constitui como fator de risco para a proliferação e possível surto, considerando que nas áreas urbanas o crescimento desordenado contribui para a criação de ambientes favoráveis para a reprodução de mosquitos, principalmente quando há acúmulo de lixo, entulhos e água parada.   

Neste sentido, a movimentação populacional, ou seja, a imigração de pessoas para áreas endêmicas também é uma movimentação que favorece o risco de uma pandemia (Sakkas et al, 2018).  

3.2 Aspectos Clínicos 

3.2.1 Sintomas

Os sintomas se assemelham aos da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. Portanto, entre os sintomas da doença estão a aparição repentina de febre, dor de cabeça, rigidez articular, dores e, em alguns casos, fotofobia, náuseas e vômitos persistentes que podem durar de cinco a sete dias (BRASIL, 2024). 

Embora a apresentação clínica grave seja rara, pode evoluir para meningite asséptica. A recuperação completa pode levar várias semanas.  

Nesse sentido, o Ministério da Saúde chama atenção para o fato de ser importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle (BRASIL, [s/d]). 

3.2.2 Diagnóstico

Romero-Alvarez e Escobar (2018) defendem que o diagnóstico clínico da febre de Oropouche se reveste de complexidade em decorrência das muitas semelhanças da febre Oropouche com outras arboviroses, resultando no fato dos exames primários realizados apresentarem algumas alterações, como no hemograma através de uma leucopenia e dosagens de enzimas hepáticas que ficam elevadas, como as transaminases.   Essa amplitude de informações acaba por torná-las inconclusivas, o que implica na necessidade de exames mais especializados e, mesmo havendo uma gama de testes que podem ser realizados, a duração de cada um e a porcentagem de sensibilidade e especificidade variam muito. Contudo, Sakkas et al., (2018 apud Pereira et al., 2021, p.23916) afirmam que

O diagnóstico clínico diferencial deve ser baseado em exames laboratoriais específicos confirmando infecção por febre OROV e que os testes sorológicos em busca de imunoglobulinas totais, M e G específicas são promissores, como ensaios imunoenzimáticos que apresentam uma alta sensibilidade e especificidade. Essa alta qualidade só aparecerá se a coleta do sangue estiver ocorrida em um período de janela imunológica (cinco dias após o início dos sintomas), onde, já tenha condições de obter anticorpos como resposta ao vírus.

Pereira et al., (2021) relatam que testes moleculares são realizados com técnicas refinadas e inovadoras, onde, buscam especificamente a presença de partes fragmentadas do genoma do vírus (SRNA) e afirmam ser possível o uso, além de amostras do soro, de sangue total e Líquido Cefalorraquidiano (LCR) e afirmam não testes imunocromatográficos para essa doença tornando ainda mais dificultoso o diagnóstico rápido. 

Pereira et al., (2021) afirmam haver relatos de possibilidade de se fazer a confirmação do OROV através de alguns fluidos, como saliva e urina, o que foi relatado por Nascimento et al (2020); Fosenca et al (2020) e que há, mediante o afunilamento dos rastreios da doença visando um melhor resultado dos exames, considerando-se a diversificando das amostras (Pereira et al., 2021). 

3.2.3 Tratamento 

As medidas recomendadas de prevenção para evitar a transmissão por meio de picadas incluem “proteger as casas com redes de malha fina nas portas e janelas, bem como em camas e móveis onde as pessoas descansam; usar roupas que cubram pernas e braços; aplicar repelentes contendo DEET, IR3535 ou icaridina”. Todas as pessoas que vivem em áreas com transmissão de arbovírus, incluindo Oropouche, devem tomar precauções para prevenir picadas de mosquitos e maruins. Isso inclui pessoas com condições preexistentes, idosos, crianças pequenas e mulheres grávidas. (OPAS, 2024, par. 10).  

O texto da OPAS esclarece que se deve atentar para o fato de que, como os maruins são muito menores que os mosquitos, as redes tradicionais para mosquitos não protegem contra suas picadas, portanto, deve ser usada a rede de malha fina. 

Por não haver, ainda, um tratamento antiviral específico disponível para a febre Oropouche, o manejo da doença é sintomático, ou seja, consiste no alívio dos sintomas, para controlar a febre, mas não atuam na causa da doença. Portanto, o manejo dos sintomas inclui repouso, hidratação e o uso de analgésicos e antitérmicos para aliviar a febre e a dor (BRASIL, 2024).  

O Ministério da Saúde orienta que se deve procurar o um serviço médico no início dos sintomas e que os pacientes devem ficar em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico (BRASIL, 2024). 

