REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410301609
Adriana de Almeida Chaves1
Jardeth Maria Rodrigues Casimiro Prado2
Orientadora: Andreia Ayres Gabardo3
RESUMO
A violência sexual infantil é uma forma de violência que pode desencadear disfunções cognitivas, emocionais e comportamentais nas vítimas, ainda que na vida adulta e que necessitam intervenção psicológica eficaz de modo a minimizar esses danos psíquicos, sendo que o tratamento é um desafio para a prática de psicólogos, devido à complexidade do fenômeno. O presente trabalho tem como objetivo compreender esses efeitos na vida dos vitimados, bem como identificar os sintomas e as intervenções psicoterápicas, individual e em grupo, dentro da TCC – terapia cognitivo-comportamental para esses casos, utilizando técnicas específicas, como dentro do TEPT – transtorno de estresse pós traumático, de modo a alcançar efetividade na reestruturação da cognição, pensamentos, reações emocionais e comportamentais desadaptativos, com enfrentamento e superação dessas adversidades.
Palavras-chave: violência sexual infantil. repercussões comportamentais. intervenção psicoterápica – TCC.
ABSTRACT
Child sexual violence is a form of violence that can trigger cognitive, emotional and behavioral dysfunctions in victims, even in adulthood, and that require effective psychological intervention in order to minimize these psychological damages, and treatment is a challenge for practicing psychologists, due to the complexity of the phenomenon. The present work aims to understand these effects on the lives of victims, how to identify the symptoms and psychotherapeutic interventions, individual and in group, within CBT – cognitive-behavioral therapy for these cases, using specific techniques, such as within PTSD – post-traumatic stress disorder, in order to achieve effectiveness in restructuring cognition, thoughts, emotional reactions and maladaptive behaviors, with coping and overcoming these adversities.
Key-words: child sexual abuse. behavioral repercussions. psychotherapeutic intervention – CBT.
1 INTRODUÇÃO
A violência infantil, em especial a sexual, tem atingido diversas famílias no mundo inteiro, uma realidade que não encontra guarida em classes sociais, mas por serem vulneráveis e dependentes, crianças e adolescentes se tornam alvos fáceis de abusos físicos, emocionais e sexuais, um problema que alcança todas as esferas da sociedade, jurídicas, políticas, psicossociais e, é claro, a saúde pública. A relação entre a violência sexual na infância e o ato de silenciamento da vítima com manifestações de sintomas como depressão, ansiedade, dificuldade de regulação emocional, abuso de drogas e relações interpessoais prejudicadas é pertinente. Como ressalta CUNHA (2021) um evento traumático na infância pode ter um impacto determinante na vida adulta, já que essa é uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano.
Os direitos das crianças e adolescentes são assegurados pela Convenção dos Direitos Humanos, ratificados pelo Brasil e reproduzidos por meio da Constituição Federal (CFB 1988) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, Lei nº 8.069/90 que estabelece:
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (BRASIL, Lei nº 8.069/90, 2024).
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento importante para a análise da conjuntura de violências no país, em 2022, trouxe dados impactantes de violência sexual infantil:
Desde 2019, quando pela primeira vez o Fórum Brasileiro de Segurança Pública conseguiu separar os dados do crime de estupro do crime de estupro de vulnerável, pudemos enxergar que 53,8% desta violência era contra meninas com menos de 13 anos. Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8% em 2021. De 2020 para 2021 observa-se um discreto aumento no número de registros de estupro, que passou de 14.744 para 14.921. Já no que tange ao estupro de vulnerável, este número sobe de 43.427 para 45.994, sendo que, destes, 35.735, ou seja, 61,3%, foram cometidos contra meninas menores de 13 anos (um total de 35.735 vítimas) (DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2022).
Diante destes dados, que demonstram uma crescente, inclusive quando se refere à exploração sexual que tem uma baixa notificação, segundo Anuário, tornar-se-á imprescindível atuação conjunta do governo, sociedade e órgãos especializados na prevenção, repressão e tratamento das vítimas.
O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) por meio do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) registrou mais de 17,5 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes nos quatro primeiros meses de 2023, aumento é de 68% em relação ao mesmo período de 2022, porém com maior participação da sociedade na mobilização e denúncia, sendo a casa da vítima, do suspeito ou de familiares o pior cenário, com quase 14 mil violações, dados estarrecedores (DISQUE 100, 2023).
A compreensão da extensão dos danos da violência sexual infanto juvenil é uma tarefa difícil, com grande escassez de informações sistematizadas e contínuas que dificultam tanto o dimensionamento como enfrentamento da problemática, que atinge diferentes âmbitos da sociedade, não escolhendo classe social, devendo ser considerado as particularidades que envolvem a violência praticada, a singularidade das vítimas e as circunstâncias, no entanto,
A maioria dos pesquisadores concorda que o abuso sexual infantil é facilitador para o aparecimento de psicopatologias graves, prejudicando a evolução psicológica, afetiva e social da vítima. Os efeitos do abuso na infância podem se manifestar de várias maneiras, em qualquer idade da vida. (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 151).
Com implicações na saúde física e mental da criança e do adolescente, ocasionando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir por toda vida, a violência sexual infantil importa em sua detecção precoce para que possa propiciar um tratamento e acompanhamento adequados, com a minimização das suas sequelas, em que todas as distorções devam ser avaliadas e tratadas, para que se interrompa sua possível continuidade, uma vez que são praticados, em sua maioria, por pessoas ligadas diretamente às vítimas e sobre as quais exercem alguma forma de poder ou de autoridade, nem sempre acompanhado de violência física aparente, podendo se apresentar de várias formas e níveis de gravidade e decorrências psicológicas que podem ser avassaladoras, com dificuldades conseguintes na vida adulta dessas crianças (PFEIFFER, 2005), sendo este o problema abordada neste artigo.
Diante deste contexto e pelos contundentes relatos de pessoas, durante os estágios obrigatórios I e II, que foram vítimas de violência sexual na infância e início de sua adolescência que, por não terem sido devidamente tratadas, ainda na fase da “adultez”4, sofrem as consequências da violência que vivenciaram, algumas com indicativos de psicopatologias e comportamentos alterados, ainda que em anos posteriores. Mas como reflexo da violência sofrida, fez-se relevante o estudo da temática no sentido de compilar, refletir e problematizar materiais que favoreçam intervenções na prática de profissionais psicólogos dentro das perspectivas psicoterapêuticas da TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) a fim de tornar o tratamento das vítimas promissor, auxiliando na ressignificação do trauma bem como sua própria história de vida perante o que aconteceu.
Nesse sentido, fundamental buscar na literatura, cartilhas e periódicos que abordam a violência sexual infantil, como ela interfere no desenvolvimento e na saúde, trazendo elementos que possam identificar a presença de problemas psíquicos ou relacionais da vida adulta ocasionados pelo abuso sexual na infância e apontar como a terapia pode minimizar, quando não extinguir, os danos decorrentes da agressão sofrida.
A proposta do estudo é justificada pelas repercussões negativas desse tipo de violência sexual na vida de seus vitimados, especialmente no desenvolvimento posterior, nas marcas físicas, psíquicas, sociais, fisiológicas, sexuais, dentre outras, que venham a prejudicar lhes, direta ou indiretamente, considerando algumas particularidades:
As consequências ou o grau de severidade dos efeitos do abuso sexual variam de acordo com algumas condições ou predeterminações de cada indivíduo, dentre eles: a idade da criança quando houve o início da violência; a duração e quantidade de vezes em que ocorreu o abuso; o grau de violência utilizado no momento da situação; a diferença de idade entre a pessoa que cometeu e a que sofreu o abuso; se existe algum tipo de vínculo entre o abusador e a vítima; o acompanhamento de ameaças (violência psicológica) caso o abuso seja revelado. (FLORENTINO, 2015, p.140).