Para controlar o Orov, a Opas faz um chamado aos países da região para implementarem medidas de prevenção e controle de vetores, incluindo o fortalecimento da vigilância entomológica, a redução das populações de mosquitos e outros insetos transmissores. A agência também ressalta a importância de conscientizar a população sobre medidas de proteção pessoal, especialmente gestantes, para prevenir picadas (OPAS, 2024). 

3.3 Caracterização Molecular do Vírus Oropouche  

Quanto a extração do RNA viral, a partir dos fluidos celulares (VERO e/ou C6/36) infectados ou das amostras biológicas de humanos e animais silvestres, Nunes et al., (2009) afirma ter sido utilizada a técnica do Trizol LS (Invitrogen, Estados Unidos), observando-se as instruções do fabricante. 

Quanto a detecção do genoma viral, visualização e purificação do produto, Nunes et al., (2009) relatam o uso da técnica de RT-PCR em um único tubo para a amplificação do genoma de diferentes arbovírus, previamente isolados, usando iniciadores genéricos e degenerados e, ainda, que depois da identificação do grupo viral mediante a utilização de iniciadores de grupo, iniciadores tipos específicos foram empregados para a obtenção de sequências específicas, e as reações de RT-PCR foram realizadas conforme descrito por Lanciotti et al (1992). 

No que diz respeito a obtenção das sequências, Nunes et al., (2009) relatam que,

O sequenciamento nucleotídico foi realizado empregando os mesmos iniciadores utilizados na reação de RT-PCR (Tabela 1) para os vírus amplificados, bem como o kit ABI PRISM Dye Terminator (Applied Biosystems, Estados Unidos), cujas reações foram processadas em seqüenciador automático, modelo ABI PRISM 377 (Applied Biosystems, Estados Unidos), pelo emprego do método de terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos marcados com substâncias fluorescentes.

Nunes et al., (2009), afirmam que o sequenciamento nucleotídico foi realizado fazendo se uso dos mesmos iniciadores utilizados na reação de RT-PCR para os vírus amplificados, bem como o kit ABI PRISM Dye Terminator (Applied Biosystems, Estados Unidos), cujas reações foram processadas em sequenciador automático, modelo ABI PRISM 377 (Applied Biosystems, Estados Unidos), pelo emprego do método de terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos marcados com substâncias fluorescentes. 

3.3.1 Características genéticas e morfológicas 

Vasconcelos (2009) relata o estudo de Saeed et al, (2000), como o primeiro estudo genético sobre o VORO, sendo este a

Lançou as bases para o entendimento da epidemiologia molecular deste agente viral, evidenciando a existência de pelo menos três linhagens genéticas distintas circulantes nas Américas denominadas de genótipos I, II e III. Com base nos achados referentes ao sequenciamento nucleotídeos do gene N (PRNA) de aproximadamente 30 cepas do VORO isoladas de diferentes hospedeiros, localidades geográficas e períodos distintos, pode-se concluir que em Trinidad & Tobago, somente o genótipo I foi encontrado, enquanto que no Peru a linhagem descrita foi o genótipo II e no Panamá foi o genótipo III. No Brasil, dois dos três genótipos foram detectados, embora o genótipo I seja mais frequentemente encontrado no leste da Amazônia, enquanto o genótipo II no Oeste Amazônico (Saeed et al., 2000 apud Vasconcelos 2009, p.4748).

Contudo, não para por aí. Vasconcelos relata outro estudo mais recente (2000) quando uma cepa do VORO, de genótipo III, foi isolada de um novo hospedeiro vertebrado (Callithrix sp) no Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil, previamente encontrada somente no Panamá sugerindo um possível potencial de dispersão do VORO para regiões populosas e altamente susceptíveis. 

Também, houve relatos da análise molecular de cepas adicionais isoladas durante epidemias ocorridas entre 2003 e 2006 nos municípios de Parauapebas, Porto de Moz e na região Bragantina, nos municípios de Igarapé Açu, Maracanã, Magalhães Barata e Viseu, onde foi demonstrado a co-circulação dos genótipos I e II e sua associação aos casos de Febre do Oropouche na região (Azevedo et al., 2007; Vasconcelos et al., 2009 apud.). 

4.2 Mecanismos de Patogenicidade 

De acordo com notícia veiculada no portal da Sociedade Brasileira de Microbiologia, em 2018, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelaram a estratégia utilizada pelo vírus Oropouche, transmitido pelo maruim para se replicar nas células humanas.  