Os efeitos, portanto, do abuso sexual podem variar conforme as peculiaridades pessoais da criança/adolescente, observado o apoio social e afetivo recebido de pessoas da sua rede de proteção, onde os danos no desenvolvimento cognitivo, emocional e comportamental oscilam de efeitos traumáticos menores aos de gravidade superiores que podem se manifestar subsequentemente na saúde mental, podendo ser profundamente devastadores a curto, médio e longo prazo, ou se tornarem permanentes.
É salutar a importância de tratamento psicológico, bem como de atenção redobrada no que se refere aos efeitos negativos para o desenvolvimento físico e emocional de crianças e/ou adolescentes que são expostas à esse traumas; inclusive, havendo estudos sinalizadores de que, entre os danos de ordem psicológicas, encontram-se altas taxas de suicídio, abuso de substâncias psicoativas, Transtorno do Estresse Pós-Traumático, problemas em relação à percepção da imagem corporal, desordens de ansiedade e comportamento antissocial (Almeida, 2012 apud GONÇALVES, 2018). Podendo ocorrer, ainda, quadros fóbicos e ansiosos, distúrbios do sono, sentimento de rejeição, sensações crônicas de perigo, culpa excessiva, doenças gastrointestinais, problemas sexuais e de saúde reprodutiva, déficits nas habilidades sociais, entre outras, que necessitam de acompanhamento psicoterápico e/ou psiquiátrico (Schneider & Habigzang, 2016; Florentino, 2015; WHO, 2014; Baía, et al., 2015; Day, 2003; Silva & Hutz, 2002 apud GONÇALVES, 2018).
Portanto, perante a magnitude da temática, objetivou-se com o estudo compreender os efeitos danosos da violência sexual infantil no comportamento subsequente da vitima, passível de repercutir no futuro adulto desde que não tratados a contendo, bem como contextualizar a revisão das teorias envolvidas com a temática, identificando os principais sintomas psicológicos nos padrões comportamentais oriundos dessas experiências traumáticas e investigar intervenções psicoterápicas com soluções estratégicas de enfrentamento e superação dessas adversidades, que ofereçam melhoras significativas na vida de seus vitimados.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Conceitos
a) Violência
Violência, segundo a OMS, é usar de forma intencional a força física ou poder, seja real ou ameaça, contra si próprio, outra pessoa, grupo, comunidade, resultando ou com chances de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação e conceitua violência sexual como todo ato sexual, consumado ou tentado ou mesmo insinuações sexuais indesejadas, comercialização da sexualidade de uma pessoa pela da coerção, independentemente da relação desta com a vítima, em qualquer âmbito, lar e o local de trabalho. No que se refere a violência sexual infantil, é aquela praticada contra criança ou adolescente menor que 18 anos, quando esta é submetida à atividade sexual a qual não possa compreender, com a qual tem o desenvolvimento incompatível, e que não possa dar consentimento e/ou que viole as leis ou as regras da sociedade (WHO, 2016).
b) Vítima
Para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vítima é qualquer pessoa que tenha sofrido danos físicos, emocionais, em sua própria pessoa ou em seus bens, causados diretamente pela prática de um crime, ato infracional, calamidade pública, desastres naturais ou graves violações de direitos humanos. (art. 3º da Resolução nº 243/2021/CNMP).
c) Comportamento
A violência inclui mais do que atos que resultam em danos físicos, suas nuances reverberam em mortes ou lesões, podendo abranger doenças transmissíveis e não transmissíveis, danos psicológicos, deficiência de desempenho educacional ou ocupacional e nos comportamentos, que são o conjunto de ações e reações de um indivíduo observáveis objetivamente, tendo em conta seu meio social, o ambiente em que está inserido (DICIO, Dicionário Online de Português). Modificações comportamentais podem ocorrer pelos malefícios que surgem, sem soluções temporais, que modificam condutas, visão de mundo, pessoas e quando na infância, podem ter efeitos negativos duradouros no desenvolvimento, nas funções biológicas do cérebro, sendo que experiências de ressonância magnética realizadas em vítimas de incesto confirmam associação entre maus tratos precoces e redução do tamanho do hipocampo adulto, com diminuição da memória:
Como o abuso infantil ocorre durante o período formativo crítico em que o cérebro está sendo fisicamente esculpido, com a experiência, o impacto do extremo estresse pode deixar uma marca indelével em sua estrutura e função. Tais Abusos induzem a uma cascata de efeitos moleculares e neurobiológicos que alteram de modo irreversível o desenvolvimento cerebral (TEICHER, 2002).
Kaplan e Sadock (1990), afirmam que os maus-tratos durante a infância retratam uma doença médico-social uma vez estar assumindo proporções epidêmicas na população mundial. Avaliar entendendo a extensão das consequências da violência sexual infanto-juvenil é um trabalho árduo pela carência de estudos longitudinais que acompanhem as vítimas por um longo prazo. No entanto,
A maioria dos pesquisadores concorda que o abuso sexual infantil é facilitador para o aparecimento de psicopatologias graves, prejudicando a evolução psicológica, afetiva e social da vítima. Os efeitos do abuso na infância podem se manifestar de várias maneiras, em qualquer idade da vida (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 151).
Por meio dessas análises, torna-se possível identificar os efeitos específicos do trauma, permitindo a implementação de intervenções terapêuticas que atendam de forma sensível às necessidades individuais. Além disso, SANTOS, PONTE & SILVA (2021) afirmam que uma abordagem terapêutica precoce pode prevenir o agravamento do quadro de desenvolvimento psíquico, social e emocional das vítimas.
d) Abuso Sexual e Trauma
Perfaz-se, então, de significativa importância compreender esse assunto por meio de pesquisas em sua literatura conceituada, nacional e internacional, tendo em vista o interesse universal, pois os casos que ocorrem são de interesse mundial como preconiza a OMS:
O abuso sexual infantil é considerado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um dos maiores problemas de saúde pública. Estudos realizados em diferentes partes do mundo sugerem que 7-36% das meninas e 3-29% dos meninos sofreram abuso sexual. A sua real prevalência é desconhecida, visto que muitas crianças não revelam o abuso, somente conseguindo falar sobre ele na idade adulta. As estatísticas, portanto, não são dados absolutos. Trabalha-se com um fenômeno que é encoberto por segredo, “um muro de silêncio”, do qual fazem parte os familiares, vizinhos e, algumas vezes, os próprios profissionais que atendem as crianças vítimas de violência (PFEIFFER, 2005).
A severidade dos efeitos da violência sexual podem ser biológicos (que, embora pareçam distante do debate da psicologia, necessitam ser consideradas), a presença de lesões no corpo é componente que interfere no modo de vivenciar a experiência e agrava os comprometimentos subjetivos, psíquicos do abuso sexual, que tem variações de acordo com algumas condições, como: a idade da vítima, a diferença de idade com o abusador, grau de violência, ameaças se contar, grau de vinculo, duração e quantidade com manifestações, que segundo DAY et al. (2003), podem ocorrer a curto ou longo prazo.
Essas manifestações são diversificadas, e no que se refere aquelas de curto prazo, de acordo com DAY et al. (2003), tem-se medo do agressor e de pessoas do mesmo sexo do agressor, sintomas psicóticos, isolamento social e sentimentos de estigmatização, quadros fóbico-ansiosos, obsessiva-compulsivo, depressão, distúrbios do sono, aprendizagem e alimentação, sentimentos de rejeição, confusão, humilhação, vergonha e medo; secularização excessiva, como atividades masturbatórias compulsiva. Quanto as de longo prazo, pode ocorrer incidência de transtornos psiquiátricos, como dissociação afetiva, pensamentos invasivos, ideação suicida e fobias agudas, com níveis mais intensos de medo, ansiedade, depressão, raiva, culpa, isolamento e hostilidade; como, ainda, sensação crônica de perigo e confusão, com cognição e imagens distorcidas, com dificuldade de perceber a realidade; pensamento ilógico, redução na compreensão de papéis mais complexos e dificuldade para resolver problemas interpessoais, abuso de álcool e outras drogas, disfunções sexuais e menstruais.