O texto informa que o estudo realizado pela USP em colaboração com cientistas do Hospital Universitário de Tübingen, na Alemanha, foi publicado no periódico científico PLOS Pathogens, possibilitou a descoberta de como, após invadir a célula, o patógeno “sequestra” a organela conhecida como complexo de Golgi, transformando-a em uma espécie de fábrica de vírus e esclarece que isso só é possível por que o Oropouche recruta complexos proteicos da célula hospedeira chamados ESCRT3, os quais têm a capacidade de deformar a membrana da organela, permitindo a entrada do genoma viral, fato nunca antes demonstrada para nenhum outro vírus, descoberta essa que aponta novos alvos a serem explorados na tentativa de barrar a infecção. 

CONCLUSÕES 

O VORO, agente causador da febre do Oropouche e objeto deste estudo, atualmente é um dos mais importantes vírus que infectam o homem na Amazônia brasileira, superado somente pelo vírus da dengue. 

Considerando o exposto ao longo do estudo, pode-se concluir que a Febre de Oropouche representa um desafio significativo de saúde pública isto por que a falta de conhecimento sobre a dinâmica do vetor, especialmente sua capacidade de adaptação ao ambiente periurbano, alinhado ao número limitado de profissionais especializados, dificulta um diagnóstico rápido, preciso, pois, em que pese o fato de que, inicialmente não se tenha constatado que a doença seja fatal, ela causa sintomas graves e prolongados, impactando a qualidade de vida das pessoas que se infectaram e, a exemplo do Covid- 19, saber-se-á o que nos espera em termos de sequelas/consequências? Mas, o fato é que abordar este assunto nos permitiu constatar que o diagnóstico preciso e o tratamento adequado são fundamentais para o controle da propagação da Febre de Oropouche, uma vez que, apesar de não ser recente a sua descoberta, ainda é incipiente o conhecimento acerca da gravidade dos sintomas da doença, da forma como ele pode atuar no organismo e da sua capacidade de multiplicação em nosso organismo.   

A que se ponderar, ainda, que há uma discussão acerca da subnotificação dos casos de febre Oropouche, considerando-se que o número de casos de pessoas infectadas representa um número pequeno, não se tendo a garantia de que a análise e revisão laboratorial seja realizada para todos os infectados, deixando claro a existência de paradigmas relacionados ao dado fidedigno do real número de casos da febre Oropouche no país. 

Portanto, seguir as orientações da OPAS é essencial, pois esta preconiza ações de prevenção e controle de vetores, incluindo o fortalecimento da vigilância entomológica, a redução das populações de mosquitos (e outros insetos transmissores) e a educação da população sobre medidas de proteção. 

Sem dúvidas, mediante o que se experienciou com o advento da Covid -19, bem como o que se vislumbra com a propagação da febre Oropouche, nos comissiona a afirmar da urgência que se faz no Brasil de mais investimentos, tanto em pesquisa, como em capital intelectual. Assim, como da importância do monitoramento e da vigilância para que se venha a compreender o quadro epidemiológico do país, principalmente nos dias atuais em que se vivencia um contexto de sérias mudanças climáticas, de um contexto de desmatamento sem precedentes, o que vem alterando os nichos ecológicos e mudando o comportamento de vetores e outros animais. Nestes tempos a vigilância e monitoramento são tudo! 

A que se esclarecer que o Ministério da Saúde afirma estarem em andamento três grupos de pesquisa sobre febre do Oropouche, sendo o foco de um deles, informações laboratoriais, tais como a linhagem do vírus e características genômicas. O outro estudo acompanha as manifestações clínicas dos pacientes e o terceiro grupo investiga qual o ciclo da doença nos mosquitos transmissores.  


2Instituto Adolfo Luiz; Centro de Vigilância Epidemiológica; Coordenadoria de Controle de Doenças; Governo de São Paulo.
3(complexo endossomal necessário para o transporte de proteínas)

REFERÊNCIAS 

BRASIL. Ministério da Saúde. Atualização de Casos de Arboviroses. Painel de Arboviroses, 2024. Disponível em: ttps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-az/a/aedes-aegypti/monitoramento-das-arboviroses. Acesso em: 05 set. 2024. 

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1Acadêmico (a) do Curso de Graduação Bacharelado em Biomedicina do Centro Universitário UNINORTE, Rio Branco – Acre.
2Docente do Curso de Graduação Bacharelado em Biomedicina do Centro Universitário UNINORTE, Rio Branco – Acre.