Pesquisas e estudos, na seara neurológica, sustentam que tais situações de violência sexual são potenciais para acarretarem lesões temporárias ou permanentes na estrutura cerebral, demonstrado nesta citação:
Procurando observar o efeito sobre o sistema límbico de pessoas que haviam sofrido abuso na infância, utilizou a técnica da coerência em eletroencefalograma, um sofisticado método de análise quantitativa que fornece evidências sobre a microestrutura do cérebro. Comparou 15 voluntários saudáveis com 15 pacientes psiquiátricos, crianças e adolescentes, que tinham histórico confirmado de intenso abuso físico ou sexual. Medidas de coerência mostraram que os córtex esquerdos dos jovens do grupo controle eram mais desenvolvidos que os direitos. Já os pacientes que haviam sofrido maus-tratos possuíam o córtex direito claramente mais desenvolvido, embora todos fossem destros e, portanto, tinham o córtex esquerdo dominante. A hipótese resultante foi a de que as crianças maltratadas teriam armazenado suas memórias perturbadoras no hemisfério direito e a ativação de tais memórias poderia ativá-lo preferencialmente (TEICHER, 2002 apud ROMARO; CAPITÃO, 2007 p. 143).
Neste sentido, considerando o trauma psíquico, etimologicamente essa palavra trauma vem do grego e significa ferida, e estando no centro do abuso sexual, a atuação do psicólogo no cenário dessa agressão, não importando sua abordagem teórica, deve ser propiciado e favorecido dentro de um ambiente acolhedor e seguro para a vítima, de modo a estabelecer o vínculo terapêutico, a empatia, visando dirimir as desordens ocasionadas pela violência sexual sofrida (LUCIVÂNIA ET AL., 2009).
2.2 Intervenção Psicoterápica
A psicoterapia, na literatura atual, é apontada como extremamente necessária ao tratamento das vítimas de abuso sexual infantil, podendo, em muitos casos, ser mais importante do que o tratamento medicamentoso, pois as intervenções precoces nestes casos, podem diminuir os sintomas do abuso, minimizando os riscos a longo prazo para a criança e para a sociedade como um todo, tendo em vista os riscos de depressão e suicídio, desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), comportamento sexual promíscuo, déficits no rendimento escolar e ciclo de violência (Almeida, 2012 apud FARIAS, 2015).
Desenvolvida por Beck, a terapia cognitivo comportamental (TCC), tornou-se ferramenta eficaz nos casos de violência sexual, por ser baseada na interpretação do pensamento que o indivíduo faz frente a uma situação, isto por sua vez, influencia a forma como a pessoa sente-se emocionalmente, e como se comporta. Por ser fundamentada no modelo cognitivo, supõe que somos influenciados pelas percepções que temos dos eventos, que intervém nos pensamentos, emoções e comportamentos, a partir da avaliação de um determinado evento/situação, pois, não é o evento em si que gera pensamentos e comportamentos, mas a forma que uma pessoa sente é determinada pela compreensão que realiza da situação. O paciente aprende junto a identificar, avaliar e modificar os pensamentos desadaptativos que causam dor emocional ao paciente, ajudando-o a planejar formas mais eficazes em lidar com situações futuras modificando sua visão de percepção em relação aos eventos (BECK J., 2022).
Por trabalhar com alvos específicos, a TCC, através de estratégias e plano de ação com início, meio e fim, promove ações preventivas, possibilitando a diminuição da incidência de futuras revitimizações das vítimas e seus familiares, além de sua forma de atuação possuir evidências científicas de que efetivamente proporciona resultados positivos (REZENDE, 2011). Uma intervenção eficaz, trazendo alterações a curto e médio prazo, sessões estruturadas, com metas, possibilitando ao paciente melhor aderência e confiança ao tratamento, o desenvolvimento de habilidades que poderão ser utilizadas em outras situações da vida, dando lhes esperança de uma mudança visível e atingível (Almeida, 2012 apud FARIAS, 2015).
As consequências do abuso podem permanecer ao longo da vida e até agravar-se sem o tratamento adequado; os sintomas psicológicos não diminuem com a passagem do tempo, sendo de grande relevância a intervenção psicoterápica ainda que na idade adulta (HABIGZANG, 2011).
Alguns estudos indicam (HABIGZANG, 2011) que o TEPT – Transtorno de Estresse Pós-traumático, é o quadro psicopatológico mais associado ao abuso sexual contra crianças e adolescentes. Vem como resposta a um estresse, de forte significado emocional, tornando traumático e desencadeando uma cascata de eventos psicológicos e neurobiológicos relacionados onde a vítima perde o controle físico e psicológico da situação, com níveis de ansiedade elevados e com alterações das cognições, afetos, comportamentos. Reagem intensamente com a dor, pavor, medo e terror, ou seja, o transtorno está ligado a experiências incomuns da existência humana causadoras de impacto emocionalmente severo no indivíduo, deixando consequências que afetam a toda sua saúde, física e mental (FLORENTINO, 2015).
Portanto, primordial no tratamento, o profissional fazer uma avaliação diagnóstica minuciosa, ter uma relação terapêutica empática e sólida, tendo como uma das técnicas a serem utilizadas com os pacientes a psicoeducação referente ao modelo cognitivo sobre a violência sexual infantil, que conduzirá ao reconhecimento dos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos, que venha ter quando relembrar da violência vivida, sendo o primeiro passo após o acolhimento para a intervenção terapêutica (FARIAS, 2015).
Uma vez que a vítima de abuso sexual apresenta severas distorções cognitivas desencadeadoras e mantenedora de sintomas psicopatológicos, o terapeuta estabelece uma relação que propicie mudanças de comportamento mais adaptativas e flexíveis a partir da reestruturação cognitiva (HABIGZANG, 2006). Embora não sejam todas as vítimas que desenvolvem TEPT, muitas apresentam sintomas associados a esta psicopatologia, de modo que são utilizadas técnicas com exposição gradual, dessensibilização sistemática, inoculação de estresse, treino de relaxamento, interrupção e substituição de pensamentos perturbadores por outros que recuperem o controle das emoções (LUCÂNIA et al., 2009; HABIGZANG e KOLLER, 2009).
Como dessensibilização sistemática, tem-se um conjunto de técnicas de exposição à vivência traumática, onde o terapeuta na sessão, depois do paciente estar relaxado, sem ansiedade, o auxiliará para uma exposição imaginária, de forma gradual das situações temidas. Essa repetição da exposição à lembrança traumática em um ambiente controlado possibilita ao paciente a habituação ao medo e consequentemente a modificação do esquema disfuncional de esquiva perante as lembranças do abuso (KNAPP e CAMINHA, 2003).
Caracterizado como um exercício de relaxamento completo, o treino de relaxamento começa pela cabeça, seguindo as principais partes do corpo, tencionar e relaxar cada uma das partes até os pés, junto a respiração diafragmática, para que, nos momentos das lembranças traumáticas, possa realizar respiração, reduzindo e a ansiedade.
Outra forma de auxílio, é treinar o paciente vivenciando a situação de estresse antecipadamente, para prepará-lo frente a situação real temida, desenvolvendo recursos pessoais de enfrentamento, como também no intuito de ativar a memória ao trauma e detalhar lembranças intrusivas possibilitando uma sensação de controle da intensidade das emoções associadas, é o que se chama de técnica de inoculação de estresse (FARIAS, 2015).
O role play é outra técnica utilizada com grande eficácia como um teatro da história do trauma, das melhoras (antes e depois), com a finalidade de apresentar novas estratégias desenvolvidas após o tratamento (KNAPP, 2003 e CAMINHA, 2011).
Então, inicia-se o processo de reestruturação de cognições distorcidas, que são estratégias cognitivas e comportamentais para lidar com lembranças intrusivas do abuso, elaborando explicações mais adaptativas.
A prevenção de recaída, em casos de violência sexual infantil, tem como objetivo construir o fortalecimento de medidas de autoproteção e retomar as técnicas aprendidas no processo psicoterápico para lidar com sintomas, pensamentos, emoções e comportamentos decorrentes do abuso sexual, preparando o paciente e seus responsáveis para a alta, e transferindo a responsabilidade do tratamento (HABIGZANG, 2010).
Essas técnicas interventivas são formas de tratamentos utilizados frente ao abuso, podendo ser individuais, familiares e grupais; a grupoterapia tem obtido resultados mais positivos, essa psicoterapia em grupo possibilita a troca de experiência, bem como encontros sem julgamentos onde a vítima encontra maior facilidade de tratar seus medos e sanar suas dúvidas, sendo eficaz, também, aos sintomas de depressão, ansiedade e associados ao TEPT, sintomas estes que estão presentes em quase todos os casos de violência sexual infantil (HABIGZANG, 2010).
3 MATERIAL(IS) E MÉTODOS
Trata-se de um método construído no estudo de revisão bibliográfica, com análise de discursos, de caráter qualitativo exploratório, que consiste em realizar uma síntese e análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado (Botelho, Cunha & Macedo, 2011). De acordo com Gil (1991, p. 48) a pesquisa bibliográfica:
é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
A abordagem qualitativa na pesquisa científica é um método investigativo focado na compreensão detalhada e na interpretação dos significados, experiências e contextos sociais dos participantes, o foco está em aspectos da realidade que não podem ser medidos quantitativamente (SOARES, 2019). Independente de dados numéricos e estatísticos, a pesquisa qualitativa procura captar a complexidade e a subjetividade dos fenômenos estudados. Em outras palavras, lida com o universo dos significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes (MINAYO, 2014). Estudos qualitativos-descritivos têm como objetivo principal “delinear ou analisar as características de um fenômeno” (CAMPOS, 2000, p. 54).
A pesquisa documental é aquela que utiliza documentos, escritos ou não, como fonte primária de dados, é característica das Ciências Humanas e abrange todas as informações já tornadas públicas em relação ao tema, e tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi dito, escrito ou filmado sobre determinado assunto (CAMPOS, 2000, p. 53).
Deste modo, na elaboração do trabalho, a metodologia realizou-se a partir da análise de artigos científicos, cartilhas e livros no período de 2013 a 2023. Utilizados como portais de pesquisa o SciELO (Scientific Electronic Library Internet), Google Acadêmico (Google Academic) e descritores como “abuso infantil”, “violência sexual infantil” e “impactos psicológicos”, bem como a pesquisa documental, com obras de psicologia, serviço social e direito, seguindo as etapas de leitura, fichamentos e interpretação das referências com finalidade buscar embasamento teórico, cujo desenvolvimento ocorreu com identificação do tema, delimitação da questão abordada, seleção com base nos títulos, seguida pela avaliação dos resumos, leitura integral dos textos selecionados, organização das informações e discussões pertinentes ao tema.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise dos artigos, é possível verificar que a violência sexual infantil prevalece mais no sexo feminino que no masculino, ocorrendo quando as vítimas tinham entre 5 e 10 anos e a revelação, o silêncio sendo rompido, na maioria dos casos, ocorre apenas na adolescência ou na vida adulta, por diversos motivos, como medo, vergonha, ameaças, culpa, dentre outros (HABIGZANG et al., 2010).
As premissas da TCC, quanto as percepções cognitivas, comportamentais e sociais, têm se mostrado mais efetiva dentre a demais abordagens terapêuticas, para tratamento do abuso sexual sofrido, ajudando nos enfrentamentos e na busca da superação do trauma, apontando redução de sintomas, sendo perceptível que o TEPT está amplamente associado com essa violência, bem mais que outros transtornos psicológicos (FLORENTINO 2015).
A psicologia exerce papel fundamental no tratamento clínico dos sintomas psicológicos associados a violência, como recuperação e a resiliência das vítimas, podendo incluir também a defesa dos direitos destas, na prevenção, na colaboração com outros profissionais e organizações para criarem ambientes seguros e de apoio, atuando como mediadores na reconstrução dos laços familiares e na resolução dos conflitos oriundo do abuso sexual com abordagens focadas em restaurar as condições físicas, psicológicas e sociais (SANTOS, PONTE & SILVA, 2021).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo compreender os efeitos da violência sexual infantil no comportamento ulterior da vítima, quando não tratados corretamente, com possíveis repercussões nos comportamentos na vida adulta anos depois do ocorrido, bem como trouxe os principais sintomas psicológicos, intervenções psicoterápicas com soluções estratégicas de enfrentamento e superação dessas adversidades.
O tema violência sexual infantil é bastante pesquisado, tendo em vista a relevância de se conhecer e compreender melhor os diversos aspectos que o envolvem para identificar situações, reconhecer os aspectos envolvidos e oferecer uma produção adequada para superação do trauma.
Foi possível, por meio deste estudo, elucidar como os abusos sexuais vividos na infância podem influenciar nas atitudes de suas vítimas, fisicamente e psiquicamente, que precisam de acompanhamento por meio de psicoterapia e/ou medicamentos para superarem a violência que sofreram. O abuso sexual infantil instala efeitos na saúde e no desenvolvimento da criança, colocando o trauma como uma possibilidade de consequência dessa violação sobre o corpo e psiquismo desta, ressaltando que esse abuso ocorre, às vezes, sem deixar marcas visíveis no corpo, mas fortes e profundas feridas emocionais.
A intervenção psicoterápica, bem como quando necessário a medicamentosa, vem para oferecer aos vitimados alívio dos sintomas posteriores da violência ocorrida e, dentre as abordagens oferecidas pela Psicologia, a TCC, terapia cognitiva comportamental, por seu caráter diretivo e com suas técnicas, visa promover mudanças cognitivas e comportamentais, pois possui objetivos e estratégias para o manejo, confrontação e a busca da superação do trauma, seja na forma de psicoterapia de grupos ou individual. Observando que algumas utilizadas nestes casos são oriundas de tratamento de TEPT, Transtorno de Estresse pós-traumático, devido a muitas vítimas apresentarem este quadro, protocolos focados para o quadro de violência sexual infantil.
Assim, ao proporcionar uma atuação com acolhimento efetivo, empatia, cuidados através de técnicas específicas, o profissional psicólogo se torna peça fundamental para dirimir as consequências dos efeitos do trauma sofrido, ajudando o paciente a compreender melhor seu funcionamento psicológico, possibilitando o desenvolvimento de novo repertório cognitivo e comportamental e a modificação de crenças, mostrando-se efetivo para reduzir sintomas psicológicos.
Portanto, o espaço terapêutico possibilita uma oportunidade de mudança no cenário psíquico daqueles que sofreram abuso sexual, especialmente por meio da TCC, uma vez que se apresenta como um novo continente, no qual se pode reorganizar vínculos, de forma a reconstruir o psiquismo saudável, ainda que anos depois da violência, com uma reestruturação cognitiva eficaz e promissora.
4 Expressão de Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman, no livro “Desenvolvimento Humano”.
REFERÊNCIAS
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BOTELHO, Louise Lira Roedel; Cunha, Cristiano Castro de Almeida; Macedo, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. GESTÃO E SOCIEDADE: 5 (11): 121-136, maio/agosto 2011.
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1Acadêmica do curso de Psicologia da UNINASSAU, unidade de Palmas – TO. E-mail: adrianachavespsico3@gmail.com
2Bacharel em Direito pela PUC-GO, acadêmica do curso de Psicologia da UNINASSAU, unidade de Palmas – TO. E-mail: jardethprado@gmail.com
3Professora orientadora do trabalho, docente e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU de Palmas – TO. E-mail: deiaayres@gmail.com